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Bombeio por

Cavidades
Progressivas

Autores: Benno Waldemar Assmann


Nelson Shiratori
Co-Autor: Gustavo Vinicius Lourenço Moisés
Bombeio por
Cavidades
Progressivas
Bombeio por
Cavidades
Progressivas
Autores: Benno Waldemar Assmann
Nelson Shiratori
Co-Autor: Gustavo Vinicius Lourenço Moisés
Colaboradores: Fernando Jose de Paula
Gurgel do Amaral
Francisco de Assis Ferreira
Noronha
Rutácio de Oliveira Costa
Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer a importância da elevação artificial Bombeio por


Cavidades Progressivas para a Companhia;
• Descrever as etapas, equipamentos e procedimentos que
compõem o processo de elevação artificial Bombeio por
Cavidades Progressivas.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Agradecimentos

Agradeço aos colegas da Petrobras que, ao longo dos últimos


dez anos têm contribuído para o maior conhecimento técnico do
relativamente jovem método de elevação artificial de petróleo -
Bombeio por Cavidades Progressivas - especialmente aqueles do
Grupo de Trabalho Permanente de BCP, responsável por integrar e
divulgar o conhecimento e a experiência com o método em toda a
Petrobras, organizar os encontros técnicos, elaborar normas, padrões,
procedimentos e especificações, além de fazer o intercâmbio técnico
com os fornecedores de equipamentos. Dentre esses, destaco os
engenheiros Ageu Pasquetti, Selma Fontes de Araújo, Rogério Costa
de Faria e Fernando José de Paula Gurgel do Amaral.

Benno Assmann
Consultor Técnico
Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

aTerrameNTo
de segUraNÇa

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a exercícios


1.4. 1.7. gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VoCÊ
elétricosSaBIa?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais

? VoCÊ SaBIa?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
Importante!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos atenÇÃo
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDo...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Prefácio

Neste final da primeira década do século XXI, a PETROBRAS se


depara com um momento de transição, no qual se apresenta o
grande desafio de produzir as ricas jazidas encontradas na camada
pré-sal, alterando significativamente seu patamar de produção
de óleo e gás. No instante em que se prepara para este salto de
produção, é fundamental que o E&P disponha de uma força de
trabalho preparada para atender as demandas deste crescimento.

Ao mesmo tempo, fruto da distribuição etária de seus recursos


humanos, a companhia se encontra numa situação na qual uma nova
geração de empregados admitidos nos últimos 10 anos necessita
adquirir os conhecimentos acumulados por vários profissionais
experientes, muitos dos quais já se aproximando da aposentadoria.
Esta transmissão, não apenas de conhecimentos brutos, mas da
"maneira PETROBRAS" de projetar e operar campos de petróleo
no mar e em terra, que faz parte de nossa cultura organizacional, é
fundamental para o sucesso da companhia perante os desafios que
se apresentam.

Neste sentido, criou-se o Alta Competência - Programa corporativo


de Gestão de Competências Técnicas do E&P - que é formado por
um conjunto de projetos orientados para a concretização do objetivo
organizacional de Adequação da Força de Trabalho do E&P.

A atuação do Alta Competência na Área de Operação está


relacionada à própria origem do Programa, cuja criação se deu,
dentre outras razões, em função da necessidade de apoiar o Comitê
Funcional de Operação nas ações relativas à Adequação da Força de
Trabalho nesta área. Assim, para qualificar os Técnicos de Operação
nas atividades de produção relacionadas à Elevação e Escoamento
(EE) foram mapeadas as habilidades e competências necessárias
para o exercício destas tarefas na operação dos campos de petróleo
e gás. Para desenvolver os módulos de treinamento de EE, os
conhecimentos foram distribuídos entre especialistas nos diversos
temas específicos, espalhados por todo o Brasil.
Este esforço de mobilização da comunidade de EE, logrou
documentar seu conhecimento técnico e possibilitou a elaboração
de módulos de treinamento com alta qualidade, que buscam
capacitar os Técnicos de Operação nas atividades de Produção de
petróleo e gás.

Geraldo Spinelli
Gerente de Elevação e Escoamento
Sumário
Introdução 21

Capítulo 1 - Sistema de bombeio por cavidades progressivas


Objetivos 23
1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas 25
1.1. Funcionamento do sistema de bombeio
por cavidades progressivas 25
1.2. Bombeio por cavidades progressivas - vantagens e desvantagens 29
1.3. Exercícios 31
1.4. Glossário 34
1.5. Bibliografia 35
1.6. Gabarito 36

Capítulo 2 - Bomba de cavidades progressivas (BCP)


Objetivos 39
2. Bomba de cavidades progressivas (BCP) 41
2.1. Uma rápida revisão de geometria 41
2.2. Bomba de cavidades progressivas 43
2.3. Característica e classificação da BCP 49
2.3.1. Tipo de instalação 49
2.3.2. Forma de distribuição da borracha 51
2.3.3. Número de lóbulos 52
2.4. Elastômero 57
2.4.1. Teste de inchamento 60
2.5. Vazão da bomba 62
2.6. Capacidade de pressão 63
2.7. Fatores que influenciam na escolha da bomba BCP 65
2.8. Teste de bancada 67
2.9. Padronização 70
2.10. Normas técnicas 71
2.11. Exercícios 74
2.12. Glossário 86
2.13. Bibliografia 88
2.14. Gabarito 89
Capítulo 3 - Cabeçote de BCP
Objetivos 99
3. Cabeçote de BCP 101
3.1. Sistema de transmissão de potência 108
3.1.1. Redutor 108
3.1.2. Sistema de polias e correias 108
3.1.3. Tipo transmissão de potência 111
3.2. Sistema de vedação 113
3.3. Sistema de frenagem 115
3.3.1. Freio mecânico 116
3.3.2. Freio a disco 117
3.3.3. Freio hidráulico (orifício) 118
3.3.4. Freio de palhetas 119
3.3.5. Freio hidrodinâmico 120
3.3.6. Freio centrífugo 120
3.4. Motor 122
3.5. Codificação 126
3.6. Normas 126
3.7. Exercícios 129
3.8. Glossário 136
3.9. Bibliografia 138
3.10. Gabarito 139

Capítulo 4 - Hastes de bombeio


Objetivos 145
4. Hastes de bombeio 147
4.1. Tipo de hastes 149
4.2. Fadiga nas hastes 154
4.3. Desgaste das hastes e tubos de produção 155
4.4. Instalação da coluna de hastes 158
4.5. Problemas operacionais 160
4.6. Segurança na operação 161
4.7. Cuidados e conservação 161
4.8. Haste polida 165
4.9. Exercícios 172
4.10. Glossário 174
4.11. Bibliografia 176
4.12. Gabarito 177
Capítulo 5 - Instalação e retirada do BCP
Objetivos 179
5. Instalação e retirada do BCP 181
5.1. Descida da coluna de produção e estator 181
5.2. Descida da coluna de hastes 183
5.3. Instalação do cabeçote 185
5.4. Retirada do sistema BCP 190
5.5. Exercícios 193
5.6. Glossário 195
5.7. Bibliografia 197
5.8. Gabarito 198

Capítulo 6 - Acompanhamento operacional do sistema BCP


Objetivos 201
6. Acompanhamento operacional do sistema BCP 203
6.1. Teste de produção 203
6.2. Registro de nível 204
6.3. Medição de pressão de sucção e de recalque da bomba 207
6.4. Exercícios 208
6.5. Glossário 211
6.6. Bibliografia 212
6.7. Gabarito 213

Capítulo 7 - Segurança operacional do sistema BCP


Objetivos 215
7. Segurança operacional do sistema BCP 217
7.1. Recomendações 225
7.2. Exercícios 227
7.3. Glossário 229
7.4. Bibliografia 231
7.5. Gabarito 232
Introdução

E
m 1920, Moineau inventou um tipo de bomba formada por
um rotor, no formato de uma hélice externa, que, quando gira
dentro de um estator moldado no formato de uma hélice dupla
interna, produz uma ação de bombeio. A patente foi registrada em
1930. A partir da década de 70 esta inovação passa a receber o nome
comercial de BCP – Bomba de Cavidades Progressivas – sendo usada,
inicialmente, para transferência de fluidos variados e posteriormente
aplicada na elevação de petróleo.

Com o desenvolvimento tecnológico, o sistema de elevação artificial


por bombeio de cavidades progressivas tem se mostrado muito
eficiente na elevação de óleos com alta viscosidade e/ou com alta 21
produção de areia. A Petrobras, a partir de 1982, passou a adotar
este sistema em poços terrestres localizados nos estados de Sergipe,
Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Ceará.

Diante de uma maior demanda da aplicação desse sistema na


Petrobras, cresce também a necessidade de um maior domínio do
conhecimento quanto aos fundamentos teóricos e práticos do sistema
BCP, que permita ao funcionário oferecer críticas e sugestões para
o aperfeiçoamento desse sistema no sentido de contribuir com o
aumento de sua eficiência com segurança, bem como corroborar com
a redução dos custos de manutenção e a minimização dos possíveis
impactos ambientais.

CORPORATIVA
CORPORATIVA
Capítulo 1
Sistema
de bombeio
por cavidades
progressivas

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Reconhecer o que é o sistema de bombeio por cavidades


progressivas e como é aplicado à elevação de petróleo em
poços produtores;
• Identificar o princípio de funcionamento do sistema de
bombeio por cavidades progressivas;
• Explicar a função das etapas e componentes do sistema de
bombeio por cavidades progressivas;
• Identificar as vantagens e desvantagens do sistema de
bombeio por cavidades progressivas.

CORPORATIVA
Alta Competência

24

CORPORATIVA
Capítulo 1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas

1. Sistema de bombeio por


cavidades progressivas

N
os poços surgentes, os fluidos produzidos têm potencial
(energia) para alcançar a superfície sem a necessidade de
auxílio por elevação artificial. À medida que um reservatório
é depletado ou esgotado, a pressão estática no meio poroso diminui
de tal forma que em um dado momento de sua vida produtiva a
pressão de reservatório poderá tornar-se insuficiente para que ocorra
a elevação natural. Neste caso, deverá se instalar no poço algum
método de elevação artificial de elevação.

A escolha do método de elevação artificial é complexa, pois envolve


inúmeros fatores, tais como a viscosidade do fluido bombeado, o
diferencial de pressão a ser elevado, a RGO, a vazão de produção,
a presença de areia, gás sulfídrico - H2S, aromáticos, o BSW e a 25
geometria do poço.

O bombeio por cavidades progressivas é um sistema de elevação


artificial e, como tal, visa à elevação do petróleo do fundo do poço
até a superfície.

1.1. Funcionamento do sistema de bombeio por cavidades


progressivas

O sistema de bombeio por cavidades progressivas é baseado


no funcionamento de uma bomba de cavidades progressivas.
Essa bomba cria cavidades que, em sequência, vão gerando um
aumento de pressão ao longo do fluxo da própria bomba. Isso
significa dizer que a cavidade criada no início da sequência possui
pressão inferior às posteriores.

As linhas de interferência ou selagem são definidas como interfaces


selantes que permitem a formação das cavidades e são formadas pelo
contato entre o rotor e o estator, principais componentes da bomba
de cavidades progressivas.

A ilustração a seguir é útil no entendimento da variação de pressão


ocorrida ao longo da bomba em relação à formação das cavidades.

CORPORATIVA
Alta Competência

Sentido do fluxo

Linhas de
selagem

Cavidade
de alta
pressão

Cavidade
de pressão
Cavidade
média
de baixa
pressão
Progressão das cavidades ao longo da
bomba BCP

26 A energia mecânica necessária ao acionamento da bomba de


cavidades progressivas (estator e rotor), localizada no fundo do poço,
é transferida da superfície através de uma coluna de hastes.

A rotação das hastes se dá através da redução da velocidade do


motor elétrico de indução utilizando-se um acoplador mecânico
denominado cabeçote.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas

Observe a ilustração a seguir, que indica os principais elementos do


sistema da bomba de cavidades progressivas.

Cabeçote
Motor

Linha de
produção

Coluna de
produção

Rotor 27
Coluna
de haste

Estator

Sistema BCP

A bomba de cavidades progressivas (BCP) bombeia o fluido do poço


para o anular existente entre a coluna de produção e a coluna de
hastes e, através dele, o fluido escoa até a superfície. Para isso, a
bomba de cavidades progressivas (BCP) precisa vencer o diferencial
de pressão de elevação, diferença entre a pressão de recalque e a
pressão de sucção.

CORPORATIVA
Alta Competência

Importante!
A pressão de sucção é função da vazão bombeada,
calculada pelo índice de produtividade do poço e da
pressão estática do reservatório, enquanto a pres-
são de recalque é o somatório das perdas de carga
ocorridas no anular hastes-coluna de produção, do
peso da coluna hidrostática de líquido e da pressão
de superfície.

É importante ressaltar que a bomba é composta por um estator,


localizado na extremidade da coluna de produção e por um rotor
metálico, acoplado à coluna de hastes.

Observe na ilustração a seguir os componentes da bomba.


28 Estator

Rotor

A coluna de hastes aciona o rotor de uma bomba de cavidades


progressivas e deverá suportar os esforços nela desenvolvidos, ou
seja, a carga axial e o torque, ambos função do diferencial de pressão
vencido pela bomba de cavidades progressivas.

O cabeçote tem que transmitir os esforços exercidos na coluna


de hastes, traduzidos no somatório das forças axiais e torques
desenvolvidos ao longo da mesma, além de reduzir a velocidade
do motor para um valor adequado à vazão do poço. A redução
acontece através de um acoplador mecânico, podendo ser formado
por correias e polias.
CORPORATIVA
Capítulo 1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas

O motor elétrico deve transmitir a potência requerida pelo cabeçote


para acionar a coluna de hastes, assim como as perdas no sistema de
transmissão.

1.2. Bombeio por cavidades progressivas - vantagens e


desvantagens

O bombeio por cavidades progressivas tem sido muito utilizado


para bombear poços rasos e de menor produtividade, graças às
vantagens financeiras e à rapidez de implantação. Apresentamos a
seguir um quadro com as vantagens e desvantagens desse sistema
de elevação artificial.

Vantagens Desvantagens

Limitada capacidade de bombear fluidos


Método de elevação artificial que apresenta
com elevados teores de contaminantes
elevada eficiência energética, se comparado
(aromáticos, gás sulfídrico - H2S e dióxido 29
a outros sistemas de elevação desse tipo.
de carbono - CO2).

Capacidade de produção com altas


Aplicação limitada no bombeamento de
concentrações de areia e fluidos com
fluido com alta RGL (Razão Gás Líquido),
elevada viscosidade e grau API baixo
devido à baixa eficiência de bombeio.
(<18 API).

Ausência de válvulas que estão sempre


Limitação da produção (máximo de
sujeitas ao acelerado desgaste, facilitando a
500 m3/dia).
manutenção dos equipamentos.

Boa resistência à abrasividade, graças à


Limitação de elevação (máximo de 2000 m).
presença de elastômeros.

Dimensões reduzidas dos equipamentos de


superfície, oferecendo um menor impacto Limitação de temperatura (máximo de
visual ao meio ambiente, diminuindo a 170 oC).
poluição visual.

Baixo ruído, quando comparado a outros Desgaste e fadiga dos equipamentos de


métodos, o que representa menor agressão subsuperfície (hastes) em poços desviados
ao meio ambiente. ou direcionados.

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

Principais componentes do sistema de bombeio


por cavidades progressivas:

• Cabeçote;

• Motor;

• Linha de produção;

• Coluna de produção;

• Coluna de hastes;

• Bomba de cavidades progressivas.


30

Principais componentes da bomba de cavidades


progressivas:

• Estator;

• Rotor.

O sistema de bombeio por cavidades progressivas


é baseado no funcionamento de uma bomba
de cavidades progressivas. Essa bomba cria
cavidades que, em sequência, vão gerando
um aumento de pressão ao longo do fluxo no
interior da própria bomba. Isso significa dizer
que a cavidade criada no início da sequência
possui pressão inferior às posteriores.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas

1.3. Exercícios

1) Reconheça as características das terminologias a seguir:

(1) Bomba de cavidades pro- ( ) Poços surgentes


gressivas
(2) Bombeio de cavidades pro- ( ) Bomba de cavidades
gressivas progressivas
(3) Poços cujos fluidos produzi- ( ) Bomba mecânica
dos têm potencial (energia)
para alcançar a superfície
(4) Poços que para produzir ( ) Poços não surgentes
necessitam de um sistema
de elevação artificial
(5) O rotor e o estator são seus ( ) Método de elevação
principais componentes artificial 31
2) Identifique os principais componentes do sistema BCP:

( ) Bomba BCP
3
2
1 ( ) Coluna de haste

( ) Estator
5
( ) Rotor
6
4
( ) Motor

7 ( ) Cabeçote

( ) Linha de produção

8 ( ) Coluna de produção

CORPORATIVA
Alta Competência

3) Com relação ao princípio de funcionamento do sistema de BCP,


marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:
( ) A bomba de cavidades progressivas cria cavidades que, em
sequência, vão gerando um aumento de pressão ao longo
do fluxo da própria bomba. Isso significa dizer que a cavi-
dade criada no início da sequência possui pressão inferior
às posteriores.
( ) A energia mecânica necessária ao acionamento da bomba
de cavidades progressivas (estator e rotor), localizada no
fundo do poço, é transferida da superfície através de uma
coluna de produção.
( ) A rotação das hastes se dá através da redução da velocida-
de do rotor utilizando-se um acoplador mecânico, denomi-
nado estator.
( ) Em função de sua elevada eficiência energética, a bomba
de cavidades progressivas não precisa vencer o diferencial
32 de pressão de elevação, diferença entre a pressão de recal-
que e a pressão de sucção.
( ) A Bomba de Cavidades Progressivas é composta por um es-
tator localizado na extremidade da coluna de produção e
por um rotor metálico, acoplado à coluna de hastes.
( ) O cabeçote tem que reduzir a velocidade do motor para um
valor adequado à vazão do poço, através de um acoplador
mecânico, podendo ser formado por correias e polias.

4) Explique como se dá a transferência de energia no sistema BCP do


motor até a bomba de fundo.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

CORPORATIVA
Capítulo 1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas

5) Complete as lacunas:

A pressão de ____________________ é função da


____________________, calculada pelo índice de produtividade do
poço, enquanto a pressão de ____________________ é o somatório
das ____________________ ocorridas no anular hastes-coluna de
produção.

A coluna de hastes aciona o ____________________ de uma bomba


de cavidades progressivas, que deverá suportar os esforços nela
desenvolvidos, ou seja, a ____________ e o ____________, ambos
função do diferencial de pressão vencido pela bomba BCP.

O ____________________ tem que transmitir os esforços exercidos


na coluna de hastes e ____________________ a velocidade do mo-
tor para um valor adequado à vazão do poço.

O ____________________ deve transmitir a potência requerida pelo


____________________ para acionar a ____________________, assim
33
como as perdas no sistema de transmissão.

6) Marque a alternativa correta:

a) Qual a principal vantagem do sistema BCP quanto ao aspecto de


eficiência do sistema?
( ) Elevada eficiência pela facilidade de instalação e operação.
( ) Elevada eficiência em razão da ausência de válvulas.
( ) Elevada eficiência, graças à presença de elastômeros.
( ) Elevada eficiência energética, se comparado a outros siste-
mas de elevação desse tipo.
b) Qual a principal vantagem do sistema BCP considerando os as-
pectos relativos a sua manutenção?
( ) Utilização de elastômetos.
( ) Ausência de válvulas.
( ) Presença de rotor e estator.
( ) Desgaste e fadiga dos equipamentos de subsuperfície (has-
tes) em poços desviados ou direcionados.

CORPORATIVA
Alta Competência

1.4. Glossário
Anular - espaço entre a coluna de produção e a parede do poço revestido.

API (ou grau API) - escala hidrométrica idealizada pelo American Petroleum
Institute - API, juntamente com a National Bureau of Standards, e utilizada para medir
a densidade relativa de líquidos.

Aromáticos - petróleo com elevada composição de hidrocarbonetos aromáticos, ou


seja, aquele que possui, em sua molécula, pelo menos um anel de benzeno.

BCP - Bombas de Cavidades Progressivas.

BSW (Basic Sediments and Water) - porcentagem de água e sedimentos em relação


ao volume total do fluido produzido.

Carga axial - carga sobre um rolamento atuando ao longo do eixo da haste. Esse
tipo de carga também é chamado de carga longitudinal. Para cargas axiais pesadas,
deve-se usar um rolamento axial.

Coluna de produção - conjunto de tubos de produção por onde escoa a produção


34 dos poços.

Elastômero - polímero com propriedades físicas parecidas com as da borracha.


Os polímeros são compostos formados por sucessivas aglomerações de grande
número de moléculas fundamentais. Ex.: o polietileno, formado pela aglomeração
de centenas de milhares de moléculas de etileno.

Linhas de interferência ou selagem - áreas de contato entre a superfície externa do


rotor e a superfície interna de um estator de uma BCP.Poço surgente - poço onde
os fluidos produzidos têm potencial para alcançar a superfície sem a necessidade
de auxílio por elevação artificial. Este poço pode produzir por elevação natural
ou utilizar a elevação artificial para aumentar a sua produção.

Poço desviado - poço perfurado de maneira não vertical.

Poço surgente - poço onde os fluidos produzidos têm potencial para alcançar a
superfície sem a necessidade de auxílio por elevação artificial. Este poço pode
produzir por elevação natural ou utilizar a elevação artificial para aumentar a sua
produção.

Polia - peça mecânica muito comum a diversas máquinas, utilizada para transferir
força e movimento. Uma polia é constituída por uma roda de material rígido,
normalmente metal, mas outrora comum em madeira, lisa ou sulcada em sua
periferia. Acionada por uma correia, corda ou corrente metálica a polia gira em um
eixo, transferindo movimento e energia a outro objeto. Quando associada a outra
polia de diâmetro igual ou não, a polia realiza trabalho equivalente ao de uma
engrenagem.

RGO (Razão Gás - Óleo) - volume de gás produzido por volume de óleo produzido,
ambos medidos na condição padrão de medição.

Torque - sistema de duas forças paralelas de suportes distintos, com sentidos


opostos, e que atuam sobre um corpo. Medida de quanto uma força que age em
um objeto faz com que o mesmo gire

CORPORATIVA
Capítulo 1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas

1.5. Bibliografia
ASSMANN, B. W. Bombeio de Cavidades Progressivas. Apostila. Petrobras - UN-
RNCE. 2008.

VIDAL, F. J. T. V., Desenvolvimento de um simulador de bombeio por cavidades


progressivas. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Natal, 2005.

35

CORPORATIVA
Alta Competência

1.6. Gabarito
1) Reconheça as características das terminologias a seguir:

(1) Bomba de cavidades (3) Poços surgentes


progressivas
(2) Bombeio de cavidades (5) Bomba de cavidades progressivas
progressivas
(3) Poços cujos fluidos produzidos (1) Bomba mecânica
têm potencial (energia) para
alcançar a superfície
( 4) Poços que para produzir (4) Poços não surgentes
necessitam de um sistema de
elevação artificial.
(5) O rotor e o estator são seus (2) Método de elevação artificial
principais componentes
2) Identifique os principais componentes do sistema BCP:

36 (7) Bomba BCP


3
2
(4) Coluna de haste
1
(8) Estator

5
(6) Rotor
6
4 (2) Motor

7 (3) Cabeçote

(1) Linha de produção

8 (5) Coluna de produção

CORPORATIVA
Capítulo 1. Sistema de bombeio por cavidades progressivas

3) Com relação ao princípio de funcionamento do sistema de BCP, marque V


(verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

(V) A bomba de cavidades progressivas cria cavidades que, em sequência, vão


gerando um aumento de pressão ao longo do fluxo da própria bomba.
Isso significa dizer que a cavidade criada no início da sequência possui
pressão inferior às posteriores.
(F) A energia mecânica necessária ao acionamento da bomba de cavidades
progressivas (estator e rotor), localizada no fundo do poço, é transferida
da superfície através de uma coluna de produção.
Justificativa: a energia mecânica necessária ao acionamento da Bomba de
Cavidades Progressivas (estator e rotor), localizada no fundo do poço, é
transferida da superfície através de uma coluna de hastes.
(F) A rotação das hastes se dá através da redução da velocidade do rotor
utilizando-se um acoplador mecânico, denominado estator.
Justificativa: a rotação das hastes se dá através da redução da velocidade
do motor elétrico de indução utilizando-se um acoplador mecânico,
denominado cabeçote.
(F) Em função de sua elevada eficiência energética, a bomba BCP não precisa
vencer o diferencial de pressão de elevação, diferença entre a pressão de
recalque e a pressão de sucção.
Justificativa: a bomba de cavidades progressivas precisa vencer o 37
diferencial de pressão de elevação, diferença entre a pressão de recalque
e a pressão de sucção.
(V) A Bomba de Cavidades Progressivas é composta por um estator localizado
na extremidade da coluna de produção e por um rotor metálico, acoplado
à coluna de hastes.
(V) O cabeçote tem que reduzir a velocidade do motor para um valor
adequado à vazão do poço, através de um acoplador mecânico, podendo
ser formado por correias e polias.

4) Explique como se dá a transferência de energia no sistema BCP do motor até a


bomba de fundo.

A energia mecânica necessária ao acionamento da BCP - Bomba de Cavidades


Progressivas - (estator e rotor), localizada no fundo do poço, é transferida da
superfície através de uma coluna de hastes. A rotação das hastes se dá através da
redução da velocidade do motor elétrico de indução, utilizando-se um acoplador
mecânico denominado cabeçote.

5) Complete as lacunas:

A pressão de sucção é função da vazão bombeada, calculada pelo índice de


produtividade do poço, enquanto a pressão de recalque é o somatório das perdas
de carga ocorridas no anular hastes-coluna de produção.

A coluna de hastes aciona o rotor de uma bomba de cavidades progressivas, que


deverá suportar os esforços nela desenvolvidos, ou seja, a carga axial e o torque,
ambos função do diferencial de pressão vencido pela bomba BCP.

O cabeçote tem que transmitir os esforços exercidos na coluna de hastes e reduzir


a velocidade do motor para um valor adequado à vazão do poço.

O motor elétrico deve transmitir a potência requerida pelo cabeçote para acionar
a coluna de hastes, assim como as perdas no sistema de transmissão.

CORPORATIVA
Alta Competência

6) Marque a alternativa correta:

a) Qual a principal vantagem do sistema BCP quanto ao aspecto de eficiência do


sistema?

( ) Elevada eficiência pela facilidade de instalação e operação.


( ) Elevada eficiência em razão da ausência de válvulas.
( ) Elevada eficiência, graças à presença de elastômeros.
(X) Elevada eficiência energética, se comparado a outros sistemas de elevação
desse tipo.

b) Qual a principal vantagem do sistema BCP considerando os aspectos relativos a


sua manutenção?

( ) Utilização de elastômetos.
(X) Ausência de válvulas.
( ) Presença de rotor e estator.
( ) Desgaste e fadiga dos equipamentos de subsuperfície (hastes) em poços
desviados ou direcionados.

38

CORPORATIVA
Capítulo 2
Bomba de
cavidades
progressivas
(BCP)

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Reconhecer a bomba de cavidades progressivas, seu


princípio de funcionamento, classificação e características;
• Avaliar o desempenho das bombas através do teste de
bancada;
• Identificar as principais definições da norma Petrobras
para bombas de cavidades progressivas.

CORPORATIVA
Alta Competência

40

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

2. Bomba de cavidades progressivas


(BCP)

A
s bombas de cavidades progressivas (BCP) são máquinas de
deslocamento que impulsionam líquidos com uma ampla faixa
de viscosidade, incluindo produtos com elevada concentração
de sólidos. Nesse capítulo abordaremos o princípio de funcionamento
e o desempenho dessas bombas.

2.1. Uma rápida revisão de geometria

Uma curva plana descrita por um ponto fixo de uma circunferência


que rola, sem deslizar, sobre outra circunferência fixa no mesmo
plano e internamente a ela, é chamada de hipociclóide.

41

Hipociclóide

Ponto fixo

Hipociclóide

Uma hipociclóide é definida pelas equações a seguir em que a é o


diâmetro do círculo fixo externo e b é o diâmetro do círculo móvel
interno:

x = (a-b) x cos () + b x cos ( a -bb ) x ()


y = (a-b) x sin () - b x sin ( a - b ) x ()
b

A forma da hipociclóide depende de:

CORPORATIVA
Alta Competência

Diâmetro do círculo fixo


externo a = 4

Hipociclóide R = 4

Ponto fixo

Diâmetro do círculo móvel


interno b = 1

Hipociclóide R = 4

As ilustrações a seguir descrevem hipociclóides com R = 3 e R = 12

42

R=3 R = 12

Hipociclóides com R = 3 e R = 12

O envelope de uma hipociclóide é definido como sendo o lugar


geométrico dos pontos equidistantes a um hipociclóide. A ilustração a
seguir apresenta diversas formas de hipociclóides (linhas pontilhadas)
e respetivos envelopes (linhas contínuas).

R=1 R=2 R=4

Diversas formas de hipociclóides (linhas pontilhadas) e


respetivos envelopes (linhas externas cinzas).
CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Hélice é uma curva reversa cujas tangentes formam um ângulo


constante com uma reta fixa do espaço. Curva reversa, por sua vez, é
a curva com razão constante entre a curvatura e a torção.

Uma helicóide é, portanto, uma superfície regrada, cuja diretriz é


uma hélice. As figuras abaixo representam três tipos de helicóides
com seção na forma de envelopes de hipociclóides.

Tipos de helicóides com seção na forma de 43


envelopes de hipociclóides

Se o centro da seção transversal do helicóide descreve uma hélice ao


longo do eixo de centro do sólido, o raio da revolução descrita é a
excentricidade do helicóide.

2.2. Bomba de cavidades progressivas

A bomba de cavidades progressivas é constituída, basicamente, de


um estator e um rotor.

Estator

Bomba de cavidades progressivas


Rotor

Bomba de cavidades progressivas e seus componentes: estator e rotor

CORPORATIVA
Alta Competência

O rotor é constituído de material metálico cuja superfície externa


é o envelope de um helicóide de R dentes com excentricidade
(desalinhado ou fora de centro).

O estator é composto por um tubo de aço revestido internamente


com elastômero (polímero com propriedades físicas parecidas com as
da borracha), cuja superfície interna é o envelope de um helicóide de
R+1 dentes sem excentricidade (alinhado ou no centro).

A relação entre os passos do estator e do rotor é dada pela expresão:

R
Passo do rotor = x Passo do estator
( R + 1)

Onde:
44
R = número de dentes do rotor.

Sentido do fluxo

Linhas de
selagem

Cavidade
de alta
pressão

Cavidade
de pressão
Cavidade
média
de baixa
pressão
Linhas de selagem ou interferência entre
rotor e estatores e suas cavidades

Quando o rotor é inserido dentro do estator, formam-se cavidades


isoladas no espaço entre eles. As cavidades são isoladas por
linhas de contato existentes entre o rotor e o estator (linhas de
interferência ou selagem). O rotor, tendo um diâmetro, geralmente
um pouco maior que o diâmetro interno do estator, forma um
isolamento entre as cavidades contíguas. Quando o rotor é girado
dentro da bomba, essas cavidades se movem numa trajetória

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

helicoidal da sucção para o recalque da bomba, transportando o


fluido e empurrando-o contra uma pressão de recalque/descarga,
promovendo a ação de bombeio. A ilustração anterior mostra a
disposição tridimensional de cavidades adjacentes, identificando
as linhas de selagem e a cavidade de alta e baixa pressão.

Importante!
As linhas de interferência ou selagem são definidas
como interfaces selantes formadas a partir do
contato entre o rotor e o estator, o que permite a
formação das cavidades.

Ao girar o rotor dentro do estator, mantido o estator parado, as


cavidades se movimentam axialmente da sucção para o recalque/
descarga da bomba, promovendo a ação de bombeio. Ao mesmo
tempo em que se deslocam axialmente, giram em torno do eixo do 45
estator. Na ilustração a seguir pode-se observar o rotor e o estator em
corte, bem como o movimento do fluido via cavidades da bomba.

Cavidades e seu movimento axial de


sucção para o recalque

CORPORATIVA
Alta Competência

Na ilustração a seguir é possível observar a formação das cavidades


(A1, A2 e A3) quando o rotor está inserido dentro do estator de uma
BCP multi-lobe.

Linha de selagem

A2

Linha de selagem H1 Hipocliclóide externa


H1 H2 Hipocliclóide interna

E1 Envelope do rotor

H2 A3 E2 Envelope do estator

O1 Centro da hipociclóide externa


O2 e O1
E1 O2 Centro da hipociclóide interna
e Excentricidade
A1 , A2 , A3 Áreas fechadas
E2

A1
Linha de selagem

Cavidades entre o estator e o rotor (A1, A2 e A3) de uma BCP multi-lobe


46
O movimento do rotor dentro do estator é a combinação de dois
movimentos: um movimento no sentido horário do rotor em torno
de seu próprio eixo e um movimento no sentido anti-horário,
excentricamente em torno do eixo do estator, como pode ser
depreendido na ilustração a seguir. Neste movimento, o eixo do rotor
descreve uma trajetória circular em torno do eixo do estator com
diâmetro igual à excentricidade.

Movimento do rotor no
sentido anti-horário
excentricidade em
torno de eixo estator

Movimento do rotor no sentido


horário em torno de
seu próprio eixo.

Movimento do rotor de uma bomba de cavidades


progressivas single-lobe

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Abaixo é apresentado o movimento, quadro-a-quadro, do rotor de


uma BCP single-lobe.

Movimento quadro-a-quadro do rotor de uma bomba de cavidades progressivas single-lobe

47
A ilustração a seguir apresenta nove (9) seções transversais do
rotor inserido dentro do estator ao longo de um passo do estator,
representando o movimento do rotor dentro do estator.

Estator (fixo) Rotor

45º

90º

135º

180º
Passo do estator

225º
Passo do rotor

270º

315º


Seção longitudinal Seções tranversais

Movimento do rotor ao longo do estator

CORPORATIVA
Alta Competência

A seguir é apresentado, quadro-a-quadro, o movimento do rotor em


9 seções transversais ao longo de uma BCP single-lobe:

I-I
I-I


I


I-I

I
I
I



I-I
I


I
H-H

H-H
H-H

H-H
H

H
H
H

H
H

H
/2

G-G
/2

/2
G-G

G-G
G
G

/2
G

G-G
G

G
F
F

F-F
F
F-F
F

F-F
F

F-F
F
E-E
E-E

E
E

E-E
E

E

E-E
E

E

D-D
D-D

D
D

D
D

D-D
D

D-D
D

D
/2

/2
C

C-C

C-C

/2
C

/2
C

C-C
C

C-C
C
B

B
B-B
B

B-B
B

B-B
B

B-B
B
A

A
A

A
0

A-A

A-A

A
0

A-A

A
0

A-A
Movimento quadro-a-quadro do rotor em 9 seções transversais

Importante!
O rotor das bombas de cavidades progressivas
48 é usinado com precisão a partir de aço 1040 ou
1050 e revestido com uma camada de cromo para
intensificar a resistência à abrasão.

O cromo é um material de alto custo. Por isso,


é fundamental que os técnicos envolvidos
no processo de aquisição, armazenamento,
transporte e instalação do rotor da bomba de
cavidades progressivas tenham extremo cuidado
na manipulação desse equipamento.

A bomba de cavidades progressivas deve ser instalada em uma


profundidade tal em que ela disponha de pressão positiva na sucção.
Ou seja, a bomba deve ser posicionada de tal forma que fique abaixo
do nível dinâmico de projeto no qual o poço alimentará a vazão da
bomba prevista em projeto.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Nível Nível
estático dinâmico

Bomba posicionada abaixo do nível estático e diâmico da BCP

As bombas de cavidades progressivas podem apresentar


características diferentes quanto ao tipo de instalação, à forma
de distribuição da borracha no estator e ao número de lóbulos. 49
Essas características poderão ser combinadas em função do
cenário de produção.

2.3. Característica e classificação da BCP

Vejamos agora como as bombas de cavidades progressivas são


classificadas em função de algumas de suas características.

2.3.1. Tipo de instalação

Quanto ao tipo de instalação, elas podem ser:

• Tubulares - São bombas cujo estator é enroscado na extremidade


da coluna de produção, ou seja, na bomba tubular o estator é
solidário à coluna de produção. O uso generalizado da bomba
tubular é devido a sua robustez. A vantagem da bomba tubular
é a simplicidade construtiva e a maior vazão (maior diâmetro).

CORPORATIVA
Alta Competência

Revestimento

Coluna de
produção

Coluna de
hastes

Rotor

Estator

50
Stop pin

BCP tubular

• Insertáveis - Nesse tipo de bomba, o conjunto (estator e rotor)


é descido ao fundo do poço na extremidade da coluna de
hastes. O estator é conectado à coluna de produção através de
um nipple (sistema de travamento de fundo) de assentamento.
A bomba do tipo insertável tem como desvantagem a necessidade
de um nipple de assentamento, que fica submetido a contínuos
esforços e, como vantagem, a facilidade da instalação que pode
ser feita sem necessidade de manobrar a coluna de tubos, mas
apenas a coluna de hastes, reduzindo o custo de manutenção.

Observe a ilustração a seguir que destaca as principais partes da


bomba insertável, em especial o seu sistema de travamento de fundo,
também chamado de nipple de assentamento.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Revestimento
Coluna
de hastes
Coluna de
produção

Rotor

Estator

Sistema de 51
travamanto
de fundo

BCP insertável

Importante!
As bombas insertáveis permitem a “retirada” do
estator sem a retirada da coluna de produção, o
que diminui o tempo de intervenção de sonda.

2.3.2. Forma de distribuição da borracha

Quanto ao tipo de distribuição da borracha, as bombas podem ser:

• Convencionais - Nas bombas convencionais, a superfície


interna do estator é circular e a espessura de borracha não é
uniforme. Na fabricação da bomba convencional, o elastômero
é extrudado no espaço entre um tubo circular (carcaça do
estator) e um macho metálico no formato da cavidade,
resultando em uma espessura variável de elastômero em uma
seção transversal do estator. Observe a ilustração a seguir.

CORPORATIVA
Alta Competência

Bomba convencional

• Camada constante - Trata-se de um tipo de bomba que possui


espessura constante de borracha ao longo de toda a superfície
interna do estator. Isso significa dizer que o estator é composto
por uma peça de aço (carcaça) no mesmo formato da cavidade
e, portanto, do macho, permitindo que o estator tenha uma
espessura constante ao longo da seção transversal do estator.
52 O custo adicional dado pelo formato diferenciado é compensado
pela minimização do inchamento e da expansão térmica do
elastômero, o que melhora o desempenho da bomba.

Bomba de camada constante

2.3.3. Número de lóbulos

Quanto ao número de lóbulos, existem as bombas do tipo:

• Single-lobe - São as bombas mais utilizadas, cuja geometria


do estator do rotor possui apenas um lóbulo ou dente. Observe
na ilustração que a seção de um rotor de uma bomba single-
lobe é o envelope de uma hipociclóide de R=1 (a hipociclóide é
apenas um ponto) e a seção da cavidade é o envelope de uma
hipociclóide com R=2 (a hipociclóide é um segmento de reta).

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Por isso, a bomba single também é chamada de bomba 1:2 e a


relação dos R é igual a relação inversa dos passos.

1:2
Single-lobe
53
• Multi-lobe - São aquelas em que o rotor tem mais de um dente
(R>1). Se comparada a uma bomba single-lobe com mesmo
diâmetro externo, a multi-lobe permite a obtenção de maiores
vazões de produção. Se, além disso, o mesmo número de estágios
for considerado, pode-se obter maior capacidade de pressão.
Na mesma proporção do aumento da capacidade de pressão,
a bomba multi-lobe requer maior torque para acionamento.
Por exemplo, uma bomba trilobe tem como seção do rotor um
envelope de uma hipociclóide de R=3 e a seção da cavidade do
estator, um envelope de uma hipociclóide de R=4. A ilustração
a seguir apresenta os detalhes da relação entre seção do rotor
e seção da cavidade do estator para uma bomba multi-lobe (ou
seja, 3:4).

CORPORATIVA
Alta Competência

3:4
Multi-lobe

Importante!
54 Single-lobe: geometria 1:2

Multi-lobe: geometria 2:3; 3:4; etc.

Observe o quadro-a-quadro a seguir das trajetórias formadas


por duas hipociclóides (R=2 e R = 3) em uma BCP multi-lobe com
geometria 2:3.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

1 2 3 4

5 6 7 8

55
9 10 11 12

Hipociclóides e movimentos de uma bomba de cavidades progressivas multi-lobe 2:3

Duas hipociclóides de R=3 e R=4 podem ser observadas no


movimento, quadro-a-quadro, de uma BCP multi-lobe de
geometria 3:4.

CORPORATIVA
Alta Competência

1 2 3 4

5 6 7 8

56
9 10 11 12
Hipociclóides e movimentos de uma BCP multi-lobe 3:4

ATENÇÃO

Estator Rotor

2
1

2
1 3
3

Cavidade

Sempre o estator tem um lódulo a mais que o rotor.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

2.4. Elastômero

As condições operacionais da bomba de cavidades progressivas no


fundo de poços apresentam grandes variações. Temperaturas de
operação de 15 a 200 graus Celsius, diferenciais de pressão de até 200
kgf/cm2, fluidos que podem conter sólidos e substâncias variadas como
H2S, CO2, água, parafinas, naftenos, asfaltenos, aromáticos. Outros
compostos químicos são adicionados aos poços, tais como aditivos de
lama de perfuração/completação, fluidos de estimulação, inibidores
de corrosão e outros. Alguns desses componentes têm efeitos adversos
nos elastômeros dos estatores de BCPs sendo, portanto, a maior causa
das falhas em BCPs. A escolha do elastômero ideal é um dos pontos
mais importantes na correta especificação de bombas BCP.

Existem variadas formulações de elastômeros desenvolvidas pelos


diversos fabricantes de bombas de cavidades progressivas, mas cada
um fornece apenas uma limitada variedade de elastômeros. As 57
formulações são mantidas em segredo industrial e são diferentes
para cada fabricante.

O importante, entretanto, na escolha do elastômero, são as suas


características mecânicas e a reação de inchamento ou ataque
químico.

As propriedades dos elastômeros variam tremendamente com a


formulação. As propriedades essenciais para a caracterização de uma
formulação para uma dada aplicação são:

• Dureza - A dureza do elastômero depende do enchimento, de


aditivos e do processo de cura (vulcanização). Os elastômeros
usados em bombas de cavidades progressivas têm dureza
aproximadamente igual a 65 IRHD.

CORPORATIVA
Alta Competência

• Resistência à tração e elongação - Como a maioria dos


elastômeros usados em bombas de cavidades progressivas são
comprimidos e distendidos a apenas uma pequena fração de
sua máxima capacidade, discute-se a relevância da resistência à
tração. Entretanto, tal propriedade tem sido usada como medida
comparativa de qualidade do elastômero.

• Fadiga e resistência à quebra flexível - Quando um elastômero


é deformado, os elementos viscosos consomem energia e
agem retardando a deformação. Da mesma forma, energia
é dissipada quando a fase elástica se expande após ter sido
comprimida, liberando a energia que havia sido armazenada
durante a compressão.

Os elementos viscosos (fricção interna) são responsáveis pela


diferença entre a energia gasta e a recuperada durante a
58 expansão e distensão do elastômero, fenômeno este chamado
de histerese. A ilustração a seguir representa o fenômeno de
histerese descrito.

Expansão
Retração
Histerese

Deformação

Tensão
Ciclo típico Tensão x Deformação de um elastômero

• Elasticidade - As propriedades elásticas do elastômero


são avaliadas por resilência, creep, relaxação da tensão e
assentamento.

• Resistência ao calor - O calor, além de expandir o elastômero,


pode provocar reações que alteram a sua estrutura química
e resulta, freqüentemente, na deterioração irreversível das
propriedades do material.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

• Resistência ao líquido (inchamento) - A absorção de líquidos


em um elastômero faz com que ele inche, podendo causar a sua
deterioração. As dimensões do corpo vão crescendo à medida
que o processo de difusão progride. A compatibilidade entre o
líquido e o elastômero determina a facilidade com que o líquido
pode se difundir e a intensidade do inchamento. Quando são
compatíveis, o inchamento é intenso, acontecendo o contrário
quando são incompatíveis. O ataque químico é outra forma
de degradação do elastômero por um líquido. Os líquidos
aromáticos (benzeno, xileno e tolueno) são os que provocam
maior inchamento e ataque químico nos elastômeros. Quando
o processo de difusão não é acompanhado de ataque químico,
o inchamento regride após a retirada do contato entre o
elastômero e o líquido. O inchamento decorrente de ataque
químico é permanente.

• Resistência à difusão de gás - Os gases podem se difundir pela


59
estrutura do elastômero, provocando o seu inchamento. Os
gases agem, inchando o elastômero, com ou sem reação química,
ou encolhendo-os com reação química. Após o encolhimento
decorrente do ataque químico observa-se a deterioração das
propriedades do elastômero. Já o inchamento pode provocar um
excesso de pressão intermolecular, rompendo mecanicamente
seu corpo.

Mesmo quando não ocorrem problemas de ataque químico ou


ruptura da borracha, o elastômero pode ser danificado quando
contém gás difundido se for rapidamente despressurizado, pois
a expansão do gás se dá muito mais rapidamente do que a sua
saída por difusão do corpo, resultando em bolhas irreversíveis.
Além disso, o vapor de água pode atacar o adesivo existente
entre o tubo e a borracha, fazendo soltá-la.

CORPORATIVA
Alta Competência

2.4.1. Teste de inchamento

O comportamento de um elastômero em um determinado fluido


de reservatório não pode ser previsto com precisão baseando-se
apenas nas propriedades químicas do elastômero e do fluido. Testes
laboratoriais são necessários para se quantificar o inchamento
confiável, isso para cada combinação de elastômero, fluido e
condição operacional.

Os testes são usados para identificar o elastômero apropriado para


aplicação, ou seja, o que manterá, nas condições operacionais, a sua
forma e propriedades mecânicas na bomba de cavidades progressivas.
Testando diversos elastômeros com as mesmas condições que
reproduzam as de campo, o elastômero mais apropriado para cada
aplicação pode ser selecionado. Além de selecionar o elastômero que
tem maior resistência ao inchamento, os testes servem, também, para
60 especificar o grau de interferência entre rotor e estator.

Pode-se empregar o seguinte procedimento de teste:

• Amostragem de fluido - É muito importante que a amostra


de fluido tenha a composição completa do fluido produzido,
incluído o gás. Portanto, deve-se dar preferência pela coleta
de amostra pressurizada, pois terá que conter os elementos
voláteis do petróleo, já que estes são aqueles que mais afetam
o inchamento;

Um cilindro com válvulas em ambas as extremidades é usado


para este tipo de coleta pressurizada. A câmara é purgada para
remover os possíveis contaminantes. A câmara é pressurizada com
nitrogênio até a pressão de cabeça do poço, onde será coletada
a amostra pressurizada. A amostra é coletada conectando uma
das extremidades do cilindro ao queroteste, válvula na cabeça
de produção que permite a drenagem do fluido produzido, e
drenando lentamente o nitrogênio pela outra extremidade.

• Preparação de cupom de elastômero - O formato mais usado é


o do padrão ASTM (25 mm x 50 mmm x 2 a 8mm);

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

• Medição inicial - Deve-se registrar as medidas geométricas e


mecânicas do cupom antes do teste. Deve-se medir a espessura,
a dureza, a massa e o volume;

• Imersão - O processo de imersão consiste na exposição do cupom


de elastômero ao fluido de teste na pressão e temperatura de
operação. Uma pequena autoclave cilíndrica colocada em um
forno com temperatura controlada por termostato é utilizado
para simular as condições de operação. O cupom é suspenso
dentro da autoclave por um pequeno fio por uma de suas
extremidades. A suspensão do cupom desta maneira permite
que toda a sua superfície fique em contato com o fluido. Dois
ou três cupons de elastômeros do mesmo tipo são colocados
simultaneamente para garantir a repetibilidade do teste.

Uma vez que os cupons tenham sido instalados, a autoclave


é purgada três vezes com nitrogênio para remover possíveis 61
gases contaminantes. O fluido de teste é, então, bombeado do
cilindro de amostragem para dentro da autoclave, tendo sido
previamente chacoalhado para sua homogeneização. Durante
a transferência, a pressão é mantida acima do ponto de bolha
para garantir que todo o gás esteja em solução.O bombeio
continua até que o interior da autoclave tenha atingido a
pressão de teste.

A autoclave é aquecida até a temperatura de teste, aquecimento


este controlado por um termostato. As temperaturas de teste
variam de 20º a 60º C. A pressão é monitorada e controlada
durante o teste;

• Descompressão - Os cupons ficam imersos por 72 horas nas


condições de pressão e temperatura especificadas. Depois disso, a
autoclave é removida do forno e começa a resfriar. Quando atinge
a temperatura ambiente, a autoclave pode ser despressurizada.
Isto deve ser feito lentamente para permitir que líquidos e gases
que tenham penetrado no elastômero tenham tempo suficiente
para sair de dentro dele sem causar bolhas. A pressão é liberada
em degraus de 70 psi a cada cinco minutos, até que a pressão
atmosférica seja atingida. Nesse ponto o cupom é removido do
autoclave e limpo dos resíduos de fluidos;

CORPORATIVA
Alta Competência

• Medição final - Depois de remover o cupom da autoclave, a


magnitude do inchamento é determinada pela repetição das
medições feitas antes do teste. O cupom também é inspecionado
visualmente sob um microscópio (40x) para checar a ocorrência
de fraturas ou bolhas associada ao inchamento observado;

• Cálculos e resultados - As características de inchamento do


elastômero são apresentadas como percentuais de variação para
cada um dos seguintes parâmetros: massa, espessura, volume e
dureza.

Os resultados são usados para orientar a escolha do elastômero


para dada aplicação. Alguns fornecedores consideram aceitáveis
inchamentos da ordem de 2 a 5% em massa e de 2 a 4% de dureza.

2.5. Vazão da bomba


62
Quando o rotor perfaz uma revolução, uma cavidade se desloca de
um passo do estator. A vazão será, portanto, proporcional ao número
de voltas que o rotor dá em torno de seu eixo, ou seja, quanto maior
a rpm, maior será a vazão.

ATENÇÃO

Dá-se o nome de deslocamento da bomba ao


volume nominal produzido por uma bomba por rpm
(revoluções por minuto).

O deslocamento da bomba depende exclusivamente do volume da


cavidade e pode ser calculado a partir de sua geometria. A seguir,
podemos ver a fórmula de cálculo do deslocamento para uma bomba
de cavidades progressivas com um único lóbulo.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Single-lobe: V = 4eDp

Imperial: V = 5.94 x 10-1 eDp (V - bbl/d/rpm, e D, p - in)

SI - V = 5.76 x 10-6 eDp (V - m3/d/rpm, e, D, p - mm)

Importante!
Fique atento à aplicação dos diferentes sistemas de
unidades utilizados.

V = 4eDp onde: Estator


V = deslocamento da bomba
e = excentricidade da bomba
D = diâmetro do rotor
p = passo do estator
Área com Rotor Diâmetro
63
fluido do rotor

Passo do rotor 4x
Excentricidade
Passo do estator

Geometria de BCP com um lóbulo

A vazão teórica da bomba é o produto do pump displacement


(expresso em m3/dia/rpm) pela rotação da bomba.

O controle de vazão da bomba BCP é feito pelo ajuste do rpm


como se verá no capítulo destinado ao acionamento da bomba de
cavidades progressivas.

2.6. Capacidade de pressão

A capacidade de pressão de uma bomba pode ser definida como


o diferencial de pressão entre a descarga (recalque) e a sucção da
mesma, ou como a resultante do produto da capacidade de pressão
de uma cavidade pelo número de cavidades sucessivas.

CORPORATIVA
Alta Competência

A capacidade de pressão de uma cavidade depende da ação de


selagem exercida pela linha de interferência existente entre o
rotor e o estator entre duas cavidades consecutivas, e também do
tipo de fluido.

Quanto menor a capacidade de selagem da linha de interferência,


maior será o escorregamento de fluidos entre as cavidades (refluxo),
o que ocasiona redução da eficiência de bombeio (vazão real menor
que a vazão teórica).

A selagem exercida pela linha de interferência depende do ajuste


fino que existe entre as dimensões do rotor e do estator. Ajuste
para menor é chamado de undersize; ajuste para maior, de oversize; e
padrão, de standard.

64 ? VOCÊ SABIA?
A interferência absoluta da bomba é, por definição,
o quanto o rotor deforma o elastômero no contato
entre ambos. Esta deformação provoca uma tensão
normal ao contato, promovendo a vedação entre as
cavidades que, assim, tornam-se estanques.

O ajuste de interferência é sempre feito no rotor,


através de uma maior ou menor camada de cromo
na superfície externa do rotor. Este é definido de
acordo com o inchamento previsto para o elastômero
quando em contato com o fluido produzido e sob
efeito de pressão e temperatura.

Quanto maior o número de cavidades formadas, maior a capacidade


de pressão de uma bomba, pois maior será o número de linhas de
interferência ou selagem em série.

Costuma-se identificar a capacidade de pressão de uma bomba


como sendo a condição de diferencial de pressão que ela assume em
testes de bancada com ajuste normal de interferência entre o rotor
e o estator, tomando-se como referência a vazão de 70% da vazão
nominal (limite da bomba).

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Na ilustração a seguir podem ser observadas as áreas de selagem


entre cavidades que definem a capacidade de pressão de uma bomba
de cavidades progressivas.

D
PE > PD > PC > PB > PA
E
E D
C D

D C
C

Um C B
passo B
do
estator
B
B A
A

A
Escorregamento do fluido

Áreas de selagem entre cavidades e o


efeito de escorregamento

Diferencial de pressão excessivo sobre uma bomba de cavidades


65
progressivas resulta em:

• Baixa eficiência de bombeio por causa do escorregamento


excessivo;

• Deformação e cisalhamento excessivo do elastômero podendo


causar deformações permanentes ou danos;

• Desgaste acelerado do estator;

• Falha prematura do estator.

2.7. Fatores que influenciam na escolha da bomba BCP

Bombas de mesma capacidade de vazão e pressão ou que atendam


a uma dada condição operacional podem não atender a outras
condições impostas pela aplicação específica.

CORPORATIVA
Alta Competência

Limite do diâmetro do revestimento

O diâmetro do revestimento do poço é um fator limitante importante.


Bombas que atendam a uma mesma condição operacional podem
possuir, por conta de diferentes geometrias, diâmetros externos
diferentes.

Capacidade de produzir areia

Quando se trata de produzir poços com produção de areia significativa,


isto é, maior que 2%, deve-se levar em conta a habilidade da bomba
carrear areia. A habilidade de uma bomba carrear areia é diretamente
relacionada com a força que ela pode aplicar para mover a areia e a
quantidade de areia que tem que ser movida.

Bombeamento dos fluidos viscosos


66
Quando a aplicação requer o bombeio de fluidos viscosos, deve-
se levar em conta o fluxo na sucção da bomba. A velocidade
de enchimento da cavidade cai com a viscosidade do fluido. Se
a velocidade de bombeamento é maior que a velocidade de
enchimento da cavidade, haverá um enchimento incompleto da
cavidade provocando, possivelmente, cavitação, eficiência reduzida
e refrigeração insuficiente do elastômero.

Devem-se usar bombas com menor velocidade de cavidade quando


se quer bombear fluidos de alta viscosidade. Bombas com menor
velocidade de fluxo na cavidade são menos propensas aos problemas
expostos quando operam bombeando fluidos viscosos.

Limitações a altas frações de gás

Outra coisa que foi observada é que a frações de gás iguais ou


superiores a 80%, a bomba de cavidades progressivas não consegue
bombear líquido, fenômeno denominado “bloqueio de gás”.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Em casos de poços que tenham produção de gás associado, para se ter


uma boa eficiência de bombeio deve-se colocar a bomba de forma a
que se tenha na sucção da bomba uma pressão acima da pressão de
bolha, evitando assim a presença de gás livre.

2.8. Teste de bancada

Existem diversos modelos que pretendem prever o desempenho


da bomba em operação. Nenhum deles, entretanto, mostrou-se
inteiramente preciso, já que se trata de um fenômeno extremamente
complexo, que depende de inúmeros parâmetros, como a interferência
em operação, que depende do ajuste de interferência estator/rotor,
da expansão térmica do elastômero, da viscosidade do fluido, da
quantidade de gás, entre outros.

O desempenho de bombas de cavidades progressivas é levantado


em bancadas de teste. As curvas obtidas em rotações específicas são 67
utilizadas para aprovação das bombas, tanto pelo fabricante como
pelo comprador.

Uma bancada de teste típica está esquematizada a seguir.

Controle de
temperatura
Tanque
Pressão
de sucção Vazão
Ajuste Temperatura
de rotação

VSD Motor BCP

Ajuste de pressão
Pressão
Tensão, corrente, totação, torque recalque

Esquema de uma bancada de teste

Os resultados dos testes de bancada são submetidos à aprovação


do usuário que, através deles verificará se a bomba atende aos
requisitos de sua aplicação.

Nesses testes são medidos, em diversas rotações e pressões diferenciais,


a vazão e o torque, mantida a temperatura constante. O fluido
bombeado durante o teste influencia nos resultados, de tal forma
que é exigido uma especificação deste fluido também.

CORPORATIVA
Alta Competência

A norma Petrobras exige as seguintes condições de teste de bancada


para BCP:

• Fluido: óleo SAE 140;

• Temperatura de operação: 60 oC (+/- 5);

• Rotação de 250 rpm;

• Diferenciais de pressão em relação (Pmax- Po) - zero, 30%, 50%, 70%,


85% e 100%.

Po é a pressão atmosférica e Pmax é a pressão máxima de operação do


BCP e é especificada pelo fabricante na descrição da bomba.

68 A aprovação das curvas se dá mediante a aprovação em dois requisitos:


um associado à vazão, à pressão zero de descarga, e outro à pressão
máxima de operação.

Pode-se observar a seguir as seguintes tolerâncias para a vazão


medida à pressão zero de descarga:

a) Limite superior é igual 1,3 da vazão nominal da BCP (Qnt) à pressão


zero de descarga com a bomba a 250 rpm;

b) Limite inferior é igual à 0,95 da vazão nominal da BCP (Qnt) à


pressão zero de descarga com a bomba a 250 rpm;

A vazão nominal da BCP (Qnt) à pressão zero de descarga com a


bomba a 100 rpm é obtida da especificação da bomba dada pelo
fabricante. Se ao realizar o teste a 250 rpm a bomba enviada pelo
fabricante produzir uma vazão dentro dos limites de tolerância, o
resquisito 1 está atendido.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Vazão
Curva de teste
1,3Qn

Qn

Nsup.Qn
0,95 Qn

Ninf.Qn

Po Pmax Pressão

Curva de teste de bancada característica da bomba de


cavidades progressivas, com toletância e limites de eficiência

O segundo requisito está associado ao tipo de ajuste do motor,


que define as tolerâncias da vazão medida na pressão máxima de
operação do BCP.

As tolerâncias de vazão mostradas na curva acima de Pmax especificam 69


indiretamente o ajuste entre rotor e estator e, portanto, a espessura
da camada de cromo com que o rotor é revestido.

Na Petrobras, para cada tipo de ajuste, as seguintes tolerâncias


são utilizadas:

a) Ajuste standard - Ninf=70 % e Nsup= 95% da vazão nominal da BCP


(Qnt) à pressão máxima de descarga com a bomba a 250 rpm;

b) Ajuste undersize - Ninf=40% e Nsup= 60% da vazão nominal da BCP


(Qnt) à pressão máxima de descarga com a bomba a 250 rpm.

Se, ao realizar o teste de bancada a 250 rpm, a bomba enviada pelo


fabricante produzir uma vazão dentro dos limites de tolerância para
o ajuste especificado pelo fabricante, o resquisito 2 será atendido.

Se os dois requisitos foram atendidos, a bomba atenderá às suas


especificações e poderá ser utilizada.

CORPORATIVA
Alta Competência

Importante!
Como a rotação do teste de bancada é 250 rpm, não
se esqueça de multiplicar a vazão especificada pelo
fabricante (100 rpm) por 2,5 para calcular correta-
mente a vazão nominal da BCP (Qnt).

2.9. Padronização

Não existe uma padronização da codificação dos modelos de


bomba, tendo, cada fabricante, a sua própria forma de codificação.
Os parâmetros usuais de identificação de modelo baseiam-se
na vazão, capacidade de pressão, diâmetro de rotor e diâmetro
mínimo de tubing.

70 A nomenclatura padronizada da Petrobras é a seguinte:

xyz - aa - bbb -ccc -d


I insertável
x tipo de BCP
T tubular

L até 80º C
y temperatura máxima de operação M de 80ºC até 130ºC
H 130º C

V Variável
z espessura do elastômetro
C Constante
20 2 3/8 pol (60,3mm)
25 2 7/8 pol (73,3mm)
aa diâmetro mínimo de coluna de produção
30 3 1/2 pol (88,3mm)
40 4 3/8 pol (114,3mm)
vazão nominal da BCP á pressão zero
004,010,020,040,060,
bb de descarga (m3/dia @100 rpm, admitidas
080,100
toleância conforme o item 2.8)

pressão máxima de operação da BCP-Pmax


ccc (kgf/cm2 devendo atender ao limites 080,100,120,150,180
de eficiência volumétrica conforme o item 2.8)
S standard
d Tipo de ajuste do rotor
U undersize

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Além disso, a descrição da bomba de cavidades progressivas deve


conter as características limites do ambiente do poço (aromáticos,
H2S e CO2), o tipo e o diâmetro de roscas do estator e rotor.

Como exemplo, temos que a nomenclatura Petrobras de uma bomba


de cavidades progressivas, tubular com diâmetro nominal mínimo da
coluna de produção 2 3/8 polegadas, estator com rosca em ambas
as extremidades conforme API Spec 5B, rotor com rosca pino parte
superior API Spec 11B, vazão nominal da bomba igual a 10 m3/dia
(tolerância de vazão 5 % a 30 %) @ 100 rpm, ajuste de rotor “standard”,
ambiente de poço não agressivo, temperatura máxima de operação
80 ºC, pressão máxima de qualificação 100 kgf/cm2, espessura de
elastômero variável é dada por:

TLV-20-010-100-S

2.10. Normas técnicas 71

As principais normas aplicáveis às bombas BCP são a norma


Petrobras – N-2506 A e a norma ISO 15136-I. Importante que se
tenha conhecimento e se possua essas normas à mão sempre que
necessário. Diversas atividades relacionadas ao bombeio de cavidades
progressivas, tais como dimensionamento e projeto, especificação
para compra, parecer técnico em propostas técnicas, previsão de
consumo, armazenamento, instalação, etc, não devem ser realizadas
sem o prévio conhecimento de tais normas, especialmente a N2506.

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

A bomba de cavidades progressivas é constituída,


basicamente, de um estator e um rotor.

O estator é composto de um tubo de aço revestido


internamente com elastômero. O rotor é constituído
de material metálico de formato excêntrico.

O conjunto, quando o rotor está inserido dentro do


estator, forma uma série de cavidades isoladas umas
das outras por linhas de interferência ou selagem ou
contato.

Ao girar o rotor dentro do estator, mantido o estator


parado, as cavidades se movimentam axialmente
72 da sucção para o recalque/descarga da bomba,
promovendo a ação de bombeio.

• Tipo de instalação: tubulares e insertáveis;

• Forma de distribuição da borracha: convencionais e


camada constante;

• Número de lóbulos: single-lobe e multi-lobe.

Sempre o estator tem um lódulo a mais que o rotor.

O comportamento de um elastômero em um
determinado fluido de reservatório não pode ser
previsto com precisão baseando-se apenas nas
propriedades químicas do elastômero e do fluido.
Testes laboratoriais são necessários para se quantificar
o inchamento confiável, isso para cada combinação de
elastômero, fluido e condição operacional.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

RESUMINDO...

O desempenho de bombas de cavidades progressivas


é levantado em bancadas de teste Os resultados dos
testes de bancada são submetidos à aprovação do
usuário que, através deles, verificará se a bomba
atende aos requisitos de sua aplicação.

A descrição de uma bomba de cavidades progressivas


precisa, obrigatoriamente, incluir:

• Tipo de bomba;

• Diâmetro nominal mínimo da coluna de produção;

• Tipo e diâmetro de roscas do estator e rotor;


73
• Vazão nominal e respectivas tolerâncias;

• Tipo de ajuste do rotor: características limites do


ambiente do poço (aromáticos, H2S, CO2, e temperatura
de operação);

• Pressão máxima de qualificação.

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Alta Competência

2.11. Exercícios

1) Marque a alternativa correta:

a) Quais são os principais componentes de uma bomba BCP?

( ) Estator e elastômero

( ) Elastômero e rotor

( ) Estator e rotor

( ) Hipociclóide e hélice

b) O movimeto do rotor dentro do estator é a combinação de dois


movimentos:
( ) Um movimento no sentido anti-horário do rotor em torno
de seu próprio eixo e um movimento no sentido horário
excentricamente em torno do eixo do estator.
74
( ) Um movimento no sentido horário do rotor em torno de
seu próprio eixo e um movimento no sentido anti-horário
sem excentricamente em torno do eixo do estator.
( ) Um movimento no sentido horário do estator em torno de
seu próprio eixo e um movimento no sentido anti-horário
excentricamente em torno do eixo do rotor.
( ) Um movimento no sentido horário do rotor em torno de
seu próprio eixo e um movimento no sentido anti-horário
excentricamente em torno do eixo do estator.
2) Reconheça, na ilustração a seguir, as linhas de interferência ou se-
lagem e responda qual é a sua principal função.

b
a)______________________________
_

b)______________________________
_
a
c)______________________________
_

d d)______________________________
_
c

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

3) Reconheças as característica da bomba de cavidades progressivas


a seguir:

B2 ( ) Cavidades
A2 ( ) Linhas de selagem
B1
( ) Envelope do estator
H1
( ) Envelope do rotor
H2 A3 ( ) Excentricidade do rotor
O2 e O1
em relação ao estator.
( ) Hipociclóide R = 4
E2
( ) Hipociclóide R = 3
E1
( ) Centro do estator
A1
B3
( ) Centro do rotor

4) Reconheças as trajetórias ou movimentos do estator e do rotor das


bombas de cavidades progressivas a seguir com base na suas geome-
75
trias, bem como sua classificação pelo número de lóbulos.

a b c

( ) Estator com hipociclóide R = 3, Rotor com hipociclóide com R


= 2 de uma bomba de cavidades progressivas multi-lobe 2:3.
( ) Estator com hipociclóide R = 4, Rotor com hipociclóide com R
= 3 de uma bomba de cavidades progressivas multi-lobe 3:4.
( ) Estator com hipociclóide R = 2, Rotor com hipociclóide com
R = 1 de uma bomba de cavidades progressivas single-lobe 1:2.

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5) Marque a alternativa correta:

a) Qual a seqüencia correta estabelecida no procedimento de tes-


te de inchamento de um elastômero?
( ) Preparação de cupom de elastômero; amostragem do flui-
do; imersão; medição inicial; descompressão; medição final
e cálculo dos resultados.
( ) Medição inicial; cálculo; amostragem do fluido;
preparação de cupom de elastômero; imersão;
descompressão e medição final.
( ) Amostragem do fluido; preparação de cupom de elastô-
mero; medição inicial; descompressão; medição final e cál-
culo dos resultados.
( ) Amostragem do fluido; preparação de cupom de elastôme-
ro; medição inicial; imersão; descompressão; medição final
e cálculo dos resultados.
76 b) Os cupons ficam imersos por quanto tempo:

( ) 70 horas

( ) 72 horas

( ) 40 horas

( ) 71 horas

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

c) Quando um rotor perfaz uma revolução, uma cavidade se des-


cola de um passo do estator. Com base nessa informação, indique
a sequência correta do quadro-a-quadro a seguir, tomando como
referencia inicial a ilustração C.

I-I
I



I-I
I



I-I
I

I-I


I



I
I
H-H

H-H

H-H
H-H
H

H
H

H
H

H
H
/2

G-G

/2

G-G

/2

G-G
/2
G

G-G
G
G

G
G

G
G
F

F
F-F

F
F-F
F

F-F
F
F

F-F
F
E-E

E-E

E-E
E-E
E

E
E

E

E

E

E

D-D
D-D
D-D

D
D
D

D-D

D
D
D

/2
/2
/2

/2

C-C
C

C-C

C
C

C-C

C
C

C-C
C

B-B
B
B
B

B-B
B

B
B-B
B

B-B
B

A
A

A-A
A

A
0

A-A
A

A
0

A-A

A-A
A B C D

( ) A,B, C, D

( ) C, A, D, C
77
( ) C, D, B, A

( ) C, D, A, B

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6) Com relação às características de uma bomba de cavidades pro-


gressivas, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das
afirmativas:
( ) Quanto menor o rpm do rotor, maior será a vazão da BCP.
( ) Dá-se o nome de deslocamento da bomba ao volume no-
minal produzido por uma BCP por rpm, esse deslocamento
independe do volume da cavidade desta bomba.
( )

( ) A interferência absoluta da bomba é, por definição, o


quanto o rotor deforma o elastômero no contato entre
ambos. Esta deformação provoca uma tensão normal ao
contato, promovendo a vedação entre as cavidades que,
assim, tornam-se estanques.
( ) A selagem exercida pela linha de interferência não depen-
78 de do ajuste fino que existe entre as dimensões do rotor
e do estator, pois esse ajuste ocorre naturalmente através
dos processos conhecidos de undersize, oversize e standard.
( ) O ajuste de interferência entre rotor e estator é sempre fei-
to no rotor, através da aplicação de uma maior ou menor
camada de cromo na superfície externa do rotor.
7) A vazão nominal da bomba TLV – 25 – 40 – 100 S é:

( ) 25 m3/dia

( ) 40 m3/dia

( ) 100 m3/dia

( ) 30 m3/dia

8) Uma bomba TLV – 30 – 60 – 120 S, se operada com 200 rpm e 5 m3/


dia de escorregamento terá vazão de :

( ) 100 m3/dia

( ) 115 m3/dia

( ) 120 m3/dia

( ) 200 m3/dia

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

9) Um poço com elevado inchamento deve ser instalado com uma


bomba BCP com rotor:

( ) oversize

( ) undersize

( ) standard

10) A pressão nominal da bomba TLV – 25 – 60 – 120 S é:

( ) 100 kgf/cm2

( ) 120 Kgf/cm2

( ) 200 kgf/cm2

( ) 50 kgf/cm2

11) A bomba TLV – 25 – 40 – 100 S tem rotor com ajuste de interfe-


rência:
79
( ) oversize

( ) standard

( ) undersize

12) Complete as lacunas:

O sistema BCP é superior aos demais métodos de bombeio na


capacidade de bombear _________________ e no bombeio de
fluidos de elevada _________________, mas tem capacidade
bastante limitada de bombear fluido com alta _________________
e limitações de _________________ e diferencial de
_________________. Outra limitação é a sua capacidade de
bombear fluidos com elevados teores de _________________ ou
de gás _________________.

13) São características geométricas de uma bomba BCP:

( ) passo do rotor

( ) passo do estator

( ) diâmetro da haste de bombeio

( ) vazão nominal

( ) pressão nominal

( ) diâmetro do rotor

CORPORATIVA
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14) O que define a capacidade de pressão da bomba BCP é:

( ) o passo do estator

( ) o passo do rotor

( ) a vazão nominal

( ) o número de estágios

( ) o comprimento do estator

15) O que define a capacidade de carrear sólidos de uma bomba BCP é:

( ) a velocidade de cavidade

( ) o passo do estator

( ) o ângulo de varredura do rotor

( ) o diâmetro do rotor
80 ( ) a excentricidade

16) O que define a capacidade de bombear fluidos viscosos em uma


bomba BCP é:

( ) a velocidade de cavidade

( ) o ângulo de varredura do rotor

( ) o passo do estator

( ) o diâmetro do rotor

17) A relação entre o passo do estator e o passo do rotor em uma


bomba single-lobe é:

( )2:1

( )3:2

( )4:3

( )5:4

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

18) A relação entre o passo do estator e o passo do rotor em uma


bomba dual lobe é:

( )2:1

( )3:2

( )4:3

( )5:4

19) Um estágio de uma bomba dual lobe tem capacidade de diferen-


cial de pressão igual a:

( ) 2 vezes e meia a de uma bomba single-lobe

( ) 1 vez e meia a de uma bomba single-lobe

( ) 2 vezes a de uma bomba single-lobe

( ) 3 vezes a de uma bomba single-lobe


81
20) Uma maior interferência provoca:

( ) maior escorregamento na bomba

( ) menor escorregamento na bomba

( ) maior torque de fricção na bomba

( ) menor torque de fricção na bomba

( ) maior capacidade de selagem das cavidades

( ) menor capacidade de selagem das cavidades

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21) Calcular a vazão nominal da bomba com as seguintes caracterís-


ticas geométricas:
Excentricidade = 6 mm

Passo do Estator = 200 mm

Diâmetro do rotor = 40 mm

As curvas apresentadas nos problemas 22, 23 e 24 foram levantadas


em bancada com a mesma rpm.

22) Quais das seguintes bombas de mesmas características geométri-


cas possui a maior interferência?

120

100

80
Qt1
82
vazão

60 Qt2
Qt3
40

20

0
0 50 100 150
pressão

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

23) Quais das seguintes bombas possui maior vazão nominal?

35

30

25

20 Qt1
vazão

15 Qt2
Qt3
10

0
0 50 100 150
pressão

________________________________________________________________

24) Quais das seguintes bombas possui maior capacidade de pressão


nominal? 83

120

100

80
Qt1
vazão

60 Qt2
Qt3
40

20

0
0 50 100 150
pressão

________________________________________________________________

25) Calcule a vazão de uma bomba de vazão nominal de 20 m3/dia


quando opera a 300 rpm, supondo que não haja escorregamento.

________________________________________________________________

CORPORATIVA
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26) Uma bomba de vazão 20 m3/dia 100 rpm e pressão nominal de


100 Kgf/cm2 tem os seguintes dados de teste de bancada com água e
@ 250 rpm:

Pressão Vazão
0 50
40 49
50 48
75 44
100 38

Estime a vazão da bomba operando @ 200 rpm, com óleo de


50 cp na pressão de 80 kgf/cm2, considerando que o escorrega-
mento na pressão de operação para viscosidade de 50 cp é de
1,44 m3/dia.

____________________________________________________________
____________________________________________________________
84 ____________________________________________________________
_____________________________________________________________

27) Qual a diferença entre bomba insertável e bomba tubular? Quais


as vantagens e desvantagens de uma e de outra?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

28) Qual a vantagem de se usar uma bomba com camada constante


de borracha se ela é muito mais cara que uma convencional?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

29) Em quais dos seguintes poços você utilizaria o método BCP?

Poço 1 :

Q = 500 m3/dia, AMT = 1000 metros, RGL = 5 m3/m3, API = 38,


viscosidade = 10 cp, CO2 = 0%, H2S = 5%, Aromáticos = 6%

____________________________________________________________
_____________________________________________________________

Poço 2 :

Q = 40 m3/dia, AMT = 800 metros, RGL=100 m3/m3, API=30,


viscosidade = 2 cp, CO2 = 10%, H2S= 0%, Aromáticos = 1%

____________________________________________________________
_____________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________

Poço 3 :
85
Q = 50 m3/dia, AMT = 1000 metros, RGL = 5 m3/m3, API = 25, visco-
sidade = 100 cp, CO2 = 0%, H2S = 0%, Aromáticos = 0%

____________________________________________________________
_____________________________________________________________

Poço 4 :

Q = 40 m3/dia, AMT = 800 metros, RGL=10 m3/m3, API=30, viscosi-


dade = 2 cp, CO2 = 1%, H2S= 0%, Aromáticos = 1%

_____________________________________________________________

30) Dê as características da seguinte bomba segundo a norma

Petrobras TLV-25-20-100U

____________________________________________________________
_____________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________

CORPORATIVA
Alta Competência

2.12. Glossário
Abrasão - efeito de erosão provocado em equipamentos quando expostos ao
contato de agente abrasivo, por exemplo, a areia. Os sedimentos produzidos do
reservatório (principalmente areia) são carreados no fluido produzido, erodem as
paredes dos dutos e dos outros equipamentos de coleta, como o choke.

Adjacente - que está com contato, unido, próximo, vizinho, contíguo ou confiante.

API (ou grau API) - escala hidrométrica idealizada pelo American Petroleum Institute
- API, juntamente com a National Bureau of Standards, e utilizada para medir a
densidade relativa de líquidos.

Aromáticos - petróleo com elevada composição de hidrocarbonetos aromáticos, ou


seja, aquele que possui, em sua molécula, pelo menos um anel de benzeno.

Asfaltenos - compontente do betume (asfalto proveniente de destilação de petróleo).

Assentamento - é medida a elongação residual após certo tempo de ter sido estirado
a amostra. A elasticidade do elastômero cresce com o valor de resiliência e com o
decréscimo das demais propriedades.

ASTM - American Society for Testing and Materials. Sociedade Americana para Testes e
86 Materiais.

Autoclave - vaso de pressão submetido ao aquecimento, utilizado para fazer a


união, cura ou selagem via térmica, de componentes; ou ainda, para realizar testes
relacionados com o meio ambiente.

Axialmente - colocado sobre ou em torno de um eixo de rotação, ou a ele referido.

BCP - Bombas de Cavidades Progressivas.

BCP multi-lobe - Bomba de Cavidades progressivas com um rotor de três ou mais


lóbulos.

BCP single-lobe - Bomba de Cavidades progressivas com um rotor de apenas um


lóbulo.

Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de gás em líquido por efeito de forças


de natureza mecânica.

Cisalhamento - deformação que sofre um corpo quando sujeito à ação de forças cortantes.

Coluna de produção - conjunto de tubos de produção por onde escoa a produção


dos poços.

Creep - uma força constante é aplicada a uma amostra e a deformação é medida


periodicamente.

Curva plana - planicidade da supercície de uma curva, ou seja, se esta curva for
deixada sobre o tampo plano de uma mesa e ficar inteiramente apoiada sobre ele,
pode-se imaginar o que vem a ser uma curva plana.

Curva reversa - curva não plana.

Elastômero - polímero com propriedades físicas parecidas com as da borracha.

Elongação - deformação longitudinal de uma barra metálica submetida ao esforço de


tração.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

Equidistante - o que dista igualmente.

Excentricidade - desvio ou afastamento do centro.

Extrudado - produto proveniente de um processo de extrusão: processo metalúrgico


que consiste na deformação plástica a quente do tarugo de um material fazendo-o
passar pela ação de um pistão, através do orifício de uma matriz que apresenta o
contorno da seção do produto que se quer obter.

Helicóide - que tem a forma de, ou é semelhante a hélice; em caracol; helicoidal.

Hipociclóide - caminho traçado por um ponto sobre um círculo que rola por dentro
da circunferência de um outro círculo.

Histerese - fenômeno que consiste na resposta de um sistema a uma solicitação externa


se atrasar em relação ao incremento ou à atenuação dessa solicitação, como, p. ex.,
na magnetização e desmagnetização do ferro doce por um campo magnético.

IRHD (International Rubber Hardness Degrees) - dureza IRHD.

Linhas de interferência ou selagem - áreas de contato entre a superfície externa do


rotor e a superfície interna de um estator de uma BCP.

Nafteno - designação genérica de hidrocarbonetos cíclicos saturados, de derivados 87


do ciclopentano e do cicloexano.

Nível dinâmico - distância medida entre a superfície e o topo da coluna de líquido


que se forma no espaço anular quando o poço está em produção.

Parafinas - designação genérica dos hidrocarbonetos saturados. Material sólido, branco,


translúcido, proveniente da destilação do alcatrão do petróleo, ou do alcatrão de
madeira, constituído por uma mistura de hidrocarbonetos saturados e insaturados.

Pressão intermolecular - pressão que ocorre entre moléculas.

Purgar - tornar puro; purificar, limpar.

Relaxação da tensão - a redução de força necessária para manter a mesma deformação


é medida no tempo (ADTM D1390).

Rosca pino - rosca localizada na extremidade de uma haste de BCP e que permite
que esta se conecte mecanicamente a uma haste seguinte mediante a presença de
uma luva.

Rpm - rotações por minuto (abreviado rpm, rpm, r/min, rot/min, ou r·min−1) é uma
unidade de frequência, usada para medir a velocidade de rotação de um objeto sobre
um eixo fixo e representa o número de rotações completas efetuadas por minuto.

Superfície regrada - superfície não plana.

Torque - sistema de duas forças paralelas de suportes distintos, com sentidos


opostos, e que atuam sobre um corpo.

Tubing - coluna de produção.

CORPORATIVA
Alta Competência

2.13. Bibliografia
ASSMANN, B. W. Bombeio de Cavidades Progressivas. Apostila. Petrobras - UN-
RNCE, 2008.

VIDAL, F. J. T. V., Desenvolvimento de um simulador de bombeio por cavidades


progressivass. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Natal, 2005.

88

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

2.14. Gabarito
1) Marque a alternativa correta:

a) Quais são os principais componentes de uma bomba BCP?

( ) Estator e elastômero

( ) Elastômero e rotor

( X ) Estator e rotor

( ) Hipociclóide e hélice

b) O movimeto do rotor dentro do estator é a combinação de dois movimentos:

( ) Um movimento no sentido anti-horário do rotor em torno de seu próprio


eixo e um movimento no sentido horário excentricamente em torno do
eixo do estator.
( ) Um movimento no sentido horário do rotor em torno de seu próprio eixo
e um movimento no sentido anti-horário sem excentricamente em torno
do eixo do estator.
( ) Um movimento no sentido horário do estator em torno de seu próprio 89
eixo e um movimento no sentido anti-horário excentricamente em torno
do eixo do rotor.
(X) Um movimento no sentido horário do rotor em torno de seu próprio eixo
e um movimento no sentido anti-horário excentricamente em torno do
eixo do estator.

2) Reconheça, na ilustração a seguir, as linhas de interferência ou selagem e


responda qual é a sua principal função.

a) Cavidade e alta pressão


b
b) Linhas de selagem

c) Cavidade de pressão média


a
d) Cavidade de baixa pressão

A principal função é definir as interfaces


d
c selantes formadas a partir do contato
entre o rotor e o estator, permitindo,
deste modo, a formação das cavidades.

CORPORATIVA
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3) Reconheças as característica da bomba de cavidades progressivas a seguir:

B2 (A1, 2, 3) Cavidades
A2 (B1, 2, 3) Linhas de selagem
(E1) Envelope do estator
B1
H1
(E2) Envelope do rotor

H2 A3 (e) Excentricidade do rotor em


relação ao estator.
O2 e O1
(H1) Hipociclóide R = 4
E2 (H2) Hipociclóide R = 3
E1 (O1) Centro do estator
A1
(O2) Centro do rotor
B3

4) Reconheças as trajetórias ou movimentos do estator e do rotor das bombas


de cavidades progressivas a seguir com base na suas geometrias, bem como sua
classificação pelo número de lóbulos.

90

a b c

(C) Estator com hipociclóide R = 3, Rotor com hipociclóide com R = 2 de uma


bomba de cavidades progressivas multi-lobe 2:3.
(A) Estator com hipociclóide R = 4, Rotor com hipociclóide com R = 3 de uma
bomba de cavidades progressivas multi-lobe 3:4.
(B) Estator com hipociclóide R = 2, Rotor com hipociclóide com R = 1 de uma
bomba de cavidades progressivas single-lobe 1:2.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

5) Marque a alternativa correta:

a) Qual a sequência correta estabelecida no procedimento de teste de inchamento


de um elastômero?

( ) Preparação de cupom de elastômero; amostragem do fluido; imersão;


medição inicial; descompressão; medição final e cálculo dos resultados.
( ) Medição inicial; cálculo; amostragem do fluido; preparação de cupom de
elastômero; imersão; descompressão e medição final.
( ) Amostragem do fluido; preparação de cupom de elastômero; medição
inicial; descompressão; medição final e cálculo dos resultados.
(X) Amostragem do fluido; preparação de cupom de elastômero; medição
inicial; imersão; descompressão; medição final e cálculo dos resultados.
b) Os cupons ficam imersos por quanto tempo:

( ) 70 horas

( X ) 72 horas

( ) 40 horas

( ) 71 horas

c) Quando um rotor perfaz uma revolução, uma cavidade se descola de um passo 91


do estator. Com base nessa informação, indique a sequência correta do quadro-a-
quadro a seguir, tomando como referencia inicial a ilustração C.
I-I
I



I-I
I


I

I-I
I


I

I-I
I


I
H-H

H-H

H-H

H-H
H

H
H

H
/2

G-G

/2

G-G

/2
G

G-G
G
G

/2

G-G
G

G
F

F
F-F

F-F
F

F-F
F

F-F
F
E-E

E-E

E-E
E

E
E

E

E-E
E

E

D-D
D-D

D
D

D-D
D
D

D-D
D

D
/2
/2

/2

/2
C

C-C
C

C-C

C
C

C-C
C

C-C
C
B
B

B-B
B

B
B-B
B

B-B
B

B-B
B
A
A

A
0

A-A
A

A
0

A-A

A-A

A
0

A-A

A B C D

( ) A,B, C, D

( ) C, A, D, C

( ) C, D, B, A

( X ) C, D, A, B

CORPORATIVA
Alta Competência

6) Com relação às características de uma bomba de cavidades progressivas, marque


V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

(F) Quanto menor o rpm do rotor, maior será a vazão da BCP.


Justificativa: quanto maior o rpm do rotor, maior será a vazão da bomba
de cavidades progressivas.
(F) Dá-se o nome de deslocamento da bomba ao volume nominal produzido
por uma BCP por rpm, esse deslocamento independe do volume da
cavidade desta bomba.
Justificativa: dá-se o nome de deslocamento da bomba ao volume
nominal produzido por uma bomba de cavidades progressivas por rpm;
esse deslocamento depende do volume da cavidade desta bomba.
(F)

(V) A interferência absoluta da bomba é, por definição, o quanto o rotor


deforma o elastômero no contato entre ambos. Esta deformação provoca
uma tensão normal ao contato, promovendo a vedação entre as cavidades
que, assim, tornam-se estanques.
92 (F) A selagem exercida pela linha de interferência não depende do ajuste
fino que existe entre as dimensões do rotor e do estator, pois esse ajuste
ocorre naturalmente através dos processos conhecidos de undersize,
oversize e standard.
Justificativa: a selagem exercida pela linha de interferência depende do
ajuste fino que existe entre as dimensões do rotor e do estator. Ajuste
para menor é chamado de undersize; ajuste para maior, de oversize, e
padrão, de standard.
(V) O ajuste de interferência entre rotor e estator é sempre feito no rotor,
através da aplicação de uma maior ou menor camada de cromo na
superfície externa do rotor.
7) A vazão nominal da bomba TLV – 25 – 40 – 100 S é:

( ) 25 m3/dia

( X ) 40 m3/dia

( ) 100 m3/dia

( ) 30 m3 /dia

8) Uma bomba TLV – 30 – 60 – 120 S, se operada com 200 rpm e 5 m3/dia de


escorregamento terá vazão de :

( ) 100 m3/dia

( X ) 115 m3/dia

( ) 120 m3/dia

( ) 200 m3/dia

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

9) Um poço com elevado inchamento deve ser instalado com uma bomba BCP
com rotor:

( ) oversize

( X ) undersize

( ) standard

10) A pressão nominal da bomba TLV – 25 – 60 – 120 S é:

( ) 100 kgf/cm2

( X ) 120 Kgf/cm2

( ) 200 kgf/cm2

( ) 50 kgf/cm2

11) A bomba TLV – 25 – 40 – 100 S tem rotor com ajuste de interferência

( ) oversize

( X ) standard

( ) undersize
93
12) Complete as lacunas:

O sistema BCP é superior aos demais métodos de bombeio na capacidade de


bombear sólidos e no bombeio de fluidos de elevada viscosidade, mas tem
capacidade bastante limitada de bombear fluido com alta RGL e limitações de
vazão e diferencial de pressão. Outra limitação é a sua capacidade de bombear
fluidos com elevados teores de aromáticos ou de gás sulfídrico.

13) São características geométricas de uma bomba BCP:

( X ) passo do rotor

( X ) passo do estator

( ) diâmetro da haste de bombeio

( ) vazão nominal

( ) pressão nominal

( X ) diâmetro do rotor

14) O que define a capacidade de pressão da bomba BCP é:

( ) o passo do estator

( ) o passo do rotor

( ) a vazão nominal

( X ) o número de estágios

( ) o comprimento do estator

CORPORATIVA
Alta Competência

15) O que define a capacidade de carrear sólidos de uma bomba BCP é:

( ) a velocidade de cavidade

( ) o passo do estator

( X ) o ângulo de varredura do rotor

( ) o diâmetro do rotor

( ) a excentricidade

16) O que define a capacidade de bombear fluidos viscosos em uma bomba BCP é:

( X ) a velocidade de cavidade

( ) o ângulo de varredura do rotor

( ) o passo do estator

( ) o diâmetro do rotor

17) A relação entre o passo do estator e o passo do rotor em uma bomba single-
lobe é:

(X)2:1
94
( )3:2

( )4:3

( )5:4

18) A relação entre o passo do estator e o passo do rotor em uma bomba dual
lobe é:

( )2:1

(X)3:2

( )4:3

( )5:4

19) Um estágio de uma bomba dual lobe tem capacidade de diferencial de pressão
igual a:

( ) 2 vezes e meia a de uma bomba single-lobe

( X ) 1 vez e meia a de uma bomba single-lobe

( ) 2 vezes a de uma bomba single-lobe

( ) 3 vezes a de uma bomba single-lobe

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

20) Uma maior interferência provoca:

( ) maior escorregamento na bomba

( X ) menor escorregamento na bomba

( X ) maior torque de fricção na bomba

( ) menor torque de fricção na bomba

( X ) maior capacidade de selagem das cavidades

( ) menor capacidade de selagem das cavidades

21) Calcular a vazão nominal da bomba com as seguintes características


geométricas:

Excentricidade = 6 mm

Passo do Estator = 200 mm

Diâmetro do rotor = 40 mm

V= 4eDP= 4 x 0,06 x 0,04 x 0,2

Cálculo do volume de um passo de estator em m3:


95
Como a vazão nominal é dada pelo volume deslocado em um dia a 100 rpm, será
este o volume de um passo, multiplicado por 100 rpm e multiplicado pelo número
de minutos existentes em um dia.

Qn = 4eDp x 100 x 24 x 60rev = 4 x 0,006 x 0,04 x 0,2 x 100 x 24 x 60 = 27,65 m3/dia

As curvas apresentadas nos problemas 22, 23 e 24 foram levantadas em bancada


com a mesma rpm.

CORPORATIVA
Alta Competência

22) Quais das seguintes bombas de mesmas características geométricas possui a


maior interferência?

120

100

80
Qt1
vazão

60 Qt2
Qt3
40

20

0
0 50 100 150
pressão

Solução: A bomba Qt1 tem menor vazão com diferencial de pressão nulo e menor
escorregamento no direferencial de pressão máximo, portanto é a que tem maior
interferência.

23) Quais das seguintes bombas possui maior vazão nominal?

96 35

30

25

20 Qt1
vazão

15 Qt2
Qt3
10

0
0 50 100 150
pressão

Solução: A Bomba 2 tem maior vazão nominal

24) Quais das seguintes bombas possui maior capacidade de pressão nominal?

120

100

80
Qt1
vazão

60 Qt2
Qt3
40

20

0
0 50 100 150
pressão

Resposta : Curava Qt1

CORPORATIVA
Capítulo 2. Bomba de cavidades progressivas (BCP)

25) Calcule a vazão de uma bomba de vazão nominal de 20 m3/dia quando opera a
300 rpm, supondo que não haja escorregamento.

Solucão:

26) Uma bomba de vazão 20 m3/dia 100 rpm e pressão nominal de 100 Kgf/cm2 tem
os seguintes dados de teste de bancada com água e @ 250 rpm:

Pressão Vazão
0 50
40 49
50 48
75 44
100 38

Estime a vazão da bomba operando @ 200 rpm, com óleo de 50 cp na pressão


de 80 kgf/cm2, considerando que o escorregamento na pressão de operação para
viscosidade de 50 cp é de 1,44 m3/dia.

Solução:

A vazão nominal da bomba é


97

Na velocidade de 200 rpm e com o escorregamento, a vazão da bomba será:

27) Qual a diferença entre bomba insertável e bomba tubular? Quais as vantagens
e desvantagens de uma e de outra?

Solução: Na bomba tubular, o estator é conectado à extremidade da coluna de


produção, enquanto na bomba insertável o estator é descido na coluna de hastes
junto com o rotor, insertado na coluna de produção e afixado a esta através de um
nipple de assentamento.

A vantangem da bomba insertável é que seu estator pode ser trocado manobrando
apenas a coluna de hastes, o que requer equipamento de menor capacidade de
carga. Porém, ela tem capacidade de vazão menor para o mesmo diâmetro da
coluna. A bomba tubular tem maior vazão para a mesma coluna de produção, mas
requer sonda de maior capacidade de carga para troca de seu estator. A decisão
entre a utilização de uma e de outra dependerá da vazão do poço e da frequência
de falhas no estator.

28) Qual a vantagem de se usar uma bomba com camada constante de borracha se
ela é muito mais cara que uma convencional?

A bomba de camada constante de borracha é menos suscetível ao inchamento e


expansão térmica, sendo indicada naquelas áreas que apresentam problemas de
prisão do rotor por temperatura ou inchamento de gás inerte ou aromáticos.

CORPORATIVA
Alta Competência

29) Em quais dos seguintes poços você utilizaria o método BCP?

Poço 1 :

Q = 500 m3/dia, AMT = 1000 metros, RGL = 5 m3/m3, API = 38, viscosidade = 10 cp,
CO2 = 0%, H2S = 5%, Aromáticos = 6%

Este poço tem elevado teor de aromáticos, tornando a borracha mais suscetível de
inchamento. Contra-indicado BCP.

Poço 2 :

Q = 40 m3/dia, AMT = 800 metros, RGL=100 m3/m3, API=30, viscosidade = 2 cp, CO2
= 10%, H2S= 0%, Aromáticos = 1%

Este poço tem uma RGL relativamente alta, mas nada impede que se use BCP com
uma pressão de sucção que garanta que a maior parte do gás estará em solução.

Poço 3 :

Q = 50 m3/dia, AMT = 1000 metros, RGL = 5 m3/m3, API = 25, viscosidade = 100 cp,
CO2 = 0%, H2S = 0%, Aromáticos = 0%

Excelente poço para BCP, especialmente por causa da viscosidade elevada do


fluido. Sem contra-indicações.
98
Poço 4 :

Q = 40 m3/dia, AMT = 800 metros, RGL=10 m3/m3, API=30, viscosidade = 2 cp, CO2 =
1%, H2S= 0%, Aromáticos = 1%

Outro poço sem contra-indicações para BCP.

30) Dê as características da seguinte bomba segundo a norma

Petrobras TLV-25-20-100U

TLV-25-20-100U Bomba tubular, para temperatura de operação de até 80º C,


borracha de espessura variável, para coluna mínima de 2 7/8 pol, com vazão de
20 m3/dia a 100 rpm, diferencial de pressão nominal de 100 kgf/cm2 e rotor com
ajuste de interferência undersize.

CORPORATIVA
Capítulo 3
Cabeçote
de BCP

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar o cabeçote da bomba de cavidades progressivas


e seus componentes;
• Entender o funcionamento do cabeçote de bomba de
cavidades progressivas;
• Reconhecer sua classificação, características e codificação.

CORPORATIVA
Alta Competência

100

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

3. Cabeçote de BCP

O
cabeçote de acionamento da bomba de cavidades
progressivas ou simplesmente cabeçote de BCP, é um dos
equipamentos usados na produção de petróleo onde o
método de elevação é o bombeio de cavidades progressivas. Ele é
responsável, principalmente, pela sustentação das cargas axiais de
um poço produtor e pela transmissão do movimento de rotação do
motor elétrico às hastes de bombeio.

101

Cabeçote de BCP

O cabeçote de acionamento compreende uma estrutura de suporte,


um rolamento e um redutor fixo ou sistema de polia e correia.
Ele pode ser enroscado diretamente na cabeça de produção ou através
de uma conexão flangeada.

Por definição da norma Petrobras N-2659 o cabeçote é um conjunto


motriz de superfície destinado ao acionamento da bomba de
cavidades progressivas através do movimento rotativo da coluna
de hastes. Este conjunto consiste basicamente de motor, redutor
de velocidade e/ou acoplamento por correias e polias e o sistema
de controle da reversão. Além disso, o cabeçote inclui a caixa de
engaxetamento (stuffing box), que faz a vedação na passagem da
haste polida, e pedestal que permite a instalação do motor.

CORPORATIVA
Alta Competência

O cabeçote de acionamento é um redutor de velocidade do motor


elétrico que o aciona. Como os motores elétricos operam em alta
rotação (aproximadamente 3500 rpm) e a rotação das bombas de
fundo de cavidades progressivas trabalha na faixa de 100 a 400
rpm, o cabeçote faz o papel de redutor de velocidade. Esta relação
entre as velocidades é a relação entre as velocidades do motor e da
bomba de fundo. Em contrapartida, o torque nominal do motor é
multiplicado por essa mesma relação de redução, fazendo com que
o sistema haste-bomba de fundo seja movimentado (rotacionado),
produzindo o efeito de bombeamento do fluido do fundo do poço
até a superfície.

O cabeçote do sistema da bomba de cavidades progressivas tem as


seguintes funções:

• Suspender as hastes e suportar a carga axial;


102
• Fornecer torque para a haste polida;

• Girar a coluna de hastes na rotação adequada;

• Fornecer escape seguro para a energia armazenada no sistema


nas paradas;

• Evitar o vazamento de fluidos para o ambiente.

? VOCÊ SABIA?
Haste polida é a última haste da coluna de hastes e
ela é o ponto de contato entre a coluna de hastes e o
cabeçote da bomba de cavidades progressivas.

A maioria dos cabeçotes tem um eixo vazado para facilitar a conexão


da haste polida. O eixo vazado permite que a haste polida atravesse
todo o cabeçote que, por sua vez, é suspensa por um clamp que
se assenta numa cavidade no topo do acionador. A haste polida
normalmente utilizada é de 1 ½ ou 1 ¼ de polegadas de aço AISI
4140 cromada.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

O cabeçote deve possuir um sistema de proteção contra ejeção da


haste polida em caso de sua ruptura.

Clamp

Haste polida

Ranhura

Nível de óleo

Redutor

Quadro

Stuffing-box 103

Haste polida

Passagem da haste polida pelo cabeçote de BCP

Importante!
Uma das funções mais importantes do cabeçote é su-
portar a carga axial do poço. O rolamento de carga
axial é o componente do cabeçote que suporta o es-
forço axial proveniente do peso da coluna de hastes,
do peso da coluna de fluido e da pressão de bom-
beio e permite que as hastes possam girar com um
mínimo de atrito.

A vida útil do cabeçote é apresentada pelos fabricantes, no gráfico


a seguir, que mostram a vida útil em função da carga axial e do rpm
de operação.

CORPORATIVA
Alta Competência

RPM 600

500

400

300

200

100
7 ton
12 ton 10 ton 8 ton 8 ton

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
vida útil (horas x 1000)

Vida útil em função da carga axial e do rpm de operação

Outra característica fundamental é a potência do cabeçote para


uma dada rotação. Na verdade, essa característica traduz o torque
104 máximo que o cabeçote suporta. O torque máximo do cabeçote
pode ser obtido dividindo-se a potência pela velocidade de rotação.
A potência exigida, por sua vez, pode ser obtida multiplicando-se o
torque máximo pela rotação.

O torque nominal do cabeçote, torque máximo suportado pelo


cabeçote em operação contínua, é importante para o projeto
do cabeçote e para o dimensionamento ou seleção do melhor
equipamento, mas na prática é melhor expressar essa capacidade
através da potência do cabeçote, ou seja, a potência que pode ser
transmitida por esse cabeçote. A potência depende tanto do torque
nominal do cabeçote quanto da velocidade de rotação. Portanto,
a potência nominal do cabeçote deve ser expressa a uma dada
velocidade de rotação da haste polida.

Importante!
A velocidade padronizada na norma N-2659 é de 300
rpm. É importante ressaltar que a uma velocidade
de rotação diferente, a capacidade de potência do
cabeçote se modifica.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Como a capacidade de torque é o que se mantém como característica


do redutor, se a velocidade na haste polida for reduzida à metade, a
potência máxima a que pode ser exigido o cabeçote será a metade
do seu valor nominal.

ATENÇÃO

Não se deve confundir potência máxima do cabeçote,


que é a potência na velocidade de operação que
resulta no torque nominal do redutor, com a
potência nominal do cabeçote, que é a potência
que resulta no torque nominal do redutor na
velocidade de 300 rpm.

A tabela seguinte, introduzida na mais recente versão da norma


Petrobras, relaciona a potência máxima do cabeçote com a velocidade
de operação. 105

FAMÍLIAS
ROTAÇÃO MÍNIMA COM
DE POTÊNCIA
TORQUE DE REDUÇÃO POR POLIAS (rotações
COLUNA CABEÇOTE DOS
FRENAGEM inferiores podem ser atingidas
DE POR MOTORES
com VSD)
HASTES POTËNCIA
@ 300 rpm Rpm
(Nm) HP Rpm Mín. Rpm Mín.
(HP) Mín.
POTÊNCIA DO CABEÇOTE (HP) 10 15 20
5 150 115 75
7,5 225 150 115
7/8” Até 20 1200 10 300 225 150
15 300 225
20 300
POTÊNCIA DO CABEÇOTE (HP) 30 40 60
10 125 100
15 150 125
20 200 150 100
Maior que 20
25 250 200 125
1” e menor que 2000
30 300 250 150
60
40 300 200
50 250
60 300

CORPORATIVA
Alta Competência

FAMÍLIAS
ROTAÇÃO MÍNIMA COM
DE POTÊNCIA
TORQUE DE REDUÇÃO POR POLIAS (rotações
COLUNA CABEÇOTE DOS
FRENAGEM inferiores podem ser atingidas
DE POR MOTORES
com VSD)
HASTES POTËNCIA
@ 300 rpm Rpm
(Nm) HP Rpm Mín. Rpm Mín.
(HP) Mín.
POTÊNCIA DO CABEÇOTE (HP) 80 100 120

40 150 125 100


Maior ou 50 200 150 125
igual a 60 60 250 200 150
1 1/8” 3000
e menor ou 80 300 250 200
igual a 100
100 300 250
120 300
Relação da potência máxima do cabeçote com a velocidade de operação

106 Em resumo, o dimensionamento do cabeçote consiste em determinar


a carga axial máxima, o torque máximo e a velocidade máxima de
operação que atendam aos parâmetros de projeto. Deve-se respeitar
os limites de torque e velocidade recomendados pelos fabricantes
para prolongar a vida útil do equipamento.

Outras características importantes do cabeçote BCP são as seguintes:

• Capacidade do sistema anti-reversão - O sistema anti-reversão


é caracterizado pelo máximo torque que é capaz de suportar,
pela sua curva característica de torque x rotação para várias
temperaturas, pela capacidade térmica e pelo coeficiente de
troca de calor com o ambiente. A norma da Petrobras, além de
exigir testes de campo, exige também o levantamento dessas
características em bancada;

• Máxima e mínima rotação de operação;

• Faixa de potência de motor - a mesa do motor deve possuir


furação que permita a instalação de motores dentro de sua
faixa de potência. Assim, se um cabeçote for para uma faixa de
10 a 30 HP, a mesa deve permitir a instalação de motores de 10,
12,5, 15, 20, 25 e 30 HP;

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

• Permitir a troca rápida de polias;

• Ter passagem para eixo polido;

• Conexão inferior adequada para instalação sobre o “tê” de fluxo;

• Sistema de vedação contra vazamentos gaxetas ou selo


mecânico;

• Sistema contra a ejeção da haste polida quando esta se


rompe.

As partes principais de um cabeçote são os sistemas de transmissão


de potência, vedação, frenagem e o motor e serão apresentadas a
seguir.

Haste polida
107

Clamp

Correias Polia movida


Polia motora Protetor de Correa

Redutor Tanque de óleo

Válvula de agulha
Freio hidráulico
Motor Elétrico tipo motor
Base ajustável

Caixa de vedação

Flange API esp. 6A tipo 6b

Componentes do cabeçote

CORPORATIVA
Alta Competência

3.1. Sistema de transmissão de potência

O objetivo da transmissão de potência é reduzir a velocidade de


rotação do eixo do rotor para a rotação requerida pelas condições
operacionais do poço, além da alteração da direção de rotação,
quando necessária. O redutor e o sistema de polias / correias podem
ser utilizados para esse fim. O sistema de transmissão de potência e o
motor são acoplados ao cabeçote no mesmo local.

A regulagem de velocidade pode, ainda, ser feita por um variador de


frequência (VSD). O VSD deve ser escolhido em função da potência
do motor. A potência do VSD deve ser maior ou igual à do motor.
O VSD deve ser capaz de controlar a velocidade de rotação do motor,
permitir parada e partida suave e limitar o torque de operação do
motor. Deve, ainda, contribuir na frenagem durante a reversão na
coluna de hastes.
108
3.1.1. Redutor

Normalmente, os redutores têm uma relação de redução de 1:4 ou


1:5, o que significa uma redução na velocidade de rotação do motor
elétrico de 4 a 5 vezes. Exemplo: se estamos usando um motor elétrico
de 1.200 rpm, o redutor por si só já promove uma redução para 300
ou 240 rpm, a depender do cabeçote.

Normalmente os redutores são mecânicos de engrenagens. Podem


ser do tipo coroa e pinhão ou de coroas dentadas. Não faz parte de
todos os modelos de cabeçotes.

3.1.2. Sistema de polias e correias

Faz parte do sistema de transmissão de rotação entre o motor elétrico


e o eixo polido do cabeçote. É constituído de duas polias: a acionadora
que se encontra instalada no eixo de saída do motor elétrico e a polia
acionada ou polia do cabeçote, que se localiza no eixo do cabeçote.
A relação entre os diâmetros dessas duas polias pode ser alterada de
modo a se conseguir uma variação da rotação do eixo polido e, por
consequência, das hastes de bombeio e da bomba de fundo.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Bucha

Flange

Sistema de polias e buchas de fixação

O material das polias foi tradicionalmente o ferro fundido cinzento.


Porém, este material está sendo substituído por aço ou liga de
alumínio, materiais mais dúcteis. O ferro fundido, além de possuir
uma menor tensão de ruptura, é frágil e quebradiço, e por isso não
suporta impacto mecânico. Além disso, pode conter falha interna
decorrente do processo de fundição.

109
ATENÇÃO

Durante uma reversão intensa, pode a polia não


suportar a tensão tangencial gerada pela força
centrífuga, e se fragmentar. Esses fragmentos são
projetados a velocidades enormes, colocando em
risco a integridade física e a vida das pessoas que
estiverem próximas à área do poço.

Outro fator a favor das polias de aço é o seu maior momento de


inércia, o que leva ao desenvolvimento de menores velocidades de
reversão. A introdução de polias de aço torna a instalação BCP muito
mais segura quanto à possibilidade de fragmentação de polias.

Filamento de aço

Polia para correia dentada

CORPORATIVA
Alta Competência

A conexão entre as polias é através de correias em número suficiente


para a potência requerida para a operação. Os cabeçotes menores
tem 4 gornes ou correias e os maiores de 5 a 6 gornes.

ATENÇÃO

As polias são fornecidas como acessórios do cabeçote


e fazem parte de seu projeto. Não se deve utilizar
as polias de um cabeçote em outro cabeçote,
especialmente se tiver número de gornes diferentes.

Os diâmetros das polias fornecidas são tais que permitem que o


cabeçote possa trabalhar com velocidades na haste polida de 150
a 400 rpm. As polias devem ser selecionadas de forma a se obter
em combinação com o redutor um ajuste de velocidade adequado.
A redução de velocidade (N) nas polias é proporcional à relação de
110 seus diâmetros (D):

D1 D2

N1 N2

Em cabeçotes com redutor em que a rotação de projeto é baixa (<250


rpm), fazemos uso da relação entre diâmetros das polias acionadora
e acionada, para aumentar a relação de redução total e atingir a
rotação esperada. Nesse caso, a finalidade deste dispositivo é permitir
o uso de cabeçotes em aplicações onde a rotação de projeto é baixa.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

O protetor de correias e polias protege o técnico de operação


de entrar em contato com as partes móveis deste sistema. Está
especificado hoje um protetor com espessura de aço de no mínimo
5 mm, de forma a conter as correias partidas e reduzir a velocidade
de fragmentos de polia.

A seguir, observa-se um protetor de correias típico.

Protetor de correias

111
Aberto para reparo das
correias ou polias Em uso
Protetor de correias

3.1.3. Tipo transmissão de potência

Quanto ao uso de redutor e/ou sistema de polia e correias, os cabeçotes


podem ser classificados como:

a) Direto - A transmissão / redução de velocidade é feita


apenas por polias e correias. Não possui, portanto, redutor de
engrenagens. Os cabeçotes diretos têm o inconveniente de só
trabalharem com taxas de redução relativamente baixas, da
ordem de 4:1. Isto faz com que a bomba opere a cerca de 300
rpm, velocidade relativamente excessiva para o acionamento
de bombas de cavidades progressivas por causa do desgaste
abrasivo que necessariamente ocorre devido à necessidade
de uma interferência positiva entre o rotor e o elastômero do
estator. Por outro lado, possuem a vantagem de serem mais
baratos e terem custo de manuntenção substancialmente
menor que os cabeçotes com redução. Eles têm se tornado mais
adequados com o uso disseminado de variadores de frequência
que permite o seu uso em rotações menores.

CORPORATIVA
Alta Competência

Cabeçote com transmissão direta

b) Angular - Os cabeçotes angulares possuem um redutor em


engrenagens espiraladas que permitem a alteração da direção
de rotação entre o eixo do motor e a coluna de hastes, além
de reduzir a velocidade em até 4 vezes. Os cabeçotes com
112 redutor angular têm a facilidade de trabalharem com taxas
de redução elevada, tornando dispensável o uso de VSD, além
de permitirem a instalação em espaços relativamente menores
que os cabeçotes diretos e os cabeçotes com redutores verticais.
Entretanto, seu redutor é mais caro e mais suscetível a falhas,
além de requererem maior manutenção.

Cabeçote angular

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Importante!
Como o uso de VSD é hoje na Petrobras obrigatório
em poços com bomba de cavidades progressivas, por
motivos de segurança, seu uso tende a ficar restrito.
São os únicos que podem ser utilizados com motores
de combustão.

c) Vertical - Os cabeçotes com redutor vertical têm como


vantagem serem mais simples e de menor custo de investimento
e de manutenção que os cabeçotes angulares, provendo a
mesma taxa de redução. Entretanto, possuem a desvantagem
de ocuparem maior espaço e não permitirem a utilização de
motor à combustão nas aplicações em lugares remotos em que
a energia elétrica não está disponível. A ilustração a seguir
apresenta um cabeçote deste tipo. 113

Cabeçote vertical

3.2. Sistema de vedação

É a parte do cabeçote responsável pelo isolamento do fluido


produzido pelo poço impedindo seu vazamento para a área do
poço. Atualmente, tem fundamental importância na preservação
ecológica da área superficial ao redor dos poços, principalmente em
ambientes delicados como áreas residenciais, proximidade de rios e
em produção offshore.

CORPORATIVA
Alta Competência

Os cabeçotes são fornecidos com sistema de vedação à base de gaxeta,


normalmente de teflon. Existem desenvolvimentos para aplicações
especiais feitas de selos mecânicos com performance melhor do que
as gaxetas.

Importante!
Em locais críticos do ponto de vista ambiental
deve-se usar um sistema de vedação à prova de
vazamentos baseada em selos mecânicos estabi-
lizados por mancais. Devido ao alto custo, deve
ser utilizado em ambientes especiais, como, por
exemplo, próximo a rios, lagos, vegetação densa
e residências.

114
Tipo Vantagens Desvantagens
• Não elimina totalmente os
• Baixo custo inicial (já vazamentos(lubrificação necessária);
vem com os cabeçotes);
• O vazamento é crescente depede so
• Baixo custo de ajuste de preme gaxetas;
manutenção (custo da
• Necessita de supervisão constante e
gaxeta é barato);
Gaxeta de teflon contínua para ajuste e substituição;.
• Já estão disponíveis
• Provoca desgaste do eixo polido;
em todos os cabeçotes;
• Resseca o elastômero;
• Manutenção pode ser
• Baixa durabilidade;
feita com a equipe de
campo no local. • Necessidade de limpeza frequente
da área do poço.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Tipo Vantagens Desvantagens


• Não vaza no início da instalação. A
medida que o material é consumido
começa a vazar;
• Pode-se utilizar com a caixa • Custo de aquisição das
de gaxetas atuais instaladas nos gaxetas é alto porém menor do
cabeçotes; que o selo mecânico;
Gaxetas
• Não existe necessidade de trocas, a • Resíduos liberados podem
injetáveis
manutenção consiste em completar o prejudicar o funcionamento da
que foi consumido; check valve;
• As manutenções podem ser feitas • Requer supervisão constante.
com uma equipe própria e no local;
• Assegura uma maior estanqueidade
comparativamente à gaxeta de teflon.

• Alto custo de aquisição;


• Elimina completamente o • Custo incremental para
vazamento; instalação nos cabeçotes; 115
• Não desgasta o eixo polido. A • Manutenção deve ser feita
superfície de atrito passa a ser as faces por pessoal treinado e nas
Selo de atrito de selo;
mecânico oficinas (remoção, transporte
• Elimina a necessidade de supervisão etc.);
diária; • Pode ter um grande
• Reduz os problemas de limpezas da vazamento se a vedação
área do poço. estática ou as faces de atrito
falharem.

3.3. Sistema de frenagem

Atualmente, é a parte vital de um cabeçote, onde as atenções e


cuidados devem ser os máximos. Ao contrário da maioria dos freios
de máquinas, o freio de um cabeçote tem o papel de controlar o
movimento de reversão da coluna de hastes e não o movimento de
rotação de operação. Isto se deve porque o sistema de bomba de
cavidades progressivas, durante sua operação, aplica um esforço
de torção na coluna de hastes para que a bomba de fundo consiga
elevar fluido do fundo até a superfície. Durante a ação de bombeio,
a coluna de hastes permanece acumulando um torque elevado. Ao
se desligar o motor elétrico, a aplicação de torque é interrompida e a
tendência é de liberação imediata do esforço acumulado nas hastes.

CORPORATIVA
Alta Competência

ATENÇÃO

Este movimento contrário, chamado de reversão, pode


causar danos materiais aos demais equipamentos
e principalmente ocasionar um acidente grave às
pessoas envolvidas na operação do bombeio de
cavidades progressivas.

Seguem os tipos de freios utilizados.

3.3.1. Freio mecânico

O uso de freio mecânico tipo bloqueante ou trava na Petrobras


está condenado. Trata-se de um sistema de frenagem onde uma
116 superfície de atrito impede o movimento de reversão das hastes. Por
essa característica, ele mantém acumulado o esforço de torção das
hastes quando ocorre uma parada do poço, seja por desligamento
intencional ou por falta de energia. Para liberar a energia, é necessário
liberar o parafuso que mantém o freio acionado de forma manual,
expondo o técnico de operação a um risco caso ocorra uma reversão
descontrolada. Outro ponto fraco desse tipo de cabeçote é que a sua
capacidade de frenagem pode ser ultrapassada, caso aconteça uma
situação de rotor preso. Nesta situação, o torque máximo aplicado
pelo motor pode atingir de duas a duas vezes e meia o torque nominal
do motor.

As principais características do freio mecânico são:

• Sistema de bloqueio acionado por catraca que evita rotação


reversa;

• Retém a energia no cabeçote até que o parafuso freio seja


liberado;

• Requer intervenção do operador para liberação da energia;

• Energia é dissipada através de fricção dos componentes internos.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Freio mecânico tipo trava

Hoje trabalha-se exclusivamente com o controle da reversão,


permitindo sempre que esta ocorra até o seu final. 117

ATENÇÃO

O técnico de operação só deve se aproximar e atuar


nos poços com bombeio de cavidades progressivas
quando toda a energia associada à reversão tiver
sido dissipada.

3.3.2. Freio a disco

Este tipo de freio libera automaticamente o torque das hastes em caso


de parada ou desligamento do motor. Quanto maior a rotação de
reversão (back-spin), maior a pressão hidráulica freando o cabeçote.
Dessa forma, o freio controla a velocidade de reversão dentro de
valores aceitáveis.

O princípio de funcionamento deste sistema é similar aos freios


a disco automotivos. Quando a coluna de hastes começa a girar
no sentido contrário, a bomba hidráulica começa a trabalhar
automaticamente, ativando as pastilhas de freios por meio do
incremento de pressão.

CORPORATIVA
Alta Competência

ATENÇÃO

O atrito da sapata de freio com o disco gera calor


em excesso, sendo recomendados cuidados adicionais
para reduzir o risco de incêndio.

Freio
a disco

Bomba
hidráulica

Freio a disco
118
3.3.3. Freio hidráulico (orifício)

O princípio de funcionamento deste de freio é a passagem forçada


de fluido hidráulico através de um orifício calibrado que limita a
rotação do cabeçote. Através da regulagem de uma válvula, pode-
se ajustar a velocidade de reversão dentro do limite permitido para
cada tipo de freio hidráulico. Normalmente, essas velocidades são
baixas (<150 rpm).

No sentido de operação normal, o sistema de freio permanece em


repouso. No sentido reverso, uma catraca aciona o motor hidráulico,
que passa a funcionar como bomba, transformando energia mecânica
em hidráulica. O fluido é forçado a passar através do orifício de uma
válvula, que pode ser regulado abrindo ou fechando a válvula e,
assim, aumentando ou reduzindo a velocidade de retorno.

A velocidade máxima de rotação reversa pode ser ajustada a partir


de quase zero até 300 rpm, dependendo das condições do poço e da
bomba. O ajuste da velocidade se realiza com o registro do manifold.
Desbloqueando a porca de segurança e girando a alavanca no sentido
horário diminui-se a velocidade de rotação reversa do cabeçote. Na
posição de completa abertura esta velocidade será máxima.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Freio hidráulico

Entretanto, apontam-se alguns problemas no mesmo, podendo seu


projeto ser melhorado. As principais falhas deste sistema são:

• As conexões hidráulicas ficam expostas, podendo se partir, o que leva 119


à inoperância do sistema de controle de reversão. Já houve caso em
que a correia, após arrebentar, atingiu estas conexões, quebrando-as,
provocando reversão descontrolada;

• O sistema de catraca possui uma roda livre que gira sem transmitir
movimento e torque em um sentido, transmitindo-os no sentido
contrário. Se essa roda livre quebrar o sistema anti-reversão fica
inoperante.

O que se busca é um sistema robusto contra falhas mecânicas e


vazamentos e os sistemas hidráulicos têm se mostrado deficientes
neste aspecto.

3.3.4. Freio de palhetas

Trata-se de um freio pouco utilizado em cabeçotes de bombas


de cavidades progressivas e o princípio de funcionamento é a
resistência à passagem de fluido através de restrições formadas
entre as superfícies rotativas das palhetas. O torque resistivo é
proporcional à velocidade de giro reverso, à viscosidade do óleo
e às restrições projetadas. O orifício (restrições) se forma entre as
superfícies rotativas inferior e superior das palhetas rotativas e a
superfície estacionária da carcaça.

CORPORATIVA
Alta Competência

Carcaça

Palheta

Freio de palhetas

3.3.5. Freio hidrodinâmico

O freio hidrodinâmico é semelhante ao conversor de torque


automotivo, pois a rotação de um conjunto de pás em fluido viscoso
gera uma resistência contrária à rotação reversa, diminuindo a
velocidade de reversão das hastes. A frenagem é afetada pela
distância entre as pás, a viscosidade do fluido e a velocidade do giro
reverso do conjunto de hastes.

120


Freio hidrodinâmico

3.3.6. Freio centrífugo

No freio centrífugo, sapatas de frenagem mecanicamente ativadas


são projetadas para controlar a reversão. As forças centrífugas
promovem a pressão da superfície de frenagem contra a parede
interna da carcaça do cabeçote. A frenagem somente ocorre após
atingir a rotação especificada para o cabeçote.

Tem elevado torque de frenagem e as sapatas são imersas em


óleo e agem mesmo quando em ausência de óleo ou quando este
está contaminado. As sapatas de frenagem não atuam a baixas
velocidades de reversão, não esquentando desnecessariamente o
freio e parando mais rápido.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Uma vez iniciada a reversão não é possível interrompê-la; deve-se


aguardar até eliminar completamente o torque acumulado.

A ilustração a seguir apresenta o esquema de funcionamento de um


sistema de controle de reversão centrífugo:

Carcaça

Sapata
de freio
Direção de operação Direção reversa
freio liberado freio acionado 121
Freio centrífugo

No sistema centrífugo, ainda não utilizado na Petrobras, mas em vias


de ser usado.

Operação normal

Reversão

CORPORATIVA
Alta Competência

3.4. Motor

Os motores de acionamento são elétricos ou a explosão, sendo que


estes só são usados quando os poços são isolados e distantes de áreas
eletrificadas, sendo possível que o gás produzido pelo poço possa ser
aproveitado, pois tem baixa eficiência e custo de operação maior que
os motores elétricos e maior ruído. Uma desvantagem dos motores
elétricos em relação aos de explosão é que aqueles só permitem
variação de velocidade se providos de variadores de frequência.

Todos os cabeçotes em operação em poços nas unidades operacionais


da Petrobras são acionados por motores de indução trifásica do tipo
“gaiola de esquilo”.

122

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

? VOCÊ SABIA?
Os motores de indução trifásica do tipo “gaiola de
esquilo” são os motores mais utilizados na indústria
atualmente. Têm a vantagem de serem mais
econômicos em relação aos motores monofásicos,
tanto na sua construção como na sua utilização.
Além disso, escolhendo o método de arranque
ideal, há um leque muito maior de aplicações.
O rotor em “gaiola de esquilo” é constituído por
um núcleo de chapas ferromagnéticas isoladas
entre si, sobre o qual são colocadas barras de
alumínio (condutores), dispostos paralelamente
entre si e unidas nas suas extremidades por dois
anéis condutores, também em alumínio, que curto-
circuitam os condutores (ver ilustração).
123
Rotor gaiola de esquilo

Anéis condutores

Barras de cobre

O estator do motor é também constituído por um


núcleo ferromagnético laminado, nas cavas do qual
são colocados os enrolamentos alimentados pela rede
de corrente alternada trifásica. A vantagem deste
rotor relativamente ao de rotor bobinado é que
resulta numa construção do induzido mais rápida,
mais prático e mais barato.

CORPORATIVA
Alta Competência

A velocidade síncrona de rotação dos motores de indução


(n s) depende do número de pólos (p) e da frequência da rede
elétrica (f).

120f
ns =
p

A frequência é, em geral, 60 hz, e o número de pólos 6 (são usados


de 2 e 4 pólos também, porém fornecem rotações maiores, o que
implica em necessidade de maior redução).

Assim:

ns= 120 x 60 = 1200rpm


6

Para trabalhar com uma rotação de 100 a 200 rpm, o conjunto redutor
124
e polias devem prover uma redução total de 12:1 a 6:1.

As polias são fornecidas pelo fabricante juntamente com o cabeçote


em combinações que permitem o ajuste de rotação manual de 100
a 500 rpm. Quando se utiliza VSD, o ajuste é feito pela variação da
frequência de alimentação do motor, variando, conseqüentemente,
a velocidade síncrona do motor de indução.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Na tabela a seguir os dados técnicos de um motor elétrico de 10 HP:

Folha de dados
Cliente: Nelson
Linha de produto: Standart
Potência 10,0 HP (cv) Altitude 1000m
Carcaça 132M Temperatura ambiente 40º C
Polaridade 6 polos Grau de proteção IP55
Frequencia 60 Hz Escorregamento 3,33%
Rotação nominal 1160 rpm Corrente a vazio 8,00 A
Tensão nominal 440 V Tempo de rotor bloqueado 6s
Corrente nominal 15,0 A Momento de inércia 0,0526 Kgm2
Fator de serviço 1,15 Massa 72,00 Kg
Corrente de partida 113 A Nível de ruído 56 dB (A)
Ip/In 7,50
Classe de Isolação B Desempenho de carga:
Elevação de temperatura 80º C Carga Cosø Rend
(%) 125
Conjugado nominal 60,55 Nm 100 % 0,75 85,80
Conjugado de partida 250% 75% 0,70 85,20
Conjugado máximo 300% 50% 0,58 84,00
Rolamento Interv de Lubrif. Quant de graxa
Dianteiro 6308 ZZ
Traseiro 6207 ZZ
OBS:

A escolha correta do motor é de fundamental importância numa


instalação de BCP, pelos seguintes motivos:

• Um motor sub-dimensionado pode levar a um diagnóstico


incorreto de bomba presa, rotor aprisionado;

• Se o motor usado é superdimensionado existem os riscos


de quebra da coluna de hastes e até mesmo ultrapassar a
capacidade de torque do freio do cabeçote, levando o sistema
a uma falha perigosa;

• Nos casos em que é possível usar motores com rotação nominal


maiores, para uma dada potência.

CORPORATIVA
Alta Competência

3.5. Codificação

Na norma Petrobras, a codificação do cabeçote de BCP é dada por:

T-XX-YY- WW/ZZ - F

Onde:

T - tipo de redução: D - direto; R - com redução ; A - angular;

XX - capacidade de carga axial do mancal de rolamento (mil kgf);

YY - código API da coluna de hastes;

WW/ZZ - mínima e máxima potência do motor (HP);


126
F - tipo do freio: H - Hidráulico; C - Centrífugo; D - Hidrodinâmico.

Como exemplo, o cabeçote de acionamento p/ bomba de cavidades


progressivas; tipo direto (sem redução); máx. capacidade de carga
axial 4.000kgf; potência máxima de 20 HP @ 300 rpm; com freio
hidráulico é codificado da seguinte forma: D-4-77-5/ 20 H.

3.6. Normas

Normas Aplicáveis

ISO 15136-2 - Petroleum and Natural Gas Industries - Progressing Cavity


Pump Systems for Artificial Lift

Part 2: Surface-Drive Systems - June 2006;

API SPEC 11B - Specification for Sucker Rods.

API SPEC 1B - Specification for oil-field V-Belt

N-2659B - Norma Petrobras de Cabeçotes BCP

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

RESUMINDO...

O cabeçote é um conjunto motriz de superfície


destinado ao acionamento da bomba de cavidades
progressivas através do movimento rotativo da coluna
de hastes. Este conjunto consiste basicamente de
motor, redutor de velocidade e/ou acoplamento por
correias e polias e o sistema de controle da reversão.
Além disso, o cabeçote inclui a caixa de engaxetamento
(stuffing box), que faz a vedação na passagem da haste
polida, e pedestal que permite a instalação do motor.

O cabeçote do sistema de bombeio de cavidade


progressivo tem as seguintes funções:

• Suspender as hastes e suportar a carga axial;


127
• Fornecer torque para a haste polida;

• Girar a coluna de hastes na rotação adequada;

• Fornecer escape seguro para a energia armazenada


no sistema nas paradas;

• Evitar o vazamento de fluidos para o ambiente.

Sistema de transmissão de potência: redutor e sistema


de polias e correias.

Tipos de transmissão de potência: direto, angular e


vertical.

Sistema de vedação: gaxeta de teflon, gaxetas


injetáveis e selo mecânico.

Sistema de frenagem: mecânico, a disco, hidráulico,


palhetas, hidrodinâmico e centrífugo.

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

Codificação (Norma Petrobras): T-XX-YY- WW/ZZ - F

Onde:

T - tipo de redução: D - direto; R - com redução ; A


- angular;

XX - capacidade de carga axial do mancal de


rolamento (mil kgf);

YY - código API da coluna de hastes;

WW/ZZ - mínima e máxima potência do motor


(HP);
128
F - tipo do freio: H - Hidráulico; C - Centrífugo; D -
Hidrodinâmico.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

3.7. Exercícios

1) Marque a alternativa correta:

a) Identifique o cabeçote no sistema da bomba de cavidades


progressivas:

1
( )1

( )2

2 ( )3
4

3 ( )4

5 ( )5 129
( )6
6

b) Identifique os principais componentes do cabeçote:


( ) Proteção da polia
( ) Base ajustável
2
( ) Freio hidráulico
14

( ) Tanque de óleo
13 3
12 4
( ) Clamp
( ) Haste polida
5
1

( ) Motor elétrico
( ) Flange
( ) Correia
6
7
11
( ) Polia movida
10

8 ( ) Caixa de vedação
9
( ) Redutor
( ) Válvula de agulha
( ) Polia motora

CORPORATIVA
Alta Competência

2) Relacione as características apresentadas na primeira coluna com


os componentes de um cabeçote:
(1) Podem ser do tipo coroa e pi- ( ) Clamp
nhão ou de coroas dentadas e
oferecem uma redução de 4 a 5
vezes de velocidade de rotação
do motor elétrico.
(2) Quando a coluna de hastes come- ( ) Freio hidráulico
ça a girar no sentido contrário, a
bomba hidráulica começa a tra-
balhar automaticamente, ativan-
do as pastilhas de freios por meio
do incremento de pressão.
(3) A frenagem é afetada pela dis- ( ) Motor
tância entre as pás, a viscosidade
do fluido e a velocidade do giro
130 reverso do conjunto de hastes.
(4) As sapatas de frenagem não atu- ( ) Redutor
am a baixas velocidades de re-
versão.
(5) Permitem que o cabeçote pos- ( ) Freio centrífugo
sa trabalhar com velocidade na
haste polida de 150 a 400 rpm.
(6) Suspende a haste polida. ( ) Freio mecânico
(7) Resiste à passagem de fluido ( ) Freio
através de restrições. hidrodinâmico
(8) O rotor em gaiola de esquilo é ( ) Sistemas de polias
constituído por um núcleo de e correias
chapas ferromagnéticas, isoladas
entre si, sobre o qual são coloca-
das barras de alumínio.
(9) Tipo de freio condenado pela ( ) Freio de palhetas
Petrobras.
( 10 ) Dependendo das condições do ( ) Freio a disco
poço e da bomba, a velocidade
máxima de rotação reversa pode
ser ajustar a partir de quase zero
até 300 rpm.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

3) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afir-


mativas:
( ) Cabeçote é um conjunto motriz de superfície destinado ao
acionamento da bomba BCP através do movimento rotati-
vo da coluna de hastes.
( ) Os motores elétricos operam em alta rotação (aproximada-
mente 350 rpm) e a rotação das bombas de fundo de BCP
trabalha na faixa de 1.000 a 4.000 rpm.
( ) Normalmente os redutores têm uma relação de redução de
1:4 ou 1:5 o que significa uma redução na velocidade de
rotação do motor elétrico de 4 a 5 vezes. Ex.: se estamos
usando um motor elétrico de 1.600 rpm, o redutor, por si só
já promove uma redução para 300 ou 240 rpm, a depender
do cabeçote.
( ) Os tipos de transmissão de potência são: direta, angular e
vertical.
131
4) Marque a(s) alternativa(s) correta(s).

a) O cabeçote do sistema BCP tem as seguintes funções:


( ) Frenagem do sistema BCP.
( ) Fornecer torque para a haste polida.
( ) Girar a coluna de hastes na rotação adequada.
( ) Permitir a troca rápida de polias.
( ) Regular a velocidade do VSD.
( ) Girar a coluna de hastes na rotação adequada.
( ) Obstruir a passagem do fluido.
( ) Manter o equilíbrio do sistema.
( ) Evitar o vazamento de fluidos para o ambiente.
( ) Suspender as hastes e suportar a carga axial.
( ) Perfurar poços não surgentes.
( ) Fornecer escape seguro para a energia armazenada no sis-
tema nas paradas.

CORPORATIVA
Alta Competência

5) Identifique os tipos de cabeçote:

( ) Vertical

+
+
+
+ ( ) Direto

( ) Angular

132

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

6) Relacione as características apresentadas na primeira coluna com


os tipos de transmissão de potência:
(1) Têm a facilidade de trabalharem com ta- ( ) Direto
xas de redução elevada, tornando dispen-
sável o uso de VSD, além de permitirem
a instalação em espaços relativamente
menores quando comparado com outros
cabeçotes.
(2) Têm como vantagem serem mais simples ( ) Angular
e de menor custo de investimento e de
manutenção que os cabeçotes angulares,
provendo a mesma taxa de redução.
(3) Os cabeçotes diretos têm o inconveniente ( ) Vertical
de só trabalharem com taxas de redução
relativamente baixas, da ordem de 4:1.
Isto faz com que a bomba opere a cerca
de 300 rpm, velocidade relativamente ex- 133
cessiva para o acionamento de bombas
de cavidades progressivas por causa do
desgaste abrasivo que necessariamente
ocorre devido à necessidade de uma in-
terferência positiva entre o rotor e o elas-
tômero do estator.

CORPORATIVA
Alta Competência

7) Complete as lacunas e calcule a velocidade síncrona de rotação do


motor com base nos dados técnicos abaixo:

Folha de dados
Cliente: Nelson
Linha de produto: Standart
___________________ 10,0 HP (cv) Altitude 1000m
Carcaça 132M Temperatura 40º C
ambiente
6 polos Grau de pro- IP55
___________________ teção
___________________ 60Hz Escorregamento 3,33%
___________________ 1160rpm Corrente a vazio 8,00 A
Tensão nominal 440V Tempo de rotor 6s
bloqueado
Corrente nominal 15,0 A Momento de 0,0526 Kgm2
inércia
134 Fator de serviço 1,15 Massa 72,00 Kg
Corrente de partida 113 A Nível de ruído 56 dB (A)
Ip/In 7,50
Classe de isolação B Desempenho de carga:
Elevação de temperatura 80º C Carga Cosø Rend (%)
Conjugado nominal 60,55 Nm 100 % 0,75 85,80
Conjugado de partida 250% 75% 0,70 85,20
Conjugado máximo 300% 50% 0,58 84,00
Rolamento Interv de Lubrif. Quant de graxa
Dianteiro 6308 ZZ
Traseiro 6207 ZZ
OBS:

8) Marque a alternativa correta:

a) Reconheça a codificação do cabeçote de acionamento para


bomba de cavidades progressivas; tipo direto (sem redução); má-
xima capacidade de carga axial 4.000kgf; potência máxima de 20
HP @ 300 rpm; com freio hidráulico:

( ) R-4-00-0/30 D

( ) A-4-77-5/ 20 H

( ) D-4-77-5/ 20 H

( ) D-4-20-5/ 77 C

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

b) Reconheça a codificação do cabeçote de acionamento para


bomba de cavidades progressivas; tipo com redução; máxima ca-
pacidade de carga axial 3000kgf; potência máxima de 10 HP @
250 rpm; com freio hidrodinâmico:

( ) D-3-77-3/ 10 D

( ) A-3-77-3/ 10 D

( ) R-3-77-3/ 10 H

( ) R-3-77-3/ 10 D

c) Reconheça a codificação do cabeçote de acionamento para


bomba de cavidades progressivas; tipo angular; máxima capaci-
dade de carga axial 5000kgf; potência máxima de 35 HP @ 400
rpm; com freio centrífugo:

( ) A-5-77-5/35 C

( ) A-4-77-5/35 C 135
( ) A-5-77-5/35 H

( ) A-5-77-35/5 C

CORPORATIVA
Alta Competência

3.8. Glossário
API (ou grau API) - escala hidrométrica idealizada pelo American Petroleum
Institute - API, juntamente com a National Bureau of Standards, e utilizada para
medir a densidade relativa de líquidos.

Back-spin - movimento de reversão da coluna de hastes.

BCP - Bombas de Cavidades Progressivas.

Carga axial - carga sobre um rolamento atuando ao longo do eixo da haste. Esse
tipo de carga também é chamado de carga longitudinal. Para cargas axiais pesadas,
deve-se usar um rolamento axial.

Catraca - freio de contra recuo ou roda livre.

Coroa - engrenagem (roda dentada) movida. Par do pinhão.

Clamp - grampo utilizado para prender ou segurar objetos através de pressão, de


modo a prevenir que se separem ou se movimentem durante um experimento.
136
Dúctil - que se pode reduzir a fios, estirar, distender, sem se romper; flexível,
elástico.

Gornes - canaletas das polias para encaixe da correia em V.

HP - O cavalo-vapor, de símbolo cv, é uma unidade de potência que equivale a


75 kgf·m·s-1. Um kgf.m por sua vez corresponde ao trabalho gasto para se elevar
uma massa de um quilograma a um metro de altura ao nível do mar.

Pouco utilizada no meio científico devido à existência de uma unidade específica


para isso no Sistema Internacional de Unidades - o Watt. Porém, a sua utilização
persiste, nomeadamente no meio da indústria automobilística, para classificar a
potência máxima dos motores de combustão interna.

Nos países anglo-saxónicos, utiliza-se o horse power, de símbolo HP, que é uma
unidade de mesma escala de grandeza, mas com valores diferentes. O Horse Power
define-se como sendo a potência necessária para elevar verticalmente a uma
velocidade de 1 pé/min uma massa de 33.000 libras.

1 CV = 0,9863 HP

1 CV = 735,49875 W

1 HP = 1,0139 CV

1 HP = 745,6987158227022 W

Inércia - resistência que todos os corpos materiais opõem à modificação do seu


estado de movimento.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

Mancal - suporte de apoio de elementos de máquinas.

Manifold - equipamento composto de conexões de linhas de produção ou injeção


e válvulas para direcionar o fluxo dessas linhas entre os dutos principais e de teste,
podendo possuir outras funções de acordo com o tipo.

Pinhão - engrenagem (roda dentada) motriz. Par da coroa.

Polia - peça mecânica muito comum a diversas máquinas, utilizada para transferir
força e movimento. Uma polia é constituída por uma roda de material rígido,
normalmente metal, mas outrora comum em madeira, lisa ou sulcada em sua
periferia. Acionada por uma correia, corda ou corrente metálica a polia gira em
um eixo, transferindo movimento e energia a outro objeto. Quando associada a
outra polia de diâmetro igual ou não, a polia realiza trabalho equivalente ao de
uma engrenagem.

Produção offshore - produção de petróleo no mar.

Rolamento - elemento de máquina responsável pela redução do atrito nos


mancais.

Rpm - rotações por minuto (abreviado rpm, rpm, r/min, rot/min, ou r·min−1) é uma 137
unidade de frequência, usada para medir a velocidade de rotação de um objeto
sobre um eixo fixo e representa o número de rotações completas efetuadas por
minuto.

Tê de fluxo - elemento de ligação entre o cabeçote e a cabeça de produção que


permite a derivação do fluxo da coluna para linha de produção.

Teflon - marca registrada de propriedade da empresa estadunidense DuPont,


conhecida mundialmente e que identifica um polímero, o Politetrafluoretileno
(PTFE). Descoberto acidentalmente por Roy J. Plunkett (1910-1994) para a empresa
DuPont, em 1938, e apresentado, para fins comerciais, em 1946, o PTFE é um
polímero similar ao polietileno, onde os átomos de hidrogênio estão substituidos
por fluor.

Tensão de ruptura - tensão máxima da curva de tensão nominal (MPa) - extensão


nominal (mm). Se ocorrer no corpo de prova (provete) um decréscimo na área da
secção reta (estricção), o posterior aumento da extensão provoca uma diminuição
da tensão nominal até ocorrer a fratura, já que a tensão nominal é determinada
em relação à área inicial da secção reta do provete. Quanto mais ductil for o metal,
maior será a estricção que precede a fratura e, por isso, maior será o decréscimo da
tensão para além da tensão máxima.

Torque - sistema de duas forças paralelas de suportes distintos, com sentidos


opostos, e que atuam sobre um corpo.

Torque nominal - torque máximo suportado pelo cabeçote em operação contínua.

VSD - variador de frequência.

CORPORATIVA
Alta Competência

3.9. Bibliografia
ASSMANN, B. W., Apostila de Bombeio de Cavidades Progressivas. Petrobras - UN-
RNCE, 2008.

VIDAL, F. J. T. V.Desenvolvimento de um simulador de bombeio por cavidades


progressivas. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Natal, 2005.

138

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

3.10. Gabarito
1) Marque a alternativa correta:

a) Identifique o cabeçote no sistema da bomba de cavidades progressivas:

(X)1

( )2
2 ( )3
4
( )4
3
( )5
5 ( )6

139

b) Identifique os principais componentes do cabeçote:

(4) Proteção da polia


( 10 ) Base ajustável
2
(7) Freio hidráulico
14

(5) Tanque de óleo


13 3
12 4
( 14 ) Clamp
(2) Haste polida
5
1
( 11 ) Motor elétrico
(9) Flange
( 13 ) Correia
7
6 (3) Polia movida
11

10 (8) Caixa de vedação


8 (1) Redutor
9
(6) Válvula de agulha
( 12 ) Polia motora

CORPORATIVA
Alta Competência

2) Relacione as características apresentadas na primeira coluna com os componentes


de um cabeçote:

(1) Podem ser do tipo coroa e pinhão ou de (6) Clamp


coroas dentadas e oferecem uma redução
de 4 a 5 vezes de velocidade de rotação do
motor elétrico.
(2) Quando a coluna de hastes começa a girar ( 10 ) Freio hidráulico
no sentido contrário, a bomba hidráulica
começa a trabalhar automaticamente,
ativando as pastilhas de freios por meio do
incremento de pressão.
(3) A frenagem é afetada pela distância entre (8) Motor
as pás, a viscosidade do fluido e a velocidade
do giro reverso do conjunto de hastes.
(4) As sapatas de frenagem não atuam a baixas (1) Redutor
velocidades de reversão.
(5) Permitem que o cabeçote possa trabalhar (4) Freio centrífugo
com velocidade na haste polida de 150 a
400 rpm.
(6) Suspende a haste polida. (9) Freio mecânico
140
(7) Resiste à passagem de fluido através de (3) Freio hidrodinâmico
restrições.
(8) O rotor em gaiola de esquilo é constituído (5) Sistemas de polias e
por um núcleo de chapas ferromagnéticas, correias
isoladas entre si, sobre o qual são colocadas
barras de alumínio.
(9) Tipo de freio condenado pela Petrobras. (7) Freio de palhetas
( 10 ) Dependendo das condições do poço e da (2) Freio a disco
bomba, a velocidade máxima de rotação
reversa pode ser ajustar a partir de quase
zero até 300 rpm.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

3) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

(V) Cabeçote é um conjunto motriz de superfície destinado ao acionamento


da bomba BCP através do movimento rotativo da coluna de hastes.
(F) Os motores elétricos operam em alta rotação (aproximadamente 350
rpm) e a rotação das bombas de fundo de BCP trabalha na faixa de 1.000
a 4.000 rpm.
Justificativa: os motores elétricos operam em alta rotação
(aproximadamente .3.500 rpm) e a rotação das bombas de fundo de BCP
trabalha na faixa de 100 a 400 rpm.
(F) Normalmente os redutores têm uma relação de redução de 1:4 ou 1:5 o
que significa uma redução na velocidade de rotação do motor elétrico
de 4 a 5 vezes. Ex.: se estamos usando um motor elétrico de 1.600 rpm,
o redutor, por si só já promove uma redução para 300 ou 240 rpm, a
depender do cabeçote.
Justificativa: normalmente, os redutores têm uma relação de redução
de 1:4 ou 1:5, o que significa uma redução na velocidade de rotação do
motor elétrico de 4 a 5 vezes. Ex.: se estamos usando um motor elétrico
de 1.600 rpm, o redutor, por si só já promove uma redução para 400 ou
320 rpm a depender do cabeçote.
(V) Os tipos de transmissão de potência são: direta, angular e vertical.
141
4) Marque a(s) alternativa(s) correta(s).

a) O cabeçote do sistema BCP tem as seguintes funções:

( ) Frenagem do sistema BCP.


(X) Fornecer torque para a haste polida.
(X) Girar a coluna de hastes na rotação adequada.
( ) Permitir a troca rápida de polias.
( ) Regular a velocidade do VSD.
(X) Girar a coluna de hastes na rotação adequada.
( ) Obstruir a passagem do fluido.
( ) Manter o equilíbrio do sistema.
(X) Evitar o vazamento de fluidos para o ambiente.
(X) Suspender as hastes e suportar a carga axial.
( ) Perfurar poços não surgentes.
(X) Fornecer escape seguro para a energia armazenada no sistema nas
paradas.

CORPORATIVA
Alta Competência

5) Identifique os tipos de cabeçote:

( 3 ) Vertical
+
+
+
+ ( 1 ) Direto

( 2 ) Angular

142
6) Relacione as características apresentadas na primeira coluna com os tipos de
transmissão de potência:

(1) Têm a facilidade de trabalharem com taxas de redu- (3) Direto


ção elevada, tornando dispensável o uso de VSD, além
de permitirem a instalação em espaços relativamente
menores quando comparado com outros cabeçotes
(2) Têm como vantagem serem mais simples e de menor (1) Angular
custo de investimento e de manutenção que os cabe-
çotes angulares, provendo a mesma taxa de redução
(3) Os cabeçotes diretos têm o inconveniente de só traba- (2) Vertical
lharem com taxas de redução relativamente baixas, da
ordem de 4:1. Isto faz com que a bomba opere a cerca
de 300 rpm, velocidade relativamente excessiva para
o acionamento de bombas de cavidades progressivas
por causa do desgaste abrasivo que necessariamente
ocorre devido à necessidade de uma interferência po-
sitiva entre o rotor e o elastômero do estator.

CORPORATIVA
Capítulo 3. Cabeçote de BCP

7) Complete as lacunas e calcule a velocidade síncrona de rotação do motor com


base nos dados técnicos abaixo:

Folha de dados
Cliente: Nelson
Linha de produto: Standart
Potência :10,0 HP (cv) Altitude : 1000m

Carcaça :132M Temperatura ambiente : 40º C


Polaridade :6 polos Grau de proteção : IP55
Frequência :60Hz Escorregamento : 3,33%
Rotação nominal :1160rpm Corrente a vazio :8,00 A
Tensão nominal :440V Tempo de rotor bloqueado : 6s
Corrente nominal :15,0 A Momento de inércia : 0,0526 Kgm2
Fator de serviço :1,15 Massa :72,00 Kg
Corrente de partida :113 A Nível de ruído : 56 dB (A)
Ip/In : 7,50 Desempenho de carga:
Elevação de temperatura : 80º C Carga Cosø Rend (%)
Conjugado nominal :60,55 Nm 100 % 0,75 85,80
143
Conjugado de partida : 250% 75% 0,70 85,20
Conjugado máximo :300% 50% 0,58 84,00
Rolamento Interv de Lubrif. Quant de graxa
Dianteiro 6308 ZZ
Traseiro 6207 ZZ
OBS:

8) Marque a alternativa correta:

a) Reconheça a codificação do cabeçote de acionamento para bomba de cavidades


progressivas; tipo direto (sem redução); máxima capacidade de carga axial 4.000kgf;
potência máxima de 20 HP @ 300 rpm; com freio hidráulico:

( ) R-4-00-0/30 D

( ) A-4-77-5/ 20 H

( X ) D-4-77-5/ 20 H

( ) D-4-20-5/ 77 C

CORPORATIVA
Alta Competência

b) Reconheça a codificação do cabeçote de acionamento para bomba de cavidades


progressivas; tipo com redução; máxima capacidade de carga axial 3000kgf;
potência máxima de 10 HP @ 250 rpm; com freio hidrodinâmico:

( ) D-3-77-3/ 10 D

( ) A-3-77-3/ 10 D

( ) R-3-77-3/ 10 H

( X ) R-3-77-3/ 10 D

c) Reconheça a codificação do cabeçote de acionamento para bomba de cavidades


progressivas; tipo angular; máxima capacidade de carga axial 5000kgf; potência
máxima de 35 HP @ 400 rpm; com freio centrífugo:

( X ) A-5-77-5/35 C

( ) A-4-77-5/35 C

( ) A-5-77-5/35 H

( ) A-5-77-35/5 C

144

CORPORATIVA
Capítulo 4
Hastes de
bombeio

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Reconhecer os diferentes tipos de hastes e acessórios e seu


princípio de funcionamento;
• Identificar os principais componentes e arranjos;
• Identificar os esforços na coluna de hastes;
• Explicar o processo de operação (partida, parada e
ajustes);
• Reconhecer os problemas operacionais e os cuidados de
conservação.

CORPORATIVA
Alta Competência

146

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

4. Hastes de bombeio

A
coluna de hastes de bombeio é o elemento de ligação entre
o acionador de superfície e a bomba de fundo, rotativa, do
bombeio de cavidades progressivas. Sua função é transmitir o
movimento de acionamento do equipamento de superfície (cabeçote
de BCP) ao equipamento de fundo, bomba.

147

Coluna
de haste

Coluna de haste do sistema BCP

Num sistema de elevação BCP, a coluna de hastes, além de suportar


as cargas axiais, deve transmitir torque para o rotor da bomba. Se o
efeito combinado da carga axial e do torque produz uma tensão que
excede o limite de escoamento das hastes, ocorre a falha das mesmas.
É necessário, portanto, estudar os esforços a que estarão submetidas
para definir o diâmetro e o grau do aço que os suportarão.

CORPORATIVA
Alta Competência

Entende-se por dimensionamento de uma coluna de hastes o


procedimento capaz de definir o material constitutivo das mesmas,
sua posição em relação à profundidade do poço e também seu
comprimento.

As hastes são constituídas por aços especialmente escolhidos para


resistirem aos esforços presentes na região onde são inseridas. A
composição do aço influencia diretamente as propriedades mecânicas
finais passíveis de serem alcançadas.

A associação de petróleo americano (API) desenvolveu uma


classificação que pode ser de grande valia durante o processo de
seleção do material.

Tensão de Tensão de
Classificação
Escoamento Ruptura Aplicações
API
148 (psi) (psi)

Ambientes não corrosivos,


C 65000 90000
esforços pouco severos.

Liga que possui 2% de Ni, o


D 65000 90000 que confere maior resistência à
corrosão.

Poços mais profundos. Não deve


K 100000 120000
ser usada onde tenha H2S

T 160000
Diferentes aços de acordo com a classificação API

A tabela anterior correlaciona três tipos diferentes de aços


(composições distintas), com algumas de suas respectivas
propriedades mecânicas e possíveis aplicações.

Convém frisar que o dimensionamento deve contemplar, ainda, cargas


inesperadas, como as resultantes da entrada de areia, inchamento do
estator, e ou atrito de partida.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

4.1. Tipo de hastes

As hastes podem ser de 3 tipos:

a) Convencionais - são hastes fabricadas em padrões definidos


segundo a norma API Spec 11B, em comprimentos de 25 pés, com
pontas reforçadas tipo pino-pino. São montadas no poço em série por
ligações rosqueadas por meio de luvas, formando a coluna de hastes
em quantidade suficiente em função da profundidade em que a
bomba está instalada. São fornecidas também hastes de comprimentos
menores de um a dez pés para facilitar o balanceamento da coluna
de hastes e estas hastes são chamadas de pony rods.

149
Pino

Haste convencional com aplicação em BCP

As hastes de bombeio têm diâmetro padronizado pelo instituto API,


de ½ pol a 1 1/8 pol. Alguns dados relacionados ao diâmetro das
hastes podem ser contemplados na tabela a seguir.

Diâmetro (in) Área (in2) Peso (lb/pé)


½ 0.196 0.72
5/8 0.307 1.13
¾ 0.442 1.63
7/8 0.601 2.22
1 0.785 2.9
1 1/8 0.994 3.67
Diâmetros e áreas de hastes normais segundo a API

Há, também, três tipos de luvas para conexão de uma haste


convencional a outra: normal, delgadas, também denominadas
sinholle, e oversize.

CORPORATIVA
Alta Competência

As luvas são padronizadas pela norma API Spec 11B e são


confeccionadas com aço especial grau T, cuja tensão de ruptura
apresenta um valor da ordem de 160.000 psi.

Luva para haste de


bombeio convencional

150
b) Contínuas (Corod) - não possuem acoplamento, têm extensão de
3.000 pés e são cortadas ou soldadas a frio no caso de poços de maior
profundidade. São confeccionadas com aço especial com tensão de
escoamento superior a associada ao aço grau D.

As hastes contínuas necessitam de equipamento especial para


sua adequada instalação no poço, como pode ser visto na
ilustração a seguir:

Equipamento para instalação


das hastes contínuas

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

Este tipo de haste ainda não foi empregado pela Petrobras por um
lado em função do elevado custo de fabricação, e por outro lado em
função dos elevados custos envolvidos no contrato de mão de obra
de manutenção especializada, que é usualmente disponibilizada
pelo fornecedor.

c) Ocas - são hastes semelhantes à haste de bombeio convencional,


porém construídas com um furo central que permite a circulação
de fluidos. Este recurso permite a realização de operações de
injeção de fluidos sem que seja necessário interromper a operação
de produção.

Visando melhorar o processo de elevação, fluidos podem ser injetados


com diferentes objetivos, como a inibição de processos corrosivos ou
ainda a inibição de qualquer processo que possa levar à formação
de incrustações. Um exemplo de semelhante processo seria a
parafinização, ou seja, a precipitação de hidrocarbonetos de elevado 151
peso molecular na entrada da bomba.

Além de permitir a circulação de fluidos, o uso de hastes ocas


permite a redução da tensão de torção devido ao maior diâmetro
externo e ainda a redução do peso, promovendo o alívio parcial
da carga axial atuante sobre o mancal do cabeçote, reduzindo
finalmente o custo deste.

Alguns tipos de hastes ocas não têm ressalto nas luvas, promovendo
em última instância a redução da carga de contato das hastes com
os tubos. Isso permite a aplicação dessas hastes nos processos de
elevação em poços direcionais.

CORPORATIVA
Alta Competência

A ilustração a seguir apresenta a secção transversal de uma luva


usada no encaixe entre hastes ocas.

Luva para a conexão


entre hastes ocas
152

Coluna de produção
Fluido
injetado

Haste oca tipo pino-pino

Apoio da ferramenta de torque


Nipple de conexão oca tipo rosca-rosca

Petróleo Petróleo
produzido produzido

Princípio de funcionamento de uma haste oca

A ilustração anterior apresenta de maneira mais ampla a conexão


entre duas hastes ocas.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

Importante!
As hastes no bombeio de cavidades progressivas
apresentam a função primordial de estabelecer o
contato mecânico entre os controles de superfície e
o rotor inserido na região onde se encontra o fluido
a ser bombeado.

A conexão entre duas hastes vizinhas é feita através


de luvas. Os tipos de luvas empregadas nas opera-
ções da Petrobras encontram-se descritas na norma
API Spec 11B.

As hastes podem ser contínuas ou não. No caso de


hastes contínuas não é necessário utilizar luvas. No
entanto, os elevados custos de aquisição e manuten-
ção têm restringido o uso de hastes contínuas em 153
aplicações de bombas de cavidades progressivas.

A parafinização e processos oxidativos comprome-


tem o rendimento do bombeio de cavidades progres-
sivas. Visando ao aumento da vida útil do sistema de
bombeio, pode ser interessante a injeção de fluidos.
Para tanto, foram desenvolvidas as hastes ocas.

Numa aplicação BCP, a tensão total aplicada sobre as hastes é


resultado da carga axial e do torque e o alongamento é conseqüência
da deformação decorrente da aplicação desses esforços.

Se a tensão máxima nunca supera a tensão de escoamento do material


das hastes, as deformações decorrentes são elásticas e desaparecem
por completo assim que a tensão é removida. Por outro lado, se a
tensão aplicada supera o limite de escoamento do material, as
deformações serão de caráter permanente, ou seja, o material não
recupera a forma original com o passar do tempo.

CORPORATIVA
Alta Competência

4.2. Fadiga nas hastes

É sabido que componentes mecânicos sofrem processo de fadiga


quando submetidos a carregamentos cíclicos. Uma barra de aço
tracionada durante um determinado intervalo de tempo e que logo
após o término do referido intervalo é comprimida está sujeita a um
carregamento desta natureza.

Variações repetitivas de tensão tendem a causar o desenvolvimento


de micro fraturas, que finalmente vêm a crescer, formando uma trinca.
A trinca pode se propagar, resultando na falha do material. A fadiga
pode ocorrer mesmo quando a tensão máxima a que está submetido
o material é muito menor do que o limite de escoamento do mesmo.
Isso ocorre porque as trincas se formam a partir da concentração de
tensões em torno de defeitos microscópicos, como, por exemplo,
imperfeições superficiais. A vida em fadiga depende da amplitude da
154 flutuação de tensões, da tensão média e da frequência de oscilação
das tensões.

O acabamento superficial é muito importante na determinação da


vida útil do equipamento em fadiga, pois as micro-fraturas tendem
a se iniciar na superfície do material a partir das imperfeições
microscópicas existentes. Assim, uma peça de superfície mais lisa e
polida tem uma maior vida útil em fadiga do que uma peça cuja
superfície é rugosa e corroída.

As flutuações de tensões em aplicações BCP decorrem da produção


de gás, do aumento de atrito devido à produção de areia, ou até
mesmo em virtude da ocorrência de “golfadas” de fluido.

No caso de poços desviados podem ocorrer variações de carga em


função de flutuações na velocidade de rotação das hastes. Essas
flutuações são determinadas pela flexão imprimida, uma vez que as
mesmas estão sendo inseridas de forma inclinada.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

4.3. Desgaste das hastes e tubos de produção

O desgaste nas hastes e nos tubos em sistemas BCP depende dos


seguintes fatores:

• Comprimento das hastes e dos tubos;

• Magnitude das cargas de contato entre hastes e tubos;

• Composição do fluido bombeado;

• Velocidade de rotação das hastes.

As cargas gravitacionais estão sempre orientadas de cima para


baixo. As cargas de torção, por sua vez, podem atuar de baixo para
cima, fato este que depende diretamente da geometria do poço. 155
Em trechos de ganho de ângulo, as hastes tocam a parte superior
da coluna de produção e nas seções de perda de ângulo, as hastes
entram em contato com a parte de baixo da coluna de produção.

Mediante o emprego de centralizadores de hastes é possível reduzir as


cargas de torção. Deve-se determinar adequadamente a quantidade
de centralizadores visando à máxima redução das cargas de torção
eventualmente presentes, pois quanto menor a carga aplicada, maior
a vida útil das hastes.

Centralizadores típicos para o BCP

CORPORATIVA
Alta Competência

A distribuição de tensões é ainda melhor quando se trata de hastes


contínuas ou com luvas non-upset, tornando-as indicadas nos casos
de poços desviados.

Além de contribuírem para a redução da carga oriunda do contato


entre as hastes e a coluna de bombeio, o uso de centralizadores
permite reduzir o desgaste decorrente do contato entre as hastes e
a coluna de produção, aumentando a vida útil do tubo, luvas, e das
hastes propriamente ditas.

Na maioria dos casos, o desgaste é localizado, pois no sistema BCP


as hastes mantém um contato fixo com a coluna de produção, isto é,
embora possam executar o movimento de rotação, a translação para
cima ou para baixo é inibida.

A evolução do desgaste pode aumentar o campo de tensões


156 a que a haste está submetida, uma vez que o atrito reduz seu
diâmetro externo. Com o aumento das tensões, se eleva também
a probabilidade de propagação de trincas, aumentando o risco de
falhas. Outra conseqüência do desgaste igualmente possível consiste
na perfuração da coluna de produção. A figura a seguir ilustra o
desgaste do tubo de aço de uma coluna BCP.

Centralizador
Corpo da haste
Coluna de produção

Coluna de produção Buraco

Ranhura

Tempo

Desgaste de uma coluna BCP

O processo de desgaste por cargas de contato é influenciado pelo teor


de areia, velocidade de rotação, tipo de centralizador e intensidade
da carga de contato.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

A taxa de desgaste cresce exponencialmente com o teor de areia e


linearmente com a carga de contato. Dessa forma, pode-se dizer que
a taxa de desgaste é muito mais sensível à areia presente no fluido
bombeado do que ao contato entre hastes e a coluna de produção.

A geometria do poço influencia diretamente no processo de desgaste.


Costuma-se correlacionar a vida útil da coluna de produção em
função da variação de ângulo do poço a cada 30 metros, também
denominada dog-leg severity.

Variações angulares superiores a 3o/30 m reduzem a vida útil da coluna


para menos de dez meses, sendo, nesses casos, bastante recomendável
a utilização de centralizadores. Para variações angulares superiores a
12o/30 m, a colocação de centralizadores não é capaz de evitar os
danos associados ao desgaste.

Devido ao movimento excêntrico do rotor, não é recomendável 157


instalar a bomba (conjunto formado por estator e rotor) em um
trecho com ganho de ângulo, pois o desgaste seria mais intenso logo
acima da mesma. Nesses casos, convém colocar um ou dois tubos de
maior diâmetro logo acima da bomba.

Os centralizadores de hastes podem ser divididos em dois grupos:

• Centralizadores com revestimento plástico;

• Centralizadores rotativos.

Os centralizadores com revestimento plástico são fixos às hastes


e se movimentam junto com as mesmas durante a operação.
No caso dos centralizadores rotativos, permanecem estáticos,
permitindo que a haste gire livremente.

CORPORATIVA
Alta Competência

Importante!
O sistema BCP apresenta uma vida útil limitada
pela fadiga do material das hastes, e também
mediante o desgaste da coluna de produção.

A fadiga resulta principalmente da presença de


defeitos superficiais e da atuação de flutuações no
carregamento a que as hastes estão submetidas.

A produção de gases, presença de areia e golfadas


de fluido constituem fontes possíveis de flutuações
de tensões durante a operação.

O desgaste da coluna é decorrente do atrito


158 ocasionado pelo contato entre as hastes e o tubo de
aço da coluna. O desgaste é maior em poços desviados,
uma vez que a coluna se encontra inclinada em
relação à vertical e, neste caso, pode haver contato
das hastes com a coluna.

O desgaste pode ser minimizado em poços


desviados com variações angulares inferiores a
12º/30 m mediante a inserção de centralizadores.
Os centralizadores podem ser fixos (giram junto com
as hastes), ou rotativos (hastes giram na parte interna
do centralizador).

4.4. Instalação da coluna de hastes

Para instalação das hastes no poço são utilizadas sondas de produção


(work over) ou guindaste.

A primeira haste é acoplada ao rotor da BCP e as demais hastes ligadas


entre si até próximo à superfície. Nessa posição, inserem-se uma ou
mais hastes curtas e, finalmente, a haste polida é acoplada a todo o
conjunto.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

As hastes devem ser descidas preferencialmente uma de cada vez,


principalmente quando se tratar de haste grau API especial, de modo
a evitar trincas causadas por flexão durante a manobra.

O aperto das juntas roscadas deve seguir a tabela de deslocamento


circunferencial previsto no API RP 11BR.

A tabela a seguir consiste em parte dos dados contidos na norma API


RP 11BR. A faixa para o deslocamento circunferencial é determinada
fixando-se o diâmetro da haste e a composição (grau API) do aço
constituinte. Por exemplo, no caso de uma haste de diâmetro igual
a 15.9 mm, constituída por um aço grau D, deve-se empregar um
deslocamento diferencial, que varia na faixa entre 6.1 e 7.1mm.

Valores de deslocamento circunferencial da conexão das hastes de bombeio


Todas as dimensões em polegadas seguidas pelo equivalente em mm

1 2 3
159
Haste nova Haste reutilizada
Diâmetro da Grau D Graus C, D &K
haste Valores de deslocamento Valores de deslocamento
Mínimo Máximo Mínimo Máximo
1/2 (12,7) 8/32 (4,8) 8/32 (6,3) 4/32 (3,2) 6/32 (4,8)
5/8 (15,9) 8/32 (6,3) 9/32 (7,1) 6/32 (4,8) 8/32 (6,3)
3/4 (19,1) 9/32 (7,1) 11/32 (8,7) 7/32 (5,6) 17/64 (6,7)
7/8 (22,2) 11/32 (8,7) 12/32 (9,5) 9/32 (7,1) 23/64 (9,1)
1 (25,4) 14/32 (11,1) 16/32 (12,7) 12/32 (9,5) 14/32 (11,1)
1 1/8 (28,6) 18/32 (14,3) 21/32 (16,7) 16/32 (12,7) 19/32 (15,1)
Nota: os valores dos deslocamentos foram estabelecidos por meio de cálculos e testes com
strain gage
Deslocamento circunferencial segundo a norma API RP 11BR

O deslocamento circunferencial é medido na prática como é


apresentado na ilustração a seguir:

CORPORATIVA
Alta Competência

Deslocamento
circunferencial
Linha vertical
medido
gravada

Medida de deslocamento circunferencial

Após a inserção das hastes, deve-se ajustar o rotor na posição correta.


Isso pode ser alcançado através de um procedimento denominado
balanceamento.

Durante o balanceamento empregam-se hastes curtas conectadas


diretamente à haste polida. Deve-se a calcular o espaço morto e
comparar com o somatório dos comprimentos de todas as hastes
160 presentes.

Na prática, o espaço morto pode ser definido como a distância entre


a extremidade inferior do rotor e o pino-stop.

4.5. Problemas operacionais

As dificuldades presentes durante a operação são usualmente


dependentes da natureza do projeto.

Em poços desviados, há risco de desgaste por atrito, tanto nas


hastes como na coluna de produção, mesmo com aplicação de
centralizadores.

A própria utilização de centralizadores poderá ocasionar efeitos


colaterais indesejáveis, como perda de carga excessiva ou o
aprisionamento da coluna de hastes na coluna de produção.

Problemas de corrosão podem ser previstos levando-se em conta


a natureza química do ambiente do poço e a compatibilidade do
material das hastes (grau API).

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

A utilização de procedimentos e ferramentas adequadas para a


montagem da coluna de produção previne a falha por trincas nas
luvas ou mesmo o desacoplamento das hastes fixadas durante a
operação. Por esses motivos, hastes com roscas defeituosas, empenos
ou ranhuras não devem ser utilizadas.

4.6. Segurança na operação

O maior risco envolvendo o conjunto de hastes de bombeio está


relacionado com o rompimento da coluna de hastes durante a
operação.

Em poços equipados com BCP em caso de rompimento da haste, há


o risco da parte superior da coluna ser ejetado do poço, podendo
atingir pessoas que se encontrem em suas proximidades. Por isso, os
cabeçotes de BCP devem ter dispositivo anti-ejeção da haste polida.
161
Durante a montagem da coluna no poço devem ser observados os
procedimentos de segurança previsto nos padrões.

A utilização de ferramentas adequadas e em boas condições


como elevadores, ganchos, chaves especiais, entre outras, são
fundamentais. Estas ferramentas devem ser inspecionadas
regularmente e reparadas ou substituídas em caso de dano ou
desgaste, principalmente elevadores e ganchos, para evitar a queda
da coluna de haste no poço.

4.7. Cuidados e conservação

Os principais cuidados a serem observados com hastes de bombeio


são no manuseio, armazenamento e preservação.

CORPORATIVA
Alta Competência

As hastes são fornecidas em feixes, embalados em conjuntos


de quatro a sete camadas, separadas entre si por espaçadores e
fixadas por meio de suportes. Estas embalagens são normalmente
feitas em madeira ou outro material macio, de modo a minimizar
a possibilidade de danos mecânicos nas hastes. Para proteção das
roscas são utilizados protetores feitos de plástico, especialmente
fabricados para esta finalidade.

É aconselhável que o transporte seja realizado nas caixas em cujas


hastes foram fornecidas, ou ainda se tiverem que ser transportadas
soltas, o feixe de hastes deverá ser colocado sobre espaçadores de
madeira. As camadas de hastes também devem ser separadas através
de suportes de madeira. Quando se transportam várias camadas
de hastes empilhadas, devem ser observados que os suportes entre
camadas estejam alinhados verticalmente entre si.

162 Os suportes laterais não devem ter contato direto com as hastes. Usar
para isto calços de madeira.

Deve-se tomar especial cuidado ao cortar as amarras dos feixes para


não danificar a superfície das hastes.

Caso as hastes sejam armazenadas por longos períodos de tempo, é


recomendável a retirada periódica dos protetores para limpeza das
roscas e substituição da graxa de preservação, colocando novamente
os protetores de roscas.

As hastes devem ser despachadas sempre com protetores de roscas


nas extremidades. Caso seja observada alguma extremidade sem
protetor, deve-se realizar uma inspeção para detecção dos danos
eventualmente causados e então re-lubrificar a rosca e colocar
o protetor novamente. Se for observada uma rosca danificada ou
golpeada, separar a haste oca para efetuar o reparo. As roscas e o
corpo das hastes nunca devem sofrer impactos.

Em movimentações utilizando-se o guindaste convém empregar o


esquema apresentado na figura abaixo. Quando a movimentação
for com empilhadeira, recomenda-se a utilização de caixas metálicas
para dar rigidez ao conjunto, a fim de prevenir eventuais empenos
nas hastes.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

Detalhes dos espaçadores montados no


feixe, entre cada camada de hastes
Linha de centro
Entalhe circular do conjunto

Haste Dispositivo metálico


(balança)
Centro de gravidade do
Ponto de feixe das hastes
Suporte do feixe içamento
de hastes Cabo

Feixe Ponto de
de hastes içamento

A B B B B A
Esquema para a movimentação de feixes de hastes

163

Preparação de feixes de hastes para movimentação com guindaste

Fora desta embalagem, as hastes nunca devem ser apoiadas


diretamente no solo. Pelo menos quatro suportes (barrotes de
madeira) transversais devem ser colocados como apoio em piso plano.
Eles servem adicionalmente para separar as camadas, devendo ser
alinhados verticalmente.

Os protetores de roscas das hastes e das luvas devem ser retirados


somente no momento da conexão, para evitar danos por impacto,
principalmente na rosca pino.

As hastes retiradas ou ao serem descidas nos poços nunca devem


ser colocadas diretamente sobre a terra, e sim em estaleiros
protegidos por material anti-abrasivo. Neste contexto, é
recomendável utilizar separadores entre as camadas para evitar
o contato direto entre as hastes.

CORPORATIVA
Alta Competência

Adicionalmente, as hastes devem ser armazenadas isoladas sobre


berços com madeiras para não causar marcas e nem deformações
permanentes na superfície das hastes.

Sempre que uma coluna de hastes for removida de um poço, deve


ser acondicionada em caixas metálicas ou embalagens padronizadas
(feixes) e enviadas para limpeza e inspeção.

O elevador deve apresentar dimensões adequadas ao transporte


das hastes.

Todas as ferramentas utilizadas em cada tarefa devem ser


organizadas de acordo com os padrões da Petrobras e devem estar
sempre em bom estado. Devem ser inspecionadas periodicamente
para verificar o desgaste e reparadas ou substituídas, caso
necessário. Além disso, devem ser mantidas sempre limpas.
164
Quando forem retirados os protetores de roscas, as roscas devem
estar limpas e completamente secas.

Deve-se evitar a queda das hastes. A colisão com uma das extremidades
pode danificar a rosca. Neste caso, deve-se descartá-la.

Durante a descida da coluna, atentar para que não ocorra a


“montagem” dos fios de rosca.

Durante a montagem da coluna de haste deve ser observado o


perfeito alinhamento da conexão entre pinos e luvas, de modo a não
danificar as roscas nesta operação.

A vida útil em fadiga em uma coluna de hastes é drasticamente


reduzida em casos de instalação, manuseio ou operação inadequada.
Por esse motivo, antes da instalação da coluna de BCP é fundamental
observar os cuidados descritos acima.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

Importante!
Deve-se ter cuidado especial no manuseio das hastes
e luvas para que não sofram danos mecânicos. Caso
isso aconteça, pode levar à fratura das hastes durante
a operação, podendo causar acidentes.

Os cuidados com os elementos da coluna (hastes e


luvas) devem estar presentes no transporte, manuseio,
e instalação.

Especial atenção deve ser dada para que as hastes


não entrem em contato entre si. Por esse motivo, é
comum empregar suportes de madeira.

As hastes e luvas armazenadas, bem como as


ferramentas empregadas em sua instalação, devem 165
ser periodicamente inspecionadas.

Durante a operação a etapa de balanceamento é


crucial.

4.8. Haste polida

A haste polida pode ser considerada como um acessório da coluna de


hastes. Consiste em uma barra de aço com extremidades de conexão
tipo pino-pino, padronizadas pela norma API Spec 11B. Sua principal
função é prover a vedação na caixa de gaxetas, que contém os fluidos
produzidos pela coluna de produção.

A rugosidade da superfície deve apresentar um valor entre oito e trinta


e duas micro-polegadas. Esta qualidade de acabamento superficial
pode ser alcançada por polimento simples, via revestimentos com
deposição de cromo, ou através de revestimento metalizado por
aspersão térmica.

CORPORATIVA
Alta Competência

Pelo fato de ser um componente único, a haste polida possui variações


apenas de material e forma. Os diâmetros mais utilizados são 1 ¼”
e 1 ½”, e os comprimentos empregados com mais frequência de
magnitude entre 16’ e 22’. A tabela abaixo apresenta alguns materiais
normalizados pela API.

Tipo Especificação Tensão de Ruptura


Aço carbono SAE 10XX (35≤XX≤50) 90.000 ≤ σr ≤ 120.000

Aço liga SAE 41XX (30 ≤ XX ≤ 40) 95.000 ≤ σr ≤ 160.000

Aço liga SAE 46XX (15 ≤XX ≤ 25) 95.000 ≤ σr ≤ 160.000

Especificações de material para hastes contínuas segundo a API

As composições dos aços são apresentadas de acordo com as regras


desenvolvidas pela sociedade americana de engenheiros automotivos
166 (SAE). Essas regras descrevem quais elementos de liga são os mais
importantes no aço e qual a composição em percentual mássico de
carbono presente. A composição do carbono é indicada através dos
dois últimos dígitos presentes na sigla. Um aço 1010, por exemplo,
seria de acordo com a SAE um aço carbono (o carbono é o único
elemento presente além do ferro), cuja fração mássica apresenta um
valor igual a 0.10%.

A tensão de ruptura está relacionada à ductilidade do aço. Aços mais


dúcteis podem ser trabalhados com mais facilidade, sendo menos
resistentes à deformação mecânica. Quanto maior a tensão de
ruptura, mais resistente à deformação plástica é o aço.

Os seguintes acessórios são utilizados junto com a haste polida:

• Luva de redução - utilizada para unir a haste polida à coluna


de hastes de bombeio;

• Grampo - utilizado para fixar a haste polida na mesa ou do


cabeçote de BCP. Serve de acoplamento entre o conjunto de
acionamento e a coluna de hastes;

• Haste curta - utilizada para operação de manobra da coluna


de haste.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

A norma API Spec 11B padroniza as diversas variações de tamanho e


comprimento, de acordo com a coluna de hastes utilizada, conforme a
tabela abaixo. A haste polida é dimensionada e especificada durante
a elaboração do projeto da coluna de hastes, sendo registrada no
esquema mecânico do poço.

Diâmetro da
Diâmetro das
haste polida Diâmetro Diâmetro
hastes de
(OD) Comprimento (L) nominal externo do
bombeio que
+ 0,005 - 0,010 ft. ± 2 in. ( m,± do pino da corpo do
podem ser
in 50mm) rosca pino Df
acopladas
(+0.127-0.254 in (mm) in (mm)
in (mm)
mm)
8, 11, 16, 22, 24, 26
15/16 (23.8)PR 5/8 (15,9)
1 1/8 (28.6) (2.438, 3.353, 4.877
1 1/16 (27.0)PR 3/4 (19,1)
6.707, 7.315, 7.925)
1.250+ 0,005 -
15/16 (23.8)PR 0,010 (31.8, +
0,1270-0.254)
5/8 (15,9) 167
8, 11, 16, 22, 24, 26
1 1/8 (28.6) upset (2.438, 3.353, 4.877
1.500 + 0,005 -
6.707, 7.315, 7.925)
0,010
3/4 (19,1)
1 1/16 (27.0)PR (38,1 + 0,127 -
0,254)

11, 16, 22, 24,


26, 30, 36
1 3/16 (30.2)
1 1/4 (31,8) (3.353, 4.877, - 7/8 (22,2)
PR
6.707, 7.315, 7.925,
9.144, 10.973)
11, 16, 22, 24, 1.625 + 0,005 -
26, 30, 36 0,010
1 3/16 (30.2)
1 1/4 (31,8) upset (3.353, 4.877 (41.3. + 0,127 - 7/8 (22,2)
PR
6,707, 7.315, 7,925, 0,254)
9.144, 10.973)
16, 22, 24, 26, 30, 36
1 1/2 (38,1) (4.877, 6.707, 7.315, 1 3/8 (34.9) PR - 1 (25,4)
7.925, 9.144, 10.973)
2.250 +0.015-
16, 22, 24, 26, 30, 36
1 9/16, (39.7) 0,015
1 1/2 (38,1)upset (4.877, 6.707, 7.315, 1 1/8 (28,6)
PR (57.2 + 0,381-
7.925, 9.144,10.973)
0,381)
Dimensões da haste polida de acordo com a norma API Spec 11B

CORPORATIVA
Alta Competência

Sempre que por qualquer motivo a haste polida for retirada deve
ser inspecionada, visando à identificação de ranhuras ou empenos.
O desalinhamento da haste polida em relação à caixa de gaxetas
ou ranhuras na superfície da haste poderá causar vazamentos de
fluidos.

Antes de dar partida no sistema de elevação, verificar o


balanceamento da coluna de hastes, o alinhamento da haste polida
em relação à caixa de gaxetas e o aperto no preme-gaxetas.

Poderão ocorrer falhas nas ligações realizadas com os grampos,


ocasionando o escorregamento da haste polida e, em última instância,
a redução do espaço morto.

Problemas de vazamentos pela caixa de gaxetas podem ser causados


pela utilização de haste polida defeituosa (com riscos ou empenos)
168 ou desalinhada.

O desalinhamento ou o aperto excessivo do preme-gaxetas pode


provocar a ruptura da haste polida principalmente em sistemas
equipados com BCP.

Em sistemas equipados com BCP, a haste polida deve estar fixada


na mesa do cabeçote ou possuir algum outro tipo de proteção
contra ejeção em caso de ruptura. Também deve ser observado o
comprimento máximo de 300 mm na extremidade superior da haste,
medindo-se após a fixação do grampo para evitar o dobramento em
caso de velocidades de reversão elevadas.

Utilizar somente hastes polidas normalizadas pelo API e em boas


condições de uso para evitar rompimentos e vazamentos de fluidos.

A haste polida é fornecida em embalagem especial e com protetores


de rosca. Estas proteções devem ser retiradas apenas no momento da
instalação. Durante o manuseio e armazenamento, todos os cuidados
referentes à prevenção contra danos por empenos e choques devem
ser tomados.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

RESUMINDO...

• As hastes são componentes fundamentais em siste-


mas de BCP, pois realizam a transmissão do torque do
motor na superfície para o rotor;

• As hastes podem ser convencionais, ocas, ou contí-


nuas. As hastes ocas e convencionais são empregadas
juntamente com luvas apropriadas, que realizam a co-
nexão entre duas hastes vizinhas;

• A coluna de produção apresenta uma vida útil de-


terminada pela possibilidade de fratura de algum de
seus componentes, ou ainda o desgaste decorrente do
atrito entre as hastes e o tubo de aço da coluna;
169
• Problemas de falha mecânica podem ser evitados
mediante a adequada seleção do aço que constitui as
hastes. Este aço deve apresentar propriedades mecâ-
nicas adequadas ao ambiente do poço, levando-se em
consideração as cargas atuantes, bem como sua possí-
vel natureza corrosiva;

• A seleção do aço constituinte das hastes deve seguir


a norma;

• O dimensionamento deve contemplar, mediante fa-


tores de segurança, cargas inesperadas como as resul-
tantes da entrada de areia, inchamento do estator e
ou atrito de partida.

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

• Outro fenômeno importante a se considerar é a vida


em fadiga do aço escolhido. A falha por fadiga é con-
sequência da flutuação no tempo das cargas atuantes.
Essa flutuação tem origem na produção de gás, pre-
sença de areia, ou ainda devido a “golfadas” do fluido
bombeado;

• O atrito entre hastes na parte interna da coluna de


produção também contribui para a deterioração me-
cânica das hastes. A redução do diâmetro gera um
aumento na magnitude das tensões atuantes, aumen-
tando a probabilidade de danos mecânicos dos com-
ponentes;

170 • O desgaste é usualmente localizado e é maior em


poços desviados. Para minimizá-lo, o uso de centra-
lizadores é indicado para minimizar o contato com a
coluna de produção;

• Os centralizadores são ineficientes em poços com va-


riações angulares superiores a 12º/30 m. Nesses casos,
as hastes contínuas devem ser empregadas;

• Deve-se ter extremo cuidado no transporte, manu-


seio e armazenamento das hastes e luvas para que ne-
nhum dano mecânico superficial venha a ocorrer. Esses
defeitos reduzem a vida em fadiga do componente;

• As hastes devem ser conectadas uma a uma e inse-


ridas cuidadosamente na coluna. Em seguida, hastes
mais curtas são utilizadas para reduzir o espaço morto
existente e realizar o balanceamento da coluna antes
de entrarem em operação.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

RESUMINDO...

• Todas as ferramentas utilizadas, bem como os com-


ponentes armazenados devem ser inspecionados pe-
riodicamente e substituídos se não estiverem em bom
estado;

• Outro componente importante consiste na haste po-


lida. Esta é fundamental, pois garante a vedação da
caixa que comporta o fluido bombeado logo que sai
da coluna de produção (caixa de gaxetas);

• As hastes polidas são normalizadas e seu aço consti-


tuinte é escolhido levando-se em consideração o diâ-
metro e a geometria das hastes curtas que conectam a
haste polida à coluna de hastes;
171
• Da mesma forma que no caso dos demais compo-
nentes, a haste polida deve estar livre de defeitos me-
cânicos. Hastes polidas empenadas ou com defeitos
superficiais podem romper, podendo, enfim, parar a
produção;

• Para evitar acidentes, convém fixar a haste polida


na mesa do cabeçote ou empregar algum outro dis-
positivo para evitar a sua ejeção em caso de falha
mecânica.

CORPORATIVA
Alta Competência

4.9. Exercícios

1) Qual a importância das hastes em um sistema BCP?

________________________________________________________________

2) Complete as lacunas:

Nas aplicações em BCP podemos encontrar hastes ____________,


____________ e ____________.

As hastes ____________ são interessantes, pois permitem a injeção


de fluidos e suportam menor carga. Já as hastes ____________ são
apenas aplicadas em poços desviados de elevada variação angular.
Nesses casos, o uso de ____________ se mostra ineficiente.

3) Qual a função da haste polida? Por que ela deve ser polida?

_______________________________________________________________
172 _______________________________________________________________
________________________________________________________________

4) Complete as lacunas:

Os ____________________ foram desenvolvidos visando à re-


dução do desgaste da coluna de BCP. Existem dois tipos no
mercado, ____________________ e ____________________. Os
____________________ giram junto com a coluna de hastes, ao pas-
so que os ____________________ se mantém fixos, e permitem que
a coluna de hastes gire em seu interior.

5) Preencha as lacunas abaixo conforme as informações dadas:


(a) Falha ocasionada por flutuações ( ) luva
no carregamento durante a ope-
ração em BCP.
(b) Elemento responsável pela cone- ( ) balanceamento
xão entre duas hastes vizinhas.
(c) Procedimento usado para o ajuste ( ) haste polida
do espaço morto em sistemas BCP.
(d) Elemento responsável pela veda- ( ) centralizador
ção da caixa de gaxetas.
(e) Elemento capaz de minimizar o ( ) fadiga
desgaste da coluna de produção
em poços desviados.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

6) Preencha as lacunas abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso).


( ) Para a confecção de hastes polidas em aplicações em que a
carga supera 120.000 Pa pode-se empregar um aço carbono
convencional.
( ) Areia e gases produzidos são fatores responsáveis pela
flutuação nas cargas atuantes na coluna de produção.
( ) Uma haste levemente danificada em sua superfície durante
o transporte até a região de instalação pode ser utilizada
sem problemas.
( ) O desgaste da coluna em poços desviados com variação
angular inferior a 20o/30 m pode ser minimizado mediante
a inserção de centralizadores.
( ) Hastes contínuas apresentam sua aplicação limitada pelos
altos custos operacionais envolvidos.

7) Defina dois fatores determinantes para a vida em fadiga dos com-


ponentes de uma coluna de BCP. 173
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

8) Em que consiste o balanceamento de uma coluna de BCP?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

9) Que cuidados se deve ter no transporte e manuseio de hastes e


luvas? Por quê?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

CORPORATIVA
Alta Competência

4.10. Glossário
API (ou grau API) - escala hidrométrica idealizada pelo American Petroleum
Institute - API, juntamente com a National Bureau of Standards, e utilizada para
medir a densidade relativa de líquidos.

Aspersão térmica - termo geral que engloba diversos processos de recobrimento


de superfícies.

Balanceamento - o balanceamento consiste no procedimento capaz de ajustar o


espaço morto entre o rotor e o pino-stop, localizado na extremidade do estator da
bomba BCP. Essa ajuste fino é possível mediante a inserção de hastes curtas (pony
rods), que estabelecem o contato entre a haste polida e a coluna de hastes.

BCP - Bombas de Cavidades Progressivas.

Coluna de produção - conjunto de tubos de produção por onde escoa a produção


dos poços.

Ductilidade - é a propriedade física dos materiais de suportar a deformação


174 plástica, sob a ação de cargas, sem se romper ou fraturar

Dúctil - que se pode reduzir a fios, estirar, distender, sem se romper; flexível,
elástico.

Incrustação - precipitados sólidos depositados no interior da coluna de produção.

Mancal - suporte de apoio de elementos de máquinas.

Parafinização - precipitação de hidrocarbonetos de elevado peso molecular


(parafina) nas superfícies presentes no interior da coluna de produção.

Pino-stop - equipamento instalado na coluna de produção que impede a passagem


do rotor pelo estator.

Poço desviado - poço perfurado de maneira não vertical.

Pony rod - haste curta.

Preme-gaxeta - equipamento da caixa de engaxetamento que permite aumentar


ou diminuir a interferência entre as gaxetas e a haste polida.

Rosca pino - rosca localizada na extremidade de uma haste de BCP e que permite
que esta se conecte mecanicamente a uma haste seguinte mediante a presença de
uma luva.

SAE 10XX (35 ≤ XX ≤ 50) - classificação segundo a SAE para um aço carbono, cuja
composição de carbono se encontra entre 0.35 e 0.50%.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

SAE 41XX (30 ≤ XX ≤ 40) - classificação segundo a SAE para um aço cromo (Cr) –
molibdênio (Mo), cuja composição de carbono apresenta um valor entre 0.30 e
0.40%. Valores reportados para os teores de Cr e Mo seriam: Cr – (0.50%,0.80%, ou
0.95%), Mo – (0.12%, 0.20%, 0.25%, ou 0.30%).

SAE 46XX (15 ≤ XX ≤ 25) - classificação segundo a SAE para um aço níquel-
molibdênio, cuja composição de carbono apresenta um valor entre 0.15 e 0.25 %.
Valores reportados para os teores de Ni e Mo seriam: Ni – (0.85% ou 1.82%), Mo
– (0.20% ou 0.25%).

Tensão de Escoamento - tensão a partir da qual o material sofre deformação


permanente.

Tensão de Ruptura - tensão acima da qual o material sofre fratura devido à


propagação de trincas que se originam em defeitos microscópicos inerentes à sua
estrutura.

Torque - sistema de duas forças paralelas de suportes distintos, com sentidos


opostos, e que atuam sobre um corpo.

Velocidade de reversão - velocidade que a coluna de hastes atinge durante a


reversão.
175

CORPORATIVA
Alta Competência

4.11. Bibliografia
ALMEIDA BARRETO FILHO, Manual de Bombeio Mecânico em Poços de Petróleo.
Apostila. Petrobras. Salvador, 2003.

ARAUJO ANDRADE, Selma Fontes de. Bombeio Mecânico. Apostila. Petrobras.


Aracaju, 2000.

Catálogo Norris. Disponível em: <www.norrisrods.com>. Acesso em: 30 mar 2009.

Catálogo Tenaris. Disponível em: <www.tenaris.com>. Acesso em: 30 mar 2009.

Norma API Spec 11B - Especification for sucker rods.

Norma API RP 11L - Design calculation conventional sucker rods pumping system.

Norma API RP 11 BR - Recomended practice for the care and handling for sucker
rods.

Norma Petrobras N-2366 - Produção de petróleo - Haste de bombeio.


176
Norma Petrobras N-2404 - Produção de petróleo - Haste de bombeio - manuseio,
movimentação e estocagem.

OLIVEIRA COSTA, Rutácio de. Bomba de Fundo de Bombeio Mecânico. Apostila


Petrobras. Natal, 2008.

ROSSI, Nereu Carlos Milani de. Bombeio Mecânico. Apostila. Petrobras. Salvador,
2005.

WALDEMAR ASSMAN, Benno. Relatório Sobre a Instalação de Coluna de Hastes


Ocas e Operação para Desparafinação Térmica em Poço com Elevação por BCP.
Relatório Petrobras. Natal, 2006.

CORPORATIVA
Capítulo 4. Hastes de bombeio

4.12. Gabarito
1) Qual a importância das hastes em um sistema BCP?

Transmitir o torque do cabeçote ao rotor.

2) Complete as lacunas:

Nas aplicações em BCP podemos encontrar hastes convencionais, ocas e contínuas.

As hastes ocas são interessantes, pois permitem a injeção de fluidos e suportam


menor carga. Já as hastes contínuas são apenas aplicadas em poços desviados
de elevada variação angular. Nesses casos, o uso de centralizadores se mostra
ineficiente.

3) Qual a função da haste polida? Por que ela deve ser polida?

Permite a vedação da caixa de gaxetas. Deve ser polida para lhe garantir uma
maior vida útil, pois a falha deste componente pode causar acidentes durante a
operação.

4) Complete as lacunas:

Os centralizadores foram desenvolvidos visando à redução do desgaste da coluna 177


de BCP. Existem dois tipos no mercado, centralizadores rotativos e centralizadores
com revestimento plástico. Os centralizadores com revestimento plástico giram
junto com a coluna de hastes, ao passo que os centralizadores rotativos se mantêm
fixos e permitem que a coluna de hastes gire em seu interior.

5) Preencha as lacunas abaixo conforme as informações dadas:

(a) Falha ocasionada por flutuações no carregamento (b) luva


durante a operação em BCP.
(b) Elemento responsável pela conexão entre duas (c) balanceamento
hastes vizinhas.
(c) Procedimento usado para o ajuste do espaço (d) haste polida
morto em sistemas BCP.
(d) Elemento responsável pela vedação da caixa de (e) centralizador
gaxetas.
(e) Elemento capaz de minimizar o desgaste da (a) fadiga
coluna de produção em poços desviados.

CORPORATIVA
Alta Competência

6) Preencha as lacunas abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso).

(F) Para a confecção de hastes polidas em aplicações em que a carga supera


120.000 Pa pode-se empregar um aço carbono convencional.
Justificativa: para tensões acima de 120.000 Pa deve-se empregar aços
especiais, que contém elementos de liga capazes de produzir uma
microestrutura dura o suficiente, de maneira a gerar tensões de ruptura
acima de 120.000 Pa. Exemplos de materiais para esse tipo de aplicação
seriam aços Cr – Mo (SAE – 41 XX), ou aços Ni – Mo (SAE 46 XX).
(V) Areia e gases produzidos são fatores responsáveis pela flutuação nas
cargas atuantes na coluna de produção.
(F) Uma haste levemente danificada em sua superfície durante o transporte
até a região de instalação pode ser utilizada sem problemas.
Justificativa: todas as hastes e luvas devem estar livres de defeitos
superficiais, pois reduzem a vida útil dos componentes. Desta forma,
hastes e luvas defeituosas devem ser prontamente substituídas e não
devem ser, em hipótese nenhuma, utilizadas.
(F) O desgaste da coluna em poços desviados com variação angular inferior a
20o/30 m pode ser minimizado mediante a inserção de centralizadores.
Justificativa: centralizadores podem ser empregados em poços de
variação angular inferior a 12o/ 30 m. Nesses casos, os centralizadores
178 são eficientes na redução do atrito entre a coluna de hastes do tubo de
aço da coluna de produção.
(V) Hastes contínuas apresentam sua aplicação limitada pelos altos custos
operacionais envolvidos.

7) Defina dois fatores determinantes para a vida em fadiga dos componentes de


uma coluna de BCP.

Flutuação das cargas atuantes e desgaste das hastes via contato com o tubo de
aço da coluna de produção.

8) Em que consiste o balanceamento de uma coluna de BCP?

O balanceamento consiste no procedimento capaz de ajustar o espaço morto


entre o rotor e o pino-stop, localizado na extremidade do estator da bomba BCP.
Essa ajuste fino é possível mediante a inserção de hastes curtas (pony rods), que
estabelecem o contato entre a haste polida e a coluna de hastes.

9) Que cuidados se deve ter no transporte e manuseio de hastes e luvas? Por quê?

Deve-se ter extremo cuidado para que não haja risco de danos superficiais nas hastes
e luvas. Tais processos reduzem significativamente a vida útil dos componentes de
BCP, pois defeitos superficiais funcionam como sítios potenciais para a nucleação
e crescimento de trincas.

CORPORATIVA
Capítulo 5
Instalação e
retirada do BCP

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Explicar a instalação do sistema BCP e os processos que


envolvem a sua implementação;
• Explicar a retirada do sistema BCP e os processos que
envolvem a sua implementação.

CORPORATIVA
Alta Competência

180

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

5. Instalação e retirada do BCP

A
o se programar uma intervenção em um poço de BCP, algumas
providências são necessárias para garantir uma instalação
bem sucedida.

Em primeiro lugar, deve-se garantir que todos os adaptadores


necessários estejam à mão para fazer as seguintes conexões:

• Estator à coluna de produção;

• Coluna à cabeça de produção;

• Rotor à coluna de hastes;

181
• Coluna de hastes ao eixo do cabeçote.

Outra providência de suma importância é a de se ter em mãos algumas


hastes curtas (pony rods) de comprimentos variados de modo que seja
possível efetuar o adequado balanceamento da coluna de hastes para
compensar as diferenças entre o comprimento da coluna de hastes e
a de produção.

A seguir serão apresentadas as principais etapas de uma intervenção


de poços com BCP.

5.1. Descida da coluna de produção e estator

Antes de se iniciar a tarefa de descida devem ser tomados alguns


cuidados:

• Medir todas as partes que serão instaladas no fundo do poço


(estator, acoplamentos, tubos e tê de produção);

• Enroscar a pino-stop na extremidade inferior do estator. O pino-


stop é uma peça que tem a finalidade de impedir a passagem do
rotor além da extremidade do estator;

CORPORATIVA
Alta Competência

• As roscas dos tubos (pino e rosca) devem ser limpas e


engraxadas.

Após estas medidas, conecta-se, então, o estator ao primeiro tubo da


coluna de produção.

Pode haver a necessidade da utilização de uma redução, caso ocorra


uma das situações abaixo:

• A rosca do estator ser EU e a do rotor ser NU;

• Os diâmetros serem diferentes.

Em casos de poços com grande profundidade é recomendável a


utilização de âncora de torque.
182
Em casos de poços com presença de gás, pode-se utilizar um separador
de gás.

Na sequência, efetuamos as seguintes operações:

• Conectar os tubos e descer no poço até alcançarem a


profundidade desejada para o assentamento da bomba;

• Montar o tubing-hanger na cabeça de produção;

• Montar o tê de fluxo na parte superior da cabeça, geralmente


esta conexão é feita por adaptador do tipo flange-flange (é
possível utilizar o adaptador do tipo roscado também, porém
tem-se evitado a sua utilização em função de sua menor
resistência);

• Assentar o cabeçote sobre o flange acima do tê de fluxo.

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

5.2. Descida da coluna de hastes

Para a operação de descida da coluna de hastes devemos efetuar os


passos conforme descrito a seguir:

• Conectar o rotor à primeira haste, utilizando-se da redução


requerida, quando necessário;

• Descer as hastes enroscando-as uma a uma com o torque


recomendado pelo fabricante;

• Após a última haste ser conectada, descer lentamente,


observando a rotação das hastes, o que indica que o rotor está
entrando no estator;

• Observar a carga suportada pelo guincho até que esta diminua;


183
nesse momento o rotor terá atingido a parte de baixo do estator
e encostou-se ao limitador de passagem do rotor (pino-stop);

• Eleve a haste lentamente e observando o ponto em que carga


deixa de crescer; neste momento toda a flambagem da coluna
de haste foi retirada;

• Marque a haste no ponto adequado logo acima do tê de


fluxo;

• Repita esta operação várias vezes, de modo a garantir o ponto


de retirada da flambagem;

• Retire a haste superior e meça a distância da luva à marca.

CORPORATIVA
Alta Competência

Retirada da flambagem
da coluna de hastes
(peso original da
coluna é agora
indicada na célula
de carga)

T de fluxo

Y
Cabeça do
poço

Coluna de
hastes (com
flambagem)

Coluna de
produção

184 BCP

Pino de paro
(stop pin)
Y

Posicionamento do rotor

Para determinar o correto espaçamento da coluna de hastes, é


necessário levar em consideração a elongação das hastes, função
do comprimento das hastes em repouso e da carga axial aplicada,
dilatação térmica das hastes. As hastes sofrerão um alongamento
adicional quando estivem suportando o diferencial de pressão
máximo. O balanceamento deverá levar em conta também a distância
que há entre o fim do estator e o limitador de passagem (pino-stop).

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

Alturas
R
Haste polida acima dos clamps
+
Flange de arraste & clamps
a +
r Cabeçotes

Y
Flange
T de fluxo

Estator

Extremidade do
rotor sem Pino de
contato com paro
Espaçamento
o “stop pin” “Stop Pin” Y
185
Posicionamento do rotor

Além da deformação deve-se incluir a altura correspondente à haste


polida, em sua porção que fica acima do clamps, o clamps e o flange,
a distância do pino-stop à extremidade do estator (como já dissemos)
e, caso a coluna esteja ancorada, a dilatação sofrida pelas hastes
resultante da temperatura média do fluido. A dilatação térmica só
será incluída se a coluna for ancorada.

5.3. Instalação do cabeçote

Simultaneamente à instalação da bomba, o cabeçote e o acionador


devem ser verificados e preparados para estarem prontos para
instalação ao fim dos procedimentos de espaçamento do rotor.

Baseado nos parâmetros hidráulicos da instalação, bem como na


profundidade especificada para assentamento da bomba, certifique
se o cabeçote é adequado às cargas que serão geradas em trabalho.
Certifique, também, se a potência do acionador é compatível com a
potência requerida pela instalação. Evite a utilização de cabeçotes
superdimensionados desnecessariamente.

CORPORATIVA
Alta Competência

Verifique se o par de polias e correias está em conformidade com


a velocidade requerida para obter a produção desejada. Se utilizar
variador de frequência siga as instruções e recomendações do
fabricante relativas à instalação elétrica.

A instalação do cabeçote deve seguir procedimento determinado


pelo fabricante. A seguir algumas etapas de procedimento de
instalação para maior compreensão dos equipamentos do
cabeçote.

1. Após proceder ao espaçamento do rotor, conectar a haste polida à


coluna de hastes com o anel de junta já na posição;

2. Conectar clamp auxiliar à haste polida acima do T de fluxo e do


anel de junta, de tal modo que aproximadamente 6 pés (180 cm) a
partir desse clamps permaneça acima do T de fluxo;
186

Clamp 150 - 400 mm


180 cm (6’)

Junta (anel)
Clamp auxiliar

T fluxo

Instalação do cabeçote

3. Bombear um pouco de graxa dentro da caixa prensa-gaxeta do


cabeçote;

4. Limpar as rebarbas e asperezas e lubrificar a haste polida, caso


contrário, os mancais podem ser danificados no eixo do cabeçote;

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

5. Suspenda o cabeçote usando os pontos apropriados do centro


de massa, de forma que o cabeçote permaneça na posição vertical
quando suspenso e durante todo o processo de instalação. Assegure-
se quanto à condição existente para selecionar os pontos de içamento
recomendados;

6. Alinhe o eixo vazado no cabeçote com a haste polida e desça o


cabeçote devagar;

7. Colocar o cabeçote sobre a haste polida com o auxílio de um


guindaste ou guincho. Utilize uma linha de prumo para alinhar a haste
polida e evitar que a rosca danifique a gaxeta da prensa-gaxeta;

8. Retirar a ferramenta de alinhamento da haste polida e colocar o


clamp; superior; em seguida instale uma pony rod na haste polida;

9. Levantar coluna de hastes pela pony rod empregando elevadores de 187


hastes e o cabeçote com o guindaste ou guincho simultaneamente;

10. Remover o clamp auxiliar da haste polida que segurava o peso das
hastes;

11. Conectar o cabeçote ao tê. Ajustar todas as conexões do cabeçote


ao máximo torque especificado. Observe, na figura a seguir, que este
ajuste deve manter o paralelismo entre flanges;

Flange do Cabeçote

b1
Junta (anel)

b2
Flange do T de fluxo

b1 = b2

Ajuste dos flanges

CORPORATIVA
Alta Competência

12. Retirar o guindaste ou guincho;

13. Apertar o clamp da haste polida. Desinstale o pony rod;

ATENÇÃO

Não deixar mais do que 300mm da haste polida


sobressaindo acima do cabeçote para garatir a
segurança no caso de rotação reversa descontrolada.
É necessário que a haste polida se sobressaia um
pouco para poder prender a haste polida ao elevador,
quando se extrai a coluna de hastes.

14. Prender firmemente o suporte do cabeçote ao tê de bombeio


com a ajuda da corrente de segurança fornecida, para prevenir
188 que o cabeçote recue durante o back-spin. Não há necessidade de
utilização da corrente de segurança quando o suporte do cabeçote
for flangeado;

15. Engraxar a caixa prensa-gaxeta antes de ligar;

16. Utilizar um suporte do tipo luneta quando verificado que a


estrutura estiver em balanço ou quando a vibração resultante for
excessiva;

17. Proceder com as conexões elétricas e procedimentos de


operação.

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

Importante!
Certifique-se que a instalação elétrica está devida-
mente aterrada. Antes de finalizar as conexões elé-
tricas, assegure que o sentido de rotação está como
indicado no cabeçote a fim de evitar danos ao siste-
ma de frenagem incorporado ao cabeçote e também
para possibilitar o acionamento da bomba correta-
mente. A haste polida deve girar no sentido horário.
Antes de proceder a checagem do sentido de rotação
deve-se afrouxar as correias.

Vale lembrar que ao levantar a haste polida deve-se tomar uma série
de precauções a fim de evitar danificar o eixo e a haste:

• Assegurar-se de que não haja marcas de chave na haste 189


polida;

• Utilizar a ferramenta de alinhamento na haste polida para


guiá-la através do eixo;

• Alinhar cuidadosamente o aparelho com o cabeçote antes de


levantar a haste;

• Fixar a haste enquanto está afastada do poço de maneira que


não se desvie e se arraste sobre o eixo;

• Extrair suavemente a haste do cabeçote;

• Lubrificar a haste com graxa ou WD-40 quando for içado;

• Deve-se usar um sistema de suporte para estabilizar o


cabeçote.

CORPORATIVA
Alta Competência

5.4. Retirada do sistema BCP

Na operação de retirada dos equipamentos do poço, além dos


procedimentos convencionais para manobra de hastes e de tubos
que não cabe aqui abordar, alguns cuidados especiais precisam
ser tomados.

Importante!
É importante que a sonda de workover ou guin-
daste receba o poço totalmente liberado de sua
energia potencial, ou seja, a reversão já deverá ter
terminado.

A operação de parada e liberação da energia deve ser realizada pelo


pessoal da operação do poço, responsável pelos procedimentos de
190 parada e partida do sistema BCP e conhecedor das particularidades
do poço como a intensidade de sua reversão. O poço deverá ser
entregue à equipe de intervenção sem o clamp de arraste e sem a
polia movida (ou do cabeçote). Isto mostra que o poço não tem mais
energia contida.

O procedimento de parada na operação deve seguir os seguintes


passos.

• Desligar o poço no quadro de comandos;

• Aguardar a parada total da coluna de hastes;

• Instalar o clamp de serviço na lanterna sempre que possível


(algumas lanternas de cabeçotes antigos não permitem a sua
instalação);

• Retirar as correias e a polia do cabeçote.

Após esses passos, não há mais qualquer possibilidade de movimento


descontrolado das polias.

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

Durante o desencamisamento do rotor há a possibilidade de reversão


da coluna de hastes. Isto porque a bomba pode conter certo diferencial
de pressão residual por conta da selagem promovida pela interferência
entre o rotor e estator. Quando se retira o rotor, a selagem começa
progressivamente a diminuir e consequentemente, sua capacidade
de resistir ao diferencial de pressão é eliminada. Para evitar que a
reversão se prolongue, o rotor deve ser totalmente retirado em um
único e contínuo movimento. Interromper o desencamisamento
pode provocar a aceleração descontrolada da coluna de hastes ou
seu prolongamento por um tempo excessivo.

Na retirada, é importante verificar as condições dos equipamentos


retirados, informando possíveis danos e a existência de corrosão,
abrasão e incrustação. A posição relativa dos tubos e das hastes onde
ocorrem esses eventos só pode ser observada durante a retirada.

191

CORPORATIVA
Alta Competência

RESUMINDO...

Deve-se garantir que todos os adaptadores necessários


estejam à mão para fazer as seguintes conexões:

• Estator à coluna de produção;

• Coluna à cabeça de produção;

• Rotor à coluna de hastes;

• Coluna de hastes ao eixo do cabeçote.

Principais etapas de uma intervenção de poços com


BCP

192 • Descida da coluna de produção e estator;

• Descida da coluna de hastes;

• Instalação do cabeçote.

Não deixar mais do que 300 mm da haste polida


sobressaindo acima do cabeçote. É perigoso que
sobressaia mais quando ocorre rotação reversa em
alta velocidade.

O procedimento de parada para retirada do sistema


BCP:

• Aguardar a parada total da coluna de hastes;

• Instalar o clamp de serviço na lanterna sempre que


possível (algumas lanternas de cabeçotes antigos
não permitem a sua instalação);

• Retirar as correias e a polia do cabeçote.

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

5.5. Exercícios

1) Identifique em numeração sequencial a operação de descida da


coluna de hastes:
( ) Após a última haste ser conectada, descer lentamente ob-
servando a rotação das hastes, o que indica que o rotor
está entrando no estator.
( ) Eleve a haste lentamente e observando o ponto em que a
carga deixa de crescer; neste momento toda a flambagem
da coluna de haste foi retirada.
( ) Conectar o rotor à primeira haste, utilizando-se da redu-
ção requerida, quando necessário.
( ) Marque a haste no ponto adequado logo acima do tê de
fluxo.
( ) Retire a haste superior e meça a distância da luva à marca.
( ) Descer as hastes enroscando-as uma a uma com o torque 193
recomendado pelo fabricante.
( ) Repetir esta operação várias vezes de modo a garantir o
ponto de retirada da flambagem.
( ) Observar a carga suportada pelo guincho até que esta di-
minua; neste momento o rotor terá atingido a parte de
baixo do estator e encostou-se ao limitador de passagem
do rotor.
2) Em relação à programação de uma intervenção em um poço de BCP,
marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:
( ) Não existe a necessidade de se tomar providências para ga-
rantir uma instalação bem sucedida.
( ) Deve-se garantir que todos os adaptadores necessários para
que se possa efetuar todas as conexões estejam à mão.
( ) As conexões a serem efetuadas são:
Estator à coluna de produção;
Coluna à cabeça de produção;
Rotor à coluna de hastes;
Coluna de hastes ao eixo do cabeçote.
( ) Para que seja possível efetuar o adequado balanceamento
da coluna de hastes de modo a compensar as diferenças en-
tre o comprimento da coluna de hastes e a de produção, é
de suma importância ter em mãos algumas hastes longas.

CORPORATIVA
Alta Competência

3) Explique resumidamente os passos que devem ser seguidos pela


operação durante o procedimento de parada para retirada do
sistema BCP.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________
4) Complete as lacunas:
Para determinação do correto espaçamento da coluna de
______________ é necessário levar em consideração a ______________
das hastes.
As hastes sofrerão um alongamento adicional quando estiverem
suportando o ______________ de pressão máximo.
194
O ______________ deverá levar em consideração também a distân-
cia que há entre o ______________ do estator e o ______________
de passagem (pin- stop).
A dilatação______________ só será incluída se a _______________
for ancorada.
5) Marque a alternativa correta:
a) Durante a retirada do sistema BCP a operação de parada e libe-
ração de energia deve ser realizada pelo:
( ) pessoal da administração da Petrobras.
( ) pessoal da manutenção.
( ) pessoal da operação do poço.
( ) pessoal da equipe de intervenção.
b) Para evitar que reversão da coluna de hastes se prolongue du-
rante o desencamisamento do rotor, este deve ser:
( ) retirado em um tempo pré-determinado pela supervisão.
( ) parcialmente retirado em dois movimentos intercalados.
( ) parcialmente retirado em um único movimento.
( ) totalmente retirado em um único e contínuo movimento.

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

5.6. Glossário
Abrasão - efeito de erosão provocado em equipamentos quando expostos ao
contato de agente abrasivo, por exemplo, a areia. Os sedimentos produzidos do
reservatório (principalmente areia) são carreados no fluido produzido, erodem as
paredes dos dutos e dos outros equipamentos de coleta, como o choke.

Assentamento - é medida a elongação residual após certo tempo de ter sido estirado
a amostra. A elasticidade do elastômero cresce com o valor de resiliência e com o
decréscimo das demais propriedades. Back-spin - reversão da coluna de hastes.

Balanceamento - o balanceamento consiste no procedimento capaz de ajustar o


espaço morto entre o rotor e o pino-stop, localizado na extremidade do estator da
bomba BCP. Essa ajuste fino é possível mediante a inserção de hastes curtas (pony
rods), que estabelecem o contato entre a haste polida e a coluna de hastes.

Back-spin - reversão da coluna de hastes.

BCP - Bombas de Cavidades Progressivas.

Coluna de produção - conjunto de tubos de produção por onde escoa a produção 195
dos poços.

Clamp - grampo utilizado para prender ou segurar objetos através de pressão, de


modo a prevenir que se separem ou se movimentem durante um experimento.

Dilatação térmica - aumento do volume de um corpo ocasionado pelo seu aquecimento.

Elongação - deformação longitudinal de uma barra metálica submetida ao esforço


de tração.

EU (External Upset) - nomenclatura API de rosca com ressalto, diâmetro externo da


rosca maior que o diâmetro do tubo.

Gaxeta - anel de borracha responsável pela vedação da caixa de engaxetamento.

Incrustação - precipitados sólidos depositados no interior da coluna de produção.

NU (non upset) - nomenclatura API de rosca sem ressalto, diâmetro externo da


rosca igual ao diâmetro do tubo.

Pin stop (pino topador) - equipamento acoplado à coluna de produção que impede
que o rotor ultrapasse o estator.

CORPORATIVA
Alta Competência

Polia - peça mecânica muito comum a diversas máquinas, utilizada para transferir força
e movimento. Uma polia é constituída por uma roda de material rígido, normalmente
metal, mas outrora comum em madeira, lisa ou sulcada em sua periferia. Acionada
por uma correia, corda ou corrente metálica a polia gira em um eixo, transferindo
movimento e energia a outro objeto. Quando associada a outra polia de diâmetro
igual ou não, a polia realiza trabalho equivalente ao de uma engrenagem.Pony Rod -
uma haste mais curta que a habitual, normalmente colocada abaixo da haste polida e
utilizada para fazer uma haste sequência de um componente desejado.

Prensa gaxeta - equipamento da caixa de engaxetamento que permite aumentar


ou diminuir a interferência entre as gaxetas e a haste polida.

Tê de fluxo - elemento de ligação entre o cabeçote e a cabeça de produção que


permite a derivação do fluxo da coluna para linha de produção.

Torque - sistema de duas forças paralelas de suportes distintos, com sentidos


opostos, e que atuam sobre um corpo.

Tubing hanger - equipamento que se apóia na cabeça de produção de alguns tipos


de árvore de natal molhada ou na base adaptadora de produção de outros tipos de
árvore, com a finalidade de suportar o peso da coluna de produção.
196 Workover - interveção em um poço de petróleo.

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

5.7. Bibliografia
ASSMANN, B. W., Apostila de Bombeio de Cavidades Progressivas. Petrobras - UN-
RNCE, 2008.

VIDAL, F. J. T. V., Desenvolvimento de um simulador de bombeio por cavidades


progressivass. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Natal, 2005.

197

CORPORATIVA
Alta Competência

5.8. Gabarito
1) Identifique em numeração sequencial a operação de descida da coluna de
hastes:

(3) Após a última haste ser conectada, descer lentamente observando a


rotação das hastes, o que indica que o rotor está entrando no estator.
(5) Eleve a haste lentamente e observando o ponto em que a carga deixa
de crescer; neste momento toda a flambagem da coluna de haste foi
retirada.
(1) Conectar o rotor à primeira haste, utilizando-se da redução requerida,
quando necessário;
(6) Marque a haste no ponto adequado logo acima do tê de fluxo.
(8) Retire a haste superior e meça a distância da luva à marca.
(2) Descer as hastes enroscando-as uma a uma com o torque recomendado
pelo fabricante.
(7) Repetir esta operação várias vezes de modo a garantir o ponto de retirada
da flambagem.
(4) Observar a carga suportada pelo guincho até que esta diminua; neste
198
momento o rotor terá atingido a parte de baixo do estator e encostou-se
ao limitador de passagem do rotor.
2) Em relação à programação de uma intervenção em um poço de BCP, marque V
(verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

(F) Não existe a necessidade de se tomar providências para garantir uma


instalação bem sucedida.
Justificativa: ao se programar uma intervenção em um poço de BCP,
algumas providências são necessárias para garantir uma instalação bem
sucedida.
(V) Deve-se garantir que todos os adaptadores necessários para que se possa
efetuar todas as conexões estejam à mão.
(V) As conexões a serem efetuadas são:
Estator à coluna de produção;
Coluna à cabeça de produção;
Rotor à coluna de hastes;
Coluna de hastes ao eixo do cabeçote.
(F) Para que seja possível efetuar o adequado balanceamento da coluna de
hastes de modo a compensar as diferenças entre o comprimento da coluna
de hastes e a de produção, é de suma importância ter em mãos algumas
hastes longas.
Justificativa: é de suma importância se ter em mãos algumas hastes
curtas (pony rods) de comprimentos variados de modo que seja possível
efetuar o adequado balanceamento da coluna de hastes para compensar
as diferenças entre o comprimento da coluna de hastes e a de produção.

CORPORATIVA
Capítulo 5. Instalação e retirada do BCP

3) Explique resumidamente os passos que devem ser seguidos pela operação


durante o procedimento de parada para retirada do sistema BCP.

• Desligar o poço no quadro de comandos;

• Aguardar a parada total da coluna de hastes;

• Instalar o clamp de serviço na lanterna sempre que possível (algumas lanternas


de cabeçotes antigos não permitem a sua instalação);

• Retirar as correias e a polia do cabeçote.

4) Complete as lacunas:

Para determinação do correto espaçamento da coluna de hastes é necessário levar


em consideração a elongação das hastes.

As hastes sofrerão um alongamento adicional quando estiverem suportando o


diferencial de pressão máximo.

O balanceamento deverá levar em consideração também a distância que há entre


o fim do estator e o limitador de passagem (pin-stop).

A dilatação térmica só será incluída se a coluna for ancorada.

5) Marque a alternativa correta: 199


a) Durante a retirada do sistema BCP a operação de parada e liberação de energia
deve ser realizada pelo:

( ) pessoal da administração da Petrobras.

( ) pessoal da manutenção.

( X ) pessoal da operação do poço.

( ) pessoal da equipe de intervenção.

b) Para evitar que reversão da coluna de hastes se prolongue durante o


desencamisamento do rotor, este deve ser:

( ) retirado em um tempo pré-determinado pela supervisão.

( ) parcialmente retirado em dois movimentos intercalados.

( ) parcialmente retirado em um único movimento.

( X ) totalmente retirado em um único e contínuo movimento.

CORPORATIVA
CORPORATIVA
Capítulo 6
Acompanhamento
operacional do
sistema BCP

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Explicar o processo de acompanhamento operacional do


sistema BCP;
• Reconhecer as técnicas de diagnóstico de poço e as etapas
de sua implementação.

CORPORATIVA
Alta Competência

202

CORPORATIVA
Capítulo 6. Acompanhamento operacional do sistema BCP

6. Acompanhamento operacional
do sistema BCP

O
acompanhamento da operação de poços BCP é normalmente
feito através de testes de produção e de registros de nível
dinâmico.

6.1. Teste de produção

Os testes de produção permitem:

• Verificar se houve uma mudança súbita na eficiência de


bombeio, indicativa de problemas na bomba ou no sistema;

• Verificar se houve perda total de vazão indicando dano da 203


bomba, furo na coluna ou haste partida ou desenroscada;

• Acompanhar a evolução da eficiência de bombeio no tempo,


permitindo determinar se a bomba está inchando ou sofrendo
algum tipo de desgaste.

As atividades de acompanhamento que permitem avaliar o


desempenho de um poço incluem a sistemática de diagnóstico. Os
dados coletados no campo precisam ser adequadamente interpretados
para que ações corretivas sejam tomadas ou que se possa alterar as
condições operacionais de tal forma a otimizar um poço segundo um
critério definido.

Os critérios de otimização podem variar conforme as circunstâncias


e as características do poço. Os critérios comumente mais utilizados
são econômicos, tais como maximização da produção, maximização
do tempo médio entre falhas (MTBF - Mean Time Between Failures)
e maximização do retorno de capital. O mais comum, entretanto,
é a estratégia de otimização combinada, ou seja, obter a máxima
produção com o mínimo MTBF possível para se obter essa produção.
Esta estratégia parte do princípio comum a grande parte dos poços
de que o reservatório não é afetado pela produção do poço (o que

CORPORATIVA
Alta Competência

exclui aqueles casos em que pode se formar cone de água e/ou gás ou
haver produção de areia em altas vazões) e que o preço do petróleo é
tal que permite pagar os custos de produção sem afetar sensivelmente
a rentabilidade do poço.

Um critério aprimorado seria o da obtenção do máximo resultado


econômico levando-se em conta, simultaneamente, ambos os
fatores, entretanto o MTBF é amplamente variável e dependente de
circunstâncias nem sempre controláveis.

6.2. Registro de nível

A mais tradicional forma de acompanhar um poço bombeado é


registrar o seu nível de líquido no espaço anular em condições de
operação. Se o que se deseja é maximizar a produção com o menor
MTBF possível, o que se quer é obter o menor nível dinâmico com
204 a menor velocidade de rotação possível. Obviamente, é necessário
acompanhar também a produção do poço através de testes de
produção para se verificar as condições operacionais da bomba.

Faz-se o registro de nível e o resultado é comparado com a profundidade


de assentamento da bomba. Se o nível de líquido registrado estiver
acima da profundidade de assentamento da bomba, aumenta-se a
rotação. Os limites a serem respeitados para se obter uma vida útil
adequada do equipamento são os seguintes:

• A rotação da bomba não deve ser superior a 350 rpm;

• O diferencial de pressão na bomba - diferença entre a pressão


de admissão e de descarga - não deve ser superior a 80% do
nominal.

A técnica é eficaz, porém não leva em conta a possibilidade de reduzir


a rotação, coisa que sempre será necessária, em função da natural
depleção do reservatório, queda da pressão estática.

Assim, é comum encontrar poços com rotação desnecessariamente


excessiva. Só uma adequada confrontação do rendimento da bomba
permitiria se diagnosticar uma condição de bombeio ineficiente.

CORPORATIVA
Capítulo 6. Acompanhamento operacional do sistema BCP

O sistema de controle automático eficaz deve, necessariamente,


contemplar a detecção desta situação.

O principal propósito de se medir o nível de líquido no anular é


inferir a pressão de sucção da bomba. Quanto maior o nível, menor a
submergência e menor a pressão de sucção. Tanto menor a pressão de
sucção, menor a pressão de fluxo e maior o diferencial de pressão a
que está submetido o reservatório. Assim, consegue-se obter a maior
vazão possível para o poço quando se minimiza a submergência ou
se maximiza o nível dinâmico.

Para se obter o nível de líquido no anular, utiliza-se um registrador


sônico de nível denominado sonolog ou echometer.

205

Registrador sônico de nível

Um impacto de pressão criado por um canhão de gás ou um cartucho


de festim disparado contra a válvula de acesso ao anular do poço
provoca um onda de som que viaja desde a superfície até o nível
de líquido, sendo então refletida. Cada uma das reduções de seção
do espaço anular resultante da existência de luvas de conexão entre
os tubos de produção provoca reflexões de menor intensidade do
que a reflexão provocada pela superfície de líquido. O intervalo de
tempo que o som leva para percorrer o espaço entre as luvas está
relacionado à velocidade do som no gás.

CORPORATIVA
Alta Competência

Importante!
Uma maneira de determinar o nível de fluido no
anular é calcular a velocidade do som no gás, que é
função da pressão a que o gás está submetido e ao
peso específico do gás, e multiplicar pelo tempo de-
corrido entre o disparo e a reflexão principal. Outra
maneira é contar o número de reflexões intermedi-
árias e multiplicar pelo comprimento dos tubos de
produção (padronizados em 9,3 metros).

206

Resultado de um registrador sônico de nível

Apesar das limitações, o método de registro de nível dinâmico é o


mais utilizado e é certamente muito útil e prático.

ATENÇÃO

Não há tanta necessidade de saber com precisão o


nível, e sim saber se ele está mais alto ou mais baixo. A
informação qualitativa é a mais importante.

CORPORATIVA
Capítulo 6. Acompanhamento operacional do sistema BCP

6.3. Medição de pressão de sucção e de recalque da bomba

Outra técnica de acompanhamento e diagnóstico de poço com


elevação BCP é a medição direta da pressão de sucção e/ ou da
pressão de recalque da bomba. Esta técnica elimina com vantagens as
limitações referidas ao registro de nível, sendo, entretanto, bastante
caro. Outra vantagem é a facilidade com que se pode utilizá-lo para
otimizar automaticamente o poço, servindo o sinal de pressão ou
o de diferencial de pressão através da bomba de entrada para o
controlador.

207

CORPORATIVA
Alta Competência

6.4. Exercícios

1) Quais são os processos de acompanhamento operacional do


sistema BCP?

________________________________________________________________

2) Os testes de produção permitem verificar e acompanhar o sistema


BCP. Explique em quais condições operacionais isso é possível.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
208
________________________________________________________________

3) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:


( ) Os critérios de otimização comumente mais utilizados são
econômicos, tais como maximização da produção, MTBF e
maximização do retorno de capital.
( ) O MTBF é amplamente variável e independente de circuns-
tâncias nem sempre controláveis.
( ) Os dados coletados no campo precisam ser adequadamen-
te interpretados para que ações corretivas sejam tomadas
ou que se possa alterar as condições gerenciais de tal for-
ma a otimizar um poço segundo um critério definido.
( ) Se o que se deseja é maximizar a produção com o maior
MTBF possível, o que se quer é obter o menor nível dinâ-
mico com a maior velocidade de rotação possível.

CORPORATIVA
Capítulo 6. Acompanhamento operacional do sistema BCP

4) Marque a alternativa correta:

a) A rotação da bomba não deve ser superior a:

( ) 300 rpm

( ) 530 rpm

( ) 350 rpm

( ) 315 rpm

b) O diferencial de pressão na bomba não deve ser superior a:

( ) 90%

( ) 80%

( ) 70%

( ) 60%

c) O principal propósito de se medir o nível de líquido no anular é: 209

( ) medir a pressão de sucção da bomba.

( ) reduzir a pressão de sucção da bomba.

( ) inferir a pressão de sucção da bomba.

( ) Inserir a pressão de sucção da bomba.

CORPORATIVA
Alta Competência

5) Complete as lacunas:

a) Quanto _______________________ o nível, _______________________


a submergência e ________________________ a pressão de sucção.

b)Tanto ___________________ a pressão de sucção,


_____________________ a pressão de fluxo e ____________________
o diferencial de pressão a que está submetido o reservatório.

c) Consegue-se obter a ________________________ vazão possível para


o poço quando se ________________________ a submergência ou se
________________________ o nível dinâmico.

d) Uma maneira de determinar o ________________________ é calcular a


velocidade do som no gás, que é função da ________________________
está submetido e ao peso específico do gás, e ______________________
pelo tempo decorrido entre o disparo e a reflexão principal.

e) Outra técnica de acompanhamento e diagnóstico de poço com


210 elevação BCP é ________________________. Esta técnica elimina com
vantagens as limitações referidas ao registro de nível, sendo, en-
tretanto,________________________. Outra vantagem é a facilidade
com que se pode utilizá-lo para otimizar automaticamente o poço
servindo o sinal de pressão ou o de diferencial de pressão através
da ________ como entrada para o ________________.

CORPORATIVA
Capítulo 6. Acompanhamento operacional do sistema BCP

6.5. Glossário
Anular - espaço entre a coluna de produção e a parede do poço revestido.

Assentamento - é medida a elongação residual após certo tempo de ter sido estirado
a amostra. A elasticidade do elastômero cresce com o valor de resiliência e com o
decréscimo das demais propriedades. Back-spin - reversão da coluna de hastes.

BCP - Bombas de Cavidades Progressivas.

Cone de água ou gás - fenômeno que ocorre no reservatório sobre a área de


influência do poço que gera caminho preferencial de água e/ou gás e minimiza a
produção de óleo.

Depleção do reservatório - queda da pressão estática do reservatório.

Echometer - equipamento que executa e analisa registro acústico.

MTBF (Mean Time Between Failures) - tempo médio entre falhas.

Nível dinâmico - distância medida entre a superfície e o topo da coluna de líquido


211
que se forma no espaço anular quando o poço está em produção.

Rpm - Rotações por minuto (abreviado rpm, rpm, r/min, rot/min, ou r·min−1) é uma
unidade de frequência, usada para medir a velocidade de rotação de um objeto
sobre um eixo fixo e representa o número de rotações completas efetuadas por
minuto.

Sonolog - equipamento que executa e analisa registro acústico.

Submergência - comprimento da coluna de líquido em relação à posição dos


canhoneados ou em relação à admissão da bomba.

CORPORATIVA
Alta Competência

6.6. Bibliografia
ASSMANN, B. W., Apostila de Bombeio de Cavidades Progressivas. Petrobras - UN-
RNCE, 2008.

VIDAL, F. J. T. V., Desenvolvimento de um simulador de bombeio por cavidades


progressivass. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Natal, 2005.

212

CORPORATIVA
Capítulo 6. Acompanhamento operacional do sistema BCP

6.7. Gabarito
1) Quais são os processos de acompanhamento operacional do sistema BCP?

Teste de produção e registro de nível dinâmico.

2) Os testes de produção permitem verificar e acompanhar o sistema BCP. Explique


em quais condições operacionais isso é possível.

Quando houver mudança súbita na eficiência de bombeio, indicativa de problemas


na bomba ou no sistema, é possível verificar com o teste de produção.

Quando houver perda total de vazão indicando dano da bomba, furo na coluna ou
haste partida ou desenroscada, é possível verificar com o teste de produção.

Acompanhar a evolução da eficiência de bombeio no tempo, permite determinar


se a bomba está inchando ou sofrendo algum tipo de desgaste; isso também é
possível com o teste de produção.

3) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

(V) Os critérios de otimização comumente mais utilizados são econômicos,


tais como maximização da produção, MTBF e maximização do retorno de
capital. 213
(F) O MTBF é amplamente variável e independente de circunstâncias nem
sempre controláveis.
Justificativa: o MTBF é amplamente variável e dependente de
circunstâncias nem sempre controláveis.
(F) Os dados coletados no campo precisam ser adequadamente interpretados
para que ações corretivas sejam tomadas ou que se possa alterar as
condições gerenciais de tal forma a otimizar um poço segundo um critério
definido.
Justificativa: os dados coletados no campo precisam ser adequadamente
interpretados para que as ações corretivas sejam tomadas ou que se
possa alterar as condições operacionais de tal forma a otimizar um poço
segundo um critério definido.
(F) Se o que se deseja é maximizar a produção com o maior MTBF possível, o
que se quer é obter o menor nível dinâmico com a maior velocidade de
rotação possível.
Justificativa: se o que se deseja é maximizar a produção com o menor
MTBF possível, o que se quer é obter o menor nível dinâmico com a menor
velocidade de rotação possível.
4) Marque a alternativa correta:

a) A rotação da bomba não deve ser superior a:

( ) 300 rpm

( ) 530 rpm

( X ) 350 rpm

( ) 315 rpm

CORPORATIVA
Alta Competência

b) O diferencial de pressão na bomba não deve ser superior a:

( ) 90%

( X ) 80%

( ) 70%

( ) 60%

c) O principal propósito de se medir o nível de líquido no anular é:

( ) medir a pressão de sucção da bomba

( ) reduzir a pressão de sucção da bomba

( X ) inferir a pressão de sucção da bomba

( ) Inserir a pressão de sucção da bomba

5) Complete as lacunas:

a) Quanto maior o nível, menor a submergência e menor a pressão de sucção.

b) Tanto menor a pressão de sucção, menor a pressão de fluxo e maior o diferencial


de pressão a que está submetido o reservatório.
214
c) Consegue-se obter a maior vazão possível para o poço quando se minimiza a
submergência ou se maximiza o nível dinâmico.

d) Uma maneira de determinar o nível de fluido no anular é calcular a velocidade


do som no gás, que é função da pressão a que o gás está submetido e ao peso
específico do gás e multiplicar pelo tempo decorrido entre o disparo e a reflexão
principal.

e) Outra técnica de acompanhamento e diagnóstico de poço com elevação BCP é


a medição direta da pressão de sucção e/ ou da pressão de recalque da bomba.
Esta técnica elimina com vantagens as limitações referidas ao registro de nível,
sendo, entretanto, bastante cara. Outra vantagem é a facilidade com que se pode
utilizá-lo para otimizar automaticamente o poço servindo o sinal de pressão ou o
de diferencial de pressão através da bomba como entrada para o controlador.

CORPORATIVA
Capítulo 7
Segurança
operacional do
sistema BCP

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Explicar a reversão do sistema BCP;


• Reconhecer os dispositivos de controle de reversão e seus
componentes;
• Identificar os riscos na operação de controle do BCP e os
tipos de sistema anti-reversão;
• Reconhecer as recomendações de segurança em cabeçotes
e os procedimentos de segurança.

CORPORATIVA
Alta Competência

216

CORPORATIVA
Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

7. Segurança operacional do
sistema BCP

D
urante a operação normal, o cabeçote fornece o torque para
mover a coluna de hastes, vencer o torque da bomba, o torque
resistivo viscoso, o atrito na bomba, e no contato entre as hastes
e o tubo. A coluna de hastes fica torcida e acumula energia potencial.
Além disso, a diferença de pressão entre o recalque e a sucção, que
representa a elevação efetiva de fluido, armazena energia potencial
também. A energia cinética é desprezível se comparada à energia
potencial no sistema. Quando o sistema de acionamento é desligado,
o torque fica desbalanceado, levando à reversão. As causas dessa
reversão são a torção nas hastes e a diferença de pressão na bomba.

217
Cabeçote
Motor

Linha de
produção

Coluna de
produção

Rotor
Coluna
de haste

Estator

Sistema BCP

CORPORATIVA
Alta Competência

Existem dois tipos de reversão: a de parada normal e a de rotor preso.


Na parada normal se combinam a torção nas hastes e o retorno de
fluido. A reversão normal é de menor velocidade, porém é demorada.
O fluido retorna até equalizar a pressão entre sucção e recalque.
Rigorosamente, o sistema para de girar antes disso por conta da
selagem promovida pela interferência.

A reversão de rotor preso é mais curta, porém desenvolve velocidades


muito maiores. É que a velocidade de reversão depende do
desbalanceio de torque. Quando há rotor preso, o torque acumulado
na torção é maior que o torque de operação normal, pois o torque
pode atingir até o torque máximo do motor, cerca de duas vezes e
meia o torque nominal do motor.

A prisão do rotor pode armazenar energia na haste e provocar a


reversão com efeitos descontrolados na haste e acessórios e a
218 sobrevelocidade no conjunto de transferência de força (polia e caixa
de redução/angular).

Além disso, a prisão do rotor pode provocar o rompimento da coluna


de hastes pelo excesso de torque, o que pode provocar a parada do
sistema, porém sem provocar riscos operacionais.

A reversão do rotor preso pode ser ocasionada por:

• Inchamento do elastômero;

• Descolamento do elastômero;

• Balanceamento insuficiente;

• Quebra do topador (stop-pin), pois impede o balanceamento


da coluna de hastes;

• Falta de fluido na sucção da bomba;

• Degradação química ou térmica do elastômero.

CORPORATIVA
Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

ATENÇÃO

Como conseqüências da reversão, pode haver


fragmentação das polias e desenroscamento de
hastes ou tubos e risco para o pessoal que se
encontrar nas proximidades do poço.

Uma reversão pode provocar altas velocidades nas partes girantes,


o que causa elevada força centrífuga e elevadas tensões nas partes
girantes, especialmente nas polias. A ruptura da polia ocorre
quando a tensão atinge a tensão de ruptura do material. Há elevado
potencial de dano neste caso, pois os fragmentos são projetado a
elevadas velocidades.

Tradicionalmente, eram utilizadas polias de ferro fundido.


219
As polias podem se partir em velocidades menores se falhas
internas decorrentes do processo de fundição ou danos
provocados pelo manuseio estiverem presentes na polia. Nas
polias de ferro fundido, isso ocorre porque o aço fundido é um
material duro, porém pouco resistente a impactos. Por isso, o
uso de polias de ferro fundido está proibido na Petrobras. As
polias de liga alumínio ou aço de baixa liga têm sido preferidas
atualmente por serem materiais mais dúcteis e resistentes. As
polias de liga de alumínio se mostram, entretanto, inadequadas
para uso em ambiente marinho, apresentando forte corrosão.

Além disso, a reversão do coluna de hastes pode provocar o


desenroscamento da própria coluna de haste, da coluna de produção
e do cabeçote, se rosqueado.

A norma N-2659 padroniza os sistemas de controle de reversão por sua


capacidade de torque em função da potência nominal do cabeçote e
da coluna de hastes que suporta esta potência. O cálculo deste torque
se baseia no máximo torque que o sistema pode acumular, que é
o torque máximo do motor ou a máxima capacidade de suportar
torque da coluna de hastes baseado na máxima tensão de ruptura
do material.

CORPORATIVA
Alta Competência

O torque normal de operação é sempre menor que o torque nominal


do motor. Durante uma reversão, a rotação pode atingir valores
maiores que 2500 rpm. A duração de uma reversão pode ser maior
do que uma hora.
1.200
4ORQUE DE /PERA ÎO    .sM
1.100 Deslocamento da bomba = 1.10 m3/d/RPM
1.000 Profundidade da bomba = 700m
Submergência da bomba = 80m
900 Viscosidade do fluido = 2cp
800 Revoluções da reversão = 1,581

700
Rotação
(rpm) 600
500
400
300
200
100
0
-40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Tempo após parada (s)
220 Exemplo de reversão típica

O torque máximo instantâneo deve ser o máximo torque que pode


ser acumulado no sistema. Este torque é o máximo do motor (2,5 o
torque nominal do motor) ou o máximo torque de ruptura da haste,
que atua, neste caso, como elemento fusível, partindo antes que o
torque máximo do motor.

O comportamento de torque fornecido em função da velocidade de


reversão, juntamente com a dinâmica do poço estabelece a rotação
de reversão controlada e o calor gerado. A capacidade de dissipação
determina a temperatura máxima que será atingida pelo fluido
hidráulico. Uma capacidade de dissipação insuficiente pode provocar
a queima do fluido.

Outra situação que se deve considerar na análise da reversão é a


atuação de um sistema de controle de reversão. Para isso, é preciso
conhecer diversos dados deste sistema, tais como o torque fornecido
pelo sistema em função da velocidade de rotação e da temperatura,
a capacidade térmica do sistema e sua taxa de transferência de calor
em função da temperatura.

CORPORATIVA
Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

O que se procurará determinar é a velocidade periférica máxima a


que poderão ser submetidas as polias e se elas podem suportar tal
velocidade sem se fragmentar.

Os sistemas de controle de reversão devem ser dimensionados


levando em consideração três aspectos principais:

• Torque máximo instantâneo que devem suportar;

• Velocidade x torque fornecido na reversão;

• Capacidade de dissipação de calor.

O variador de frequência ou VSD é um dispositivo que permite o


ajuste de regime da bomba BCP para adequar sua vazão ao potencial
do poço sem ser necessária a troca de polias. Eliminar a troca de
221
polias por si só já reduz substancialmente os riscos de acidentes com
um poço BCP.

Além disso, o VSD controla a partida e a parada do sistema aumentando


e diminuindo gradativamente a velocidade, a chamada partida e
parada em rampa. O tempo de subida da velocidade é ajustável no
VSD. Poços com maior inércia ou atrito devem ter um maior tempo
de rampa. O ajuste deve ser feito empiricamente.

O VSD também permite o controle da velocidade de reversão e pode


atuar em conjunto com o sistema de reversão hidráulico. Entretanto,
como ele não funciona na falta de energia, não dispensa o sistema
hidráulico de controle de reversão. Além disso, o rompimento das
correias durante uma reversão deixa que a coluna de hastes gire
livremente, sem efeito do controle de reversão.

O VSD também permite a limitação da corrente de operação, o que


equivale a limitar o torque do motor, evitando a excessiva acumulação
de torção na coluna de hastes, limitando, por sua vez, a intensidade
e duração da reversão.

CORPORATIVA
Alta Competência

A coluna de produção pode desenroscar, provocando danos no rotor


ou quebra do estator com perda de eficiência da bomba. Também
pode haver furo na coluna, provocado pela abrasão entre hastes e
tubo ou corrosão. Se a vazão através do furo for igual ou maior que
a vazão da bomba, poderá haver a queima das gaxetas por falta de
fluido e risco de poluição. O problema pode ser minimizado pela
apropriada escolha do material da coluna, no caso de corrosão ou
pela utilização de guias de hastes para minimizar a abrasão entre a
coluna e as hastes.

Importante!
A coluna de hastes pode partir e, ejetada para
cima, provocar poluição ou risco de atingir o técni-
co de operação que estiver próximo ao sistema BCP.
O problema pode ser evitado manuseando adequa-
damente a haste polida sem provocar danos em
222
sua superfície, que provocaria sua fadiga precoce,
especificando haste polida com material suficien-
temente resistente e com tratamento superficial
adequado (metalização, cromagem ou polimento)
e completamente evitado se for colado um sistema
anti-ejeção como pino de fixação do clamps à porca
de arraste ou mesa do cabeçote ou topador fixo à
haste na lanterna do cabeçote.

A instalação das hastes tem que ser feita de tal forma a que o stick-up
(acima do clamps) ultrapasse 30 cm. O stick-up é o comprimento que
a haste polida ultrapassa o clamps. Se o stick-up for maior, em uma
reversão, o excesso de haste polida pode vibrar e dobrar com riso
de quebra e ejeção, provocando poluição e risco para os técnicos de
operação que estiverem na área.

CORPORATIVA
Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

Clamps

Stick-up = 30cm
Instalação das hastes

O cabeçote pode ter a quebra dos dentes do pião provocando dano


na coroa e nos rolamentos. Isto provoca a parada do sistema sem
riscos ambientais ou ao pessoal. O problema pode ser minimizado 223
com o adequado projeto da capacidade de torque do redutor e com
um programa adequado de manutenção preventiva. Pode, ainda,
haver o cisalhamento da chaveta com dano ao eixo e à bucha, com
a parada do sistema. É possível, também, haver excesso de atrito
entre o eixo do cabeçote e a polia, provocando superaquecimento
e possível incêndio. O problema pode ser minimizado com o uso de
freio anti-rerversão com capacidade de torque adequado ao projeto
e suficiente coeficiente de troca de calor. A falta de ajuste adequado
na válvula de controle do freio hidráulico pode provocar reversão
excessiva e suas conseqüências já relacionadas.

Importante!
A inspeção visual das polias quanto a danos e trin-
cas quando da manutenção preventiva pode evitar
sua fragmentação.

CORPORATIVA
Alta Competência

O sistema de correias e polias pode se quebrar durante uma reversão


descontrolada pelas causas já citadas. O sistema pode sofrer dano
também por causa de seu próprio desgaste. As polias podem sofrer
ao longo do tempo o desgaste dos canais promovendo um contato
das correias com o fundo dos canais, acelerando o processo de
desgaste das correias. O problema pode ser detectado pelo aumento
da temperatura de operação das correias ou pela redução da sua vida
útil. As polias, especialmente se forem de ferro fundido, podem sofrer
danos, tais como trincas, facilitando a sua fragmentação durante uma
reversão. As polias devem ser inspecionadas quando da manutenção
preventiva dos cabeçotes para se minimizar o problema.

As correias podem ficar superaquecidas ou se incendiarem se


trabalharem folgadas com excesso de deslizamento provocando a
parada do sistema ou a perda de eficiência. Além disso, provoca o
desgaste prematuro das correias e polias. Para minimizar o problema,
deve-se adotar procedimento adequado de tensionamento das
224
correias, utilizar correias do mesmo lote de fabricação, adotar
procedimento de alinhamento das correias e manter o protetor de
correias instalado para evitar o acúmulo de poeira. O rompimento
das correias pode provocar reversão da coluna de hastes.

Caso o clamps esteja folgado, a coluna de hastes poderá escorregar,


provocando a parada do sistema e o impacto sobre o topador.
A quebra do topador leva o rotor ao fundo do poço. A folga
no clamps na porca de arraste provoca um tranco na partida e o
desgaste prematuro desta porca. Para evitar a folga no clamp no
aperto das hastes, deve-se usar o torque adequado no aperto,
usar clamp no padrão API e manter sempre instalada a luva de
segurança. Para evitar a folga do clamp na porca de arraste, deve-
se usar o clamp original.

Se o acionador for superdimensionado, será maior a energia que


a coluna de hastes acumulará em caso de prisão do rotor e maior
a intensidade da reversão. Antes disso acontecer pode a coluna de
haste romper devido ao excesso de torque. O superdimensionamento
do motor deve ser evitado.

CORPORATIVA
Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

Como já foi visto, o sistema BCP tem os seguintes riscos:

• Reversão descontrolada;

• Ruptura das correias ou das polias;

• Frenagem do motor: pode falhar pelo rompimento das correias;

• As palhetas do motor podem se romper;

• Ejeção da coluna de hastes;

• Ruptura da cabeça de produção ou da linha de produção,


especialmente em cabeçotes roscados à cabeça de produção
(deve-se dar preferência a cabeçotes flangeados).
225
7.1. Recomendações

Especificar freio que permita liberação automática da energia


potencial acumulada. A capacidade do freio deve ser compatível com
o torque máximo a ser acumulado. Na opção de freio hidráulico, o
sistema dever ser robusto quanto a vazamentos e falhas mecânicas.

Limitar a acumulação de torque com uso de variador de frequência


(VSD). Esse dispositivo deverá também proporcionar partida e parada
em rampa.

A vedação do cabeçote–poço deverá dispor de, pelo menos, duas


barreiras e indicação de falha da primeira.

O cabeçote deverá dispor de:

• Dispositivo de segurança contra ejeção de haste polida;

• Protetor da extremidade da haste polida;

• Protetor de correia com espessura mínima de 5 mm de fácil


manuseio.

CORPORATIVA
Alta Competência

Não poderão ser utilizadas polias de ferro fundido cinzento. Usar


polias de aço SAE 4140 forjado ou material de maior resistência à
fragmentação por força centrífuga.

Os ventiladores do motor não podem ser metálicos e sua proteção


deve ser robusta para conter possível desintegração.

O menor diâmetro de hastes a ser utilizado é 7/8 polegadas.

Não utilizar motores super–dimensionados. Utilizar apenas motores


com potência adequada ao torque de operação.

Estabelecer rotação mínima da haste em 180 rpm a 60hz utilizando


os menores diâmetros possíveis de polias.

O plano de giro da polia deve ser perpendicular à direção do


226
quadro de comando elétrico para os poços equipados com cabeçotes
angulares.

Na parada do sistema, é importante manter afastado todo o pessoal


da área. O técnico de operação que desligar a chave no quadro de
comandos deve ficar protegido. Após o desligamento do motor,
o técnico de operação deverá esperar o fim da reversão e parada
completa das hastes, antes de se aproximar do poço. É importante
que o quadro de comando fique fora do plano de giro das polias. Se
as hastes não pararem de girar em 10 minutos, é possível que a válvula
de retenção da linha de produção esteja dando passagem e se deve
experimentar o fechamento da válvula de bloqueio. Após a parada
das hastes, deve-se instalar o clamp de serviço e retirar as correias
e polias (pelo menos a polia do cabeçote). Em caso de manobra do
cabeçote, deve-se sempre retirar seus acessórios antes da manobra.

CORPORATIVA
Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

7.2. Exercícios

1) Explique o processo de reversão em um sistema BCP.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_________________________________________________________________

2) Quais são os tipos de reversão? Explique suas diferenças.

_______________________________________________________________
227
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

3) A reversão do rotor pode ser ocasionada por:

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

4) Cite 3 aspectos que devem ser considerados no dimensionamento


dos sistemas de controle de reversão:

1. ______________________________________________________________

2. ______________________________________________________________

3. ______________________________________________________________

CORPORATIVA
Alta Competência

5) Quais os riscos do sistema BCP?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

6) Reconheça as recomendações de seguranças marcando a alterna-


tiva correta:

a) A vedação do cabeçote-poço deverá dispor de quantas barrei-


ras e indicação de falhas?
( ) 1 no mínimo.
( ) 2 no máximo.
228 ( ) 2 ou mais.
( ) 3.
b) No cabeçote não poderão ser utilizadas:
( ) Polias de aço SAE 4140.
( ) Correia com espessura mínima de 5 mm.
( ) Polias de ferro.
( ) Polias de ferro fundido cinza.
c) Qual o menor diâmetro recomendado das hastes a serem uti-
lizadas no sistema BCP?
( ) 1 7/8”.
( ) 7/8“.
( ) 7,8”.
( ) 7 1/8”.
d) Qual rotação mínima recomendada da haste?
( ) 160 rpm.
( ) 80 rpm.
( ) 180 rpm.
( ) 60 rpm.

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7.3. Glossário
Abrasão - efeito de erosão provocado em equipamentos quando expostos ao
contato de agente abrasivo, por exemplo, a areia. Os sedimentos produzidos do
reservatório (principalmente areia) são carreados no fluido produzido, erodem as
paredes dos dutos e dos outros equipamentos de coleta, como o choke.

API (ou grau API) - escala hidrométrica idealizada pelo American Petroleum
Institute - API, juntamente com a National Bureau of Standards, e utilizada para
medir a densidade relativa de líquidos.

Balanceamento - o balanceamento consiste no procedimento capaz de ajustar o


espaço morto entre o rotor e o pino-stop, localizado na extremidade do estator da
bomba BCP. Essa ajuste fino é possível mediante a inserção de hastes curtas (pony
rods), que estabelecem o contato entre a haste polida e a coluna de hastes.

BCP - Bombas de Cavidades Progressivas.

Cisalhamento - deformação que sofre um corpo quando sujeito à ação de forças


cortantes.
229
Clamp - grampo utilizado para prender ou segurar objetos através de pressão, de
modo a prevenir que se separem ou se movimentem durante um experimento.

Coluna de produção - conjunto de tubos de produção por onde escoa a produção


dos poços.

Coroa - engrenagem (roda dentada) movida. Par do pinhão.

Dúctil - que se pode reduzir a fios, estirar, distender, sem se romper; flexível, elástico
Elastômero - polímero com propriedades físicas parecidas com as da borracha.

Elastômero - polímero com propriedades físicas parecidas com as da borracha.

Energia cinética - trabalho fornecido a um corpo (sistema) através da aceleração


desse corpo até uma determinada velocidade (depende de um referencial). É
conhecida também como energia de velocidade.

Estator - camisa de vedação da bomba de cavidades progressivas.

Gaxeta - elemento de vedação usualmente utilizado em bombas.

Inércia - princípio físico geral, descoberto por Isaac Newton, que diz que o estado
de repouso ou movimento de um corpo não pode ser alterado a menos que outras
forças ajam sobre o corpo.

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Polia - peça mecânica muito comum a diversas máquinas, utilizada para transferir
força e movimento. Uma polia é constituída por uma roda de material rígido,
normalmente metal, mas outrora comum em madeira, lisa ou sulcada em sua
periferia. Acionada por uma correia, corda ou corrente metálica a polia gira em
um eixo, transferindo movimento e energia a outro objeto. Quando associada a
outra polia de diâmetro igual ou não, a polia realiza trabalho equivalente ao de
uma engrenagem.

Rolamento - elemento de máquina responsável pela redução do atrito nos


mancais.

Rpm - Rotações por minuto (abreviado rpm, rpm, r/min, rot/min, ou r·min−1) é uma
unidade de frequência, usada para medir a velocidade de rotação de um objeto
sobre um eixo fixo e representa o número de rotações completas efetuadas por
minuto.

SAE 41XX (30 ≤ XX ≤ 40) - classificação segundo a SAE para um aço cromo (Cr) –
molibdênio (Mo), cuja composição de carbono apresenta um valor entre 0.30 e
0.40%. Valores reportados para os teores de Cr e Mo seriam: Cr – (0.50%,0.80%, ou
0.95%), Mo – (0.12%, 0.20%, 0.25%, ou 0.30%).

Sobrevelocidade - velocidade elevada.


230
Stick-up - comprimento da parte da haste polida que fica acima do grampo.

Tensão de ruptura - tensão acima da qual o material sofre fratura devido à


propagação de trincas que se originam em defeitos microscópicos inerentes à sua
estrutura.

Torque - sistema de duas forças paralelas de suportes distintos, com sentidos


opostos, e que atuam sobre um corpo.

Torque nominal - torque máximo suportado pelo cabeçote em operação contínua.

VSD - variador de frequência.

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Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

7.4. Bibliografia
ASSMANN, B. W., Apostila de Bombeio de Cavidades Progressivas. Petrobras - UN-
RNCE,2008.

VIDAL, F. J. T. V., Desenvolvimento de um simulador de bombeio por cavidades


progressivass. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Natal, 2005.

231

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Alta Competência

7.5. Gabarito
1) Explique o processo de reversão em um sistema BCP.

Durante a operação normal, o cabeçote fornece o torque para mover a coluna de


hastes, vencer o torque da bomba, o torque resistivo viscoso, o atrito na bomba
e no contato entre as hastes e o tubo. A coluna de hastes fica torcida e acumula
energia potencial. Além disso, a diferença de pressão entre o recalque e a sucção,
que representa a elevação efetiva de fluido, armazena energia potencial também.
A energia cinética é desprezível se comparada à energia potencial no sistema.
Quando o sistema de acionamento é desligado, o torque fica desbalanceado
levando à reversão. As causas dessa reversão são a torções nas hastes e a diferença
de pressão na bomba.

2) Quais são os tipos de reversão? Explique suas diferenças.

Parada normal e a de rotor preso.

Na parada normal se combinam a torção nas hastes e o retorno de fluido. Na


reversão normal, o fluido retorna até equalizar a pressão entre sucção e recalque.
Neste caso, o sistema pára de girar antes disso por conta da selagem promovida
pela interferência.
232
3) A reversão do rotor pode ser ocasionada por:

• Inchamento do elastômero;

• Descolamento do elastômero;

Balanceamento insuficiente;

• Quebra do topador (stop pin), pois impede o balanceamento da coluna de


hastes;

• Falta de fluido na sucção da bomba;

• Degradação química ou térmica do elastômero.

4) Cite 3 aspectos que devem ser considerados no dimensionamento dos sistemas


de controle de reversão:

1. Torque máximo instantâneo que devem suportar;

2. Velocidade x torque fornecido na reversão

3. Capacidade de dissipação de calor.

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Capítulo 7. Segurança operacional do sistema BCP

5) Quais os riscos do sistema BCP?

• Reversão descontrolada;

• Ruptura das correias ou das polias;

• Frenagem do motor: pode falhar pelo rompimento das correias;

• As palhetas do motor podem se romper;

• Ejeção da coluna de hastes;

• Ruptura da cabeça de produção ou da linha de produção, especialmente em


cabeçotes roscados à cabeça de produção (deve-se dar preferência a cabeçotes
flangeados).

6) Reconheça as recomendações de seguranças marcando a alternativa correta:

a) A vedação do cabeçote-poço deverá dispor de quantas barreiras e indicação de


falhas?

( ) 1 no mínimo.

( ) 2 no máximo.

( X ) 2 ou mais.
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( ) 3.

b) No cabeçote não poderão ser utilizadas:

( ) Polias de aço SAE 4140.

( ) Correia com espessura mínima de 5 mm.

( ) Polias de ferro.

( X ) Polias de ferro fundido cinza.

c) Qual o menor diâmetro recomendado das hastes a serem utilizadas no sistema BCP?

( ) 1 7/8”.

( X ) 7/8 “.

( ) 7,8”.

( ) 7 1/8”.

d) Qual a rotação mínima recomendada da haste?

( ) 160 rpm.

( ) 80 rpm .

( X ) 180 rpm.

( ) 60 rpm.

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