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METODOLOGIA PARA SELEÇÃO DE TURBINAS A GÁS ACIONADORAS DE

COMPRESSORES CENTRÍFUGOS E SUA APLICAÇÃO NA ELEVAÇÃO


ARTIFICIAL DE PETRÓLEO EM UNIDADES PRODUTIVAS OFFSHORE

Breno Graça Valinhas

Trabalho final de graduação apresentado


ao curso de engenharia mecânica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Campus Macaé, para obtenção de Grau de
Engenheiro Mecânico.

Orientadora: Prof. Dra. Raquel Lobosco

MACAÉ, RJ - BRASIL
MARÇO 2018
i
METODOLOGIA PARA SELEÇÃO DE TURBINAS A GÁS ACIONADORAS DE
COMPRESSORES CENTRÍFUGOS E SUA APLICAÇÃO NA ELEVAÇÃO
ARTIFICIAL DE PETRÓLEO EM UNIDADES PRODUTIVAS OFFSHORE

Breno Graça Valinhas

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE


DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO
MECÂNICO.

Examinada por:

________________________________________________
Prof. Dra. Raquel Lobosco - Orientadora.

________________________________________________
M. Sc. Nikolas Lukin – Co orientador.

________________________________________________
M. Sc. Marcelo Silva

________________________________________________
Prof. Necésio Gomes Costa, PhD em materiais

MACAÉ, RJ - BRASIL
MARÇO 2018

ii
iii
AGRADECIMENTOS

A minha família, que com muito amor e união, não mediram esforços para que eu
chegasse a essa etapa da minha vida
Аоs meus amigos, por toda alegria e sofrimento compartilhados durante essa
jornada.
A todos os meus professores, qυе desde o ensino fundamental, foram
demasiadamente importantes para minha formação acadêmica.
Aos meus colegas de trabalho da MAN Diesel & Turbo Brasil, que compartilharam
comigo seus conhecimentos e me incentivaram na elaboração deste trabalho.
A minha orientadora Raquel Lobosco e meu co orientador Nikolas Lukin, pela
paciência nа orientação, qυе tornaram possível а conclusão deste trabalho.
Ao Curso dе Engenharia dа UFRJ Campus Macaé, е às pessoas cоm quem convivi
nesses espaços ао longo desses anos.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.

iv
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Valinhas, Breno Graça

Metodologia para seleção de turbinas a gás


acionadoras de compressores centrífugos e sua
aplicação na elevação artificial de petróleo em
unidades produtivas offshore / Breno Graça Valinhas.
– Macaé: UFRJ, 2018.

XXII, 127 p.: il.; 29,7 cm.

Orientadora: Prof. Dra. Raquel Lobosco

Projeto de Graduação – UFRJ / Macaé / Curso de


Engenharia Mecânica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 101-102.

1. xxxxxx. 2. xxxxxx. 3. xxxxxx. I. xxxxx II.


Universidade Federal do Rio de Janeiro, Macaé,
Programa de Engenharia Mecânica. III. Metodologia
para seleção de turbinas a gás acionadoras de
compressores centrífugos e sua aplicação na
elevação artificial de petróleo em unidades produtivas
offshore

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vii
METODOLOGIA PARA SELEÇÃO DE TURBINAS A GÁS ACIONADORAS DE
COMPRESSORES CENTRÍFUGOS E SUA APLICAÇÃO NA ELEVAÇÃO
ARTIFICIAL DE PETRÓLEO EM UNIDADES PRODUTIVAS OFFSHORE

Breno Graça Valinhas

Março/2018

Orientadora: Prof. Dra. Raquel Lobosco


Programa: Engenharia Mecânica

Resumo da Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UFRJ como parte dos


requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Este trabalho apresenta conceitos sobre fundamentos do gás natural, compressores


centrífugos, turbinas a gás e elevação artificial de petróleo. O objetivo é utilizar os
conceitos apresentados para desenvolver uma metodologia de seleção de turbinas a
gás acionadoras de compressores centrífugos, a partir de cálculos de potência requerida
e de vazão de combustível. A metodologia aplicada neste trabalho utilizou como base
de dados, valores de parâmetros operacionais reais da estação de turbo compressão de
uma unidade de produção de petróleo offshore, que utiliza o gás natural para aumentar
a produtividade dos poços de petróleo, através de uma técnica de elevação artificial
conhecida como gas lift. Os resultados alcançados mostram que a metodologia pode ser
aplicada para auxiliar na seleção de turbinas a gás e pode ser adaptada para utilização
em cálculos de performance de compressores e turbinas a gás.

Palavras chave: Turbina a gás, gas lift, compressor centrífugo, gás natural
viii
ix
METHODOLOGY FOR THE SELECTION OF GAS TURBINES FOR DRIVING
CENTRIFUGAL COMPRESSORS AND THEIR APPLICATION IN THE ARTIFICIAL
ELEVATION OF OIL IN OFFSHORE PRODUCTION UNITS

Breno Graça Valinhas

March/2018

Advisor: Prof. Dra. Raquel Lobosco


Departament: Mechanical Engineering

Abstract of Dissertation presented to UFRJ as a partial fulfillment of the requirements


for the degree of Mechanical Engineer

This paper presents concepts on fundamentals of natural gas, centrifugal compressors,


gas turbines and oil artificial elevation. The objective is to use the concepts presented to
develop a methodology for the selection of gas turbines driving centrifugal compressors,
based on required power and fuel flow calculations. The methodology applied in this work
used as a database, values of actual operational parameters of the turbo compressor
station of an offshore oil production unit, which uses natural gas to increase the
productivity of the oil wells, through a known artificial elevation technique called gas lift.
The results show that the methodology can be applied to aid the selection of gas turbines
and can be adapted for use in performance calculations of compressors and gas turbines.

Keywords: gas turbine, gas lift, centrifugal compressor, natural gas

x
xi
NOMENCLATURA

Símbolo Descrição Unidade

𝜂 Eficiência -
ρ Massa Específica 𝑘𝑔/𝑚³
𝑝 Pressão 𝑏𝑎𝑟
𝑇 Temperatura °𝐶
ℎ Entalpia 𝐽
𝑍 Fator de Compressibilidade -
𝑐𝑝 Calor específico à pressão constante 𝐽/( 𝑘𝑔. 𝐾 )
𝑐𝑣 Calor específico à volume constante 𝐽/( 𝑘𝑔. 𝐾 )
𝑀 Massa Molecular 𝑘𝑔/𝑚𝑜𝑙
𝑅 Constante Específica do gás 𝐽/𝑚𝑜𝑙
𝑅𝑚𝑜𝑙 Constante Universal dos Gases 𝐽/(𝑘𝑚𝑜𝑙 𝐾)
𝑉 Vazão Volumétrica 𝑚³/𝑑𝑖𝑎
𝑣 Volume Específico 𝑚³/𝑘𝑔
𝑤 Fator Acêntrico -
𝑦 Trabalho Específico (Head) 𝑘𝐽/𝑘𝑔
g Aceleração local da gravidade 𝑚/𝑠²
c Velocidade 𝑚/𝑠
∆ Variação -
𝑠 Entropia 𝐽/𝐾
𝑦 Fração Molar %
𝑚̇ Vazão mássica 𝑘𝑔/𝑠
𝑢 Energia Interna J
𝑘 Coeficiente Isoentrópico -
𝑛 Coeficiente politrópico -
𝑁 Quantidade -
𝑃 Potência 𝑀𝑊
𝑞 Calor específico 𝐽
𝑄 Calor kJ
𝛱 Razão de compressão -
𝑃𝐶𝐼 Poder Calorífico Inferior 𝑘𝐽/𝑘𝑔
𝑃𝐶𝑆 Poder Calorífico Superior 𝑘𝐽/𝑘𝑔
𝐻𝑅 Aporte de Calor (Heat Rate) 𝑘𝐽/𝑘𝑊. ℎ
𝑓 Função -
𝐻𝑐 Poder calorífico 𝑘𝐽/𝑘𝑔
𝐵𝑃 Baixa Pressão -
𝐴𝑃 Alta Pressão -

xii
Subescritos Descrição

0 Condições ambiente
1 Sucção
2 Descarga
𝑎𝑚𝑏 Condições ambiente
r Reduzido
c Pseudo-crítico
𝐿 Vazamentos
𝑐𝑜𝑛𝑑 Condensado
𝑁 Condição Normal
𝑚í𝑛 Mínima
𝑚á𝑥 Máxima
𝐼𝑆𝑂 Condições ISO
𝑟𝑒𝑣 Reversível
𝑠 Isoentrópico
𝑝 Politrópico
𝑝𝑟 Processo de compressão de referência
𝑔á𝑠 gás
𝑚𝑒𝑐 Perdas Mecânicas
𝑇 Isotérmico
𝐴𝑃𝐼 Condições API-617
𝑐𝑜𝑚𝑝 Compressor
𝑡𝑢𝑟𝑏 Turbina
𝑐𝑜𝑚𝑏 Combustível
𝑇𝑟 Trens de compressão
𝐸𝑠 Estágios de compressão
𝑒𝑖𝑥𝑜 Eixo
𝐺 Superior “gross”
𝑁 Inferior “net”
𝑠𝑢𝑏 Subsidiário
𝑖𝑛 Entrada
𝑜𝑢𝑡 Saída

xiii
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE PETRÓLEO EM 2016. ............................. 1


FIGURA 2 – BALANÇO DE GÁS NATURAL NO BRASIL. ......................................................... 2
FIGURA 3 – ÁREAS DE APLICAÇÃO DE COMPRESSORES INDUSTRIAIS. ................................ 3
FIGURA 4 – DIAGRAMA PV DE UMA SUBSTÂNCIA SIMPLES. ................................................ 8
FIGURA 5 – PODER CALORÍFICO EM BASE MOLAR ........................................................... 13
FIGURA 6 - TIPOS DE COMPRESSORES ......................................................................... 16
FIGURA 7 - CARACTERÍSTICAS DESEMPENHO DOS DIFERENTES TIPOS DE COMPRESSORES.
.......................................................................................................................... 17
FIGURA 8 – CATÁLOGO DE COMPRESSORES DEMAG. ................................................... 18
FIGURA 9 – COMPRESSOR ALTERNATIVO DE DIAFRAGMA. ............................................... 19
FIGURA 10 – COMPRESSOR ALTERNATIVO DE PISTÃO. ................................................... 20
FIGURA 11 – DIAGRAMA P,V DE UM COMPRESSOR ALTERNATIVO. ................................... 20
FIGURA 12 – ESQUERDA: COMPRESSOR PARAFUSO; DIREITA: LOBOS DO ROTOR. ............ 21
FIGURA 13 – FLUXO DE GÁS EM UM COMPRESSOR AXIAL. ............................................... 22
FIGURA 14 – COMPORTAMENTO DE PRESSÃO NOS ESTÁGIOS AXIAIS. .............................. 22
FIGURA 15 – COMPRESSOR AXIAL INDUSTRIAL. ............................................................. 23
FIGURA 16 – FLUXO DE GÁS EM UM COMPRESSOR CENTRÍFUGO. .................................... 23
FIGURA 17 – (A) IMPELIDORES COMPRESSORES CENTRÍFUGOS FECHADO; (B) IMPELIDORES
DE COMPRESSORES CENTRÍFUGOS ABERTOS. ........................................................ 24
FIGURA 18 – VISTA DO FLUXO DE GÁS DE UM COMPRESSOR CENTRÍFUGO. ....................... 25
FIGURA 19 – COMPRESSOR CENTRÍFUGO BIPARTIDO. .................................................... 26
FIGURA 20 – COMPRESSOR CENTRÍFUGO TIPO BARRIL. .................................................. 26
FIGURA 21 - CORTE COMPRESSOR CENTRÍFUGO GEAR-TYPE. ........................................ 27
FIGURA 22 – COMPRESSOR MISTO AXIAL CENTRÍFUGO. ................................................. 27
FIGURA 23 – O SISTEMA TERMODINÂMICO DE UM COMPRESSOR DINÂMICO. ..................... 30
FIGURA 24 – DIAGRAMA T,S: MUDANÇAS DE ESTADO REVERSÍVEIS. ................................ 32
FIGURA 25 – DIAGRAMA T-S : DIFERENÇA DE ENTALPIA DE DOIS PONTOS ARBITRÁRIOS .... 33
FIGURA 26 – DIAGRAMA T-S: TRABALHO DE REFERÊNCIA ESPECÍFICO E TRABALHO
ESPECÍFICO REAL PARA GASES PERFEITOS. ............................................................ 35
FIGURA 27 – DIAGRAMA T-S: TRABALHO DE REFERÊNCIA ESPECÍFICO E TRABALHO
ESPECÍFICO REAL PARA GASES REAIS. ................................................................... 35
FIGURA 28 – O PROCESSO DE REFERÊNCIA ISOENTRÓPICO E O PROCESSO REAL NO
DIAGRAMA ℎ, 𝑠. .................................................................................................... 38
FIGURA 29 – MAPA TÍPICO DE UM COMPRESSOR CENTRÍFUGO. ....................................... 44
FIGURA 30 – MAPA DE DESEMPENHO DE UM COMPRESSOR CENTRÍFUGO COM ROTAÇÃO
VARIÁVEL. (Y1 = POTÊNCIA DE EIXO; X = VAZÃO VOLUMÉTRICA). ............................ 44
FIGURA 31 – LIMITES DE OPERAÇÃO APLICADO AS CURVAS DE RAZÃO DE COMPRESSÃO DE
COMPRESSORES CENTRÍFUGOS. ........................................................................... 45
FIGURA 32 – DIAGRAMA DE UM COMPRESSOR CENTRÍFUGO DE MÚLTIPLOS ESTÁGIOS. ...... 48
FIGURA 33 – TROCADOR DE CALOR INDUSTRIAL CASCO E TUBO ...................................... 49
FIGURA 34 – DESIGN DE COMPRESSORES EM SÉRIE E EM PARALELO. .............................. 50
FIGURA 35 – SISTEMA DE TURBINA A GÁS SIMPLES ...................................................... 53
FIGURA 36 – CICLO PADRÃO DE AR BRYTON NOS DIAGRAMAS 𝑝-𝑣 E 𝑇-𝑠. ......................... 53
FIGURA 37 – EFEITOS DAS INEFICIÊNCIAS SOBRE O COMPORTAMENTO DAS TURBINAS A GÁS.
.......................................................................................................................... 54
FIGURA 38 – CICLO DE COGERAÇÃO............................................................................. 56
FIGURA 39 – CICLO COM EIXOS SEPARADOS. ................................................................ 56
FIGURA 40 – CICLO COM REAPROVEITAMENTO DE CALOR. .............................................. 57

xiv
FIGURA 41 – CICLO COM RESFRIAMENTO INTERNO ........................................................ 57
FIGURA 42 – CICLO COM INJEÇÃO DE VAPOR. ................................................................ 58
FIGURA 43 – COMPRESSOR AXIAL DE UMA TURBINA A GÁS INDUSTRIAL DA GE. ................ 59
FIGURA 44 – ESQUEMA DE UMA CÂMARA DE COMBUSTÃO. .............................................. 60
FIGURA 45 – DISTRIBUIÇÃO DE AR NUMA CÂMARA DE COMBUSTÃO SIMPLE. ...................... 60
FIGURA 46 – CUSTO TÍPICO DE COMBUSTÍVEL POR MILHÕES DE BTUS. ........................... 61
FIGURA 47 – METALURGIA DE PALHETAS. ..................................................................... 61
FIGURA 48 – PALHETAS ARREFECIDAS. ........................................................................ 62
FIGURA 49 – TURBO VENTILADOR PW400 – SISTEMA DE PROPULSÃO DO AIRBUS A330. . 63
FIGURA 50 – TURBINA PESADA. ................................................................................... 63
FIGURA 51 – TURBINA AERO DERIVADA. ........................................................................ 64
FIGURA 52 – TURBINA INDUSTRIAL; .............................................................................. 64
FIGURA 53 – TURBINA PEQUENA; ................................................................................. 65
FIGURA 54 – MICRO TURBINA. ..................................................................................... 65
FIGURA 55: CONJUNTO DE SISTEMA BM. ...................................................................... 68
FIGURA 56: CONJUNTO DE SISTEMA BCP. .................................................................... 69
FIGURA 57: CONJUNTO DE SISTEMA BCS. .................................................................... 70
FIGURA 58: POÇO OPERADO POR GAS LIFT. .................................................................. 71
FIGURA 59: SISTEMA TÍPICO DE GAS LIFT. ..................................................................... 72
FIGURA 60 – PLANTA DE GÁS LIFT. ............................................................................... 74
FIGURA 61 – PLANTA DE TURBO-COMPRESSÃO PARA GAS LIFT. ..................................... 74
FIGURA 62 - DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DA METODOLOGIA DE SELEÇÃO DE TURBINAS A GÁS
PARA COMPRESSORES CENTRÍFUGOS. ................................................................... 75
FIGURA 63 – POTÊNCIA DE EIXO PARA A THM 1304-10. ............................................... 82
FIGURA 64 – HEAT RATE X POTÊNCIA DE EIXO – THM 1304-10 – CONDIÇÕES ISO. ....... 82
FIGURA 65 – HEAT RATE X POTÊNCIA DE EIXO – THM 1304-10 – CONDIÇÕES ISO. ....... 83
FIGURA 66 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE PGP-1 ............................................................ 84
FIGURA 67 - HISTÓRICO DE PRODUÇÃO DE GAROUPA. ................................................... 85
FIGURA 68 – PLANTA DE TURBO COMPRESSÃO DE PGP-1 ............................................. 86
FIGURA 69 - PLANTA DE TURBO COMPRESSÃO DE GAROUPA COM UM TREM OPERANDO
COMPRIMINDO TODO O GÁS. CENÁRIO A. ............................................................... 88
FIGURA 70 - PLANTA DE TURBO COMPRESSÃO DE GAROUPA COM DOIS TRENS OPERANDO EM
PARALELO DIVIDINDO IGUALMENTE A MASSA DE GÁS. CENÁRIO B. ............................ 88
FIGURA 71 - COMPARAÇÃO ENTRE O DADOS OPERACIONAIS REAIS E O HEAD POLITRÓPICO
CALCULADO PARA CADA SITUAÇÃO PARA O COMPRESSOR DE BAIXA PRESSÃO. .......... 97
FIGURA 72 - COMPARAÇÃO ENTRE O DADOS OPERACIONAIS REAIS E O HEAD POLITRÓPICO
CALCULADO PARA CADA SITUAÇÃO PARA O COMPRESSOR DE BAIXA PRESSÃO. .......... 97
FIGURA 73 – SET DE GERAÇÃO ELÉTRICA SATURN 20 .................................................. 103
FIGURA 74 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA SATURN 20 .................................. 103
FIGURA 75 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA SATURN 20 ........... 104
FIGURA 76 – TURBINA SOLAR CENTAUR 40 ................................................................ 104
FIGURA 77 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA CENTAUR 40 ................................ 105
FIGURA 78 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA CENTAUR 40 ......... 105
FIGURA 79 – TURBINA SOLAR CENTAUR 50 ................................................................ 106
FIGURA 80 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA CENTAUR 50 ................................ 106
FIGURA 81 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA CENTAUR 50 ......... 107
FIGURA 82 – TURBINA SOLAR TAURUS 60 .................................................................. 107
FIGURA 83 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA TAURUS 70 .................................. 108
FIGURA 84 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA TAURUS 60 ........... 108
FIGURA 85 – TURBINA SOLAR TAURUS 70 .................................................................. 109

xv
FIGURA 86 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA TAURUS 70 .................................. 109
FIGURA 87 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA TAURUS 70 ........... 110
FIGURA 88 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA THM 1304-8 ........ 110
FIGURA 89 – TURBINA MAN THM 1304-10................................................................ 111
FIGURA 90 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA THM 1304-10 ............................. 111
FIGURA 91 – SET DE TURBO COMPRESSÃO MARS 90 ................................................... 112
FIGURA 92 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA SOLAR MARS 90........................... 112
FIGURA 93 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA MARS 90............... 113
FIGURA 94 – SET DE TURBO GERAÇÃO MARS 100 ....................................................... 113
FIGURA 95 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA MARS 100 ................................... 114
FIGURA 96 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA MARS 100............. 114
FIGURA 97 – SET DE TURBO GERAÇÃO TITAN 130 ....................................................... 115
FIGURA 98 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA TITAN 130.................................... 115
FIGURA 99 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA TITAN 130 ............. 116
FIGURA 100 – TURBINA GE LM-2500 ........................................................................ 116
FIGURA 101 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA LM2500. ................................... 116
FIGURA 102 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA LM2500 ............. 117
FIGURA 103 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA PGT-25.............. 117
FIGURA 104 – TURBINA GE SGT-800........................................................................ 118
FIGURA 105 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA TRENT 60. ................................. 118
FIGURA 106 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA SG-T800............ 119
FIGURA 107 – TURBINA MAN FT08 ........................................................................... 120
FIGURA 108 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA FT08 .................. 120
FIGURA 109 – TURBINA SIEMES TRENT 60. .............................................................. 121
FIGURA 110 – CURVAS DE DESEMPENHO DA TURBINA TRENT 60. ................................. 121
FIGURA 111 – CURVA PARAMETRIZADA DE DESEMPENHO DA TURBINA TRENT 60 ........... 121

xvi
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - COMPOSIÇÃO TÍPICA DO GÁS NATURAL. ........................................................ 6


TABELA 2 – COEFICIENTES LKP .................................................................................. 11
TABELA 3 – PROPRIEDADES DE GASES SIMPLES. ........................................................... 14
TABELA 4 - COMPARAÇÃO DA FLEXIBILIDADE OPERACIONAL DOS COMPRESSORES. ........... 17
TABELA 5 - PROCESSOS DE REFERÊNCIA. .................................................................... 34
TABELA 6 – PROCESSOS DE REFERÊNCIA E O EXPOENTE 𝑛............................................ 36
TABELA 7 –COMPOSIÇÃO DO GÁS NATURAL UTILIZADOS NOS CÁLCULOS DESTE TRABALHO.77
TABELA 8- POTÊNCIA PARA ESPECIFICAÇÃO DE DIVERSAS TURBINAS A GÁS...................... 78
TABELA 9 – EQUAÇÕES PARA CÁLCULO DE PROPRIEDADES DOS GASES . ......................... 79
TABELA 10 – EQUAÇÕES PARA CÁLCULO DA POTÊNCIA DE GÁS. ...................................... 80
TABELA 11 – DADOS OPERACIONAIS DO TCA DE PGP-1. .............................................. 87
TABELA 12 – RESULTADOS PARA AS QUATRO SITUAÇÕES .............................................. 91
TABELA 13 – VARIAÇÃO PERCENTUAL DOS RESULTADOS DA METODOLOGIA EM RELAÇÃO À
MÉDIA OPERACIONAL REAL DE PGP-1 ................................................................... 92
TABELA 13 – RESULTADO DAS TURBINAS SELECIONADAS PARA A SITUAÇÃO 1. ................. 93
TABELA 14 - RESULTADO DAS TURBINAS SELECIONADAS PARA A SITUAÇÃO 2. .................. 94
TABELA 15 - RESULTADO DAS TURBINAS SELECIONADAS PARA A SITUAÇÃO 3. .................. 95
TABELA 16 - RESULTADO DAS TURBINAS SELECIONADAS PARA A SITUAÇÃO 4. .................. 96

xvii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................. 3
1.2 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ................................................................. 4
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................... 5
2.1 FUNDAMENTOS DO GÁS NATURAL ............................................................ 5
2.1.1 Origem e composição .................................................................... 5
2.1.2 Propriedades Termodinâmicas dos gases ..................................... 6
2.2 COMPRESSORES DE GÁS NATURAL ......................................................... 15
2.2.1 Tipos de Compressores............................................................... 15
2.2.2 CaracterÍsticas de Funcionamento .............................................. 19
2.2.3 Vazão de gás Comprimido .......................................................... 28
2.2.4 processo de compressão............................................................. 30
2.2.5 Potência e Eficiência ................................................................... 40
2.2.6 Instabilidades em compressores dinâmicos ................................ 42
2.2.7 Curvas e mapas de desempenho ................................................ 43
2.2.8 Acionadores ................................................................................. 45
2.2.9 Design de plantas ........................................................................ 46
2.2.10 Seleção de compressores ........................................................... 50
2.3 TURBINAS A GÁS ................................................................................... 52
2.3.1 Princípios de Funcionamento ...................................................... 52
2.3.2 Características Construtivas ........................................................ 59
2.3.3 Tipos e aplicações ....................................................................... 62
2.3.4 Considerações sobre Desempenho............................................. 65
2.4 O GÁS NATURAL NA ELEVAÇÃO ARTIFICIAL DE PETRÓLEO .......................... 67
2.4.1 Métodos de elevação artificial de petróleo ................................... 67
2.4.2 O método de gas lift..................................................................... 70
2.4.3 Tipos de Gas Lift.......................................................................... 72
2.4.4 Influência dos parâmetros de produção no escoamento de óleo 73
2.4.5 Considerações sobre a planta de Turbo-compressão para Gas lift
73
DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 75
3.1 METODOLOGIA ...................................................................................... 75
3.1.1 Dados de entrada ........................................................................ 75
3.1.2 Cálculo das propriedades dos gases ........................................... 79
3.1.3 Cálculo da potência De Gás ........................................................ 80
3.1.4 Cálculo da potência de eixo requerida......................................... 81
3.1.5 Cálculo do consumo de combustível ........................................... 81
3.2 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA EM UM CENÁRIO REAL ................................ 83
3.2.1 A unidade de produção offshore PGP-1 ...................................... 84
3.2.2 Planta de Compressão de PGP-1................................................ 85
3.2.3 Parâmetros da Planta de compressão de PGP-1 ........................ 86
3.2.4 Descrição de situações para aplicação da metodologia .............. 87
RESULTADOS .......................................................................................... 91
4.1 ESCOLHA DA TURBINA ............................................................................ 92
4.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS COMPRESSORES .......................................... 96

xviii
CONCLUSÕES.......................................................................................... 99
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO FUTURO .................................. 100
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 101
ANEXO A – CURVAS DE PERFORMANCE DAS TURBINAS A GÁS ........ 103
ANEXO B – CÓDIGOS DE IMPLEMENTAÇÃO DOS CÁLCULOS ............. 122

xix
INTRODUÇÃO
A proposição deste trabalho é avaliar métodos de seleção de turbinas a gás
acionadoras de compressores centrífugos e suas principais aplicações.

A importância do tema proposta está vinculada principalmente a indústria do


petróleo e gás que ocupa um papel importante na economia nacional e internacional.
Segundo a Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), em 2016, o
Brasil foi o 10º maior produtor de petróleo no mundo, tornando-se o maior produtor da
América Latina (Figura 1). Neste mesmo ano, o Brasil também foi o 15º país em reservas
mundiais de petróleo e consumiu em 2015, 3,2% da produção mundial.

Figura 1 – Maiores produtores mundiais de petróleo em 2016.

Fonte: Site da IBP 1

A produção e o consumo de gás natural no Brasil também se encontram em um


momento de grande evolução em nível mundial. Segundo a IBP, o Brasil vem
apresentando, desde 2005, crescimento na produção e na utilização deste insumo. A
Figura 2 indica que o aumento da produção nacional líquida vem acompanhado do
crescimento do consumo de gás natural na exploração e produção de petróleo a nas
unidades de produção de gás natural, bem como de queimas, perdas e reinjeção.

1 https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/?ibp_pdados_do_setor_setor=petroleo Acesso:
18/02/2018

1
Figura 2 – Balanço de gás natural no Brasil.

Fonte: Site da IBP 2

Essas posições de destaque na indústria do petróleo e gás são reflexo do aumento


das atividades exploratórias bem como das conquistas tecnológicas. O papel da
engenharia nestas atividades, logo, é de suma importância para a economia do país.
Projetar, operar e manutenir equipamentos industriais, com qualidade e eficiência, são
desafios que englobam uma enorme variedade de setores industriais.

Compressores industriais são um destes equipamentos que estão presentes nesse


cenário. Estes equipamentos são utilizados no transporte de gás natural, no tratamento
de gás, e na indústria petroquímica, como mostrado na Figura 3. Compressores
industriais também são imprescindíveis na produção de petróleo em algumas
plataformas offshore pois são utilizados para aumentar ou até mesmo possibilitar a
produção de petróleo, através da elevação artificial, técnica comumente conhecida com
gas lift.

Compressores centrífugos utilizados na indústria do petróleo podem demandar de


mais de 30 MW de energia para serem acionados e a melhor escolha dos compressores
e acionadores podem representar vantagens significativas no desempenho e economia
das atividades industriais.

2 https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/?ibp_pdados_do_setor_setor=gas-natural Acesso:

18/02/2018

2
Figura 3 – Áreas de aplicação de compressores industriais.

Fonte: Adaptado de (1) 3

Turbinas a gás são uma excelente opção de força motriz para acionamento de
compressores industriais de grande porte. Este conjunto turbina/compressor é
comumente chamado de turbo compressor, ou simplesmente TC, e são aplicadas
principalmente em locais onde exista gás natural disponível como combustível ou onde
o peso da máquina é um fator limitante, como em unidades de produção de petróleo
offshore, pois as turbinas a gás apresentam uma boa relação entre peso e potência
entregue comparado a outras fontes de acionamento.

1.1 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo principal desenvolver uma metodologia para
seleção de turbinas a gás, com o menor consumo de combustível, acionadoras de
compressores centrífugos através do cálculo de potência requerida pelos compressores
e vazão de combustível consumida na turbina. A metodologia engloba os principais
conceitos sobre fundamentos do gás natural, compressores de gás natural e turbinas a
gás.

A intenção é que a metodologia auxilie na seleção de turbinas a gás e que possa


servir de base para cálculos de performance de turbinas a gás e compressores
centrífugos.

Além disso pretende-se aqui apresentar conceitos fundamentais sobre a utilização


destes equipamentos na elevação artificial de petróleo. Para validação da metodologia
desenvolvida, dados operacionais da estação de turbo compressão para gas lift e
exportação de gás natural da unidade de produção offshore PGP-1, localizada no estado
do Rio de Janeiro.

3 1. Plataformas offshore; 2. Plantas de gás natural liquefeitos; 3. Indústria petroquímica; 4.

Distribuição em Gasodutos; 5. Estações de armazenamento de gás

3
1.2 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO
Primeiramente, no capítulo 2, serão apresentados os principais conceitos
necessário para o bom entendimento da metodologia desenvolvida e da discussão dos
resultados.

No capítulo 2.1 serão apresentados os principais conceitos sobre o gás natural,


onde pretende-se obter a base para o cálculo das propriedades dos gases, necessários
para o cálculo de potência e consumo de combustível.

No capítulo 2.2 serão apresentados os principais conceitos sobre compressores


gás natural, apresentando os principais tipos de compressores, os princípios
termodinâmicos da compressão, os cálculos de potência e eficiência além de outros
conceitos sobre a aplicação destes equipamentos.

No capítulo 2.3 serão apresentados os principais conceitos sobre turbinas a gás,


apresentando os princípios termodinâmicos do seu funcionamento e considerações
sobre sua aplicação.

Para concluir a fundamentação teórica, no capítulo 2.4 serão apresentados os


principais conceitos sobre elevação artificial de petróleo, e principalmente sobre gas lift.

Os conceitos apresentados na fundamentação teórica servirão de base para o


desenvolvimento da metodologia no capítulo 3. No capítulo 3.1, serão apresentados
quais são os dados de entrada da metodologia e como são realizados os cálculos e a
escolha da turbina a gás. Já no capítulo 3.2 a metodologia desenvolvida aplicada em 4
situações hipotéticas, porém tendo como base dados operacionais da plataforma
offshore de PGP-1.

Os resultados destas situações serão apresentados no capítulo 4 e discutidas no


capítulo 5.

4
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será apresentado toda a base teórica necessária para o


entendimento da relevância e da aplicação da metodologia.

2.1 FUNDAMENTOS DO GÁS NATURAL


O gás natural é utilizado primeiramente como combustível e matéria prima nos
setores químicos e petroquímicos (2). Pode ser utilizado no fornecimento calor em
caldeiras, no acionamento de motores para geração de energia e na geração de força
motriz para acionamento de máquinas de grande porte. Pode também ser usado como
uma fonte limpa de calor para esterilização de instrumentos e processamento de
alimentos. É amplamente utilizado na fabricação petroquímica para produzir hidrogênio,
enxofre, amônia entre outros tipos de matéria prima para produtos químicos, como ácido
nítrico e ureia.

Além disso o gás natural é considerado um combustível limpo ambientalmente


amigável, oferecendo benefícios ambientais significativos quando comparado a outros
combustíveis fósseis. O gás natural também é uma fonte de energia segura quando
transportado, armazenado e usado. (2)

2.1.1 ORIGEM E COMPOSIÇÃO


O gás natural existe na natureza sob pressão em reservatórios de rocha na crosta
terrestre, podendo estar dissolvido em hidrocarbonetos mais pesados e em água, ou
sozinho. É produzido a partir do reservatório de forma semelhante ou em conjunto com
petróleo bruto. O gás natural foi formado pela degradação da matéria orgânica
acumulada nos últimos milhões de anos. (2)

O principal constituinte do gás natural é o metano. Outros constituintes são os


hidrocarbonetos parafínicos, como o etano, o propano e os butanos. Muitos gases
naturais contêm nitrogênio, bem como dióxido de carbono e sulfeto de hidrogênio. A
composição do gás natural pode variar amplamente. A Tabela 1 descreve a composição
típica do gás natural antes de ser refinada.

A composição do gás natural varia amplamente dependendo do campo, formação


ou reservatório do qual é extraído. Uma vez que a composição do gás natural nunca é
constante, existem métodos padrão pelos quais a composição do gás natural pode ser
determinada e assim preparada para uso. No entanto, não se destina a cobrir os
métodos de teste com grande detalhe, pois estão disponíveis em outros lugares.

Gás é obtido durante a produção de petróleo bruto e é o gás associado ao petróleo


bruto. O petróleo bruto não pode ser produzido sem produzir algum gás associado. As
finalizações adequadas do poço de petróleo bruto e o bom gerenciamento do
reservatório são usados para minimizar a produção de gás associado, de modo a reter
a energia máxima no reservatório e assim aumentar a recuperação do petróleo bruto.

5
Tabela 1 - Composição Típica do Gás Natural.

Nome Fórmula Volume (%)


Metano CH₄ > 85
Etano C₂H₆ 3-8
Propano C₃H₈ 1-2
Butano C₄H₁₀ <1
Pentano C₅H₁₂ <1
Dióxido de Carbono CO₂ 1-2
Sulfeto de Hidrogênio H₂S <1
Nitrogêneo N₂ 1-5
Hélio He < 0.5

Fonte: (2)

2.1.2 PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DOS GASES


2.1.2.1 Estado Termodinâmico
O estado termodinâmico de um sistema simples, no qual supõe-se a composição
química constante do fluido, a ausência de efeitos magnéticos, elétricos e capilares e
onde o campo magnético possa ser desprezado, é determinado por dois fatores
independentes de variáveis térmicas ou calóricas. Este estado termodinâmico de um
sistema é referido como o estado de equilíbrio quando ele não muda, mesmo após o
isolamento dos efeitos de seu ambiente. (3)

O estado de um sistema homogêneo simples em equilíbrio é definido por duas das


três térmicas variáveis de estado:

 𝑝 – Pressão absoluta
 𝑣 – Volume específico 𝜌 = 1 / 𝑣 (densidade)
 𝑇 - Temperatura termodinâmica (absoluta)

2.1.2.2 Variáveis caloríficas de estado


 Entalpia

A entalpia total é dada pela equação

𝑐²
ℎ𝑡𝑜𝑡 = ℎ + + 𝑔𝑧 Eq. (1)
2

que é a soma da entalpia estática, ℎ, a energia cinética, 𝑐² / 2 e a energia potencial,


𝑔𝑧, que deriva da aceleração devida à gravidade e à elevação geodésica, z. O termo
𝑔𝑧 pode ser desprezado no caso das diferenças de entalpia sob observação aqui.

Dado o comportamento ideal do gás, a entalpia, ℎ, depende apenas de 𝑇. Em


condições reais de gás, a entalpia é adicionalmente dependente da pressão.

6
Uma vez que, no caso dos gases, pressão e temperatura estão relacionados um
ao outro na curva de saturação, uma dessas duas variáveis de estado é suficiente
aqui para a determinação.

 Entropia

Cada sistema possui uma variável de estado, s, denominada entropia específica,


cujo diferencial é definido como

𝑑ℎ − 𝑣 𝑑𝑝
𝑑𝑠 = Eq. (2)
𝑇

De acordo com a segunda lei da termodinâmica, a entropia de um sistema


adiabático nunca pode diminuir. Em todos os processos naturais (não reversíveis), a
entropia do sistema adiabático aumenta; em todos os processos reversíveis,
constituindo um caso de fronteira dos processos não-reversíveis, permanece
constante.

2.1.2.3 Equações de estado térmicos e calorífico


As variáveis térmicas do estado têm uma relação fixa com as variáveis calóricas
do estado. Um estado termodinâmico também pode ser descrito usando combinações
adequadas de variáveis térmicas e calóricas do estado.

Massa molar, 𝑀 (símbolo da unidade: 𝑘𝑔/𝑘𝑚𝑜𝑙) tem a seguinte relação com a


constante específica de gás, 𝑅:

𝑅𝑚𝑜𝑙
𝑅= Eq. (3)
𝑀

𝑅𝑚𝑜𝑙 = 8314,4 𝐽/(𝑘𝑚𝑜𝑙 𝐾) é a constante universal dos gases

Para uma mistura de gases a massa molecular pode ser obtida a partir da equação:
𝑁

∑ 𝑀𝑖 . 𝑦𝑖
Eq. (4)
𝑖=1

Onde 𝑦𝑖 é a fração molar de cada componente na mistura e 𝑀𝑖 a respectiva massa


molecular do componente puro

O calor específico é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura


de uma unidade de massa da substância em um grau. Esta propriedade pode ser
analisada para dois casos distintos:

 Pressão Constante, 𝐶𝑝

7
𝜕ℎ
𝑐𝑝 = ( ) Eq. (5)
𝜕𝑇 𝑝

 Volume Constante, 𝐶𝑣

𝜕𝑢
𝑐𝑣 = ( ) Eq. (6)
𝜕𝑇 𝑣

Onde 𝑢 é a energia interna específica, que é a energia total do sistema num dado
estado e difere da entalpia, que descreve a energia interna total de um sistema

2.1.2.4 Temperatura e pressão reduzidas


A temperatura pseudo-crítica 𝑇𝑐 de um gás é definida pelo valor acima do qual o
gás não pode ser liquefeito por acréscimo de pressão.

A pressão pseudo-crítica é a pressão 𝑃𝑐 requerida para liquefazer o gás na


temperatura crítica, ou seja, a pressão de saturação na temperatura crítica.

Figura 4 – Diagrama pV de uma substância simples.

Fonte: (4)

A temperatura e pressão reduzidas são definidas por:

𝑇
𝑇𝑟 = Eq. (7)
𝑇𝑐

𝑃
𝑃𝑟 = Eq. (8)
𝑃𝑐

8
Para uma mistura de gases temos:

𝑃𝑐 = ∑ 𝑃𝑐𝑖 𝑦𝑖
Eq. (9)
𝑖

𝑇𝑐 = ∑ 𝑇𝑐𝑖 𝑦𝑖 Eq. (10)


𝑖

2.1.2.5 Comportamento do gás ideal


À baixas pressões os gases exibem um comportamento excepcionalmente
simples. Nessas condições as equações térmicas e calóricas de estado estão em
conformidade com leis de contorno de gases ideias. Em termos termodinâmicos, o
comportamento ideal do gás é definido pela equação térmica do estado:

𝑝𝑣 =𝑅𝑇 Eq. (11)

E a equação calórica do estado:

𝑢 = 𝑢(𝑇) Eq. (12)

Dado comportamento de gás ideal, o expoente isoentrópico é:

𝑣 𝜕𝑝
𝑘 = − ( )𝑠 Eq. (13)
𝑝 𝜕𝑣

Que é igual a razão das capacidades caloríficas específicas 𝑐𝑝 ⁄𝑐𝑣

𝑐𝑝
𝑘 = Eq. (14)
𝑐𝑣

Dado comportamento de gás real, k, é constante, ou depende somente da


temperatura.

2.1.2.6 Comportamento do gás real


Com altas pressões e baixas temperaturas, ocorrem desvios do comportamento
ideal do gás. A equação térmica do estado é então:

𝑝 = 𝜌𝑍𝑅𝑇 Eq. (15)

E a equação calórica do estado:

9
𝑢 = 𝑢(𝑣, 𝑇) Eq. (16)

O fator de compressibilidade, Z, é usado para permitir os desvios da lei do gás


ideal. Os fatores de compressibilidade e outras variáveis de estado são determinados a
partir de equações de estado para gases reais.

2.1.2.7 Equações de estado para gases reais


Para poder calcular de forma apropriada a vazão de gás, potência, temperatura de
descarga, entre outras propriedades de uma mistura de gás arbitrária sendo comprimida
por compressores de gás natural é preciso levar em consideração o comportamento real
dos gases. (5)

A primeira equação de estado foi apresentada por Van der Waals em 1873, mas
somente a partir da década de 40 as equações de estado foram sendo aprimoradas para
satisfazer as necessidades da engenharia. As principais equações de estado para gases
reais estão listadas abaixo:

 Benedict, Webb, Rubin (1949, Extensão por Starling em 1973)


 Redlich, Kwong (1949, aumentada por Soave em 1972)
 Lee, Kersler (1975, modificada por Plocker, Knapp e Prausnitz em 1978)
 Peng, Robinson (1976)

Todas essas equações são generalizações das equações de estado e são


baseadas no princípio do “estado correspondente” para substâncias puras
caracterizadas por três parâmetros, temperatura crítica, pressão crítica e densidade,
mais o fator acêntrico que representa a não esfericidade de uma molécula.

2.1.2.8 Fator de Compressibilidade


Segundo (5) e (6) a equação de estado mais aceitável para utilização em gases
hidrocarbonetos a alta pressão é a de Lee e Kersler. Sendo assim, o fator de
compressibilidade necessário na Eq. (14) é calculado baseado no método apresentado
pela equação de estado de Lee Kersler.

A forma geral da equação de Lee-Kesler (LKP) é (6):

𝑝𝑟 𝑉𝑟 𝐵 𝐶 𝐷 𝑐4 𝛾 −𝛾
𝑍= = 1 + + 2 + 5 + 3 2 (𝛽 + 2 ) 𝑒𝑥𝑝 ( 2 ) Eq. (17)
𝑇𝑟 𝑉𝑟 𝑉𝑟 𝑉𝑟 𝑇𝑟 𝑉𝑟 𝑉𝑟 𝑉𝑟

Onde:

𝑝𝑐 𝑉
𝑉𝑟 = Eq. (18)
𝑅𝑇𝑐

𝑏1 − 𝑏2 𝑏3 𝑏4
𝐵= − 2− 3 Eq. (19)
𝑇𝑟 𝑇𝑟 𝑇𝑟

10
𝑐1 − 𝑐2 𝑐3
𝐶= + 3 Eq. (20)
𝑇𝑟 𝑇𝑟

𝑑1 − 𝑑2
𝐷= Eq. (21)
𝑇𝑟

Alguns coeficientes necessários para os cálculos podem ser encontrados na


Tabela 2. O restante dos coeficientes e dos métodos de cálculo podem ser obtidos
em (7) e estão expressas no Anexo B.

Tabela 2 – Coeficientes LKP 4

Fonte: (5)

4𝑝𝑐𝑀 , 𝑇𝑐𝑀 , 𝑍𝑐𝑀 são valores pseudo-críticos. Os valores de fluido simples são determinados com
dados experimentais para o argônio, criptônio e metano. As constates dos fluidos de referência foram
determinados com dados experimentais para o n-octano. (5)

11
2.1.2.9 Massa Específica
A massa específica ou densidade 𝜌 é a quantidade de massa que o fluido ou sólido
compõe por unidade de volume. A massa específica pode ser calculada para gases reais
a partir da equação:

𝑝
𝜌= Eq. (22)
𝑅𝑍𝑇

2.1.2.10 Poder Calorífico


a. Poder calorífico superior

É a quantidade de calor que seria liberada pela combustão completa com oxigênio
de uma quantidade especificada de gás, de tal forma que a pressão, 𝑝1, na qual a reação
ocorre, permanece constante e todos os produtos da combustão são devolvidos à
mesmo temperatura especificada, 𝑡1 , como a dos reagentes, todos esses produtos estão
no estado gasoso, exceto pela água, que é condensada para o estado líquido em 𝑡1 . (8)

O poder calorífico superior em base molar, a uma temperatura 𝑡1 , de uma mistura


de composição conhecida deve ser calculado a partir de:
𝑁

𝑃𝐶𝑆(𝑡1 ) = (𝐻𝑐 )0𝐺 (𝑡1 ) = ∑ 𝑦𝑗 . [(𝐻𝑐 )0𝐺 ]𝑗 (𝑡1 ) Eq. (23)


𝑗=1
Onde;

(𝐻𝑐 )0𝐺 (𝑡1 ) é o poder calorífico do gás ideal em base molar de uma mistura
𝑃𝐶𝑆(𝑡1 ) é o poder calorífico do gás real em base molar de uma mistura
[(𝐻𝑐 )0𝐺 ]𝑗 (𝑡1 ) é o poder calorífico do gás ideal em base molar de cada componente
𝑦𝑗 é a fração molar de cada componente

Os valores de [(𝐻𝑐 )0𝐺 ]𝑗 (𝑡1 ) podem ser encontrados em (8) para cada componente
típico presente em gás natural.

b. Poder calorífico inferior

É a quantidade de calor que seria liberada pela combustão completa com oxigênio
de uma quantidade especificada de gás, de tal forma que a pressão, 𝑝1, na qual a reação
ocorre, permanece constante e todos os produtos da combustão são devolvidos ao
mesmo temperatura especificada, 𝑡1 , como a dos reagentes, todos esses produtos estão
no estado gasoso. (8)

O poder calorífico inferior em base molar, a uma temperatura 𝑡1 , de uma mistura


de composição conhecida deve ser calculado a partir de:
𝑁
𝑏𝑗 0
𝑃𝐶𝐼(𝑡1 ) = (𝐻𝑐 )0𝑁 (𝑡1 ) = (𝐻𝑐 )0𝐺 (𝑡1 ) − ∑ 𝑦𝑗 . . 𝐿 (𝑡1 ) Eq. (24)
2
𝑗=1

12
Os valores de 𝑏𝑗 e 𝐿0 (𝑡1 ) podem ser encontrados em (8)

A figura 5 retrata de forma esquemática o significado dos poderes caloríficos (𝐻𝑐 )𝐺 e


(𝐻𝑐 )𝑁 . 5

Figura 5 – Poder calorífico em base molar

Fonte: Adaptado de (8).

5 Os sufixos 𝐺 e 𝑁 em (𝐻 ) e (𝐻 ) vêm da língua inglesa - “gross heating value” (ou “high heating
𝑐 𝐺 𝑐 𝑁
value”) para superior e “net heating value” (ou “low heating value”) para inferior.

13
Tabela 3 – Propriedades de gases simples.

Fonte: (9)

14
2.2 COMPRESSORES DE GÁS NATURAL
Compressores são dispositivos usados para aumentar a pressão de um fluido
compressível (10). As pressões de sucção e descarga de dada aplicação estão
correlacionadas com o tipo de compressor a ser utilizado. O fluido compressível pode
ser qualquer fluido compressível, tanto o vapor quanto o gás. Ao comprimir o gás, o
volume de gás será reduzido, sua temperatura irá aumentar e sua massa permanecerá
a mesma.

2.2.1 TIPOS DE COMPRESSORES


Quatro métodos são usados para comprimir uma massa de fluido compressível,
sendo dois de classe intermitente e dois de classe de fluxo contínuo. São esses:

1. Aprisionamento sucessivo de quantidade de fluido em um recipiente,


redução de volume desta quantidade, o que ocasiona um aumento de
pressão na mesma e, finalmente, transferência dessa quantidade de fluido
comprimido para fora do compressor
2. Aprisionamento sucessivo de quantidade de fluido em um recipiente,
transporte dessa quantidade sem alteração do seu volume até uma abertura
de descarga, compressão da massa gasosa por contracorrente do sistema
de descarga, e a transferência dessa quantidade de comprimido para fora
do invólucro do compressor
3. Comprimindo o fluido por ação mecânica, através da rápida rotação de um
rotor ou rotores de lâminas que imprimem velocidade e pressão ao fluxo (a
velocidade é depois convertida em pressão em difusores estacionários ou
em lâminas).
4. Passagem de um jato de alta velocidade de um fluido, através do mesmo
fluido ou outro (usualmente vapor) e conversão da alta velocidade da
mistura em pressão através do difusor.

Compressores utilizando o método 1 ou 2 são de fluxo intermitente e são


conhecidos como compressores de deslocamento positivo (recíprocos ou alternativos
e rotativos). São usados para baixas vazões e altas pressões.

Aqueles que utilizam do método 3 são do tipo de fluxo dinâmico e são conhecidos
como compressores dinâmicos. Neste método encontram-se os compressores axiais,
utilizados para altas vazões e baixas pressões, e os compressores centrífugos,
utilizados paras vazões e pressões intermediárias.

Compressores que se utilizam do método 4 são conhecidos como ejetores e


normalmente operam abaixo da pressão atmosférica.

Um esquema dos tipos de compressores pode ser observado na Figura 6.

15
Figura 6 - Tipos de Compressores

Compressores

Fluxo Fluxo
Intermitente Contínuo

Alternativos Rotativos Ejetores Dinâmico

Pistão Diafragma Anel Líquido Centrífugos


Palhetas

Axiais
Lóbulos
Parafusos
Paralelos

Misto Axial-
Centrífugo

Fonte: Elaborado pelo autor

As características de desempenho dos diferentes tipos de compressores podem


ser observadas de maneira geral na figura 7. Na figura 8 podemos ver o desempenho
de compressores industriais do fabricante DEMAG.

Um panorama relativo à flexibilidade operacional é mostrado na Tabela 2 para dois


tipos diferentes de compressores dinâmicos, centrífugo e axial, e para dois tipos de
compressores de deslocamento positivo, alternativo e rotativo. Cinco atributos
importantes são listados e as letras E, B, A e R são colocadas classificando-os como
excelente, bom, aceitável ou ruim, respectivamente.

16
Figura 7 - Características Desempenho dos diferentes tipos de compressores.

Fonte: Adaptado de (11)

Tabela 4 - Comparação da flexibilidade operacional dos compressores.

Fonte: (12)

17
Figura 8 – Catálogo de compressores DEMAG.

Fonte: Adaptado de (13)

18
2.2.2 CARACTERÍSTICAS DE FUNCIONAMENTO

As características básicas de funcionamento dos principais tipos de compressores


presentes na compressão de gás natural são descritas abaixo

2.2.2.1 Compressores Alternativos


Seu funcionamento consiste na admissão de uma quantidade de gás, passando
pela válvula de sucção e indo até o cilindro. Este cilindro tem seu volume variado pela
ação de peças móveis, reduzindo seu espaço interno e elevando a pressão do gás. Os
tipos de compressores de deslocamento positivo são:

 Compressor alternativo de diafragma

Equipamento pequeno usado para fornecimento de ar comprimido para sistemas


de instrumentação e de válvulas. A variação do volume é causada através do
movimento alternativo do diafragma empurrado por uma pequena biela ligada a um
eixo manivela. Tem a vantagem de manter o gás completamente isolado do ambiente.
Um compressor alternativo de pistão pode ser observado na Figura 9.

Figura 9 – Compressor alternativo de diafragma.

Fonte: (14)

 Compressor alternativo de pistão

Certa massa de gás, confinada em um cilindro, tem sua pressão e temperaturas


aumentadas pela redução de seu volume, causado pelo movimento alternativo de um
pistão, esquematizado na Figura 10.

19
Figura 10 – Compressor alternativo de pistão.

Fonte: (14)

A análise do ciclo de compressão pode ser observada na Figura 11 de um


diagrama de pressão e volume. O ciclo segue 4 etapas:

1. Compressão: Compressão do fluido pela redução de volume produzida pelo


embolo através da rotação do eixo virabrequim.
2. Descarga: Liberação do fluido comprimido através do orifício de descarga.
3. Expansão: Aumento do volume do cilindro produzido pelo retorno do embola à
posição inicial.
4. Admissão: Sucção de fluido através do orifício de admissão para no ciclo.

Figura 11 – Diagrama p,V de um compressor alternativo.

Fonte: (14)

20
2.2.2.2 Compressores Rotativos
Este tipo de máquina aplica o mesmo princípio de operação que os compressores
alternativos, mas em compressores rotativos a diminuição do volume é conseguida
através da redução gradual do espaço entre o rotor e o invólucro obtido enquanto o rotor
gira dentro da caixa.

Atualmente, os compressores de parafuso (Figura 12) destacam-se entre as


máquinas rotativas de deslocamento positivo. A compressão é conseguida através do
engate de um rotor macho e fêmea. À medida que os rotores se voltam, a localização
do entrelaçamento dos lobos do rotor move-se da sucção para a entrada de descarga,
e consequentemente, o gás no rotor - contido pelo entrelaçamento - é comprimido e
expulso. As engrenagens de sincronização sincronizam a rotação dos rotores macho e
fêmea, evitando o contato metal-metal e eliminando a necessidade de injeção de óleo.
Os compressores de parafuso permitem a injeção de líquidos, normalmente óleo, que
permite a operação em velocidades lentas.

Figura 12 – Esquerda: Compressor parafuso; Direita: Lobos do rotor.

Fonte: (14)

2.2.2.3 Compressores Axiais


Neste tipo de compressor dinâmico o gás é impulsionado axialmente ou
paralelamente ao eixo, por palhetas ou lâminas rotativas (fixadas ou soldadas no rotor),
e por palhetas fixas (estacionárias), soldadas à carcaça do as palhetas são dispostas
em arranjos circunferenciais e simétricos em torno do rotor e do estator.

21
Figura 13 – Fluxo de gás em um compressor axial.

Fonte: (14)

Cada conjunto de arranjo de palhetas móveis e fixas constitui um estágio de


compressão, sendo que as palhetas móveis são responsáveis pelo aumento da energia
cinética enquanto que as palhetas fixas promovem o aumento da pressão do gás. Em
razão da baixa taxa de compressão de cada estágio, os compressores axiais são
dotados de vários estágios. A figura 13 apresenta uma representação de um compressor
axial e na figura 14 é mostrado o comportamento do aumento da pressão em cada
estágio axial.

Figura 14 – Comportamento de pressão nos estágios axiais.

Fonte: (14)

As palhetas móveis são fixadas ao eixo do compressor e as palhetas fixas são


fixadas à carcaça. Os diversos estágios de compressão são dispostos em série ao longo
do eixo do compressor entre os bocais de sucção e descarga, de forma a obter a máxima
eficiência de compressão. A figura 15 apresenta um arranjo ilustrativo típico de uma
seção de compressão de um compressor axial.

22
Figura 15 – Compressor axial industrial.

Fonte: (14)

2.2.2.4 Compressores Centrífugos


Diferentemente dos compressores axiais, nos compressores centrífugos o fluxo do
gás é admitido na sucção do impelidor e descarregado ou impulsionado radialmente no
difusor, daí a denominação deste tipo de compressor. O aumento da pressão se dá pela
diminuição da velocidade nos difusores e posteriormente nos condutos de saída ou
voluta. A figura 16 mostra um corte de parte do impelidor, do difusor e da voluta.

Figura 16 – Fluxo de gás em um compressor centrífugo.

Fonte: (14)

Os impelidores são responsáveis pela transferência da energia mecânica do eixo


para o gás, acelerando-o (energia cinética). Eles constituem-se, juntamente com os
difusores, nos principais componentes de um compressor centrífugo e sua geometria
impacta significativamente o desempenho (performance) e a dinâmica do compressor.

Nos difusores de cada estágio de compressão, a energia do gás (cinética) é


convertida em aumento de pressão, devido à redução da velocidade.

23
Os impelidores ou rotores são fixados ao eixo do compressor e os difusores e os
condutos constituem a carcaça. Semelhante aos compressores axiais os diversos
estágios de compressão são dispostos em série ao longo do eixo do compressor entre
os bocais de sucção e descarga, de forma a obter a máxima eficiência de compressão.

De acordo com Gaston (1976), a maior parte da energia, entre 65 e 75%, é


convertida nos impelidores, os quais são classificados quanto à inclinação das pás e
quanto à forma construtiva (aberta ou fechada). A Figura 17 ilustra os impelidores (ou
rotores) do tipo aberto e fechado.

Figura 17 – (a) Impelidores compressores centrífugos fechado; (b) impelidores de


compressores centrífugos abertos.

Fonte: (14)

A Figura 18 apresenta um arranjo ilustrativo típico de uma seção de compressão


centrífugo.

Existe no mercado diversos fabricantes de compressores dinâmicos, apresentados


em várias configurações e formatos construtivos de compressores, cada qual adequado
a uma aplicação específica, em função da vazão e pressão requeridas, eficiência, range
de operação, eficiência, necessidade de resfriadores inter-estágios, etc.

Ainda, de acordo com taxa de compressão e vazão requeridas, são necessários


vários estágios e seções de compressão em série para aumento da pressão ou, em
paralelo para vazões elevadas, e ainda por configurações mistas, com estágios axiais e
centrífugos.

24
Figura 18 – Vista do fluxo de gás de um compressor centrífugo.

Fonte: (14)

A seguir são apresentados alguns modelos de configurações mais usuais, como


barril, horizontalmente bipartido, Gear-Type e misto, segundo as figuras 19, 20, 21 e 22.
Os compressores centrífugos do tipo barril são utilizados em aplicações de em alta
pressão, os modelos bipartidos em altas vazões e pressões intermediárias e os do tipo
Gear-Type para baixas pressões e vazões intermediárias.

25
Figura 19 – Compressor centrífugo bipartido.

Fonte: (15)

Figura 20 – Compressor centrífugo tipo barril.

Fonte: (15)

26
Figura 21 - Corte compressor centrífugo Gear-Type.

Fonte: (15)

Figura 22 – Compressor misto Axial Centrífugo.

Fonte: (15)

27
2.2.3 VAZÃO DE GÁS COMPRIMIDO
A vazão de gás comprimido pode ser determinada na forma de vazão mássica ou
vazão volumétrica.

2.2.3.1 Vazão mássica

A vazão mássica na descarga do compressor é:

𝑚̇2 = 𝑚̇1 + ∑ 𝑚̇ 𝐿,𝑖𝑛 + ∑ 𝑚̇𝐿,𝑜𝑢𝑡


Eq. (25)
+ ∑ 𝑚̇𝑐𝑜𝑛𝑑,𝑖𝑛 − ∑ 𝑚̇𝑐𝑜𝑛𝑑,𝑜𝑢𝑡 + ∑ 𝑚̇𝑠𝑢𝑏,𝑖𝑛 − ∑ 𝑚̇𝑠𝑢𝑏,𝑜𝑢𝑡

Onde,

𝑚̇1 é a vazão de massa na sucção do compressor


𝑚̇2 é a vazão de massa na descarga do compressor
∑ 𝑚̇𝐿 é a vazão de massa por vazamentos
∑ 𝑚̇𝑐𝑜𝑛𝑑 é a vazão de massa de condensado precipitado ou de liquido injetado.
∑ 𝑚̇𝑠𝑢𝑏 são os fluxos subsidiários (reciclo e extrações).

Na indústria de óleo e gás, a compressão de gás úmido durante a produção e


exploração é uma grande preocupação devido à presença de hidrocarbonetos líquidos.
As fracções típicas de massa líquida não estão limitadas a 2-3%, mas podem variar até
50%. (16) Tradicionalmente, os compressores são projetados para operação com
apenas gás seco, e, portanto, ingerir uma mistura de líquido e gás faz com que o
compressor funcione em condições fora de design.

A presença de fase líquida altera o comportamento geral do fluxo e, desse modo,


afeta o desempenho do compressor. O fluxo multifásico é complexo devido à
transferência de momento, calor e massa entre as duas fases, e isso tem influência no
desempenho do impelidor e do estator. (17)

Em comparação com o gás seco, o gás úmido introduz perdas de compressão que
ainda não são totalmente compreendidas. Alguns dos efeitos multifásicos importantes
são o equilíbrio não térmico, a formação de filme líquido e a influência da velocidade do
som. Atualmente, não existem padrões para a avaliação do desempenho de um
compressor de gás úmido, devido à complexidade do fluxo multifásico, dificultando o
desenvolvimento de métodos de correção precisos.

A operação desse tipo leva à redução de eficiência e pode requerer até duas vezes
o poder de compressão a seco para manter a taxa de vazão e pressão para operação
de gás seco. (16)

2.2.3.2 Vazão volumétrica

28
A vazão volumétrica está relacionada com a vazão mássica através da equação
térmica de estado:

𝑅𝑍𝑇
𝑉̇ = 𝑚̇ Eq. (26)
𝑝

2.2.3.3 Vazão volumétrica normal


Existe a seguinte relação entre o fluxo de massa e o fluxo de volume normal, 𝑉̇𝑁 ,
desde que nenhum constituinte tenha precipitado:
𝑝𝑁
𝑚̇ = 𝑉̇ Eq. (27)
𝑅 𝑍𝑁 𝑇𝑁 𝑁

A vazão normal representa a vazão de gás que um fluido escoando em dado


estado termodinâmico estaria escoando se ele estivesse a uma pressão e temperatura
padronizada. Essa conversão permite uniformizar a quantificação de volume para gases
compressíveis visto que a mesma vazão mássica representaria diferentes vazões
volumétricas em diferentes condições de temperatura e pressão.

Para a Petrobras esses valores são de 1,01325 bar de pressão e de 20ºC de


temperatura. Logo podemos escrever a conversão de vazão volumétrica normal para
vazão volumétrica real:

𝑁𝑚3 (𝑇 [°𝐶] + 273,15) 1,01325]


𝑉̇ [𝑚³/ℎ] = 𝑉̇𝑁 [ ]∗ ∗ 𝑍∗ Eq. (28)
ℎ 293,15 𝑝 [𝑏𝑎𝑟]

29
2.2.4 PROCESSO DE COMPRESSÃO

2.2.4.1 A primeira lei da termodinâmica

A forma geral da primeira lei da termodinâmica é (5):

(𝑐2 ² − 𝑐1 ²)
𝑃 − 𝑄̇ = 𝑚̇ [ℎ2 − ℎ1 + + 𝑔(𝑧2 − 𝑧1 )] Eq. (29)
2

Ou na forma específica, referenciada em função da massa e de forma diferencial:

𝑐2
𝑑 𝑦 + 𝑑 𝑞 = 𝑑 ℎ + 𝑑 ( ) + 𝑔𝑑 𝑧 Eq. (30)
2

O trabalho mais o calor transferido no sistema termodinâmico aumentam a sua


entropia, energia cinética e energia potencial da sucção até a saída (5). A figura 23
representa o volume de controle geral de um compressor dinâmico qualquer.

Figura 23 – O sistema termodinâmico de um compressor dinâmico.

Fonte: (5)

A energia de entrada do sistema consiste:


 𝑃  Potência mecânica fornecida pelo eixo do acionador
 𝑚̇ℎ𝑠𝑡𝑎𝑡_𝑆  Entalpia estática no bocal de sucção
𝑐²
 𝑚̇ 𝑠 ⁄2  Energia cinética no bocal de sucção
 𝑚̇𝑔 𝑧𝑠  Energia potencial no bocal de sucção

A energia de saída do sistema consiste:

30
 𝑄̇  Fluxo de calor da carcaça para o ambiente
 𝑚̇ℎ𝑠𝑡𝑎𝑡_𝑑  Entalpia estática no bocal de descarga
𝑐 ²
 𝑚̇ 𝑑 ⁄2  Energia cinética no bocal de descarga
 𝑚̇𝑔 𝑧𝑑  Energia potencial no bocal de descarga

A conservação de energia neste sistema resulta em:

𝑐𝑠 ²⁄ ̇ 𝑐𝑑2⁄ Eq. (31)


𝑃 + 𝑚̇ℎ𝑠𝑡𝑎𝑡𝑆 + 𝑚̇ 2 + 𝑚̇𝑔𝑧𝑠 = −𝑄 + 𝑚̇ℎ𝑠𝑡𝑎𝑡𝑑 + 𝑚̇ 2 + 𝑚̇𝑔𝑧𝑑

A energia potencial entre a sucção e a descarga é negligenciada, pois não


representa valores significativos. A entalpia estática é combinada com a energia cinética:

𝑐²
ℎ = ℎ𝑠𝑡𝑎𝑡 + Eq. (32)
2

Como a quantidade de calor perdido 𝑄̇ de uma seção de compressão devido a


convecção e radiação são de apenas aproximadamente 1% (5), pode ser justificado que
o compressor é fechado adiabaticamente. Com essas simplificações a primeira lei da
termodinâmica para compressores dinâmicos resulta em:

𝑃 = 𝑚̇(ℎ𝑑 − ℎ𝑠 ) = 𝑚̇𝛥ℎ Eq. (33)

2.2.4.2 A segunda lei da termodinâmica

De acordo com a segunda lei da termodinâmica, a mudança de entropia de um


sistema termodinâmico é proporcional ao calor transmitido reversivelmente através do
limite do sistema (isto é, não há aquecimento por causa da dissipação), com a
temperatura absoluta como o fator de proporcionalidade:

𝑑𝑄𝑟𝑒𝑣 = 𝑇 𝑑𝑠 Eq. (34)

Ou de forma específica e integrada:


2
𝑑𝑞𝑟𝑒𝑣 = 𝑇 𝑑𝑠 , (𝑞12 )𝑟𝑒𝑣 = ∫ 𝑇 𝑑𝑠 Eq. (35)
1

No diagrama T- s, nota-se que a área sob qualquer linha de mudança de estado


representa a transferência de calor reversível para ou do sistema independentemente
de qualquer entrada de energia (Figura 24).

31
Figura 24 – Diagrama T,s: mudanças de estado reversíveis. 6

Fonte: (5)

Para aplicar a segunda lei da termodinâmica, podemos obter da Eq. (31), na forma
específica e diferencial.

𝑑𝑞 = 𝑑𝑦 − 𝑑ℎ Eq. (36)

Além disso temos a equação do trabalho específico:

𝑑𝑦 = 𝑣 𝑑𝑝 Eq. (37)

Que é uma das equações funda mentais da termodinâmica e das Eq. (36) e Eq.
(37) obtermos:

− 𝑇𝑑𝑠 = 𝑣 𝑑𝑝 − 𝑑ℎ Eq. (38)

Para uma mudança de estado isobárica (p = constante; dp = 0) a diferença de


entalpia é:

2
ℎ2 − ℎ1 = ∫ 𝑇 𝑑𝑠
1
Eq. (39)

6 As transferências de calor são: A Q_rev<0 , calor adicionado; B Q_rev>0, calor removido; C

Q_rev=0, adiabático; D Q_rev>0, calor removido.

32
Figura 25 – Diagrama T-s : diferença de entalpia de dois pontos arbitrários 7

Fonte: (5)

Isso significa que a diferença de entalpia de dois pontos de estado arbitrários 1 e


2 no diagrama de T-s é visível (Figura 25) como uma área sob uma seção isobárica
arbitrária limitada pelas duas linhas de entalpia constante através dos pontos de estado
1 e 2.

2.2.4.3 O processo de compressão de referência


Para definir a qualidade do processo de compressão, o processo ideal (sem
perdas) de referência é definido. O trabalho específico do processo de referência
selecionado serve como critério de avaliação para o aporte de trabalho específico real,
indicando até que ponto o processo real é capaz de evitar perdas (5). O trabalho de
referência também serve como base para a comparação de compressores de diferentes
fabricantes, tipos e tamanhos operando sobre condições similares. (3)

Os três processos comuns utilizados em turbo máquinas são apresentados na


Tabela 3.

As áreas constituem a diferença de entalpia entre os pontos 2 e 1. E, F diferenças de entalpia positivas,


G diferenças de entalpia negativas

33
Tabela 5 - Processos de Referência.

Quantidade que permanece


Mudança de
Sistema termodinâmico constante durante mudança de
Estado
estado
(1) Politrópico irreversível, adiabatico Eficiência politrópica
Processo de
(2) Isotrópico reversível, adiabático Entropia
Referência
(3) Isotérmico reversivel, diabático Temperatura
Processo
Real irreversível -
Real
Fonte: Adaptado de (5) e (3)

Os processos de referência isentrópicos e politrópicos são adiabáticos, uma vez


que nenhum calor atravessa o limite do sistema.

A partir dos conceitos básicos exibidos nesta seção é possível apresentar os


processos de referências no diagrama T-s e definir qual será o processo de referência
utilizado para os cálculos de potência requerida de compressores.

Os processos de referência estão esquematizados em diagramas T-s para gases


perfeitos na figura 26 e para gases reais na figura 27.

34
Figura 26 – Diagrama T-s: trabalho de referência específico e trabalho específico real para
gases perfeitos.

Fonte: Adaptado de (5)

Figura 27 – Diagrama T-s: trabalho de referência específico e trabalho específico real para
gases reais.

Fonte: Adaptado de (5)

35
A lei geral que rege as mudanças de estado é:

𝑝𝑣 𝑛 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 Eq. (40)

Dessa forma a tabela abaixo resume as relações de pressão e temperatura em


gases reais com o expoente 𝑛

Tabela 6 – Processos de Referência e o Expoente 𝑛.

Fonte: (5)

Segundo (3), não é possível especificar regras rígidas para a seleção do processo
de referência. Contudo, os seguintes processos de referência são geralmente aplicados
aos compressores para gases e misturas gás / vapor:

1) Isotérmico (T = constante) para compressores refrigerados de um estágio e


para compressores refrigerados em vários estágios;
2) Isotrópico (s = constante) para compressores não-arrefecidos de um único
estágio e multiestágios, particularmente tal de relação de pressão
moderada;
1
3) Politrópico (razão politrópica 𝑣 = 𝜂 = constante) para compressores não
𝑝
arrefecidos, em particular, com uma relação de alta pressão e no caso de
comportamento de gás real.

2.2.4.4 Compressão Isotérmica

Dado comportamento de gás ideal, a compressão isotérmica segue a seguinte


equação:

𝑝𝑣 = 𝑝1 𝑣1 = 𝑅𝑇1 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 Eq. (41)

Dado comportamento real do gás, o trabalho isotérmico específico é:

36
𝑝2
𝑦𝑇 = 𝑅 𝑍 𝑇1 ln ( ) Eq. (42)
𝑝1

Os valores médios adequados devem ser utilizados durante todo o processo de


referência para o fator de compressibilidade, Z e constante de gás, R. Ou seja

𝑍1 +𝑍2
𝑍= Eq. (43)
2

2.2.4.5 Compressão Isoentrópica

Dado comportamento de gás ideal, a compressão isoentrópica segue a seguinte


equação:
𝑘
𝑝2 𝑣1 𝑘 𝑇2𝑠 𝑘−1 Eq. (44)
=( ) =( )
𝑝1 𝑣2𝑠 𝑇1

Onde 𝑘 é o expoente isoentrópico e o seu valor médio deve ser usado no intervalo
da mudança de estado:

𝑘1 + 𝑘2𝑠
𝑘= ( ) Eq. (45)
2

Dado comportamento real do gás, o trabalho isoentrópico específico é:


𝑘−1
𝑘 𝑝2 𝑘
𝑦𝑠 = 𝑅 𝑍1 𝑇1 [( ) − 1] Eq. (46)
𝑘−1 𝑝1

Que corresponde a diferença de entalpia isoentrópica:

𝑦𝑠 ≡ ∆ℎ𝑠 = ℎ2𝑠 − ℎ1 Eq. (47)

Já a variação de entalpia real, de um processo irreversível é:

∆ℎ = ℎ2 − ℎ1 Eq. (48)

Cada fase a jusante não resfriada admite um fluxo de volume maior a uma
temperatura mais alta do que no caso com compressão isentrópica nos estágios a
montante e tem maior potência. Estas diferenças nas temperaturas de descarga tornam-
se maiores, quanto maior a relação de compressão 𝑝2 / 𝑝1 e menor a eficiência da fase
anterior.

Assumindo uma eficiência de estágio isentrópico constante, a eficiência isentrópica


do compressor torna-se a pior, se maior 𝑝2 / 𝑝1.

37
Em turbo-máquinas, o consumo de energia extra resultante das perdas no fluxo é
convertido diretamente em calor. Assim, para estágios sem transferência de calor
externa, a temperatura de descarga excede a temperatura isentrópica 𝑇2𝑠 na mesma
pressão, como mostra a Figura 28.

Figura 28 – O processo de referência isoentrópico e o processo real no diagrama ℎ, 𝑠.

Fonte: (5)

2.2.4.6 Compressão Politrópica

A compressão politrópica é o processo de referência mais adequado para a


conversão dos resultados dos testes para garantir condições para seções não
refrigeradas em compressores com altas taxas de pressão e, em particular, no caso do
comportamento real do gás. A mudança de estado politrópico, a mais importante na
tecnologia do compressor (5), é, em geral, definida infinitesalmente como a relação
constante da diferença de entalpia isentrópica e real; essa relação constante é chamada
de eficiência politrópica:

𝑣 𝑑𝑝
= 𝜂𝑝 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. Eq. (49)
𝑑ℎ

Por esta razão, toda a mudança de entalpia e todo o trabalho específico de


compressão estão na mesma proporção entre si. Os estados de entrada e saída deste
processo de referência estão de acordo com os estados atuais.

O trabalho de compressão politrópico específico é (5):

38
𝑝2
𝑦𝑝 = ∫ 𝑣 𝑑𝑝 Eq. (50)
𝑝1

Adicionando a relação de processo de referência politrópico apresentado na


Tabela 6 resulta em:
𝑛−1
𝑛 𝑝2 𝑛
𝑦𝑝 = 𝑅 𝑍1 𝑇1 [( ) − 1] Eq. (51)
𝑛 − 1 𝑝1

Ou:

𝑝
𝑛 𝑙𝑛 (𝑝2 )
1
𝑦𝑝 = 𝑅 𝑍1 (𝑇2 − 𝑇1 ) [ ] = (ℎ2 − ℎ1 ) 𝜂𝑝 Eq. (52)
𝑛 − 1 𝑙𝑛 (𝑇2 )
𝑇1

A temperatura de descarga politrópica, 𝑇2𝑝 , é idêntica à temperatura de descarga,


𝑇2 , medida na realidade para o processo de compressão
𝑛−1
𝑇2 𝑇2𝑝 𝑝2 𝑛
= =( ) Eq. (53)
𝑇1 𝑇1 𝑝1

O expoente politrópico, 𝑛, deriva de acordo com a lei de gás ideal a partir das
pressões 𝑝1 e 𝑝2 e temperaturas 𝑇1 e 𝑇2 :

𝑝
𝑙𝑛 ( 2 )
𝑝1
𝑛= Eq. (54)
𝑝 𝑇
𝑙𝑛 (𝑝2 ) − 𝑙𝑛 (𝑇2 )
1 1

Ou através da eficiência politrópica,

1
𝑛=
𝑘−1 Eq. (55)
1−
𝑘 𝜂𝑝

Dado o comportamento real do gás, a determinação do expoente politópico deve explicar


a mudança do fator de compressibilidade durante o processo de compressão

𝑝 𝑝
𝑙𝑛( 2 ) 𝑙𝑛( 2 )
𝑝1 𝑝1
𝑛= 𝑣 = 𝑝2 𝑍 𝑇 Eq. (56)
𝑙𝑛(𝑣2 ) 𝑙𝑛( )− 𝑙𝑛( 2 2 )
1 𝑝1 𝑍1 𝑇1

A razão de temperatura, fica:

39
𝑛−1
𝑇2 𝑍1 𝑝2 𝑛
= ( ) Eq. (57)
𝑇1 𝑍2 𝑝1

2.2.5 POTÊNCIA E EFICIÊNCIA

2.2.5.1 Potência de Compressão do Processo de Referência

A potência de compressão é definida por

𝑃𝑝𝑟 = 𝑚̇ 𝑦𝑝𝑟 Eq. (58)

Onde o sufixo 𝑝𝑟 representa o processo de referência utilizado (isotérmico,


isoentrópico ou politrópico).

2.2.5.2 Potência de Gás


A potência de gás em uma secção do compressor real é:

𝑃𝑔á𝑠 = 𝑚̇2 (ℎ2 − ℎ1 ) + ∑(𝑚̇𝐿 ∆ℎ𝐿 ) + ∑(𝑚̇𝑐𝑜𝑛𝑑 ∆ℎ𝑐𝑜𝑛𝑑 ) + 𝑄̇𝑎𝑚𝑏 Eq. (59)

Onde,

∆ℎ𝐿 e ∆ℎ𝑐𝑜𝑛𝑑 são as variações entálpicas para os componentes de vazão mássica


correspondentes (𝐿; vazamentos e 𝑐𝑜𝑛𝑑; condensados).

Está potência difere das potências obtida pelos cálculos de processo de referência.
Isto por que os processos de referência são considerados adiabáticos e também não
são levadas em consideração as perdas de devido a vazamentos e condensado.
Portanto, é de suma importância o entendimento que a potência calculada através dos
processos de referência é apenas uma aproximação do que na realidade seria a
potência de gás exercida pelo compressor.

2.2.5.3 Perdas Mecânicas


As perdas mecânicas 𝑃𝑚𝑒𝑐 ocorrem nos rolamentos, nas vedações do eixo e nas
caixas de engrenagem, bombas de lubrificante, etc., necessárias para o compressor.
Essas perdas não têm efeito sobre o processo de compressão.

2.2.5.4 Potência de Eixo


O potência no eixo, 𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜 , é a entrada de energia para o compressor medido no
acoplamento do compressor.

A potência no eixo é a soma da potência do gás do compressor, 𝑃𝑔á𝑠 , e perdas


mecânicas de energia, 𝑃𝑚𝑒𝑐 .

40
Pode ser medido da seguinte forma:

a) diretamente, usando torque e velocidade angular no acoplamento:

b) usando a potência absorvida pela máquina de acionamento, considerando as


perdas da máquina de acionamento e de qualquer caixa de engrenagem intermediária.

c) usando um balanço energético pela seguinte equação:

𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜 = 𝑃𝑔á𝑠 + 𝑃𝑚𝑒𝑐 Eq. (60)

2.2.5.5 Eficiência de Compressores Dinâmicos

A eficiência, 𝜂𝑃𝑟 , de um compressor é a proporção da potência, 𝑃𝑃𝑟 , calculada para


o processo de referência 𝑃𝑟 selecionado para a potência real.

Logo,

𝑃𝑃𝑟
𝜂𝑃𝑟 = Eq. (61)
𝑃𝑔á𝑠

Para um processo isoentrópico:

𝑃𝑠 𝑦𝑠 ℎ2𝑠 − ℎ1
𝜂𝑠 = = = Eq. (62)
𝑃𝑔á𝑠 ℎ2 − ℎ1 ℎ2 − ℎ1

Para um processo politrópico:

𝑃𝑝 𝑦𝑝
𝜂𝑝 = = Eq. (63)
𝑃𝑔á𝑠 ℎ2 − ℎ1

Para um processo isotérmico:

𝑃𝑇 𝑦𝑇
𝜂𝑇 = =
𝑃𝑔á𝑠 ℎ2 − ℎ1 + 𝑞𝑠𝑎í𝑑𝑎 Eq. (64)

41
2.2.6 INSTABILIDADES EM COMPRESSORES DINÂMICOS
Os compressores dinâmicos são susceptíveis a fenômenos de instabilidade de
fluxo como stall, surge e stonewall ou chocking, que provocam perturbações ao processo
de produção e baixa eficiência. Destes fenômenos o surge é o mais crítico e, em casos
mais severos (surge profundo), podem ocorrer danos ou destruição de componentes do
compressor, razão pela qual o surge deve ser evitado.

2.2.6.1 Surge
Durante o surge, o compressor é submetido à violentas pulsações de vazão e
pressão, e níveis elevados de vibração radial e de deslocamento axial do rotor, aumento
da temperatura do gás na sucção e ruídos característicos de “batidas” provocados pela
atuação intermitente das válvulas de retenção (check-valve) instaladas na descarga da
máquina. Níveis elevados de vibração e deslocamento provocam danos aos mancais
radiais e axiais, labirintos (selos) e nos rotores (palhetas e impelidores).

O surge é um fenômeno complexo, pois a sua ocorrência depende de diversos


fatores relacionados ao projeto do compressor como, configuração das pás dos rotores
e difusores e velocidade do rotor e também do processo como, pressão, peso molecular
do gás, temperatura de sucção e volume do sistema. O surge ocorre quando o
compressor não consegue produzir head suficiente para vencer a resistência do sistema,
o que provoca o colapso do sistema de compressão fazendo que o gás retorne
violentamente pelo interior da máquina da descarga para a sucção. Uma vez que o fluxo
é interrompido, a pressão da descarga cai acentuadamente até que, ocorra a
recuperação do processo de compressão do conjunto rotor-difusor restabelecendo
assim o fluxo normal. Em consequência disto, a pressão de descarga se eleva
novamente até atingir os níveis iniciais e, assim repetir o ciclo de surge.

Durante os ciclos de surge, quando o head e vazão diminuem, o torque requerido


pelo compressor também diminui rapidamente. Em aplicações acionadas por turbinas,
pode ocorrer aumento instantâneo da velocidade (rotação) da máquina, o que exige
pronta atuação da malha de controle de velocidade.

A solução para interromper o ciclo de surge é reduzir a pressão na descarga da


máquina ou alterar a rotação, garantindo-se assim uma vazão mínima de equilíbrio para
sustentar o head, e que pode ser obtido pelo alívio do gás ou ar da descarga para
atmosfera ou, quando se tratar de gases tóxicos ou inflamáveis, pelo reciclo do fluxo da
descarga para a sucção da máquina, por meio de válvulas de controle, denominadas de
alívio (blow-off) ou de reciclo.

2.2.6.2 Stall
O fenômeno stall ocorre de forma localizada, limitado ao impelidor e difusor e sua
ocorrência está associada à separação das linhas de fluxo junto à superfície dos canais
do impelidor e difusor, em razão das tensões de cisalhamento viscoso e o gradiente de
pressão, o que provoca o afastamento do fluxo da superfície e formando vórtices
contrários ao fluxo normal. O stall é difícil de ser detectado por não apresentar
perturbações ao processo e níveis significativos de vibração, pode ocorrer em um ou
mais estágios do compressor, é denominada de fase incipiente do surge.

42
2.2.6.3 Stonewall
O fenômeno stonewall ou choke é caracterizado quando a velocidade do gás no
interior da máquina atinge a velocidade do som (Match 1) e, portanto, não depende
somente da geometria do rotor e das condições de operação, mas também das
propriedades termodinâmicas. Embora não tenha relação com o surge, o stonewall
também provoca instabilidades e queda abrupta do desempenho e limitações para
sustentar o head.

2.2.7 CURVAS E MAPAS DE DESEMPENHO


O comportamento de um compressor em condições de operação e geometria
constantes pode ser convenientemente apresentado sob a forma de uma curva de
desempenho.

Os diagramas com valores absolutos geralmente são preferidos para a


comparação de garantia. A vazão volumétrica de sucção efetiva 𝑉̇ é normalmente usada
como a abscissa.

As variáveis dependentes, como taxa de pressão 𝛱 = 𝑝2 / 𝑝1 , trabalho de


compressão específico 𝑦𝑃𝑟 , eficiência 𝜂𝑃𝑟 , a potência 𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜 , etc., são plotadas como
ordenadas. A tolerância é geralmente feita para a influência de uma terceira variável
como um parâmetro, resultando na geração de um mapa de desempenho. As condições
de operação necessárias para uma interpretação clara devem sempre ser indicadas
como valores numéricos para todas as curvas de desempenho no próprio diagrama ou
na legenda.

Um parâmetro que normalmente é utilizado para essa curva de performance é a


velocidade de rotação 𝑁. Mapas de compressores estão representados nas figuras 29
e 30.

43
Figura 29 – Mapa típico de um compressor centrífugo.

Fonte: (17)

Figura 30 – Mapa de desempenho de um compressor centrífugo com rotação variável. (Y1


= Potência de Eixo; X = Vazão volumétrica).

Fonte: (3)

Os mapas de compressores então indicam as zonas de operação na qual os


compressores podem ou não trabalhar com eficiência. A figura 31 mostra a zona real
disponível que um compressor pode trabalhar, levando em consideração o risco de
surge, a velocidade mínima e máxima que o eixo foi projetado, o limite de potência dos
sistemas mecânicos e as limitações do processo, devido a válvulas, tubulações, carga
e etc.

44
Figura 31 – Limites de operação aplicado as curvas de razão de compressão de
compressores centrífugos.

Fonte: (15)

2.2.8 ACIONADORES
Três tipos principais de motores primários (drivers) são usados em aplicações de
compressão de gás natural: motores alternativos, turbinas a gás e motores elétricos.
Os principais atributos e inconvenientes de cada um são descritos abaixo. (18)

1. Motores alternativos (Diesel ou gás)

Assim como um motor de combustão interna usado em veículos, motores


alternativos usam uma câmara cheia de combustível, normalmente gás natural ou
diesel que é inflamado para fazer com que o pistão se mova. Os motores lentos de
baixa velocidade e alta velocidade são combinados com compressores de velocidade
correspondente pelo correto dimensionamento da caixa de engrenagens. Os motores
alternativos de hoje são bastante eficientes, porém eles têm elevada relação de
peso/potência e podem ter altos problemas de vibração que afetam a confiabilidade.

2. Turbinas a gás

As turbinas a gás dependem do gás quente produzido por um gerador de gás para
mover uma turbina de potência. A potência de saída do eixo da turbina de potência é
usada para acionar o compressor de gás. Mais detalhes sobre este equipamento
serão apresentados no capítulo 2.3

45
3. Motores Elétricos

Os motores elétricos são mais confiáveis e mais eficientes que os motores


alternativos ou turbinas a gás. Há uma série de fatores concorrentes, no entanto, que
afetam a adequação do uso de um motor elétrico como motor primário para um
compressor. O primeiro é o requisito de velocidade variável, que resulta em um custo
relativamente alto de aquisição e manutenção, de um motor elétrico somados a
dispositivo auxiliares de inversão de frequência para atender ao requisito. A
disponibilidade e a proximidade de uma fonte de energia ou subestação adequada
também são outro problema, pois pode ser caro instalar uma nova linha de transmissão
de energia elétrica, e pode ser difícil obter as aprovações regulamentares necessárias.

4. Critérios de escolha

Normalmente a empresa que determina o tipo de compressor a ser utilizado


geralmente determina a escolha do motor primário (turbina a gás, motor alternativo ou
motor elétrico). Os motores alternativos alimentados a gás natural geralmente estão
limitados a impulsionar compressores alternativos. As turbinas a gás natural geralmente
estão limitadas à condução de compressores centrífugos. Os motores elétricos podem
ser usados com qualquer tecnologia de compressão, embora as empresas tenham
começado a usar motores elétricos para alimentar compressores centrífugos em uma
base mais ampla do que os compressores alternativos.

O custo inicial das partes componentes é uma consideração importante para as


condutas ao selecionar compressores. O ciclo de vida e os custos evitados, quando
aplicável, também são fatores a serem considerados, no entanto. As unidades de
compressão de baixa velocidade alimentadas por motores alternativos são a opção mais
cara em termos de custo de instalação ($ / hp). As turbinas de combustão a gás e os
motores elétricos têm aproximadamente o mesmo custo instalado.

2.2.9 DESIGN DE PLANTAS


A melhor oportunidade para maximizar a eficiência econômica de um sistema de
compressão é a fase inicial de projeto e construção da instalação (18). A eficiência global
do transporte do sistema será determinada durante a fase de projeto por uma
combinação da eficiência hidráulica esperada tubulações e a eficiência dos
componentes da estação do compressor. O design inicial normalmente é baseado em
compromissos contratuais, além de uma acomodação para demanda futura que pode
ser previsível de forma confiável.

A empresa responsável por essa parte do contrato dimensiona os componentes e


equipamentos com base em um equilíbrio de confiabilidade e flexibilidade. As escolhas
feitas durante o projeto inicial limitam significativamente a capacidade de uma empresa
de aumentar a eficiência de transporte posteriormente substituindo os componentes
individuais do sistema ou modificando o sistema de pipeline. Consequentemente, as
modificações subsequentes para acomodar mudanças na demanda do cliente e
melhorias tecnológicas devem ser integradas ao sistema existente e devem
complementar, em vez de substituir o projeto inicial.

46
Durante o projeto inicial do sistema, ou durante qualquer expansão do sistema ou
outro projeto de construção importante, as empresas consideram a combinação ideal de
diâmetro das tubulações, pressão de operação e instalações de compressão para
determinadas vazões necessárias a atender a demanda contratual.

Depois de uma empresa determinar o equilíbrio ideal entre as especificações das


tubulações e dos parâmetros de operação necessários (vazão e pressão), ela seleciona
as unidades de compressores que melhor atendem ao perfil de carga e às necessidades
operacionais. Uma série de considerações abordam a seleção, incluindo:

1) Condições de operação previstas.


2) Emissões de ar da unidade para garantir o cumprimento das normas de
qualidade do ar.
3) Custos de aquisição e instalação.
4) Custos operacionais.
5) Custos de manutenção e a disponibilidade das peças de reposição.
6) Compatibilidade da unidade com a frota dos compressores existentes.
7) Eficiência geral da unidade do compressor (ou seja, uma combinação da
eficiência térmica do acionador e da eficiência dos próprios compressores).
8) Confiabilidade dos componentes da unidade do compressor.
9) Experiência dos funcionários com os equipamentos específicos.

Os designers de plantas, portanto, selecionam as unidades de compressão que


melhor permitem que uma tubulação atenda aos compromissos contratuais do dia.

Outra decisão de design que pode afetar a eficiência e confiabilidade do sistema é


a quantidade de estações de compressores a serem instalados no processo e a
quantidade de compressores por estação.

Deve ser levado em consideração, sobre a quantidade de compressores por


estação, que não é possível obter uma taxa de compressão superior a 10:1 num único
estágio de compressão para compressores dinâmicos. Se tentássemos fazer isso, a
temperatura do gás atingiria um valor muito alto. Em temperaturas excessivamente
elevadas teríamos que optar por uma metalurgia muito cara. (12) Além disso, muita
energia seria transformada em calor e o processo de compressão seria bastante
ineficiente. Opta-se então por razões de compressões em variando de 2:1 (gases leves)
até aproximadamente 4:1 (gases pesados) para compressores centrífugos de gás
natural.

47
Figura 32 – Diagrama de um compressor centrífugo de múltiplos estágios.

Fonte: (19)

Caso seja necessário atingir essas razões de compressão elevadas deve-se optar
por utilizar trocadores de calor entre estágios em série, ou seja, o gás a alta temperatura
da descarga do primeiro estágio irá passar por um resfriador, e logo em seguida irá para
a sucção do segundo estágio e assim por diante. A figura 32 exemplifica de forma
simples o processor. Haverá certamente uma pequena perda de carga entre a descarga
do primeiro estágio e a sucção do estágio sequente.

Os resfriadores utilizados numa estação de compressão são comumente


chamados de intercoolers, por terem a função de resfriar o gás após ter passado por um
processo de compressão. A Figura 33 ilustra um trocador de calor normalmente utilizado
em compressores centrífugos.

A vantagem do trocador de calor tubo e casco é que devido à sua terminação ser
livre, pode sofrer expansão ou contração em resposta às diferentes tensões. Já a
construção dos tubos com curvatura torna a operação de limpeza inviável. Logo, estes
trocadores de calor não devem ser usados para serviços com fluidos “sujos” (óleos ou
borras) na parte interna dos tubos. Para o resfriamento de gás natural esta configuração
é a recomendada na literatura. Os gases são resfriados ao passarem pelos tubos
enquanto que água de resfriamento escoa pelo casco.

48
Figura 33 – Trocador de calor industrial casco e tubo

Fonte: Site CDC Equipamento 8

Certos processos na indústria necessitam de compressão contínua e caso alguma


máquina falhe, impossibilitando a operação, os prejuízos seriam enormes. Nestes casos,
uma previsão da disponibilidade geral de cada estação deve ser analisada para que seja
possível definir a quantidade estações que serão necessárias para atender as
demandas anuais do cliente. Muitas empresas neste caso, com base no plano de
manutenção e nas características de seus equipamentos utilizam várias estações (ou
trens) de compressão que dividem a carga total do sistema e possibilitam a manutenção
de equipamentos sem prejuízos no processo.

A figura 34 mostra um exemplo de configuração de trens de turbo compressão


(compressores acionados por turbina a gás). As duas máquinas em operação dividem a
carga do sistema e podem se adaptar a diferentes cenários de vazão e pressão
requerida. Enquanto isso uma outra máquina pode estar em alguma manutenção
preventiva ou corretiva ou até mesmo em stand-by, para atender outras demandas
operacionais.
Dessa forma, para atender às demandas variáveis dos clientes, mantendo alta
eficiência operacional, as empresas as vezes selecionam múltiplas unidades de
compressor menos potentes que podem ser ligadas e desligadas para atender às
necessidades de pressão e vazão.

8 https://www.cdcequipamentos.com/tipos-de-trocador-de-calor.html Acesso em 26/02/2018

49
Figura 34 – Design de compressores em série e em paralelo.

Fonte: Adaptado de uma cortesia de MAN Diesel & Turbo Brasil Ltda.

2.2.10 SELEÇÃO DE COMPRESSORES


Como pode ser observado nas últimas sessões deste capítulo, muitos fatores
devem ser levados em consideração ao selecionar um compressor para um serviço
específico. Diferentes processos industriais apresentam requisitos diferentes e exigem
comportamentos específicos da máquina. No entanto, às vezes, vários projetos podem
fornecer o mesmo serviço e o engenheiro responsável pela seleção deve avaliar as
vantagens e desvantagens de cada um para fazer a escolha apropriada. É muito
importante entender que tomar uma decisão para comprar um compressor é uma
decisão que dura muito tempo. O poder de tomar a decisão mais bem informada baseia-
se em fazer as perguntas certas e os fatores mais influentes a serem considerados na
seleção são:

1. Vazão de gás
2. Composição do gás
3. Razão de compressão
4. Limites de temperatura
5. Design da planta
6. Método de selagem
7. Método de lubrificação
8. Acionamento
9. Tempo de serviço
10. Manutenção
11. Custos

50
Segundo (20) os compressores centrífugos para aplicações de petróleo e gás são
normalmente especificados, projetados e testados de acordo com as disposições da API
617. O cliente fornece o processo e as condições de operação, enquanto o projeto,
fabricação e teste efetivos são realizados pelo fabricante, que também fornece as
garantias necessárias.

Quando o design do processo requer operação em uma variedade de condições,


a seleção geralmente é baseada no "ponto avaliado" que é definido pela API 617 e é
baseado em:

• taxa de fluxo volumétrico mais alto;


• menor peso molecular;
• relação de pressão ou pressão mais alta;
• temperatura de entrada mais alta.

Entretanto, para evitar o sobredimensionamento, a prática habitual é selecionar um


“ponto de operação típico" no qual se espera a máquina operar durante a maior parte de
sua vida. Para máquinas de velocidade variável, como são os compressores movidos a
turbina a gás por exemplo, a "velocidade normal" geralmente é entre 90-97% da
velocidade nominal do compressor, permitindo alterações. Isso deixa margem suficiente
para a variação do head e da vazão requerida para acomodar condições operacionais
alternativas.

51
2.3 TURBINAS A GÁS
Dos vários meios de produzir energia mecânica a turbina a gás é em muitos
aspectos a mais satisfatória. Uma das principais razões na qual estes equipamentos são
instalados em unidades offshore e na aviação é sua relação de potência/peso, que
supera a maioria dos outros motores, como o motor a diesel por exemplo. Além disso,
em locais onde o gás natural é abundante, como nas unidades de produção offshore, a
instalação de turbinas movidas por este combustível promove economia financeira em
comparação ao uso de outros motores. A seguir serão descritas as principais
características sobre este equipamento.

2.3.1 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO


2.3.1.1 Ciclo Ideal
O ciclo da turbina a gás é mais bem representado pelo ciclo de Brayton. Análises
termodinâmicas dos ciclos ideias de uma turbina a gás podem ser encontradas em (4) e
aqui só será apresentado um resumo para facilitar o entendimento do funcionamento
deste equipamento.
As suposições de condições ideias para desenvolvimento da teoria são:

 A compressão e exaustão são processos isoentrópicos.


 O fluido de trabalho é uma massa fixa de ar ao longo de todo ciclo e é
considerado um gás ideal.
 As variações de energia cinética no fluido de trabalho entre a sucção e a
descarga são negligenciáveis.
 Não há perdas de pressão no duto de admissão, câmaras de combustão,
duto de exaustão, etc.
 O processo de combustão é substituído por um processo de transferência
de calor de uma fonte externa.
 O ciclo é completo pela transferência de calor às vizinhanças.

Os detalhes do ciclo ideal e suas suposições podem ser esquematizados na Figura


35.

52
Figura 35 – Sistema de Turbina a gás simples 9

Fonte: (21)

Na figura 36 podem ser observados os diagramas 𝑝-𝑣 e 𝑇-𝑠 de um ciclo padrão


Bryton, nele quatro processos podem ser observados:

 1-2  Compressão de ar.


 2-3  Combustão do ar comprimido e com o combustível.
 3-4  Expansão dos gases pela turbina.
 4-1  Troca de calor isobárica até condições de sucção.

Figura 36 – Ciclo padrão de ar Bryton nos diagramas 𝑝-𝑣 e 𝑇-𝑠.

Fonte: (21)

O rendimento de um ciclo padrão Byton pode ser determinado do seguinte modo:

𝑄𝐻 ℎ4 − ℎ1
𝜂𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = 1 − = 1− Eq. (65)
𝑄𝐿 ℎ3 − ℎ2

Através das suposições temos que:

9 (a) Ciclo aberto, (b) Ciclo Fechado.

53
(𝑘−1)
𝑐𝑝 (𝑇4 − 𝑇1 ) 𝑇1 1 𝑘
𝜂𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 ≈ 1− =1− =1−( ) Eq. (66)
𝑐𝑝 (𝑇3 − 𝑇2 ) 𝑇2 𝑟

Onde 𝑟 é a razão de compressão 𝑝2 ⁄𝑝1

A turbina a gás real difere do ciclo ideal principalmente em virtudes das


irreversibilidades no compressor e na turbina, em decorrência da queda de pressão nas
passagens do fluido e na câmara de combustão. Assim, os pontos representativos de
uma turbina a gás real, simples e de ciclo aberto pode ser observada na figura 37.

Figura 37 – Efeitos das ineficiências sobre o comportamento das turbinas a gás.

Fonte: (21)

As eficiências do compressor e da turbina também são definidas em relação a


processos isoentrópicos.

ℎ2𝑠 − ℎ1
𝜂𝑐𝑜𝑚𝑝 = Eq. (67)
ℎ2 − ℎ1

ℎ3 − ℎ1
𝜂𝑡𝑢𝑟𝑏 = Eq. (68)
ℎ3 − ℎ4𝑠

Em comparação ao trabalho gerado na turbina, o compressor da turbina utiliza


grande quantidade de trabalho na sua operação. A potência utilizada no compressor da
turbina pode variar de 40% a 80% da potência desenvolvida pela própria turbina (4).
Essa potência é definida e limitada não somente pela razão de compressão do ar
entregue as câmara de combustão, mas também pela máxima temperatura 𝑇3 que pode
ser alcançada.

54
A potência da turbina 𝑃 de um ciclo ideal pode ser representada como:

( 𝑚̇𝑎𝑟 + 𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 )(ℎ3 − ℎ4 )


𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 = Eq. (69)
𝜂𝑡𝑢𝑟𝑏

Considerando 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏 a eficiência da queima nas câmaras de combustão, o consumo


de combustível de combustível requerido para elevar a temperatura de 2 para 3 é:

(ℎ3 − ℎ2 )
𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 = Eq. (70)
(𝑃𝐶𝐼). 𝜂𝑐𝑜𝑚𝑏

O poder calorífico inferior (PCI) à pressão constante é o parâmetro característico,


uma vez que o teor de água nos gases de exaustão neste limite ainda está em estado
gasoso (não condensado).

A eficiência adiabática global térmica do ciclo pode ser calculada pela seguinte
equação:

𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙
𝜂𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎 = Eq. (71)
𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 ∗ 𝑃𝐶𝐼

A eficiência térmica é frequentemente representada em formas alternativas, como


a taxa de calor ou o consumo específico de combustível, são elas:

 Taxa de calor (Heat Rate)

É basicamente um recíproco de eficiência térmica. Pode ser calculado a partir de


testes operacionais ou da eficiência térmica. A taxa de calor é calculada como entrada
de calor dividida pela saída de potência, e normalmente é em unidades de 𝐵𝑡𝑢/(𝑘𝑊. ℎ𝑟),
𝐵𝑡𝑢/(ℎ𝑝. ℎ𝑟) ou 𝑘𝐽 / (𝑘𝑊. ℎ𝑟).

 Consumo específico de combustível

É semelhante à taxa de calor, exceto que a vazão de combustível do combustível


é usada em vez da entrada de calor. O consumo de combustível específico pode ser
obtido facilmente a partir dos dados do teste feito pelo fabricante, dividindo o fluxo de
peso do combustível pela saída de energia, e normalmente é expresso em unidades de
𝐼𝑏/(ℎ𝑝 − ℎ𝑟), 𝐼𝑏/(𝑘𝑊ℎ) ou 𝑘𝑔/𝑘𝑊ℎ. O consumo específico de combustível também
pode ser calculado dividindo a taxa de calor pelo valor do calor do combustível.

2.3.1.2 Outros ciclos


Os ciclos utilizados nas turbinas a gás podem variar do ideal de acordo com a
configuração da planta, o que pode alterar consideravelmente a eficiência global do
sistema. Alguns ciclos usualmente encontrados em plantas industriais podem utilizar um
ou vários dos seguintes métodos:

55
1. Cogeração  A quantidade de combustível necessária pode ser reduzida
pelo uso de um co-gerador no qual os gases de exaustão são usados para
pré-aquecer o ar entre o compressor e a câmara de combustão. (Figura 38)

Figura 38 – Ciclo de cogeração.

Fonte: (21)

2. Eixos separados  Usados para alto torque e alta carga variante. Consiste
em dois eixos que podem operar em velocidades diferentes. Tem a
vantagem de prover torque elevado a baixas rotações na turbina de
potência. (Figura 39)

Figura 39 – Ciclo com eixos separados.

Fonte: (21)

3. Reaproveitamento de calor  Consiste em dois estágios em série de


turbinas e câmara de combustão, com a finalidade de adicionar mais
trabalho por vazão mássica de ar. (Figura 40)

56
Figura 40 – Ciclo com reaproveitamento de calor.

Fonte: (21)

4. Resfriamento interno  Utilizando um resfriador interno é possível reduzir


o trabalho total do compressor para melhorar a potência líquida. (Figura 41)

Figura 41 – Ciclo com resfriamento interno

. Fonte: (21)

5. Injeção de vapor  Água é injetada na descarga do compressor e aumenta


o fluxo de massa através da turbina. São alternativas usadas para combate
à poluição e aumento da eficiência devido a não aumentar o trabalho
requerido no compressor. Corrosão é o principal problema desse sistema.

57
Figura 42 – Ciclo com injeção de vapor.

Fonte: (21)

58
2.3.2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

2.3.2.1 Compressor
Compressores são de design axial (com até 19 estágios), centrífugo (com um ou
dois impelidores) ou mistos. Mas detalhes sobre este equipamento foi apresentado
no capítulo 2.3 e um compressor axial de uma turbina a gás pode ser observado na
Figura 43.

Figura 43 – Compressor axial de uma turbina a gás industrial da GE.

Fonte: (21)

2.3.2.2 Câmara de Combustão


Todas as câmaras de combustão funcionam da mesma maneira, aumentando a
temperatura de um gás à alta pressão através da queima da mistura ar/combustível,
como esquematiza a figura 44.

59
Figura 44 – Esquema de uma câmara de combustão.

Fonte: (21)

Elas utilizam muito pouco do ar para o processo de combustão (aproximadamente


10%). O resto do ar é utilizado para arrefecimento. (Figura 45)

Figura 45 – Distribuição de ar numa câmara de combustão simple.

Fonte: (21)

Gás natural é a escolha ideal para combustível sempre que disponível, devido à
sua queima limpa e ao seu preço competitivo, como mostra a figura 46.

60
Figura 46 – Custo típico de combustível por milhões de BTUs.

Fonte: (21)

2.3.2.3 Turbina de potência


O bocal de turbina e o design das palhetas foram, e ainda são, uma função da
combinação de desempenho entre a turbina e o compressor, e a resistência às forças e
à temperatura dos materiais disponíveis. Os avanços na metalurgia têm possibilitado
maiores temperaturas a serem alcançadas, resistência a corrosão e fadiga, através de
proteções superficiais (coatings) e do uso de novas ligas com um único cristal. (Figura
47).

Figura 47 – Metalurgia de palhetas.

Fonte: (21)

Estruturas internas de alta pressão com resfriamento interno nas palhetas também
permitem elevar a temperatura máxima de combustão, permitindo o aumento de
potência. (Figura 48)

61
Figura 48 – Palhetas arrefecidas.

Fonte: (21)

2.3.3 TIPOS E APLICAÇÕES


As turbinas a gás são usadas basicamente em aplicações aeronáuticas e para
acionamento mecânico. Os gases quentes gerados são expandidos através de uma
turbina, para gerar potência de eixo, ou através de um bocal, para criar impulso. Nas
aplicações no ar, essas unidades são referidas como motores a jato, turbo reatores,
turbo ventiladores e turbo propulsores. Em aplicações terrestres e marítimas, essas
unidades são referidas como turbinas a gás de propulsão mecânica.

2.3.3.1 Aplicações aeronáuticas


Nestas aplicações os geradores de gás expandem seus gases quentes apenas
através de um bocal para produzir impulso - essas unidades são facilmente identificadas
como motores a jato. Outras turbinas a gás expandem um pouco do gás quente através
de um bocal para criar impulso e o resto do gás é expandido através de uma turbina
para conduzir um ventilador - essas unidades são chamadas turbo ventiladores. É
chamado de turbo hélice quando uma unidade expande praticamente todos os seus
gases quentes através da turbina que conduz o compressor e uma hélice anexada e
nenhum impulso é criado a partir do gás que sai do bico de escape. Todos os descritos
acima descrevem motores de aeronaves. No entanto, os turbo propulsores têm muito
em comum com as turbinas de gás terrestres e marítimas e em muitos casos a turbina
de gás básica é idêntica para ambas as aplicações.

62
Figura 49 – Turbo ventilador PW400 – Sistema de propulsão do Airbus A330.

Fonte: (21)

2.3.3.2 Aplicações terrestres e marítimas


Nestas aplicações a energia mecânica produzida pelo eixo da turbina pode ser
usada para acionar diversas máquinas na indústria petroquímica e para geração de
energia elétrica. As turbinas a gás de ciclo simples são classificadas em cinco
diferentes grupos.

 Turbinas pesadas (Heavy-Duty)  Para turbinas a gás com alta


capacidade de geração de potência variando de 3MW até 480MW com uma
configuração simples para acionamento mecânico. As vantagens deste tipo
de turbina são o ciclo de vida longo, alta disponibilidade, e eficiência global
levemente superior. (Figura 50)

Figura 50 – Turbina Pesada.

Fonte: (21)

 Turbinas aero derivadas  Para turbinas originadas primeiramente para


a indústria aeronáutica. Essas turbinas foram modificadas para acionamento
mecânico retirando o bocal de expansão e a colocando uma turbina de
potência na exaustão. Estes equipamentos são leves e pequenos o que

63
diminui o custo de instalação, porém tem custo de aquisição mais elevado
devido a sua metalurgia. (Figura 51)

Figura 51 – Turbina aero derivada.

Fonte: (21)

 Turbinas Industriais  Turbinas que podem gerar entre 2.5MW e 15MW.


São extensivamente aplicadas na indústria petroquímica em plantas de
compressão. São similares as turbinas pesadas. (Figura 52)

Figura 52 – Turbina industrial;

Fonte: (21)

 Turbinas pequenas  Turbinas que podem gerar entre 0.5MW e 2.5MW.


(Figura 53)

64
Figura 53 – Turbina pequena;

Fonte: (21)

 Micro turbinas  Turbinas que podem gerar entre 20kW e 350kW. (Figura
54)

Figura 54 – Micro turbina.

Fonte: (21)

2.3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE DESEMPENHO


Todo fabricante, ao testar uma turbina a gás para ser comercializada, deve registrar
os dados básicos de potência, entrada de calor, parâmetros de controle (temperatura,
pressão ou velocidade), temperatura de sucção de ar e pressão atmosférica.

Além disso, de acordo com (9), o fabricante também deve fornecer curvas que
permitam o ajuste da potência e da entrada de calor (ou eficiência térmica) aos valores
de projeto, para determinadas temperaturas de sucção de ar e pressão atmosférica.
Curvas desde tipo são apresentadas no Anexo A. Se os parâmetros de controle durante
a operação desviarem do valor especificado nas condições de teste, será necessária
uma curva ou cálculo de correção que mostre o efeito destes parâmetros de controle na
potência e entrada de calor.

65
Estas correções se devem ao fato de as turbinas a gás desempenharem de forma
diferente para diferentes condições climáticas. Em altas altitudes como em El Ato na
Bolívia uma máquina apresentará desempenho diferente do que se estivesse operando
nas ilhas Cayman, isso devido as variações de pressão atmosférica. Turbinas também
apresentam desempenhos diferentes no inverno e no verão nos desertos da Arábia
Saudita devido as grandes variações de temperatura.

Ou seja, no catálogo do fabricante, uma turbina promete ser capaz de produzir 100
MW com uma eficiência de 35%, mas o desempenho real pode ser diferente.

Para padronizar essas diferenças, os parâmetros de desempenho das turbinas a


gás são especificados nas condições padrão chamadas de condições ISO. Estes são
especificados de acordo com os padrões da (22). Compreender as condições ISO e as
condições reais da planta são essenciais ao especificar e comprar uma turbina a gás.
Todos esses conceitos podem também ser usados para comparar o desempenho de
turbinas a gás em operação.

As condições ISO são explicadas abaixo.

 Temperatura ambiente, umidade relativa e elevação.

As três condições padrão especificadas pela ISO para avaliação de desempenho


de turbinas são:

 Temperatura ambiente de 15 °C
 Umidade relativa de 60%
 Pressão ambiente ao nível do mar.

Essas condições afetam a densidade do ar. Assim a seção do compressor em um


volume fixo de ar, para cada rotação das lâminas, succionaria mais ou menos massa de
ar devido a sua densidade mudando então a relação de mistura de ar e combustível na
câmara de combustão e consequentemente alterando a eficiência térmica.

 Perdas de entrada e de exaustão.

As condições padrão especificam que perdas nulas na sucção e na exaustão. O


sistema de sucção e o sistema de exaustão oferecem resistência ao fluxo de ar e gases
de escape. A energia para superar essas resistências vem da turbina a gás. Isso reduz
a saída de rede da turbina a gás. A configuração e o layout dos sistemas de admissão
e de escape variam de planta para planta e, consequentemente, as perdas. Essas
perdas reduzem o rendimento real da turbina de gás a partir do valor avaliado.

 Operação de carga básica com potência nominal de 100%.

O padrão considera que a turbina a gás trabalhe com 100% de carga nominal.

66
2.4 O GÁS NATURAL NA ELEVAÇÃO ARTIFICIAL DE PETRÓLEO

Neste capítulo serão apresentados os conceitos fundamentais sobre elevação


artificial de petróleo, principalmente sobre a técnica de gas lift. Os conceitos aqui
apresentados servirão para enaltecer a importância da aplicação de turbo compressores
na indústria do petróleo e gás.

2.4.1 MÉTODOS DE ELEVAÇÃO ARTIFICIAL DE PETRÓLEO

As técnicas usadas nos métodos de elevação artificial visam permitir a produção


de poços não surgentes, ou seja, sem elevação natural, assim como possibilitar o
aumento na vazão de óleo (produção) de poços que possivelmente não tenham atingido
a condição de operação ótima.

Dentre esses métodos, destacam-se os métodos de:

1. Bombeio mecânico (BM)


2. Bombeio por cavidades progressivas (BCP),
3. Bombeio centrífugo submerso (BCS)
4. Gas Lift (GL)

O bombeio mecânico consiste num sistema que transfere energia ao fluido


produzido através de um deslocamento positivo, ou seja, movimento de oscilação na
direção vertical, bombeando dessa maneira o fluido para cima (fora do poço).
Basicamente, um motor localizado na superfície, através de um conjunto de
engrenagens, move uma haste no sentido longitudinal da direção da coluna de
produção, para cima e para baixo de maneira sucessiva. Esse movimento oscilatório
então é transferido para a bomba de fundo, equipamento responsável por transferir a
energia gerada pelo motor para o fluido (Figura 55).

67
Figura 55: Conjunto de sistema BM.

Fonte: (23)

O bombeio por cavidade progressiva utiliza uma bomba de cavidades


progressivas, gerando a diferença de pressão suficiente a partir do bombeamento
volumétrico do fluido. As cavidades são espaços vazios criados, progressivamente, ao
girar o rotor no interior do estator no sentido da sucção para a descarga, dando origem
ao deslocamento positivo. Constituem esse método de elevação os seguintes
dispositivos: Motor elétrico; Sistema de potência (para transmitir o movimento do motor
para as hastes através de polias e cabeçotes); Conjunto de hastes (permitindo transmitir
a energia até o fundo do poço onde está localizada a bomba); Bomba formada por rotor
e estator, que gera a diferença de pressão necessária para elevar os fluidos (figura 56).

68
Figura 56: Conjunto de sistema BCP.

Fonte: (23)

O bombeio centrífugo submerso (figura 57) transmite energia ao fundo do posso


através de um cabo elétrico para iniciar o bombeamento. No fundo do poço, há um motor
de sub superfície, que transforma a energia elétrica em mecânica, está diretamente
ligado à uma bomba centrífuga, que fornece energia de pressão para o fluido. A bomba
apresenta múltiplos estágios constituídos de um conjunto impedidor/difusor. O primeiro
é responsável por aumentar a velocidade do fluido, gerando energia cinética, e o
segundo reduz sua velocidade, transformando energia cinética em pressão.

Por último, tem-se o método de gas lift. Em termos de volume produzido, essa
tecnologia é a mais importante na exploração de petróleo no Brasil. (23) Por isso, ela
será abordada com maior detalhe na seção seguinte.

69
Figura 57: Conjunto de sistema BCS.

Fonte: (23)

2.4.2 O MÉTODO DE GAS LIFT


Segundo a (24) a escolha de um método artificial de elevação em um dado poço
depende de muitos fatores. Primeiramente entre eles está a disponibilidade de gás. Se
o gás está facilmente disponível, seja ele dissolvido no petróleo produzido ou de outra
fonte externa, o sistema GL é frequentemente a solução ideal para elevação artificial.
Nenhum outro tipo de sistema usa a energia natural armazenado no reservatório tão
completamente como o GL.

O GL é um método de elevação artificial que utiliza a energia contida em um gás


comprimido à alta pressão para elevar fluidos até a superfície, depois que o fluxo natural
do poço cessa, ou para suplementá-lo. Esse gás é utilizado para gaseificar a coluna de
fluido (gas-lift contínuo) ou simplesmente para deslocá-la (gas-lift intermitente) de uma
determinada profundidade até a superfície. É a forma de elevação artificial que mais se
assemelha ao processo de fluxo natural, podendo ser considerada uma extensão do
processo de elevação natural (25).

O método GL é muito usado nos processos de produção offshore pois é muito


versátil em termos de vazão (1 a 1.700 m3 /d) e de profundidade (até 2.600 metros,
dependendo da pressão disponível para injeção), e é favorável para fluidos com alto teor
de areia, e elevada Razão Gás/Líquido (26).

70
Em um poço que produz água, ou quando a quantidade de gás livre na coluna é
baixa, a pressão diferencial entre o reservatório e o fundo do poço pode ser mantida
quando corrigido o aumento da densidade média da coluna de produção com injeção de
gás (figura 58) (26).

Figura 58: Poço operado por gas lift.

Fonte: (27)

O processo de injeção de gás natural a partir de um compressor instalado na


plataforma de produção que aplica uma pressão suficiente (parâmetro decisivo no
dimensionamento de um sistema gas lift) alta no gás injetado no espaço anular do poço,
visando empurrá-lo para dentro da coluna de produção através da válvula de gas lift.

A planta de um sistema gas lift pode ser então representado, de forma geral, pela
figura 59.

71
Figura 59: Sistema típico de gas lift.

Fonte: (23)

Nesse sistema, o CLP (Controle Lógico Programável), composto de dois sensores


de pressão (um para a pressão de fundo e outro para a pressão de revestimento), é
responsável por comandar a posição da calcula controladora de injeção de gás, visando
sempre otimizar a relação volume de óleo produzido e consumo de gás injetado.

2.4.3 TIPOS DE GAS LIFT


Existem dois tipos básicos de sistemas de gas lift usados na indústria de petróleo.
(24)

2.4.3.1 Contínuo
No gás lift contínuo o gás, relativamente a alta pressão, é injetado continuamente na
coluna, através de uma válvula instalada no interior de um mandril. O gás mistura-se
ao óleo gaseificando o mesmo e reduzindo a sua densidade. Os poços assim
equipados possuem uma linha de gás natural comprimido, conectada a uma das
saídas laterais da cabeça de produção.

2.4.3.2 Intermitente
Se o poço tem baixa pressão no reservatório ou uma baixa taxa de produção esse
tipo de sistema é utilizado. Neste caso o gás é injetado intermitentemente ou

72
irregularmente na coluna. É instalado na linha de gás um aparelho intermitor com um
determinado tempo de injeção de gás.

2.4.4 INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE PRODUÇÃO NO ESCOAMENTO DE


ÓLEO
No sistema gas lift, os parâmetros mais importantes são a pressão do gás entregue
pelo compressor, assim como a vazão de gás injetado. A vazão de gás e a pressão no
fundo do poço de gás lift são diretamente ligadas à otimização da relação óleo produzido
por volume de gás injetado.

A grande questão envolvendo o método GL, que gerou e ainda é objeto de vários
estudos, reside no fato de que o gás injetado nos poços é benéfico até certo limite. A
partir de uma dada taxa de injeção, o processo se inverte, a vazão de gás começa a se
tornar muito alta, passando a reduzir a produção de óleo ao invés de aumentar.
Fisicamente, a vazão da mistura, fluido produzido mais gás injetado, em níveis muito
elevados aumenta vertiginosamente o atrito na coluna de produção, preponderando
sobre o ganho obtido com a redução na densidade média dos fluidos produzidos. Dito
isto, existe, portanto, um limite ótimo operacional de injeção por poço a partir do qual a
produção de óleo começa a declinar. Na prática, o ponto ótimo operacional nem sempre
é atingido em todos os poços de uma mesma plataforma de produção, por limitações
técnicas existentes. Por exemplo, em alguns poços a pressão de injeção de GL
necessária para alcançar o ótimo operacional é tão elevada que ultrapassa a pressão
máxima de descarga do compressor, impedindo alcançar a vazão ótima de GL (23)

2.4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLANTA DE TURBO-COMPRESSÃO PARA


GAS LIFT
Uma planta de gás lift típica pode ser observada na figura 60. A estação de
compressores é responsável por enviar gás pressurizado para as válvulas de injeção de
gás. A figura 61 representa esquematicamente uma planta de compressão típica com
acionamento de uma turbina a gás de um único trem.

O gás tratado que entra na estação de compressores é responsável também por


fornecer combustível para a turbina a gás, ou seja, o gás que será comprimido é muitas
vezes o mesmo gás (ou com uma composição bem semelhante) que será queimado nas
câmaras de combustão da turbina. Esse gás também pode ser proveniente de
gasodutos de importação para a unidade. Antes de entrar em cada compressor o gás
passa por um vaso separador de condensado (scruber gas) e por um resfriador de gás.
O controle da vazão e pressão podem ser controlados por válvulas e pela regulação da
rotação do acionador através de um governador de gás.

73
Figura 60 – Planta de gás lift.

Fonte: (24)

Ao sair do último estágio de compressor o gás comprimido vai para os poços,


retornando após a elevação para ser separado do óleo e da água, ou então irá direto
para exportação da unidade em gasodutos, sem entrar nos poços. A figura 60 representa
a planta de turbo-compressão.

Figura 61 – Planta de turbo-compressão para Gas Lift.

Fonte: Adaptado de (28)

74
DESENVOLVIMENTO

3.1 METODOLOGIA
A metodologia de seleção de turbinas a gás para compressores centrífugos se
baseia no cálculo estimado da potência de eixo que será necessária para a compressão
do gás. Para isso foi criada uma planilha Excel na qual, fornecidas as condições de
operação, composição do gás e o design da planta, é possível saber quais das turbinas
presentes no banco de dados serão adequadas para a aplicação. Além disso, a planilha
ainda retorna a vazão de combustível necessária para acionamento da turbina.

A metodologia é alimentada com dados de entrada e está esquematizada na Figura


62 e será explicada em detalhe neste capítulo.

Figura 62 - Diagrama esquemático da metodologia de seleção de turbinas a gás para


compressores centrífugos.

Fonte: Elaborado pelo autor

3.1.1 DADOS DE ENTRADA


Abaixo estão descritos os dados de entrada que são necessários para a
determinação da aplicabilidade de cada turbina.

Relevantes ao gás natural


A composição do gás é o principal dado de entrada relevante ao gás. É preciso
definir a fração molar de cada componente presente no gás de processo, que será
comprimido, e no gás combustível, que será queimado na turbina. A partir destes dados
será possível calcular as propriedades do gás, como a massa molar, o fator de
compressibilidade, o poder calorífico inferior e a massa específica para cada estado
termodinâmico presente no processo.

75
Na indústria de óleo e gás essas frações molares são comumente obtidas através
de cromatografia gasosa de uma amostra de gás.

As frações molares do gás utilizado em todos os cálculos desse trabalho estão


apresentadas na Tabela 7. Para simplificação, a composição do gás de processo será
idêntica à do gás combustível.

Relevantes aos compressores


É preciso primeiramente definir os parâmetros básicos da planta, que são:

 Vazão Requerida (𝑉𝑁 )


 Quantidade de estágios de compressão por trem (𝑁𝐸 )
 Quantidade de trens de compressão (𝑁𝑇 )

Já definidos o design da planta é necessário definir os parâmetros individuais de


cada compressor.

 Pressão de Sucção (𝑝1)


 Pressão de Descarga (𝑝2 )
 Temperatura de sucção (𝑇1 )
 Temperatura de descarga (𝑇2 )
 Eficiência Politrópica (𝜂𝑝 )

Como discutido no capítulo 2.2, a eficiência politrópica foi a escolhida, e não a


isentrópica ou isotérmica, por se tratar de altas pressões e comportamento de gás real.

Relevantes às turbinas a gás


O banco de dados para a seleção dos sistemas de turbina a gás é formado por
máquinas comercialmente disponíveis no mercado e catalogadas. Para uma turbina ser
aplicável a potência requerida nas condições ISO deve estar entre a potência máxima e
mínima (nas condições ISO) descritas na tabela 8.

Os dados referentes à Tabela 8 foram extraídos das curvas fornecidas pelos


fabricantes e podem ser consultadas no Anexo A.

Além disso, devem ser fornecidos:

 Temperatura ambiente típica (𝑇0 )


 Pressão ambiente típica (𝑝0 )
 Percentual de perdas de potência mecânicas estimadas (𝜂𝑚𝑒𝑐 )

As características de pressão e temperatura do ambiente dependem do local da


instalação do equipamento devido à altitude e condições climáticas. Segundo (20) a
carga no local de instalação deve ser determinada sobre as seguintes condições:

(a) Pressão ambiente média.


(b) A temperatura ambiente que é excedida por apenas 5% do ano.
Já as perdas mecânicas foram discutidas na secção 2.2.5.

76
Tabela 7 –Composição do gás natural utilizados nos cálculos deste trabalho.

Mistura de Gás Processo Combustível


𝒊 Componente Fórmula Fração Molar ( 𝒚𝒊 )
1 Metano 𝐶𝐻4 76,70%
2 Etano 𝐶2 𝐻6 8,66%
3 Eteno 𝐶2 𝐻4 0,00%
4 Propano 𝐶3 𝐻8 7,81%
5 Propeno 𝐶3 𝐻6 0,00%
6 ISO-Butano 𝐶4 𝐻10 1,45%
7 N-Butano 𝐶4 𝐻10 2,47%
8 1-Buteno 𝐶4 𝐻8 0,00%
9 ISO-Buteno 𝐶4 𝐻8 0,00%
10 Buteno2 Cis 𝐶4 𝐻8 0,00%
11 Buteno2 Trans 𝐶4 𝐻8 0,00%
12 Butadieno 𝐶4 𝐻6 0,00%
13 ISO-Pentano 𝐶5 𝐻12 0,67%
14 N-Pentano 𝐶5 𝐻12 0,74%
15 N-Hexano 𝐶6 𝐻14 0,60%
16 N-Heptano 𝐶7 𝐻16 0,50%
17 N-Octano 𝐶8 𝐻18 0,37%
18 N-Nonano 𝐶9 𝐻20 0,00%
19 N-Decano 𝐶10 𝐻22 0,02%
20 Hidrogênio 𝐻2 0,00%
21 Ácido Sulfídrico 𝐻2 𝑆 0,00%
22 Dióxido de Carbono 𝐶𝑂2 0,00%
23 Água 𝐻2 0 0,00%
24 Nitrogênio 𝑁2 0,00%
25 Oxigênio 𝑂2 0,00%
26 Amônia 𝑁𝐻3 0,00%
27 Monóxido de Carbono 𝐶𝑂 0,00%
Total 100,00% 100,00%
10
Fonte: elaborado pelo autor .

10 Dados referentes a média da composição das amostras de gás de processo da unidade offshore

de PGP-1 em 2016. Fonte de dados: Cortesia de MAN Diesel & Turbo Brasil Ltda.

77
Tabela 8- Potência para especificação de diversas turbinas a gás.

Turbina Fabricante Potência p/ Especificação [MW]


𝑷𝒎í𝒏 𝑷𝑰𝑺𝑶 𝑷𝒎á𝒙
Saturn 20 Solar 1,05 1,21 1,22

Centaur 40 Solar 2,70 3,52 4,60

Centaur 50 Solar 3,40 4,60 5,70

Taurus 60 Solar 4,30 5,67 6,80

Taurus 70 Solar 4,25 7,97 6,80

THM 1304-08 MAN 6,20 8,00 8,50

THM 1304-10 MAN 7,50 9,12 10,50

Mars 90 Solar 6,85 9,45 11,30

Mars 100 Solar 9,00 11,35 13,00

Titan 130 Solar 11,00 15,00 17,60

LM2500 GE 19,00 22,00 25,00

PGT25 GE 21,00 29,88 35,00

SGT-800 Siemens 34,00 47,00 54,00

FT08 MAN 48,00 59,90 62,00

Trent 60 Siemens 48,00 65,32 67,00


Fonte: Elaborado pelo autor 11

11 Fonte de dados: Anexo A

78
3.1.2 CÁLCULO DAS PROPRIEDADES DOS GASES
As propriedades dos gases estão de acordo com o que foi apresentado no capítulo
2.1 e está resumido na tabela abaixo.

Tabela 9 – Equações para cálculo de propriedades dos gases 12.

Equação n°
27

Peso Molecular 𝑀 = ∑ 𝑀𝑖 . 𝑦𝑖 Eq. (4)


𝑖=1

27
Poder Calorífico 𝑏𝑖 0
𝑃𝐶𝐼 = (𝐻𝑐 )0𝐺 (20 °𝐶) − ∑ 𝑦𝑖 . . 𝐿 (20 °𝐶) Eq. (24)
Inferior 2
𝑖=1

Fator de 𝐵 𝐶 𝐷 𝑐4 𝛾 −𝛾
𝑍 =1+ + 2 + 5 + 3 2 (𝛽 + 2 ) 𝑒𝑥𝑝 ( 2 ) Eq. (17)
Compressibilidade 𝑉𝑟 𝑉𝑟 𝑉𝑟 𝑇𝑟 𝑉𝑟 𝑉𝑟 𝑉𝑟

𝑝
Massa Específica 𝜌= Eq. (22)
𝑅𝑍𝑇
Fonte: elaborado pelo autor

12 Valores calculados com base no Anexo B

79
3.1.3 CÁLCULO DA POTÊNCIA DE GÁS

Os cálculos relevantes aos compressores e o cálculo da potência de gás estão de


acordo com o que foi apresentado no capítulo 2.2 e estão resumidos na tabela 10.

Tabela 10 – Equações para cálculo da potência de gás.

Equação n°

Razão de 𝑝2 + 𝑝𝑎𝑡𝑚
Π= Eq. (72)
Compressão13 𝑝1 + 𝑝𝑎𝑡𝑚

𝑙𝑛(Π)
Coeficiente 𝑛=
𝑇 Eq. (54) 14
Politrópico 𝑙𝑛(Π) − 𝑙𝑛 (𝑇2 )
1

𝑛 𝑛−1
Head Politrópico 𝑦𝑝 = 𝑅 𝑍1 𝑇1 [(Π) 𝑛 − 1] Eq. (52)
𝑛−1
Variação de 𝑦𝑝
𝛥ℎ = Eq. (63)
Entalpia 𝜂𝑝
𝑝𝑁 𝑉̇𝑁
Vazão Mássica 𝑚̇ = Eq. (27)
𝑅𝑁 𝑍𝑁 𝑇𝑁 𝑁𝑇
𝑉̇𝑁 𝑝𝑁 𝑍1 𝑇1
Vazão Real 15 𝑉̇ = Eq. (73)
𝑁𝑇 (𝑝1+ 𝑝𝑎𝑡𝑚 ) 𝑍𝑁 𝑇𝑁

Potência de Gás 𝑃𝑔á𝑠 = 𝑚̇. 𝛥ℎ Eq. (59)

Fonte: elaborado pelo autor

Como 𝑇2 e 𝑛 são variáveis interdependentes é necessário usar um método


numérico para achar a solução desse sistema de equações transcendentais (não
lineares).

13 𝑝2 e 𝑝1 são pressões manométricas.


14 As temperaturas devem estar expressas em Kelvin.
15 Calculado no estado termodinâmico da sucção.

80
3.1.4 CÁLCULO DA POTÊNCIA DE EIXO REQUERIDA
A potência de eixo que será requerida pela turbina a gás é:
𝑁𝐸

𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜 = (1 + 𝜂𝑚𝑒𝑐 ) × ∑ 𝑃𝑔á𝑠 Eq. (74)


𝑖
𝑖=1

Segundo a [API 617] as turbinas a gás devem ser selecionadas para ter uma carga
de pelo menos 115% da maior potência (incluindo engrenagem, acoplamento de fluido
ou outras perdas, conforme aplicável) necessárias para qualquer uma das condições de
operação especificadas. Logo:

𝑃𝐴𝑃𝐼 = 1,15 × 𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜


Eq. (75)
Onde 𝑃𝐴𝑃𝐼 é a potência para especificação da turbina.

Para ser possível comparar essa potência de especificação com a potência de eixo
nas condições ISO, as quais as turbinas foram catalogadas, deve-se fazer uma
conversão de potência, como discutido na seção 2.3.4. Segundo (22), a conversão de
potência ISO é dada por:

𝑝0 (𝑇0 + 273,15)
𝑃𝐴𝑃𝐼𝐼𝑆𝑂 = 𝑃𝐴𝑃𝐼 × ×
1,01325 288,15 Eq. (76)

𝑃 é a potência que será comparada à 𝑃𝑚á𝑥 e 𝑃𝑚í𝑛 para verificar a aplicabilidade


da turbina. Logo, a turbina será aplicável quando:

𝑃𝑚í𝑛 < 𝑃𝐴𝑃𝐼𝐼𝑆𝑂 < 𝑃𝑚á𝑥


Eq. (77)

3.1.5 CÁLCULO DO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL


Para calcular a quantidade de combustível que se espera consumir em um dado
ponto de operação é necessário conhecer qual a taxa de energia necessária da
combustão do gás natural para dada potência. As curvas fornecidas nos catálogos de
fabricantes, disponíveis no Anexo A, normalmente dispõem de gráficos de potência de
eixo esperada e de aporte de calor 𝐻𝑅 (heat rate) pela temperatura de admissão, ambas
operando em condições ISO. As figuras 63 e 64 mostram esses parâmetros para a
turbina THM 1304-10, fabricada pela MAN Diesel & Turbo.

81
Figura 63 – Potência de Eixo para a THM 1304-10.

Potência de eixo - THM 1304-10 - Condições ISO


11
10,5
Potência de Eixo [MW]

10
9,5
9
8,5
8
7,5
7
-30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60
Temperatura de Sucção [ºC]

Fonte: Cortesia de MAN Diesel E Turbo Brasil Ltda

Figura 64 – Heat Rate X Potência de Eixo – THM 1304-10 – Condições ISO.

Heat Rate - THM 1304-10 - Condições ISO


14.000
13.800
13.600
Heat Rate [kJ//kWh]

13.400
13.200
13.000
12.800
12.600
12.400
12.200
12.000
-30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60
Temperatura de Sucção [ºC]

Fonte: Cortesia de MAN Diesel E Turbo Brasil Ltda

Com essas informações é possível criar a relação entre potência esperada e aporte
de calor.

82
Figura 65 – Heat Rate X Potência de Eixo – THM 1304-10 – Condições ISO.

Heat Rate X Potência de EIxo - THM 1304-10


14000
13800
13600
Heat Rate [kJ/kWhr]

13400
13200
13000
12800
12600
12400
y = -1,7766x4 + 31,236x3 + 114,05x2 - 4902,7x + 36584
12200
R² = 0,9997
12000
7 7,5 8 8,5 9 9,5 10 10,5 11
Potência de Eixo [MW]

Fonte: elaborado pelo autor

Assim temos que:

𝐻𝑅 = 𝑓(𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜𝐼𝑆𝑂 )
Eq. (78)
A entrada de energia pode ser dada por:

𝑄̇ = 𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜𝐼𝑆𝑂 × 𝐻𝑅
Eq. (79)
Como a curva parametrizada já leva em consideração a eficiência de combustão
de cada turbina é possível calcular a vazão mássica de combustível através do poder
calorífico inferior do gás. Logo:

𝑄̇
𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 = Eq. (80)
𝑃𝐶𝐼𝑐𝑜𝑚𝑏

A vazão normal volumétrica esperada a ser consumida é obtida por:

𝑅 𝑍𝑁 𝑇𝑁
̇
𝑉𝑁 = 𝑚̇𝑐
𝑐𝑜𝑚𝑏 𝑝𝑁 Eq. (81)

3.2 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA EM UM CENÁRIO REAL

Para exemplificação e avaliação da metodologia, dados operacionais da unidade


produtiva de PGP-1 foram utilizados. Este capítulo descreve as principais características
da unidade e como os dados operacionais foram aplicados na metodologia.

83
3.2.1 A UNIDADE DE PRODUÇÃO OFFSHORE PGP-1
A Bacia de Campos é a principal área sedimentar já explorada na costa brasileira.
Ela se estende das imediações da cidade de Vitória (ES) até Arraial do Cabo, no litoral
norte do Rio de Janeiro, em uma área de aproximadamente 100 mil quilômetros
quadrados.

O Campo de Garoupa, com área de desenvolvimento de 122,99 km², está


localizado a cerca de 80 km a leste-sudeste do cabo de São Tomé, no litoral do Estado
do Rio de Janeiro, em lâmina d’água média de 120 metros. (Figura 66)

Figura 66 - Mapa de localização de PGP-1

Fonte: Site da ANP 16

A PGP-1 é uma plataforma central que recebe, além da produção do Campo de


Garoupa, o óleo e o gás natural de outras 11 (onze) plataformas, sem, contudo, dispor
de um sistema de estocagem.
Garoupa utiliza o gás natural também como combustível para os turbo geradores
de energia elétrica, para os turbo compressores e para a fornalha. O consumo médio
varia na faixa de 200.000 m³/dia, sendo esse gás obtido parte através da produção dos
campos de Garoupa, Garoupinha e Viola e parte através do gás proveniente de
gasodutos (importação), pois a produção do próprio campo não supre toda necessidade
de gás das máquinas. A figura 67 mostra o histórico da produção de óleo e gás natural
desde a sua criação até 2014, remetendo um decaimento brusco de sua produção,
porém ainda apresentando valores significativos de produção na ordem de 5000 barris
de óleo por dia.

16 http://www.anp.gov.br/wwwanp/images/planos_desenvolvimento/Garoupa.pdf Acesso:
25/11/2017

84
Figura 67 - Histórico de produção de Garoupa.

Fonte: Site da ANP 17

3.2.2 PLANTA DE COMPRESSÃO DE PGP-1


A planta de compressão de PGP-1 é compreendida por três trens de turbo
compressão com dois estágios de compressão cada, acionados por uma turbina a gás.
Dependendo da demanda de gás requerida para ser exportada em gasoduto para outras
unidades ou para gas lift, a equipe de operação da unidade de produção determina a
quantidade de trens para operar em paralelo. (Figura 68)

A planta possuí uma saída para o flare, onde o gás será queimado, caso haja
excesso de gás na tubulação principal de sucção, ou seja, caso a pressão de sucção do
compressor BP ultrapasse um certo limite.

A planta também possui válvulas de reciclo (anti-surge ou anti-bombeamento) para


proteção e controle. Este assunto foi discutido no capítulo 2.2.6.1

Na saída do pacote a unidade de produção determina, através da abertura e


fechamento de válvulas a quantidade de gás que será direcionada para ser exportada
ou que será injetada para gas lift.

A planta recebe gás de gasodutos a uma pressão de aproximadamente 6 bar.

17 http://www.anp.gov.br/wwwanp/images/planos_desenvolvimento/Garoupa.pdf Acesso:
25/11/2017

85
Figura 68 – Planta de turbo compressão de PGP-1

Fonte: Cortesia de MAN Disel & Turbo Brasil

Os compressores centrífugos instalados para turbo compressão em PGP-1 são:

 DEMAG – 06MH6A  Baixa Pressão (BP)


 DEMAG – 06MV6A  Alta Pressão (AP)

O acionador dos compressores instalado é uma turbina a gás:

 Fabricante: MAN Diesel & Turbo


 Modelo: THM 1304-10

3.2.3 PARÂMETROS DA PLANTA DE COMPRESSÃO DE PGP-1


Uma amostra com 1400 pontos operacionais do TCA de PGP-1 foi coletada para
ser usada como base dos cálculos e para comparação dos resultados. Neste período o
TCA operava sozinho, comprimindo todo o gás da plataforma, totalizando
aproximadamente 513 horas de máquina em operação, compreendidas entre
01/05/2017 e 29/05/2017. (Tabela 11)

86
Tabela 11 – Dados operacionais do TCA de PGP-1.

BP AP
TCA - PGP-1 Média
Desvio
Média
Desvio
padrão Padrão
Pressão Atmosférica Típica bar 1,01245 0,00260 1,01245 0,00260
Vazão Requerida Nm³/dia 912.338 51.897 854.835 78.349
Pressão de Sucção bar 6,03 0,28 35,37 1,88
Pressão de Descarga bar 36,09 1,89 105,70 3,38
Temperatura de Sucção °C 33,4 4,1 39,1 7,7
Temperatura de Descarga °C 191,31 9,23 170,83 12,02
Eficiência Politrópica % 64,45 4,47 47,87 4,61
Razão de Compressão - 5,2679 0,2617 2,9330 0,1459
Coeficiente Politrópico - - - - -
Head Politrópico kJ/kg 222,15 8,83 132,83 5,48
Variação de Entalpia kJ/kg 344,67 28,09 277,48 23,57
Potência de Gás kW 3.526,69 276,16 2.649,41 188,43
Vazão Normal Nm³/h 38.014,09 2.162,37 35.618,12 3.264,55
Vazão Real m³/h 5.636,24 423,41 941,56 94,47
Vazão Mássica kg/s 10,24 0,51 9,59 0,88

Valores reais de operação que representam dados de entrada da metodologia

Valores reais de operação que representam saída de dados da metodologia

Fonte: Elaborado pelo autor 18

3.2.4 DESCRIÇÃO DE SITUAÇÕES PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA


Para aplicação da metodologia, 4 situações operacionais serão analisadas, onde
estas estarão inseridas em dois cenários comumente encontrados na unidade de PGP-
1. Para cada cenário, serão selecionadas turbinas que atenderiam a demanda
necessária com o menor consumo de gás. Além disso, ainda será analisado se os
compressores instalados atualmente em PGP-1 seriam capazes de atender à cada
situação.

O primeiro cenário (A), descrito na Figura 69, possui somente um trem em


operação e dois estágios de compressão. O segundo cenário (B), descrito na Figura 70,
possui dois trens operando em paralelo com dois estágios de compressão cada.

18 Fonte de dados: Cortesia MAN Diesel & Turbo Brasil Ltda.

87
Figura 69 - Planta de turbo compressão de garoupa com um trem operando comprimindo
todo o gás. Cenário A.

Fonte: Adaptado de uma cortesia de MAN Diesel & Turbo Ltda.

Figura 70 - Planta de turbo compressão de garoupa com dois trens operando em paralelo
dividindo igualmente a massa de gás. Cenário B.

Fonte: Adaptado de uma cortesia de MAN Diesel & Turbo Ltda.

Os dados de entrada mencionados no capítulo 3.1.1 foram separados em duas


partes.

88
Primeiramente serão listados os parâmetros de entrada que são comuns a todas
as situações. Estas são baseadas nos dados operacionais de PGP-1 apresentados na
Tabela 11. São estes:

 Temperatura de sucção compressor BP  33ºC


 Temperatura de descarga compressor BP  170ºC
 Pressão de descarga compressor BP  36,10 bar
 Eficiência politrópica BP  65%

 Temperatura de sucção compressor AP (após resfriamento)  40ºC


 Temperatura de descarga compressor AP  190ºC
 Pressão de sucção compressor AP  35,37
 Eficiência politrópica AP  48%;

 Pressão atmosférica típica 1,01323

Os dados que não são baseados nos pontos de operação foram definidos pelo
autor, baseadas em (20). São estes:

 Temperatura ambiente típica  27ºC


 Percentual de perdas de potência mecânicas estimadas  3%
 Margem API  15%

Os parâmetros de entrada que diferem nas situações estão descritos abaixo:

 Situação 1: Esta situação foi baseada nos dados extraídos da Tabela 11, que
representaram um cenário A real. Esta é a situação mais realista considerando a
planta e o maquinário de PGP-1.

 Cenário  A
 Vazão total requerida  915.000 Nm³/dia
 Pressão de sucção  6,03 bar
 Pressão de descarga  105,7 bar

 Situação 2: Esta situação foi baseada nas pressões e vazão da situação 1 e


colocando-as no cenário B, ou seja, a vazão requerida para cada trem será a
metade da situação 1.

 Cenário  B
 Vazão total requerida  915.000 Nm³/dia
 Pressão de sucção  6,03 bar
 Pressão de descarga  105,7 bar

 Situação 3: Esta situação foi baseada na mesma configuração da situação 1 e


duplicando a vazão requerida.

 Cenário  A
 Vazão total requerida  1.830.000 Nm³/dia
 Pressão de sucção  6,03 bar
 Pressão de descarga  105,7 bar

89
 Situação 4: Esta situação consiste em diminuir a pressão de sucção e aumentar
a pressão de descarga consideravelmente.

 Cenário  A
 Vazão total requerida  915.000 Nm³/dia
 Pressão de sucção  4,0 bar
 Pressão de descarga  200 bar

90
RESULTADOS
Após execução dos cálculos apresentados no capítulo 3, os dados de entrada e os
resultados estão resumidos na Tabela 12 e os desvios da média operacional real estão
apresentadas na Tabela 13.

Tabela 12 – Resultados para as quatro situações 19

Planta Situação 1 Situação 2 Situação 3 Situação 4


Pressão de Sucção Típica bar 6,03 6,03 6,03 4
Pressão de Descarga Requerida bar 105,7 105,7 105,7 200
Vazão Requerida Nm³/dia 915.000 915.000 1.830.000 915.000
Quantidade de Trens - 1 2 1 1
Quantidade de Estágios - 2 2 2 2
Razão de Compressão Necessária - 15,15 15,15 15,15 40,10
Compressores BP AP BP AP BP AP BP AP
Pressão de Sucção bar 6,03 35,37 6,03 35,37 6,03 35,37 4,00 35,37
Pressão de Descarga bar 36,10 105,70 36,10 105,70 36,10 105,70 36,10 200,00
Temperatura de Sucção °C 33,00 40,00 33,00 40,00 33,00 40,00 33,00 40,00
Temperatura de Descarga °C 190,00 170,00 190,00 170,00 190,00 170,00 190,00 170,00
Eficiência Politrópica % 0,65 0,48 0,65 0,48 0,65 0,48 0,65 0,48
Razão de Compressão - 5,27 2,93 5,27 2,93 5,27 2,93 7,40 5,52
Coeficiente Politrópico - 1,33 1,52 1,33 1,48 1,33 1,52 1,26 1,28
Head Politrópico kJ/kg 221,15 133,53 221,15 133,53 221,15 133,53 266,89 212,35
Variação de Entalpia kJ/kg 342,87 278,78 342,87 278,77 342,87 278,78 413,78 443,32
Potência de Gás kW 3520,38 2862,35 1760,20 1431,13 7040,76 5724,71 4248,53 4551,75
Vazão Normal Nm³/h 38.125 19.063 76.250 38.125
Vazão Real m³/h 5.634,89 1.042,84 2.817,44 521,42 11.269,78 2.085,67 7.943,35 1.043,57
Vazão Mássica kg/s 10,27 5,13 20,54 10,27
Propriedades dos Gases BP AP BP AP BP AP BP AP
Peso Molecular kg/kmol 23,234 23,234 23,234 23,234
Poder Calorífico Inferior kJ/kg 49018,25 49018,25 49018,25 49018,25
Fator de Compressibilidade Médio - 0,98 0,92 0,98 0,92 0,98 0,92 0,98 0,92
Massa Específica kg/m³ 6,56 35,44 6,56 35,44 6,56 35,44 4,65 35,42
Turbina
Temp. ambiente Tipica °C 27 27 27 27
Pressão Atmosférica Típica bar 1,01323 1,01323 1,01323 1,01323
Perdas Mecânicas Estimadas % 3,00 3,00 3,00 3,00
Folga API % 15,00 15,00 15,00 15,00
Derate Total % 18,00 18,00 18,00 18,00
Potência de Gás Requerida MW 6,38 3,19 12,77 8,80
Potência de Eixo MW 6,57 3,29 13,15 9,06
Potência de Eixo (API) MW 7,34 3,67 14,68 10,12
Potência de Eixo p/ Especificação (ISO) MW 7,65 3,82 15,29 10,54

Dados de Entrada

Saída de dados

Fonte: Elaborado pelo autor

19 Os valores para massa específica são referentes ao estado termodinâmico da sucção de cada

estágio de compressão.

91
Tabela 13 – Variação percentual dos resultados da metodologia em relação à média
operacional real de PGP-1

Situação 1 Situação 2 Situação 3 Situação 4


Variação percentual dos
resultados da metodologia em
relação à média operacional real BP AP BP AP BP AP BP AP

Pressão Atmosférica Típica -0,1%


Número de trens 0,0% -100,0% 0,0% 0,0%
Vazão Requerida -0,3% -7,0% -0,3% -7,0% -100,6% -114,1% -0,3% -7,0%
Pressão de Sucção 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 33,7% 0,0%
Pressão de Descarga 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% -89,2%
Temperatura de Sucção 1,2% -2,3% 1,2% -2,3% 1,2% -2,3% 1,2% -2,3%
Temperatura de Descarga 0,7% 0,5% 0,7% 0,5% 0,7% 0,5% 0,7% 0,5%
Eficiência Politrópica -0,1% -0,1% -0,1% -0,1% -0,1% -0,1% -0,1% -0,1%
Razão de Compressão 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% -40,5% -88,4%
Head Politrópico 0,5% -0,5% 0,5% -0,5% 0,5% -0,5% -20,1% -59,9%
Variação de Entalpia 0,5% -0,5% 0,5% -0,5% 0,5% -0,5% -20,1% -59,8%
Potência de Gás 0,2% -8,0% 50,1% 46,0% -99,6% -116,1% -20,5% -71,8%
Vazão Normal -0,3% 49,9% -100,6% -0,3%
Vazão Real 0,0% -10,8% 50,0% 44,6% -100,0% -121,5% -40,9% -10,8%
Vazão Mássica -0,3% 49,9% -100,5% -0,3%

Dados de Entrada

Saída de dados Redução Aumento

Fonte: Elaborado pelo autor

4.1 ESCOLHA DA TURBINA


Através da potência requerida encontrada foi possível selecionar a (s) turbina (as)
e calcular a vazão de gás combustível requerida para cada um. As Tabelas 13, 14, 15 e
16 expressam respectivamente os resultados das situações 1, 2, 3 e 4.

Os resultados obtidos para situação 1, que mais se aproxima da realidade de PGP-


1, estão expressos na Tabela 13, e como era de se esperar a metodologia selecionou a
turbina THM 1304-10, que é a turbina que está atualmente instalada no local. A turbina
nesse caso precisaria de uma potência de eixo de 6,57 𝑀𝑊, o que resulta numa potência
para especificação ISO/API de 7,65 𝑀𝑊. Dentre as três turbinas selecionadas a que
apresentou o menor consumo de combustível foi a Mars 90, apresentando um consumo
de 5,95% da vazão volumétrica requerida de gás de processo comprimido.

92
Tabela 14 – Resultado das turbinas selecionadas para a situação 1.

Situação 1: Potência Requerida (API - ISO): 7,65 MW


Potência p/ Especificação Heat rate Entrada
Turbina Fabricante Aplicavél Consumo de gás combustível
[MW] Requerida Energia
Nome Nome Min ISO Máx ok kg/s Nm³/d % kJ/kW.h kJ/s
Saturn 20 Solar 1,05 1,21 1,22 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Centaur 40 Solar 2,70 3,52 4,60 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Centaur 50 Solar 3,40 4,60 5,70 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Taurus 60 Solar 4,30 5,67 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Taurus 70 Solar 4,25 7,97 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
THM 1304-08 MAN 6,20 8,00 8,50 Sim 0,69 61.164 6,68% 13.647 33.643
THM 1304-10 MAN 7,50 9,12 10,50 Sim 0,69 61.195 6,69% 13.654 33.660
Mars 90 Solar 6,85 9,45 11,30 Sim 0,61 54.428 5,95% 12.144 29.938
Mars 100 Solar 9,00 11,35 13,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Titan 130 Solar 11,00 15,00 17,60 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
LM2500 GE 19,00 22,00 25,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
PGT25 GE 21,00 29,88 35,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
SGT-800 Siemens 34,00 47,00 54,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
FT08 MAN 48,00 59,90 62,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Trent 60 Siemens 48,00 65,32 67,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Fonte: Elaborado pelo autor

Na situação 2, de acordo com a Eq. (59), era de se esperar uma redução da


potência devido à diminuição da vazão. Como nessa situação a vazão é dividida entre
dois trens igualmente, a potência seria também dividida igualmente, sendo necessário a
utilização de turbinas de menor potência. A Tabela 14 ilustra as turbinas selecionadas
para a situação 2, e as duas selecionadas apresentam um consumo de combustível de
aproximadamente 3% dos 915.000 𝑁𝑚³/𝑑𝑖𝑎 e uma potência requerida de eixo real de
3,29 𝑀𝑊, metade da potência necessária na situação 1.

93
Tabela 15 - Resultado das turbinas selecionadas para a situação 2.

Situação 2: Potência Requerida (API - ISO): 3,82 MW


Potência p/ Especificação Heat rate Entrada
Turbina Fabricante Aplicavél Consumo de gás combustível
[MW] Requerida Energia
Nome Nome Min ISO Máx ok kg/s Nm³/d % kJ/kW.h kJ/s
Saturn 20 Solar 1,05 1,21 1,22 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Centaur 40 Solar 2,70 3,52 4,60 Sim 0,32 28.355 3,10% 12.653 15.597
Centaur 50 Solar 3,40 4,60 5,70 Sim 0,33 29.006 3,17% 12.944 15.955
Taurus 60 Solar 4,30 5,67 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Taurus 70 Solar 4,25 7,97 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
THM 1304-08 MAN 6,20 8,00 8,50 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
THM 1304-10 MAN 7,50 9,12 10,50 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Mars 90 Solar 6,85 9,45 11,30 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Mars 100 Solar 9,00 11,35 13,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Titan 130 Solar 11,00 15,00 17,60 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
LM2500 GE 19,00 22,00 25,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
PGT25 GE 21,00 29,88 35,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
SGT-800 Siemens 34,00 47,00 54,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
FT08 MAN 48,00 59,90 62,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Trent 60 Siemens 48,00 65,32 67,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Fonte: Elaborado pelo autor

Analogamente à situação 2, na situação 3 era de se esperar que a potência fosse


duplicada, visto que os outros parâmetros permaneceram inalterados. A tabela 15
mostra que a turbina escolhida para uma potência de eixo real de 13,15 𝑀𝑊 (O dobro
da situação 1) foi a Titan 130.

94
Tabela 16 - Resultado das turbinas selecionadas para a situação 3.

Situação 3: Potência Requerida (API - ISO): 15,29 MW


Potência p/ Especificação Heat rate Entrada
Turbina Fabricante Aplicavél Consumo de gás combustível
[MW] Requerida Energia
Nome Nome Min ISO Máx ok kg/s Nm³/d % kJ/kW.h kJ/s
Saturn 20 Solar 1,05 1,21 1,22 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Centaur 40 Solar 2,70 3,52 4,60 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Centaur 50 Solar 3,40 4,60 5,70 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Taurus 60 Solar 4,30 5,67 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Taurus 70 Solar 4,25 7,97 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
THM 1304-08 MAN 6,20 8,00 8,50 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
THM 1304-10 MAN 7,50 9,12 10,50 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Mars 90 Solar 6,85 9,45 11,30 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Mars 100 Solar 9,00 11,35 13,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Titan 130 Solar 11,00 15,00 17,60 Sim 1,02 91.259 4,99% 10.181 50.197
LM2500 GE 19,00 22,00 25,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
PGT25 GE 21,00 29,88 35,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
SGT-800 Siemens 34,00 47,00 54,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
FT08 MAN 48,00 59,90 62,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Trent 60 Siemens 48,00 65,32 67,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.

Fonte: Elaborado pelo autor

Na situação 4, com o aumento da razão de compressão necessária de 15,15 para


40,1 ocorre uma variação nos estados termodinâmicos acarretando numa maior
variação de entalpia necessária para que a compressão ocorra. A Tabela 12 mostra que,
mantendo as pressões no interestágio (descarga BP e sucção AP), diminuindo a pressão
de sucção e aumentando a pressão de descarga, a variação de entalpia para o
compressor BP aumentou em torno de 21% das outras situações e para o compressor
AP aumentou em aproximadamente 60%. De acordo com a Eq (59) isso
consequentemente aumentaria a potência de eixo requerida que chegou a um valor de
9,06 MW, resultando numa potência de especificação de 10,54 MW. A Tabela 16 mostra
as turbinas selecionadas para essa situação. A turbina Mars 90 e Mars 100
apresentaram praticamente os mesmos resultados, na qual seria necessário um
consumo de 7,5% da vazão de gás de processo para acionamento dos compressores.

95
Tabela 17 - Resultado das turbinas selecionadas para a situação 4.

Situação 4: Potência Requerida (API - ISO): 10,54 MW


Potência p/ Especificação Heat rate Entrada
Turbina Fabricante Aplicavél Consumo de gás combustível
[MW] Requerida Energia
Nome Nome Min ISO Máx ok kg/s Nm³/d % kJ/kW.h kJ/s
Saturn 20 Solar 1,05 1,21 1,22 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Centaur 40 Solar 2,70 3,52 4,60 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Centaur 50 Solar 3,40 4,60 5,70 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Taurus 60 Solar 4,30 5,67 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Taurus 70 Solar 4,25 7,97 6,80 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
THM 1304-08 MAN 6,20 8,00 8,50 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
THM 1304-10 MAN 7,50 9,12 10,50 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Mars 90 Solar 6,85 9,45 11,30 Sim 0,77 68.681 7,51% 11.115 37.778
Mars 100 Solar 9,00 11,35 13,00 Sim 0,77 68.679 7,51% 11.114 37.777
Titan 130 Solar 11,00 15,00 17,60 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
LM2500 GE 19,00 22,00 25,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
PGT25 GE 21,00 29,88 35,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
SGT-800 Siemens 34,00 47,00 54,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
FT08 MAN 48,00 59,90 62,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Trent 60 Siemens 48,00 65,32 67,00 Não N.A. N.A. N.A. N.A. N.A.
Fonte: Elaborado pelo autor

4.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS COMPRESSORES


É importante considerar que, para cada situação, seriam necessários, além de
diferentes turbinas, diferentes compressores para atender a demanda requerida. As
Figuras 71 e 72 mostram o mapa dos compressores BP e AP, instalados em PGP-1
respectivamente, sobrepostos aos valores de head politrópicos reais das amostras
coletadas de PGP-1 e dos resultados encontrados para as 4 diferentes situações.

A Figura 71 em conjunto com a Tabela 11 e Tabela 12 mostram que o valor de


head politrópico encontrados na situação 1 para o compressor BP variou apenas 0,4%
dos valores reais médios encontrados em PGP-1 e se concentram em torno da nuvem
de pontos operacionais reais. Essa pequena variação é totalmente esperada, visto que
o head politrópico é calculado de maneira idêntica para os pontos real de operação e
para a metodologia. Logo, essa variação representa apenas variações estatísticas em
torno da média. A mesma variação é também aproximadamente encontrada para o
compressor AP. Esses resultados indicam que a situação 1 representa muito bem os
pontos de operação reais observados.

96
Figura 71 - Comparação entre o dados operacionais reais e o head politrópico calculado
para cada situação para o compressor de baixa pressão.

Linha de Choke

Fonte: Adaptado de uma cortesia de MAN Diesel & Turbo Brasil Ltda

Figura 72 - Comparação entre o dados operacionais reais e o head politrópico calculado


para cada situação para o compressor de baixa pressão.

Linha de Choke

Fonte: Adaptado de uma cortesia de MAN Diesel & Turbo Brasil Ltda

97
É importante também considerar que na Figura 72 o ponto de operação da situação
1 se distancia levemente para a direita dos pontos de operação reais. Isso se deve ao
fato que a vazão requerida utilizada foi de 915 kNm³, (baseada na vazão média requerida
encontrada na amostra de 912 kNm³) porém, na realidade, devido a recirculações
internas acarretadas pela abertura das válvulas antisurge e ao controle de carga do
compressor, a vazão média real para o compressor AP foi de aproximadamente 855
kNm³, uma variação de aproximadamente 7%.

Sobre a vazão real neste caso, foi observado um aumento de aproximadamente


11% em relação à média encontrada nos dados operacionais reais, devido ao mesmo
motivo. Essa diferença para o compressor BP é de menos de 0,1%, enaltecendo que o
cenário descrito na situação 1 é bem similar a real.

Observando as outras situações é possível perceber que nas Figuras 71 e 72 que


os compressores AP e BP não seriam indicados para realização da compressão. A
situação 2 mostra que o compressor instalado em PGP-1 entraria em surge devido a
diminuição de vazão. Na situação 3, com o aumento da vazão, os compressores
ultrapassariam o limite de choque, tornando a utilização dos compressores de PGP-1,
nesta situação, também inviável.

Na situação 4, com a alteração nas pressões de sucção e descarga e mantendo a


vazão normal (e consequentemente mássica) da situação 1, pode-se notar que a vazão
real do compressor BP se alterou significativamente (aumento de aproximadamente
30%) e a vazão real do compressor AP praticamente não houve desvio. Este fato pode
ser explicado devido a vazão real ser calculada na sucção da máquina. Como a pressão
do compressor BP foi reduzida de 6 bar para 4 bar a massa específica do gás variou de
6,56 kg/m³ para 4,65 kg/m³, ou seja, mantendo a vazão de 10,27 kg/s será necessária
uma maior vazão de gás na situação 4 do que na situação 1. Esta diferença não é vista
para o compressor AP pois o estado termodinâmico da sucção não foi alterado em
relação à situação 1.

Também na situação 4, com o aumento da razão de compressão nos dois


compressores é possível notar que os compressores teriam que trabalhar próximos a
velocidade máxima e possivelmente no seu limite de potência. Neste caso, os
compressores não iram atender os esforços submetidos, devido à alteração nas
pressões, que acarretaria um aumento da variação de entalpia e consequentemente
exigiria uma maior quantidade de potência entregue. Nesse sentido, outros
compressores deveriam ser usados para atender essas demandas.

98
CONCLUSÕES

Este trabalho apresentou fundamentos importantes sobre propriedades


termodinâmicas do gás natural, turbo compressores e gas lift, aplicando-os numa
metodologia que pode auxiliar na escolha de uma turbina a gás para acionamento de
compressores centrífugos. O cálculo de potência requerida de eixo, a partir da
compressão do gás natural, somados ao cálculo de vazão de combustível foram os
principais assuntos desenvolvidos na metodologia e estes são um dos principais
parâmetros que devem ser levados em consideração para a escolha de uma turbina a
gás.

A partir dos dados obtidos da plataforma de PGP-1, usados para criação de


situações hipotéticas, foi possível escolher turbinas a gás para diferentes pontos de
operação do turbo compressor. As discussões dos resultados apresentadas no capítulo
4, juntamente com a Tabela 13, mostram que os resultados esperados foram obtidos,
com apenas pequenos desvios estatísticos, e que a metodologia representa uma boa
aproximação da realidade e pode ser utilizada para diversos cenários de turbo
compressão.

Os cálculos de potência de gás apresentados no capítulo 3.1.3 podem ser


utilizados para representar qualquer compressor centrífugo. Estes também podem ser
adaptados para averiguação de performance de compressores a partir de dados
operacionais, como feito com os pontos operacionais reais das figuras 71 e 72. Para
avaliação de performance de compressores seria necessário mais estudo, porém os
conceitos presentes neste trabalho representam os principais conceitos envolvidos no
tópico.

99
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO FUTURO

Como proposta de um projeto futuro, recomenda-se a criação de um método de


avaliação de performance de compressores, conceitos amplamente explorados em (3),
para que seja possível avaliar o comportamento de compressores reais.

Além disso esse trabalho pode ser estendido para selecionar turbinas com outras
aplicações, como turbo geração por exemplo. A diferença seria que no lugar do cálculo
da potência de gás entraria a potência elétrica requerida, e a partir daí seria feita a
escolha da turbina.

Vale ressaltar também que neste trabalho não foi abordado conceitos financeiros
sobre a escolha da turbina a gás. Além dos conceitos aqui apresentados, ainda seria
necessário, para escolher a turbina mais vantajosa, avaliar o seu preço e seus
respectivos custos de operação e manutenção, comparando-os com as vantagens de
seu desempenho. Um outro projeto interessante então, seria a avaliação do custo do
ciclo de vida da turbina a gás levando em consideração os valores produtivos que a
mesma forneceria.

100
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Avaliação da Curva de Performance do Poço. Rio de Janeiro. 2011.
(24) API. Gas Lift Manual. Texas: [s.n.], 1994.
25 WINKLER, H. W.; SMITH, S. S. Canco Gas Lift Manual. Houston: [s.n.].
(26) THOMAS, J. E. et al. Fundamentos da Engenharia do Petróleo. Rio de
Janeiro: Interciência, 2001.
(27) DE GÓIS JÚNIOR, J. M. AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE GAS-LIFT
CONTÍNUO. Natal, RN. 2014.
(28) SAADAWI, H. Control Aspects of a compressor station for gas lift. THE
AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS 345 E 47 St., Abu Dhabi, 1983.

102
ANEXO A – CURVAS DE PERFORMANCE DAS TURBINAS A GÁS
A seguir serão apresentadas as curvas de performance, nas condições ISO,
fornecidas nos catálogos de cada fabricante, e as respectivas equações para cálculo de
vazão de combustível das turbinas utilizadas neste trabalho.20

A.1 – Saturn 20 (Solar Turbines)


Figura 73 – Set de geração elétrica Saturn 20

Fonte: Site da Solar 21

Figura 74 – Curvas de desempenho da turbina Saturn 20

Fonte: Site da Solar

20 Muitas dessas turbinas foram desenvolvidas especificamente para geração de energia elétrica,
entretanto elas foram consideradas neste trabalho para aplicações em compressores centrífugos por
questões didáticas.
21 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/saturn-20.html

Acesso 25/02/2018

103
Figura 75 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Saturn 20

Fonte: Elaborado pelo autor

A.2 – Centaur 40 (Solar Turbines)

Figura 76 – Turbina Solar Centaur 40

Fonte: Site da Solar 22

22 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/centaur-
40.html Acesso 25/02/2018

104
Figura 77 – Curvas de desempenho da turbina Centaur 40

Fonte: Site da Solar 23

Figura 78 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Centaur 40

Fonte: Elaborado pelo autor

23 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/centaur-
40.html Acesso 25/02/2018

105
A.3 – Centaur 50 (Solar Turbines)

Figura 79 – Turbina Solar Centaur 50

Fonte: Site da Solar 24

Figura 80 – Curvas de desempenho da turbina Centaur 50

Fonte: Site da Solar 25

24 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/centaur-
50.html Acesso 25/02/2018
25 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/centaur-
50.html Acesso 25/02/2018

106
Figura 81 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Centaur 50

Fonte: Elaborado pelo autor

A.4 – Taurus 60 (Solar Turbines)

Figura 82 – Turbina Solar Taurus 60

Fonte: Site da Solar 26

26 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/taurus-60.html

Acesso 25/02/2018

107
Figura 83 – Curvas de desempenho da turbina Taurus 70

Fonte: Site da Solar 27

Figura 84 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Taurus 60

Fonte: Elaborado pelo autor

27 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/taurus-60.html

Acesso 25/02/2018

108
A.5 – Taurus 70 (Solar Turbines)

Figura 85 – Turbina Solar Taurus 70

Fonte: Site da Solar 28

Figura 86 – Curvas de desempenho da turbina Taurus 70

29
Fonte: Site da Solar

28https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/taurus-70.html
Acesso em 25/02/2018
29 https://mysolar.cat.com/en_US/products/power-generation/gas-turbine-packages/taurus-70.html

Acesso em 25/02/2018

109
Figura 87 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Taurus 70

Fonte: Elaborado pelo autor

A.6 – THM 1304-8 (MAN Diesel & Turbo)

Figura 88 – Curva parametrizada de desempenho da turbina THM 1304-8

Fonte: Elaborado pelo autor 30

30 Fonte de dados foi uma cortesia de MAN Diesel & Turbo Brasil

110
A.7 – THM 1304-10 (MAN Diesel & Turbo) 31

Figura 89 – Turbina MAN THM 1304-10

Fonte: Cortesia MAN Diesel & Turbo Brasil Ltda.

Figura 90 – Curvas de desempenho da turbina THM 1304-10

Fonte: Cortesia MAN Diesel & Turbo Brasil Ltda.

31 A curva parametrizada da THM 1304-10 está representada na Figura 65

111
A.8 – Mars 90 (Solar Turbines)

Figura 91 – Set de turbo compressão Mars 90

Fonte: Site da Solar 32

Figura 92 – Curvas de desempenho da turbina Solar Mars 90

Fonte: Site da Solar 33

32 http://s7d2.scene7.com/is/content/Caterpillar/C10550228 Aceso em 25/02/2018


33 http://s7d2.scene7.com/is/content/Caterpillar/C10550228 Aceso em 25/02/2018

112
Figura 93 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Mars 90

Fonte: Elaborado pelo autor

A.9 – Mars 100 (Solar Turbines)

Figura 94 – Set de turbo geração Mars 100

Fonte: Site da Solar 34

34 http://s7d2.scene7.com/is/content/Caterpillar/C10550183 Acesso em 25/02/2018

113
Figura 95 – Curvas de desempenho da turbina Mars 100

35
Fonte: Site da Solar

Figura 96 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Mars 100

Fonte: Elaborado pelo autor

35 http://s7d2.scene7.com/is/content/Caterpillar/C10550183 Acesso em 25/02/2018

114
A.10 – Titan 130 (Solar)

Figura 97 – Set de turbo geração Titan 130

Fonte: Site da Solar 36

Figura 98 – Curvas de desempenho da turbina Titan 130

37
Fonte: Site da Solar

36 http://s7d2.scene7.com/is/content/Caterpillar/C10550243 Acesso em 25/02/2018


37 http://s7d2.scene7.com/is/content/Caterpillar/C10550243 Acesso em 25/02/2018

115
Figura 99 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Titan 130

Fonte: Elaborado pelo autor

A.11 LM-2500 (GE)


Figura 100 – Turbina GE LM-2500

Fonte: Site da Kusha Industry 38

Figura 101 – Curvas de desempenho da turbina LM2500.

Fonte: Site da Kusha Industry 39

38 http://www.kushaindustry.com/pdf/brochure/LM2500_Family_of_Products.pdf Acesso em
25/02/2018

116
Figura 102 – Curva parametrizada de desempenho da turbina LM2500

Fonte: Elaborado pelo autor

A.12 – PGT-25 (GE)

Figura 103 – Curva parametrizada de desempenho da turbina PGT-25

Fonte: Elaborado pelo autor 40

39 http://www.kushaindustry.com/pdf/brochure/LM2500_Family_of_Products.pdf Acesso em
25/02/2018
40 Dados obtido a partir do site da GE. https://www.geoilandgas.com/sites/geog/files/pgt25g4-

aeroderivative-gas-turbine-flyer.pdf Acesso em 25/02/2018

117
A.13 – SGT-800 (GE)
Figura 104 – Turbina GE SGT-800.

Fonte: Site da SIEMENS 41

Figura 105 – Curvas de desempenho da turbina Trent 60.

Fonte: Site da SIEMENS 42

41 https://www.siemens.com/content/dam/webassetpool/mam/tag-siemens-com/smdb/power-and-
gas/Gas%20Turbines/smallgasturbines/industrial-gas-turbines/sgt-800/sgt-800-factsheet-2017.pdf
Acesso em 25/02/2018
42 https://www.siemens.com/content/dam/webassetpool/mam/tag-siemens-com/smdb/power-and-

gas/Gas%20Turbines/smallgasturbines/industrial-gas-turbines/sgt-800/sgt-800-factsheet-2017.pdf
Acesso em 25/02/2018

118
Figura 106 – Curva parametrizada de desempenho da turbina SG-T800

Fonte: Elaborado pelo autor

119
A.14 – FT08 (MAN Diesel & Turbo)
Figura 107 – Turbina MAN FT08

Fonte: Cortesia de MAN Diesel & Turbo Brasil

Figura 108 – Curva parametrizada de desempenho da turbina FT08

Fonte: Elaborado pelo autor 43

43 Fonte de dados foi uma cortesia de MAN Diesel & Turbo

120
A.15 – Trent 60 (SIEMENS)
Figura 109 – Turbina SIEMES Trent 60.

Fonte: Site da SIEMENS 44

Figura 110 – Curvas de desempenho da turbina Trent 60.

Fonte: Site da SIEMENS

Figura 111 – Curva parametrizada de desempenho da turbina Trent 60

Fonte: Elaborado pelo autor

121
ANEXO B – CÓDIGOS DE IMPLEMENTAÇÃO DOS CÁLCULOS
Os cálculos utilizados nas tabelas 9 e 10 foram desenvolvidos em planilhas excel
e estão apresentados abaixo. Algumas equações foram calculadas utilizando algoritmos
escritos em linguagem Visual Basic for Application (VBA) e estão apresentadas neste
Anexo.

B.1 – Peso Molecular


Public Function MW_P(FR As Variant) As Double 'Peso Molecular

'Onde FR é a matriz (1x27) contendo as frações molares das substâncias

MW_P = FR(1) * 16.043 'Metano


MW_P = MW_P + FR(2) * 30.07 'Etano
MW_P = MW_P + FR(3) * 28.054 'Eteno
MW_P = MW_P + FR(4) * 44.097 'Propano
MW_P = MW_P + FR(5) * 42.081 'Propeno
MW_P = MW_P + FR(6) * 58.124 'i-Butano
MW_P = MW_P + FR(7) * 58.124 'n-Butano
MW_P = MW_P + FR(8) * 56.108 '1-Buteno
MW_P = MW_P + FR(9) * 56.108 'i-buteno
MW_P = MW_P + FR(10) * 56.108 'Buteno-2-cis
MW_P = MW_P + FR(11) * 56.108 'Buteno-2-trans
MW_P = MW_P + FR(12) * 54.092 '1,2 Butadieno
MW_P = MW_P + FR(13) * 72.151 '1-Pentano
MW_P = MW_P + FR(14) * 72.151 'n-Pentano
MW_P = MW_P + FR(15) * 86.178 'n-hexano
MW_P = MW_P + FR(16) * 100.21 'n-heptano
MW_P = MW_P + FR(17) * 114.23 'n-octano
MW_P = MW_P + FR(18) * 2.016 'Hidrogêneo
MW_P = MW_P + FR(19) * 34.076 'H2S
MW_P = MW_P + FR(20) * 44.01 'CO2
MW_P = MW_P + FR(21) * 28.013 'N2
MW_P = MW_P + FR(22) * 31.999 'O2
MW_P = MW_P + FR(23) * 17.031 'NH4
MW_P = MW_P + FR(24) * 28.01 'CO
MW_P = MW_P + FR(25) * 18.015 'H2O
MW_P = MW_P + FR(26) * 28.964 'Ar Atm
MW_P = MW_P + FR(27) * 39.948 'Argônio
MW_P = MW_P + FR(28) * 102.03 'R134A
MW_P = MW_P + FR(29) * 128.26 'n-Nonano
MW_P = MW_P + FR(30) * 142.28 'n-Decano

End Function

44 https://www.energy.siemens.com/hq/pool/hq/power-generation/gas-turbines/Trent-60/gas-
turbine-industrial-trent-60-brochure-en.pdf Acesso: 25/02/2018

122
B.2 – Poder Calorífico Inferiror 45
Public Function PCI_P(FR As Variant) As Double 'Poder Calorífico
'ISO 6976:2016 ----> Capítulo 7
Dim PCI_G As Double, PCI_N As Double 'kJ/mol
'Gross
PCI_G = PCI_G + FR(1) * 891.05 'Metano
PCI_G = PCI_G + FR(2) * 1561.42 'Etano
PCI_G = PCI_G + FR(3) * 1411.65 'Eteno
PCI_G = PCI_G + FR(4) * 2220.13 'Propano
PCI_G = PCI_G + FR(5) * 2058.73 'Propeno
PCI_G = PCI_G + FR(6) * 2717.76 'i-Butano
PCI_G = PCI_G + FR(7) * 2878.58 'n-Butano
PCI_G = PCI_G + FR(8) * 2717.76 '1-Buteno
PCI_G = PCI_G + FR(10) * 2710.97 'Buteno-2-cis
PCI_G = PCI_G + FR(11) * 2707.33 'Buteno-2-trans
PCI_G = PCI_G + FR(12) * 2594.46 '1,2 Butadieno
PCI_G = PCI_G + FR(13) * 3376.59 '1-Pentano
PCI_G = PCI_G + FR(14) * 3537.19 'n-Pentano
PCI_G = PCI_G + FR(15) * 4196.6 'n-hexano
PCI_G = PCI_G + FR(16) * 4855.31 'n-heptano
PCI_G = PCI_G + FR(17) * 5513.9 'n-octano
PCI_G = PCI_G + FR(18) * 33900 'Hidrogêneo
PCI_G = PCI_G + FR(19) * 3939 'H2S
PCI_G = PCI_G + FR(23) * 383.16 'NH4
PCI_G = PCI_G + FR(24) * 282.95 'CO
PCI_G = PCI_G + FR(25) * 285.99 'H2O
PCI_G = PCI_G + FR(29) * 6173.48 'n-Nonano
PCI_G = PCI_G + FR(30) * 6832.33 'n-Decano
'Net
PCI_N = PCI_N + FR(1) * (4 / 2) * 44.222 'Metano
PCI_N = PCI_N + FR(2) * (6 / 2) * 44.222 'Etano
PCI_N = PCI_N - FR(3) * (4 / 2) * 44.222 'Eteno
PCI_N = PCI_N - FR(4) * (8 / 2) * 44.222 'Propano
PCI_N = PCI_N - FR(5) * (6 / 2) * 44.222 'Propeno
PCI_N = PCI_N - FR(6) * (8 / 2) * 44.222 'i-Butano
PCI_N = PCI_N - FR(7) * (10 / 2) * 44.222 'n-Butano
PCI_N = PCI_N - FR(8) * (8 / 2) * 44.222 '1-Buteno
PCI_N = PCI_N - FR(10) * (8 / 2) * 44.222 'Buteno-2-cis
PCI_N = PCI_N - FR(11) * (8 / 2) * 44.222 'Buteno-2-trans
PCI_N = PCI_N - FR(12) * (8 / 2) * 44.222 '1,2 Butadieno
PCI_N = PCI_N - FR(13) * (10 / 2) * 44.222 '1-Pentano
PCI_N = PCI_N - FR(14) * (12 / 2) * 44.222 'n-Pentano
PCI_N = PCI_N - FR(15) * (14 / 2) * 44.222 'n-hexano
PCI_N = PCI_N - FR(16) * (16 / 2) * 44.222 'n-heptano
PCI_N = PCI_N - FR(17) * (18 / 2) * 44.222 'n-octano
PCI_N = PCI_N - FR(18) * (2 / 2) * 44.222 'Hidrogêneo
PCI_N = PCI_N - FR(19) * (0 / 2) * 44.222 'H2S
PCI_N = PCI_N - FR(23) * (3 / 2) * 44.222 'NH4
PCI_N = PCI_N - FR(24) * (0 / 2) * 44.222 'CO
PCI_N = PCI_N - FR(25) * (0 / 2) * 44.222 'H2O
PCI_N = PCI_N - FR(29) * (20 / 2) * 44.222 'n-Nonano
PCI_N = PCI_N - FR(30) * (22 / 2) * 44.222 'n-Decano
PCI_P = PCI_G - PCI_N 'kJ/mol
PCI_P = 1000 * PCI_P / MW(FR) 'kJ/kg
End Function

45 Os valores para i-buteno, CO2, N2, O2, Ar Atmosférico, Argônio e R134A não foram encontrados
e não foram considerados nas somas. Porém, nenhuma dessas substâncias foram utilizados nos cálculos
presentes neste trabalho, não influenciando nos resultados.

123
B.3 – Pressão Crítica (Lee Kesler)
Public Function PCLK_P(FR As Variant) As Double

'Calcula a pressão crítica baseada nos coeficientes apresentados por Lee-


Kesler

Dim v(32) As Double, T(32) As Double, W(32) As Double, P(32) As Double, d1


As Double, d2 As Double, Vcm As Double, Tcm As Double, Pcm As Double, Wcm
As Double
Dim i1 As Integer, i2 As Integer, i3 As Integer
T(1) = 190.6: T(2) = 305.4: T(3) = 282.4: T(4) = 369.8: T(5) = 364.8: T(6)
= 408.2: T(7) = 425.2: T(8) = 419.6: T(9) = 417.9: T(10) = 435.6: T(11) =
428.7: T(12) = 425.4: T(13) = 460.4: T(14) = 469.7: T(15) = 507.4: T(16) =
540.3: T(17) = 402.7: T(18) = 33.3: T(19) = 373.5: T(20) = 304.2: T(21) =
126.3: T(22) = 154.8: T(23) = 405.5: T(24) = 132.9: T(25) = 647.3: T(26) =
131.9: T(27) = 150.8: T(28) = 374.21
W(1) = 0.0115: W(2) = 0.0908: W(3) = 0.0856: W(4) = 0.1454: W(5) = 0.1477:
W(6) = 0.1756: W(7) = 0.1928: W(8) = 0.1874: W(9) = 0.1898: W(10) = 0.2044:
W(11) = 0.2138: W(12) = 0.1814: W(13) = 0.2273: W(14) = 0.251: W(15) =
0.2957: W(16) = 0.3506: W(17) = 0.3978: W(18) = -0.2234: W(19) = 0.0949:
W(20) = 0.225: W(21) = 0.0355: W(22) = 0.0196: W(23) = 0.246: W(24) =
0.034: W(25) = 0.321: W(26) = 0.0319: W(27) = -0.004: W(28) = 0.3267
P(1) = 98066.5 * 46.95: P(2) = 98066.5 * 49.76: P(3) = 98066.5 * 51.31:
P(4) = 98066.5 * 43.33: P(5) = 98066.5 * 47.04: P(6) = 98066.5 * 37.2: P(7)
= 98066.5 * 38.72: P(8) = 98066.5 * 41: P(9) = 98066.5 * 40.78: P(10) =
98066.5 * 42.89: P(11) = 98066.5 * 41.83: P(12) = 98066.5 * 44.15: P(13) =
98066.5 * 34.48: P(14) = 98066.5 * 34.35: P(15) = 98066.5 * 30.72: P(16) =
98066.5 * 27.9: P(17) = 98066.5 * 25.35: P(18) = 98066.5 * 13.23: P(19) =
98066.5 * 91.82: P(20) = 98066.5 * 75.29: P(21) = 98066.5 * 34.66: P(22) =
98066.5 * 51.82: P(23) = 98066.5 * 115.02: P(24) = 98066.5 * 35.68: P(25) =
98066.5 * 225.24: P(26) = 98066.5 * 37.71: P(27) = 98066.5 * 49.7: P(28) =
98066.5 * 41.39

'Cálculo dos volumes críticos por componente


For i1 = 1 To 28
v(i1) = ((0.2905 - 0.085 * W(i1)) * 8314.41 * T(i1)) / P(i1)
Next i1

'Cálculo do fator acêntrico da mistura


Wcm = 0
For i1 = 1 To 28
Wcm = W(i1) * FR(i1) + Wcm
Next i1

'Cálculo do volume crítico da mistura


d1 = 0
For i1 = 1 To 28
d2 = 0
For i2 = 1 To 28
d2 = FR(i1) * FR(i2) * (v(i1) ^ (1 / 3) + v(i2) ^ (1 / 3)) ^ 3 + d2
Next i2
d1 = d2 + d1
Next i1
Vcm = 0.125 * d1

124
'Cálculo da temperatura crítica da mistura
d1 = 0
For i1 = 1 To 28
d2 = 0
For i2 = 1 To 28
d2 = FR(i1) * FR(i2) * (v(i1) ^ (1 / 3) + v(i2) ^ (1 / 3)) ^ 3 * (T(i1) *
T(i2)) ^ 0.5 + d2
Next i2
d1 = d2 + d1
Next i1
Tcm = 1 / (8 * Vcm) * d1

'Cálculo da Pressão crítica da mistura


Pcm = (0.2905 - 0.085 * Wcm) * 8314.41 * Tcm / Vcm
PCLK_P = Pcm
End Function

B.4 – Temperatura Crítica (Lee Kesler)


Public Function TCLK_P(FR As Variant) As Double

'Calcula a temperatura crítica baseada nos coeficientes apresentados por


Lee-Kesler

Dim v(32) As Double, T(32) As Double, W(32) As Double, P(32) As Double, d1


As Double, d2 As Double, Vcm As Double, Tcm As Double, Pcm As Double, Wcm
As Double
Dim i1 As Integer, i2 As Integer, i3 As Integer
T(1) = 190.6: T(2) = 305.4: T(3) = 282.4: T(4) = 369.8: T(5) = 364.8: T(6)
= 408.2: T(7) = 425.2: T(8) = 419.6: T(9) = 417.9: T(10) = 435.6: T(11) =
428.7: T(12) = 425.4: T(13) = 460.4: T(14) = 469.7: T(15) = 507.4: T(16) =
540.3: T(17) = 402.7: T(18) = 33.3: T(19) = 373.5: T(20) = 304.2: T(21) =
126.3: T(22) = 154.8: T(23) = 405.5: T(24) = 132.9: T(25) = 647.3: T(26) =
131.9: T(27) = 150.8: T(28) = 374.21
W(1) = 0.0115: W(2) = 0.0908: W(3) = 0.0856: W(4) = 0.1454: W(5) = 0.1477:
W(6) = 0.1756: W(7) = 0.1928: W(8) = 0.1874: W(9) = 0.1898: W(10) = 0.2044:
W(11) = 0.2138: W(12) = 0.1814: W(13) = 0.2273: W(14) = 0.251: W(15) =
0.2957: W(16) = 0.3506: W(17) = 0.3978: W(18) = -0.2234: W(19) = 0.0949:
W(20) = 0.225: W(21) = 0.0355: W(22) = 0.0196: W(23) = 0.246: W(24) =
0.034: W(25) = 0.321: W(26) = 0.0319: W(27) = -0.004: W(28) = 0.3267
P(1) = 98066.5 * 46.95: P(2) = 98066.5 * 49.76: P(3) = 98066.5 * 51.31:
P(4) = 98066.5 * 43.33: P(5) = 98066.5 * 47.04: P(6) = 98066.5 * 37.2: P(7)
= 98066.5 * 38.72: P(8) = 98066.5 * 41: P(9) = 98066.5 * 40.78: P(10) =
98066.5 * 42.89: P(11) = 98066.5 * 41.83: P(12) = 98066.5 * 44.15: P(13) =
98066.5 * 34.48: P(14) = 98066.5 * 34.35: P(15) = 98066.5 * 30.72: P(16) =
98066.5 * 27.9: P(17) = 98066.5 * 25.35: P(18) = 98066.5 * 13.23: P(19) =
98066.5 * 91.82: P(20) = 98066.5 * 75.29: P(21) = 98066.5 * 34.66: P(22) =
98066.5 * 51.82: P(23) = 98066.5 * 115.02: P(24) = 98066.5 * 35.68: P(25) =
98066.5 * 225.24: P(26) = 98066.5 * 37.71: P(27) = 98066.5 * 49.7: P(28) =
98066.5 * 41.39

'Cálculo dos volumes por componente


For i1 = 1 To 28
v(i1) = ((0.2905 - 0.085 * W(i1)) * 8314.41 * T(i1)) / P(i1)
Next i1

125
'Cálculo de Vcm da mistura
d1 = 0
For i1 = 1 To 28
d2 = 0
For i2 = 1 To 28
d2 = FR(i1) * FR(i2) * (v(i1) ^ (1 / 3) + v(i2) ^ (1 / 3)) ^ 3 + d2
Next i2
d1 = d2 + d1
Next i1
Vcm = 0.125 * d1

'Cálculo da temperatura da mistura


d1 = 0
For i1 = 1 To 28
d2 = 0
For i2 = 1 To 28
d2 = FR(i1) * FR(i2) * (v(i1) ^ (1 / 3) + v(i2) ^ (1 / 3)) ^ 3 * (T(i1) *
T(i2)) ^ 0.5 + d2
Next i2
d1 = d2 + d1
Next i1
Tcm = 1 / (8 * Vcm) * d1
TCLK_P = Tcm
End Function

B.5 – Fator Acêntrico (Lee Kesler)


Public Function WLK_P(FR As Variant) As Double

'Calcula o fator acêntrico baseado nos coeficientes apresentados por Lee-


Kesler

Dim W(32) As Double, d1 As Double, Wcm As Double


Dim i1 As Integer, i2 As Integer, i3 As Integer
W(1) = 0.0115: W(2) = 0.0908: W(3) = 0.0856: W(4) = 0.1454: W(5) = 0.1477:
W(6) = 0.1756: W(7) = 0.1928: W(8) = 0.1874: W(9) = 0.1898: W(10) = 0.2044:
W(11) = 0.2138: W(12) = 0.1814: W(13) = 0.2273: W(14) = 0.251: W(15) =
0.2957: W(16) = 0.3506: W(17) = 0.3978: W(18) = -0.2234: W(19) = 0.0949:
W(20) = 0.225: W(21) = 0.0355: W(22) = 0.0196: W(23) = 0.246: W(24) =
0.034: W(25) = 0.321: W(26) = 0.0319: W(27) = -0.004: W(28) = 0.3267
d1 = 0
For i1 = 1 To 28
d1 = W(i1) * FR(i1) + d1
Next i1
WLK_P = d1
End Function

126
B.6 – Fator de Compressibilidade (Lee Kesler)
Public Function ZLK(ByVal Tr As Double, ByVal Pr As Double, ByVal Wc As
Double) As Double
'Calcula o fator de compressibilidade do gás pela equação de Lee-Kesler

'Parâmetros:

'Tr(ad): Temperatura reduzida do gás


'Pr(ad): Pressão reduzida do gás
'Wc(ad): Fator acêntrico

Dim B As Double, C As Double, D As Double, b1 As Double, b2 As Double, b3


As Double, b4 As Double, c1 As Double, c2 As Double, c3 As Double, c4 As
Double, d1 As Double, d2 As Double, Beta As Double, gama As Double, z0 As
Double, z1 As Double, Fn As Double, Fn1 As Double, Fn2 As Double, Vr As
Double, Vr2 As Double, Vr1 As Double, b1r As Double, b2r As Double, b3r As
Double, b4r As Double, c1r As Double, c2r As Double, c3r As Double, c4r As
Double, d1r As Double, d2r As Double, beta_r As Double, gama_r As Double
Dim i1 As Integer

'Cálculo da raiz de Vr: Z0


i1 = 0
b1 = 0.1181193: b2 = 0.265728: b3 = 0.15479: b4 = 0.030323: c1 = 0.0236744:
c2 = 0.0186984: c3 = 0: c4 = 0.042724: d1 = 0.0000155488: d2 =
0.0000623689: Beta = 0.65392: gama = 0.060167
B = b1 - b2 / Tr - b3 / (Tr ^ 2) - b4 / (Tr ^ 3)
C = c1 - c2 / Tr + c3 / (Tr ^ 3)
D = d1 + d2 / Tr
Vr1 = 0.00001: Vr2 = 80000
Fn1 = (1 + B / Vr1 + C * Vr1 ^ -2 + D * Vr1 ^ -5 + c4 * Tr ^ -3 * Vr1 ^ -2
* (Beta + gama * Vr1 ^ -2) * Exp(-gama * Vr1 ^ -2)) - Pr * Vr1 / Tr
Fn2 = (1 + B / Vr2 + C * Vr2 ^ -2 + D * Vr2 ^ -5 + c4 * Tr ^ -3 * Vr2 ^ -2
* (Beta + gama * Vr2 ^ -2) * Exp(-gama * Vr2 ^ -2)) - Pr * Vr2 / Tr
Vr = Vr2
Do
i1 = i1 + 1
Vr = Vr - Fn2 * (Vr2 - Vr1) / (Fn2 - Fn1)
Fn = (1 + B / Vr + C * Vr ^ -2 + D * Vr ^ -5 + c4 * Tr ^ -3 * Vr ^ -2 *
(Beta + gama * Vr ^ -2) * Exp(-gama * Vr ^ -2)) - Pr * Vr / Tr
If (Fn * Fn2 < 0) Then
Vr1 = Vr2
Fn1 = Fn2
Else
Fn1 = Fn1 * Fn2 / (Fn2 + Fn)
End If
Vr2 = Vr: Fn2 = Fn
Loop While (i1 < 50000) And (Fn <> 0) And (Abs(Vr1 - Vr2) > 0.000000001)
z0 = Vr * Pr / Tr

'Cálculo do fator de correção Z1


b1r = 0.2026579: b2r = 0.331511: b3r = 0.027665: b4r = 0.203488: c1r =
0.0313385: c2r = 0.0503618: c3r = 0.016901: c4r = 0.041577: d1r =
0.000048736: d2r = 0.00000740336: beta_r = 1.226: gama_r = 0.03754
B = b1r - b2r / Tr - b3r / (Tr ^ 2) - b4r / (Tr ^ 3)
C = c1r - c2r / Tr + c3r / (Tr ^ 3)
D = d1r + d2r / Tr
Vr1 = 0.00001: Vr2 = 80000: Vr = Vr2
Fn1 = (1 + B / Vr1 + C * Vr1 ^ -2 + D * Vr1 ^ -5 + c4r * Tr ^ -3 * Vr1 ^ -2
* (beta_r + gama_r * Vr1 ^ -2) * Exp(-gama_r * Vr1 ^ -2)) - Pr * Vr1 / Tr

127
Fn2 = (1 + B / Vr2 + C * Vr2 ^ -2 + D * Vr2 ^ -5 + c4r * Tr ^ -3 * Vr2 ^ -2
* (beta_r + gama_r * Vr2 ^ -2) * Exp(-gama_r * Vr2 ^ -2)) - Pr * Vr2 / Tr
Do
i1 = i1 + 1
Vr = Vr - Fn2 * (Vr2 - Vr1) / (Fn2 - Fn1)
Fn = (1 + B / Vr + C * Vr ^ -2 + D * Vr ^ -5 + c4r * Tr ^ -3 * Vr ^ -2 *
(beta_r + gama_r * Vr ^ -2) * Exp(-gama_r * Vr ^ -2)) - Pr * Vr / Tr
If (Fn * Fn2 < 0) Then Vr1 = Vr2: Fn1 = Fn2 Else Fn1 = Fn1 * Fn2 / (Fn2 +
Fn)
Vr2 = Vr: Fn2 = Fn

Loop While (i1 < 500000) And (Fn <> 0) And (Abs(Vr1 - Vr2) > 0.000000001)
z1 = Vr * Pr / Tr
ZLK = z0 + Wc / 0.3978 * (z1 - z0)
End Function

B.7 – Demais Equações


As demais equações utilizadas neste trabalho, contidas na Tabela 10, foram
calculadas diretamente através de fórmulas na planilha Excel, utilizando células de
referência com os dados descritos na seção 3.2.4. e com os dados calculados utilizando
os códigos no Anexo B.

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