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BIOQÍMICA

DA NUTRIÇÃO
AULA 10
Cinética e
propriedades
enzimáticas

ABERTURA

Olá!

Boa parte da história da bioquímica é a história da pesquisa sobre enzimas. Geralmente, elas
são proteínas que estão no centro de cada um dos processos bioquímicos, atuando como
catalisadores das reações em soluções aquosas e sob condições suaves de temperatura e pH.
Nesta aula, você vai conhecer a cinética e as propriedades das enzimas. Você irá perceber
as várias abordagens para estudar o mecanismo de ação das enzimas e a contribuição
na velocidade das reações.

Bons estudos.
REFERENCIAL TEÓRICO

O estudo das enzimas tem imensa importância prática. Em algumas doenças –


especialmente nas doenças genéticas hereditárias – pode haver uma deficiência ou mesmo
ausência total de uma ou mais enzimas. Parte desse estudo é chamado de cinética da
enzima, quando é verificada a sistemática dos fatores que afetam a velocidade das
reações catalisadas por enzimas.
Acompanhe o capítulo "Cinética enzimática", do livro Bioquímica Geral, base teórica para esta
aula e ao final, você saberá:
• Descrever as principais propriedades das enzimas.
• Delinear os fatores que afetam a velocidade das reações catalisadas por enzimas.
• Identificar os parâmetros cinéticos e sua aplicação sobre a inibição de enzimas: constante
de Michaelis (Km) expressa em moles por litro e a velocidade máxima da reação (Vmáx).

Bons estudos!
Cinética enzimática
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever as principais propriedades das enzimas.


„„ Enumerar os fatores que afetam a velocidade das reações catalisadas
por enzimas.
„„ Identificar os parâmetros cinéticos de Km e Vmáx, e sua aplicação sobre
a inibição de enzimas.

Introdução
Neste texto você será apresentado à cinética e às propriedades das en-
zimas. Você vai conhecer as diversas abordagens possíveis utilizadas no
estudo do mecanismo de ação das enzimas e da sua contribuição na
velocidade das reações.

Principais propriedade das enzimas


A cinética enzimática estuda a velocidade das reações catalisadas pelas
enzimas e o modo pelo qual certos fatores conseguem modificar a velocidade
destas reações. A velocidade v de uma reação pode ser definida pela quanti-
dade de produto formado ou pela quantidade de substrato transformado pela
unidade de tempo.

E + SP + E

Onde:
S = substrato
P = produto
E = enzima
A atividade de uma enzima pode, assim, ser medida pela velocidade
da reação que ela é capaz de catalisar. Não é possível medir a atividade
2 Cinética enzimática

enzimática pela dosagem de uma enzima por método direto, semelhante


a um teste de coloração. Recorre-se à medida da atividade expressa em
unidades enzimáticas.
As unidades enzimáticas mais empregadas são: arbitrária, internacional
e Katal. As unidades arbitrárias são expressas em bases empíricas, usu-
almente envolvendo a quantidade de substrato transformado em um tempo
de incubação definido e sob condições padronizadas de pH, temperatura,
concentrações e etc. Esta unidade chama-se arbitrária por ser estabelecida
pelo pesquisador sem a obediência de um critério técnico ou científico. A
unidade internacional é definida pelo número de micromols de substrato
desdobrado ou de produto formado por um mililitro da solução em um minuto
em condições padronizadas de pH e temperatura. Já o Katal é a unidade
enzimática definida pelo número de mols de substrato desdobrado ou de
produto formado por litro de solução em um segundo em condições padro-
nizadas de pH e temperatura.
Quando se trabalha com purificação de enzimas costuma-se expressar
os resultados da medida da atividade enzimática em atividade específica.
A atividade específica é o número de unidades internacionais (UI) por
miligrama de proteínas num mililitro de material biológico que está sendo
examinado.
A velocidade máxima da reação enzimática está relacionada com o número
de renovação de uma enzima, que expressa o poder catalítico da enzima. O
número de renovação de uma enzima é o número de mols do substrato trans-
formado em produto por mol de enzima na unidade de tempo. As unidades
do número de renovação são segundos-1 (ou unidade de tempo-1). Para você
entender mais sobre a aplicação da cinética enzimática nas nossas vidas, leia
o box Saiba Mais.
Cinética enzimática 3

Para começar, vamos considerar a chamada especificidade estereoquímica. A maioria


das substâncias formadas ou destruídas nos processos metabólicos são oticamente
ativas, porém, um dos membros da parelha de isômeros óticos encontra-se em grande
quantidade na natureza. A maior parte das enzimas apresenta especificidade para um
dos isômeros, e nisto consiste a especificidade estereoquímica.
A desidrogenase do ácido lático existente no músculo catalisa a desidrogenação do ácido
L-lático. Da mesma forma, a hexoquinase atua sobre a D-glicose, e não sobre a L-glicose.
A glicoquinase e a hexoquinase no hepatócito têm diferenças na atividade de suas
enzimas devido às suas funções metabólicas. Essas duas enzimas (isoenzimas) fosforilam
a glicose no carbono 6. A glicoquinase tem um Km maior para glicose do que a hexoqui-
nase. Isto indica que a glicoquinase só atua quando a glicose atinge uma concentração
relativamente alta que ultrapassa a capacidade fosforilante da hexoquinase.

As principais propriedades das enzimas


Os catalisadores atuam em reações que, em sua ausência, seriam muito len-
tas. As enzimas produzem resultados apreciáveis em concentrações ínfimas
e aceleram as reações químicas sem modificar o estado de equilíbrio por
agirem nos dois sentidos da reação. Os catalisadores não são consumidos
nem transformados durante a reação química. As enzimas são catalisadoras
porque apresentam as mesmas características dos catalisadores em geral. Por
exemplo: as ligações peptídicas in vitro só podem ser hidrolisadas por ácidos
ou bases fortes e em temperaturas muito elevadas. In vivo, por ação enzimá-
tica, o rompimento dessas ligações se faz com relativa rapidez. Apenas uma
quantidade mínima (uma molécula) da enzima catalase decompõe 5 milhões
de moléculas de água oxigenada em um minuto, em pH = 6,8. A renina faz
coagular 72,3 milhões de vezes o seu peso de leite desengordurado em 10
minutos, em pH= 5,8 e a 40°C de temperatura.
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Ao contrário, porém, dos catalisadores inorgânicos, as enzimas apresen-


tam especificidades para determinadas reações ou grupos de reações. As
proteínas, os triacilgliceróis e o glicogênio podem ser hidrolisados in vitro
inespecificamente com ácido clorídrico a quente, isto é, em condições não
fisiológicas de temperatura e pH. A hidrólise desses compostos praticamente
não ocorre espontaneamente em pH 7,3 e temperatura de 37°C. As células,
em virtude de possuírem catalisadores especiais chamados de enzimas, são
capazes de realizar o mesmo trabalho em condições fisiológicas de pH 7,34
e temperatura de 37°C. Quando se adiciona ácido clorídrico a uma mistura
aquecida de proteína, triacilglicerol e glicogênio, ocorre hidrólise dos três
compostos: a proteína libera aminoácidos,os triacilgliceróis formam glicerol
e ácidos graxos, e o glicogênio produz glicose.
Tal fato não ocorre quando se adiciona à mesma mistura uma enzima capaz
de catalisar, seletivamente, a hidrólise do glicogênio. Neste caso as proteínas
e os triacilgliceróis permanecem inalterados, enquanto que o glicogênio é
totalmente degradado.

Os fatores que afetam a velocidade


das reações catalisadas por enzimas
Diversos fatores influem na atividade das enzimas. Dois deles decorrem da
natureza proteica da molécula da enzima, e dois são consequência da formação
do complexo enzima-substrato.

1. Fatores decorrentes da natureza proteica das enzimas:


a)  pH do meio onde atua a enzima;
b)  temperatura do meio em que se desenvolve a reação enzimática.
2. Fatores decorrentes da formação do complexo enzima-substrato:
a)  concentração do substrato;
b)  concentração da enzima.

Influência do pH do meio na atividade de uma enzima


Quando uma mesma quantidade de enzimas atua sobre uma mesma concen-
tração de substrato, em diferentes valores de pH do meio onde a reação se
efetua, há uma região na qual a atividade da enzima é máxima. Esta região
é denominada de pH ótimo da atividade. Em muitas enzimas o pH ótimo é
Cinética enzimática 5

fixo e determinado, enquanto que em outras, o pH ótimo se encontra dentro


de um intervalo mais ou menos extenso.
A estrutura proteica das enzimas explica a influência do pH. As variações
de pH afetam profundamente a ionização dos grupos amino e carboxílicos
dos radicais dos aminoácidos colaboradores, auxiliares e de contato. Essas
modificações do caráter iônico dos radicais determina uma pronunciada
alteração no efeito catalítico da enzima por mudança de conformação da
proteína enzimática.
Em adição às modificações puramente iônicas, a molécula proteica pode
sofrer, também, desnaturação com consequente perda da atividade. A des-
naturação pode ocorrer quando o pH do meio se tornar muito baixo ou muito
alto. Quando uma enzima atua sobre dois ou mais substratos que também
modificam a ionização de suas moléculas de acordo com as variações de pH, a
enzima pode apresentar um pH ótimo diferente para cada substrato (Figura 1).

Figura 1. Efeito do ph sobre reações catali-


sadas por enzimas.
Fonte: Harvey e Ferrier (2012).

Influência da temperatura na atividade da enzima


Quando uma mesma quantidade de enzimas atua sobre uma mesma concentra-
ção de substrato no pH ótimo, mas, em temperaturas diferentes, há um ponto
onde a atividade da enzima é máxima, essa região é denominada temperatura
ótima da atividade enzimática.
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Muitas enzimas não revelam atividade a 0°C. Com a elevação da tempera-


tura, a enzima passa a funcionar e a atividade cresce à medida que a temperatura
aumenta. Existe um determinado ponto no qual o aumento de temperatura,
ao invés de aumentar a atividade enzimática, causa uma diminuição e até
completa inativação.
O gráfico apresenta, como na curva de pH, uma forma de sino assimé-
trico, com o ramo esquerdo geralmente menos inclinado que o da direita.
Ele é explicado pela estrutura proteica das enzimas. O ramo direito da
curva é justificado pelo aumento natural da velocidade de uma reação pela
temperatura (Figura 2). O aumento da temperatura determina, também, a
desnaturação da proteína.

Figura 2. Efeito da temperatura sobre uma


reação catalisada por enzima.
Fonte: Harvey e Ferrier (2012).

A partir de 45°C a desnaturação da enzima se faz rapidamente; aos 55°C


a desnaturação é acelerada, e, acima deste valor, a enzima chega à completa
inativação. Portanto, a curva obtida em forma de sino é a soma de duas outras
curvas que representam um aumento da atividade enzimática pela elevação
da temperatura e a desnaturação térmica.
As enzimas das bactérias que vivem em ambientes naturais quentes (bactérias
termófilas) podem conservar a atividade em temperaturas superiores a 85°C.
Cinética enzimática 7

Influência da concentração do substrato


Quando se faz variar a concentração do substrato mantendo-se a mesma concen-
tração da enzima, e a temperatura e o pH ótimos, observa-se que a velocidade
da reação aumenta segundo uma reação linear. Porém, no momento em que
esta concentração ultrapassa um determinado valor, a velocidade de reação
permanece independente da concentração do substrato. Se a concentração
do substrato for grande, a concentração do complexo enzima-substrato será
maior, e, consequentemente, maior será a velocidade de reação.
Com a adição de novas moléculas de substrato, chegará um momento em
que todas as moléculas da enzima estarão sob a forma de enzima-substrato,
e, neste ponto, o acréscimo de maior quantidade de substrato não aumenta a
concentração do complexo enzima-substrato e, portanto, a velocidade per-
manece constante.
Além dos fatores já mencionados, a atividade das enzimas depende, também,
da concentração dos cofatores. Quando uma enzima requer um fator dissociável,
a velocidade da reação varia com a concentração do cofator. Em muitos casos é
encontrado um limite para a concentração do cofator, como já foi visto quando
analisada a influência da concentração do substrato. A explicação para este
caso é semelhante: os locais do centro catalítico da enzima, reservados aos
cofatores, ficam saturados em presença de um excesso de cofator.

Influência da concentração da enzima


Fazendo-se variar a concentração da enzima, mantendo-se fixa uma alta
concentração de substrato, na temperatura e no pH ótimos, verifica-se que a
velocidade da reação aumenta linearmente com a concentração da enzima. A
influência da concentração da enzima deve ser medida em presença de uma
elevada concentração de substrato.
Além da influência do pH, da temperatura, da concentração da enzima
e da concentração do substrato, a velocidade de uma reação enzimática de-
pende, também, da afinidade da enzima pelo substrato e do poder catalítico
da enzima. Entende-se por afinidade da enzima pelo substrato a maior ou
a menor capacidade da enzima de se ligar ao substrato. Já o poder catalítico
é a capacidade de uma enzima em transformar o substrato ligado no com-
plexo enzima-substrato (ES) em produto. Todos esses fatores que influem na
8 Cinética enzimática

velocidade das reações enzimáticas são responsáveis por dois grandes tipos
de cinética denominados cinética michaeliana e cinética não michaeliana.
Na cinética michaeliana, a afinidade da enzima pelo substrato e o poder
catalítico da enzima permanecem constantes quando se faz variar a concentra-
ção do substrato. A hipérbole observada no gráfico já estudado, que representa
a influência da concentração do substrato sobre a atividade de uma enzima,
é característica da cinética michaeliana.
Na cinética não michaeliana, a afinidade da enzima pelo substrato ou o
poder catalítico da enzima sofrem modificações em função da concentração
do substrato ou outros modificadores da velocidade (efetores).

Os parâmetros cinéticos de Km e Vmáx e sua


aplicação sobre a inibição de enzimas
A cinética michaeliana foi descoberta em 1913. Michaelis e Menten represen-
taram a reação enzimática em duas etapas:

Na maioria dos casos a etapa A é mais rápida do que a B, que será, assim,
a etapa limitante. No estado inicial da reação, a concentração do produto
P é ainda muito pequena para possibilitar uma inversão de sentido ESE + P.
Conclui-se, então, que K m é igual à concentração do substrato quando a velo-
cidade da reação for igual à metade da velocidade máxima. O K m da enzima
é expresso pela concentração do substrato em moles por litro.

Significado de Vmáx (velocidade máxima) e de Km


A velocidade máxima de uma reação catalisada por uma enzima está na
dependência do complexo ES. A decomposição deste complexo (ES) em
enzima (E) e produto (P) está na dependência do poder catalítico da enzima
(E). A velocidade será máxima (Vmáx) quando toda a enzima (et) estiver sob
a forma de ES, ou seja, quando não existir enzima livre.
O K m é diretamente proporcional a K 2, o que nos mostra que quanto maior
a afinidade da enzima pelo substrato, maior será K1 e consequentemente o K m
será menor. O K m está relacionado com a afinidade da enzima pelo substrato
– quanto maior o K m, menor a afinidade da enzima pelo substrato (Figura 3).
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Figura 3. Efeito da concentração do subs-


trato sobre a velocidade de reação para duas
enzimas: enzima 1 com Km menor e enzima
2 com Km maior.
Fonte: Harvey e Ferrier (2012).

É importante conhecer o valor de K m pelas seguintes razões:

1. A concentração do substrato na célula não pode ser muito menor do


que o K m, pois, neste caso, um pequeno aumento do nível intracelular
do substrato acarretaria um grande incremento na velocidade da reação
e haveria um verdadeiro desperdício de enzima. Uma concentração
muito elevada do substrato não iria trazer nenhum benefício, pois,
com [S] = 1.000 K m, a velocidade da reação seria apenas duas vezes
maior que no K m.
2. O K m é uma constante diferente para cada enzima quando atua sobre
um substrato específico. O valor numérico do K m permite verificar se
duas amostras de uma mesma enzima de origens diferentes podem ser
consideradas idênticas.
3. O K m também permite explicar porque uma mesma enzima pode em
certos tecidos catalisar uma reação em um sentido e em outros tecidos,
em sentido contrário. Isto ocorre com isoenzimas, por exemplo.
10 Cinética enzimática

4. Do mesmo modo, esta constante torna possível interpretar a razão da


existência de duas enzimas diferentes que catalisam exatamente a mesma
reação em um mesmo tecido (veja o box Fique Atento).
5. O substrato sobre o qual a enzima atua melhor é aquele que apresenta
um valor mais elevado para a relação Vmáx/K m.

Especificidade da ação enzimática


Uma das propriedades mais características das enzimas é a especificidade.
Entende-se por especificidade a propriedade das enzimas de catalisarem
exclusivamente um grupo restrito de reações ou, em alguns casos, uma única
reação (veja o box Fique Atento).

Para entender um pouco mais sobre a cinética enzimática,


acesse o link abaixo e assista a um vídeo detalhado sobre
o conteúdo (FIRESTONE, 2017).

https://goo.gl/CZghWx

Os inibidores enzimáticos são largamente empregados no estudo de vias metabólicas


e em terapêutica para o tratamento de algumas enfermidades. As sulfas, por exemplo,
por apresentarem semelhança estrutural com o ácido para-aminobenzoico (PABA),
que é uma substância indispensável para o crescimento bacteriano, são utilizadas
no tratamento de certas infecções. Elas funcionam como inibidor competitivo da
enzima que sintetiza uma coenzima bacteriana que possui a PABA em sua estrutura.
A coenzima não sendo sintetizada, a bactéria fica impossibilitada de se multiplicar.
Cinética enzimática 11

FIRESTONE, R. An introduction to enzyme kinetics. Khan Academy, Mountain View,


2017. Disponível em: <https://www.khanacademy.org/test-prep/mcat/biomolecules/
enzyme-kinetics/v/an-introduction-to-enzyme-kinetics>. Acesso em: 22 set. 2017.
HARVEY, R. A.; FERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

Leitura recomendada
NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2014.
PORTFÓLIO

Substâncias chamadas de inibidores enzimáticos são capazes de diminuir as atividades de


certas enzimas. Esses inibidores podem ser divididos em dois grupos: inibidores
irreversíveis e inibidores reversíveis.

Descreva como funcionam a inibição enzimática para estes dois grupos de moléculas.
PESQUISA

Bioquímica - Aula 10 - Inibidores enzimáticos

Acesse https://www.youtube.com/watch?v=dq9QS4u08A0 e aprofunde

seus conhecimentos.

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