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MATERIAL DE APOIO
11ª CLASSE
CURSO: SAÚDE
1. ENZIMAS
Enzimas são proteínas que participam de processos biológicos, aumentando sua velocidade,
porém sem se alterar durante o processo. Capacidade semelhante já havia sido observada em
certas substâncias inorgânicas, que aumentavam a velocidade de determinadas reacções
químicas, mas podiam ser recuperadas intactas, ao fim da reacção. Para os químicos, esses
agentes são chamados de catalisadores. Para os biólogos, que tomaram emprestado o termo da
Química, as enzimas são catalisadores biológicos.
Uma enzima é uma molécula polipeptídica geralmente de grande tamanho, enrolada sobre si
mesma formando um glóbulo. Na superfície da enzima há saliências e reentrâncias, que
permitem o encaixe das moléculas sobre as quais a enzima actuará, genericamente chamados
de substratos enzimáticos. Locais da enzima que propiciam o encaixe ao substrato são
denominados centros activos.
As enzimas actuam de maneira específica, isto é, uma enzima atua somente em uma ou em
poucas reacções biológicas. A especificidade de uma enzima é explicada pelo fato de seus
centros activos se encaixarem correctamente apenas a seus substratos específicos, como uma
chave se encaixa apenas à sua fechadura. Esse modelo para explicar o funcionamento
enzimático é chamado de modelo chave-fechadura. As enzimas catalisam as reacções químicas
sem ser consumidas e sem sofrer alterações moleculares, cumprindo seu papel de catalisadores
biológicos.
Ex. da enzima ptialina ou amílase salivar: Talvez você já tenha notado que, ao mastigar um
pedaço de pão por muito tempo, ele começa a adquirir sabor adocicado. Essa mudança deve-se
à quebra do amido, que leva à produção de maltose, glícido de sabor doce.
A nomenclatura das enzimas costuma utilizar o nome do substrato enzimático (proteína, lipídio
etc.) acrescido do sufixo -ase. Para designar as enzimas que digerem proteínas, por exemplo,
falamos em proteases; enzimas que digerem lipídios são lipases. O sufixo -ase também é
utilizado para denominações mais específicas; por exemplo, a enzima que quebra lactose em
galactose e glicose é denominada lactase.
Muitas enzimas são proteínas simples, isto é, constituídas apenas por cadeias polipeptídicas.
Outras, entretanto, são proteínas conjugadas, constituídas por uma parte proteica (uma ou
mais cadeias polipeptídicas), chamada de apoenzima, combinada a uma parte não proteica,
denominada cofactor. Para algumas enzimas, os cofactores são iões metálicos; a maioria dos
iões que necessitamos ingerir na dieta, entre eles os de cobre, de zinco e de manganês, atuam
como cofactores de enzimas.
O cofactor enzimático pode ser uma substância orgânica, nesse caso denominada coenzima. A
maioria das vitaminas que nosso organismo precisa receber na dieta atua como coenzima ou
como precursor de coenzimas. A apoenzima e o cofactor atuam em conjunto, formando a
holoenzima (do grego holos, total).
INIBIÇÃO ENZIMÁTICA
A actividade das enzimas pode ser inibida por certos tipos de substâncias químicas. Em alguns
casos, a inibição é irreversível, levando à inactivação definitiva da molécula enzimática; em
outros, a inibição é reversível e a enzima volta a funcionar.
Diversos antibióticos são eficazes no combate às infecções bacterianas por provocar a inibição
irreversível de enzimas das bactérias sobre as quais atuam, causando sua morte. A penicilina,
por exemplo, inibe a enzima transpeptidase, fundamental à fabricação da parede celular
bacteriana. A bactéria, incapacitada de produzir parede celular, não consegue se reproduzir,
tarefa que envolve a fabricação de novas paredes celulares para as células-filhas. Nossas células
não utilizam essa enzima em seu metabolismo, de modo que a penicilina e seus derivados não
causam inibições enzimáticas no organismo humano, embora possam ser nocivos às pessoas
alérgicas.
Cada tipo de enzima atua melhor em uma faixa de temperatura característica (temperatura
óptima), quando a velocidade da reacção catalisada é máxima, sem desnaturar a enzima. A
maioria das enzimas humanas tem sua temperatura óptima entre 35 °C e 40 °C, que
corresponde à faixa de temperatura normal de nosso corpo. Bactérias que vivem em fontes de
água quente têm enzimas cuja temperatura óptima situa-se ao redor de 70 °C, ou mais.
Cada enzima tem um pH óptimo de actuação, no qual sua actividade é máxima. Fora dessa faixa
de pH, a enzima deixa de funcionar adequadamente. O pH óptimo para a maioria das enzimas
celulares situa-se ao redor de 7, próximo ao neutro. Mas há excepções; a enzima pepsina, por
exemplo, que atua em nosso estômago, funciona mais eficientemente em valores de pH
fortemente ácidos, em torno de 2, condição em que a maioria das outras enzimas deixa de
funcionar. A tripsina, por sua vez, enzima digestiva que atua no ambiente alcalino do intestino,
tem pH óptimo situado em torno de 8.
Exercícios:
GOODLUCK
ÁCIDOS NUCLEICOS
Descobertos por Miescher em finais do século XIX, no núcleo de glóbulos brancos, denominou-
os, inicialmente por Nucleínas. Mais tarde, em 1889, Richard Altmann, por ter verificado que
estas substâncias existiam somente no núcleo da célula e manifestavam propriedades ácidas,
concedeu o nome de Ácidos Nucleicos.
Os ácidos nucleicos são compostos orgânicos formados por pequenas moléculas denominadas
de nucleótidos, portanto, os nucleótidos são moléculas que se associam para formar os
nucleótidos. São considerados também como macromoléculas presentes em todas as células
vivas, tanto na forma livre como combinada com proteínas para formar nucleoproteinas.
Existem dois tipos de Ácidos Nucleicos que são:
Estes compostos são formados por carbono, hidrogénio, oxigénio, nitrogénio e fosforo. O ADN
é o material genético de todas células vivas e suporte genético em todos organismos, excepto
em bacteriófagos e outros vírus de ARN, que não possuem ADN, sendo o ARN o portador da
informação genética.
ESTRUTURA DO ADN
Watson e Crick, em 1953, descobriram o formato em dupla hélice da molécula do ADN, isto
permitiu a compreensão de muitas de suas propriedades, entre as quais a sua capacidade de se
Auto duplicar e a de fabricar a molécula do ARN. O ADN é uma molécula formada por 4
nucleótidos, que diferem entre si apenas pela base nitrogenada que os compõe. A ligação entre
as bases do ADN faz-se sempre por pontes de Hidrogénio e por motivos de configuração
molecular, a ligação ocorre entre pares de bases específicas sendo que a Adenina liga-se
sempre a Timina com duas pontes de Hidrogénio; a Citosina liga-se a Guanina com três pontes
de Hidrogénio. Logo dizemos que as bases se emparelham por complementaridade.
O modelo proposto por WATSON e CRICK, refere que o ADN é uma dupla hélice, isto é, uma
estrutura longa formada por duas cadeias de nucleótidos torcidas helicoidalmente em torno de
um mesmo eixo. Portanto, as duas cadeias de nucleótidos ligam-se umas às outras por meio de
suas bases azotadas, por meio de pontes de Hidrogénio. As duas cadeias da dupla hélice dizem-
se antiparalelas, isto é, correm em direcções opostas uma em relação a outra. Assim, cada
cadeia polinucleotidica inicia-se por uma extremidade 5` e termina na extremidade 3`. A
extremidade 3` de uma cadeia simples corresponde na cadeia antiparalela à extremidade 5`.
ESTRUTURA DO ARN
O ARN, pode ocorrer em três formas diferentes com algumas características estruturais
diferentes e funções específicas. Estas formas são: ARN mensageiro (ARNm); ARN
transportador (ARNt); ARN ribossomal (ARNr).
Nos ácidos nucleicos podem identificar-se três constituintes fundamentais que são:
Ácido Fosfórico – responsável pela natureza ácida destas moléculas. Está presente no
ADN e no ARN.
Pentose (açúcar) – Desoxirribose encontrada no ADN (C5 H10 O4)
Ribose encontrada no ARN (C5 H10 O5)
Bases Azotadas – existem 5 bases azotadas diferentes agrupadas em dois grupos: Bases
de Anel Duplo maiores e também chamadas de Bases púricas (Adenina e Guanina);
Bases de Anel Simples, pequenas e também chamadas de Bases pirimídicas (Timina,
Uracilo e Citosina).
As bases funcionam com letras do alfabeto. A sua sequência transmite a informação que indica
a uma célula como produzir as proteínas de que necessita. Existem 5 tipos de nucleótidos que
se diferenciam apenas no tipo de base nitrogenada. Os nucleótidos podem unir-se
sequencialmente formando uma cadeia polinucleotidica. Quando uma cadeia polinucleotidica
está em formação, vão-se ligando nucleótidos de forma sequencial. Cada nucleótido liga-se
pelo grupo fosfato ao carbono 3 da pentose do último nucleótido e, o processo repete-se no
sentido 5------3. Assim, ao último nucleótido, que tem o carbono 3 livre, pode ligar-se um novo
nucleótido pelo grupo fosfato, a ligação é denominada ligação fosfodiéster.
As bases nitrogenadas do ARN são iguais a do ADN, excepto a Timina que está apenas no ADN
e, a base Uracilo está apenas no ARN.
SINTESE PROTEICA
O ADN controla toda actividade de síntese de proteínas nas células. Este controlo é feito por
meio de moléculas de ARN, fabricadas pelo próprio ADN, que passam para o citoplasma. A
informação contida no ADN é transcrita em ARN mensageiro. É este ARN que vai comandar a
incorporação dos aminoácidos segundo uma ordem bem determinada e permitir a síntese de
uma proteína específica ou várias proteínas específicas.
Nas moléculas de ADN, os monómeros são 4 tipos de nucleótidos que diferem nas bases
azotadas. A sequência destas bases é específicas para cada molécula e constitui uma
verdadeira linguagem codificada. Nas proteínas, os monómeros são os aminoácidos também
ordenados numa sequência específica. A alteração de um aminoácido numa sequência
polipeptídica pode conduzir a uma modificação no comportamento e função biológica desta
molécula.
GOODLUCK
O Código Genético
O ADN contém apenas a informação, isto é, indica a sequência na qual são colocados centenas
ou milhares de aminoácidos que constituem uma proteína. Mas a linguagem do ADN,
transferida para o ARNm é formada por um alfabeto de 4 letras dos ácidos nucleicos, que são as
4 bases nitrogenadas (A, T, G, C,), enquanto o alfabeto das proteínas é composto por 20
aminoácidos.
O código genético permite passar a linguagem descrita pelas bases para aquela dos
aminoácidos. As células usam o código genético para interpretarem a informação armazenada
no ADN. Esta informação dá instruções às células sobre o modo de sintetizar as proteínas que
as constroem e controlam, assim como converter a sequência de bases de ADN numa
sequência de aminoácidos. Os aminoácidos formam as moléculas de proteínas que constroem
as células e as fazem funcionar. Sem este código, a informação genética que herdamos dos
nossos pais teria significado.
Os investigadores confirmaram, nas suas pesquisas, que o código do ADN está representado
num código de três nucleótidos consecutivos de ADN, os quais constituem um tripleto (codão)
que representa a mais pequena unidade da mensagem genética.
Todos os organismos usam o mesmo dicionário representado pela tabela do código genético
que a célula utiliza quando se dá a expressão da informação genética através da síntese de
determinadas proteínas. O código é o mesmo para todos seres vivos, a mensagem fina é que
difere. Portanto, o código genético é universal, isto é, as palavras do código genético são
comuns aos vírus, as bactérias e aos organismos superiores. Em outras palavras, a sequência
AAA no ADN de qualquer ser vivo leva à produção do codão UUU no ARNm e corresponde
sempre ao aminoácido Fenilalanina na proteína, quer seja num boi, quer seja numa bactéria.
Logo, o que varia de um ser vivo para outro são as sequências de codões e as proteínas acabam
sendo diferentes. As principais características do código genético são:
GOODLUCK
As proteínas são componentes obrigatórios dos seres vivos estando presentes até em vírus. São
moléculas importantes na vida celular e são sintetizadas ao nível do ribossomas por
polimerização sequencial de aminoácidos. O mecanismo da síntese proteica envolve duas
etapas fundamentais que são: Transcrição e Tradução da informação genética contida no ADN.
TRANSCRIÇÃO – a transcrição resulta do processo de produção de uma cópia de ARN a partir
da molécula de ADN, ou seja, permite a passagem da informação do ADN para o ARNm. Esta
transferência baseia-se no princípio da duplicação que consiste no emparelhamento das bases
complementares. Este processo ocorre non núcleo celular e neste processo participa uma
enzima responsável pela transcrição denominada transcriptase ou ARN-polimerase. O
processo de transcrição começa quando uma enzima abre a dupla Hélice do ADN, quebrando as
ligações que mantêm unidas as bases complementares. A enzima ARN-polimerase, age ao
longo da molécula de ADN posicionando os novos nucleótidos, com base no princípio de
pareamento: T com A e A com U; C com G e G com C. Portanto a transcrição termina quando a
ARN-polimerase encontra uma sequência de três bases - o sinal de terminação.
1 – Sobre os ácidos nucleicos, refira as diferenças que existem na estrutura química das suas
pentoses.
6 – Suponha que uma dada cadeia da molécula de ADN apresentava a seguinte sequência de
bases:
5` T – C – G – T – A – C – T – G – A – C – A 3`
a) Indique qual seria a sequência de bases dos nucleótidos da cadeia complementar bem
como o seu sentido de formação.
b) Em características se baseou para responder a alínea anterior?
a) Os ácidos nucleicos são compostos formados por carbono, azoto, hidrogénio, oxigénio e
ferro.
b) O ADN é formado por 4 nucleótidos que se assemelham entre si apenas pela base
azotada.
c) A única cadeia polinucleotidica do ARN e do ADN é antiparalela.
d) A guanina e a citosina são bases complementares do ADN e ARN.
e) O tripleto UUA e UUG sinalizam a finalização do processo de tradução do código
genético.
8 – Uma determinada molécula de ADN, com a sequência AGG CTC TTG, forma uma cadeia de
ARNm, que ao ser lido poderá encaixar três ARNt com a seguinte sequencia. Seleccione a opção
correcta:
GOODLUCK
O número de cromossomos no núcleo celular varia de uma espécie para outra. Na espécie
humana, por exemplo, com excepção dos gametas, todas as células têm 46 cromossomos no
núcleo. As células do chimpanzé possuem 48 cromossomos e as da mosca Drosophila
melanogaster, apenas 8.
Os cromossomos, dos eucariotas, têm sempre a mesma estrutura básica: uma longa molécula
de ADN que dá duas voltas sobre um minúsculo grão constituído por oito moléculas de
proteínas chamadas histonas. Os grãos de histona com ADN enrolado constituem unidades
estruturais denominadas nucleossomos, que se repetem ao longo do cromossomo.
Quando a célula está se dividindo para originar duas células-filhas, o cromossomo enrola-se
sobre si mesmo e fica em um estado altamente condensado, com cerca de 700 nm de
espessura.
O conjunto de moléculas de DNA de uma espécie, que contém todos os seus genes, e
também as sequências de bases nitrogenadas que não possuem informação codificada,
constitui o genoma.
O conjunto de características morfológicas dos cromossomos de uma célula constitui
seu cariótipo (do grego karyon, núcleo).
Autossomos ou cromossomas autossomais são os tipos de cromossomos presentes
igualmente em células de ambos os sexos. Cromossomos sexuais ou
heterocromossomos são os que variam entre os sexos e diferenciam células masculinas
e femininas.
Os dois representantes de cada tipo de cromossomo de uma célula originada do zigoto,
um herdado do pai e outro da mãe, são chamados de cromossomos homólogos (do
grego homoios, igual, semelhante).
O processo pelo qual uma célula se reproduz e origina células-filhas é denominado divisão
celular. A divisão celular é a maneira pela qual organismos unicelulares se reproduzem e as
células dos organismos multicelulares se multiplicam, possibilitando o crescimento. Cada um de
nós já foi uma única célula, a partir da qual surgiram, por divisões celulares sucessivas, as
dezenas de triliões de células que formam nosso corpo.
A divisão da célula faz parte do que os biólogos denominam ciclo celular, período que se inicia
com o surgimento da célula, a partir da divisão de uma célula preexistente, e termina quando
ela se divide em duas células-filhas.
Os citologistas dividem o ciclo celular em duas etapas principais: divisão celular e interfase. A
divisão celular compreende a mitose (divisão do núcleo) e a citocinese (divisão do citoplasma).
Em geral, a mitose e a citocinese duram menos de 1 hora, o que corresponde a cerca de 5% da
duração total do ciclo celular de células que se multiplicam activamente. Nos 95% do tempo
restantes, a célula permanece em interfase, definida como o período entre duas divisões
celulares consecutivas.
INTERFASE
É nesse período que o ADN cromossómico está em plena actividade, produzindo moléculas de
ARN com instruções para a síntese de proteínas. É também durante a interfase que a célula
cresce e que as moléculas de ADN dos cromossomos se duplicam, preparando a célula para a
próxima divisão. Com base no período em que os cromossomos se duplicam, a interfase é
subdividida em três fases: G1, que antecede a duplicação do ADN cromossómico; S, período em
que o DNA cromossómico está sendo duplicado; G2, que sucede a duplicação cromossómica.
MITOSE
O processo de divisão da célula apresenta dois momentos: a duplicação do núcleo, em que se
formam dois núcleos-filhos, e a divisão do citoplasma, que completa a divisão celular. A
duplicação do núcleo é a mitose e a divisão citoplasmática é a citocinese. Apesar dessa
distinção, é comum utilizar-se o termo mitose como sinónimo do processo completo de divisão
celular das células eucarióticas.
A mitose é um processo contínuo, com duração entre 30 e 60 minutos, em que uma célula
acaba por se transformar em duas células-filhas. As fases da mitose são denominadas, em
sequência: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Alguns consideram uma fase entre a prófase
e a metáfase, a prometáfase, mas o uso desse termo geralmente é restrito aos especialistas.
A etapa do ciclo de vida em que a meiose ocorre varia nos diferentes organismos. Nos animais,
por exemplo, a meiose ocorre nas gónadas para formação dos gametas, sendo por isso
chamada de meiose gamética.
O termo meiose deriva da palavra grega meíosis, que significa diminuição, e alude ao fato de
essa divisão levar à redução, pela metade, do número de cromossomos nas células-filhas. O
número cromossómico é reduzido na meiose devido à ocorrência de uma única duplicação de
cromossomos seguida de duas divisões nucleares: a meiose I e a meiose II.
Na meiose, a partir de uma célula, formam-se quatro células-filhas, cada uma com metade do
número de cromossomos originalmente presente na célula-mãe. Tanto a meiose I como a
meiose II são divididas em quatro fases, nas quais ocorrem eventos semelhantes aos da mitose;
por isso, elas recebem os mesmos nomes. A meiose I é dividida em prófase I, metáfase I,
anáfase I e telófase I, e a meiose II em prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II.
Nas prófases I e II ocorre condensação dos cromossomos; nas metáfases I e II eles se ligam aos
microtúbulos do fuso e se dispõem na região equatorial da célula; nas anáfases I e II os
cromossomos migram para polos opostos da célula; nas telófases I e II, eles se descondensam e
formam núcleos-filhos. A prófase I é longa e complexa e, por isso, foi subdividida em cinco
subfases que se designam por: Leptóteno, Zigóteno, Paquíteno, Diplóteno e Diacinese.
EXERCICIOS
f) Período S.
1. Como se denomina o período que se inicia com o surgimento de uma célula por divisão e se
encerra com a divisão dessa célula formando duas células-filhas?
3. Qual é a etapa da vida da célula compreendida entre o final da duplicação dos cromossomos
e o início da divisão celular?
7. Em que fase se encontra uma célula que, em condições normais, não vai mais se dividir?
001) A mitose é um processo de divisão celular no qual a célula se divide e produz duas células
filhas.
002) A meiose é necessária para a reprodução assexuada porque não garante a constância do
número de cromossomos da espécie.
004) O centrómero é uma das primeiras regiões cromossómicas a duplicar seu DNA.
008) A metáfase é a fase mais propícia para estudos de morfologia dos cromossomos porque é
quando eles atingem o máximo grau de condensação.
032) A meiose caracteriza-se pela ocorrência de apenas uma duplicação cromossómica para
cada duas divisões nucleares, enquanto, na mitose, ocorre apenas uma divisão nuclear.
e) REPRODUÇÃO NOS SERES VIVOS
A perpetuação da vida na Terra deve-se à característica mais típica dos seres vivos: sua
capacidade de produzir descendentes semelhantes a si mesmos, ou seja, de se reproduzir.
Nos trabalhos realizados por Mendel no jardim do mosteiro em Brunn, Mendel escolheu
trabalhar com ervilheiras da espécie Pisum sativum por causa das suas características que lhe
permitiam obter resultados em espaço de tempo reduzido. As ervilheiras, refira-se aqui,
possuem um período de reprodução muito curto.
Nas suas experiências, cruzava ervilheiras com características antagónicas (diferentes) e como
resultado ele colhia ervilheiras com características iguais às de um dos progenitores, isto é, na
primeira geração (F1).
JOAO LUCIO
A vida só se perpetua graças a existência de uma molécula conhecida como ADN, encontrada
no núcleo das células, que se responsabiliza em levar a informação existente nos cromossomas
dos progenitores, por esta razão os filhos nascem sempre com aparência dos seus pais.
Nas experiências com ervilheiras, Mendel seleccionou 7 características, tais como: a cor da
vagem, a forma da semente, cor da semente, cor da corola da flor, posição das flores, forma da
vagem, e tamanho do caule. Todas estas características são diferentes umas das outras.
Para os trabalhos de Monohibridismo (cruzamento que tem em conta apenas uma
característica) Mendel analisou apenas uma característica.
EXEMPLO 1 – Cruzamento de duas ervilheiras de linhagem pura com a cor da vagem verde:
DADOS
Gâmetas (G) – VV
Resolução do Cruzamento
F
No quadro ao lado está representado
M V V o cruzamento dos gametas das
ervilheiras analisadas. Verifique que
por estarem a cruzar duas ervilheiras
V ¼ VV ¼ VV de linhagem pura com vagem de cor
verde, todo resultado é 100% de
ervilheiras co vagem Verde.
V ¼ VV ¼ VV
Resultado: Logo, podemos afirmar que a
primeira geração ou simplesmente F1 deste cruzamento é: VV – 100% verde.
O genótipo “VV” que apresenta dois Alelos iguais é chamado de HOMOZIGOTO.
DADOS
Corola Branca – rr
Gâmetas (G) – Rr
Resolução do Cruzamento F1 (lembre-se sempre, os Alelos dominantes são representados com
letra maiúscula):
A partir dos estúdios desenvolvidos, com ervilheiras inicialmente, por Mendel, podemos
resumir que as espécies se mantêm porque durante a reprodução, a informação genética é
transmitida de geração a geração através dos mecanismos da Hereditariedade. Portanto,
durante este processo, os descendentes podem se parecer mais com os pais ou com outro
antepassado distante ou, ainda, com outro familiar. As características passadas, podem ser
seguidas por meio de Árvores Genealógicas consistindo, basicamente, na selecção dos aspectos
anormais fenotípicos dos indivíduos.
Em genética estas anomalias podem ter o caracter Dominante – quando são expressos por
pares de Alelos dominantes; ou Recessivos – quando são expressos por Alelos recessivos:
As Anomalias Humanas com caracter Dominante são: lóbulo da orelha solto, inserção
em bico do cabelo, pele com sardas, enrolar a língua, polidactilia, cor do cabelo
castanho na raça branca e cabelo preto na raça negra, e, a pele com pigmentação.
As Anomalias Humanas com caracter Recessivo são: lóbulo da orelha aderente, cor da
pele, cabelo loiro na raça branca, inserção rectilínea do cabelo, sem sardas, não
pigmentação da pele (Albinismo) e não enrolar a língua.
1 – Se um homem que possui mais de 5 dedos e uma mulher com a mesma condição, tiverem 4
filhos dos quais, apenas um dos filhos possui mais de 5 dedos:
2 – Se uma mulher normal casar-se com um homem com polidactilia, qual será a probabilidade
de eles terem filhos normais?
JOAO LUCIO
Lembre-se sempre: em genética os alelos dominantes são representados com letras maiúsculas,
enquanto que os alelos recessivos com letra minúscula. Logo:
1 – RES: Primeiro vamos determinar que P (maiúsculo) é o Alelo que cria esta anomalia e o seu
recessivo é p (minúsculo). Segundo, vamos lembrar que esta anomalia é determinada apenas
por alelos dominantes. Então se os pais têm mais de 5 dedos os seus genótipos só podem ser:
PP ou Pp (o primeiro par de alelos é chamado HOMOZIGOTO DOMINANTE e o segundo par de
alelos é HETEROZIGOTO). Mas como estão nos informando que o casal tem 4 filhos, e apenas
um deles é que herdou a anomalia dos pais, sendo que os outros são normais, então o genótipo
dos pais só deve ser Pp (Heterozigótico).
2 – RES: Para este segundo caso nos dizem que a mulher é normal, ou seja, não possui mais do
que 5 dedos, ora, neste caso o seu genótipo só pode ser pp (Homozigoto recessivo); por outro
lado nos dizem que o homem tem polidactilia, neste caso o seu genótipo só pode ser PP ou Pp.
Mas para que o casal tenha filho sem polidactilia, o genótipo do homem terá de ser Pp
(Heterozigoto), porque para haver filhos normais devem aparecer alelos recessivos e não
dominantes. Recorrendo ao quadro de cruzamentos teremos:
Como resposta ao segundo caso, o casal tem 50% de probabilidades de ter filhos normais.
JOAO LUCIO
Primeiro determinar a letra A como o alelo que determina a pigmentação da pele. Segundo,
lembrar que esta anomalia é determinada por alelos recessivos, logo, se o progenitor é albino
então o seu genótipo só pode ser “aa” (Homozigoto Recessivo) e nunca AA (Homozigoto
Dominante) nem Aa (Heterozigoto). O progenitor que é normal só pode ter os seguintes
genótipos AA ou Aa. Os filhos albinos nesse caso terão de ter apenas o genótipo “aa”, mas qual
é a probabilidade disso acontecer? A condição terá de ser: aa x Aa.
a ¼ Aa ¼ aa
Se o progenitor normal for AA:
JOAO LUCIO
Mendel cruzou ervilheiras com dois pares de alelos, que determinam caracteres diferentes.
Para este tipo de cruzamento, ele seleccionou linhagens puras que se diferenciam entre si em
dois caracteres. Portanto, cruzou plantas de sementes cor amarela e tegumento liso com outras
plantas de sementes de cor verde e tegumento rugoso. No cruzamento onde se tem em conta
dois caracteres, os descendentes são considerados DIHIBRIDOS. Os Híbridos são
Heterozigóticos, pois possuem 2 caracteres diferentes. Nestas plantas, as características das
sementes amarelas e lisas são dominantes sobre as características das sementes verdes e
rugosas. Neste cruzamento, cada progenitor tem no seu fenótipo dois pares de genes alelos,
sendo dois pares responsáveis pela forma da semente e outros dois pela cor da semente.
Em suas experiências, Mendel verificou que nesse cruzamento a primeira geração F1, era
fenotipicamente igual a um dos progenitores, isto é com sementes amarelas e lisas. Porém, ao
fazer a Autopolinização ou Retrocruzamento dos Híbridos da F1, obteve como resultado deste
cruzamento, 16 sementes com caracteres fenotípicos e genótipos diferentes, na proporção
9:3:3:1. Ao observar os resultados, Mendel chegou a conclusão de que os pares de factores
hereditários responsáveis pela expressão dos diferentes caracteres, distribuem-se ao acaso e de
forma independente pelos gametas. Isso expressa o princípio da segregação independente dos
alelos. É na base deste princípio que se expressa a importância científica e económica, porque
com este processo é possível surgirem novas raças de animais e variedades de plantas
geneticamente estáveis e melhoradas. Este princípio tem validade quando os progenitores são
diferentes em mais de dois caracteres.
5.4. DOMINANCIA INCOMPLETA E CO-DOMINANCIA
Nos trabalhos realizados por Mendel, surgiram conclusões de que os descendentes eram
semelhantes aos progenitores, tanto nos caracteres fenotípicos como genótipos. Em 1900,
quando se tentou aplicar os princípios de Mendel, sugiram situações que não seguiram os
padrões verificados nas ervilheiras. Ou seja, verificou-se que ao cruzar duas características
diferentes, surgiram descendentes com características diferentes das dos progenitores. Isto
acontece porque nenhuma das características cruzadas era dominante sobre a outra. Portanto,
os Alelos deste cruzamento apresentam Dominância Incompleta. Logo, quando dois genes
alelos se manifestam completamente, dizemos que houve Co-dominância. Isto se verifica em
alguns casos dos grupos sanguíneos ABO.
No estudo do sistema sanguíneo, concluiu-se que um gene pode assumir mais de duas formas
alelicas – alelos múltiplos, apesar de em cada indivíduo possam estar presentes apenas duas
destas formas. És o caso do sistema sanguíneo ABO. Os diferentes grupos sanguíneos são
caracterizados pela presença de aglutinogénios, na membrana dos glóbulos vermelhos
(Hemácias), que se comportam como sendo específicas das aglutininas presentes no plasma. De
acordo Karl Landsteiner (1900), geneticista, no seio da população humana existem quatro
grupos sanguíneos que são A, B, AB e O. Os indivíduos, quanto aos grupos sanguíneos,
genotipicamente, podem ser:
TRANSFUSOES DE SANGUE:
RECEPTORES DADORES
A AeO
B BeO
AB A, B, AB e O
O O
Grupos sanguíneos do Sistema de Rhesus
Ao se fazerem estudos que visavam a determinação das características dos grupos sanguíneos,
possibilitou a descoberta de vários genes que determinam o Sistema de Rhesus (Sistema Rh).
Este sistema foi descoberto em estudos realizados com macacos do género Rhesus.
Fenotipicamente, os indivíduos podem ser: Rh positivo (Rh+) quando possuem aglutinogénios e
quando não possuem aglutinogénios são designados Rh negativo (Rh-), portanto, o Rh+ é
dominante sobre o Rh-. A incompatibilidade neste Sistema pode causar acidentes graves e que
podem levar a morte do indivíduo. A doença hemolítica do recém-nascido, também conhecida
por eritroblastose fetal, é uma das incompatibilidades sanguíneas ao nível do sistema Rh.
Informações adquiridas até aqui dão conta de que os genes estão localizados nos cromossomas
– locus. O investigador Morgan, nos seus trabalhos com moscas da espécie Drosophila
melanogaster, presumiu que existem mais genes do que cromossomas, logo, deduziu que cada
cromossoma possui milhares de genes. Este estudo incidiu sobre as características
contrastantes da cor do corpo e a forma das asas. Nos cromossomas, os genes dispõem-se de
forma linear ao longo do mesmo cromossoma. Por isso, se dizem genes ligados factorialmente,
constituindo um grupo de ligação factorial e transmitindo-se em conjunto aos descendentes, ou
seja, estes genes encontram-se localizados no mesmo cromossoma e podem ser transmitidos
conjuntamente sem haver, portanto, a sua redistribuição. No entanto, os genes ligados
factorialmente nem sempre são indissolúveis, pois, na maioria das vezes dá-se o fenómeno de
crossing-over, que ocorre durante a meiose, e os genes podem ser separados e comportarem-
se como se estivessem em cromossomas diferentes.
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Os trabalhos de Mendel foram estudados por muitos investigadores, aqui destacaremos Walter
Sulton e Boveri que, em 1902, estabeleceram um paralelismo entre o comportamento dos
cromossomas durante a meiose e os factores hereditários de Mendel, admitindo que se os
princípios hereditários de Mendel fossem certos, significaria que cada gâmeta contribuiria com
metade da informação genética do novo ser. Eles concluíram que a informação genética se
encontrava no núcleo do espermatozóide, visto que este possui pouco citoplasma. O cariotipo
é a quantidade de cromossomas que cada espécie de ser vivo te na sua constituição. Durante a
formação do novo ser, cada gâmeta é constituído por apenas um cromossoma resultante da
disjunção dos 23 pares. Isso significa dizer que cada progenitor tem 23 pare de cromossomas
mas, cada gâmeta (masculino e feminino) tem apenas 23 cromossomas que, deste modo,
constitui a metade do cariotipo total. Neste conjunto de cromossomas encontramos os genes
que são responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários. Foi nesta base de
raciocínios e resultados que Sulton concebeu a teoria cromossómica da hereditariedade,
admitindo que os cromossomas suportam fisicamente os genes. Os pontos fundamentais desta
teoria são:
Em seu laboratório, Morgan, em 1906, cruzou moscas do tipo Drosophila melanogaster para
verificar a transmissão da cor dos seus olhos, confirmou, com a interpretação do cruzamento
recíproco, a hipótese de que o caracter da cor dos olhos está associado aos cromossomas
sexuais X. com a interpretação destes e outros resultados leva-nos a conclusão de que existem
caracteres, cuja transmissão está ligada aos cromossomas sexuais – transmissão hereditária
ligada ao sexo. Nesta experiencia, com os dados obtidos, pode-se dizer que os genes alelos que
determinam o sexo feminino são Homozigóticos XX e os que determinam o sexo masculino são
Heterozigóticos XY.
a) Fenotipo d) Alelo
b) Genótipo e) Cromossoma
c) Caracter Dominante f) Caracter Recessivo
4 – Num pomar, o agricultor cruzou uma laranjeira de caule alto (EE) com outra de caule baixo
(ee). Determine a F1.
6 – Numa ligação factorial, onde se localizam os genes que determinam uma dada
característica?
8 - Numa família existem 6 filhos, destes, 4 filhos são fenotipicamente normais enquanto os
outros 2 são fenotipicamente Albinos. Determine os genótipos dos pais e dos filhos.
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Qualquer erro, qualquer desvio da rota metabólica normal, pode causar anomalias no interior
das células e, em consequência, no organismo. A informação genética encontra-se no ADN sob
a forma de um código que depende da sequência de nucleótidos. Qualquer mudança na
sequência de bases do ADN provocar alterações nas moléculas de ARN mensageiro e, portanto,
nas proteínas produzidas.
Então, cada alteração permanente da molécula de ADN designa-se por Mutação. Assim,
mutações são modificações eventuais na molécula do ADN ao longo da vida da célula. As
mutações podem ocorrer em células somáticas ou nas células germinativas. Uma mutação
somática poderá originar um conjunto ou um clone de células mutantes idênticas entre si, que
poderão se distinguir das demais células do individuo. Em termos hereditários, uma mutação
somática não se transmite para os descendentes, a não ser em caso de reprodução sexuada. O
efeito de uma mutação numa célula pode ser tão pequeno, mas significativo ao ponto de levar
a morte da célula ou do organismo. Muitas deficiências genéticas como o Daltonismo, Hemofilia
e Anemia Falciforme.
BIBLIOGRAFIA
AMABIS & MARTHO, (2009) Biologia das células; 3ªed., Vol. 1, Editora Moderna, S. Paulo,
Brasil.
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