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Cinética Química

Unidade X - Cinética Química


ENZIMAS
Conceitos gerais e funções

As enzimas são proteínas especializadas na catálise de reações biológicas. Elas estão


entre as biomoléculas mais notáveis devido a sua extraordinária especificidade e poder catalítico,
que são muito superiores aos dos catalisadores produzidos pelo homem. Praticamente todas as
reações que caracterizam o metabolismo celular são catalisadas por enzimas.
Como catalisadores celulares extremamente poderosos, as enzimas aceleram a
velocidade de uma reação, sem no entanto participar dela como reagente ou produto.
As enzimas atuam ainda como reguladoras deste conjunto complexo de reações.
As enzimas são, portanto, consideradas as unidades funcionais do metabolismo celular.

Nomenclatura das enzimas

Existem 3 métodos para nomenclatura enzimática:


● Nome Recomendado: Mais curto e utilizado no dia a dia de quem trabalha com enzimas;
Utiliza o sufixo “ase” para caracterizar a enzima. Exs: Urease, Hexoquinase, Peptidase, etc.
● Nome Sistemático: Mais complexo, nos dá informações precisas sobre a função metabólica
da enzima. Ex: ATP-Glicose-Fosfo-Transferase.
● Nome Usual: Consagrados pelo uso; Exs: Tripsina, Pepsina, Ptialina.

Classificação das enzimas

As enzimas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. O mais importante
foi estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB), e estabelece 6 classes:
● Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons, ou seja:
reações de oxi-redução. São as Desidrogenases e as Oxidases.

Se uma molécula se reduz, tem que haver outra que se oxide.


● Transferases: Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais
como grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Como exemplo temos as Quinases e as
Transaminases.

● Hidrolases: Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidades.

● Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água,


amônia e gás carbônico. As Dehidratases e as Descarboxilases são bons exemplos.

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● Isomerases: Catalisam reações de interconversão entre isômeros ópticos ou geométricos.


As Epimerases são exemplos.

● Ligases: Catalisam reações de formação e novas moléculas a partir da ligação entre duas
já existentes, sempre às custas de energia (ATP). São as Sintetases.

Propriedades das enzimas

São catalisadores biológicos extremamente eficientes e aceleram em média 109 a 1012


vezes a velocidade da reação, transformando de 100 a 1000 moléculas de substrato em
produto por minuto de reação.
Atuam em concentrações muito baixas e em condições suaves de temperatura e pH.
Possuem todas as características das proteínas. Podem ter sua atividade regulada.
Estão quase sempre dentro da célula, e compartimentalizadas.

Cofatores enzimáticos e coenzimas

Cofatores são pequenas moléculas orgânicas ou inorgânicas que podem ser


necessárias para a função de uma enzima. Estes cofatores não estão ligados
permanentemente à molécula da enzima mas, na ausência deles, a enzima é inativa.
A fração protéica de uma enzima, na ausência do seu cofator, é chamada de
apoenzima.
Enzima + Cofator, chamamos de holoenzima.
Coenzimas são compostos orgânicos, quase sempre derivados de vitaminas, que atuam
em conjunto com as enzimas. Podem atuar segundo 3 modelos:
Ligando-se à enzima com afinidade semelhante à do substrato.
Ligando-se covalentemente em local próximo ou no próprio sítio catalítico da
apoenzima.
Atuando de maneira intermediária aos dois extremos acima citados.

Especificidade substrato \ enzima: o sítio ativo

As enzimas são muito específicas para os seus substratos. Esta especificidade pode ser
relativa a apenas um substrato ou a vários substratos ao mesmo tempo.
Esta especificidade se deve à existência, na superfície da enzima de um local
denominado sítio de ligação do substrato. O sítio de ligação do substrato de uma enzima é
dado por um arranjo tridimensional especial dos aminoácidos de uma determinada região da
molécula, geralmente complementar à molécula do substrato, e ideal espacial e eletricamente
para a ligação do mesmo. O sítio de ligação do substrato é capaz de reconhecer inclusive
isômeros óticos “D” e “L” de um mesmo composto. Este sítio pode conter um segundo sítio,
chamado sítio catalítico ou sítio ativo, ou estar próximo dele; é neste sítio ativo que ocorre a
reação enzimática.
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Composto que é transformado por uma enzima que se une a uma zona ativa, onde se
produz ima catálise, que no exemplo conduz a uma formação de produtos.
A zona sombreada são os aminoácidos desta enzima (proteína) que configuram, neste
caso, o centro ativo da enzima.
Alguns modelos procuram explicar a especificidade substrato/enzima:
● Modelo Chave/Fechadura que prevê um encaixe perfeito do substrato no sítio de ligação,
que seria rígido como uma fechadura.
● Modelo do Ajuste Induzido que prevê um sítio de ligação não totalmente pré-formado, mas
sim moldável à molécula do substrato; a enzima se ajustaria à molécula do substrato na
sua presença. Evidências experimentais sugerem um terceiro modelo que combina o ajuste
induzido a uma “torção” da molécula do substrato, que o “ativaria” e o prepararia para a sua
transformação em produto.

Mecanismo geral de catálise

As enzimas aceleram a velocidade de uma reação por diminuir a energia livre de


ativação da mesma, sem alterar a termodinâmica da reação, ou seja: a energia dos reagentes
e produtos da reação enzimática e de sua equivalente não enzimática são idênticas.
Para se superar a energia de ativação de uma reação, passa-se pela formação de um
estado intermediário chamado “Estado de Transição”, sempre um composto instável e de alta
energia, representado por “Ts”, ligado com altíssima afinidade ao sítio catalítico. Nas reações
enzimáticas, este composto de transição “Ts” não pode ser isolado ou mesmo considerado um
intermediário, uma vez que não é liberado para o meio de reação; sua formação ocorre no sítio
catalítico da enzima!! Como a afinidade do “Ts” ao sítio catalítico é muito maior que a afinidade
do substrato com o mesmo, a pequena quantidade de moléculas em “Ts” será rapidamente
convertida em produto. Assim, todo o fator que leva a um aumento do número de moléculas em
“Ts” aumenta a velocidade da reação. São 4 os mecanismos principais através dos quais as
enzimas aceleram uma reação, aumentando a formação de moléculas de substrato em “Ts”:
● Catálise Ácido-Base que ocorre com a participação de aminoácidos com cadeias laterais
ionizáveis.
● Torção de Substrato, que depende da torção do substrato induzida pela ligação do mesmo
com o sítio de ligação da enzima, alcançando o estado de transição e estimulando sua
conversão em produto.
● Catálise Covalente que resulta do ataque nucleofílico ou eletrofílico de um radical do sítio
catalítico sobre o substrato, ligando-o covalentemente à enzima e induzindo a sua
transformação em produto. Envolve com freqüência a participação de coenzimas.
● Efeito de Diminuição da Entropia. As enzimas ajudam no posicionamento e na definição da
estequiometria correta da reação, facilitando os mecanismos anteriores.

Cinética enzimática

É a parte da enzimologia que estuda a velocidade das reações enzimáticas, e os atores


que influenciam nesta velocidade. A cinética de uma enzima é estudada avaliando-se a
quantidade de produto formado ou a quantidade de substrato consumido por unidade de tempo
de reação.

Fatores externos que influenciam na velocidade de uma reação enzimática

São eles:
● Temperatura: Quanto maior a temperatura, maior a velocidade da reação, até se atingir a
temperatura ótima; a partir dela, a atividade volta a diminuir, por desnaturação da molécula.
● pH: Idem à temperatura; existe um pH ótimo, onde a distribuição de cargas elétricas da
molécula da enzima e, em especial do sítio catalítico, é ideal para a catálise.
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Fonte:_http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2
003/const_microorg/enzimas.htm Acessado em jan/08

Atividade 1
Qual o papel das enzimas no nosso organismo? Cite exemplos.

Atividade 2
Como nomeamos uma enzima? Cite os métodos utilizados e dê um exemplo de cada.

Atividade 3
Explique as enzimas oxidorredutases e as transferases. Dê um exemplo de cada uma.

Atividade 4
As enzimas atuam acelerando as reações químicas. Qual a ordem de grandeza dessa
aceleração?

Atividade 5
Como atuam as enzimas em relação a temperatura e pH?Aproveitando a questão, faça uma
pesquisa e defina pH.

Atividade 6
O que são cofatores enzimáticos e coenzimas? Dê exemplos.

Atividade 7
O que é especificidade enzimática? Dê exemplos.

Atividade 8
Como pode ser determinada a cinética de uma enzima?

Atividade 9
No nosso trato gastrointestinal temos a atuação de várias enzimas. Faça um esboço do tubo
digestório e indique as principais enzimas e o pH ideal para sua atuação.

Atividade 10
Por que não podemos aquecer demais as enzimas?

Atividade 11
Explique energia de ativação. Peça ao seu professor, se necessário uma ajuda para elaborar
um conceito.

Atividade 12
Qual a relação entre febre alta, enzimas e morte?

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CINÉTICA QUÍMICA
Introdução
Sob que condições uma reação de importância pode tornar-se rápida ou suficiente par
ter um aproveitamento prático? E sob que condições uma reação perigosa pode ter sua
velocidade diminuída a ponto de não oferecer risco?
Imagine, por exemplo, a oxidação da glicose que ocorre em nosso organismo. Essa
reação se passa dentro da célula a uma temperatura de aproximadamente 36°C, e ocorre na
presença de enzimas que são substâncias capazes de aumentar a velocidade de uma reação.
Essa mesma reação quando acontece fora do nosso corpo é muito lenta devido à
ausência de enzimas.
A formação da ferrugem é uma reação lenta que pode ser acelerada ou ter sua
velocidade diminuía dependendo das condições em que for realizada. Se realizada na
presença de umidade e sal, sua velocidade é acelerada. A presença de um meio básico retarda
a sua formação.
Com isso podemos perceber que vários fatores podem influenciar na velocidade de uma
reação e serão estudados na cinética química.

1- Fatores essenciais para que ocorra uma reação química


Em uma reação química existem duas classes de substâncias: as que irão sofrer uma
transformação – denominadas reagentes – e as que serão formadas – denominadas produtos.
Se colocarmos dois gases nobres em contato, em um mesmo recipiente, não ocorrerá
uma reação entre eles, mas se colocarmos solução de ácido clorídrico em contato com um
pedaço de magnésio ocorrerá uma reação química que poderemos perceber, pois
observaríamos a liberação de gás.
Mas, seria possível o ácido reagir com o metal sem entrarem em contato?
Uma das condições para que ocorra uma reação é a colisão entre as partículas
reagentes.
Ao abrirmos a válvula de um fogão a gás e deixarmos escapar o gás, a simples colisão
entre as moléculas do gás combustível e as moléculas do oxigênio do ar resultam em uma
reação de combustão?
Sabemos que não basta o combustível colidir com o oxigênio do ar. É necessária uma
pequena quantidade de energia, um fósforo aceso ou uma faísca elétrica, para que a
combustão se inicie. Essa pequena quantidade de energia fornecida através do fósforo ou da
faísca elétrica é utilizada para que as moléculas vençam uma barreira de energia mínima para
que a reação ocorra. Chamada energia de ativação.
Durante uma reação são rompidas ligações químicas dos reagentes e as colisões
devem ocorrer de forma tal que a ruptura dessas ligações seja facilitada. Para isso é
necessária uma boa orientação durante a colisão, ou seja, um choque no local certo,
possibilitando rupturas em locais corretos.
Um bom exemplo das colisões que podem ocorrer entre moléculas está representado
nas figuras que se seguem e que representam a reação:
H2(g) + Cl2(g) 2 HCl(g)

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Figura 1 - Colisões que não levam à formação do produto


Na figura 1, verificamos que moléculas de H2 colidem com moléculas de Cl2, mas a
colisão não ocorre de forma satisfatória. Não é uma colisão com boa orientação.

Figura 2 - Colisões que levam à formação do produto (com boa orientação)

Na figura 2, verificamos que a colisão entre H2 e Cl2 facilita tanto a quebra das ligações
H – H e Cl – Cl quanto à formação da ligação H–Cl. A colisão ocorre com boa orientação.
Em resumo podemos dizer que as três condições necessárias para que ocorra uma
reação química são:
● colisão entre reagentes.
● energia inicial igual ou maior do que a energia de ativação.
● colisão com boa orientação.

2- Medindo a rapidez de uma reação

Considere uma experiência em que se coloca dentro de um recipiente fechado amônia


gasosa (NH3) com uma concentração inicial de 8,0 mol/L.
Com o passar do tempo ocorre a reação:
2 NH3 N2 + 3 H2
e um pesquisador, utilizando métodos adequados, pode verificar o quanto resta de NH3
e anotar os valores numa tabela como a seguinte.
Concentração de NH3 (mol/L) 8,0 4,0 2,0 1,0 Note que a concentração da amônia
decresce com o passar do tempo. Ela está
Tempo (h) 0 1,0 2,0 3,0 sendo consumida na reação.

Um gráfico de concentração versus tempo feito com os dados da tabela apresenta


aspectos de uma curva decrescente:
O símbolo [ ] é usado para representar concentração mol/L, sendo equivalente ao
símbolo M.
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Assim, [NH3] é o mesmo que a concentração em mol/L da NH3.

A partir desses dados experimentais, seja sob a forma de tabela, seja de gráfico,
podemos entender o conceito de velocidade de reação.
Velocidade de reação é uma grandeza que indica como a concentração de um reagente
ou produto varia com o passar do tempo.
Define-se velocidade média de formação de um produto ou de consumo de um reagente
por meio da expressão:

Vm =

na qual: = módulo da variação da quantidade de um reagente ou


produto, isto é, | quantidade final - quantidade inicial |.
Quanto maior for o consumo por um intervalo de tempo, mais rápida será a reação.

3- Analisando graficamente uma Reação Química e a Energia de Ativação

Considere a reação representada pela equação que se segue:

Na síntese de 2 mol de HI a uma temperatura de 800 K ocorre liberação de 16 kJ.


Para que essa reação ocorra, as moléculas dos reagentes devem vencer uma barreira
de energia correspondente a 170 kJ que é a energia de ativação para essa reação.
Essa situação pode ser representada graficamente como se vê a seguir:

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Considerando agora a reação inversa, representada pela equação:

2HI(g) H2I2(g) H2(g) + I2(g) = + 16 kJ


Será necessária uma energia de ativação igual a 186 kJ.
Observe o gráfico a seguir:

Observe que no gráfico 1 a Energia de Ativação da reação direta pode ser representada
pelo segmento que se inicia no reagente e termina no complexo ativado. Já o gráfico 2,
representa a energia de ativação da reação inversa que é o segmento que se inicia no produto
e termina no complexo ativado.
A energia de ativação da reação direta do gráfico 2 começa nos reagentes e vai até o
topo da curva, sendo maior que a inversa.

4- Analisando fatores que influem na rapidez de uma reação

É de fundamental importância conhecer os fatores que alteram a velocidade de um


reação. Estes fatores estão relacionados com o número de colisões efetivas. Mas como?
Quando o número de colisões efetivas é alterado, a velocidade da reação também é
alterada.
Um aumento do número de colisões efetivas provoca um aumento da velocidade da
reação e uma diminuição do número de colisões efetivas provoca uma diminuição da
velocidade da reação.
E quais são esses fatores?
Vamos enumerar os principais e discuti-los a seguir:

4.1- Natureza dos reagentes

Se compararmos a velocidade da reação entre sódio e água com a velocidade da


reação entre o potássio e água, verificamos que o potássio reagem mais depressa.
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A reação do potássio com a água é mais rápida porque o potássio tem uma natureza
mais reativa do que o sódio, ou seja, sendo metal mais reativo, o número de colisões com
moléculas de água será maior.
As equações que representam as reações são dadas a seguir:
Na(s) + H2O(l) NaOH(aq) + ½ H2(g)
K(s) + H2O(l) KOH(aq) + ½ H2(g)
Uma outra comparação envolvendo natureza dos reagentes pode ser descrita como se
segue:
A velocidade de reação de um pedaço de magnésio com ácido clorídrico (ácido forte) é
maior do que a velocidade de reação de um pedaço de magnésio com vinagre (ácido fraco).
Obs.: Reações iônicas são, em geral, mais rápidas do que as moleculares.

4.2- Superfície de contato

Um comprimido antiácido, inteiro, em contato com água tem um tempo de efervescência


de aproximadamente 1 minuto. Um comprimido antiácido triturado tem um tempo de
efervescência de aproximadamente 0,7 minuto, ou seja, sua velocidade de efervescência é
maior.
Observe a figura abaixo:

Observando a figura 3, verificamos que a reação com comprimido triturado ocorre em


um tempo menor, ou seja, com maior velocidade.
Mas qual o motivo desta diferença na velocidade da reação?
A resposta é simples:
Quando o comprimido se encontra triturado sua superfície de contato com a água é
maior, e quanto maior a superfície do contato entre reagentes, maior será o número de colisões
e, portanto, maior a velocidade de reação.

4.3- Concentração de reagentes

Uma fita de magnésio reage com uma solução de ácido clorídrico de concentração igual
a 0,1 mol/L num tempo de aproximadamente 1,5 minuto.
Se reagirmos uma fita de magnésio de mesmo tamanho (mesma massa), com solução
de ácido clorídrico de concentração igual a 1 mol/L, a reação demora aproximadamente 0,5
minuto. Ou seja, com o ácido concentrado a velocidade da reação é maior.
Qual a razão desta diferença na velocidade de reação?
Na reação com magnésio, um dos ácidos possui maior concentração e quanto maior a
concentração dos reagentes maior o número de colisões e, portanto, maior a velocidade da
reação.
Obs.: Para reagentes gasosos a influências da pressão é a mesma da concentração.

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Considere a reação indicada pela equação:


A(g) + B(g) C(g) + D(g)
O aumento das probabilidades de colisões e, portanto, o aumento da velocidade de
reações é diretamente proporcional ao aumento da concentração de A e B.
Podemos concluir que a velocidade de uma reação é proporcional à concentração dos
reagentes. Quanto maior for essa concentração, maior a possibilidade de choques e maior será
a velocidade.
V α [A] [B]
Lei de velocidade de reação
V = K [A] [B] ou
Lei de Guldberg-Waage

Onde V é a velocidade de reação e K é a constante de velocidade, que depende da


freqüência e da eficiência das colisões e as concentrações são em mol/L. As concentrações
das substâncias reagentes são colocadas na expressão da velocidade elevadas ao coeficiente
da equação balanceada.
Generalizando:
aA + bB cC + dD
V = K [A]a [B]b
Atenção: Não participam dessa expressão os sólidos e os líquidos quando solventes.
Exemplos:
H2(g) + Cl2(g) 2HCl(g)
V = K . [H2] . [Cl2]
N2(g) + 3H2(g) 2 NH3 (g)
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V = K . [N2] . [H2]
HCl(g) + H2O(l) H3O+(aq) + Cl-(aq)
V = K . [HCl]
Podemos calcular essa expressão com dados experimentais.
Para determinar a expressão da velocidade devemos analisar a influência da
concentração de um reagente, mantendo os demais com concentração constante, de um para
outro experimento. Quando usamos os dados experimentais, utilizamos vários experimentos.
Por exemplo:
Para a reação aA + bB cC + dD têm-se os dados experimentais:
CONCENTRAÇÕES VELOCIDADE RELATIVA EM
EXPERIMENTO
[A] [B] MOL/L.MIN
I 1,0 1,0 05
II 2,0 1,0 20
III 2,0 2,0 40

Para calcular a expressão da velocidade, devemos analisar a influência de A na


velocidade, quando B estiver com sua concentração constante, experimentos I e II. Nesse
momento, podemos observar que ao dobrarmos a concentração de A, a velocidade ficará 4
vezes maior, indicando que A está elevado ao quadrado.
Desta forma, podemos concluir que o expoente de A é 2.
Já para analisar a influência da concentração de B na velocidade da reação, teremos
que usar os experimentos 2 e 3, onde a concentração de A está constante e a concentração de
B sofreu alterações. Analisando a tabela podemos observar que ao dobrarmos a concentração
de B, a velocidade da reação também dobra, indicando que o expoente de B é 1.
Sendo assim, a expressão da velocidade para essa reação é:

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V = K [A]2 . [B]

4.4- Temperatura

Um comprimido antiácido, inteiro, em contato com a água tem um tempo de


efervescência igual a 1 minuto à temperatura de 20°C. Se a mesma reação for realizada à
temperatura de 30°C, o tempo de efervescência será de aproximadamente 0,5 minuto. Ou seja,
a velocidade da reação será maior.
Observe a figura a seguir:

Por que a diferença no tempo das reações?


O aumento da temperatura aumenta a energia cinética das moléculas e, com isso o
número de colisões efetivas é aumentado tornando a velocidade da reação maior.
O aumento da energia cinética das moléculas implica em um aumento do número de
colisões efetivas, aumentando a velocidade da reação.
Observe o gráfico a seguir, onde estão colocados Energia x Nº de moléculas.
Alguns aspectos importantes em relação a este gráfico são analisados a seguir:

A área sob a curva representa o número total de moléculas.


● A área X, por ser pequena, representa um número pequeno de moléculas que possuem
baixa energia.
● A área Y, por ser pequena, representa um número pequeno de moléculas que possuem alta
energia.
● A área A mostra que o maior número de moléculas apresenta energia próxima da energia
cinética média (Ec).

Como ficaria a distribuição de energia das moléculas se aumentarmos a temperatura? E


o número de moléculas com energia suficiente para reagir? Observe o gráfico a seguir:

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Podemos observar que a curva correspondente à temperatura T2 encontra-se mais


deslocada para a direita. Isto por que um aumento de temperatura aumenta a energia cinética
de todas as moléculas.
Isso significa que à temperatura T2 existe um maior número de moléculas em condições
de reagir do que à temperatura T1.
Como à temperatura T2 existe maior número de moléculas em condições de reagir
haverá um maior número de colisões efetivas e, portanto, será maior a velocidade da reação a
essa temperatura.

4.5- Catalisadores

A água oxigenada sofre decomposição liberando gás oxigênio. A velocidade de sua


decomposição pode ser violentamente aumentada ao ser adicionado, ao recipiente onde ocorre
a reação, iodeto de potássio.
Mas o que provoca o aumento da velocidade?
A decomposição da água oxigenada é mais rápida em presença do iodeto de potássio
porque essa substância diminui a Energia de Ativação da reação. Substâncias capazes de
diminuir a barreira de energia mínima para que ocorra uma reação são denominadas
catalisadores. Os catalisadores são substâncias que participam da reação, mas são
regeneradas durante a transformação, ou seja, sua concentração ao final é a mesma do início.

Como agem os catalisadores?

Os catalisadores aumentam a velocidade de reação fornecendo um novo “caminho”


para que a reação ocorra. Este novo ”caminho” é mais rápido por duas razões:
● facilita a ocorrência de colisões com boa orientação;
● diminui a energia de ativação.

Na maioria dos casos, a energia de ativação da reação é diminuída, sendo, portanto, a


segunda razão mais importante do que a primeira.
Veja, no gráfico a seguir, como age um catalisador.

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Os segmentos EatI, EatII, EatIII e EatIV, observados no gráfico, representam,


respectivamente:
EatI – energia de ativação da reação direta sem catalisador.
EatII – energia de ativação da reação direta com catalisador.
EatIII – energia de ativação da reação inversa sem catalisador.
EatIV – energia de ativação da reação inversa com catalisador.

Podemos observar pelo gráfico que:


● EatII é menor do que EatI.
● EatIV é menor do que EatIII.
● O catalisador não influi no ΔH da reação.
● A diminuição da Eat é a mesma tanto para a reação direta como para a reação inversa.

4.6- Inibidores

A velocidade de decomposição da água oxigenada pode ser diminuída ao ser


adicionado um inibidor, juntamente com um catalisador, no recipiente onde ocorre a reação.
A decomposição da água oxigenada é mais lenta em presença de inibidor porque essa
substância aumenta a Energia de Ativação da reação. Substâncias capazes de aumentar a
barreira de energia mínima para que uma reação ocorra são denominadas inibidores. Essas
substâncias participam da reação mas são regeneradas durante a transformação, ou seja, sua
concentração ao final é a mesma do início.

Como agem os inibidores?

Os inibidores diminuem a velocidade de reação fornecendo um caminho mais lento por


apresentar maior energia de ativação. Na verdade o inibidor anula a ação do catalisador.
Veja, no gráfico a seguir, como age um inibidor.

Os segmentos mostrados no gráfico, representam, respectivamente:


EatI – energia de ativação da reação direta sem inibidor.
EatII – energia de ativação da reação direta com inibidor.
EatIII – energia de ativação da reação inversa sem inibidor.
EatIV – energia de ativação da reação inversa com inibidor.
Podemos observar pelo gráfico que:
● EatII é maior do que EatI.
● EatIV é maior do que EatIII.
● O inibidor não influi no ΔH da reação.
● O aumento da Eat é o mesmo, tanto para a reação direta como para a reação inversa.

Exercícios
1. O que é necessário para que uma reação ocorra?

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2. O que são colisões com boa orientação? Explique fazendo um desenho.

3. O que é energia de ativação?

4. Represente em um diagrama de energia potencial X caminho da reação, a Eat para uma


reação exotérmica.

5. Quais os fatores que influem na velocidade de reação?

6. Por que o aumento de temperatura aumenta a velocidade de uma reação?

7. Como o catalisador influi na velocidade de uma reação?

8. Discuta a afirmativa: “O aumento da temperatura aumenta a velocidade de qualquer reação


química”.

9. Como a pressão influi na velocidade de uma reação?

10. Como age um inibidor?

11. Uma reação envolve moléculas e outra envolve íons. Qual a mais rápida? Por quê?

12. Cite exemplos de situações em que a velocidade das reações são diferentes mas os
reagentes são os mesmos.

13. A velocidade de formação da ferrugem em uma palha de aço pode ser alterada. Cite três
fatores que contribuem para o aumento dessa velocidade e três que contribuem para a
diminuição.

14. Discuta as afirmativas:


● “O aumento da temperatura faz com que a Eat da reação fique menor“.
● “O aumento da temperatura aumenta a velocidade somente de reações endotérmicas“.

15. Esboce um gráfico de número de moléculas em função da energia considerando uma


temperatura fixa. Represente nesse gráfico uma área que apresenta poucas moléculas com
alta energia e uma área que apresenta poucas moléculas com baixa energia.

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16. Observe o gráfico:

a) Qual a etapa que determina a velocidade da reação?

b) Quais as etapas exotérmicas?

c) Qual o segmento correspondente ao H da etapa mais lenta? E o da reação global?

d) Qual o segmento correspondente à Eat da etapa com maior velocidade?

17. Escreva a expressão da velocidade para as reações representadas pelas equações:


a) H2(g) + Cl2(g) 2HCl(g)

b) SO2 (g) + ½ O2 (g) SO3(g)

c) 2 H2 (g) + O2 (g) 2 H2O(l)

d) 3 Fe(s) + 2 O2 (g) Fe3O4(s)

e) CaO(s) + CO2(g) CaCO3(s)

f) HBr(g) + H2O(l) H3O+(aq) + Br–(aq)

18. Para a reação aA + bB cC + dD têm-se os dados experimentais:


CONCENTRAÇÕES VELOCIDADE RELATIVA EM
EXPERIÊNCIAS
[A] [B] MOL/L.MIN
I 1,0 1,0 05
II 2,0 1,0 20
III 2,0 2,0 40
a) Calcule a expressão da velocidade.

b) Calcule a constante (K) da velocidade.

c) Se dobrarmos a concentração de A e triplicamos a concentração de B, de quanto aumentará


a velocidade da reação? Justifique com cálculos.

19) a) Determine a expressão da velocidade de acordo com os dados da tabela a seguir:


Cl2 (aq) + 2 Fe+2(aq) 2 Cl–(aq) + 2 Fe+3(aq)

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CONCENTRAÇÕES VELOCIDADE RELATIVA EM


EXPERIÊNCIAS
[A] [B] MOL/L.MIN
I 0,10 1 1
II 0,20 1 2
III 0,10 0,5 0,5
IV 0,05 0,05 0,025

b) Calcule a constante K de velocidade.

c) Em uma quinta experiência foram usados 0,3 mol/L de Cl2 e 2 mol/L de Fe2+. Calcule a
velocidade da reação.

20) O que ocorre com a constante de velocidade K, quando se altera a temperatura?

Entenda Rápido
CINÉTICA QUÍMICA

É o estudo da velocidade das reações químicas.


Para que uma reação ocorra, é necessário que haja:
● colisões entre as moléculas.
● energia suficiente para romper as ligações.
● choque com orientação adequada.

Fatores que afetam a Velocidade das Reações:


● Natureza dos reagentes - quanto mais ligações a serem rompidas mais lenta é a
reação. Substância iônica em meio aquoso reage mais rapidamente.
● Temperatura - com o aumento da temperatura, a energia cinética média aumenta,
aumentando a velocidade das reações.
● Concentração - quanto maior a concentração, maior o número de colisões, maior a
velocidade das reações.
● Superfície de contato - quanto mais fragmentado o sólido, maior a superfície de contato e
maior a velocidade da reação.
● Catalisadores: diminuem a Eat, aumentado a velocidade da reação.

Energia de Ativação: energia mínima necessária para a reação ocorrer.

16
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Cinética Química

Complexo Ativado: ponto mais energético da reação.


Variação de Entalpia: ΔH
ΔH = Hprod - Hreag.

O catalisador:
● diminui a energia de ativação (Eat)
● não altera o ΔH.
I- Reação sem catalisador
EatI = 100 kJ / HC.AI = 120 kJ / ΔHI = 20 kJ
II- Reação catalisada
EatII = 62 kJ / HC.AII = 82 kJ / ΔHII = 20 kJ

Os inibidores agem ao contrário de um catalisador:


● aumentam a energia de ativação
● não alteram o ΔH.

Lei da Velocidade de uma Reação

● Lei de Guldberg-Waage → a velocidade é diretamente proporcional à concentração dos


reagentes, elevada a seus coeficientes (não entram substâncias sólidas e nem solventes).
N2(g) + 3H2(g) 2 NH3 (g) V = K [N2] . [H2]3
Cu(s) + 2HCl(aq) Cu Cl2 (aq) + H2(g) V = K [HCl]2
+ –
HCl(g) + H2O(l) H3O (aq) + C (aq) V = K [HCl]

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Cinética Química

Exercícios
1. (UFMG) Em dois experimentos, soluções de ácido clorídrico foram adicionadas a amostras
idênticas de magnésio metálico. Em ambos os experimentos, o magnésio estava em
excesso e a solução recobria inteiramente esse metal. O gráfico abaixo representa, para
cada experimento, o volume total de hidrogênio desprendido em função do tempo.

Com relação a esses experimentos, assinale a afirmativa FALSA.


a) A concentração do ácido no experimento I é igual a zero no tempo t = 80 s.
b) A concentração do ácido usado no experimento I é menor do que a do ácido usado no
experimento II.
c) O volume de ácido usado no experimento II é maior do que o volume usado no experimento I.
d) O volume total produzido de hidrogênio, no final dos experimentos, é maior no experimento
II do que no I.

2. (UFMG) Três experimentos foram realizados para investigar a velocidade da reação entre
HCl aquoso diluído e ferro metálico. Para isso, foram contadas, durante 30 segundos, as
bolhas de gás formadas imediatamente após os reagentes serem misturados.
Em cada experimento, usou-se o mesmo volume de uma mesma solução de HCl e a mesma
massa de ferro, variando-se a forma de apresentação da amostra de ferro e a temperatura.
EXPERIMENTO FERRO (2g) TEMPERATURA
I prego 40ºC
II prego 20ºC
III palha de aço 40ºC
O quadro indica as condições em que cada experimento foi realizado.
Assinale a alternativa que apresenta os experimentos na ordem crescente do número de
bolhas observado.
a) II, I, III b) III, II, I c) I, II, III d) II, III, I

3. (UFMG) Quando, num avião voando a grande altitude, ocorre despressurização, máscaras
de oxigênio são disponibilizadas para passageiros e tripulantes. Nessa eventualidade, no
interior do aparelho, a atmosfera torna-se mais rica em oxigênio. É importante, então, que
não se produzam chamas ou faíscas elétricas, devido ao risco de se provocar um incêndio.
Nesse caso, o que cria o risco de incêndio é:
a) a liberação de mais energia nas reações de combustão.
b) a natureza inflamável do oxigênio.
c) o aumento da rapidez das reações de combustão.
d) o desprendimento de energia na vaporização do oxigênio líquido.

4. (UFMG) Alguns alimentos sofrem decomposição por ação do ar.


Todas as alternativas apresentam procedimentos de conservação que evitam a reação de
alimentos com o oxigênio do ar, EXCETO:
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a) Adicionar antioxidante à manteiga.


b) Cobrir salaminho com uma camada de parafina.
c) Guardar em óleo ou banha a carne cozida.
d) Salgar carnes e deixá-las ao sol para secar.
5. (UFMG) A hematita, Fe2O3(s), é um minério de ferro de grande importância econômica.
Nas siderúrgicas, a queima de carvão produz monóxido de carbono, CO(g), que, sob
aquecimento, reage com o Fe2O3(s), produzindo ferro e gás carbônico:
Fe2O3(s) + 3 CO(g) 2 Fe(s) + 3 CO2(g)
Considerando-se essas informações, é INCORRETO afirmar que:
a) o aquecimento acelera a reação.
b) o gás produzido contribui para o aumento do efeito estufa.
c) o monóxido de carbono é o agente oxidante na obtenção do ferro.
d) o sistema, em equilíbrio, não é perturbado por uma variação de pressão.

6. (UFMG) Em dois experimentos, massas iguais de ferro reagiram com volumes iguais da
mesma solução aquosa de ácido clorídrico, à mesma temperatura.
Num dos experimentos, usou-se uma placa de ferro; no outro, a mesma massa de ferro, na
forma de limalha. Nos dois casos, o volume total de gás hidrogênio produzido foi medido,
periodicamente, até que toda a massa de ferro fosse consumida.
Assinale a alternativa cujo gráfico melhor representa as curvas do volume total do gás
hidrogênio produzido em função do tempo.

7. (UFMG) A água oxigenada pode ser usada para a desinfecção de ferimentos, promovida
pelo oxigênio liberado na reação: H2O2(aq) H2O(l) + ½ O2(g).
Essa reação ocorre lentamente, em condições normais de armazenagem. Quando, porém, a
água oxigenada entra em contato com um ferimento, observa-se um borbulhamento intenso.
Com relação a esse fenômeno, é INCORRETO afirmar que:
a) a decomposição da água oxigenada é acelerada quando em contato com um ferimento.
b) o borbulhamento da água oxigenada, em contato com um ferimento, evidencia a
vaporização dessa substância.
c) o hidrogênio presente em H2O2 mantém seu número de oxidação ao final da reação de
decomposição.
d) o oxigênio presente em H2O2 é oxidado e reduzido na reação de decomposição.

8. (UFMG) Uma solução aquosa de água oxigenada, H2O2, decompôs-se, à temperatura e


pressão ambiente, na presença do catalisador FeCl3, formando água e gás oxigênio.
Verificou-se, então, que o volume de O2 formado variava conforme mostrado neste gráfico:

19
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Cinética Química

Considerando-se a cinética dessa reação, é INCORRETO afirmar que:


a) a rapidez dessa reação diminui à medida que a concentração de H2O2 diminui.
b) o volume de O2 produzido até 10 minutos seria menor na ausência do catalisador.
c) a rapidez de formação de O2 diminui à medida que o tempo passa.
d) a quantidade de H2O2 decomposta por minuto, durante o experimento, é constante.

9. (UFMG) Considerando-se o papel do catalisador numa reação reversível, é CORRETO


afirmar que:
a) a velocidade da reação é independente da concentração do catalisador.
b) o catalisador acelera apenas a reação direta.
c) o catalisador desloca o equilíbrio no sentido de formar mais produtos, à mesma temperatura.
d) o catalisador é consumido e regenerado durante a reação.

10. (UFMG) Em um antigo método para a fabricação do ácido sulfúrico, H2SO4, uma das etapas
consistia numa seqüência de reações, representadas por estas equações:
I) SO2(g) + NO2(g) SO3(g) + NO(g)
II) NO(g) + ½ O2(g) NO2(g)
Considerando-se essas equações e a produção de H2SO4, é INCORRETO afirmar que:
a) a obtenção do H2SO4 pode ser realizada por meio da reação de SO3 com a água.
b) a equação da reação global da etapa descrita não inclui os compostos nitrogenados.
c) o nitrogênio é reduzido e o enxofre é oxidado na primeira reação.
d) o oxigênio molecular catalisa a conversão do NO em NO2.

11. (FCMMG) Considere a reação descrita pela equação:


NO(g) + CO(g) + O2(g) NO2(g) + CO2(g)
A rapidez inicial dessa reação foi determinada experimentalmente em função da
concentração dos reagentes, encontrando-se os resultados graficamente descritos abaixo:

Considerando-se esses resultados e seus conhecimentos sobre cinética química, assinale a


alternativa INCORRETA.
a) A rapidez da reação diminui com a diminuição da temperatura.
b) A rapidez da reação pode ser medida pela variação da pressão com o tempo.
c) A rapidez da reação é aumentada com a adição de um catalisador adequado.
d) A rapidez de formação de NO2 aumenta com o aumento da concentração de CO.
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Cinética Química

12. (UFMG) Considere a reação entre pedaços de mármore e solução de ácido clorídrico
descrita pela equação:
CaCO3(s) + 2H+(aq) CO2(g) + H2O(l) + Ca2+(aq)
A velocidade da reação pode ser medida de diferentes maneiras, representada graficamente.
Dentre os gráficos, o que representa corretamente a velocidade dessa reação é:

13. (UFMG) A elevação de temperatura aumenta a velocidade das reações químicas porque
aumenta os fatores apresentados nas alternativas, EXCETO:
a) A velocidade média das moléculas.
b) A energia de ativação.
c) A frequência das colisões efetivas.
d) O número de colisões por segundo entre as moléculas.
14. (UFMG) A diminuição da concentração de ozônio (O3) na estratosfera, que provoca o
chamado buraco na camada de ozônio, tem sido associada à presença de
clorofluorocarbonetos (CFC), usados em aerossóis e refrigerantes. As moléculas de CFC
são quebradas pela ação da radiação ultravioleta, produzindo átomos de cloro, que
aceleram a quebra das moléculas de ozônio, num processo que envolve duas etapas:
Cl + O3 ClO + O2 (1ª etapa)
ClO + O Cl + O2 (2ª etapa)
Em relação ao processo descrito por essas etapas, a afirmativa FALSA é:
a) o processo aumenta a quantidade de O2 na estratosfera
b) cloro atômico atua como catalisador da reação global
c) cloro atômico é oxidado na 1ª etapa
d) oxigênio atômico é oxidado na 2ª etapa

15. (PUC-MG) A seguir estão representadas as etapas da reação:


H2 + Br2 2HBr
A velocidade da reação é determinada pela etapa:

a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

16. (PUC-Campinas) No laboratório, o hidrogênio pode ser preparado pela reação de zinco
com solução de ácido clorídrico.
Observe as condições especificadas nas experiências a seguir.

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Cinética Química

A velocidade da reação é maior em:


a) I b) II c) III d) IV e) V

17. (PUC-PR) Amostras de magnésio foram colocadas em soluções aquosas de ácido


clorídrico de diversas concentrações e temperaturas, havendo total consumo do metal e
desprendimento do hidrogênio gasoso. Observaram-se os seguintes resultados mostrados
na tabela abaixo.

Pela análise dos dados contidos na tabela, é CORRETO afirmar que:


a) a velocidade média da reação na amostra I é maior que na amostra II.
b) a quantidade de hidrogênio desprendida na amostra II é maior do que na amostra IV.
c) a velocidade média da reação na amostra III é igual à da amostra IV.
d) a velocidade média de reação na amostra IV é a metade da velocidade média de reação na
amostra II.
e) a quantidade de hidrogênio desprendido na amostra III é menor do que na amostra IV.
18. (UFPE) No início do século XX, a expectativa da Primeira Guerra Mundial gerou uma
grande necessidade de compostos nitrogenados. Haber foi o pioneiro na produção de
amônia, a partir do nitrogênio do ar. Se a amônia for colocada num recipiente fechado, sua
decomposição ocorre de acordo com a seguinte equação química não balanceada:
NH3 (g) N2(g) + H2(g).
As variações das concentrações com o tempo estão ilustradas na figura a seguir:
A partir da análise da figura acima, podemos afirmar
que as curvas A, B e C representam a variação
temporal das concentrações dos seguintes
componentes da reação, respectivamente:
a) H2, N2 e NH3
b) NH3, H2 e N2
c) NH3, N2 e H2
d) N2, H2 e NH3
e) H2, NH3 e N2

19. (UERJ) O gráfico a seguir refere-se às curvas de distribuição de energia cinética entre um
mesmo número de partículas, para quatro valores diferentes de temperatura T1, T2, T3 e T4,
sendo T1 < T2 < T3 < T4.

22
Química - Uma abordagem para competências e habilidades
Cinética Química

Note que as áreas sob cada uma das curvas são


idênticas, uma vez que são proporcionais aos
números de partículas.

(Adaptado de GEPEQ. “Interações e Transformações II”.


São Paulo: EDUSP, 1998.)

As transformações químicas serão tanto mais rápidas quanto maior for o número de colisões
possíveis. Mas isso depende não só do valor do número de colisões, mas também do valor
mínimo da energia, chamado energia de limiar ou de ativação (por exemplo, a energia E
indicada no gráfico). Assim, com relação ao gráfico apresentado, a transformação química
torna-se mais rápida na seguinte temperatura:
a) T1 b) T2 c) T3 d) T4
20. (UERJ) Em um estudo sobre a eficiência do emprego de cinco diferentes substâncias em
processos de descontaminação de alimentos, cinco amostras iguais de uma hortaliça foram
contaminadas, de maneira idêntica, por um inseticida da classe dos organofosforados.
Sabe-se que esse fosforado, inibidor da enzima acetilcolinesterase, embora mais estável
em meio ácido, degrada-se rapidamente, por hidrólise, em meio alcalinizado.
O estudo utilizou o seguinte procedimento:
● cada amostra contaminada foi mergulhada, por períodos de tempo iguais, em um dos
seguintes líquidos: água pura, soluções aquosas de NH4Cl, de NaHCO3, de CH3COOH e de
NaCl;
● a seguir, extratos obtidos a partir dessas amostras foram testados quanto à capacidade de
inibir uma preparação de acetilcolinesterase;
● foi registrada, no gráfico a seguir, a atividade enzimática dessa preparação em relação a
cada um dos cinco extratos e, também, na ausência de qualquer inibidor.
A coluna C representa a atividade enzimática da
preparação na ausência de qualquer inibidor, e a coluna
1 registra essa atividade na presença de extrato da
amostra mergulhada em água pura.
Assim, a coluna 2 representa a atividade enzimática da
preparação de acetilcolinesterase na presença de
extrato da amostra, quando mergulhada em solução de:

a) NaCl b) NH4Cl c) NaHCO3 d) CH3COOH


21. (Mackenzie) A combustão da gasolina pode ser equacionada por:
C8H18 + O2 CO2 + H2O (equação não balanceada)
Considere que após uma hora e meia de reação foram produzidos 36 mols de CO2. Dessa
forma, a velocidade de reação, expressa em número de mols de gasolina consumida por
minuto, é de:
a) 3,0 b) 4,5 c) 0,1 d) 0,4 e) 0,05

22. (UNESP) Nas embalagens dos alimentos perecíveis, é comum encontrar a recomendação:
“manter sob refrigeração”. A carne vermelha, por exemplo, mantém-se própria para o
consumo por poucas horas sob temperatura ambiente (temperatura próxima de 25°C), por
poucos dias quando armazenada numa geladeira doméstica (temperatura próxima de 5°C) e
por cerca de doze meses quando armazenada num freezer (temperatura abaixo de -15°C).
Dos gráficos apresentados a seguir, o que melhor representa a variação da velocidade das
reações químicas responsáveis pela decomposição da carne, em função da temperatura de
23
Química - Uma abordagem para competências e habilidades
Cinética Química

armazenamento, no intervalo entre -15°C e 25°C, é:

23. (PUC-RS) Para responder à questão, analise as afirmativas abaixo.


I. Uma reação com energia de ativação 40 kJ é mais lenta que uma outra reação que
apresenta energia de ativação igual a 130 kJ.
II. A adição de um catalisador a uma reação química proporciona um novo “caminho” de
reação, no qual a energia de ativação é diminuída.
III. Um aumento de temperatura geralmente provoca um aumento na energia de ativação da
reação.
IV. A associação dos reagentes com energia igual à energia de ativação constitui o complexo
ativado.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que somente estão CORRETAS


a) I e II b) I e III c) II e IV d) I, III e IV e) II, III e IV

24. (PUC-MG) O diagrama a seguir representa a evolução da energia potencial em função do


caminho de uma reação química (A + B C).
Considere as afirmações:
I. O intervalo 1 representa a variação de entalpia da
reação.
II. O intervalo 2 representa a energia de ativação da
reação direta.
III. O intervalo 3 representa a variação de entalpia da
reação inversa.
IV. O intervalo 4 representa a energia de ativação da
reação inversa.
São CORRETAS as afirmações:

a) I e II apenas. b) I, III e IV. c) III, IV e V. d) I, II e IV.

25. (ITA) A figura a seguir representa o resultado de dois experimentos diferentes (I) e (II)
realizados para uma mesma reação química genérica (reagentes ë produtos).

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Química - Uma abordagem para competências e habilidades
Cinética Química

As áreas hachuradas sob as curvas representam o número de partículas reagentes com


energia cinética igual ou maior que a energia de ativação da reação (Eat). Baseado nas
informações apresentadas nesta figura, é CORRETO afirmar que:
a) a constante de equilíbrio da reação nas condições do experimento I é igual à da reação nas
condições do experimento II.
b) a velocidade medida para a reação nas condições do experimento I é maior que a medida
nas condições do experimento II.
c) a temperatura do experimento I é menor que a temperatura do experimento II.
d) a constante de velocidade medida nas condições do experimento I é igual à medida nas
condições do experimento II.
e) a energia cinética média das partículas, medida nas condições do experimento I, é maior
que a medida nas condições do experimento II.

26. (UEM - Adaptada) Os conversores catalíticos automotores, baseados em ligas metálicas


sólidas contendo ródio, paládio ou molibdênio, são dispositivos antipoluição existentes na
maioria dos carros. Sua função é absorver moléculas de gases poluentes e, através de um
processo chamado catálise, oxidar ou decompor esses gases, como mostra o exemplo
abaixo. Para a reação global:
2 NO(g) + O2(g) 2 NO2(g),
na qual NO2 atmosférico é gerado a partir de NO expelido dos escapamentos de
automóveis, é proposto o seguinte mecanismo, em duas etapas:
2 NO(g) N2O2(g) (etapa rápida)
N2O2(g) + O2(g) 2 NO2(g) (etapa lenta)
01) A lei de velocidade da etapa lenta é igual a V = k[O2][NO]2.
02) As reações das etapas rápida e lenta podem ser chamadas de reações bimoleculares.
04) A catálise descrita acima é um exemplo de catálise homogênea.
08) À temperatura e à concentração de NO(g) constantes, se a concentração de O2(g) duplicar, a
reação global será 4 vezes mais rápida.
16) Sendo a lei de velocidade da etapa lenta, obtida experimentalmente, igual a V=k[N2O2][O2],
sua ordem de reação é igual a 2.
Considerando esses itens, assinale a alternativa que apresenta o número de afirmativas
CORRETAS.
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

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Química - Uma abordagem para competências e habilidades
Cinética Química

27. (UFRS) O gráfico a seguir mostra a distribuição de Energia Cinética de qualquer população
de moléculas a uma determinada temperatura.

Ea1 = Energia de Ativação para a reação 1.


Ea1’ = Energia de Ativação para a reação 1 catalisada.
Ea2 = Energia de Ativação para a reação 2.
Ea2’ = Energia de Ativação para a reação 2 catalisada.
Ea3 = Energia de Ativação para a reação 3.

Analisando o gráfico e considerando que as referidas reações ocorrem em sistemas


homogêneos, com todos os reagentes tendo concentração inicial unitária, e estão ocorrendo na
temperatura em questão, pode-se concluir que a velocidade inicial:
a) da reação 1 deve ser maior do que a velocidade inicial das reações 2 e 3.
b) da reação 3 deve ser menor do que a velocidade inicial da reação 2 catalisada e também
deve ser menor do que a velocidade inicial da reação 1 catalisada.
c) da reação 2 deve ser menor do que a velocidade inicial da reação 3, mas deve ser maior do
que a velocidade inicial da reação 1 catalisada.
d) da reação 2 catalisada deve ser maior do que a velocidade inicial da reação 3, mas deve ser
menor do que a velocidade inicial da reação 1 catalisada.
e) da reação 1 catalisada deve ser maior do que a velocidade inicial da reação 2, mas deve ser
menor do que a velocidade inicial da reação 3.

28. (UFSCAR) A decomposição do pentóxido de dinitrogênio é representada pela equação:


2 N2O5(g) 4NO2(g) + O2(g)
Foram realizados três experimentos, apresentados na tabela abaixo.

A expressão da velocidade da reação é:


a) v = k [N2O5]0. b) v = k [N2O5]1/4. c) v = k [N2O5]1/2.
d) v = k [N2O5]1. e) v = k [N2O5]2.

29. (UEL) Um especialista na área de química industrial afirmou que “a cada ano se fabricam,
com auxílio de catalisadores sintéticos, mais de um trilhão de dólares em mercadorias. Sem
esses catalisadores, haveria falta de fertilizantes, produtos farmacêuticos, de combustíveis
e de solventes. Na realidade, em 90% de todos os bens manufaturados os catalisadores
são usados em alguma etapa de sua produção”. Sobre catalisadores, é CORRETO afirmar:
a) A adição de catalisador aumenta a constante de equilíbrio de uma reação química.
b) O catalisador deve ter a mesma fase dos reagentes.
c) A presença do catalisador altera as concentrações das substâncias em equilíbrio.
d) Na catálise heterogênea, a adsorção do reagente na superfície do catalisador torna mais
fácil a transformação dos reagentes em produtos.

30. (ENEM) O milho verde recém-colhido tem um sabor adocicado. Já o milho verde comprado
na feira, um ou dois dias depois de colhido, não é mais tão doce, pois cerca de 50% dos
carboidratos responsáveis pelo sabor adocicado são convertidos em amido nas primeiras
24 horas. Para preservar o sabor do milho verde pode-se usar o seguinte procedimento em
três etapas:
1ª descascar e mergulhar as espigas em água fervente por alguns minutos;
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Química - Uma abordagem para competências e habilidades
Cinética Química

2ª resfriá-las em água corrente;


3ª conservá-las na geladeira.
A preservação do sabor original do milho verde pelo procedimento descrito pode ser explicada
pelo seguinte argumento:
a) O choque térmico converte as proteínas do milho em amido até a saturação; este ocupa o
lugar do amido que seria formado espontaneamente.
b) A água fervente e o resfriamento impermeabilizam a casca dos grãos de milho, impedindo a
difusão de oxigênio e a oxidação da glicose.
c) As enzimas responsáveis pela conversão desses carboidratos em amido são desnaturadas
pelo tratamento com água quente.
d) Microrganismos que, ao retirarem nutrientes dos grãos, convertem esses carboidratos em
amido, são destruídos pelo aquecimento.
e) O aquecimento desidrata os grãos de milho, alterando o meio de dissolução onde ocorreria
espontaneamente a transformação desses carboidratos em amido.

Gabarito

1-B

2- A

3-C

4-D

5-C

6-B

7-B

8-D

9-D

10-D

11-D

12- A

13- B

14-D

15-B

16-C

17-D

18-D

19-D

27
Química - Uma abordagem para competências e habilidades
Cinética Química

20-C

21-D

22- A

23-C

24-D

25-B

26-E

27-D

28-D

29-C

30-C

28
Química - Uma abordagem para competências e habilidades

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