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Sumário

Conceitos básicos em bioquímica......................................................................................3

Princípios básicos da biologia evolutiva.............................................................................15

Para que serve a Filosofia?................................................................................................29

Introdução ao estudo da Física..........................................................................................39

Unidades do SI: Comprimento..........................................................................................49

Função Afim na Universo da Física....................................................................................54

Conceitos básicos da Geografia e a linguagem cartográfica............................................70

A interdisciplinaridade nas Ciências Humanas..................................................................83

Como estudar História?....................................................................................................95

O que é arte?...................................................................................................................110

Exercícios sobre operações com frações........................................................................129

Fatoração e radiciação....................................................................................................135

Números Primos e Divisibilidade.....................................................................................146

MMC e operações com frações.......................................................................................154

Desvendando a matriz de linguagens..............................................................................169

Desvendando a matriz de linguagens..............................................................................184

Afinal, o que é química e quais são as suas aplicações?..................................................201

É possível resolver questões sem saber nada de química?..............................................211

Estrutura frasal................................................................................................................221

Para que serve a sociologia ............................................................................................231


Biologia

Conceitos básicos em bioquímica

Teoria

Todos os seres vivos do planeta são compostos por células, a menor parte viva dos organismos. Essas
estruturas são extremamente complexas e formadas por várias substâncias, que só foram descobertas
graças ao avanço da bioquímica, parte da biologia que estuda todos os processos químicos que ocorrem nos
organismos.

Diversas substâncias participam da composição de uma única célula e podem ser classificadas em dois tipos
básicos: substâncias orgânicas e substâncias inorgânicas. As inorgânicas são aquelas que não possuem
carbono em sua composição, enquanto as orgânicas apresentam esse elemento.

As substâncias inorgânicas encontradas na célula são a água e os sais minerais. A água é a substância
inorgânica mais abundante em todos os seres vivos e é fundamental para sua sobrevivência, pois apresenta
alto calor específico, é um excelente solvente, além de atuar transportando substâncias e participando de
reações químicas.

Já os sais minerais possuem as mais variadas funções, tais como condução do impulso nervoso e atuação
na coagulação. Os sais minerais são elementos que se originam no solo; sendo assim, os seres vivos não
podem produzi-los. Para conseguirmos os sais necessários a nossa sobrevivência, uma alimentação
adequada e balanceada é essencial.

Entre as substâncias orgânicas, destacam-se proteínas, lipídios e carboidratos. As proteínas são formadas
por aminoácidos — moléculas constituídas por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Elas
possuem diversas funções em nosso corpo, como a estrutural e de transporte, atuação como enzimas e
formação dos anticorpos.

Os lipídios, conhecidos popularmente como gorduras, são substâncias insolúveis em água e solúveis em
solventes orgânicos, como álcool e clorofórmio. Atuam como reserva de energia e isolante térmico,
participam de processos metabólicos, formam as membranas celulares e alguns hormônios, protegem
órgãos contra impactos, entre outras funções.

Os carboidratos, que também recebem a denominação de glicídios ou açúcares, são, sem dúvidas, a principal
fonte de energia das células, além de atuarem formando a parede celular e os ácidos nucleicos. Eles são
classificados em monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.

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Biologia

Ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos são substâncias presentes no interior das células dos organismos vivos. Esse nome se
deve ao fato de serem substâncias orgânicas de caráter ácido, que inicialmente foram encontradas no interior
do núcleo celular. Esses polímeros são formados por nucleotídeos, e desempenham um papel fundamental
na transmissão de características genéticas dos organismos.

É de responsabilidade dos ácidos nucleicos o armazenamento, a transmissão e a tradução das informações


genéticas. Essas funções são executadas pelos dois tipos de ácidos existentes: o DNA e o RNA. Além das
funções que executam, esses dois ácidos nucleicos se diferenciam pela estrutura.

Enquanto o DNA é uma molécula de fita dupla, o RNA é uma molécula de fita simples. A pentose que compõe
o DNA é a desoxirribose, enquanto a pentose que compõe o RNA é a ribose.

Os seres vivos armazenam sua informação genética no DNA. Para garantir a hereditariedade, sem perda de
carga genética, o DNA deve ser capaz de se autoduplicar. Para se expressar, o DNA precisa ser transcrito em
RNA, e este RNA será traduzido em proteína, na síntese proteica. Os processos, então, são conhecidos como
autoduplicação (replicação), transcrição e tradução.

O RNA pode ser dividido em:


• RNA mensageiro, que leva a mensagem do núcleo (códons) para sintetizar proteína;
• RNA ribossomal, que irá formar os ribossomos;
• RNA transportador, que transportará anticódons com os aminoácidos para a proteína que será formada.

Proteínas
As proteínas são as substâncias mais abundantes orgânicas na célula. São macromoléculas que possuem
como unidade básica os aminoácidos. Elas atuam nas mais variadas funções do organismo, como na defesa,
aceleração de reações químicas, transporte de substâncias e comunicação celular. As proteínas apresentam
diferentes configurações tridimensionais, podendo apresentar estrutura primária, secundária, terciária e
quaternária.
• Primária: formada por uma sequência linear de aminoácidos.
• Secundária: formada por uma sequência de aminoácidos, que pode estar pregueada (ex.: proteínas
betapregueadas) ou helicoidal (ex.: proteína alfa-hélice). Essas dobras nas proteínas acontecem por conta
de ligações do hidrogênio presente no grupo -NH com o oxigênio do grupo C=O. São exemplos a queratina
e o colágeno.
• Terciária: formada por uma estrutura tridimensional, na qual as proteínas dobram sobre si mesmas.
Normalmente ocorrem ligações de pontes dissulfetos entre as moléculas, com interações entre os grupos
radicais dos aminoácidos, mas também podem acontecer pontes salinas e ligações de hidrogênio, para
gerar essa estrutura. Um exemplo é a proteína mioglobina.
• Quaternária: formada pela união de duas ou mais estruturas terciárias. Um exemplo é a proteína
hemoglobina.

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Biologia

Quando a proteína perde a sua forma, dizemos que ela sofreu desnaturação, e perde o seu aspecto
tridimensional ou de forma secundária. Importante lembrar que proteínas primárias não sofrem desnaturação,
visto que não apresentam formas tridimensionais. A maioria das desnaturações são irreversíveis, porém
algumas proteínas podem recuperar sua forma caso a estrutura primária esteja intacta. A temperatura alta
ou um pH ácido pode desnaturar uma proteína. Quando uma proteína perde a sua estrutura, ela também perde
a sua função.

Esquema de uma proteína normal e sua forma após o processo de desnaturação.

Enzimas
Catalisadores são substâncias que aceleram a velocidade das reações químicas. As Enzimas são proteínas
especiais (macromoléculas orgânicas) responsáveis por catalisar reações químicas, sem sofrerem
alterações neste processo.

Para que uma reação química ocorra, é necessário certo grau de energia, geralmente na forma de calor, que
chamamos “energia de ativação”. O papel das enzimas é diminuir a quantidade necessária de energia de
ativação, favorecendo assim a reação.

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Biologia

Ilustração da enzima diminuindo a energia de ativação para que a reação ocorra.

As enzimas são tão específicas em relação ao substrato que, ao interagirem, formam um complexo chamado
enzima-substrato. Essa relação obedece ao modelo tradicionalmente conhecido como “chave-fechadura”,
isto é, ocorre um encaixe da enzima em relação ao substrato para catalisar a reação.

Complexo chave-fechadura.

Assim que ocorre a reação e posterior liberação dos produtos neste processo, a enzima não sofre qualquer
alteração, podendo se ligar a novos substratos, para catalisar novas reações.

A atividade enzimática pode ser alterada por três fatores: temperatura, pH e concentração de substrato.

Vitaminas
São compostos orgânicos essenciais ao funcionamento pleno do organismo, em porções apropriadas (baixa
quantidade por dia). O organismo é incapaz de sintetizar estes nutrientes, portanto eles devem ser obtidos a
partir da alimentação. São substâncias que não sofrem digestão; e, ao serem absorvidas, podem atuar
associados à enzima (coenzimas) e como antioxidantes, reduzindo a concentração de radicais livres na
célula. Podem ser classificados de acordo com a solubilidade, entre hidrossolúveis e lipossolúveis.

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Biologia

As lipossolúveis, por se dissolverem na gordura, são mais facilmente armazenadas pelo corpo – havendo,
então, risco de hipervitaminoses. Entre elas, podemos destacar as vitaminas A, D, E e K.

As hidrossolúveis, por se dissolverem na água, são mais facilmente eliminadas pelo corpo – havendo, então,
risco de hipovitaminoses. Entre elas, podemos destacar a vitamina C e as do complexo B. O excesso a longo
prazo pode causar danos aos rins.

Veja, a seguir, uma tabela que mostra algumas vitaminas, suas fontes, as consequências da falta delas
(hipovitaminoses ou avitaminose) e suas funções no organismo.

Doenças provocadas pela


Vitaminas Fontes Funções no organismo
carência (avitaminoses)
Problemas de visão (cegueira
Fígado, óleo de peixe, noturna), secura da pele,
A Combate radicais livres, formação dos
cenoura e outros vegetais diminuição de glóbulos
(retinol) ossos, pele; funções da retina
alaranjados vermelhos, formação de
cálculos renais
Óleo de peixe, fígado, ovos,
cogumelos – estes
alimentos fornecem a
D provitamina D, que são Regulação do cálcio do sangue e dos
Raquitismo e osteoporose
(colecalciferol) convertidas em calciferol no ossos
homem por meio da
incidência de luz solar (raios
UV) na pele.
E Dificuldades visuais e
Verduras, azeite e vegetais Atua como agente antioxidante
(tocotrienol) alterações neurológicas
Atua na coagulação do sangue, previne
K Fígado e verduras de folhas Deficiência na coagulação do
osteoporose, ativa a osteocalcina
(filoquinona) verdes, abacate sangue, hemorragias
(importante proteína dos ossos)
B1 Cereais, carnes, verduras, Atua no metabolismo energético dos
Beribéri
(tiamina) levedo de cerveja açúcares
B2 Inflamações na língua, anemias Atua no metabolismo de enzimas,
Leites, carnes, verduras
(riboflavina) seborreia proteção no sistema nervoso

B3 Carnes, cereais e Pelagra (causa dermatite, Atua no metabolismo energético e na


(niacina) leguminosas diarreia e demência) reparação do DNA
B5
Fígado, cogumelos, milho, Fadigas, cãibras musculares, Metabolismo de proteínas, gorduras e
(ácido
abacate, ovos, leite, vegetais insônia açúcares
pantotênico)
Crescimento, proteção celular,
B6 Carnes, frutas, verduras e Seborreia, anemia, distúrbios de
metabolismo de gorduras e proteínas,
(piridoxina) cereais crescimento
produção dos hormônios
B9 Vegetais escuros, leveduras, Ajuda na formação de proteínas da
Anemia megaloblástica
(ácido fólico) fígado e grãos hemoglobina
B12 Fígado, carnes, levedura Formação de hemácias e multiplicação
Anemia perniciosa
(cobalamina) nutricional celular
C
Ajuda no sistema imune, na produção de
(ácido Frutas cítricas Escorbuto
colágeno e dos vasos sanguíneos
ascórbico)

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Biologia

Exercícios de fixação

1. Qual é a substância inorgânica mais abundante em todos os seres vivos e que é fundamental para sua
sobrevivência, pois é um excelente solvente, além de atuar transportando substâncias e participando
de reações químicas?
a) Sais minerais.
b) Lipídios.
c) Ácidos nucleicos.
d) Proteínas.
e) Água.

2. Qual a substância orgânica de maior concentração da célula?


a) Proteínas.
b) Lipídios.
c) Ácidos nucleicos.
d) Água.
e) Sais minerais.

3. As células são estruturas conhecidas como unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos.
Elas são formadas basicamente por substâncias orgânicas e inorgânicas. São consideradas
substâncias inorgânicas:
a) Lipídios e proteínas;
b) Proteínas e água;
c) Sais minerais e vitaminas;
d) Água e sais minerais;
e) Lipídios e carboidratos.

4. Como são chamadas as proteínas especiais (macromoléculas orgânicas) responsáveis por catalisar
reações químicas, sem sofrerem alterações neste processo?
a) Lipídios.
b) Glicídios.
c) Sais minerais.
d) Enzimas.
e) Ácido nucleico.

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Biologia

5. Muitas pessoas pensam que os lipídios trazem apenas malefícios à saúde e que podem ser facilmente
excluídos da nossa alimentação. Na verdade, essa substância orgânica é essencial para o organismo.
Nas células, os lipídios:
a) fazem parte da composição das membranas celulares;
b) são a única fonte de energia;
c) estão relacionados principalmente com a função estrutural;
d) atuam na formação da parede celular;
e) são as moléculas formadoras de grande parte das enzimas.

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Biologia

Exercícios

1. (UFU, 2012) A ingestão de alimentos muito gordurosos leva a um aumento no nível de colesterol no
sangue, fazendo com que este seja considerado um vilão para a saúde das pessoas. No entanto, em
quantidades adequadas, o colesterol é necessário ao organismo humano porque:
a) Acelera a velocidade das reações biológicas.
b) É um precursor dos hormônios insulina e glucagon.
c) Constitui a principal fonte de energia celular.
d) Faz parte da estrutura da membrana biológica de células.
e) É o principal composto utilizado na fermentação

2. (UEMS) Qual o composto biológico que tem como função facilitar e aumentar a velocidade das reações
envolvendo biomoléculas orgânicas nas células?
a) esteroides
b) carboidratos
c) polissacarídios
d) lipídios
e) proteína com função enzimática

3. (PUC Minas) Uma célula, em condições de laboratório, teve cortado seu suprimento de aminoácidos.
De imediato, não mais poderão ser formados:
a) nucleotídeos
b) lípides
c) glicídios
d) proteínas
e) polissacarídeos

4. (Mackenzie, 2015) São substâncias químicas constituídas por aminoácidos, unidas por sucessivas
ligações peptídicas, e importante como nutrientes e com outras funções no nosso organismo.
Referimo-nos aos(às):
a) carboidratos.
b) proteínas.
c) lipídios.
d) vitaminas.
e) sais minerais.

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Biologia

5. (Enem, 2004) Nas recentes expedições espaciais que chegaram ao solo de Marte, e através dos sinais
fornecidos por diferentes sondas e formas de análise, vem sendo investigada a possibilidade da
existência de água naquele planeta.
A motivação principal dessas investigações, que ocupam frequentemente o noticiário sobre Marte,
deve-se ao fato de que a presença de água indicaria, naquele planeta,
a) a existência de um solo rico em nutrientes e com potencial para a agricultura.
b) a existência de ventos, com possibilidade de erosão e formação de canais.
c) a possibilidade de existir ou ter existido alguma forma de vida semelhante à da Terra.
d) a possibilidade de extração de água visando ao seu aproveitamento futuro na Terra.
e) a viabilidade, em futuro próximo, do estabelecimento de colônias humanas em Marte

6. (CES/JF, 2016 - adaptada) Sobre ácidos nucleicos, assinale a alternativa incorreta:


a) O DNA existe obrigatoriamente em todas as células.
b) Além do DNA, o RNA também é um ácido nucleico.
c) O DNA é uma molécula de fita dupla,
d) O RNA não é um ácido nucléico
e) O RNA é uma molécula de fita simples

7. (PUC-SP, 2016 - adaptada) Os itens abaixo referem-se à estrutura, composição e função dos ácidos
nucleicos.
• Estrutura: I) Dupla hélice; II) Cadeia simples.
• Composição: 1) Presença de Ribose; 2) Presença de Desoxirribose .
• Função: a) molécula orgânica; b) molécula inorgânica
São características RNA
a) II – 2 – b
b) I – 1 – a
c) I – 2 – b
d) II – 1 – a
e) II – 1 – b

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Biologia

8. (UTFPR, 2008) A água apresenta inúmeras propriedades que são fundamentais para os seres vivos.
Qual, dentre as características a seguir relacionadas, é uma propriedade da água de importância
fundamental para os sistemas biológicos?
a) Possui baixo calor específico, pois sua temperatura varia com muita facilidade.
b) Suas moléculas são formadas por hidrogênios de disposição espacial linear.
c) Seu ponto de ebulição é entre 0 e 100 °C.
d) É um solvente limitado, pois não é capaz de se misturar com muitas substâncias.
e) Possui alta capacidade térmica e é solvente de muitas substâncias.

9. (Instituto AOCP, 2021 - adaptada) A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem


animal (retinol) e vegetal (provitamina A). O corpo humano não pode fabricar vitamina A, portanto tudo
que necessitamos deve vir dos alimentos. O principal forte de vitamina A é o/a:
a) fígado.
b) ovos
c) leite.
d) frutas cítricas
e) cereais.

10. (PUC-Rio, 2011) Analise a figura a seguir que mostra a mudança da estrutura terciária de uma proteína
enzimática, pela modificação das condições às quais ela está exposta.

Disponível em: https://www.puc-rio.br/vestibular/repositorio/provas/2011/download/provas/VEST2011PUCRio_GRUPOS

Esta mudança é chamada de


a) saturação e pode ser causada pela alteração do pH do meio.
b) renaturação e pode ser causada pela alteração da temperatura do meio.
c) saponifização e pode ser causada pela alteração de pH do meio.
d) floculação e pode ser causada pela mudança de densidade do meio.
e) desnaturação e pode ser causada pela alteração de temperatura do meio.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. E
A água é a substância mais abundante no corpo dos seres vivos; ela atua como solvente de muitos
compostos químicos. Podemos classificar as substâncias como hidrofílicas (têm afinidade com a água)
e hidrofóbicas (não têm afinidade com a água).

2. A
As proteínas são as mais abundantes substâncias orgânicas da célula.

3. D
A água e os sais minerais são substâncias inorgânicas encontradas na célula. Essas duas substâncias
são fundamentais para a realização de diversos processos e reações químicas.

4. D
Enzimas são grupos de substâncias orgânicas de natureza normalmente proteica (existem também
enzimas constituídas de RNA, as ribozimas), com atividade intra ou extracelular, que têm funções
catalisadoras em reações químicas – as quais, sem a sua presença, dificilmente aconteceriam. Isso se
dá pela diminuição da energia de ativação necessária para que se dê uma reação química, resultando no
aumento da velocidade da reação e possibilitando o metabolismo dos seres vivos

5. A
Os lipídios são substâncias orgânicas, conhecidas como gorduras, que atuam em variadas partes do
organismo. São importantes como reserva de energia, na formação de hormônios, protegem contra
choques mecânicos, além de constituírem as membranas celulares, que são formadas por fosfolipídios.

Exercícios

1. D
O colesterol participa da formação da membrana celular dos animais, ajudando a manter a fluidez da
membrana.

2. E
As proteínas com função enzimática têm função catalítica, facilitando reações.

3. D
Se o suprimento de aminoácidos for cortado, será interrompida a produção de proteínas, que são
macromoléculas biológicas constituídas por uma ou mais cadeias de aminoácidos.

4. B
Proteínas são macromoléculas biológicas constituídas por uma ou mais cadeias de aminoácidos. As
proteínas estão presentes em todos os seres vivos e participam de praticamente todos os processos
celulares, desempenhando um vasto conjunto de funções no organismo, como a replicação de ADN, a
resposta a estímulos e o transporte de molécula

5. C
A água, que é a substância inorgânica de maior concentração na célula, é também uma substância muito
importante para a vida. Por isso encontrar água em outros planetas significa que há possibilidade de
existir ou ter existido alguma forma de vida semelhante à da Terra.

6. D
O RNA é uma molécula orgânica que faz parte dos ácidos nucleicos.

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Biologia

7. C
Enquanto o DNA é uma molécula de fita dupla, o RNA é uma molécula de fita simples. A pentose que
compõe o DNA é a desoxirribose, enquanto a pentose que compõe o RNA é a ribose. Tanto o DNA quanto
o RNA são moléculas orgânicas.

8. D
A água é conhecida como solvente universal por sua capacidade de diluir muitas substâncias, também
possui uma alta capacidade térmica.

9. A
O principal órgão que armazena a vitamina A é o fígado. Uma alimentação incluindo fígado é fonte de
vitamina A.

10. E
Podemos ver que há uma perda da forma terciária da proteína (desnaturação), que pode ocorrer por
fatores ambientais, como aumento da temperatura, por exemplo.

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Biologia

Princípios básicos da biologia evolutiva

Teoria

O que é evolução
A evolução é um processo de mudança e adaptação dos seres vivos e de suas características que ocorre ao
longo de muito tempo. Essas modificações podem ser transmitidas através das gerações, por isso, também
podemos dizer que a evolução é um processo de descendência com modificação. Ou seja, com o tempo os
organismos podem se modificar, e até mesmo formar novas espécies, através dos processos de especiação.

A evolução é suportada por diferentes evidências, chamadas de evidências da evolução, que são:
• Registro fóssil: os fósseis são vestígios preservados de seres que já estão extintos, normalmente
formados por partes rígidas de um organismo (ex. ossos e conchas). Sabendo que os fósseis são de
animais que não existem atualmente, evidencia-se que os seres que viviam antigamente na Terra são
diferentes dos atuais, o que prova que há modificação dos seres vivos.
• Órgãos vestigiais: Estruturas vestigiais não costumam ter funções nos organismos atuais, mas eram
importantes nos ancestrais destas espécies. São indicativos de parentesco e modificação das espécies
ao longo do tempo.
• Bioquímica e embriologia: A similaridade do material genético (genoma), das reações químicas e das
etapas do desenvolvimento embrionário (após a fecundação até o desenvolvimento do feto) também
ajudam a mostrar parentesco entre os organismos estudados.

Imagem de um fóssil de Archaeopterys, um ancestral das aves.


Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Archaeopteryx_fossil.jpg

1
Biologia

A evolução animal e o estudo dos sistemas


O conceito de evolução aceito atualmente é o Neodarwinista, que abrange a seleção natural e relaciona as
características dos organismos com a genética. De acordo com a teoria da seleção natural proposta por
Charles Darwin, as características dos seres vivos são adaptações selecionadas pelo meio ambiente. Por
conta disso, características vantajosas, que permitem a sobrevivência do indivíduo em determinado ambiente,
vão se manter na população – dizemos que estes são organismos mais aptos ou mais adaptados para
sobreviver. Já características desvantajosas vão desaparecer ao longo das gerações, já que os organismos
que as possuem não sobrevivem.

Quando estudamos os grupos animais, devemos ter em mente que a diversidade de organismos está
relacionada a seleção natural que esses grupos sofreram ao longo das eras e períodos geológicos, gerando
os grupos que existem atualmente. É por isso que é incorreto dizer que existe um organismo “mais evoluído”
– afinal, todos os seres vivos existem no ambiente em que vivem hoje, logo, todos são adaptados para
sobreviver no tempo atual.

Uma forma de entender que não existem organismos “mais evoluídos” é pensar: o que torna um organismo
mais evoluído? Na evolução, os mais aptos sobrevivem, mas apenas nos ambientes para o qual eles estão
adaptados. Logo, quando se trata de subir em árvores, um macaco é mais apto do que um peixe, mas em
relação à natação, um peixe é mais apto do que um macaco. Ou seja, o correto é dizer que organismos são
“mais adaptados ao ambiente onde vivem” em relação a outros, e não “mais evoluídos”

A charge mostra como seria injusto de o “mais evoluído” fosse determinado apenas por um tipo de seleção e ambiente.
Disponível em: https://www.smartenup.in/how-todays-education-killing-creativity/

Apesar de não existir um organismo “mais evoluído”, há uma diferença na complexidade dos sistemas dos
seres vivos. Os primeiros animais a surgirem possuem menos sistemas, ou mesmo sistemas incompletos.
Enquanto isso, os animais que surgiram mais recentemente no tempo evolutivo possuem sistemas mais
complexos. Entender a organização dos sistemas ao longo dos grupos nos faz entender melhor como foi a
evolução animal. Veja a tabela simplificada a seguir com os principais grupos animais e algumas de suas
características:

2
Biologia

Característica Sistema Sistema Nº de tecidos


Grupo e exemplo circulatório digestório embrionários
Poríferos
ausente ausente 0
(esponja)
Cnidários incompleto
ausente 2
(água-viva) (apenas boca)
Platelmintos Incompleto
ausente 3
(planária e vermes achatados) (apenas boca)
Nematelmintos
ausente completo 3
(vermes cilíndricos)
Moluscos
presente completo 3
(caramujo, lula)
Anelídeos
presente completo 3
(minhoca)
Artrópodes
presente completo 3
(inseto, aranha, crustáceo)
Equinodermos presente
completo 3
(estrela-do-mar) (hidrovascular)
Cordados
presente completo 3
(peixes, aves, mamíferos)

Vamos entender a importância desses sistemas? O sistema circulatório ajuda no transporte de oxigênio, que
é importante para que os organismos sobrevivam e produzam energia. Então, animais com sistema
circulatório desenvolvido transportam o oxigênio de maneira mais eficiente. Isso não significa que, por
exemplo, os platelmintos não sejam eficientes, mas eles acabam apresentando limitações de crescimento e
forma.

Um sistema digestório completo, com boca para comer e ânus para eliminar os restos de comida, faz com
que os alimentos sejam melhor digeridos e os nutrientes absorvidos em maior quantidade. Um maior número
de tecidos embrionários indica um maior número de tecidos e sistemas nos organismos adultos, além da
melhor organização do formato do corpo.

Então, colocando os conhecimentos em prática, isso significa que os poríferos são “os menos evoluídos”?
Não! Apenas que eles têm menos características adaptativas, ou seja, são organismos que, mesmo sem
sistemas e com limitações de sentidos e locomoção, ainda conseguem sobreviver no ambiente marinho onde
vivem.

Irradiação adaptativa e convergência evolutiva


Os órgãos dos animais podem ser classificados de acordo com sua proximidade evolutiva. Animais
apresentam órgãos homólogos quando eles compartilham um ancestral em comum, mesmo que este órgão
tenha função diferente nestes animais. Como exemplo, temos o braço humano, a barbatana de baleia e a asa
de morcego – todos estes animais compartilham um ancestral mamífero.

3
Biologia

Estruturas homólogas podem ou não apresentar a mesma função, porém todas apresentam a mesma ancestralidade. No caso da
imagem, todos os animais apresentam um ancestral mamífero.

Os órgãos são considerados análogos quando os animais não têm parentesco evolutivo, mas os órgãos
possuem mesma função. Por exemplo, temos a asa de inseto e asa de ave – os insetos são invertebrados
artrópodes, e as aves são vertebrados, e estes dois grupos são evolutivamente distantes.

Desenho de uma asa de um inseto e a asa de uma ave. Ambas servem para voar, porém a asa do inseto é feita de quitina e nervuras e,
a asa da ave, de ossos e penas, demonstrando que essas estruturas análogas apresentam a mesma função, porém origens evolutivas
diferentes

4
Biologia

A modificação dos seres vivos pode acontecer por duas diferentes formas: irradiação adaptativa ou
convergência evolutiva. Na irradiação adaptativa, também chamada de divergência adaptativa, um ancestral
comum sofre com a ação da seleção natural conforme sua população aumenta de tamanho e se dispersa no
ambiente. Os descendentes desse ancestral apresentam características diferentes, mas todos possuem uma
mesma origem evolutiva. Na irradiação, podemos observar a presença de órgãos homólogos.

Podemos observar a diversidade de mamíferos como exemplo de irradiação adaptativa. De um ancestral terrestre comum, novas
espécies surgiram a partir da conquista de novos ambientes e ação da seleção natural. Por conta disso, temos animais com
adaptações para voar (morcegos), nadar (baleia), correr (gatos e cavalos), suportar altas temperaturas (camelo), dentre outras.

A convergência evolutiva, também chamada de convergência adaptativa, ocorre quando espécies


evolutivamente distantes têm características semelhantes. Essa similaridade na aparência dos organismos
ocorre porque eles vivem em um mesmo ambiente, e não por causa de serem evolutivamente próximos. Como
exemplo, temos o formato fusiforme no corpo de animais que vivem em ambiente marinho. Na convergência,
podemos observar órgãos análogos.

Exemplos de animais aquáticos com aparências similares. A) Golfinho; B) Réptil aquático já extinto; C) Peixe ósseo; D) Pinguim.
Disponível em: FCMMG 2015, questão 50.

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Biologia

Complemente seus estudos com este mapa mental sobre evolução! Você pode assistir o vídeo com a
explicação do desenho clicando aqui.

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Biologia

Exercícios de fixação

1. O que é a evolução?
a) A formação de novas espécies ao longo do tempo
b) A modificação dos organismos ao longo do tempo
c) A similaridade física entre organismos de diferentes locais
d) A capacidade dos organismos se modificarem para sobreviver

2. Qual a função do registro fóssil, enquanto evidência da evolução?


a) Comparar os diferentes estágios de desenvolvimento dos embriões
b) Servir como fonte de investigação dos genes das espécies
c) Provar que animais que já foram extintos eram diferentes dos animais atuais
d) Indicar quais sistemas estão presentes nos grupos animais atuais

3. Qual vantagem de se ter um sistema circulatório?


a) Maior absorção de nutrientes
b) Melhor transporte de oxigênio
c) Menor número de sistemas adultos
d) Menos agilidade no transporte de gases

4. Como podemos identificar órgãos homólogos em animais diferentes?


a) Se os órgãos têm a mesma função
b) Se os animais têm o mesmo ancestral comum
c) Se os órgãos têm anatomia semelhante
d) Se os animais forem fósseis

5. O que podemos observar quando ocorre a convergência evolutiva?


a) Animais não aparentados possuem forma de corpo semelhante
b) Animais aparentados ficam diferentes por ação da seleção natural
c) Não ocorre nenhuma alteração do grupo ao longo do tempo
d) Observamos órgãos homólogos em animais que sofreram irradiação

7
Biologia

Exercícios

1. (Prefeitura Municipal de Mairinque) A nadadeira dos golfinhos e as asas dos morcegos, apesar de
serem bastante distintas e serem adaptadas para funções diferentes, possuem origem embrionária
semelhante. Por essa razão, podemos dizer que se trata de órgãos:
a) homólogos.
b) análogos.
c) vestigiais.
d) divergentes.

2. (UECE, 2018) Segundo o evolucionismo, o processo de formação de novas espécies é denominado de


a) especiação.
b) divergência adaptativa.
c) deriva gênica.
d) adaptação.

3. (Udesc, 2017) Um tubarão e um golfinho possuem muitas semelhanças morfológicas, embora


pertençam a grupos distintos. O tubarão é um peixe que respira por brânquias, e suas nadadeiras são
suportadas por cartilagens. O golfinho é um mamífero, respira ar atmosférico por pulmões, e suas
nadadeiras escondem ossos semelhantes aos dos nossos membros superiores. Portanto, a
semelhança morfológica existente entre os dois não revela parentesco evolutivo. Eles adquiriram essa
grande semelhança externa pela ação do ambiente aquático que selecionou nas duas espécies a forma
corporal ideal ajustada à água. Esse processo é conhecido como
a) isolamento reprodutivo.
b) irradiação adaptativa.
c) homologia.
d) alopatria.
e) convergência adaptativa.

8
Biologia

4. (G1-CPS, 2014) Em 1831 a bordo do navio Beagle, Charles Darwin, naturalista inglês, iniciou uma viagem
de exploração científica pelo mundo, durante a qual fez importantes observações dos seres vivos que
resultaram na publicação do livro A origem das espécies por meio da seleção natural. Nesse livro,
considerado um dos mais importantes da história da Biologia, Darwin apresentou sua teoria sobre a
evolução das espécies – o darwinismo –, que se baseia principalmente nas seguintes ideias: Todos os
seres vivos descendem, com modificações, de ancestrais comuns. Os indivíduos com características
mais vantajosas são selecionados naturalmente para a reprodução. Entre as muitas evidências
apontadas como provas da evolução dos seres vivos, Darwin destacou os fósseis que encontrou em
vários países por onde passou. Na Argentina, por exemplo, descobriu o fóssil de um bicho preguiça
gigante com mais de 3 metros de comprimento. Essas descobertas, entre outras, ajudaram a concluir
que nosso planeta foi habitado por organismos diferentes dos atuais e que muitas espécies recentes
têm semelhanças com esses organismos, o que é um forte indício de parentesco evolutivo.

De acordo com o texto, é correto afirmar que:


a) a descoberta de fósseis foi um fator que dificultou a comprovação da teoria evolucionista de
Darwin
b) o darwinismo se baseou no estudo de espécies que contradizem, até hoje, a teoria da seleção
natural
c) a teoria da origem das espécies, ao contrário do que Darwin esperava, não teve repercussão nos
estudos da Biologia
d) as características dos indivíduos são imutáveis ao longo das gerações, pois eles são cópias
idênticas dos seus ancestrais
e) os indivíduos não são exatamente iguais, apresentando diferenças que os tornam mais adaptados
ou menos adaptados ao ambiente

5. (EEEFM São Francisco Xavier) A seleção natural configura-se como o principal conceito dentro da teoria
da evolução proposta por Darwin. Observe as alternativas abaixo e marque aquela que indica
corretamente a ideia de seleção natural.
a) Os organismos mais fortes sobrevivem e transmitem essa característica para os seus
descendentes.
b) Os organismos mais fortes conseguem reproduzir-se e impedir a reprodução dos mais fracos.
c) Os organismos mais aptos são selecionados pelo meio e todos os organismos mais fracos são
extintos.
d) Os organismos mais aptos a sobreviver no ambiente apresentam maior chance de reprodução e
transmissão da característica vantajosa para os seus descendentes.
e) Apenas os organismos mais fortes reproduzem-se e produzem descendentes férteis.

9
Biologia

6. (UFGD, 2010) Há cerca de dois séculos começaram a surgir as primeiras explicações científicas para a
origem da biodiversidade hoje existente. As evidências disponíveis levam os cientistas a explicar a
variedade das espécies como resultado da evolução biológica. Os esqueletos de membros posteriores
(I) e a forma hidrodinâmica (II) apresentados nas ilustrações a seguir representam respectivamente os
conceitos de

a) órgãos homólogos e convergência evolutiva.


b) convergência evolutiva e divergência evolutiva.
c) órgãos análogos e órgãos homólogos.
d) analogia convergente e homologia divergente.
e) divergência análoga e convergência homóloga.

10
Biologia

7. (UNIFESP, 2009) Considere as seguintes proposições:


I. Os mais fortes sobrevivem independentemente da situação e do ambiente.
II. A seleção natural visa ao aperfeiçoamento da espécie e sua adaptação ao meio.
III. Não é possível compreender a adaptação desvinculada de informações sobre o ambiente e a
descendência.

Segundo os princípios do darwinismo e da teoria sintética da evolução, está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

8. (UFPR, 2009) Apesar de bastante criticadas na época em que foram postuladas, as idéias propostas
por Charles Darwin sobre o processo evolutivo dos seres vivos são hoje amplamente aceitas, uma vez
que outras evidências colhidas empiricamente corroboram a Teoria da Evolução.

Assinale a alternativa que NÃO expressa uma evidência dessa teoria


a) O estudo dos fósseis ao longo dos tempos geológicos mostra um aumento da complexidade das
formas de seres vivos.
b) As características apresentadas por sucessivas gerações, dentro de uma espécie, são herdadas
das gerações antecessoras.
c) Algumas estruturas corporais desenvolvem-se quando muito utilizadas ou atrofiam-se quando não
utilizadas, como por exemplo a musculatura dos animais.
d) Quando se estudam os genomas, observa-se uma grande semelhança entre espécies muito
próximas, como o homem e o chimpanzé.
e) O funcionamento bioquímico das células de todos os organismos é semelhante, sugerindo que
todos tiveram um ancestral comum.

11
Biologia

9. (UEA, 2017) Leia o gráfico para responder à questão.

Variação na espessura da concha de caracóis ao longo de períodos geológicos.

A variação na espessura da concha desses caracóis foi acompanhada pela modificação das
estratégias de captura de seus predadores.
De acordo com o gráfico e a teoria evolutiva de Darwin, é correto afirmar que, com o passar do tempo,
a) as conchas ficaram mais espessas para que os caracóis não fossem atacados pelos predadores.
b) os caracóis que tinham conchas mais espessas sobreviveram e se reproduziram.
c) os predadores induziram mutações nos caracóis, resultando em conchas mais espessas.
d) os caracóis produziram conchas mais finas para fugirem mais rápido dos predadores.
e) as conchas ficaram mais finas porque a população de predadores provavelmente diminuiu.

10. (Unicamp, 2013) Olhos pouco desenvolvidos e ausência de pigmentação externa são algumas das
características comuns a diversos organismos que habitam exclusivamente cavernas. Dentre esses
organismos, encontram-se espécies de peixes, anfíbios, crustáceos, aracnídeos, insetos e anelídeos.
Em relação às características mencionadas, é correto afirmar que:
a) O ambiente escuro da caverna induz a ocorrência de mutações que tornam os organismos albinos
e cegos, características que seriam transmitidas para as gerações futuras.
b) Os indivíduos que habitam cavernas escuras não utilizam a visão e não precisam de pigmentação;
por isso, seus olhos atrofiam e sua pele perde pigmentos ao longo da vida.
c) As características típicas de todos os animais de caverna surgiram no ancestral comum e
exclusivo desses animais e, portanto, indicam proximidade filogenética.
d) A perda de pigmentação e a perda de visão nesses animais são características adaptativas
selecionadas pelo ambiente escuro das cavernas.

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12
Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. B
A evolução é um processo em que ocorre a modificação dos seres vivos e suas características ao longo
do tempo.

2. C
Ao estudar fósseis de animais que já foram extintos, temos provas de que os seres que viviam
antigamente na Terra são diferentes dos atuais.

3. B
O transporte de oxigênio é mais eficiente em animais que possuem sistema circulatório.

4. B
Animais que compartilham um ancestral em comum possuem órgãos homólogos, tenham esses órgãos
a mesma função ou não.

5. A
Na convergência evolutiva, espécies não aparentadas têm características semelhantes pois vivem em
um mesmo ambiente.

Exercícios
1. A
Tanto golfinhos quanto morcegos são mamíferos, e por terem uma mesma ancestralidade, seus órgãos
são considerados homólogos, mesmo com uma função diferente.

2. A
A especiação é o processo de formação de novas espécies.

3. E
Convergência adaptativa é caracterizada pela adaptação de diferentes organismos a uma condição
ecológica igual, assim, as formas do corpo do golfinho, dos peixes, especialmente tubarões, são bastante
semelhantes, adaptadas à natação.

4. E
Ao falar que os “os indivíduos não são exatamente iguais, apresentando diferenças que os tornam mais
adaptados ou menos adaptados ao ambiente”, fala-se exatamente da teoria de seleção natural de Darwin,
onde os organismos possuem características diferentes que permitem uma melhor ou pior
sobrevivência. Com isso, podemos considerar esta última opção como correta.

5. D
Segundo o conceito de seleção natural, não é o mais forte que sobrevive, mas, sim, o mais apto: aquele
que apresenta características que lhe conferem vantagem no ambiente. O mais apto sobrevive e,
consequentemente, possui mais chance de reproduzir-se e produzir descendentes com as mesmas
características.

6. A
Em I observamos todos animais mamíferos, que apresentam mudança na quantidade de dedos, porém
todos descendem de um ancestral comum, indicando que essa variação é por irradiação adaptativa e os
órgãos são homólogos.

13
Biologia

Em II observamos animais de ambiente aquático, com forma de corpo semelhante apesar de não serem
evolutivamente próximos, o que é indicativo de convergência evolutiva.

7. C
I está incorreto pois os organismos que sobrevivem são aqueles mais aptos a sobreviver em
determinados ambientes, e não apenas por serem mais fortes.
II está incorreto pois a seleção natural visa selecionar indivíduos mais adaptados ao meio, sem promover
um aperfeiçoamento das características, mas sim selecionando as melhores dentre as que já existem.

8. C
O desenvolvimento da musculatura é uma modificação individual e depende do esforço do organismo
(ex. ir para a academia) e não é uma evidência de que a evolução acontece.

9. B
De acordo com a teoria de Darwin, da seleção natural, os organismos mais aptos sobrevivem, e
conseguem passar suas características através das gerações. Logo, caracóis que já tinham conchas
mais espessas sobreviviam, e aqueles com conchas finas morreram. Ao longo dos anos, a quantidade
de caracóis com conchas espessas se tornou maior.

10. D
Olhos pouco desenvolvidos seriam órgãos vestigiais, e como não há uma boa iluminação para enxergar
em ambientes de caverna, a pigmentação dos indivíduos também se perde ao longo das gerações por
não ser relevante para a sobrevivência dos organismos neste ambiente. Logo, a perda dos olhos e da
pigmentação ocorre por seleção natural no ambiente escuro de cavernas.

14
Filosofia

Para que serve a Filosofia?

Teoria

Utilidade das questões filosóficas


A pergunta: “Para que serve a Filosofia?”, é interessante, sobretudo, por dois motivos: primeiro porque não
vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, “Para que serve a Matemática?” ou “a Física?” Porém,
todo mundo acha natural perguntar: Para que serve a Filosofia?

Em segundo lugar, essa pergunta é interessante porque aponta para um dado curioso da nossa cultura e da
nossa sociedade: nós costumamos considerar que uma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma
finalidade prática, ou seja, uma utilidade imediata. Por isso, ninguém se pergunta para que servem as ciências,
pois, todos nós julgamos compreender, de algum modo, a utilidade dos produtos da técnica, bem como da
aplicação científica à realidade. O mesmo ocorre com as artes, que são entendidas como fundamentais para
a humanidade. No entanto, quando falamos de Filosofia, essa noção de utilidade não parece tão clara.

Vejamos essa questão de uma outra perspectiva: as ciências, por exemplo, têm o objetivo de produzir
conhecimentos verdadeiros, por meio de procedimentos rigorosos de pensamento. Esses conhecimentos nos
permitem agir sobre a realidade, através de instrumentos e objetos técnicos. Além disso, eles possibilitam
progressos nos conhecimentos já existentes, corrigindo-os e aumentando-os. Entretanto, para cumprir os
seus objetivos, é necessário pressupor que as ciências acreditam na existência da verdade, na existência de
procedimentos corretos para o bom uso do pensamento e na racionalidade dos conhecimentos, que podem
ser corrigidos e aperfeiçoados, etc.

Ora, a verdade, os procedimentos corretos para o bom uso do pensamento e a correção e o acúmulo de
saberes não são ciência propriamente, mas sim, questões filosóficas. Por isso, o trabalho dos cientistas
pressupõe o trabalho dos filósofos. Em outras palavras, o cientista não se preocupa se a verdade existe ou
não, ou se somos capazes de conhecê-la. Do mesmo modo, a ciência não se preocupa em estabelecer
procedimentos para o bom uso da razão. Quem formula e busca respostas para essas questões é a Filosofia.

Atitude filosófica: indagar


Com isso, podemos concluir que a Filosofia se traduz em uma espécie de atitude filosófica, que consiste em
indagar (“perguntar”). Assim, independentemente do conteúdo investigado, a Filosofia apresenta algumas
características básicas. Tais características são:
● Perguntar o que uma determinada coisa, valor ou ideia é. Ou seja, qual é a sua realidade ou natureza e o
que ela significa;
● Perguntar como uma determinada coisa, valor ou ideia é. Ou seja, qual é a sua estrutura e como ela se
constitui;
● Perguntar por que uma determinada coisa, valor ou ideia é. Ou seja, qual é a sua origem, o que a causou.

1
Filosofia

Assim, a atitude filosófica começa indagando o mundo que nos rodeia e as relações que nós mantemos com
ele. Porém, com o tempo, percebemos que todas essas questões se referem, de algum modo, à nossa
capacidade de conhecer e de pensar. Nesse momento, as questões da Filosofia se dirigem ao próprio
pensamento: o que é pensar, como é o pensar, por que há o pensar?

Reflexão filosófica
Quando o pensamento se volta para si mesmo, buscando conhecer-se, para indagar como é possível o próprio
pensamento, temos uma reflexão filosófica. Contudo, além de pensar, nós também agimos e nos
relacionamos com os outros seres (humanos e não-humanos) por meio da linguagem. Por isso, de acordo
com Marilena Chauí, a reflexão filosófica se organiza em três grandes conjuntos de perguntas:

1. Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os
motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que
fazemos?
2. O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer
quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?
3. Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a
intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000. p. 12.

Note que enquanto a atitude filosófica começa indagando: O que é? Como é? Por que é?, dirigindo-se ao
mundo que nos rodeia e buscando estabelecer a essência, a significação, a estrutura e a origem das coisas,
a reflexão filosófica indaga: Por quê? O quê? Para quê?, dirigindo-se ao pensamento e buscando investigar a
capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.

Vale lembrar que as indagações propostas pela Filosofia não se realizam ao acaso, mas sim de modo
sistemático. Ou seja, a Filosofia trabalha com enunciados rigorosos, dotados de encadeamento lógico entre
si. Além disso, ela opera com conceitos e ideias obtidos por procedimentos de demonstração e prova e que
exigem uma fundamentação racional.
Por fim, respondendo à pergunta que fizemos no início, a Filosofia serve para nos fazer abandonar os
preconceitos e a ingenuidade do senso comum; para que nós possamos compreender a significação do
mundo, da cultura (nas artes, nas ciências, na religião, na política etc.), da história e, mais ainda, para nos
tornarmos conscientes de nós mesmos e das nossas ações.

2
Filosofia

Exercícios de fixação

1. A atitude filosófica consiste em


a) Ignorar.
b) Indagar.
c) Aceitar.
d) Perdoar.

2. A atitude filosófica começa


a) indagando a religião.
b) indagando a ciência.
c) indagando as artes.
d) indagando o mundo à nossa volta.

3. As indagações propostas pela Filosofia se realizam


a) de modo sistemático.
b) de modo assistemático.
c) de modo automático.
d) de modo acrítico.

4. A reflexão filosófica é quando o pensamento


a) indaga a religião.
b) indaga o mundo à nossa volta.
c) indaga o próprio pensamento.
d) indaga a ciência.

5. Explique para que serve a Filosofia.

3
Filosofia

Exercícios

1. (SP-IBC 2013, adaptada) Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de
retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo,
interrogando a si mesmo. A reflexão filosófica:
a) é radical porque é um movimento de volta do pensamento. Sobre si mesmo para conhecer-se a si
mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.
b) é parcial porque é um movimento de volta do pensamento. Sobre si mesmo para conhecer-se a si
mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.
c) é radical porque não contempla movimento de volta do pensamento. Nem sobre si mesmo para
conhecer-se a si mesmo, nem para indagar como é possível o próprio pensamento.
d) é funcional porque não contempla movimento de volta do pensamento. Nem sobre si mesmo para
conhecer-se a si mesmo, nem para indagar como é possível o próprio pensamento.
e) é irrelevante porque não contribui para o desenvolvimento do senso crítico. Além disso, não
promove o avanço da ciência.

2. (SP-IBC 2013) A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou
questões.
Fazem parte deste grupo de reflexão, Exceto:
a) Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é,
quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que
dizemos, fazermos o que fazemos?
b) O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que
queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos
ou fazemos?
c) Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é,
qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?
d) Quando pensamos o que pensamos, quando agimos, quando refletimos sobre as questões
estamos filosofando.

4
Filosofia

3. As indagações filosóficas se realizam de modo sistemático. Que significa isso?


a) Significa que a Filosofia não trabalha com enunciados precisos e rigorosos, não busca
encadeamentos lógicos entre os enunciados, pois opera somente com senso comum cuja
demonstração não se prova, nem exige a fundamentação racional.
b) Significa que a Filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos
lógicos entre os enunciados, opera com conceitos ou ideias obtidas por procedimentos de
demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado.
c) Significa que os enunciados precisos e rigorosos buscam encadeamentos do senso comum, e
opera com ideias obtidos por procedimentos sem necessidade de demonstração e prova.
d) Significa que a precisão e o rigor buscam encadeamentos metafísicos entre os enunciados, sem
nunca operar com conceitos ou ideias obtidas por procedimentos de demonstração e prova.
e) Significa dizer que a Filosofia é subjetiva e emocional, uma vez que não existem verdades
absolutas e que tudo é relativo.

4. (CESPE/CEBRASPE 2017) Perguntaram, certa vez, a um filósofo: "Para que Filosofia?". Ele respondeu:
"Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações".
Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000, p. 9
Considerando-se o fragmento de texto precedente e a concepção filosófica do saber, é correto afirmar
que uma atitude filosófica elementar implica em
a) deixar de indagar sobre o que são as coisas, a consciência, os comportamentos da vida cotidiana,
os valores.
b) questionar o porquê da existência e da natureza humana, tendo por base uma autoridade
previamente estabelecida, transcendente ou divina.
c) confirmar nossos juízos e intuições, acolhendo as pretensões do senso comum, o qual não guarda
uma diferença considerável da filosofia.
d) confundir a filosofia com a ciência, conhecimento objetivo e quantitativo que se pretende
homogêneo e universal e responde praticamente a todas as questões filosóficas.
e) problematizar o senso comum, os preconceitos bem como duvidar de fatos e ideias
aparentemente indubitáveis presentes na experiência cotidiana.

5. (INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO 2009) A atitude filosófica inicia-se indagando "O que é?", "Como é?", "Por
que é?", "Para que é?", dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e
com ele se relacionam. Estas são perguntas sobre:
a) A essência, a significação, a origem e a finalidade de todas as coisas;
b) O conhecer, o falar, o pensar e o agir, próprios dos seres humanos;
c) A capacidade, a finalidade, o conceito e a origem do mundo;
d) Os motivos, as razões, as causas e os interesses para pensarmos;
e) O conteúdo, o sentido, a intenção e a finalidade do que pensamos.

5
Filosofia

6. (UEG 2013, adaptada) O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações,
nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais
procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução
histórico-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e
perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se
afirmar que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos,
das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu
nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e
exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são
impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou
invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela
codificação mítica.
e) Surge quando o ser humano compreende o seu lugar no cosmo, de modo a aceitar a ordem
universal estabelecida por Zeus.

7. Podemos dizer que o filósofo busca entender a essência das coisas, o significado de tudo, a origem e
a finalidade de todas as coisas. O filósofo é aquela pessoa que não está satisfeita com o que conhece.
Ele, o filósofo, busca questionar aquilo que é entendido por todas as pessoas como algo comum.
Para que possamos questionar sobre as coisas que nos cercam, devemos:
a) Esperar até que o melhor momento surja para então começarmos a pensar.
b) Assumir uma postura relaxada e confortável quanto aos fatos que nos cercam.
c) Aceitar tudo ao nosso redor como sempre foi.
d) Acreditar na Ciência e na Religião, ambas já responderam tudo o que precisávamos saber.
e) Assumir uma postura crítica diante dos fatos; chamamos isso de atitude filosófica.

6
Filosofia

8. (FSADU 2011) O saber filosófico propicia, não só um enriquecimento intelectual, mas, pela aprofundada
aquisição do senso crítico, desenvolve a capacidade de entender as mais variadas situações vividas na
realidade contemporânea e conduz a pessoa a se posicionar de forma coerente e consequente.
Assinale a alternativa CORRETA, que contempla a decisão tomada com base no senso crítico.
a) Viver em sociedade com a pluralidade das diferenças requer que estejamos atentos às afirmações
feitas, às circunstâncias vividas, às normas, e, por meio de um diálogo investigativo, estar em
busca das verdades, às vezes encoberta.
b) A manifestação das ideias, as informações recebidas via meios de comunicação, os fatos que
acontecem são assinalados como aquilo que naturalmente ocorre sem que haja dubiedade.
c) Na construção e amadurecimento do ser-pessoa, a real compreensão da realidade, a
problematização dos aconteceres, o direcionamento consciente do agir, nem sempre estão
presentes.
d) Nos mais diversos contextos em que vivemos, os valores neles presentes e as normas sociais
estabelecidas são suficientes para o nosso agir ponderado, sempre reflexivo-crítico.
e) O imenso corpo de informações acumuladas e compartilháveis que possuímos sobre o mundo
tem-nos sido transmitido por outrem e de todas essas informações temos certeza.

9. (SAD/MT 2007, adaptada) Com respeito à correlação entre filosofia e ciência, assinale a opção correta.
a) O conhecimento científico busca as razões mais fundamentais de todas as coisas e pretende ser
objetivo, preciso e seguro.
b) O conhecimento filosófico é também teleológico.
c) O conhecimento mítico aparece quando se tem uma massa em crise, que resulta em uma
emotividade que conduz a conclusões metódicas e racionais.
d) A ciência é um conhecimento metódico e racional; a filosofia é um conhecimento sem método e
supra-racional.
e) O conhecimento científico é subjetivo e não produz nenhum resultado prático.

7
Filosofia

10. (SAD/MT 2007, adaptada) Tendo em vista a contribuição das aulas de filosofia para o desenvolvimento
do senso crítico do aluno, assinale a opção correta.
a) Apenas o conhecimento dos filósofos europeus e a repetição das ideias dos filósofos para o seu
correto entendimento são importantes.
b) A inteligência crítica dos problemas filosóficos deve ser o único objetivo a ser perseguido pelos
professores de filosofia do ensino médio.
c) A filosofia é um saber ornamental, pois é o conhecimento que com o qual ou sem o qual se torna
tal e qual.
d) A história da filosofia, inclusive a história da filosofia no Brasil, deve ser estudada para que,
conhecendo-se os principais problemas filosóficos, possam ser elaborados novos
questionamentos e soluções originais
e) A filosofia deve ser retirada da grade curricular do Ensino Médio, uma vez que não existem
filósofos brasileiros.

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8
Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
A atitude filosófica consiste em indagar ("perguntar", "questionar").

2. D
A atitude filosófica começa indagando o mundo à nossa volta.

3. A
As indagações propostas pela Filosofia se realizam de modo sistemático. Ou seja, como rigor e
buscando um encadeamento lógico, fundamentado na razão.

4. C
A reflexão filosófica é quando o pensamento indaga o próprio pensamento. Nesse momento, as questões
da Filosofia se dirigem ao próprio pensamento: o que é pensar, como é o pensar, por que há o pensar?

5. A Filosofia serve para nos fazer abandonar os preconceitos e a ingenuidade do senso comum; para que
nós possamos compreender a significação do mundo, da cultura (nas artes, nas ciências, na religião, na
política etc.), da história e, mais ainda, para nos tornarmos conscientes de nós mesmos e das nossas
ações.

Exercícios de vestibulares

1. A
A reflexão filosófica é radical, pois é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo. Note que a
palavra radical aqui significa que essa reflexão vai à raiz do modo como nós concebemos a realidade (o
pensamento).

2. D
A reflexão filosófica indaga o próprio pensamento a partir de três grandes conjuntos de perguntas, quais
sejam: "Por quê?", "O quê?" e "Para quê?". Desse modo, a alternativa D é a única que apresenta uma
exceção, pois a pergunta "Quando?" não faz parte da reflexão filosófica.

3. B
Dizer que as indagações filosóficas se realizam de modo sistemático, significa que a Filosofia trabalha
com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, opera com
conceitos ou ideias obtidas por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação
racional do que é enunciado e pensado.

4. E
A atitude filosófica implica sobretudo em indagar ("perguntar", "questionar") a realidade. Ou seja, em
problematizar o senso comum, os preconceitos bem como duvidar de fatos e ideias aparentemente
indubitáveis presentes na experiência cotidiana.

9
Filosofia

5. A
A atitude filosófica questiona o mundo à nossa volta, por meio de perguntas como: “O que é?”, “Como
é?”, “Por que é?”, “Para que é?”, com o objetivo de estabelecer a essência, a significação, a origem e a
finalidade de todas as coisas.

6. D
De acordo com o texto, a Filosofia surgiu quando o ser humano começou a exigir provas e justificações
racionais que validassem ou invalidassem suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da
verdade revelada pela codificação mítica.

7. E
Para que possamos questionar sobre as coisas que nos cercam, devemos assumir uma postura crítica
diante dos fatos; chamamos isso de atitude filosófica.

8. A
Tomar uma decisão com base no senso crítico requer que estejamos atentos às afirmações feitas, às
circunstâncias vividas, às normas, buscando sempre as verdades "encobertas", isto é, questionando
aquilo que parece óbvio.

9. A
O conhecimento científico pretende ser objetivo, preciso e seguro. Ou seja, as ciências têm o objetivo de
produzir conhecimentos verdadeiros, por meio de procedimentos rigorosos de pensamento. Esses
conhecimentos nos permitem agir sobre a realidade, através de instrumentos e objetos técnicos. Além
disso, eles possibilitam progressos nos conhecimentos já existentes, corrigindo-os e aumentando-os.

10. D
Para que os alunos desenvolvam o senso crítico, a história da filosofia, inclusive a história da filosofia no
Brasil, deve ser estudada para que, conhecendo-se os principais problemas filosóficos, possam ser
elaborados novos questionamentos e soluções originais.

10
Física

Introdução ao estudo da Física

Teoria

O que é a Física?
A palavra Física é de origem grega (physiké) e significa ciência que estuda a natureza. Não há dúvida de que
o primeiro contato do homem com a natureza foi estabelecido através sentidos, como a visão das estrelas,
do Sol, dos eclipses da Lua, dos arco-íris, dos raios cortando o céu numa noite chuvosa; do som dos trovões,
das ondas do mar; da sensação do calor das fogueiras, do Sol etc. A partir de então, o homem sentiu a vontade
de entender e explicar os inúmeros fenômenos do dia a dia como a queda de uma maçã, a solidificação da
água, a formação da imagem de uma árvore na água de um lago, o fato de uma roupa molhada secar ao Sol
ou de um pedaço de madeira flutuar na água.

É notório que, para sobreviver, o homem teve de observar e desvendar a natureza e, até hoje, ele tenta
compreender e descrever os inúmeros fenômenos que acontecem ao seu redor. Com o passar dos anos, o
homem foi acumulando conhecimento e, hoje, o avanço tecnológico e científico é tal que conectados com o
mundo via internet, podemos assistir a um jogo que está se passando na Itália, pois suas imagens são
transmitidas via satélite; acompanhamos todo o crescimento de um feto desde os primeiros dias no útero de
sua mãe através da ultrassonografia e podemos observar com clareza suas feições e movimentos.

Bem, não há dúvida de que a Física é uma ciência de conteúdo vasto e fronteiras não muito definidas e
desvendá-la é sempre uma tarefa fascinante.

Os ramos da Física
O estudo da Física é dividido em diversos ramos dos quais destacaremos os seguintes:
• Mecânica: estuda os fenômenos relacionados ao movimento dos corpos, as forças que nele atuam e as
condições nas quais o movimento não ocorre, isto é, quando há equilíbrio estático.
A queda de uma maçã, a colisão de dois carros num cruzamento, o movimento da Lua em torno do Sol,
a flutuação de um navio na água, entre outros, são assuntos da Mecânica. Esse ramo da Física apresenta
um amplo campo de aplicação prática e está presente nas grandes construções, como pontes, edifícios
e viadutos, nos meios de transporte, como o ônibus, o metrô, o avião, a bicicleta e também em inúmeros
utensílios que usamos como alicates, facas, roldanas etc.

• Óptica: estuda os fenômenos relacionados à luz como o arco-íris, a formação das imagens fornecidas
pelos espelhos e lentes, lunetas, microscópios e projetores de slides, a “quebra” do lápis quando ele é
parcialmente imerso em água, os eclipses do Sol e da Lua, a formação de sombra e penumbra e, também,
estuda o olho humano e seus defeitos como a miopia, a hipermetropia, a presbiopia etc.

• Termologia: estuda os fenômenos relacionados ao calor, chamados de fenômenos térmicos, como a


variação de temperatura de um corpo, a dilatação ocorrida nos sólidos, líquidos e gases quando são
aquecidos, a mudança de estado físico de uma substância etc.
A termologia também apresenta um vasto campo de aplicação prática como a máquina a vapor que,
quando surgiu, revolucionou os meios de transporte da época, o motor do automóvel, a geladeira, o
aparelho para refrigerar o ar, o fogão, o termômetro etc.

1
Física

• Eletricidade: estuda os fenômenos elétricos como, por exemplo, a eletrização, a atração e repulsão entre
corpos eletrizados, as descargas elétricas que cortam o céu numa tempestade, a corrente elétrica etc.
Este ramo da Física também estuda os fenômenos magnéticos como as interações entre os ímãs, o
campo magnético que eles geram etc.
Da ligação entre os fenômenos elétricos e magnéticos surgiu o eletromagnetismo e, com ele, o homem
criou o motor elétrico que está presente em inúmeros aparelhos domésticos como o ventilador, o
liquidificador, a máquina de lavar roupas etc.

• Ondas: estuda os fenômenos ondulatórios, dentre eles os sonoros, já que o som é uma onda, bem como
as propriedades das ondas que se propagam num meio material como as ondas do mar, as ondas nas
cordas de um violão etc.

Grandezas Físicas
Chamamos de grandezas tudo aquilo que pode ser medido e expresso através de um valor numérico e de
uma unidade.
Exemplos:
a) O comprimento de uma barra é uma grandeza.

Observe que esse comprimento é duas vezes maior que a unidade-padrão, que, neste caso, é o metro.

b) A massa da peça metálica mostrada abaixo também é uma grandeza.

Medir uma grandeza é determinar quantas vezes ela contém uma unidade de medida, arbitrariamente
escolhida como unidade-padrão.

Antigamente, as unidades de medida eram definidas aleatoriamente e cada país escolhia, de maneira
precária, suas unidades-padrão. Na Inglaterra, por exemplo, as unidades de comprimento eram derivadas das
partes do corpo do rei como a jarda, o pé e a polegada. Quando o rei morria ou era substituído, as unidades
mudavam. Não há dúvida de que isto gerava uma série de problemas, não só na Inglaterra, mas também nos
outros países dificultando as transações comerciais e científicas.

2
Física

Depois de várias tentativas para uniformizar as unidades, foi criado o sistema métrico decimal e, mais tarde,
ele foi reestruturado dando origem ao sistema internacional de unidades (SI). Nele, as grandezas
fundamentais da Mecânica, que são o comprimento, a massa e o tempo, apresentam as seguintes unidades:

Comprimento – metro (m)


Massa – quilograma (kg)
Tempo – segundo (s)

Nesse sistema, os múltiplos e submúltiplos das unidades são decimais, o que facilita as operações
matemáticas, e, para representar algumas potências de dez, foram adotados alguns elementos de formação,
como os que estão mostrados a seguir:

Elemento de Potência de Símbolo


formatação dez
Quilo 103 k
Mega 106 M
Giga 109 G
Deci 10−1 d
Centi 10−2 c
Mili 10−3 m
Micro 10−6 𝜇

Exemplos:
a) Um certo fenômeno natural ocorreu num intervalo de tempo Δ𝑡 = 0,000007 𝑠. Usando o elemento de
formação adequado, podemos escrever:

b) A potência de um motor é igual a 𝑃 = 5 ∙ 106 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠 (𝑊). Escrevendo com o elemento de formação mega,
iremos encontrar:

Classificação das grandezas físicas


As grandezas físicas são classificadas em grandezas escalares e vetoriais.

• Grandezas escalares: São aquelas que ficam bem definidas pelo valor numérico e pela unidade.
Exemplos:
a) O tempo de duração de um filme ⇒ 𝚫𝒕 = 𝟐𝒉
b) A massa de um corpo ⇒ 𝑴 = 𝟓 𝑲𝒈
c) A temperatura do corpo humano ⇒ 𝑻 = 𝟑𝟕 °𝑪

3
Física

• Grandezas vetoriais: São aquelas que, além do valor numérico e da unidade, necessitam, para serem
definidas, da direção e do sentido.
Exemplo:
A força peso atuando sobre um corpo ⇒ |𝑭⃗ | = 𝟐𝟎 𝑵

4
Física

Exercícios de fixação

1. Complete as lacunas abaixo:


a) A _____________________ estuda os fenômenos relacionados com o calor.
b) A _____________________ é o ramo da Física que estuda os fenômenos elétricos.
c) Os fenômenos ondulatórios são estudados no ramo da Física chamado de _________________.

2. Analise as seguintes afirmativas:


I. Uma grandeza escalar fica definida com o valor numérico e a unidade.
II. Massa, tempo, área, temperatura e volume são exemplos de grandezas escalares.
III. Uma grandeza vetorial fica definida com o valor numérico, a unidade, a direção e o sentido.
IV. As grandezas fundamentais da Mecânica são o comprimento, a massa e o tempo.

Assinale a alternativa correta:


a) Apenas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas I, II e IV são verdadeiras.
c) Apenas I, III e IV são verdadeiras.
d) Apenas III e IV são verdadeiras.
e) Todas são verdadeiras.

3. Quais são as grandezas fundamentais da Mecânica?

4. Quais são as unidades das grandezas fundamentais no sistema internacional?

5. Como são definidas as grandezas vetoriais?

5
Física

Exercícios

1. Os fenômenos relacionados com a luz são estudados em que ramo da física?


a) Óptica.
b) Cinemática.
c) Dinâmica.
d) Eletricidade.
e) Termologia.

2. Qual das opções abaixo não está representado no Sistema Internacional das Unidades?
a) 2 m
b) 102 kg
c) 30 s
d) 30 °C
e) 72 m/s

3. Qual das alternativas não é uma grandeza vetorial?


a) Velocidade.
b) Deslocamento.
c) Comprimento.
d) Força.
e) Aceleração.

4. Qual das alternativas abaixo apresenta pelo menos uma grandeza vetorial?
a) Tempo, comprimento e massa.
b) Comprimento, distância percorrida e temperatura.
c) Tempo, massa e força.
d) Massa, tempo e temperatura.

5. Como é escrito a potência de um motor igual a 𝑃 = 6 ∙ 103 𝑊 usando a prefixo quilo?


a) 0,6 kW
b) 6 kW
c) 60 kW
d) 600 kW
e) 6000 kW

6
Física

6. Um certo fenômeno ocorreu num intervalo de tempo Δ𝑡 = 0,005 𝑠. Como é escrito esse valor utilizando
o elemento de formação mili?
a) 0,005 𝑚𝑠
b) 0,05 𝑚𝑠
c) 0,5 𝑚𝑠
d) 5 𝑚𝑠
e) 50 𝑚𝑠

7. Duas cargas elétricas positivas de valor 2 cC e 4 μC estão separadas a uma certa distância. Marque a
alternativa que representa corretamente esses valores respectivamente:
a) 2 ∙ 10−1 𝐶 𝑒 4 ∙ 10−3 𝐶
b) 2 ∙ 10−2 𝐶 𝑒 4 ∙ 10−3 𝐶
c) 2 ∙ 10−2 𝐶 𝑒 4 ∙ 10−6 𝐶
d) 2 ∙ 10−1 𝐶 𝑒 4 ∙ 10−6 𝐶
e) 2 ∙ 10−2 𝐶 𝑒 4 ∙ 10−9 𝐶

8. Conhecendo o Sistema Internacional de unidades (SI), qual das alternativas abaixo representa
corretamente as unidades de massa, comprimento e tempo, respectivamente?
a) Grama, metro e hora.
b) Grama, quilômetro e segundo.
c) Quilograma, quilômetro e hora.
d) Quilograma, metro e segundo,
e) Grama, metro e segundo.

9. O peso de uma pessoa é igual a 540 N, sabendo que para o cálculo do peso utilizamos 𝑃 = 𝑚𝑔, e que
a aceleração da gravidade é 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 , temos a massa em gramas:
a) 54 g
b) 540 g
c) 5400 g
d) 54.000 g
e) 540.000 g

7
Física

10. Qual será o trabalho realizado sobre um objeto por uma força de 2,5 x 103 N que o puxa por uma
distância equivalente a 1 km? Admita que a força é paralela ao deslocamento e dê a resposta em MJ.
Obs: Considere que o trabalho é calculado: 𝑊 = 𝐹 ∙ 𝑑
a) 1,5
b) 2,5
c) 3,5
d) 4,5
e) 5,5

8
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. Respondendo:
a) Termologia.
b) Eletricidade.
c) Ondas.

2. E
De acordo com o que foi estudado nesse material todas as afirmativas estão corretas.

3. Comprimento, massa e tempo.

4. Metro, quilograma e segundo.

5. São aquelas que necessitam de um valor numérico e sua unidade, acompanhado de sua direção e sentido.

Exercícios
1. A
A óptica estuda os fenômenos relacionados com a luz como a arco-íris, a formação de imagens
fornecidas pelos espelhos e lentes, lunetas, microscópios e projetores de slides.

2. D
A temperatura, no Sistema Internacional, é medida em Kelvin (K).

3. C
O comprimento só depende do valor numérico e unidade, logo, é uma grandeza escalar.

4. C
A única grandeza que é vetorial entre as opções é a força, logo a resposta é a letra C.

5. B
Sabemos que “quilo” é descrito por: 103 , logo: 𝑃 = 6 𝑘𝑊.

6. D
Δ𝑡 = 0,005 𝑠 = 5 ∙ 10−3 𝑠 = 5 𝑚𝑠

7. C
Pelo estudo com o material sabemos que:
Centi → 𝑐 = 10−2
Micro → 𝜇 = 10−6

8. D
Pelo estudo desse conteúdo, sabemos que, pela Sistema Internacional de unidades, as grandezas de
massa, comprimento e tempo são, respectivamente, quilograma, metro e segundo.

9. D
Temos que: 𝑃 = 𝑚𝑔 ⇒ 540 = 𝑚 ∙ 10
𝑚 = 54 𝑘𝑔
Fazendo a conversão para gramas: 54.000 𝑔

9
Física

10. B
Utilizando os dados fornecidos no enunciado, sendo a distância em quilômetros, temos que fazer a
conversão para estar no SI, logo 𝑑 = 1𝑘𝑚 = 1 ∙ 103 𝑚
𝑊 = 𝐹 ∙ 𝑑 → 𝑊 = 2,5 ∙ 103 ∙ 1 ∙ 103
𝑊 = 2,5 ∙ 106 𝐽 = 2,5 𝑀𝐽

10
Física

Unidades do SI: Comprimento

Teoria

Unidades do S.I.
Unidades Básicas
Definiram-se sete grandezas físicas postas como básicas ou fundamentais. Por conseguinte, passaram a
existir sete unidades básicas correspondentes — as unidades básicas do SI — descritas na tabela, na coluna
à esquerda. A partir delas, podem-se derivar todas as outras unidades existentes. As unidades básicas do SI
são dimensionalmente independentes entre si.

Grandeza Unidade Símbolo


Comprimento Metro M
Massa Quilograma Kg
Tempo Segundo S
Corrente elétrica Ampère A
Temperatura termodinâmica Kelvin K
Quantidade de substância Mol mol
Intensidade luminosa Candela cd
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional_de_Unidades

Para mais informações sobre a correta escrita de unidades S.I. basta clicar aqui.
Se você tiver curiosidade sobre o assunto, pode acessar os seguintes links para um estudo mais aprofundado,
basta clicar nos nomes: inmetro, bbc, inovação tecnológica, scielo.
Repito: Somente se você tiver tempo e curiosidade, pois nada do que se encontra nos links acima será cobrado
numa questão de vestibular para você!

Principais Unidades de medida para comprimento


Tomando como base o S.I., vamos voltar ao ensino fundamental e relembrar que para convertermos a unidade
metro nos seus submúltiplos ou nos seus subdivisões, temos que:

1
Física

Exercícios de fixação

1. Diga a unidade do sistema internacional utilizada para comprimento.

2. A fim de medir o tamanho de uma mesa, qual o submúltiplo do metro mais adequado para esse
proposito? Justifique sua resposta.

3. A fim de medir o tamanho de uma ponte, qual o submúltiplo do metro mais adequado para esse
proposito? Justifique sua resposta.

4. Demonstre a taxa de conversão entre metro para quilometro.

5. Demonstre a taxa de conversão entre metro para milímetro.

2
Física

Exercícios

1. Fazendo a conversão de 12 km para metro, quantos obtemos?

2. Transforme a medida de 4,81 metros para milímetros.

3. 0,9 quilómetros equivale a quantos centímetros?

4. Determine quanto vale, em mm, 2dam.

5. Quanto vale, em hectômetro, 300 decímetros?

6. 43,4 centímetros equivalem a quantos decâmetros?

7. Se um cubo possui 2cm de altura, 2m de largura e 20mm de comprimento. Calcule cada uma dessas
grandezas em cm.

8. Calcule a soma de 3km + 20m, em quilómetro.

9. Para sair do ponto A e ir para o ponto B, um ciclista consulta um mapa e repara que a escala é 1/600
000 cm. Ao verificar a distância em linha reta entre os pontos A e B, ele encontra a medida de 1 cm.
Desse modo, a distância em quilômetros entre os dois pontos é de
a) 6000 dm.
b) 60 dm.
c) 6 hm.
d) 6 km.
e) 6 dam.

3
Física

10. (Prefeitura de Moreilândia, Agente Comunitário de Saúde 2020) Jéssica foi ao Armarinho de sua Cidade
comprar material para fazer um vestido, sua mãe pediu que trouxesse 2,8 metros de tecido. Ao ser
questionada sobre quantos centímetros iria querer, Jéssica respondeu que quer comprar:
a) 28 centímetros
b) 100 centímetros
c) 520 centímetros
d) 140 centímetros
e) 280 centímetros

Sua específica é exatas e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.

4
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. O metrô é a unidade padrão do sistema internacional para comprimento.

2. Para a medida de uma mesa, a unidade mais adequada pode ser tanto o centímetro quanto o milímetro.

3. Para a medida de uma ponte, a unidade mais adequada deve ser o quilómetro.

4. A taxa de conversão de metro para quilómetro.


1𝑚 = 0,001𝑘𝑚

5. D
A taxa de conversão de metro para milímetro.
1𝑚 = 1000𝑚𝑚

Exercícios
1. Se 1km = 1000m, 12km = 12000m.

2. Se 1m = 1000m, 4,81m = 4810mm

3. Se 1km = 100000cm, 0,9km = 90000cm.

4. Se 1dam = 10000mm, 2dam = 20000mm.

5. Se 1dm = 0,001hm, 300dm = 0,3hm.

6. Se 1cm = 0,001dam, 43,5cm = 0,0435dam

7. Para converter os valores em cm, notamos que apenas dois precisam ser convertidos.
2m = 200cm
20mm = 2cm

8. Para poder fazer a conta de soma, é necessário que ambos os valores estejam na mesma unidade. Pode
ser qualquer unidade, contando que esteja os dois na mesma.
3000m + 20m = 3020m = 3,02 km

9. D
A taxa de 1/600 000cm significa que a cada 1cm do mapa, temos o 600 000cm reais. Convertendo para
km teremos que 1cm equivale a 6km reais.

10. E
Convertendo de metro para centímetros, temos:
2,8m = 280cm.

5
Física

Função Afim na Universo da Física

Teoria

Função Afim
É toda função definida de R em R por

𝒚 = 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝒃

com a, b 𝜖 R e 𝑎 ≠ 0.

Exemplos:
• 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 6
• 𝑔(𝑥) = −3𝑥 + 4
3𝑥−2 3 2
• ℎ(𝑥) = = 𝑥−
5 5 5
• 𝑦 = 2 − 6𝑥
• 𝑓(𝑥) = 5𝑥

Se 𝑏 = 0, a função afim é chamada de função linear.


Exemplos:
• 𝑓(𝑥) = 2𝑥
• 𝑔(𝑥) = −3𝑥

1
Física

Gráfico da Função Afim


O gráfico de uma função afim é uma reta inclinada em relação aos eixos coordenados.
Veja, por exemplo, o gráfico de 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 3

𝒙 −1 0 1 2 3 4
𝒚 = 𝟐𝒙 − 𝟑 −5 −3 −1 1 3 5

Sabendo que o gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 é uma reta, obviamente só precisamos conhecer dois de seus pontos
para traçá-la. Esses pontos podem ser obtidos atribuindo-se dois valores arbitrários para x e determinando-
se suas imagens. Porém, dois pontos bastante convenientes são aqueles em que a reta corta os eixos.

2
Física

Assim, é importante você saber que:


• A reta corta o eixo Ox na raiz da função (𝑓(𝑥) = 0).
• A reta corta o eixo Oy no ponto definido por 𝑓(0).

Por fim, sendo 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, note que:


𝑓(0) = 𝑎 ∙ 0 + 𝑏 ⇒ 𝑓(0) = 𝑏
Desse modo, podemos dizer que a reta definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 corta o eixo Oy no ponto de ordenado b.
Veja como podemos construir o gráfico de 𝑓: 𝑹 ⇒ 𝑹 definida por 𝑓(𝑥) = −2𝑥 + 3.
A reta corta o eixo Oy no ponto de ordenada 3.
Cálculo da raiz de 𝑓(𝑥):
𝑓(𝑥) = 0
2
−2𝑥 + 3 = 0 ⇒ 𝑥 =
3

A reta corta o eixo Ox no ponto de abscissa 2/3.

Função Crescente e Decrescente


A função afim 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏

é crescente, se 𝑎 > 0
é decrescente, se 𝑎 < 0

3
Física

Função Afim na Física


• Relação entre posição e instante de tempo (Movimento Uniforme)
A cinemática é a parte da Física que estuda a descrição matemática dos movimentos. Por não envolver
leis físicas, a ênfase nesse conteúdo tem sido alvo de críticas por parte dos pesquisadores em ensino de
Física. Entretanto, trata-se de um conteúdo interessante para contextualizar o tema funções em
Matemática.
Vejamos uma situação real: um carro encontra-se inicialmente na posição 3 m de uma estrada retilínea
e se desloca com velocidade constante de 4 m/s. Podemos determinar posição em que ele se encontra
a cada instante de tempo.

Isso significa que a velocidade do carro é sempre de 4 m/s? Ora, interpretando o significado da unidade,
sabemos que o móvel percorre uma distância de 4 metros a cada segundo. Assim, concluímos que no
instante 1s sua posição será 7m (3 + 4), no instante 2s será 11m (7 + 4) e assim sucessivamente.
Podemos representar a relação entre a posição (s) do carro e o instante de tempo (t) de diversas
maneiras:

Tabela
𝒕 (𝒔) 0 1 2 3
𝒔 (𝒎) 3 7 11 15

Gráfico

4
Física

Função
𝒔 = 𝟒𝒕 + 𝟑

Naturalmente, conseguimos comparar logo com a função afim 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏. Evidencia-se assim,
através de um exemplo prático, que o termo independente (𝑏) está associado à posição inicial do móvel,
ou seja, é o valor de 𝒔 para 𝒕 = 𝟎, e que o coeficiente (𝑎), que multiplica a variável dependente, representa
a taxa de variação da posição, isto é, a velocidade do móvel, que no caso do nosso exemplo é 4 m/s.
Esse exemplo pode ser mais trabalhado. Variando os valores de velocidade e/ou posição inicial,
utilizando-se inclusive valores negativos, pode-se interpretar a influência de 𝑎 e 𝑏.

• Relação entre deformação e força elástica


Um dos efeitos da aplicação de forças é a deformação. Em Estática, parte da Física que estuda as
condições de equilíbrio dos corpos, a análise da relação força × deformação é fundamental para o
dimensionamento de estruturas e para a escolha dos materiais mais adequados para os diversos tipos
de esforços como tração, compressão, flexão ou torção.
Para entendermos melhor essa relação, que ficou conhecida como lei de Hooke, imaginemos a seguinte
situação: uma mola de peso desprezível, que possui 10cm de comprimento quando relaxada, é presa
verticalmente por uma de suas extremidades, como ilustra a figura abaixo. Um bloco de 50g de massa é
preso na mola, fazendo com que seu comprimento aumente para 11cm, ou seja, deformando-a 1cm.
Considerando válida a lei de Hooke, qual seria a deformação na mola, caso suspendêssemos um bloco
de 100g de massa? Como a força que tenciona a mola dobrou, sua deformação também será duas vezes
maior. Dessa forma, podemos prever que a deformação (x) da mola será de 2cm para um bloco de 100g,
de 3cm para um de 150g e assim sucessivamente (ver figura). A relação entre o peso do bloco suspenso
e a deformação provocada por ele é denominada constante elástica da mola (K). Para o exemplo abaixo,
a constante K vale 50𝑔𝑓/𝑐𝑚−1 , o que significa que são necessários 50gf de peso para cada centímetro
de deformação.

5
Física

Representando a relação entre força (F) e deformação (x) da mesma forma que o exemplo anterior:
𝒙 (𝒄𝒎) 0 1 2 3
𝑭 (𝒈𝒇) 0 50 100 150

Função
𝐹 = 50𝑥

Percebe-se que, nesse caso, a função não possui termo independente (ou seja, trata-se de uma função
linear), uma vez que, se a mola não estiver deformada (𝑥 = 0), ela não estará sujeita a nenhuma força
(𝐹 = 0). O coeficiente a (taxa de variação da função) é 50, indicando que são necessários 50gf de força
para cada centímetro de deformação.
Essa atividade também permite uma abordagem mais ampla. A variação da constante elástica da mola
evidencia a influência do valor de a para a função e permite relacioná-lo com a inclinação da reta no
gráfico. Nesse exemplo, utilizamos um esforço de tração, e valores negativos de x podem ser
interpretados como se a mola estivesse sujeita a um esforço de compressão. Uma interessante atividade
concreta também pode ser desenvolvida. Utilizando um copo de plástico, um elástico e uma escala
graduada, os alunos podem construir uma balança (dinamômetro) rudimentar. Para isso, basta
determinar a constante (K) do elástico, colocando um peso conhecido no copo e medindo a deformação
na escala (𝐾 = 𝐹/𝑥). Assim, é possível determinar o peso de outros corpos relacionando-os com a
deformação medida na escala (𝐹 = 𝐾𝑥). Vale ressaltar que a lei de Hooke é válida dentro de certos
limites e que, a partir daí, o dinamômetro não teria mais utilidade.

• Relação entre quantidade de calor e temperatura


Embora muitas vezes considerados sinônimos na linguagem do dia a dia, calor e temperatura são
conceitos cientificamente distintos. Temperatura é uma grandeza associada à energia interna de um
corpo ou sistema; é uma forma de se medir macroscopicamente um comportamento microscópico.
Através de um processo de comparação de estados fixos e interpolação, os físicos criaram as chamadas
escalas termométricas que são utilizadas para a medição da temperatura. As mais conhecidas e
utilizadas são as escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit.
Calor é uma forma de energia que pode ser transmitida entre dois corpos ou sistemas devido à diferença
de temperatura entre eles. Para o mesmo estado físico, a relação entre a quantidade de calor recebida
ou cedida por um corpo e a variação de sua temperatura, denominada capacidade térmica (ou calorífica),
é aproximadamente constante. Assim, também podemos representar a relação entre calor e temperatura
por uma função afim.
Sendo 𝑸 a quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo e 𝑻 a variação de temperatura nele
provocada, sua capacidade térmica C é a quantidade de calor necessária para variar de um grau a sua
temperatura, ou seja, 𝐶 = 𝑄/Δ𝑇. Essa mesma capacidade térmica pode ser obtida multiplicando-se a
massa pelo calor específico da substância que o constitui. Imaginemos que um corpo, cuja temperatura
inicial seja de 20ºC, receba calor de uma fonte térmica. Supondo que sua capacidade térmica seja de
50cal/ºC, podemos representar matematicamente uma relação entre a quantidade de calor absorvida
por ele e sua temperatura.

6
Física

Tabela
𝑸 (𝒄𝒂𝒍) 0 500 1000 1500
𝑻 (°𝑪) 20 30 40 50

Gráfico

Função
1
𝑇= 𝑄 + 20
50

O termo independente é 20, uma vez que essa é a temperatura inicial do corpo. À medida que este recebe
calor, sua temperatura aumenta de 1ºC para 50cal fornecidas. Assim, o inverso da capacidade térmica
representa a taxa de variação da função, ou seja, a temperatura varia de 0,02ºC por caloria de energia.
Quanto maior a capacidade térmica, e isso significa mais massa e/ou substância de maior calor
específico, menor será o ângulo da reta, pois o corpo precisará de mais energia para a mesma variação
de temperatura. Valores negativos de 𝑸 significam que o corpo perdeu calor e, consequentemente, sua
temperatura deverá diminuir.

7
Física

Exercícios de fixação

1. Considere a função: 𝑓(𝑥) = 4𝑥 − 12, responda:


a) A função é crescente ou decrescente? Justifique.
b) Qual o valor de a e de b?
c) Calcule 𝑓(−2).

2. Desenhe o gráfico da função: 𝑓(𝑥) = −2𝑥 + 3

3. Um corpo é suspenso em uma mola, a situação é descrita pela função 𝐹 = 100 ∙ 𝑥, o valor 100
representa:
a) Constante elástica
b) Deformação da mola
c) Massa do corpo
d) Força elástica

4. Um atleta ao ser submetido a um determinado treino específico apresenta, ao longo do tempo, ganho
de massa muscular. A função P(t) = P0 + 0,19 t, expressa o peso do atleta em função do tempo ao
realizar esse treinamento, sendo P0 o seu peso inicial e t o tempo em dias.
Considere um atleta que antes do treinamento apresentava 55 kg e que necessita chegar ao peso de
60 kg, em um mês. Fazendo unicamente esse treinamento, será possível alcançar o resultado
esperado?

5. Um móvel desloca-se de acordo com a seguinte função horária da posição:


𝑆 = 10 + 2. 𝑡
Assinale a alternativa que está correta em relação ao movimento desse corpo:
a) Posição inicial é igual a 2 m
b) Posição inicial é igual a 5 m
c) A velocidade do móvel é 2 m/s
d) A velocidade do móvel é 12 m/s

8
Física

Exercícios

1. Considere um móvel com velocidade constante, ou seja, movimento uniforme, representado pela
função, no Sistema Internacional de unidades:
𝑠 = 10 + 36𝑡
Qual o valor de sua velocidade:
a) 5 m/s
b) 10 m/s
c) 18 m/s
d) 36 m/s
e) 46 m/s

2. Qual a posição do móvel que se desloca em movimento uniforme de acordo com a função da posição
em relação ao tempo 𝑠 = 75 − 20𝑡 no instante de 10s?
a) 75 m
b) -75 m
c) 100 m
d) - 125 m
e) 125 m

3. Um corpo de massa 120g é pendurado em uma mola de constante elástica 𝑘 = 75 𝑔𝑓/𝑐𝑚, qual a função
representa esta situação?
a) 𝐹 = 120 ∙ 𝑥
b) 𝐹 = 120 ∙ 𝐾
c) 𝐹 = 75 ∙ 𝑥
d) 𝐹 = 75 ∙ 𝐾
e) 𝐹 = 195 ∙ 𝐾

4. Um móvel percorre 30 metros a cada segundo; supondo que partiu na posição inicial igual a 0, qual sua
posição após 45 segundos?
a) 30 m
b) 45 m
c) 75 m
d) 135 m
e) 1350 m

9
Física

5. (Cefet - MG - 2015) Um motorista de táxi cobra, para cada corrida, uma taxa fixa de R$ 5,00 e mais
R$ 2,00 por quilômetro rodado. O valor total arrecadado (R) num dia é função da quantidade total (x) de
quilômetros percorridos e calculado por meio da função R(x) = ax + b, em que a é o preço cobrado por
quilômetro e b, a soma de todas as taxas fixas recebidas no dia. Se, em um dia, o taxista realizou 10
corridas e arrecadou R$ 410,00, então a média de quilômetros rodados por corrida, foi de
a) 14
b) 16
c) 18
d) 20

6. O gráfico a seguir relaciona a posição de um móvel, em metros, com o tempo, em segundos. Assinale
a alternativa que indica corretamente a sua velocidade média.

a) 3 m/s
b) 2 m/s
c) 4 m/s
d) 30 m/s
e) 10 m/s

10
Física

7. (S1 - ifpe 2020) O faturamento na venda de lancheiras térmicas, na empresa BLA (Bolsas e Acessórios),
depende do preço de venda e do preço de custo. Considerando que a fórmula 𝐹(𝑥) = 100 ⋅ 𝑥 − 10.000
informe o faturamento da loja com a venda de 𝑥 lancheiras térmicas; que 100 ⋅ 𝑥 seja o valor arrecadado
após a venda das 𝑥 lancheiras; e que 10.000 seja o preço de custo na compra das 𝑥 lancheiras, quantas
lancheiras deverão ser vendidas para que o faturamento da empresa seja de 𝑅$ 40.000?
a) 30
b) 300
c) 400
d) 50.000
e) 500

8. (S1 - ifce 2020) Para cada número real 𝑥, a função 𝑓 é definida por 𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 7. Para os números 𝑚
e 𝑛, valem 𝑓(𝑚) = 𝑛 e 𝑓(𝑛) = 2𝑚. Para esses mesmos valores de 𝑚 e 𝑛, é verdade que 𝑚2 − 𝑛2 é igual
a
a) −8.
b) −9.
c) 16.
d) 23.
e) 41.

11
Física

9. (Encceja 2020) Os moradores de uma cidade terão uma nova opção sustentável para se deslocar: os
patinetes elétricos compartilhados. A empresa que está implantando o serviço fixou em R$ 4,00 o preço
para desbloquear e utilizar o equipamento por até dez minutos. Para cada minuto adicional será
cobrado um valor de R$ 0,50.

Qual gráfico representa a relação entre o valor total a ser pago por um usuário do patinete em função
do tempo de utilização?

a) b)

c) d)

12
Física

10. (Ufpr 2021)

O gráfico descreve o deslocamento em metros, em relação ao tempo em segundos, de duas partículas


A e B, ambas movendo-se em linha reta. A respeito dessas partículas, considere as seguintes
afirmativas:
1. A partícula B percorreu √50 metros em 7 segundos.
2𝑡
2. O deslocamento da partícula A é dado pela função 𝑥(𝑡) = 5 − .
7

3. As partículas A e B estão se aproximando ao longo do deslocamento.


4. A velocidade da partícula A é o dobro da velocidade da partícula B.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Sua específica é exatas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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13
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Respondendo:
a) Crescente, pois 𝑎 > 0, 4 > 0.
b) 𝑎 = 4, 𝑏 = − 12
c) Para 𝑥 = −2 ⇒ 𝑓(2) = 4 ∙ 2 − 12 = −4

2. Representando:

3. B
Para a função que descreve a força elástica, temos: 𝐹 = 𝑘 ∙ 𝑥, em que 𝑘 é a constante elástica, 𝑥 é a
deformação da mola e 𝐹 é a força elástica.

4. Resposta correta: Sim.


Substituindo o tempo indicado na função, podemos encontrar o peso do atleta ao final de um mês de
treinamento e comparar com o peso que se deseja alcançar.
Vamos então substituir na função o peso inicial (P0) por 55 e o tempo por 30, pois seu valor deve ser
dado em dias:

𝑃(30) = 55 + 0,19.30
𝑃(30) = 55 + 0,19.30
𝑃(30) = 55 + 5,7
𝑃(30) = 60,7
Assim, o atleta terá, ao final de 30 dias, 60,7 kg. Portanto, fazendo o treinamento será possível sim atingir
a meta.

5. C
Observando a equação:
𝑆 = 10 + 2. 𝑡
Temos que a posição inicial é 10 m (𝑠𝑜 = 10 𝑚) e a velocidade é 2 m/s (𝑣 = 2 𝑚/𝑠).

14
Física

Exercícios

1. D
O coeficiente (𝑎) que multiplica a variável dependente representa a taxa de variação da posição, isto é, a
velocidade do móvel, que, no caso do exercício, é 36 m/s.

2. D
Para esse caso, basta substituir na equação o valor de 𝑡 pelo instante informado:
𝑠 = 75 − 20 ∙ 10 → 𝑠 = 75 − 200 = −125 𝑚

3. C
A situação descrita representa a situação de uma força elástica, conforme já discutimos neste material;
logo, a função é: 𝐹 = 75 ∙ 𝑥, sendo 75 a constante elástica, que na função é a letra 𝑎 da função afim.

4. E
Na situação descrita temos a seguinte função: 𝑠 = 30. 𝑡; substituindo os 45s no lugar de 𝑡, temos:
𝑠 = 30 ∙ 45 = 1350 𝑚

5. C
Primeiro precisamos escrever a função R(x), e, para isso, precisamos identificar os seus coeficientes. O
coeficiente 𝑎 é igual ao valor cobrado pelo quilômetro rodado, ou seja, 𝑎 = 2.
Já o coeficiente b é igual à taxa fixa (R$5,00) multiplicada pelo número de corridas, que nesse caso é
igual a 10; logo, 𝑏 será igual a 50 (10.5).
Assim, R(x) = 2x + 50.
Para calcularmos os quilômetros rodados, temos que encontrar o valor do x. Como R(x) = 410 (total
arrecadado no dia), basta substituirmos esse valor na função:
410 = 2𝑥 + 50
2𝑥 = 410 − 50
2𝑥 = 360
𝑥 = 180

Portanto, o taxista rodou ao final do dia 180 km. Para encontrarmos a média, basta dividirmos 180 por
10 (nº de corridas). Descobriremos então que a média de quilômetros rodados por corrida foi de 18 km.

6. A
Observando o gráfico, podemos descrever a função afim, sendo 𝑣 a incógnita a ser descoberta. Logo,
escolhendo um dos pontos, temos:
8=2+𝑣∙2
2∙𝑣 =6
6
𝑣 = = 3 𝑚/𝑠
2

7. E
Para que o faturamento seja de 𝑅$ 40.000, devemos ter:
100𝑥 − 10000 = 40000
100𝑥 = 50000
∴ 𝑥 = 500

15
Física

8. B
𝑓(𝑚) = 𝑛 ⇒ 3𝑚 − 7 = 𝑛 ⇒ 3𝑚 − 𝑛 = 7
𝑓(𝑛) = 2𝑚 ⇒ 3𝑛 − 7 = 2𝑚 ⇒ −2𝑚 + 3𝑛 = 7

Podemos, então, considerar o seguinte sistema linear:


3𝑚 − 𝑛 = 7
{
−2𝑚 + 3𝑛 = 7
Resolvendo o sistema, obtemos:
𝑚 = 4 e 𝑛 = 5.
Portanto:
𝑚2 − 𝑛2 = 42 − 52 = 16 − 25 = −9

9. A
A função que representa o valor total a ser pago é dada por:
𝑓(𝑥) = 4 + 0,5𝑥
Sendo assim, o gráfico da alternativa A é o que corresponde à função obtida.

10. C
Vamos supor que o gráfico descreva a posição das duas partículas em função do tempo. Logo, a posição
da partícula 𝐴 em função do tempo 𝑡 é igual a
3−5
𝑥𝐴 (𝑡) = .𝑡 + 5
7−0
2
=− 𝑡+5
7

Por outro lado, a posição da partícula 𝐵 em função do tempo 𝑡 é


2−1
𝑥𝐵 (𝑡) = .𝑡 + 1
7−0
1
= 𝑡+1
7

[1] Falsa. Na verdade, tem-se que


𝑥𝐵 (7) − 𝑥𝐵 (0) = 2 − 1 = 1 𝑚
[2] Verdadeira. Conforme mostramos, e fazendo a ressalva da substituição da palavra deslocamento pela
palavra posição.
[3] Verdadeira. Supondo que as partículas se deslocam em uma mesma reta, a distância 𝑑 entre elas é
dada por
2 1
𝑑 =− 𝑡+5− 𝑡−1
7 7
3
= (4 − ),
7
28
Assim, entre os instantes 𝑡 = 0 e 𝑡 = 𝑠 as partículas se aproximam.
3
1 2 2
[4] Falsa. O dobro de 𝑚/𝑠 é 𝑚/𝑠. Porém, a velocidade da partícula 𝐴 é − 𝑚/𝑠.
7 7 7

16
Geografia

Conceitos básicos da Geografia e a linguagem cartográfica

Teoria

O que é e o que estuda a Geografia


A Geografia estuda o espaço geográfico, isto é, o espaço onde a humanidade vive e produz constantes
modificações, que é a superfície da Terra, onde diversos fenômenos (econômicos, políticos, ambientais etc.)
ocorrem. O espaço geográfico consiste na associação entre as sociedades e seu entorno, composto por
áreas em que predomina a natureza e outras cada vez mais transformadas pela ação humana. O conjunto de
imagens abaixo, da evolução da orla da cidade do Rio de Janeiro, exemplifica muito bem essa transformação
do espaço geográfico ao longo do tempo.

Sequência da evolução histórica da Praça XV, Rio de Janeiro, RJ.

Fonte: https://portalgeo.rio.rj.gov.br/estudoscariocas/download/2418_O%20Rio%20de%20Janeiro%20e%20sua%20orla.pdf. Acesso


em: 24/11/2021.

É possível inclusive associar uma dimensão espaço-temporal a essas transformações com base no nível
técnico da sociedade no tempo histórico. Na imagem de 2002 é possível observar prédios espelhados e
automóveis que definitivamente você não conseguiria observar 100 anos atrás, imagine 400 anos.
É importante destacar também que algumas sociedades, como os povos indígenas, possuem uma relação
muito mais “amigável” com a natureza, modificando-a muito pouco, enquanto a sociedade moderna que
nasceu com a Revolução Industrial (século XVIII) possui uma relação mais “destrutiva” com ela. Atualmente
é até possível falar de pressão política e civil para que essa relação se altere, o que abrange uma concepção
de desenvolvimento sustentável, isto é, um pensamento que busca o desenvolvimento econômico sem afetar
significativamente a disponibilidade dos recursos. Mas isso ainda será estudado em breve.
Mesmo que o homem tenha conseguido alcançar capacidades incríveis de alterar o espaço geográfico, a
natureza continua sendo a base da vida. Existem fenômenos naturais catastróficos e incontroláveis sobre os

1
Geografia

quais a humanidade possui pouco controle. Pense nos tremores de terra, geralmente de elevada magnitude,
como aqueles enfrentados pelo Japão. O país conseguiu desenvolver tecnologias avançadas de isolamento
sísmico, o que impede que tremores consigam derrubar os prédios, conforme é possível observar nos dois
vídeos abaixo.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=4K-z7TNMd7E e https://www.youtube.com/watch?v=uI2W_iLK6Vc. Acesso em:


24/11/2021.

Mesmo assim isso não impediu o grave acidente nuclear de Fukushima I, no litoral do Japão, em 11 de março
de 2011. A falha na usina ocorreu quando ela foi atingida por um tsunami (uma série de ondas) causado por
um terremoto de magnitude 8,7. Tal condição afetou o sistema de resfriamento da usina, resultando no
derretimento de 3 dos 6 reatores nucleares. Até hoje a área se encontra interditada.

Parte da usina nuclear de Fukushima — Foto: Valor. Fonte: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2012/07/05/desastre-nuclear-de-


fukushima-foi-falha-humana-diz-comissao.ghtml. Acesso em: 25/11/2021/

Assim, atualmente, podemos afirmar que o espaço geográfico dos nossos dias é, antes de tudo, o resultado
da ação dos homens sobre a natureza, sendo essa a fonte original de tudo o que existe, e a sociedade humana,
a responsável por transformá-la, resultando em uma natureza humanizada, reconstruída pela ação dos seres
humanos.

2
Geografia

Conceitos-chave da Geografia
Dando continuidade ao estudo, para analisar completamente esse espaço geográfico, objeto de estudo da
Geografia, é necessário compreender também quatro conceitos-chave, ou categorias de análise. São eles:

● Paisagem: é tudo aquilo que está ao alcance da vista. É resultado da


combinação dinâmica entre elementos naturais e antrópicos, em uma
dialética única, produzindo um conjunto indissociável, que é registro
da evolução de determinada sociedade. Pode ser uma paisagem
natural, que não sofreu alteração humana, ou uma paisagem cultural
ou alterada, na qual a intervenção humana é marcante.

Disponível em: https://upload.wikimedia.org/

● Região: porção do espaço que, relativamente, representa um todo


homogêneo, que se difere do seu entorno. A região é a superfície em
que predomina uma mesma paisagem, um mesmo processo. Existem
diferentes critérios para sua delimitação. Por exemplo, na
regionalização abaixo, Pedro Pinchas Geiger utilizou critérios
históricos e econômicos para criar uma regionalização específica do
Brasil, que se difere da regionalização oficial do IBGE em cinco
grandes regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul).

Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/

● Lugar: é resultado da relação subjetiva entre o homem e o espaço, na qual


se estabelece uma relação afetiva e identitária. Pode ser o bairro, a rua ou a
cidade pelos quais você possui um sentimento. Quem sabe a sua futura
universidade não seja o seu lugar favorito? Esse conceito pode ser
fortemente afetado pela indústria cultural, que, resumidamente, consegue
transformar tudo em mercadoria para consumo em larga escala, até os bens
culturais, como filmes, séries, livros, obras de arte e lugares. Pense em
qualquer obra cinemática ou literária famosa que tenha um lugar que você
queira visitar. A partir disso, consegue reconhecer o lugar ao lado? No filme
Up – Altas Aventuras, a história é marcada por um simpático idoso que sonha
em conhecer o Paraíso das Cachoeiras, que foi inspirado em um lugar real,
na fronteira da Venezuela com o Brasil.
Disponível em: https://static.tudointeressante.com.br/

3
Geografia

● Território: espaço delimitado por e a partir de relações de poder. O território consiste em uma área
delimitada por fronteiras, na qual um grupo, naquele momento, exerce alguma forma de poder, legítimo
ou não. Essa definição melhor atende à questão do Estado, isto é, organização política que controla o
território. Todavia, o território pode ser abordado a partir do conceito de nação, ou seja, conjunto de
pessoas que compartilham uma identidade, uma mesma origem étnica, idioma ou religião. Aquelas
nações que controlam um território formam um Estado-Nação. Porém, nem todas as nações controlam
um território. É o caso dos Curdos, que constituem a maior nação sem território. Eles até querem formar
seu Estado-Nação, o Curdistão, mas este está incluído no meio do território de outros Estados, o que se
configura em uma questão muito complexa.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50012988

Representação do espaço geográfico –


mapas
Definitivamente em alguma aula de Geografia do
passado você viu ou estudou um mapa. Eles são
fundamentais na representação do espaço
geográfico e são estudados desde o ensino
fundamental. Os mapas são uma forma de
linguagem que expressa determinado fenômeno.

Dica Enem
Muitos alunos sentem dificuldade em questões com mapas, gráficos e tabela. Essa dica funciona para todos
esses recursos. Tal como uma linguagem, a melhor forma de aprender é praticando. Então, após você estudar
os elementos de um mapa nesse material, não deixe de praticar. Quanto mais você estudar os mapas,
visualizá-los e entendê-los, mais você saberá falar a língua dos mapas!!

Assim, com os mapas você pode visualizar e explicar a localização dos fenômenos no espaço geográfico.
Mas eles não servem só para a Geografia. Outras áreas do conhecimento, como a Geologia, a História, a
Engenharia, também o utilizam, embora seja a Geografia a que mais se identifica com eles. Mesmo assim,
existe toda uma ciência voltada para elaboração e precisão dos mapas que é a Cartografia (carta = mapa;
grafia = escrita). Sobre ela você ainda irá estudar mais à frente de forma aprofundada. Todavia, para melhor
entender um mapa é necessário conhecer seus elementos. É como se fosse conhecer o alfabeto da língua
que você quer aprender.

4
Geografia

Elementos de um mapa

Fonte: https://www.coladaweb.com/geografia/elementos-de-um-mapa. Acesso em: 25/11/2021.

Um bom mapa precisar ter todos esses elementos:


● Título: descreve o fenômeno representado. Sua leitura deve começar por aqui.
● Símbolos: são convenções, como uma bola preta, para sinalizar uma cidade, ou uma linha, para identificar
uma estrada, ou um pequeno avião, para destacar um aeroporto.
● Legenda: é a explicação do significado dos símbolos do mapa, bem como o que o mapa está
representando.
● Escala: a escala é um recurso que permite representar um território real em uma folha menor. Para isso
é necessário usar uma relação matemática que possibilite reduzir a dimensão real do território à sua
representação em um mapa. A quantidade de vezes que a realidade foi reduzida (escala) pode ser
expressa de forma numérica (1:25.000) ou gráfica, conforme a imagem abaixo.

1 centímetro no mapa corresponde a 25.000 centímetros na realidade. É a mesma coisa


dizer que 1 centímetro no mapa corresponde a 250 metros, ou 0,25 quilômetros.

5
Geografia

● Orientação: é a forma para se localizar geograficamente no território. É representada por uma rosa dos
ventos, como no mapa acima, ou apenas por uma setinha e a letra N, indicando a direção norte. Veja
bem, fazer um mapa invertido, de “cabeça para baixo”, não está errado, desde que você sinalize essa
alteração por um símbolo de orientação, tal como destacado na imagem abaixo.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Invertida. Acesso em 25/11/2021

O mapa acima é um desenho à caneta e tinta do artista hispano-uruguaio Joaquín Torres García.
Denominado América Invertida, é possível considerá-lo um mapa corretamente elaborado, pois no topo
dele está indicado o Polo Sul, além de apresentar o paralelo do Equador e outras coordenadas
geográficas. Uma vez que a linguagem cartográfica é uma padronização, é possível subvertê-la, desde
que respeitando algumas regras básicas. Agora, caso o mapa apresentasse o Polo Norte na parte
superior, aí ele estaria errado, pois estaria indicando um lugar ou orientação incorreta.

6
Geografia

Exercícios de fixação

1. O conceito de espaço geográfico varia conforme a abordagem realizada. Mas, em geral, refere-se à
materialização da relação entre o homem e o meio.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Espaço Geográfico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/espaco-
geografico.htm. Acesso em 6 de fevereiro de 2021.

A partir da informação acima, pode-se afirmar que o espaço geográfico é o objeto de estudo de qual
ciência?
a) Geologia.
b) Geomorfologia.
c) Geografia.
d) Geopolítica.

2. A partir da concepção de espaço geográfico, um exemplo de espaço geográfico que NÃO sofreu uma
ação direta do ser humano é:
a) um rio utilizado para a geração de energia.
b) uma floresta totalmente conservada.
c) uma cidade altamente sustentável.
d) uma zona rural pouco habitada.
e) uma área de exploração de minérios.

3. Defina o que é paisagem e diferencie a paisagem cultura da natural.

4. Para que servem os mapas?

5. Relacione as colunas.
( ) Relação matemática entre o espaço real e a
(1) Título representação do espaço no mapa.
(2) Escala ( ) Indica a direção e a localização por meio da rosa
dos ventos ou de um elemento que indica o norte.
(3) Orientação
( ) Indica o tema que será retratado no mapa.
A ordem correta é:
a) 1, 2 e 3
b) 2, 3 e 1
c) 3, 2 e 1
d) 1, 3 e 2

7
Geografia

Exercícios

1. O estudo do espaço geográfico é fundamental para o entendimento do planeta e da sociedade em que


vivemos. A partir dos seus conhecimentos sobre o tema, pode-se indicar que o espaço geográfico é
formado por
a) lugares sem a presença humana.
b) cidades construídas pelo homem.
c) paisagens preservadas pelo homem.
d) regiões não urbanizadas do mundo.
e) paisagens naturais e humanas.

2. O que importa é que os geógrafos conceberam, na construção da Geografia, uma análise de conjunção
do natural e do humano, transformando o __________ em um conceito que expressa a articulação
natureza e sociedade, ou seja, constituíram um objeto de interface entre as ciências naturais e as
ciências sociais.
SUERTEGARAY. Dirce Maria Antunes. Notas sobre epistemologia da Geografia Cadernos Geográficos, n. 12 Florianópolis
GCN/CFH/UFSC, mai /2005

O conceito que completa adequadamente a lacuna acima ê


a) espaço geográfico.
b) lugar.
c) paisagem.
d) território.

3. “A soma do trabalho das gerações passadas dota esta categoria geográfica de uma historicidade cujo
resultado é um produto histórico-social: histórico porque foi constituído no decorrer do tempo histórico
ou pelas gerações que aí viveram ou se sucederam, e social porque é o resultado do trabalho conjunto
das pessoas que formam uma sociedade ou porque ele foi e é construído social mente".
Fonte: ADAS, M. Geografia: Construção do espaço geográfico brasileiro. São Paulo: Moderna, 2002.

Qual categoria geográfica o texto enfatiza?


a) Espaço geográfico.
b) Região.
c) Paisagem.
d) Lugar.

8
Geografia

4. Além do conceito de espaço geográfico, a Geografia utiliza outros conceitos, também chamados de
categorias, para subsidiar os seus estudos. São exemplos de conceitos utilizados para a análise
geográfica:
a) paisagem natural, rochas e minerais.
b) metrópole, megalópole e cidade global.
c) território, estado e sociedade.
d) território, paisagem e lugar.
e) paisagem natural e paisagem artificial.

5. A linguagem cartográfica é essencial à Geografia. Nesse âmbito, considere as afirmações a seguir.


I. O mapa é uma reprodução idêntica da realidade.
II. São elementos que compõem os mapas: escala, projeção cartográfica, símbolo ou convenção e
título.
III. A escala é a relação entre a distância ou comprimento no mapa e a distância real correspondente
à área mapeada.
Considerando as três assertivas, pode-se afirmar corretamente que:
a) apenas I é verdadeira.
b) apenas II é verdadeira.
c) apenas III é verdadeira.
d) apenas I e III são verdadeiras.
e) apenas II e III são verdadeiras.

6. Assinale a alternativa incorreta a respeito da escala, um dos elementos de um mapa:


a) Constitui a relação entre o espaço real e a representação no mapa.
b) Aponta a quantidade de vezes que o espaço real foi reduzido para ser representado no mapa.
c) A escala gráfica apresenta-se em números e a escala numérica a partir de linhas e traços.

9
Geografia

7. Janela indiscreta
Bem depois do desaparecimento da fonte
Que deu origem ao nome da minha rua Foi a vez do riacho
Vieram homens e máquinas
Esmagaram quintais, galinhas e hortas
Meteram a água em manilhas E cobriram tudo com cimento
Mais tarde, foi a vez das velhas casas
Vieram mais homens, outros homens
Que sequer sabiam que ali houve um riacho
E passaram suas barulhentas máquinas
Sobre as velhas casas e seus muros
Cobertos de hera e fantasmas
Os herdeiros dos velhos moradores
Não resistiram ao apelo imobiliário
(Dalila Teles Veras. Disponível em: <www.semasa.sp.gov.br/admin/biblioteca/docs/pdf/LIVRO_GEST_ED_AMB_V1.pdf>
acessado em: fev. 2007.)

A partir da análise do poema, pode-se argumentar que


a) os seres vivos procuram se adequar às condições do espaço geográfico.
b) a paisagem está cada vez mais condicionada à ação do homem e à sua técnica.
c) o homem permanece subordinado às leis fundamentais da natureza física.
d) a paisagem sofre alterações provocadas pela ação da água e das máquinas.
e) o homem possui uma tendência a preservar seu patrimônio histórico-cultural.

8. (Unemat 2011) Um dos grandes debates da Geografia, desde que esta alcançou o status de ciência,
entre o final do séc. XVIII e início do séc. XIX, tem sido alusivo ao seu objeto de estudo. Na atualidade,
tomando como referência argumentos de geógrafos como Milton Santos e Roberto Lobato Corrêa,
entende-se que a Geografia tem como objeto de estudo o espaço geográfico. Dessa forma, definimo-
la como “ciência da organização espacial”.
Sobre o conceito de espaço geográfico e sua abrangência no estudo da Geografia, assinale a alternativa
incorreta.
a) O espaço geográfico não constitui uma totalidade homogênea, uma vez que reflete as diferentes
singularidades da natureza e das dimensões do trabalho humano.
b) O espaço geográfico abrange, além dos elementos naturais e artefatos humanos, a rede de
relações criada por fluxo de pessoas, mercadorias, capitais e informações.
c) O espaço geográfico constitui uma totalidade homogênea, uma vez que reflete o resultado das
interações do trabalho humano e suas interações com a natureza.
d) O espaço geográfico é o produto material da interação, mediada pelas técnicas, entre as
sociedades e a superfície terrestre em que estão inseridas.
e) O espaço geográfico é dinâmico e está, ao mesmo tempo, organizando-se e reorganizando-se.
Nesse sentido é que se pode dizer que a Geografia analisa a organização espacial.

10
Geografia

9. (UFGO 2008) Para atingir o objetivo de ler e interpretar mapas, o leitor necessita de identificar e analisar
os elementos de representação cartográfica. Entre esses, a escala cumpre um papel importante, visto
que é a partir dela que se tem
a) a localização de um fenômeno na superfície terrestre.
b) a apresentação da superfície esférica no plano.
c) os diferentes fusos horários no globo.
d) a identificação dos diferentes hemisférios terrestres.
e) o nível de detalhes das informações representadas.

10. Em uma determinada condição natural de relevo, solo e clima, sociedades humanas de hábitos
tradicionais e mais simples organizam e produzem um determinado arranjo espacial e sobrevivem em
condições de vida modestas. Nesse mesmo ambiente natural, uma outra sociedade, com hábitos mais
sofisticados, com maior desenvolvimento tecnológico e com mais disponibilidade de recursos
financeiros, desenvolve suas atividades econômicas de modo mais intenso e, consequentemente,
define arranjos espaciais em território completamente diferente do primeiro grupo social.
(Jurandyr L. S. Ross. Ecogeografia do Brasil, 2009.)

As diferenças socioespaciais destacadas no excerto sugerem


a) a segregação econômica como fator determinante no uso e na ocupação dos espaços naturais.
b) o processo de definição de fronteiras a partir da expansão territorial de grupos sociais originários.
c) a influência dos fatores natural e cultural-econômico no processo de produção dos espaços.
d) o compartilhamento de soluções entre grupos sociais para ocupar áreas até então inóspitas.
e) a formação de Estados a partir da capacidade que cada grupo possui de transformação da
natureza.

Sua específica é humanas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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11
Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A Geografia estuda o espaço geográfico, isto é, o espaço onde a humanidade vive e produz constantes
modificações, que é a superfície da Terra, onde diversos fenômenos (econômicos, políticos, ambientais
etc.) ocorrem. O espaço geográfico consiste na associação entre as sociedades e seu entorno, composto
por áreas em que predomina a natureza e outras cada vez mais transformadas pela ação humana.

2. B
O espaço geográfico é produzido a partir da relação entre a natureza e a sociedade. Logo, a resposta é
“uma floresta totalmente conservada”, o que é exemplo de espaço geográfico que não sofreu uma ação
direta do ser humano, embora a emissão de dióxido de carbono desde a Revolução Industrial possa ter
afetado essa floresta, e por isso é possível falar de uma ação indireta.

3. Paisagem é tudo aquilo que está ao alcance da vista. É resultado da combinação dinâmica entre
elementos naturais e antrópicos, produzindo um conjunto indissociável, que é registro da evolução de
determinada sociedade. Pode ser uma paisagem natural, que não sofreu alteração humana direta, ou
uma paisagem cultural ou alterada, na qual a intervenção humana é marcante.

4. Os mapas funcionam como uma linguagem própria que possibilita visualizar e explicar a localização dos
fenômenos no espaço geográfico. Mas eles não servem só para a Geografia. Outras áreas do
conhecimento, como a Geologia, a História, a Engenharia, também o utilizam, embora seja a Geografia a
que mais se identifica com eles.

5. B
A associação correta é da letra B. Escala corresponde à relação matemática entre o espaço real e a
representação do espaço no mapa. A orientação corresponde à direção e à localização por meio da rosa
dos ventos ou de um elemento que indica o norte. Por fim, o título indica o tema que será retratado no
mapa.

Exercícios

1. E
O espaço geográfico é formado a partir da relação da sociedade e o meio ambiente. Desse modo, o
espaço geográfico contém paisagem natural e humana, à medida que as paisagens naturais são
transformadas pelo homem.

2. A
O termo que completa a lacuna corretamente é espaço geográfico, uma vez que esse termo expressa a
relação entre o homem e a natureza e as transformações existentes nessa relação.

3. A
O espaço geográfico pode ser considerado como a totalidade da superfície terrestre e é resultado do
trabalho humano (social, político, econômico) ao longo dos anos. Tal como Milton Santos fala, o espaço
é um "acúmulo de tempos".

12
Geografia

4. D
As categorias ou conceitos-chave são: paisagem, território e lugar. Vale ressaltar que, dependendo do
geógrafo, essas categorias podem ser mais amplas, adicionando-se conceitos como o de região.

5. E
O item I está incorreto, pois um mapa é uma redução da realidade, uma vez que ele utiliza o conceito de
escala para conseguir representar um fenômeno de dimensão real em uma folha de papel A4, por
exemplo.

6. C
A alternativa C está incorreta, pois a definição está trocada. A escala numérica apresenta-se em números,
e a gráfica, em linhas e traços.

7. B
O poema retrata a capacidade de o homem transformar a paisagem ao longo do tempo e como essa
transformação foi se intensificando ao longo da passagem do tempo no texto, o que revela essa
associação entre nível técnico e alteração da paisagem em tempo histórico.

8. C
O comando da questão pede uma alternativa incorreta; nesse sentido, a letra C está errada ao afirmar
que o espaço geográfico é homogêneo. No caso, é o contrário, o espaço geográfico é heterogêneo, pois
a transformação nunca é a mesma e está associada ao tempo e ao local.

9. E
A escala compreende o número de vezes que o real foi reduzido para caber em um mapa. Nesse sentido,
quanto maior a redução, menor é o nível de detalhes representados.

10. C
A diferença decorre do nível técnico de cada sociedade, o que se relaciona com o contexto cultural e
econômico, sem deixar de fora a dimensão natural como possibilidade de transformação. A alternativa
A está errada porque não ocorreu segregação, mas apropriações diferentes do espaço. Os itens B e E
não se relacionam com o texto. A alternativa D está errada porque não existiu compartilhamento.

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História

A interdisciplinaridade nas Ciências Humanas

Teoria

É bem comum separar as nossas áreas de estudo de acordo com cada matéria escolar, né?! Mas você já
parou para pensar porque alguns conteúdos caem juntos no mesmo dia do Enem e como você pode usar isso
a seu favor? Esse material tem a pretensão de mostrar como o Enem e os vestibulares, normalmente, são
provas que trabalham o conteúdo de Ciências Humanas de forma beeem misturada e interdisciplinar.
A interdisciplinaridade pode ser definida como:
“(...) a inter-relação entre as disciplinas, que trabalham de maneira conjunta, e não existe supervalorização de
nenhuma, a relação existente entre elas é a de auxiliar no desenvolvimento de ambas (...)”
Disponível em: SILVA, Camila Rosa. Interdisciplinaridade: conceito, origem e prática. Revista Artigos.Com, ISSN 2596-0253, Volume
3 - 2019.

Tamo junto e
misturado!

Assim, a interdisciplinaridade na prova no vestibular mostra como o aluno precisa ter capacidade de
correlacionar os conteúdos, contextualizar e analisar criticamente cada questão. Quando falamos sobre
Revolução Industrial, por exemplo, podemos apontar questões relativas a todas as matérias das ciências
humanas e, até mesmo, das ciências da natureza e da matemática. E se você quiser ir além, pode ainda
apontar tópicos relacionados a linguagens e a produção textual, sem dificuldade.
Se foi um processo que modificou completamente as bases produtivas, econômicas, culturais, sociais e
políticas de um determinado período, ele certamente possui diferentes formas de ser estudado. Essa
possibilidade de trabalhar um único tema de forma transversal, correlacionando o mesmo a todas as
disciplinas é conhecida como transdisciplinaridade.
Ampliando a lógica da interdisciplinaridade, que envolve a junção de duas ou mais disciplinas, a
transversalidade entende que no mundo real não existe a separação entre o saber x e o saber y (chama na
matemática aqui, bebê), porque a realidade não é fragmentada. A ideia é que através de uma visão pluralista,
o estudante consiga articular as diferentes formas de enxergar e conceber o mundo para conseguir acessar
o conteúdo de qualquer matéria de forma unificada e completa.

1
História

E cada vez mais, as provas de vestibulares e as escolas também investem na construção de um saber
interdisciplinar e/ou transdisciplinar com a intenção de ajudar o aluno a se enxergar e a visualizar o conteúdo
programático como uma parte integrante do seu cotidiano. Ou seja, o exame vai te cobrar muito mais do que
a capacidade de armazenar conteúdos, mas a habilidade de promover correlação entre eles e de pensar de
forma ampla sobre um mesmo assunto. A possibilidade de compreender um mesmo conteúdo sob diferentes
perspectivas pode te ajudar a resolver aquela questão que você não tem um conhecimento mais aprofundado,
por exemplo.
Assim, as matérias das Ciências Humanas que podem aparecer na sua prova de forma correlacionada são:
● História
● Filosofia
● Sociologia
● Geografia

Para conseguir mandar bem nas correlações, é importante contextualizar e sempre pensar que nada acontece
de forma beeem separadinha, porque é como a nossa vida: tudo junto e misturado. Além disso, abandona
essa ideia de que para estudar ciências humanas é preciso gravar datas, nomes e conceitos. Exquece! É
preciso entender e aprender a identificar os significados, as causas e consequências políticas, econômicas,
sociais e culturais de determinado tema que está sendo apresentado para você.
A fragmentação do conhecimento pode levar a uma ideia ilusória de que esses conteúdos de diferentes
matérias não estão interligados e não possuem qualquer tipo de vínculo, o que não é verdade. Se um
acontecimento pode modificar diversas áreas do saber, como vimos no exemplo da Revolução Industrial lá
em cima, ele também pode ser visto por diferentes perspectivas a partir de cada área que produz um tipo de
saber mais específico.
E como falamos lá em cima, as possibilidades de interdicisplinaridade são múltiplas e podem ocorrer não
apenas com as Ciência Humanas, damos enfoque nessa parte, pois são os conteúdos que caem juntos e
estão mais propensos a estarem de forma correlacionada. Mas lembrem-se: o nosso lema (e o do Enem) é:
pensamento crítico, bebê!
Dentro das Ciências Humanas, normalmente, alguns eixos temáticos são mais cobrados de forma
interdisciplinar/transdisciplinar, como:
● Movimentos sociais
● Cidadania
● Direitos humanos
● Culturas e tradições
● Economia e desenvolvimento
● Ciência e tecnologia
● Minorias sociais e étnicas
● Migração e urbanização
● Globalização e impactos ambientais
● Patrimônio, memória e identidade

2
História

Uma dica bem legal para tentar exercitar essa interdisciplinaridade é tentar já trazer para dentro dos seus
estudos a prática de explorar de forma diversa determinados temas. Assim, quando você estiver fazendo o
seu resumo, mapa mental ou apenas separando os principais tópicos do conteúdo você já pode ir fazendo
essa correlação entre o tema e as diferentes disciplinas em que ele pode ser cobrado.
Além disso, a relação entre duas disciplinas ou mais podem ser marcadas por um fator importante, a
atualidade. A prova de vestibular não está descolada da realidade em que vivemos e consequentemente, não
está alheia aos acontecimentos recentes do mundo. Portanto, explorar a interdisciplinaridade das disciplinas
em temas atuais pode facilitar a sua vida na resolução de questões e também na própria produção da redação,
já que pensar uma solução para uma situação-problema é uma das prerrogativas da mesma.
Agora, vamos juntos ver como isso funciona na prática?

Enem 2021 - Questão 43 - Prova Azul

Essa questão caiu na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do Enem 2021 e pode ser considerada
uma questão interdisciplinar, uma vez que misturou conteúdos que podem ser classificados como
pertencentes a literatura, português e a história. Se não conseguisse resolver por interpretação de texto e
através da identificação da relação entre o lirismo e a violência presente na tirinha, você poderia lembrar da
aula sobre escravidão no período moderno e recordar sobre as formas de resistência dos escravizados, que
incluem a fuga, por exemplo.

3
História

A questão cobrou tópicos que são muito caros ao Enem, como o processo de escravidão e as múltiplas
formas de resistência praticadas pelos escravizados no mundo moderno. Assim, o aluno poderia explorar o
lado histórico do tema para dar uma resolução à questão de linguagens.
● Gabarito: D
Na tirinha, o que configura lirismo e, ao mesmo tempo, violência, é a postura de resistência dos indivíduos
ilustrados na obra. As pessoas da narrativa representam os povos escravizados do Brasil Colônia que
manifestam o desejo de fuga do contexto em que estão inseridos. Para isso, falam sobre “enfrentar o
calunga”, “o mar que não acaba”, para “ficar juntos lá na outra terra”.

4
História

Exercícios de fixação

1. Um dos fatores importantes para a resolução de questões interdisciplinares é a:


a) idealização
b) separação
c) representação
d) contextualização

2. As disciplinas que compõem as Ciências Humanas e suas tecnologias são:


a) filosofia, sociologia, história e geografia
b) geografia, linguagens, sociologia e literatura
c) sociologia, literatura, história e geografia
d) história, geografia, literatura e linguagens

3. Para conseguir resolver uma questão interdisciplinar é importante:


a) olhar de forma isolada para cada conteúdo cobrado
b) explorar as múltiplas perspectivas de um mesmo assunto
c) entender especificamente sobre cada disciplina

4. Com as suas palavras, explique o conceito de interdisciplinaridade.

5. Leia e julgue a afirmativa:

“O estudo de temas da atualidade não pode ser visto como um tópico importante para a
interdisciplinaridade, uma vez que não cai na prova e não possui relevância para o estudante pensar o
conteúdo de múltiplas disciplinas a partir de acontecimentos recentes.”

( ) Certo
( ) Errado

5
História

Exercícios

1. (Enem 2020) A arte pré-histórica africana foi incontestavelmente um veículo de mensagens


pedagógicas e sociais. Os San, que constituem hoje o povo mais próximo da realidade das
representações rupestres, afirmam que seus antepassados lhes explicaram sua visão do mundo a
partir desse gigantesco livro de imagens que são as galerias. A educação dos povos que desconhecem
a escrita está baseada sobretudo na imagem e no som, no audiovisual.
KI-ZERBO, J A arte pré-histórica africana. In: KI-ZERBO, J. (Org) História geral da África, |: metodologia e pré-
história da África. Brasília: Unesco, 2010.

De acordo com o texto, a arte mencionada é importante para os povos que a cultivado por colaborar
para o(a)
a) transmissão dos saberes acumulados.
b) expansão da propriedade individual.
c) ruptura da disciplina hierárquica.
d) surgimento dos laços familiares.
e) rejeição de práticas exógenas.

2. (Enem 2019) O processamento da mandioca era uma atividade já realizada pelos nativos que viviam
no Brasil antes da chegada de portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo de
colonização portuguesa, a produção da farinha foi aperfeiçoada e ampliada, tornando-se lugar- comum
em todo o território da colônia portuguesa na América. Com a consolidação do comércio atlântico em
suas diferentes conexões, a farinha atravessou os mares e chegou aos mercados africanos.
BEZERRA,N.R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre as relações entre 0 Rio de Janeiro e
Benguela (1790-1830). Disponível em: www bn .br. Acesso em: 20 ago. 2014 (adaptado).

Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto exemplifica historicamente a


a) difusão de hábitos alimentares.
b) disseminação de rituais festivos.
c) ampliação dos saberes autóctones.
d) apropriação de costumes guerreiros.
e) diversificação de oferendas religiosas.

6
História

3. (Encceja 2017) Qualquer brasileiro que tenha passado pelo ensino fundamental provavelmente já ouviu
falar da cidade- Estado grega, do Império Romano, do feudalismo, da Revolução Francesa, das Guerras
Mundiais; de nomes como Nero, César, Napoleão, Hitler ou Stalin, mas dificilmente ouviu falar das
cidades- Estado Yorubas, ou de povos como os Haussa, Bakongo, Makonde, Xhosa e Swahíli. E da
rainha Nzinga, de Mussa Keita ou Samora Machel? Longe de querer fazer elogios a impérios e heróis
africanos, é preciso reconhecer a sua existência, apagada dos nossos livros escolares.
ZAMPARONI, V. Imagens da África no Brasil. In: BOTELHO, A.; SCHWARCZ, L. M. (Org). Agenda
brasileira: temas de uma sociedade em mudança. São Paulo: Cia. das Letras, 2011 (adaptado).

O uso da memória, criticado no texto, é um exercício de poder na medida em que:


a) reproduz a realidade de fatos passados
b) ignora a existência de certas sociedades
c) descreve a variedade de tradições culturais
d) questiona as consequências de alguns conflitos

4. (Encceja 20017) Somos todos iguais ou somos todos diferentes? Queremos ser iguais ou queremos
ser diferentes? Houve um tempo em que a resposta se abrigava segura de si no primeiro termo. Já faz
um quarto de século, porém, que a resposta se deslocou. A começar da segunda metade dos anos
1970, passamos a nos ver envoltos numa atmosfera cultural e ideológica inteiramente nova, na qual
parece generalizar-se a consciência de que nós somos diferentes de fato e de direito. É o chamado
“direito á diferença”, o direito à diferença cultural, o direito de ser, sendo diferente.
PIERUCCI, A. F. Ciladas das diferenças. São Paulo: Editora 34, 1999.

O autor apresenta uma característica das democracias contemporâneas. Essa característica combate
à exclusão social na medida em que:
a) possibilita que a cidadania seja estendida a grupos minoritários.
b) impede que a educação escolar promova a consciência de classe.
c) admite que a justiça elimine os desequilíbrios entre pobres e ricos.
d) obriga que as cotas garantam participação política aos marginalizados.

7
História

5. (Encceja 2017) Em consequência da divisão de trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de


executar uma quantidade maior de trabalho. Isso ocorre por três motivos: primeiro, o aumento de
destreza de cada um dos trabalhadores; segundo, a possibilidade de poupar o tempo que habitualmente
se perdia ao passar de uma tarefa a outra; e, finalmente, a invenção de um grande número de máquinas
que facilitam e reduzem o trabalho e tornam um só homem capaz de realizar o trabalho de muitos.
SMITH, A. A riqueza das nações. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1981 (adaptado).

Uma consequência econômica da situação descrita no texto foi a:


a) diminuição dos custos produtivos.
b) falência das grandes corporações.
c) redução dos mercados consumidores.
d) decadência das instituições financeiras.

6. (Etec 2020) Eu herdei da minha mãe esse trabalho de artesanato com barro. E, desde a minha bisavó,
já se fazia desse jeito. Ela era índia. Então, a minha mãe fazia pote, bilha, qualquer tipo de louça. A gente
faz assim: pega o barro mole, mistura com caraipé*, amassa até ele ficar mesmo bem ligado e, depois
que ele já está bem ligado, a gente já vai começar a formar a louça. Agora, tem que ter uma coisa, tem
que saber a temperatura e a quantia que o barro pega do caraipé. Se estiver bem areadinho, ele já tá
bom. E eu tenho esperança que meu filho também vai continuar a trabalhar e alguém além dele vai
também. Vai aprender um filho dele, um sobrinho, porque toda criança sempre mostra logo uma coisa
que ela quer ser, que ela quer fazer. Eu acho que vai ter alguém assim, não vai ficar parado, não. Vão
continuar a fazer essas panelas aqui.
https://tinyurl.com/y6lw6rbu%20Acesso%20em:%2009.10.2019.

* Árvore cujas cinzas são utilizadas pelos oleiros da região Amazônica para misturar com o barro, também denominada caripé-
verdadeiro (Licania floribunda).

O depoimento de Maria da Saúde de Souza, artesã do Pará, foi gravado em vídeo e transcrito pelo
Museu da Pessoa, website dedicado a coletar e a publicar as histórias de vida de milhares de brasileiros.
Os depoimentos orais são considerados fontes
a) históricas, pois contém informações e conhecimentos transmitidos de geração a geração ou a
versão pessoal de indivíduos que testemunharam acontecimentos históricos.
b) etnográficas, pois são utilizadas para confirmar as diferenças culturais existentes no interior de
uma mesma sociedade, fortalecendo os preconceitos e preservando os privilégios.
c) científicas, pois sua obtenção se dá por meio de entrevistas realizadas por repórteres
profissionais, vinculados aos grandes portais de notícias.
d) epistemológicas, pois são documentos certificados por instituições extra oficiais, vinculadas a
organismos diplomáticos internacionais.
e) mitológicas, pois as versões pessoais são ratificadas pelos cientistas, comprometendo a
credibilidade dos testemunhos.

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História

7. (Encceja 2017)

MARIANO. Disponível em: www.controversia.com.br. Acesso em: 24 ago. 2013 (adaptado).

Comparando os indicadores apresentados na imagem, evidencia-se que a nação brasileira tem sido
marcada pela disparidade entre:
a) autonomia econômica e divisão do trabalho
b) liberdade econômica e autoritarismo político
c) dimensão econômica e distribuição de renda
d) globalização econômica e acesso ao emprego

8. (Uerj 2018) O mapa milenar chinês “Yu Gong” fazia uma divisão esquemática de todo o mundo em cinco
zonas retilíneas, organizadas de acordo com os quatro pontos cardeais baseados nos ventos. A
civilização encontra-se no núcleo da imagem, destacando o domínio imperial. O grau de barbárie
aumenta a cada quadrado que se afasta desse núcleo: governantes tributários, as regiões fronteiriças,
os bárbaros “aliados” e, finalmente, a zona selvagem, sem cultura, que incluía a Europa.
Adaptado de BROTTON, J. Uma história do mundo em doze mapas. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

Tal como as teorias científicas, as concepções de mundo expressas através da cartografia também
são aproximações passíveis de ajustes e revisões.
No texto, a descrição do referencial utilizado para a criação de um mapa milenar chinês aponta para o
seguinte aspecto, igualmente presente em documentos cartográficos de outras culturas:
a) atraso técnico da elaboração
b) fundamento místico da orientação
c) interesse econômico da delimitação
d) caráter etnocêntrico da representação

9
História

9. (Enem 2017) No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu foi centro de um comércio
internacional onde tudo era negociado — sal, escravos, marfim etc. Havia também um grande comércio
de livros de história, medicina, astronomia e matemática, além de grande concentração de estudantes.
A importância cultural de Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio: “O sal vem do
norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus e os tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu”.
ASSUMPÇÃO, J. E. África: uma história a ser reescrita. In: MACEDO, J. R. (Org.). Desvendando a
história da África. Porto Alegre: UFRGS, 2008 (adaptado).

Uma explicação para o dinamismo dessa cidade e sua importância histórica no período mencionado
era o(a)
a) isolamento geográfico do Saara ocidental.
b) exploração intensiva de recursos naturais.
c) posição relativa nas redes de circulação.
d) tráfico transatlântico de mão de obra servil.
e) competição econômica dos reinos da região.

10. (Encceja 2020) O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da
história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, tais como o estudo da
história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e
indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas
contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
BRASIL. Lei n. 11 645, de 10 de março de 2008. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 14 ago. 2014.

A legislação citada visa combater formas históricas de exclusão social ao estabelecer, na escola, a
promoção do reconhecimento da
a) diversidade de matrizes étnicas.
b) abordagem de estudos feministas.
c) necessidade de formação religiosa.
d) expansão de cursos profissionalizantes

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
Contextualizar o assunto cobrado na questão é super importante para resolver ou entender um tema de
forma interdisciplinar, porque isso traz uma visão mais ampla do conteúdo e ajudar a explorar outras
perspectivas e possibilidades.

2. A
As matérias que compõem o conteúdo programático de Ciências Humanas e suas tecnologias no Enem
e que podem ser cobradas de forma interdisciplinar são a história, a geografia, a filosofia e a sociologia.

3. B
Para facilitar a resolução de questões interdisciplinares, é importante olhar o conteúdo apresentado
através da junção de informações de matérias diferentes, apresentando assim, perspectivas múltiplas
sobre um mesmo tema.

4. Cada aluno tem a sua própria forma de descrever o conceito, mas no geral, a interdisciplinaridade é o
cruzamento de um mesmo assunto em diversas matérias/áreas de conhecimento.

5. Errado.
Os exames de vestibular costumam dar enfoque aos acontecimentos recentes para explorar questões
interdisciplinares relacionados ao cotidiano do aluno, uma vez que as provas não estão descoladas do
mundo em que estão inseridas.

Exercícios

1. A
A compreensão de uma cultura através de pinturas rupestres garante a transmissão do legado de povos
ancestrais para a contemporaneidade.

2. A
Ao longo do processo de colonização portuguesa, o comércio tornou o Atlântico um espaço de conexões
entre Europa, América e África. A chegada da farinha de mandioca, através do comércio transatlântico,
aos mercados africanos, exemplifica que as relações estabelecidas permitiram a difusão de hábitos
alimentares.

3. B
Como aponta o autor, a escola pode contribuir para a formação de uma memória excludente e seletiva,
ao não explorar a história de outros territórios e povos, como o continente africano e a história dos povos
indígenas.

11
História

4. A
O texto pontua que a partir da década de 1970 houve uma mudança de pensamento com relação ao
conceito de “diferente”, onde o reconhecimento e o respeito a diferença se tornaram fatores essenciais
da luta pela inclusão de grupos historicamente marginalizados.

5. A
A introdução de maquinário na produção industrial fez com que a quantidade de trabalhadores fosse
reduzida e a fabricação passasse a ser sistematizada de forma a garantir uma maior produtividade.

6. A
Os depoimentos compõem o conjunto de fontes históricas que nos permitem ter conhecimento e
aprofundar os estudos sobre sociedades que possuem a oralidade como a sua principal forma de
produzir/adquirir saberes.

7. C
O Brasil vinha alcançando certo protagonismo na economia mundial e despontando ao lado das
chamadas economias emergentes, porém, internamente, ainda é um país com altas taxas de
desigualdade social e de concentração de renda.

8. D
Pela descrição do mapa é possível perceber que a sua confecção é marcada pela visão de mundo
daquele que o produz, uma vez que colocar o império chinês no centro do desenho e categorizar as
regiões de acordo com a distância da civilização chinesa é um fator determinante para a construção da
cartografia nesse contexto.

9. C
A cidade de Tombuctu era um entreposto comercial estratégico que acabava por facilitar as trocas
comerciais, religiosas, políticas, alimentares e culturais entre os diversos povos que passavam por esse
espaço.

10. A
O ensino de outras formas de religiosidade, especialmente as que foram marginalizadas ao longo da
formação do que chamamos de Brasil hoje, ajuda a diminuir a exclusão social de grupos que estão
majoritariamente ligados a culturas que não são hegemônicas.

12
História

Como estudar História?

Teoria

O que é História para você?


Como definiu o historiador francês Marc Bloch, a história é uma ciência que estuda os seres humanos e suas
ações no tempo. Seja através dos aspectos políticos, culturais, econômicos ou sociais ou até mesmo
utilizando fontes como memórias, filmes, documentos oficiais ou livros, o historiador, ao fim, tem como
interesse fundamental as relações humanas e as suas contradições. Compreender esses processos
históricos, as rupturas e continuidades e as características de cada tempo são essenciais para entendermos
principalmente o presente e as questões que nos rondam.
A História, como ciência, está ligada ao próprio presente, ou seja, à realidade do historiador que produz uma
pesquisa em cima de questões do presente. Os acontecimentos do passado, no entanto, não possibilitam que
um historiador preveja o futuro, pois, o passado é único em suas características e jamais se repetirá. Ainda
que determinados eventos possam ter semelhanças, como a reeleição de um político, um golpe de Estado ou
uma guerra, tais acontecimentos ainda assim possuem características únicas e são frutos de seus próprios
tempos. Logo, por mais que o estudo do passado nos permita criar expectativas sobre o futuro, ele jamais
será capaz de profetizar algo.
Da mesma forma, vale destacar que a História que estudaremos ao longo do ano é
entendida como uma ciência, pois é escrita por historiadores profissionais que
utilizam teorias e métodos para criarem hipóteses e desenvolverem pesquisas.
Para pensar e compreender o passado, os historiadores utilizam as chamadas fontes
históricas, que são os vestígios humanos deixados pelo tempo e que nos auxiliam a
entender o modo de vida, as formas de produção, as maneiras de pensar ou qualquer
outra intervenção dos seres humanos.
Assim, as fontes que falam sobre o passado podem ser múltiplas e hoje, para o historiador, nada é
descartável. Podemos citar como exemplo o próprio impacto das chamadas Fake News no desenrolar de
questões políticas e sociais na contemporaneidade, pois, se um historiador rejeita uma fonte histórica por
não ser legítima ou por não contar “uma verdade”, ele descarta também uma série de indagações que
poderiam ser feitas ao documento, afinal, qual seria o propósito da mentira? O que teria levado alguém a
falsificar um documento? Qual história o falsificador queria contar?

1
História

Cena do filme "O capital no século XXI", uma referência ao lema da Revolução Francesa, porém com o nome da cantora Beyoncé.
Disponível em: http://variluxcinefrances.com/2020/filmes/o-capital-no-seculo-xxi/

Hoje, podemos considerar uma grande quantidade de fontes para estudar o passado, entre filmes, fotografias,
estatísticas, lendas urbanas, documentos, roupas, marcas, livros, tecnologias etc. Para utilizar essas fontes e
interpretar o passado, construindo uma narrativa, o historiador, portanto, deve sempre indagar tais fontes e
levantar questões e problemas postos pelo presente de forma crítica.
A questão do anacronismo também é fundamental ao se estudar história, pois, ao olhar para o passado,
estamos sempre presos às convenções e aos problemas do presente, no entanto, ao estudar a história
devemos sempre compreender o tempo através de suas próprias características, sem impor valores pessoais
ou contemporâneos ao passado, pois este seria um olhar anacrônico. Um outro problema que também deve
ser evitado para uma melhor compreensão do passado é o etnocentrismo.
Essa prática, muito comum, acaba levando estudantes e historiadores a compreensões muitas vezes
preconceituosas sobre uma determinada sociedade de um tempo. Afinal, definir que um grupo seria atrasado
comparado ao outro, ou hierarquizar etnias e civilizações coloca mais uma vez a imposição de valores
pessoais sobre o passado, desrespeitando uma outra característica fundamental da história, que é a
relatividade do tempo e a sua não-linearidade. Diferentes sociedades possuem diferentes formas de se
desenvolver e de lidar com o mundo e com a sua história, logo, isso também deve ser levado em conta ao
estudarmos o passado.

Dicas para estudar história


A história é uma das disciplinas que incluímos na área de “Ciências Humanas e suas tecnologias” e apresenta
um cronograma de estudos que costuma ser separado em conteúdos. No entanto, apesar de concursos
apresentam roteiros de estudo para a área de história, as provas demandam do aluno não apenas um
conhecimento objetivo dos assuntos determinados e ensinados no Ensino Médio, mas também:
● uma perspectiva crítica sobre o que foi estudado, compreendendo o papel da história na valorização da
cidadania, dos direitos humanos e da democracia;
● a correlação dos temas com a realidade atual, entendendo como os processos históricos se relacionam
com as questões do presente;
● a contextualização de questões apresentadas, identificando e analisando as características do período
abordado;
● a capacidade de compreender interdisciplinaridades e transdisciplinaridades;

2
História

● habilidades de interpretação de texto.


Para desenvolver essas habilidades, é essencial que o aluno possa estar sempre relacionando os conteúdos
estudados às notícias do dia a dia, ou seja, mantendo-se informado, é importante também que se desenvolva
uma bagagem cultural, com o conhecimento de filmes, músicas, livros movimentos artísticos e sociais que
estejam relacionados ao tema estudado, e que o aluno realize associações entre as disciplinas.
Além disso, com o extenso cronograma, estudar história também exige organização e métodos. Visto isso, o
primeiro passo para mandar bem em história é organizar seus estudos. Logo, é fundamental que o aluno:
● conheça a prova que vai realizar, analisando os textos e o formato das questões;
● saiba quais são os conteúdos cobrados e os que mais apareceram nos últimos anos;
● separe bem seu tempo de preparo para estudar tanto a teoria quanto a prática.

Desta forma, para facilitar o aprendizado dos conteúdos de história, algumas práticas podem ajudar na
organização e contextualização dos conteúdos. Dentre elas, podemos pensar a história através da divisão por
períodos e por eixos temáticos.

A divisão da história em períodos


Assim, tendo em vista essas questões fundamentais sobre o estudo da história e tendo em mente que hoje
os historiadores trabalham com uma ideia de história não linear, ou seja, sem uma noção de “início, meio e
fim” determinados e nem comparações entre o tempo histórico de diferentes grupos, vale destacar que, para
fins didáticos, ainda realizamos uma divisão linear e cronológica da história no ocidente. Deste modo, o
estudo da história, sobretudo não acadêmico, continua impregnado por uma visão eurocêntrica e limitada do
tempo, mas que, apesar de ser muito criticada, por fim, auxilia na compreensão cronológica dos fatos
estudados.
Visto isso, um dos pontos fundamentais dessa cronologia, para as tradições ocidentais, seria o nascimento
de Jesus Cristo que, para uma civilização historicamente cristã, é o momento mais importante da
humanidade. Logo, seguimos essa orientação independente de outras religiões. Essa escolha, apesar de
muito baseada também em aspectos astronômicos, revela como as relações de poder influenciam na
maneira como a história é contada.
Desta forma, ainda classificamos os séculos de acordo com períodos que se iniciam e terminam com eventos
que tiveram grande poder de ruptura com o passado e que proporcionaram mudanças na própria estrutura da
sociedade ocidental. Lembre-se que, para o ENEM, habilidades como decorar nomes e lembrar datas não são
tão relevantes quanto a contextualização, que é o mais importante.
Algumas datas e nomes mais importantes e que precisam ser lembrados serão destacados em aulas e vão
facilitar a compreensão dos acontecimentos estudados, mas, ressaltamos que a capacidade de
contextualizar, de compreender os processos históricos, de identificar causas e consequências e entender as
características principais de cada período são os passos mais relevantes. Desta forma, para facilitar essa
compreensão e a localização dos conteúdos no tempo, podemos construir a seguinte “linha do tempo”:

3
História

Pré-História
Período que trata das sociedades anteriores ao domínio da escrita. Essa nomenclatura é muito questionada
atualmente já que traz, implicitamente, que os povos sem escrita não teriam história. No entanto, vale
destacar que mesmo antes do desenvolvimento das formas tradicionais de escrita, já existiam maneiras de
registrar o cotidiano e os acontecimentos, como é o caso das pinturas rupestres, que hoje são consideradas
importantes fontes históricas.

Idade Antiga
A Idade Antiga marca um período de sedentarização de diversos povos, que passaram a formar sociedades
mais dinâmicas e que desenvolveram escritas, formas complexas de agricultura e pecuária e até mesmo
maneiras de organizar recursos e indivíduos. A Idade Antiga se inicia em aproximadamente 4 mil anos a.C.,
com a formação de civilizações hidráulicas (dependentes de rios) como os egípcios, no Nilo, os povos da
Mesopotâmia, entre o Tigre e o Eufrates, e, menos citados em vestibulares, os povos da Índia e da China, que
se organizaram entre rios como o Ganges e Indo e o Azul e Amarelo.
Apesar de percebermos a construção das primeiras grandes civilizações em lugares como a África, Oriente
Médio e Ásia, a ascensão grega e romana ganhou grande destaque na historiografia ocidental, sendo o
período que marca o auge dessas civilizações conhecido como a Antiguidade Clássica.

Idade Média
O período chamado de Idade Média durou aproximadamente mil anos. Para a historiografia mais tradicional,
a Idade Média se iniciou com a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e se encerrou com a queda
da cidade de Constantinopla (1453). O termo Idade Média costuma ser criticado por muitos historiadores, por
ser uma denominação pejorativa para esse período que já foi inclusive conhecido como a “Idade das Trevas”.

4
História

Apesar das visões preconceituosas que circulam essa época, podemos observar nesse período alguns
importantes acontecimentos, como a formação do Império Carolíngio, a ascensão do sistema feudal, o
fortalecimento e o cisma da Igreja Católica, o surgimento das primeiras universidades, a expansão árabe e
muçulmana, as cruzadas, o renascimento comercial e urbano e a grande crise do século XIV.

Idade Moderna
A Idade Moderna se iniciou no século XV, um período de transição dos modos de produção e de organização
da política e da sociedade, com o enfraquecimento do feudalismo e o surgimento dos Estados Modernos. É
um dos períodos mais cobrados nos vestibulares e costumamos caracterizá-lo, na Europa, como o período
do Antigo Regime e do Renascimento artístico e cultural. A Idade Moderna é formada por muitas
características inovadoras e pelo importante contato entre Europa e América, o que causou profundas
mudanças no mundo. No entanto, esse período também carrega muitas características da Idade Média, sendo
formado não só por rupturas, mas também por continuidades.

Idade Contemporânea
A Idade Contemporânea se iniciou com a Revolução Francesa, contexto no qual muitos dos pilares da
sociedade que vivemos hoje são fundados. Os acontecimentos dos séculos XIX, XX e XXI, incluindo os atuais,
estão inseridos no que chamamos de Idade Contemporânea. Assim, pela contagem do calendário Cristão,
estamos no período conhecido como o século XXI “depois de Cristo” (d.C.).

Como contar os séculos?


Para a contagem dos séculos, basta observarmos o ano escolhido e separar os dois
últimos algarismos. No caso de uma data que termine com dois zeros, por exemplo, 1800,
eliminam-se os zeros, sobrando apenas o 18, logo, 1800 é o século XVIII. No entanto, se
os dois últimos algarismos não forem zero, eles também podem ser riscados, mas, desta
vez, acrescentamos +1 aos dois primeiros, assim, 1802, por exemplo, seria século XIX
(1802 / +1 ou 1835 / +1). Lembrando que os séculos, em história, são sempre escritos
usando os algarismos romanos: I, II, III, IV...
Deste modo, vale reforçar que, apesar da cultura cristã ocidental utilizar essa forma como padrão para
estudar, classificar e entender o passado, existem outras culturas, no entanto, que lidam com a história de
outras formas. No caso judaico, por exemplo, o calendário está sempre 3.761 anos “a frente” do calendário
cristão, enquanto o muçulmano, ao contrário se inicia no que consideramos o ano 622, que marca a fuga de
Maomé para Medina. Também podemos destacar que alguns povos africanos e nativo-americanos, diferente
destes outros, preferem compreender o tempo muito mais pela oralidade do que pela escrita, logo, também
se relacionam com o passado e com a passagem do tempo de outra forma.

5
História

Eixos temáticos
Como muitas vezes os períodos históricos são muito abrangentes, entre os historiadores acadêmicos, é
comum a análise histórica focada em eixos temáticos. Esse olhar mais fechado para um período permite um
foco muito maior em determinados aspectos e detalhes. Apesar de ser uma prática comum entre
historiadores, essa divisão também pode ser utilizada por estudantes, como forma de aprender melhor e até
mesmo de compreender qual aspecto uma determinada questão de história está cobrando. Assim, os eixos
temáticos podem ser divididos da seguinte forma:

● Cultura
A cultura dentro do estudo histórico ajuda a compreender a vida dos operários, camponeses e artesãos, assim
como das elites, já que este conceito abrange comportamentos sociais em um determinado contexto e região.
Com o conceito de cultura, podemos abordar assuntos como a religiosidade, a arte, os hábitos cotidianos,
mentalidades, etc. É importante lembrar que as culturas não devem ser hierarquizadas, ao contrário disso, a
valorização da pluralidade de culturas é um caminho para a construção de um conhecimento que respeite a
diversidade das sociedades.

● Política
Geralmente associamos o conceito de política aos governantes e tendemos a pensar
em um passado recente. No entanto, a política é tão antiga quanto à humanidade, já
que este conceito se relaciona à ideia de poder e de administração das relações
humanas em grupo, ou seja, desde que os homens começaram a viver em grupo e
tomaram consciência de sua existência, percebemos atos políticos. O estudo da
política nos ajuda, assim, a compreender que poderes são instituídos em cada
conjuntura histórica e, claro, como se relacionam com o restante da sociedade.

● Sociedade
O estudo da sociedade nos ajuda a compreender como nos organizamos no decorrer da história. As formas
de organização social se transformam ao longo do tempo, assim como variam muito de região para região. É
importante relacionar o conceito de sociedade com o de cultura e de política, já que estão em permanente
diálogo.

● Economia
O estudo da economia está associado às relações de produção e troca, ou seja, debruça-se sobre as
atividades produtivas e as relações a elas associadas. A forma como os indivíduos produzem traz, sem
dúvidas, inúmeros impactos sobre as demais relações sociais. Assim, um estudo da economia é fundamental
para compreensão de seus impactos das sociedades humanas em diversos contextos históricos.

6
História

Pesa a visão: Não esquece que a história não acontece de forma beeem separadinha, porque ela é igual a
nossa vida: tudo junto e misturado. Além disso, abandona essa ideia de que para estudar história é preciso
gravar datas e nomes. De que forma a História tem interferido na sua história? De que forma você está fazendo
História aí do outro lado da tela? O nosso lema (e o do Enem) é: pensamento crítico, bebê!

Quer mais dicas de como estudar cada disciplina? Confere aqui no nosso post!

7
História

Exercícios de fixação

1. Qual é o período histórico posterior à Idade Média?


a) Idade Moderna.
b) Idade Antiga.
c) Pré-História.

2. Em 1789 teve início a Revolução Francesa. Em qual século, portanto, essa revolução começou?
a) Século XVI.
b) Século XVII.
c) Século XVIII.

3. No ano de 1500, Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil e iniciou o contato com os povos nativos.
Esse encontro em 1500 ocorreu no século:
a) Século XV.
b) Século XVI.
c) Século XVII.

4. No Segundo Reinado, há um crescimento das exportações do café brasileiro e das importações de


produtos ingleses. Analisando esses dados, estamos focando principalmente no eixo temático de:
a) Cultura.
b) Economia.
c) Saúde.

5. Para treinar, utilize o espaço abaixo ou uma folha em branco para criar sua própria “linha do tempo”.
Divida os espaços necessários para cada temporalidade, especifique as datas e acontecimentos,
organize como achar mais adequado e deixe lacunas nos períodos para as preencher com os
conteúdos estudados.

8
História

Exercícios

1. (Faap-SP) É costume dividir a História em Idades. A Idade Antiga: aproximadamente 3200 a.C. com a
escrita, até 476 d.C., com a queda do Império Romano do Ocidente e mais:
I. Idade Média: da queda do Império Romano, em 476 d.C., até 1453 d.C., com a queda de
Constantinopla.
II. Idade Moderna: da queda de Constantinopla, 1453 d.C., até 1789 d.C., ano da Revolução Francesa.
III. Idade Contemporânea: de 1789, com a Revolução Francesa, até os dias atuais.

Estão corretas as afirmações:


a) apenas a I
b) apenas a II
c) apenas a III
d) todas estão corretas
e) todas estão erradas

2. (Unicentro 2013) Assinale a alternativa correta a respeito da disciplina de História


a) Para produzir o conhecimento histórico, é necessário apenas narrar os acontecimentos do
passado e, para isso, não há necessidade de método.
b) A História é um conhecimento construído pelos historiadores que escrevem estritamente de
acordo com os documentos oficiais.
c) A História é um conhecimento construído socialmente e tem como objetivo o estudo de processos
históricos construídos pelas ações humanas.
d) A História é o conhecimento do passado, portanto não serve como reflexão para o presente como
é o caso da Sociologia.
e) A reflexão sobre o passado não oferece subsídios para o conhecimento da sociedade atual, por
isso os alunos não apreciam a disciplina.

3. (UFPE) História é a ciência que:


a) estuda os acidentes históricos e geográficos do planeta Terra.
b) se fundamenta unicamente em documentos escritos.
c) estuda os acontecimentos do passado dos homens utilizando-se dos vestígios que a humanidade
deixou.
d) estuda os acontecimentos presentes para prever o futuro da humanidade.
e) estuda a causalidade dos fenômenos físicos e sociais com base no empirismo.

9
História

4. (UECE-2018) No ano de 1472, o filósofo italiano Marsílio Ficino, em uma carta, apresenta sua opinião
sobre a imprensa: segundo ele, esta invenção resulta de uma característica própria de uma época de
ouro. Trata-se de uma época em que as antigas artes liberais se uniram a uma invenção que caracteriza
a fase
a) contemporânea da história.
b) industrial da história.
c) moderna da história.
d) clássica da história.

5. (Unicentro 2011) Por volta de 10.000 a.C., teve lugar a Revolução do Neolítico. Apesar de o homem do
Neolítico ter produzido novas ferramentas de pedra polida, essa não foi a transformação mais
importante ocorrida no período. Muito mais significativa foi a produção de alimentos por meio da
agricultura, reduzindo a prioridade da caça e da coleta na alimentação.
(CAMPOS; MIRANDA, 2005, p. 21).

A utilização da nomenclatura “a. C.” no calendário atual justifica-se pelo fato de


a) a ciência comprovar que, sendo Jesus Cristo o filho de Deus, a data de seu nascimento passou a
ser referência para a medição do tempo.
b) o cristianismo ser aceito por todos os povos do mundo, como a religião hegemônica que,
efetivamente, contém a “verdade divina”.
c) as religiões de base cristã terem influenciado na formação cultural da sociedade europeia e
marcando o desenvolvimento histórico do mundo ocidental.
d) inexistirem outros calendários ou referenciais que possam medir a passagem do tempo, tornando
o nascimento de Cristo a única referência plausível.

6. (FESP) A história é uma aventura humana marcada por contradições, lutas, sonhos e frustrações. O
historiador deve procurar fazer o registro dessas múltiplas dimensões do homem. Seria correto,
portanto, afirmar que
a) a História é uma ciência que consegue reproduzir exatamente como os fatos aconteceram.
b) o historiador está interessado em conhecer o passado, desligando-se do presente.
c) o conhecimento produzido pelo historiador é neutro, verdadeiro e indiscutível.
d) o trabalho dos historiadores tem vinculação com o tempo que vive e as circunstâncias do presente.
e) a História nada revela do passado que possa interessar àqueles que vivem no presente.

10
História

7. (UDESC 2015) “A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez
não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente.”
Marc Bloch. Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, p. 65.

Assinale a alternativa que contém a definição de história mais coerente com a citação do historiador
Marc Bloch.
a) A História é a ciência que resgata o passado para explicar o presente e fazer previsões sobre o
futuro.
b) A História é uma ciência que visa promover o entretenimento dos expectadores do presente e um
conhecimento inútil sobre o passado.
c) A História é, tal como a literatura, uma narrativa sobre o passado determinada pela imaginação do
historiador.
d) A História é a ciência que se refugia no passado para não compreender as questões do presente.
e) A História é uma ciência que formula questões sobre o passado a partir de inquietações e
experiências vividas no presente.

8. (FESP) A História é marcada por continuidades e descontinuidades que mostram as dificuldades


encontradas pelos homens na sua luta para construir sua cultura. Para compreender esses processos,
o historiador deve considerar que
a) cada cultura é um reflexo das vontades e das necessidades individuais dos povos, sendo
importante destacar que as conquistas materiais determinam mecanicamente a maneira de sentir
a pensar;
b) os processos históricos são um conjunto de comportamentos que se repetem, criando culturas
com estruturas semelhantes;
c) a análise dos fatos históricos exige critérios teóricos e metodológicos, para que se possa ter uma
melhor compreensão do que aconteceu;
d) a História é um conjunto de fatos que jamais se repetirão, onde o papel das grandes
personalidades merece destaque especial, para que se chegue a uma verdade definitiva;
e) os povos produzem suas histórias determinadas pelos seus desejos e pelas suas necessidades,
mas não conseguem se libertar do domínio das forças da natureza.

11
História

9. (FESP) A necessidade de situar-se no tempo é inerente ao homem e para facilitar o registro dos feitos
da humanidade, historiadores, já no século XVII, estabeleceram 3 fases ou idades: antiga, média e
moderna, hoje acrescidas de mais uma – contemporânea. Sobre essa periodização, que está
assinalada na linha do tempo abaixo reproduzida, é correto afirmar que:

1. É universal, podendo ser aplicada à História de todos os povos do mundo.


2. Toma como referência grandes acontecimentos, a exemplo da Tomada de Constantinopla que foi,
de fato, da maior importância para toda a humanidade.
3. É criticada por estabelecer marcos, negando assim que as mudanças históricas são resultantes
de processos lentos que levam, às vezes, séculos para se concretizarem.
4. Despreza a Pré-História na medida em que os povos sem escrita não tem História.
5. É, além de ocidentalizante, europeizante, dado os marcos que estabelece.

Assinale a opção correta:


a) 1e4
b) 3e5
c) 2e4
d) 1e5
e) 2e3

12
História

10. (Enem 2010) Quem construiu a Tebas de sete portas?


Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída.
Quem a reconstruiu tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros,
na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu?
Sobre quem triunfaram os césares?
BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória
construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se ao fato
de que
a) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos
heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
b) a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das
civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo.
c) os grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está
vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.
d) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de
sociedades antigas e distantes no tempo.
e) E as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos
de pesquisas históricas.

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13
História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
A Idade Média é o período que definimos entre o fim do Império Romano do Ocidente e a queda de
Constantinopla, sendo sucedido pela Idade Moderna.

2. D
A Revolução Francesa ocorreu em 1789, logo, utilizando o cálculo aprendido, 17 | 89 pode ser entendido
como 17 + 1, que é igual a 18, ou seja, identificamos como o século XVIII.

3. A
A chegada da esquadra portuguesa ocorreu em 1500, logo, utilizando o cálculo aprendido, 15 | 00 pode
ser entendido como 15 + 0, que é igual a 15, ou seja, identificamos como o século XV.

4. B
Os dados que teríamos acesso ao estudar a questão apresentada seriam relativos aos aspectos
econômicos do Brasil no Segundo Reinado, envolvendo principalmente a circulação de dinheiro e a
produção de riquezas.

5. Resposta pessoal.

Exercícios

1. D
Todas as afirmações associam corretamente as datas e acontecimentos aos períodos históricos em
questão.

2. C
A História, como ciência, não é um conhecimento que se restringe aos documentos oficiais, aos grandes
fatos e nomes ou às narrações, pois ela é uma construção social que utiliza diversas fontes históricas,
analisa diferentes contextos e processos construídos pela ação humana e é fundamental para
compreendermos o presente.

3. C
A história, como define Marc Bloch, é a ciência dos homens no tempo, ou seja, ela se dedica ao estudo
das relações humanas e processos históricos, utilizando os diversos vestígios que a humanidade já
produziu.

4. D
O ano de 1472 está associado ao período da Idade Moderna, que ocorreu entre a queda de
Constantinopla e a Revolução Francesa.

14
História

5. C
Existem outras diversas formas de medir o tempo e de registrar calendários ao redor do mundo, variando
entre as culturas. No entanto, no Ocidente, o calendário cristão se tornou o mais influente justamente
pelo poder do cristianismo na cultura europeia desde a Idade Média e pelo próprio eurocentrismo na
forma de observar e entender a realidade.

6. D
A produção do conhecimento histórico está sempre relacionada às perguntas feitas no presente, com o
tempo que vive o historiador, pois é através de sua realidade que ele olha para o passado, sem
neutralidade e sem conseguir reproduzir exatamente os fatos que aconteceram.

7. E
A História, como afirma Bloch, é uma ciência, portanto, não atua como a literatura, logo, não atua para
promover o entretenimento e nem foge do presente, pois a História busca no passado a compreensão
das questões do presente.

8. C
Por ser uma ciência, assim como outras áreas do campo científico, a História precisa de critérios teóricos
e de metodologias para analisar as fontes históricas, analisar os acontecimentos e compreender o
passado.

9. B
A afirmação 1 está errada, pois a linha do tempo que criamos para melhor compreender os
acontecimentos é considerada eurocêntrica e ignora muitas outras culturas. A 2 está incorreta, pois a
história não faz juízos de valor, logo, não podemos destacar a tomada de Constantinopla como o evento
mais importante da humanidade. A 4 também está incorreta, pois povos sem escrita possuem sim
história e formas diferentes de registrarem seus passados.

10. C
O poema critica as visões antigas da historiografia, que costumavam entender como História apenas os
grandes acontecimentos e a atuação de “elites”, como reis e imperadores. Para o autor, a História deve
dar voz aos que foram invisibilizados, aos trabalhadores que realmente criaram as grandes realizações
e obras.

15
Literatura

O que é arte?

Teoria

A arte tem definição?


A palavra “arte” tem sua origem no latim nas formas ars, artis, a partir de uma raiz grega em téchne. Logo, a
partir do sentido etimológico, trata-se de uma habilidade adquirida, da qual se opõe às faculdades concedidas
pela natureza e, por outro lado, ao conhecimento rigoroso da realidade, da ciência (clique aqui para acessar a
fonte desta definição).
Por mais que os elementos artísticos sejam vários (como você verá a seguir, dentre as 11 classificações de
arte), é necessário ter em mente que o trabalho artístico surge a partir de habilidades musicais, plásticas,
digitais, dentre outros.
A princípio, cabe pontuar que a arte pode ser composta pela linguagem não verbal (por meio de imagens,
sons, gestos, etc.) ou, ainda, pela linguagem verbal, formada por palavras. Quando ocorre a fusão entre os
dois tipos de linguagem, chamamos de linguagem mista ou híbrida. É importante dizer que, ainda que a arte
faça referência a algum período histórico ou político, ela não tem a obrigação de retratar fidedignamente a
realidade, podendo ter, também, o intuito de instigar, despertar o incômodo, romper com os padrões. Essas
discussões serão apresentadas ao longo do material!

Exemplo de arte utilizando a linguagem não verbal: pinturas, como a imagem abaixo:

(Fonte: https://www.hypeness.com.br/2020/07/artista-faz-pinturas-de-si-mesmo-
pintando-a-si-mesmo-enquanto-pinta-a-si-mesmo/)

1
Literatura

Exemplo de arte utilizando a linguagem verbal: o slam, performance poética na qual seus participantes
declamam versos (geralmente de cunho político, histórico e social) ao vivo. Veja, abaixo, uma imagem do
evento Slam das Minas:

(Slam das Minas SP poesia Minimilimetros Luz Ribeiro.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Gr6J-Q1RCp40.)

Veja, a seguir: possíveis funções atribuídas ao fazer artístico – e como essas delimitações rendem algumas
discussões!

A arte tem função?


Na música “Ladrão” do rapper Djonga, o seguinte verso é
declamado: “Arte é ‘pra incomodar, causar indigestão”. No
entanto, nem todas as expressões artísticas seguem o objetivo
de desestabilizar o seu público. Sendo assim, é importante ter
em mente que as funções artísticas são múltiplas, enquanto
expressões da população em uma sociedade.
A arte pode adotar um viés político, social, puramente estético e
visual, afastado de funções... Veja, a seguir, alguns exemplos que
ilustram tal amplitude.

2
Literatura

Obra realista, com o propósito de reproduzir a realidade:

(Autorretrato, Gustave Courbet.)

Obra com o propósito de apontar um problema social:

(Criança morta, Cândido Portinari.)

Obra conceitual, cujo conceito por trás da obra é mais importante do que a estética em si:

(Maurizio Cattelan. Kaputt (2013).)

3
Literatura

A arte pode ser classificada em diferentes tipos?


Sim! Existe a definição criada por Ricciotto Canudo em seu livro Manifesto das Sete Artes. Podemos identificar
quatro tipos de arte principais que dão origem aos outros três: pintura, literatura, música e escultura. Veja a
lista completa abaixo:

1ª Arte – Música (som)


2ª Arte – Artes cênicas (movimento)
3ª Arte – Pintura (cor)
4ª Arte – Escultura (volume)
5ª Arte – Arquitetura (espaço)
6ª Arte – Literatura (palavra)
7ª Arte – Cinema (Audiovisual)
8.ª Arte — Fotografia (imagem)
9.ª Arte — História em quadrinhos (cor, palavra, imagem)
10.ª Arte — Vídeo Games (elementos de outras artes)
11.ª Arte — Digital (artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e programação)
(Fonte: https://arteref.com/arte-no-mundo/tipos-de-arte/.)

Imagem da 5ª arte, a arquitetônica. A obra intitula-se Casa de Vidro.


(1950, de Lina Bo Bardi.)

Para além das onze classificações acima, temos, também, a performance, que surge a partir da 2ª arte
(cênica) e, na contemporaneidade, adaptou-se em inúmeras expressões.

4
Literatura

Arte moderna
Ao final do século XIX, alguns movimentos artísticos traçaram uma oposição com a chamada arte mimética
(sendo mimeses o conceito de imitação do real), trazendo uma nova perspectiva estética que estabeleceu
distanciamento com o ato de reproduzir a realidade. Assim, surgem as chamadas Vanguardas Europeias,
movimentos de vanguarda, ou seja, abordagens artísticas que rompem com os padrões clássicos já
estabelecidos.

Exemplo de uma pintura que se enquadra na arte mimética, por reproduzir elementos da natureza com
fidelidade:

(Madonna of the Goldfinch, Raffaello Sanzio.)

Exemplo de uma vanguarda europeia (Surrealismo, que você aprenderá futuramente):

(A tentação de Santo Antonio, de Salvador Dalí.)

5
Literatura

Temos também o uso de elementos descartáveis, cotidianos, ou seja, objetos comuns do dia a dia, mas que
passam a ser estabelecidos como obras de arte. Inclusive, o Enem tende a explorar, nos últimos anos, essa
temática em suas questões.
Por fim, há a influência das artes urbanas na contemporaneidade: o grafite, o rap e o funk, por exemplo, são
expressões artísticas que, por muitos, são invalidados. Ao longo deste material você pôde conferir o slam e a
menção ao Djonga, que constituem esse cenário artístico urbano!

6
Literatura

Exercícios de fixação

1. Sobre o contexto de “arte” e sua definição, é possível afirmar que:


a) Embora haja mudanças, ela permanece com os mesmos preceitos.
b) A definição é “trabalho, perfeição”, em latim.
c) A arte pode se modificar de acordo com o tempo e as necessidades humanas.
d) É possível encontrar arte somente em museus e espaços de manifestações expressivas.

2. Assinale a alternativa que corresponde somente a manifestações não-verbais, geralmente:


a) Poemas, crônicas e artes plásticas.
b) Dança, música e contos.
c) Dança, artes plásticas e música instrumental.
d) Grafite, rap e romances realistas.

3. Não é uma manifestação artística:


a) Performance
b) Ópera
c) Poesia
d) Manuais de instrução

7
Literatura

4. Leia o trecho da reportagem a seguir e veja a imagem em seguida.


“Talvez o artista mais conhecido a trabalhar com lixo é o brasileiro Vik Muniz, cujo sucesso levou suas
obras até o MoMA (Musem of Modern Art) de Nova Iorque. Tema do documentário Lixo extraordinário,
Muniz reconstruiu obras-primas do cânone mundial, como a Mona Lisa, com manteiga de amendoim e
geleia. Com restos de uma macarronada, montou o rosto em pânico da Medusa. Em uma montagem
de sucata, montou o mapa-múndi.”
(Disponível em: https://www.domestika.org/pt/blog/5729-5-artistas-que-transformam-lixo-em-arte-com-consciencia-social.)

A respeito do artista Vik Muniz e sua técnica de utilizar lixo para compor obras de arte, responda: o uso
de elementos não convencionais para a criação de obras de arte pode ser uma transgressão? Justifique
sua resposta.

5. Análise a obra abaixo, visando estabelecer o tipo de arte, a linguagem utilizada, seu possível momento
histórico e interpretação de conteúdo.

(Arte: Os Gêmeos.)

8
Literatura

Exercícios

1. (UnirG – 2016) Analise a imagem a seguir.

O quadro apresentado é um dos representantes da arte renascentista. Uma das características do


Renascimento contida nessa obra é a
a) crítica aos símbolos cristãos, expressa na figura dos anjos que sopram a deusa para longe do mar.
b) manutenção de interditos sexuais, expressa nas partes íntimas da deusa cobertas pelos longos
cabelos.
c) volta aos temas culturais da Antiguidade Clássica, expressa na representação da deusa romana.
d) perda da tutela da autoridade, expressa no ato de sair da concha protetora e experimentar a vida.

9
Literatura

2. (IFSudMinas – 2017) Examine a pintura de Cândido Portinari (“Retirantes”, 1944) para responder
à questão.

(Fonte: Disponível em: <http://www.portinari.org.br/#/acervo/obra/5927>. Acesso em: 22 ago. 2016.)


Considerando-se o tema apresentado na tela “Retirantes”, de Portinari, é CORRETO apenas o que se
afirma em:
a) Através de sua tela, o artista eterniza uma visão crítica do estado de degradação e martírio que
muitas famílias brasileiras vivenciam.
b) A realidade retratada por Portinari tem a ver com o processo migratório brasileiro que está
associado à boa distribuição de renda na região Nordeste do Brasil.
c) As personagens são retratadas por Portinari com perfeição romântica e lírica, uma vez que
representam a classe burguesa brasileira.
d) Influenciado pelo onirismo e pela fantasia, Portinari idealiza o retrato da família brasileira que
permanece no campo.
e) A obra artística revela um cenário harmonioso através do qual o bucólico e o pastoril acompanham
o estado de espírito das personagens.

10
Literatura

3. (ETEC – 2015) A pintura do teto da Capela Sistina, obra do mestre Michelangelo Buonarroti, foi realizada
no início do século XVI. Veja uma pequena parte dessa obra.

Analisando as características da pintura apresentada, é correto concluir que se trata de uma obra
a) medieval e cavalheiresca.
b) medieval e teocêntrica.
c) classicista e modernista.
d) renascentista e antropocêntrica.
e) renascentista e ateísta.

4. (UEL)

Orlan foi a primeira artista a utilizar a cirurgia estética nas suas performances com a intenção de
transformar a operação em um evento artístico e não obter um resultado final que adequasse seu rosto
aos padrões de beleza vigentes. A figura faz parte de uma série de autorretratos produzidos a partir da
apropriação de práticas de intervenções corporais provenientes de outras tradições e da hibridização
do seu rosto com imagens de registros etnográficos, por meio da manipulação digital. Esses
autorretratos buscam o mesmo apelo visual que as propagandas de produtos de beleza.
(Adaptado de Entrevista: “Orlan, artiste: Mon corps est devenu un lieu public de débat”.
Orlan, artista: Meu corpo se tornou um lugar público de debate). In: Le Monde. Paris, 22 abr. 2009.)

11
Literatura

Com base na figura e no texto, considere as afirmativas a seguir.


I. Ao evidenciar a falta de um padrão universal de beleza feminina, Orlan indica que a beleza é
construída socialmente.
II. Orlan, ao problematizar o estatuto do corpo e da beleza nas sociedades de culturas tradicionais,
questiona os padrões de beleza da sociedade ocidental contemporânea.
III. Ao recorrer às imagens e às práticas de intervenções corporais de outras culturas, Orlan revela
que o que é considerado feio diz respeito às culturas tradicionais.
IV. O processo de hibridização da imagem do rosto de Orlan com máscaras africanas, ou outras
representações, visa à constituição de um novo conceito de beleza.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

5. (ENEM – 2018)

O grupo O Teatro Mágico apresenta composições autorais que têm referências estéticas do rock, do
pop e da música folclórica brasileira.
A originalidade dos seus shows tem relação com a ópera europeia do século XIX a partir da
a) disposição cênica dos artistas no espaço teatral.
b) integração de diversas linguagens artísticas.
c) sobreposição entre música e texto literário.
d) manutenção de um diálogo com o público.
e) adoção de um enredo como fio condutor.

12
Literatura

6. (Enem – 2009) Os melhores críticos da cultura brasileira trataram-na sempre no plural, isto é,
enfatizando a coexistência no Brasil de diversas culturas. Arthur Ramos distingue as culturas não
europeias (indígenas, negras) das europeias (portuguesa, italiana, alemã, etc), e Darcy Ribeiro fala de
diversos Brasis: crioulo, caboclo, sertanejo, caipira e de Brasis sulinos, a cada um deles
correspondendo uma cultura específica.
(MORAIS, F. O Brasil na visão do artista: o país e sua cultura. São Paulo: Sudameris, 2003.)

Considerando a hipótese de Darcy Ribeiro de que há vários Brasis, a opção em que a obra mostrada
representa a arte brasileira de origem negro-africana é:

a)

b)

c)

d)

e)

13
Literatura

7. (UNICAMP) Leia abaixo alguns excertos do poema Menimelímetros, de Luz Ribeiro, poeta do Slam das
Minas de São Paulo. Esse poema foi apresentado performaticamente em alguns slams de que ela
participou no Brasil:

os menino passam liso


pelos becos e vielas
os menino passam liso
pelos becos e vielas
os menino passam liso
pelos becos e vielas
você que fala em becos e vielas
sabe quantos centímetros cabem em um menino?
sabe de quantos metros ele despenca
quando uma bala perdida o encontra?
Sabe quantos nãos ele já perdeu a conta? (...)
esses menino tudo sem educação
que dão bom dia, abrem até o portão
tão tudo fora das grades escolares
nunca tiveram reforço – de ninguém
mas reforçam a força e a tática
do tráfico, mais um refém (...)
que esses meninos sem nem carinho
não tem carrinho no barbante
pensa que bonito se fosse peixinho fora d’água
a desbicar no céu
mas é réu na favela
lhe fizeram pensar voos altos
voa, voa, voa...aviãozinho
e os menino corre, corre, corre
faz seus corres, corres, corres (...)
“ceis” já pararam pra ouvir alguma vez os sonhos
dos meninos?
é tudo coisa de centímetros:
um pirulito, um picolé
um pai, uma mãe
um chinelo que lhe caiba nos pés
um aviso: quanto mais retinto o menino
mais fácil de ser extinto
seus centímetros não suportam 9 milímetros
porque esses meninos
esses meninos sentem metros

14
Literatura

O título Menimelímetros é um neologismo que funde ao menos duas palavras. Quais são essas
palavras? Transcreva os versos que sintetizam o título do poema.

8. (Enem – 2017)
TEXTO I

TEXTO II
Speto
Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a
música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências
que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O
Rappa.
(Revista Zupi, n. 19, 2010.)
O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira
reconhecidos
a) na influência da expressão abstrata.
b) na representação de lendas nacionais.
c) na inspiração das composições musicais.
d) nos traços marcados pela xilogravura nordestina.
e) nos usos característicos de grafismos dos skates.

15
Literatura

9. (Enem, PPL, 2017)

Em 1956, o artista Flávio de Resende Carvalho desfilou pela Avenida Paulista com o traje New Look,
uma proposta tropical para o guarda-roupa masculino. Suas obras mais conhecidas são relacionadas
às performances.
À imagem permite relacionar como características dessa manifestação artística o uso:
a) da intimidade, da política e do corpo.
b) do público, da ironia e da dor.
c) do espaço urbano, da intimidade e do drama.
d) da moda, do drama e do humor.
e) do corpo, da provocação e da moda.

16
Literatura

10. (Enem, PPL, 2017)

Inovando os padrões estéticos de sua época, a obra de Pablo Picasso foi produzida utilizando
características de um movimento artístico que
a) dispensa a representação da realidade.
b) agrega elementos da publicidade em suas composições.
c) valoriza a composição dinâmica para representar movimento.
d) busca uma composição reduzida e seus elementos primários de forma.
e) explora a sobreposição de planos geométricos e fragmentos de objetos.

Sua específica é linguagens e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.

17
Literatura

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Embora a arte tenha nascido em um espaço restrito de possibilidades e expressões, ao longo dos anos
ela obteve maiores formas de representação, ao passo que também se modificava a sociedade. Nesse
sentido, ela é expressa de diversas maneiras, por culturas e momentos diferentes.

2. C
Geralmente, a dança, música instrumental e artes plásticas, em sua maioria, não recebem a presença de
marcações verbais, sendo consideradas expressões não-verbais do mundo artístico.

3. D
Sabemos que a arte pode se manifestar através da linguagem não-verbal e verbal, mas manuais de
instrução, no geral, não têm valor estético – a não ser que o artista estabeleça uma releitura artística.
Logo, dentre as opções, a letra D é a que mais se afasta do conceito de arte.

4. (Sugestão de resposta) Sim, é uma transgressão ao padrão recorrer a elementos não convencionais
(como lixo, descartáveis e afins) para a composição de obras artísticas; afinal, a arte “tradicional” utiliza
outras técnicas. Logo, trata-se de uma desconstrução de um imaginário conservador a respeito do que
é arte.

5. A arte “Os Gêmeos” é uma representação no grafite, gênero de arte visual, que faz a utilização da
linguagem não-verbal, podendo ser encontrada em momentos mais atuais da sociedade, tendo em vista
que o gênero ganha notoriedade no período pós-moderno. Nela, é possível ver um indivíduo caricato, com
trejeitos atuais, saindo de uma parede cinza e dando espaço às cores fortes e chamativas da pintura.

Exercícios de vestibulares

1. C
Tendo em vista que a Vênus é uma figura da mitologia greco-romana e, no quadro, ela é a figura principal
(não só centralizada na imagem, como indivíduo que dá o nome para a obra em questão), nota-se a
influência deste tema cultural comum à Antiguidade Clássica na tela de Botticelli.

2. A
O quadro de Portinari representa a realidade dos retirantes que, fugindo da seca, enfrentam inúmeras
mazelas, como a fome. Portanto, trata-se da ilustração crítica de um problema social que assola várias
famílias do Brasil.

3. D
O quadro “A criação de Adão”, de Michelangelo, é um dos representantes do Renascimento; repare as
referências mitológicas. Além disso, a ilustração da figura humana (o homem nu à esquerda) estabelece
o caráter antropocêntrico do quadro.

18
Literatura

4. A
Justamente por serem os padrões de beleza corporal socialmente construídos é que eles vão se
transformando ao longo do tempo e pelos contatos entre diferentes culturas. Por conseguinte, os
conceitos de beleza e de feiura são históricos e passíveis de manipulação em relação às tradições e às
quebras de valores constituídos uma vez que são constructos sociais.

5. B
A partir da análise da imagem e do texto, é possível perceber que a originalidade do grupo O Teatro
Mágico é devido à integração das diferentes linguagens artísticas: música, letra, som e corpo.

6. A
A alternativa (A) apresenta formas que remetem aos signos das religiões afro-brasileiras, como a
Umbanda e o Candomblé. A alternativa (E) representa um mosaico de origem Greco-romana, a (C) faz
referência ao imaginário urbano, enquanto as demais (B) e (D) são figuras abstratas. Portanto, apenas a
opção A corresponde à arte brasileira de origem africana.

7. O neologismo “menimelímetros” funde “meninos + milímetros”.“Milímetros” é uma unidade de medida,


assim como “centímetros” e “metros” que também aparecem no poema. Essas unidades podem referir-
se às estreitas vielas e becos por onde passam os meninos “liso” e as armas 9 milímetros que matam o
menino “mais retinto” e “mais fácil de ser extinto”. Nesse sentido, os versos que melhor sintetizam o
título são: “um aviso: quanto mais retinto o menino / mais fácil de ser extinto / seus centímetros não
suportam 9 milímetros”.

8. D
O grafite do artista paulista Speto faz referência explícita aos cordéis nordestinos que se utilizam de
xilogravuras para suas ilustrações. A Xilogravura é uma manifestação artística típica do Nordeste e
representa elementos da cultura local. Speto reproduz essa temática em sua arte exposta no museu Afro
Brasil.

9. E
O artista Flávio de Resende Carvalho trouxe a exposição do corpo, de modo a provocar os parâmetros
vigentes da época, sobretudo criticando as classificações de gênero, além de inovar o quesito de moda.

10. E
O pintor cubista Pablo Picasso desenvolveu sua arte, principalmente, ao sobrepor os planos geométricos
e fragmentando outros objetos, assim como pode ser visto na imagem.

19
Matemática

Exercícios sobre operações com frações

Exercícios

1. Efetue as operações:
3 5
a) + =
1 3
4 8
b) − =
6 5
7 3
c) × =
9 5
2 3
d) ÷ =
5 7

2. Qual das alternativas abaixo indica uma afirmação verdadeira?


a) Todo múltiplo de 7 é um número ímpar.
b) Todo número ímpar é um multiplo de 7.
c) Todo número par é multiplo de 8.
d) Todo múltiplo de 8 é um número par.

1 1 3 5
3. Determine o resultado, na forma reduzida, da expressão: ( + ) × ( + )
3 2 9 9

4. Se abc é o maior número de três algarismos divisível por 11, então a soma a + b + c vale
a) 18.
b) 22
c) 20.
d) 17.
e) 16.

3 5
5. Some com , e divida o resultado obtido pelo inverso do número 30.
5 6

1
Matemática

6. (UFTPR 2012) Três vendedores viajam a serviço para uma empresa. O primeiro viaja de 12 em 12 dias,
o segundo de 16 em 16 dias e o terceiro de 20 em 20 dias. Se todos viajarem hoje, calcule daqui a
quantos dias eles voltarão a viajar no mesmo dia.
a) 220 dias.
b) 120 dias.
c) 240 dias.
d) 250 dias.
e) 180 dias.

4
7. Lucas já tinha comido de seus doces quando sua mãe pediu que ele dividisse os doces igualmente
9
com seus dois irmãos. Para atender ao pedido da mãe, com qual porcentagem da quantidade inicial de
doces cada irmão(incluindo lucas) irá ficar?
5
a)
18
1
b)
3
4
c)
18
5
d)
27
4
e)
27

8. (CEFET/RJ – 2018) Ana, Beatriz e Carla são amigas e decidem viajar de ônibus, de férias, para
Carapiraca. Ana esqueceu seu dinheiro, e então, Beatriz e Carla pagaram as 3 passagens. Beatriz deu
R$ 68,00 e Carla, R$ 76,00. Sobre esta situação, responda:
a) Quanto Ana deve à Beatriz?
b) Quanto Ana deve à Carla?

2
Matemática

9. Calcule e assinale o valor da multiplicação dos 30 fatores abaixo:


1 1 1 1 1 1
( + 1) × ( + 1) × ( + 1) × … × ( + 1) × ( + 1) × ( + 1)
40 41 42 67 68 69

49
a)
50
41
b)
69
7
c)
4
50
d)
49
13
e)
23

10. (Enem 2020) Um jogo pedagógico é formado por cartas as quais está impressa uma fração em uma de
suas faces. Cada jogador recebe quatro cartas e vence aquele que primeiro consegue ordenar
crescentemente suas cartas pelas respectivas frações impressas. O vencedor foi o aluno que recebeu
3 1 2 5
as cartas com as frações: , , e .
5 4 3 9

A ordem que esse aluno apresentou foi


1 5 3 2
a) , , ,
4 9 5 3
1 2 3 5
b) , , ,
4 3 5 9
2 1 3 2
c) , , ,
3 4 5 3
5 1 3 2
d) , , ,
9 4 5 3
2 3 1 5
e) , , ,
3 5 4 9

3
Matemática

Gabaritos

1.
3 5 9+5 14
a) + = =
1 3 3 3

4 8 20+48 68 34
b) − = = =
6 5 30 30 15

7 3 21 7
c) × = =
9 5 45 15

2 3 2 7 14
d) ÷ = × =
5 7 5 3 15

2. D
[A] Falsa. O número 14 é múltiplo de 7 e é par.
[B] Falsa. O número 3 é ímpar e não é múltiplo de 7.
[C] Falsa. O número 2 é par e não é múltiplo de 8.
[D] Verdadeira. Todo múltiplo de 8 é um número par.

20
3. Resposta:
27
Vamos resolver essa expressão, lembrando que sempre iremos começar pelas operações dentro dos
parênteses!
1 1 3 5 5 8 40
( + )×( + )=( )×( )=
3 2 9 9 6 9 54
Como a questão quer a resposta em sua forma reduzida, precisamos simplificar. Para isso iremos dividir
o numerador e o denominador por 2:
40 ÷ 2 20
=
54 ÷ 2 27

4. A
O maior algarismo de três números é o 999; se o dividirmos por 11, teremos: 999 ÷ 11 = 90 + 9
Portanto, o maior número de três algarismos que é divisível por 11 é 999 − 9 = 990.
Logo, a soma pedida será:
𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 9 + 9 + 0 = 18

4
Matemática

5. Resposta: 43
Primeiro vamos somar as frações, como a questão pede:
3 5 18 + 25 43
+ = =
5 6 30 30
Agora, vamos dividir o valor que encontramos pelo inverso de 30.
1
Lembrando que o inverso de 30 é .
30
Efetuando essa divisão, temos:
43 1 43 30 43 ∙ 30
÷ = ∙ = = 43
30 30 30 1 30 ∙ 1

6. C
Para encontrar o resultado, devemos calcular o MMC (12,16,20)
12 16 20 2
6 8 10 2
3 4 5 2
3 2 5 2
3 1 5 3
1 1 5 5
1 1 1 240

7. D
4 5
Se Lucas já tinha comido dos doces, então sobraram
9 9
Agora, para saber com qual porcentagem cada irmão ficou, iremos dividir a porcentagem que restou por
3, pois estamos considerando o Lucas e seus dois irmãos, ou seja, 3
Efetuando essa divisão, temos:
5 5 1 5
÷3= ∙ =
9 9 3 27

8. Vamos, primeiro, encontrar o valor da passagem. Esse valor será dado pela quantia que Ana e Beatriz
gastaram juntas dividida por 3, que é a quantidade de passagens que elas pagaram:
68 76 68 + 76 144
+ = = = 48
3 3 3 3
Logo,
a) Ana deverá pagar para Beatriz: 68 – 48 = R$ 20,00.
b) Ana deverá pagar para Carla: 76 – 48 = R$ 28,00.

9. C
Resolvendo as operações do enunciado, temos:
41 42 43 68 69 70
× × ×… × ×
40 41 42 67 68 69
Podemos “cortar” os números que aparecem repetidamente nos numeradores e denominadores, pois
estes estão multiplicando e dividindo a fração; logo, podem ser cancelados. Com isso, teremos por
resultado:
70 7
=
40 4

5
Matemática

10. A
Para comparar as frações, elas devem possuir os denominadores iguais. Para isso, calculamos o MMC
entre 5, 4, 3 e 9, que são os denominadores das frações apresentadas.
5 4 3 9 2
5 2 3 9 2
5 1 3 9 3
5 1 1 3 3
5 1 1 1 5
1 1 1 1 mmc (5, 4, 3, 9) = 180

Agora, para encontrar as frações equivalentes, dividimos 180 pelos denominadores das frações
sorteadas e multiplicamos o resultado pelos numeradores.
Para 3/5
180 / 5 = 36; como 36 x 3 = 108, a fração equivalente será 108 / 180.

Para 1/4
180/4 = 45; como 45 x 1 = 45, a fração equivalente será 45/180.

Para 2/3
180/3 = 60; como 60 x 2 = 120, a fração equivalente será 120/180.

Para 5/9
180/9 = 20; como 20 x 5 = 100, a fração equivalente será 100/180.

Com as frações equivalentes, basta ordenar pelos numeradores em ordem crescente e associar com as
frações sorteadas e teremos que a ordem correta é a da alternativa A.

6
Matemática

Fatoração e radiciação

Teoria

Na aula anterior, vimos o seguinte:


Os números primos recebem esse nome pois é a partir deles que obtemos os demais números naturais. Esse
processo ocorre a partir da multiplicação entre números primos. Por exemplo, o número composto 8 é obtido
pelo seguinte produto de números primos: 2 ⋅ 2 ⋅ 2. Já o número 84, por exemplo, pelo produto 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 7. Isto
é, 8 = 2³ e 84 = 2² ⋅ 3 ⋅ 7.
Dizemos então que 2³ é a decomposição em fatores primos do número 8, e que 2² ⋅ 3 ⋅ 7 é a decomposição
em fatores primos do 84.
Existe um método prático para descobrir a fatoração de um número. Para isso, dividimos sucessivamente o
número que queremos fatorar somente por divisores primos.

Exemplo: fatorando o número 90.

Ao chegarmos no resultado 1, paramos nossa fatoração. Assim, a fatoração de 90 é 2 ⋅ 3 ⋅ 3 ⋅ 5. Geralmente,


escrevemos que 90 = 2 ⋅ 32 ⋅ 5.
Exemplo: fatorando o número 252. Mais uma vez, montamos uma sequência de divisões por fatores primos,
de modo que trabalhemos com divisões somente exatas.

252 2

126| 2

63 3
|
21 3

7 |7

1
Logo, 252 = 2 ⋅ 3 ⋅ 7.
2 2

1
Matemática

Método prático para cálculo de raízes a partir da fatoração


Conseguimos calcular raízes a partir da fatoração. Isso porque ela explicita bem os fatores que, ao
aparecerem mais de uma vez, podem ser extraídos da raiz. O que fazemos é:
1. Fatorar o número que desejamos calcular a raiz;
2. Reunir os fatores em grupos de tamanho igual ao índice da raiz (se é pedida a raiz quadrada, os reunimos
em duplas, se é a raiz cúbica, em trios, se raiz quarta, em quartetos, e assim sucessivamente). Cada
grupo representará um único valor;
3. Multiplicamos os valores obtidos.

Exemplo: Cálculo de √196.


1. Fatoramos 196:
196 2

98 | 2

49 7
|
7 7
|
1

2. Hora de “fundir” os fatores! Como temos uma raiz quadrada (índice 2), reunimos os fatores em duplas.
Cada dupla de 2 “vira” um único 2, e cada uma de 7, um único 7.
196 2
2
98 | 2

49 7
|
7
7 7
|
1

3. Multiplicamos os números formados: 2 ⋅ 7 = 14. Logo, √196 = 14.

Por que esse método funciona?

Como 196 = 22 ⋅ 7², o que fizemos foi: √196 = √22 ⋅ 7² = √2² ⋅ √72 = 2 ⋅ 7 = 14.
Mas calma, teremos aulas futuras que trabalharão essas propriedades com mais detalhes.

2
Matemática

4
Exemplo: Cálculo de √1.296.
1. Fatorando 1.296:

2. Hora de “fundir” os fatores! Como temos uma raiz quarta (índice 4), reunimos os fatores em quartetos.
Cada quarteto de 2 “vira” um único 2, e cada um de 3, um único 3.

4
3. Multiplicamos os números formados: 2 ⋅ 3 = 6. Logo, √1.296 = 6.

3
Matemática

3
Exemplo: Cálculo de √108.
1. Fatorando 108:

2. Hora de “fundir” os fatores! Como temos uma raiz cúbica (índice 3), reunimos os fatores em trios. Cada
trio de 2 “vira” um único 2, e cada um de 3, um único 3.

PARE! Perceba que não conseguimos reunir um trio de 2. Isso significa que esses fatores não conseguem
ser extraídos da raiz cúbica. Assim, o número 2 ⋅ 2 = 4, correspondente ao produto dos fatores que não
conseguiram compor o grupo desejado, ficará dentro da raiz cúbica.

3 3
3. Logo, como somente o 3 “conseguiu sair da raiz”, temos que √108 = 3 √4.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.

4
Matemática

Exercícios de Fixação

1. A decomposição em fatores primos do número 280 é:


a) 23 ∙ 5 ∙ 7
b) 23 ∙ 5
c) 23 ∙ 7
d) 23 ∙ 5 ∙ 72
e) 23 ∙ 52 ∙ 7

2. Qual o menor número de três algarismos distintos que possui raiz quadrada exata?

3. 3
Qual é o maior √3375 ou 12,34?

4. 3 4
Dado 𝑎 = √8, 𝑏 = √16 e 𝑐 = √81, assinale a alternativa correta.
a) 𝑎=𝑏=𝑐
b) 𝑎=𝑏<𝑐
c) 𝑎<𝑐<𝑏
d) 𝑎<𝑏=𝑐
e) 𝑎<𝑏<𝑐

5. Calcule √48.
a) 2√3
b) 3√3
c) 4√3
d) 8√3
e) 16√3

5
Matemática

Exercícios

1. Decomponha em fatores primos os números 12 e 36, o resultado será, respectivamente, igual a:


a) 2 ∙ 4 e 3 ∙ 6
b) 22 ∙ 3 e 22 ∙ 32
c) 23 e 33
d) 22 ∙ 32 e 22 ∙ 3
e) 2 ∙ 32 e 22 ∙ 32

2. O valor exato da raiz cúbica de 1.728 é:


a) 9
b) 12
c) 15
d) 18
e) 25
9.
10.
3. 3
A soma √625 + √343 é igual a:
a) 32
b) 23
c) 10
d) 11
e) 12
11.
12.
4. 5
O resultado da √32 é um número:
a) Par
b) Ímpar
c) Múltiplo de 3
d) Divisível por 5
e) Nulo
13.
14.

15.
5. Determine o menor número natural, diferente de 1, que possui raiz sétima natural. Isto é, cuja raiz
sétima resulte em um número natural.

6. (Uerj, 2021) De acordo com o teorema fundamental da aritmética, todo número natural maior do que 1
é primo ou é um produto de números primos. Observe os exemplos:

6
Matemática

1964 = 22 × 491

1994 = 2 × 997

O maior número primo obtido na fatoração de 1716 é:


a) 17
b) 13
c) 11
d) 7

7. Qual o menor número que devemos multiplicar a 81 para que ele se torne um número cuja raiz cúbica
seja exata?
a) 3
b) 9
c) 10
d) 4
e) 2

8. Um número é dito quadrado perfeito quando ele é resultado do quadrado de um número natural. Por
exemplo, 49 é um quadrado perfeito, visto que é resultado de 7². Acerca desse conceito, assinale a
alternativa correta:
a) Todo quadrado perfeito não possui raiz cúbica exata (natural).
b) Todo quadrado perfeito possui raiz quarta exata.
c) Todo quadrado perfeito possui raiz quadrada exata.
d) Se um número possui raiz cúbica exata, então ele possui raiz quadrada exata.

4 3
9. Calcule o valor de √ √√248 .

3
10. Determine se a raiz √2129 ⋅ 366 ⋅ 545 é um número natural ou não, justificando sua resposta.

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16.

Gabaritos

7
Matemática

Exercícios de Fixação

2. A
Decompondo 280 em fatores primos, temos:
280 2
140 2
70 | 2
35 | 5
7 7
1
Portanto, 280 = 2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 5 ∙ 7 = 23 ∙ 5 ∙ 7.

3. 169
Como 102 = 100, 112 = 121, 122 = 144 e 132 = 169, temos que o primeiro número com três algarismos
distintos que possui raiz quadrada exata é 169, uma vez que √169 = 13.

4. Fatorando 3375, temos:


3375 3
1125 3
3
375 | 3
125 5
25 | 5
5
5 5
1

Como queremos a raiz cúbica de 3375 (índice igual a 3), logo, reunimos os fatores em trios, portanto,
3
√3375 = 3 ∙ 5 = 15.
3
Logo, como 15 > 12, 34 , então √3375 >12,34.

5. C
3 4
Temos que 𝑎 = √8, 𝑏 = √16 e 𝑐 = √81, fatorando:

8 2
4 2
| 2
2 2
1
3
Portanto, 𝑎 = √8 = 2

16 2
8 2 2
4 || 2
2 2 2
1
Portanto, 𝑏 = √16 = 2 ∙ 2 = 4

81 3
27 3
9 || 3 3
3 3
1
4
Portanto, 𝑐 = √81 = 3

Logo, 𝑎 = 2, 𝑏 = 4 𝑒 𝑐 = 3, temos 𝑎 < 𝑐 < 𝑏.

6. C
Fatorando o 48, temos:

2 8

2
Matemática

48 2
24 2
12| 2
6| 2
3 3
1

√48 = 2 ∙ 2 ∙ √3 = 4√3.

Portanto, √48 = 4√3.

Exercícios

1. B
Decompondo 12 em fatores primos, temos:
12 2
6 2
3 || 3
1

Temos que 12 = 22 ∙ 3.

E decompondo o 36, temos:


36 2
18 2
9|3
3|3
1

2. B
3
Raiz cúbica de 1728 = √1728, portanto:
1728 3
576 3
192 | 3 3
64 2
32 | 2
16 2 2
8 |2
4 2
2 2 2
3
√1728 = 3 ∙ 2 ∙ 2 = 12.

3. A
3
Dado √25 + √343, fatorando, temos:

625 5 343 7
5
125 5 49 7 7
|
25 || 5 7 7
5
5 5 1
1
3 3
Portanto, √625 = 25 e √343 = 7, logo, √625 + √343 = 25 + 7 = 32.

4. A
Fatorando o 32, temos:

9
2
Matemática

32 2
16 2
8| 2
4 2
2| 2
1

Como queremos a raiz quinta de 32 (índice igual a 5), logo, reunimos os fatores em quintetos, portanto
5
√32 = 2 que é um número par.

5. 𝟏𝟐𝟖
Como o número deve ser diferente de 1, devemos tomar o menor fator primo, 2. Como 27 = 128, esse é o
menor número natural que possui raiz sétima natural.

6. B
Como 1716 = 22 × 3 × 11 × 13, temos que o maior fator primo é 13.

7. B
3
Fatorando o 81 para achar sua raiz cúbica, teríamos 81 = 3 √3.

81 3
27 3 3
9 || 3
3 3
1

Como queremos saber por qual número multiplicar o 81 para que a raiz cúbica seja exata, basta notarmos
que como sobra apenas um 3, se multiplicarmos por 9 = 3², teremos 81 ∙ 32 = 729 e ao fatorarmos 729,
temos:
729 3
243 3
81 | 3 3
27 3
9| 3
3 3 3
1

Portanto, o menor número que devemos multiplicar por 81 para obter um número que tenha raiz cúbica
exata é o 9.
3 3
Encontrando assim um número exato para √81 ∙ 9 = √729 = 3 ∙ 3 = 9.

8. C
a) Falso. Por exemplo, 64 possui raiz cúbica exata, uma vez que 64 = 4³.
b) Falso. Por exemplo, 4 não possui raiz quarta exata.
c) Verdadeiro. Afinal, se ele é resultado de um número ao quadrado, é possível tirar sua raiz quadrada.
d) Falso. Por exemplo, 8 possui raiz cúbica exata, mas não possui raiz quadrada exata.

9. 4
Para tirar a raiz quadrada, reunimos os fatores em dupla e tomamos somente um.
Assim, √248 = 248÷2 = 224 .
3
Para tirar a raiz cúbica, reunimos os fatores em trios e tomamos somente um a cada trio. Assim, √224 =
2 24÷3
=2 .
8

Por fim, para tirar a raiz quarta de 28 , reunimos os fatores 2 em quartetos e tomamos apenas um.
4
Logo, √28 = 28÷4 = 22 = 4.

10
Matemática

10. É um número natural.

Para tirar a raiz cúbica de um número, tomamos os fatores em trios de mesmo número. Temos 129
fatores 2, 66 fatores 3 e 45 fatores 5. Como 129, 66 e 45 são números divisíveis por 3, é possível reunir os
fatores em trios. Logo, a raiz mostrada é um número natural.

11
Matemática

Números Primos e Divisibilidade

Teoria

Números primos
Um número natural é dito primo se ele possui somente dois divisores distintos. Observe os números abaixo,
de 1 a 10, com seus respectivos divisores positivos:

• 1 → 𝐷(1) = {1} • 6 → 𝐷(6) = {1,2,3,6}


• 2 → 𝐷(2) = {1,2} • 7 → 𝐷(7) = {1,7}
• 3 → 𝐷(3) = {1,3} • 8 → 𝐷(8) = {1,2,4,8}
• 4 → 𝐷(4) = {1,2,4} • 9 → 𝐷(9) = {1,3,9}
• 5 → 𝐷(5) = {1,5} • 10 → 𝐷(10) = {1,2,5,10}

Desses, os únicos números que possuem exatamente dois divisores distintos são: 2, 3, 5 e 7. Logo, esses
números são os únicos de 1 a 10 que são primos. Abaixo, uma lista dos números primos de 1 a 100:
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43,
47, 53, 59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97

Algumas coisas interessantes a serem notadas:


• O número 1 não é primo! Esse número possui apenas um divisor.
• O número 0 também não é primo! Esse número possui infinitos divisores.
• Existem infinitos números primos.
• O número 2 é o único número par primo. Isso ocorre pois qualquer outro número par será divisível por
pelo menos três números: o 1, ele mesmo e o 2.

Você sabe porque os números primos são chamados desse jeito?


𝑝𝑟𝑖𝑚𝑜𝑠 → 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠
A palavra primo vem no sentido de dizer que a partir desses números, os primeiros, obtemos os demais
números naturais, chamados de compostos. Esse processo ocorre a partir da multiplicação entre números
primos. Por exemplo, o número composto 8 é obtido pelo seguinte produto de números primos: 2 ⋅ 2 ⋅ 2. Já o
número 84, por exemplo, pelo produto 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 7. Isto é, 8 = 2³ e 84 = 2² ⋅ 3 ⋅ 7.

Observação 1: os números 0 e 1 são classificados nem como primos, nem como compostos. Eles não
possuem uma classificação específica nesse sentido.

Observação 2: Dizemos que dois números são primos entre si quando o único divisor em comum entre eles
é 1. Exemplo, 14 e 9 são números primos entre si, já que o único divisor em comum entre eles é 1 (isto é,
𝑚𝑑𝑐(14,9) = 1).

1
Matemática

Divisibilidade
Observe os números 16 e 4. Como o resto da divisão de 16 por 4 é zero, dizemos que 16 é divisível por 4.
Outras afirmações análogas são:
𝟏𝟔 é divisível por 𝟒 ⇔ 𝟏𝟔 é múltiplo de 𝟒 ⇔ 𝟒 é divisor de 𝟏𝟔 ⇔ 𝟒 é fator de 𝟏𝟔

Aqui, temos o intuito de estudar critérios que facilitem verificar se um número é divisível ou não por outro.
Abaixo, temos uma lista desses critérios:

Divisibilidade por 2 Divisibilidade por 6


Se o número for par (terminado em 0, 2, 4, 6 ou 8), Um número é divisível por 6 quando for divisível
ou seja, se o algarismo das unidades for par, ele por 2 e por 3 ao mesmo tempo.
será divisível por 2. Exemplos: 132 é divisível por 6, já que esse número
é par e 1 + 3 + 2 = 6 resulta em um múltiplo de 3.
Exemplos: 232 é divisível por 2, pois o algarismo Porém 333 não é divisível por 6, pois ele é ímpar, o
das unidades, 2, é par. Já 131 não é, pois, o que já é suficiente para atestar que ele não é
algarismo das unidades, 1, não é par. divisível por 6.

Divisibilidade por 3 Divisibilidade por 8


Se a soma dos algarismos de um número for Um número é divisível por 8 quando terminar com
divisível por 3, então o número é divisível por 3. 000 ou quando seus três últimos algarismos
formam um número divisível por 8.
Exemplos: 450 é divisível por 3 pois a soma 4 +
5 + 0 = 9 resulta em um múltiplo de 3. Porém, 329 Exemplos: 1000 e 1.816 são divisíveis por 8, já que
não é divisível por 3, pois a soma de seus o primeiro termina em 000 e o segundo termina em
algarismos, 3 + 2 + 9 = 14, não resulta em um 816, um número divisível por 8. Por outro lado,
múltiplo de 3. 1.324 não é divisível por 8, já que o número 324 não
é divisível por 8.

Divisibilidade por 4
Divisibilidade por 9
Um número é divisível por 4 se terminar em 00 ou
se o número formado por seus dois últimos Se a soma dos algarismos de um número for
algarismos for divisível por 4. divisível por 9, então o número é divisível por 9.
Exemplos: 100 e 5.224 são divisíveis por 4, já que Exemplos: 729 (7 + 2 + 9 = 18) é divisível por 9,
eles terminam em 00 e em 24, respectivamente. mas 212 (2 + 1 + 2 = 4) não é.
Por outro lado, 677 não é divisível por 4, já que o
número 77 não é divisível por 4. Divisibilidade por 10
Basta o número terminar em 0.
Divisibilidade por 5 Exemplos: 580 é divisível por 10 e 541 não é.
Se o número terminar em 5 ou 0, então é divisível
por 5.
Exemplos: 785 é divisível por 5 e 691 não é.

Observação: Considere ser possível reescrever um número 𝑥 qualquer como um produto entre dois números
primos entre si 𝑎 e 𝑏 (ou seja, 𝑥 = 𝑎 ⋅ 𝑏). Um número 𝑛 será divisível por 𝑥 se for divisível por 𝑎 e 𝑏 ao mesmo
tempo.

2
Matemática

Exemplo: como o número 15 pode ser reescrito como 3 ⋅ 5 e temos que 3 e 5 são primos entre si, um critério
para verificar se um número é divisível por 15 é averiguar se ele é divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.
Abaixo temos um mapa mental sobre os critérios de divisibilidade! Mas, caso você queira assistir a um
vídeo com alguém construindo esse mapa em tempo real, clique aqui.

2
Matemática

Exercícios de Fixação

1. Complete o valor de 𝑋 com algum algarismo que torne a sentença verdadeira: o número 4.094.12𝑋 é
divisível por 6.

2. Um ano é dito bissexto quando, ao invés de ter 365 dias em seu calendário, ele tem 366 dias. Isso ocorre
para corrigir o fato de que a Terra leva um pouco mais de 365 dias para girar em torno do Sol. O
fluxograma abaixo nos ajuda a determinar, a partir de cálculos matemáticos, se um ano é bissexto ou
não:

O ano de 3.700 será bissexto?

3. Assinale a alternativa em que todos os números apresentados são divisíveis por 3.


a) 2.400, 462 e 368.
b) 548, 123 e 9.423.
c) 459, 3.471 e 987.
d) 552, 4.902 e 875.

4. Considere o número 1.233. Qual o menor número natural que devemos somar a ele para que ele se
torne um número divisível por 6?

5. Determine a soma dos números primos entre 10 e 20.

4
Matemática

Exercícios

1. (Fuvest, 2017) Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são equivalentes se a soma
dos divisores positivos de a coincide com a soma dos divisores positivos de b.

Constituem dois inteiros positivos equivalentes:


a) 8 e 9.
b) 9 e 11.
c) 10 e 12.
d) 15 e 20.
e) 16 e 25.

2. (G1 – IFCE, 2019) Se 𝑎𝑏𝑐 é o maior número de três algarismos divisível por 11, então a soma 𝑎 + 𝑏 + 𝑐
vale
a) 18.
b) 22.
c) 20.
d) 17.
e) 16.

3. (UFRGS, 2019) Considere as afirmações sobre números inteiros.

I. Todo número primo é ímpar.


II. Se 𝑎 é um número múltiplo de 3, então 2𝑎 é múltiplo de 6.
III. Se 𝑎 é um número par, então 𝑎2 é um número par.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

4. (G1 - CP2, 2016) Observe com atenção a sequência de sólidos geométricos:

5
Matemática

Ela é formada por algumas figuras geométricas espaciais, a saber:

Ao continuarmos essa sequência, encontraremos na 40ª posição o sólido conhecido como


a) Esfera.
b) Cilindro.
c) Pirâmide.
d) Paralelepípedo.

5. (G1 – IFCE, 2019) Um número natural é quase-primo quando é o produto de dois números primos
distintos. Por exemplo, 91 é quase-primo, pois 91 = 7 × 13. Outros dois números quase-primos são
2018 e 2019. Nessas condições, também é um número quase-primo o resultado de
a) 673 × 1009.
b) 2018 × 2019.
c) 91 × 13.
d) 2020 × 2021.
e) 20 × 1009.

6. (G1 – IFAL, 2017) Considere a sequência infinita IFALMIFALMIFALMIFALMIFALM…


Qual é a 2017ª letra dessa sequência?
a) 𝐼.
b) 𝐹.
c) 𝐴.
d) 𝐿.
e) 𝑀.

7. (G1 – IFCE, 2016) O menor número natural que deve ser somado a 1983 para que o resultado seja um
número divisível por 7 é
a) 4.
b) 6.
c) 5.
d) 1.
e) 3.
8. (UEPG, 2021) Com relação aos conjuntos numéricos, assinale o que for correto.
01) Se o produto 12 ⋅ 𝑋 é divisível por 6, então X é divisível por 6.

6
Matemática

02) Se o número X não é divisível por 5, então o número 3X pode ser divisível por 5.
04) O número 55 ⋅ 34 é divisível por 15.
08) Se o número 3X é par, então o número X é divisível por 2.

9. (ESPM, 2015) O número natural 𝑁 = 474747. . . . .47𝑋 possui 47 algarismos e é múltiplo de 9. O valor do
algarismo 𝑋 é:
a) 4
b) 7
c) 3
d) 8
e) 5

10. (FGV-RJ, 2016) Os números nas seis faces de um cubo são seis número divisíveis por 3 consecutivos.
Além disso, as somas dos números em faces opostas são todas iguais. A figura, a seguir, mostra três
faces com os números 18, 24 e 27.

A soma dos três números que estão nas faces ocultas do cubo é
a) 66.
b) 72.
c) 84.
d) 36.
e) 48.

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7
Matemática

Gabaritos

Exercícios de Fixação

1. 𝑋 = 4.
Se 4.094.12X é divisível por 6, ele é um número par, pois deve ser divisível por 2. Dos números possíveis
(4.094.120; 4.094.122; 4.094.124; 4.094.126; 4.094.128) o único cuja soma dos algarismos absolutos é um
múltiplo de 3 é 4.094.124 (a soma dos algarismos é 24). Logo, 𝑋 = 4.

2. Não será bissexto.


Como 3.700 é divisível por 4 (pois termina em 00), é divisível por 100 (pois termina em 00), mas não é
divisível por 400 (pois 3.700 ÷ 400 não tem resto 0), o ano 3.700 não será bissexto.

3. C
A única alternativa em que a soma dos algarismos de todos os números é um múltiplo de 3 está na letra
C, em que: 4 + 5 + 9 = 18, 3 + 4 + 7 + 1 = 15, 9 + 8 + 7 = 24.

4. Adicionar 3 unidades.
Para que o novo número seja divisível por 6, ele deve ser divisível por 3 (soma dos algarismos é um
múltiplo de 3) e por 2 (o número deve ser par). Como 1 + 2 + 3 + 3 = 9, temos que 1.233 já é múltiplo de
3. O próximo múltiplo de 3, 1.236, é par. Então, esse número satisfaz as condições estipuladas pelo
enunciado. Dessa forma, basta somar 1.236 − 1.233 = 3 ao número original.

5. 60
Os números primos entre 10 e 20 são: 11, 13, 17 e 19. Assim, fazemos: 11 + 13 + 17 + 19 = 60.

Exercícios

1. E
Calculando os divisores:
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 8 → {1,2,4, 8} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 15
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 9 → {1,3, 9} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 13
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 10 → {1,2,5, 10} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 18
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 11 → {1,11} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 12
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 12 → {1,2,3, 4, 6, 12} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 28
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 15 → {1,3,5, 15} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 24
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 16 → {1,2,4, 8, 16} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 31
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 25 → {1,5,25} → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 31

Logo, 16 e 25 são dois inteiros positivos equivalentes.

2. A
Sabemos que 999 ÷ 11 = 90 + 9.
Portanto o maior número de três algarismos que é divisível por 11 é 999 − 9 = 990.
Logo a soma pedida será:
𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 9 + 9 + 0 = 18.

3. D
Analisando as afirmativas:
[I] Falso. Dois é primo e par.
[II] Verdadeiro. O dobro de um número múltiplo de 3 é divisível pelo dobro de 3 (seis).
[III] Verdadeiro. A multiplicação de um número par por qualquer outro (inclusive ele mesmo) gera um
número par.

8
Matemática

4. D
Pela divisão Euclidiana sabemos que 40 = 6 ⋅ 6 + 4.
Então, a figura que ocupa a 40ª posição é a mesma que ocupa a quarta posição na sequência toda, ou
seja, o paralelepípedo.

5. A
A opção correta é a letra [A] pois nos mostra um produto de dois números primos.
Justificando as opções incorretas:
[B] 2018 é par.
[C] 91 é divisível por 7.
[D] 2020 é par.
[E] 20 é par.

6. B
Observamos que as letras I, F, A, L, M, se repetem nesta ordem continuamente. Para obter a 2017ª
posição, basta dividir 2017 por 5 e seu resto indicara a qual das cinco letras está relacionada.
Dividindo:
2017 5
2 403

Visto que o resto é dois, basta procurar a letra que ocupa a segunda posição da sequência I, F, A, L, M.
Desta maneira, a letra da 2017ª posição é a letra F.

7. C
1.983 = 7 ⋅ 283 + 2
Portanto, o menor número que deverá ser somado a 1.983, para que se torne divisível por 7 é 7 − 2 = 5.

8. 04 + 08 = 12.
[01] Falsa. Tomando 𝑋 = 1, obtemos 12 ⋅ 1 = 12, que é divisível por 6, sendo que 1 não o é.
[02] Falsa. Sendo X e 3 números não divisíveis por 5, 3X também não será.
[04] Verdadeira. Temos que: 55 ⋅ 34 = 5 ⋅ 54 ⋅ 34 = 5 ⋅ (5 ⋅ 3)4 = 5 ⋅ 154
[08] Verdadeira. Como o número 3 é ímpar, para que 3X seja par, X deve ser par. Ou seja, X é divisível por
2.

9. D
Se o número 𝑁 possui 47 algarismos sendo o último deles o algarismo 𝑋, então pode-se afirmar que a
sequência 47 repete-se 23 vezes, pois há 46 algarismos até o algarismo 𝑋.
Para que um número seja múltiplo de 9, a soma de seus algarismos deve ser múltipla de 9.
Assim, somando os algarismos do número 𝑁, tem-se:
23 ⋅ 47 + 𝑥 = 253 + 𝑥 ⇒ 𝑥 = 8 𝑝𝑜𝑖𝑠 261 ÷ 9 = 29

10. E
Podemos considerar 3 sequências para as 6 faces do dado.
Sequência 1: (18, 21, 24, 27, 30, 33)
Não poderá ser, pois neste caso 24 e 27 devem ser faces opostas.
Sequência 2: (15, 18, 21, 24, 27, 30)
Não poderá ser, pois neste caso 18 e 27 devem ser faces opostas.
Portanto, a única sequência possível é:
Sequência 3: (12, 15, 18, 21, 24, 27)
Logo, a soma das três faces ocultas será 12 + 15 + 21 = 48.

9
Matemática

MMC e operações com frações

Teoria

Múltiplos naturais de um número


Um número natural 𝑎 é dito mútiplo de outro 𝑏, se existe 𝑘 ∈ ℤ tal que 𝑎 = 𝑏 ⋅ 𝑘. Vejamos alguns exemplos
numéricos que facilitem a compreensão da definição.

➢ 18 é múltiplo de 3, pois existe um número inteiro que, multiplicado por 3, resulta em 18.
Afinal, 6 ⋅ 3 = 18.

➢ 18 é múltiplo de 9, pois existe um número inteiro que, multiplicado por 9, resulta em 18.
Afinal, 2 ⋅ 9 = 18.

➢ 100 é múltiplo de 25, pois existe um número inteiro que, multiplicado por 25, resulta em 100.
Afinal, 4 ⋅ 25 = 100.

➢ 343 é múltiplo de 7, pois existe um número inteiro que, multiplicado por 7, resulta em 343.
Afinal, 49 ⋅ 7 = 343.

Podemos listar os múltiplos de um número a partir de uma sequência. Observe os múltiplos de 6 e de 8:

𝑀(6) = {6 × 0; 6 × 1; 6 × 2; 6 × 3; 6 × 4; 6 × 5; 6 × 6; 6 × 7; 6 × 8 … }
𝑀(6) = {0; 6; 12; 18; 24; 30; 36; 42; 48 … }

𝑀(8) = {8 × 0; 8 × 1; 8 × 2; 8 × 3; 8 × 4; 8 × 5; 8 × 6; 8 × 7; 8 × 8 … }
𝑀(8) = {0; 8; 16; 24; 32; 40; 48; 56; 64 … }

Como o conjunto de múltiplos de um número é infinito, ocasionalmente um número pode ser um múltiplo
comum a outros números. Voltando ao caso anterior, vemos que os números 0, 24, 48, 72, 96, … são múltiplos
comuns a 6 e 8. Definimos como menor múltiplo comum (mmc) o primeiro múltiplo positivo comum. Assim,

𝑚𝑚𝑐(6,8) = 24

1
Matemática

Método prático para cálculo do mmc


Podemos determinar o mmc entre dois números a partir da fatoração em primos! Para isso, fatoramos
simultaneamente os números! Observe um exemplo para o cálculo de mmc (36,48). Devemos dividir 36 e 48
por algum número primo que divida pelo menos um dos dois números. Quando dividir apenas um deles,
realizamos somente essa divisão. Quando dividir ambos, realizamos duas divisões simultâneas pelo fator
primo. Caso não divida nenhum, passamos para o próximo primo que consiga dividir algum dos resultados
presentes.
36 – 48 2
18 – 24 2
9 – 12 2
9–6 2
9–3 3
3–1 3
1–1

Multiplicando os fatores obtidos, temos 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 3 = 24 ⋅ 32 = 144. Esse é o mmc entre 36 e 48.

Operações com frações


As frações são uma forma de representar algumas quantias não inteiras. De maneira geral, dizemos que uma
𝑎
fração, que representa um número racional, é um número escrito da forma , sendo 𝑎 e 𝑏 números inteiros,
𝑏
3
𝑏 ≠ 0. Um exemplo é a fração . Chamamos o número 3 de numerador e o 4 de denominador dessa fração.
4

Aqui, focaremos em como realizar as quatro operações básicas entre frações.

1. Soma e Subtração
a) Entre frações de mesmo denominador: mantemos o denominador e somamos/subtraímos os
numeradores.

Exemplos:
2 5 2+5 8
+ = =
13 13 13 13

19 16 19 − 16 3
− = =
21 21 21 21

2
Matemática

b) Entre frações de denominadores distintos:


Não conseguimos somar/subtrair frações de denominadores distintos de imediato, uma vez que os
números estão divididos em partes de tamanhos diferentes. Assim, devemos reescrever as frações
de modo a deixá-las com um denominador comum. Tal denominador comum será o mmc dos
denominadores originais.

Exemplos:
5 7
+ =?
12 18

Essas frações possuem denominadores distintos. Uma vez que mmc (12,18) = 36, realizaremos o
seguinte procedimento:

→ o denominador do resultado dessa conta será 36.

5 7
+ =
12 18 36

→ iremos dividir o novo denominador pelos antigos. Aqui, 36 ÷ 12 = 3 e 36 ÷ 18 = 2. Usualmente,


escrevemos os resultados dessas divisões abaixo dos respectivos denominadores antigos.

5 7
+ =
12/3 18/2 36

→ multiplicamos os resultados dessas divisões pelos respectivos numeradores e efetuamos a


soma desses produtos.

5 7 5 ⋅ 3 + 7 ⋅ 2 15 + 14 29
+ = = =
12 18 36 36 36

11 2
Exemplo: − 15 = ?
45

Essas frações possuem denominadores distintos. Uma vez que mmc (15,45) = 45, temos que:

→ o denominador do resultado dessa conta será 45.

11 2
− =
45 15 45

3
Matemática

→ iremos dividir o novo denominador pelos antigos. Aqui, 45 ÷ 45 = 1 e 45 ÷ 15 = 3. Usualmente,


escrevemos os resultados dessas divisões abaixo dos respectivos denominadores antigos.
11 2
− =
45/1 15/3 45

→ multiplicamos os resultados dessas divisões pelos respectivos numeradores e efetuamos a


soma desses produtos.
11 2 11 ⋅ 1 − 2 ⋅ 3 11 − 6 5
− = = =
45 15 45 45 45

Perceba que, nesse exemplo, a fração resultante pode ser simplificada. Isso é possível quando o
5
numerador e o denominador da fração são divisíveis por um número em comum. Em , ambos os
45
termos são divisíveis por 5. Dessa forma, podemos dividi-los simultaneamente por 5.
5 5÷5 1
= =
45 45 ÷ 5 9
Esse método funciona pois ele se baseia em transformar as frações originais em frações
5
equivalentes de mesmo denominador. Voltando ao primeiro exemplo, a fração é equivalente à
12
5⋅3 15
= 36 (multiplicar o numerador e o denominador por um mesmo número não altera o valor da
12 ⋅ 3
7 7⋅2 14 5 7 15 14 29
fração). Enquanto isso, equivale à = 36. Assim, 12 + 18 = 36 + 36 = 36.
18 18 ⋅ 2

2. Multiplicação
Para multiplicarmos duas frações, realizamos o produto entre os numeradores e entre os
denominadores.
Exemplo:
6 7 6 ⋅ 7 42
⋅ = =
5 11 5 ⋅ 11 55

Exemplo:
8 12 8 ⋅ 12 96
⋅ = =
21 4 21 ⋅ 4 84

Mais uma vez, nesse exemplo, a fração resultante pode ser simplificada. Isso é possível pois o
numerador e o denominador da fração são ambos divisíveis por números em comum:
96 96 ÷ 4 24
= = 21. Porém, 24 e 21 também são divisíveis por 3. Eventualmente, vamos encontrando
84 84 ÷ 4
divisores em comum à medida que vamos simplificando a fração. Assim, podemos simplificar mais:
24 24 ÷ 3 8
= 21 ÷ 3 = 7.
21

4
Matemática

3. Divisão
Para dividirmos duas frações, realizamos o produto entre a primeira delas e o inverso da segunda.

Exemplo:
2
3 2 7 14
5 = 3 ⋅ 5 = 15
7

Exemplo:
12
25 12 45 12 ⋅ 45 12 ⋅ 45 12 ⋅ 45 12
9 = 25 ⋅ = = 5⋅ 5 ⋅ 9 = = .
9 25 ⋅ 9 5 ⋅ 45 5
45

Nesse exemplo, fizemos uma manipulação para reduzirmos a fração antes de realizar de fato o produto
visto, “cancelando” alguns termos.

5
Matemática

Exercícios de fixação

1. Qual das alternativas abaixo indica uma afirmação verdadeira?


a) Todo múltiplo de 7 é um número ímpar.
b) Todo número ímpar é um multiplo de 7.
c) Todo número par é multiplo de 8.
d) Todo múltiplo de 8 é um número par.

1 1 3 5
2. Determine o resultado, na forma reduzida, da expressão: ( + ) × ( + )
3 2 9 9

3. Se abc é o maior número de três algarismos divisível por 11, então a soma a + b + c vale
a) 18.
b) 22
c) 20.
d) 17.
e) 16.

3 5
4. Some com , e divida o resultado obtido pelo inverso do número 30.
5 6

5. Resolva a expressão abaixo:


3 1 1
( + ) + (2 − ) =
4 2 4

6
Matemática

Exercícios

1. (IFCE 2019) Um médico, ao prescrever uma receita, determina que dois medicamentos sejam ingeridos
pelo paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A, de 6 em 6 horas, remédio B, de
3 em 3 horas. Caso, o paciente utilize os dois remédios às 10 horas da manhã, então a próxima ingestão
dos dois juntos será às
a) 17h.
b) 14h.
c) 15h.
d) 13h.
e) 16h.

2. (UFTPR 2012) Três vendedores viajam a serviço para uma empresa. O primeiro viaja de 12 em 12 dias,
o segundo de 16 em 16 dias e o terceiro de 20 em 20 dias. Se todos viajarem hoje, calcule daqui a
quantos dias eles voltarão a viajar no mesmo dia.
a) 220 dias.
b) 120 dias.
c) 240 dias.
d) 250 dias.
e) 180 dias.

3. (IFCE 2020) Um relógio A bate a cada 15 minutos, outro relógio B bate a cada 20 minutos, e um terceiro
relógio C a cada 25 minutos. O menor intervalo de tempo decorrido entre duas batidas simultâneas dos
três relógios, em horas, é igual a
a) 3.
b) 6.
c) 4.
d) 5.
e) 7.

7
Matemática

4. (EPCAR 2021) Considere as seguintes afirmações:


― 𝑥 é o menor número natural de modo que o produto de 2520 por x seja um quadrado perfeito.
― 𝑦 é o número mínimo de dias para que ocorram novamente os eventos A, B e C, que acontecem
hoje, sendo que A repete-se de 63 em 63 dias, B de 60 em 60 dias e C de 90 em 90 dias.
𝑦
A razão ⁄𝑥 é equivalente a
a) 15
b) 16
c) 18
d) 17

5. (Enem 2020) Antônio, Joaquim e José são sócios de uma empresa cujo capital é dividido, entre os três,
em partes proporcionais a: 4, 6 e 6, respectivamente. Com a intenção de igualar a participação dos três
sócios no capital da empresa, Antônio pretende adquirir uma fração do capital de cada um dos outros
dois sócios.
A fração do capital de cada sócio que Antônio deverá adquirir é
a) 1/2
b) 1/3
c) 1/9
d) 2/3
e) 4/3

6. (Enem 2021) Um jogo pedagógico é formado por cartas as quais está impressa uma fração em uma de
suas faces. Cada jogador recebe quatro cartas e vence aquele que primeiro consegue ordenar
crescentemente suas cartas pelas respectivas frações impressas. O vencedor foi o aluno que recebeu
as cartas com as frações: 3/5, 1/4, 2/3 e 5/9.
A ordem que esse aluno apresentou foi
a) 1⁄ , 5⁄ , 3⁄ , 2⁄
4 9 5 3
b) 1⁄ , 2⁄ , 3⁄ , 5⁄
4 3 5 9
c) 2⁄ , 1⁄ , 3⁄ , 2⁄
3 4 5 3
d) 5⁄ , 1⁄ , 3⁄ , 2⁄
9 4 5 3
e) 2⁄ , 3⁄ , 1⁄ , 5⁄
3 5 4 9

8
Matemática

7. (Famema 2020) Silvia e Márcio moram em cidades diferentes no interior. Sílvia vai à capital uma vez a
cada 10 dias, e Márcio vai à capital uma vez a cada 12 dias. A última vez em que eles se encontraram
na capital foi um sábado. O próximo encontro dos dois na capital ocorrerá em
a) uma terça-feira.
b) uma quarta-feira.
c) um domingo.
d) um sábado.
e) uma segunda-feira.

8. (Cp2 2019) Maria adora séries de televisão e pretende assistir, durante um ano, a todos os episódios
(de todas as temporadas e sem pular nenhum episódio) das suas três séries preferidas. Para isso, ela
assistirá a três episódios por dia, sendo um de cada série. Sabe-se que cada temporada da série A tem
20 episódios, da série B tem 24 episódios e da série C tem 18 episódios. Nenhuma das três séries tem
mais que 365 episódios ao todo. Ela decidiu que começará, hoje, a assistir ao primeiro episódio da
primeira temporada de cada uma dessas três séries. Maria também sabe que haverá um certo dia 𝑥 em
que conseguirá, coincidentemente, assistir ao último episódio de alguma temporada das três séries.
Ao final do dia 𝑥, Maria já terá assistido, ao todo,
a) 12 temporadas completas das três séries.
b) 15 temporadas completas da série A.
c) 18 temporadas completas da série B.
d) 20 temporadas completas da série C.

9. (CMRJ 2017) Calcule e assinale o valor da multiplicação dos 30 fatores abaixo:


1 1 1 1 1
( + 1) × ( + 1) × ( + 1) × … × ( + 1) × ( + 1)
40 41 42 68 69

a) 49⁄
50
b) 41⁄
69
c) 7⁄
4
d) 50⁄
49
e) 13⁄
23

9
Matemática

10. (UFMG 2009) Paula comprou dois potes de sorvete, ambos com a mesma quantidade do produto. Um
dos potes continha quantidades iguais dos sabores chocolate, creme e morango; e o outro, quantidades
iguais dos sabores chocolate e baunilha. Então, é correto afirmar que, nessa compra, a fração
correspondente à quantidade de sorvete do sabor chocolate foi:
a) 2⁄
5
b) 3⁄
5
c) 5⁄
12
d) 5⁄
6

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10
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
[A] Falsa. O número 14 é múltiplo de 7 e é par.
[B] Falsa. O número 3 é ímpar e não é múltiplo de 7.
[C] Falsa. O número 2 é par e não é múltiplo de 8.
[D] Verdadeira. Todo múltiplo de 8 é um número par.

20
2. Resposta:
27
Vamos resolver essa expressão, lembrando que sempre iremos começar pelas operações dentro dos
parênteses!
1 1 3 5 5 8 40
( + )×( + )=( )×( )=
3 2 9 9 6 9 54
Como a questão quer a resposta em sua forma reduzida, precisamos simplificar. Para isso iremos dividir
o numerador e o denominador por 2:
40 ÷ 2 20
=
54 ÷ 2 27

3. A
O maior algarismo de três números é o 999; se dividirmos ele por 11, teremos: 999 ÷ 11 = 90 + 9
Portanto, o maior número de três algarismos que é divisível por 11 é 999 − 9 = 990.
Logo, a soma pedida será:
𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 9 + 9 + 0 = 18

4. Resposta: 43
Primeiro vamos somar as frações, como a questão pede:
3 5 18 + 25 43
+ = =
5 6 30 30
Agora, vamos divdir o valor que encontramos pelo inverso de 30.
1
Lembrando que o inverso de 30 é .
30
Efetuando essa divisão, temos:
43 1 43 30 43 ∙ 30
÷ = ∙ = = 43
30 30 30 1 30 ∙ 1

5.
3 1 1 1∙3+2∙1 4∙2−1∙1 3+2 8−1 5 7 12
( + ) + (2 − ) = ( )+( )=( )+( )= + =
4 2 4 4 4 4 4 4 4 4

4 2 2 4 1 2
2 1 2 2 1 2

1 1 4 1 1 4

11
Matemática

Exercícios

1. E
O primeiro passo será calcular o mínimo múltiplo comum entre 3 e 6.
MMC (3, 6) = 6, pois 6 é múltiplo de 3.
Portanto a próxima ingestão dos dois medicamentos juntos será:
10 + 6 = 16 horas

2. C
Basta calcular o MMC (12, 16, 20) = 240
12 16 20 2
6 8 10 2
3 4 5 2
3 2 5 2
3 1 5 3
1 1 5 5
1 1 1 240

3. D
Devemos determinar o MMC (15, 20, 25).
15 20 25 2
15 10 25 2
15 5 25 3
5 5 25 5
1 1 5 5
1 1 1
2 ∙ 2 ∙ 3 ∙ 5 ∙ 5 = 300 minutos
300 minutos = 5 horas

4. C
O primeiro passo é decompor o 2520 em fatores primos.
2520 = 23 ∙ 32 ∙ 5 ∙ 7
Para que 2520 ∙ 𝑥 seja um quadrado perfeito, o menor valor de x deverá ser:
𝑦 = 2 ∙ 5 ∙ 7 = 70
O valor de 𝑦 será dado pelo MMC (63, 60, 90) = 1260
Portanto,
𝑦 1260
= = 18
𝑥 70

12
Matemática

5. C
Do enunciado sabemos que a empresa foi dividida em 16 partes, pois 4 + 6 + 6 = 16.
Essas 16 partes devem ser divididas em três partes iguais para os sócios.
Como 16/3 não é uma divisão exata, podemos multiplicar por um valor comum, sem perder a
proporcionalidade.
Vamos multiplicar por 3 e verificar a igualdade.
4 ∙ 3 + 6 ∙ 3 + 6 ∙ 3 = 16 ∙ 3
12 + 18 + 18 = 48
48 = 48
Dividindo 48 por 3 o resultado é exato.
48/3 = 16
Agora a empresa está dividida em 48 partes, das quais:
Antônio possui 12 partes.
Joaquim possui 18 partes.
José possui 18 partes.
Dessa forma, Antônio, que já tem 12, precisa receber mais 4 para ficar com 16.
Por isso, cada um dos outros sócios precisam passar 2 partes, das 18, para Antônio.
A fração que Antônio precisa adquirir de casa sócio é 2/18, simplificando:
2/18 = 1/9

6. A
Para comparar frações, elas devem possuir os denominadores iguais. Para isso, calculamos o MMC entre
5, 4, 3 e 9, que são os denominadores das frações sorteadas.
5 4 3 9 2
5 2 3 9 2
5 1 3 9 3
5 1 1 3 3
5 1 1 1 5
1 1 1 1 MMC (5, 4, 3, 9) = 180

Para encontrar as frações equivalentes, dividimos 180 pelos denominadores das frações sorteadas e
multiplicamos o resultado pelos numeradores.
Para 3/5
180 / 5 = 36; como 36 x 3 = 108, a fração equivalente será 108 / 180.
Para 1/4
180/4 = 45; como 45 x 1 = 45, a fração equivalente será 45/180.
Para 2/3
180/3 = 60; como 60 x 2 = 120, a fração equivalente será 120/180.
Para 5/9
180/9 = 20; como 20 x 5 = 100, a fração equivalente será 100/180.
Com as frações equivalentes, basta ordenar pelos numeradores em ordem crescente e associar com as
frações sorteadas.

Sorteadas: 1⁄4 5⁄ 3⁄ 2⁄
9 5 3
Equivalentes: 45⁄180 100⁄
180
108⁄
180
120⁄
180

13
Matemática

7. B.
Os dois se encontrarão novamente após mmc (10,12) = mmc (2 ∙ 5, 22 ∙ 3) = 60 dias.
Assim, como 60 = 8 ∙ 7 + 4, podemos concluir que o próximo encontro ocorrerá numa quarta-feira.

8. D
Calculando:
24 20 18 2
12 10 9 2
6 5 9 2
3 5 9 3
1 5 3 3
1 5 1 5
1 1 1 23 ∙ 32 ∙ 5
= 360

A ⇒ 360 ÷ 20 = 18 temporadas
MMC = 360 ⇒ ⟨B ⇒ 360 ÷ 24 = 15 temporadas
C ⇒ 360 ÷ 18 = 20 temporadas

9. C
Do enunciado, temos:
41 42 43 69 70
∙ ∙ ∙ …∙ ∙

40 41 42 68 69
30 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠
43 70 70 7
∙ ∙ ∙…∙ ∙ = =
40 40 4

10. C
Seja 𝑥 a capacidade de cada pote.
A quantidade de chocolate no primeiro pote é 𝑥/3, e no segundo, 𝑥/2. Logo, a fração pedida é:
𝑥 𝑥 5𝑥
+
3 2= 6 = 5
2𝑥 2𝑥 12

14
Português

Desvendando a matriz de linguagens

Teoria

Você já deve ter ouvido falar em habilidades e competências, né? Mas o que elas, de fato, são?

Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos
para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer.

As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do 'saber fazer'. Por
meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova
reorganização das competências (INEP, 1999, p.7).

Competência de área 1
Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos
relevantes para sua vida.

H1 – Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos
sistemas de comunicação.
H2 – Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para
resolver problemas sociais.
H3 – Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função
social desses sistemas.
H4 – Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de
comunicação e informação.

Competência de área 2
Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras
culturas e grupos sociais*.

H5 – Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.


H6 – Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de
acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 – Relacionar um texto em LEM às estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 – Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e
linguística.

Competência de área 3
Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora
da identidade.

H9 – Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de


um grupo social.
H10 – Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades
cinestésicas.

1
Português

H11 – Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de
desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.

Competência de área 4
Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do
mundo e da própria identidade.

H12 – Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 – Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza
e preconceitos.
H14 – Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas
manifestações de vários grupos sociais e étnicos.

Competência de área 5
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos,
mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de
produção e recepção.

H15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do
contexto histórico, social e político.
H16 – Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio
literário nacional.

Competência de área 6
Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização
cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

H18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e
estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 – Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 – Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade
nacional.

Competência de área 7
Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.

H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade
de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 – Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 – Inferir de um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo pela análise dos
procedimentos argumentativos utilizados.
H24 - Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais
como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

2
Português

Competência de área 8
Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da
organização do mundo e da própria identidade.

H25 - Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades
linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 - Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Competência de área 9
Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação
na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos
científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos
problemas que se propõem solucionar.

H28 - Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 - Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.

3
Português

Exercícios de fixação

1. “Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.”

Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos leva a
conclusões falsas ou improcedentes. A última frase do texto é um exemplo de sofisma, considerando
que, da constatação de que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor
verde. Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento:
a) enumeração incorreta
b) generalização indevida
c) representação imprecisa
d) exemplificação inconsistente

2. Analise as afirmações sobre trechos abaixo e assinale a correta.


a) Em – Há alguns meses, troquei meu celular. –, o verbo haver indica tempo decorrido e pode ser
substituído, corretamente, por Fazem.
b) Em – Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. –, o termo em
destaque expressa a ideia de exclusão.
c) Em – Virou um labirinto de instruções! –, o termo em destaque foi empregado em sentido
figurado, indicando confusão, incompreensibilidade.
d) Em – Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. –, o termo em destaque pode ser substituído,
corretamente e sem alteração do sentido do texto, por limitada.
e) Em – Mas não posso me alimentar só de pipoca! –, a conjunção em destaque expressa a ideia
de comparação.

4
Português

3.

A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento


fundamental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado.
Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet:
a) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo
b) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes comprovados
c) emitem juízos sobre os outros, mas não se veem na posição de acusados,
d) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos

4. esta vida é uma viagem


pena eu estar
só de passagem
(Paulo Leminski, La vie em close. 5a ed. S. Paulo: Brasiliense, 2000, p.134)

No poema de apenas três versos, o poeta lamenta-se


a) da fugacidade da vida.
b) demonstra preferir a vida espiritual à terrena.
c) revolta-se contra o seu destino.
d) sugere que a vida não tem sentido.
e) abomina a agitação da vida.

5
Português

5.

A tirinha acima é uma crítica:


a) ao fato de os pais não explicarem as coisas corretamente às crianças.
b) quanto à cautela dos pais para que as crianças não distorçam na rua o que ouvem em casa.
c) ao fato de as crianças contarem aos amigos o que os pais falam em casa.
d) à fala das pessoas, que muitas vezes não tem importância.
e) ao fato de Mafalda ter criado uma expectativa no amigo que o desiludiu.

6
Português

Exercícios

C-8/H-25
1. (Enem, 2012) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil,
corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que
já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase
arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter
existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos
quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”,
não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial
com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua.
Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir
o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante
de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?

CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado. In: Cadernos de Letras da
UFF, n. 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.

7
Português

C7/H21
2. (Enem, 2012)

A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus textos.
Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor a
a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.
b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
e) consumir produtos de modo responsável e ecológico.

8
Português

C6-H20
3. (Enem, 2011) Não tem tradução
[…]
Lá no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
[…]
Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone

ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas. Revista Língua Portuguesa. Ano 4, n° 54. São Paulo: Segmento, abr.
2010 (fragmento).

As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem uma aguçada
preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças político-culturais no Brasil, no início dos
anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba não tem tradução, por meio do recurso
da metalinguagem, o poeta propõe
a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com vocábulos
estrangeiros.
b) respeitar e preservar o português padrão como forma de fortalecimento do idioma do Brasil.
c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma legítima de identidade
nacional.
d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e quente ritmo da música
popular brasileira.
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores étnicos de sociedades mais
desenvolvidas.

9
Português

C3-H10
4. (Enem, 2011) Na modernidade, o corpo foi descoberto, despido e modelado pelos exercícios físicos da
moda. Novos espaços e práticas esportivas e de ginástica passaram a convocar as pessoas a
modelarem seus corpos. Multiplicaram-se as academias de ginástica, as salas de musculação e o
número de pessoas correndo pelas ruas.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Caderno do professor: educação física. São Paulo, 2008.

Diante do exposto, é possível perceber que houve um aumento da procura por


a) exercícios físicos aquáticos (natação/hidroginástica), que são exercícios de baixo impacto,
evitando o atrito (não prejudicando as articulações), e que previnem o envelhecimento precoce e
melhoram a qualidade de vida.
b) mecanismos que permitem combinar alimentação e exercício físico, que permitem a aquisição e
manutenção de níveis adequados de saúde, sem a preocupação com padrões de beleza instituídos
socialmente.
c) programas saudáveis de emagrecimento, que evitam os prejuízos causados na regulação
metabólica, função imunológica, integridade óssea e manutenção da capacidade funcional ao
longo do envelhecimento.
d) exercícios de relaxamento, reeducação postural e alongamentos, que permitem um melhor
funcionamento do organismo como um todo, bem como uma dieta alimentar e hábitos saudáveis
com base em produtos naturais.
e) dietas que preconizam a ingestão excessiva ou restrita de um ou mais macronutrientes
(carboidratos, gorduras ou proteínas), bem como exercícios que permitem um aumento de massa
muscular e/ou modelar o corpo.

C4-H12
5. (Enem, 2011) TEXTO I
Onde está a honestidade?
Você tem palacete reluzente
Tem joias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade…
E o povo pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade…
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente…

ROSA, N. Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.

10
Português

TEXTO II
Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu
em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Mas faleceu
aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o patrimônio
cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a sociedade contemporânea, como se tivessem
sido escritas no século XXI.
Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.

Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é atualizável, na medida em que ele se


refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?, de Noel
Rosa, evidencia-se por meio
a) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns.
b) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.
c) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
d) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
e) da insistência em promover eventos beneficentes.

C8/H25
6. (Enem, 2013) Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!

GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto


a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.

11
Português

C8-H 27
7. (Enem, 2013) Resolução n.o 08/2011 – TOMBAMENTO dos imóveis da Rua Augusta. n.o 349 e n.o 353,
esquina com a Rua Marquês de Paranaquá, n.o 315. n.o 327 e n.o 329 (Setor 010, Quadra 026, Lotes
0016-2 e 00170-0), bairro da Consolação. Subprefeitura da Sé, conforme o processo administrativo n.o
1991-0.005.365-1.
Folha de S. Paulo, 5 ago. 2011 (adaptado).

Um leitor interessado nas decisões governamentais escreve uma carta para o jornal que publicou o
edital, concordando com a resolução sintetizada no Edital da Secretaria de Cultura. Uma frase
adequada para expressar sua concordância é:
a) Que sábia iniciativa! Os prédios em péssimo estado de conservação devem ser derrubados.
b) Até que enfim! Os edifícios localizados nesse trecho descaracterizam o conjunto arquitetônico da
Rua Augusta.
c) Parabéns! O poder público precisa mostrar sua força como guardião das tradições dos moradores
locais.
d) Justa decisão! O governo dá mais um passo rumo à eliminação do problema da falta de moradias
populares.
e) Congratulações! O patrimônio histórico da cidade merece todo empenho para ser preservado.

C8- H25
8. (Enem, 2013) Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. oriunda dos
salões franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e,
por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença
de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os
dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez
des dames”, “Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”,
“Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês
aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição,
que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.

CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976.

As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma
nação ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma
nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.

12
Português

C8-H25
9. (Enem, 2013) Jogar limpo
Argumentar não é ganhar uma discussão a qualquer preço. Convencer alguém de algo é, antes de tudo,
uma alternativa à prática de ganhar uma questão no grito ou na violência física — ou não física. Não
física, dois pontos. Um político que mente descaradamente pode cativar eleitores. Uma publicidade que
joga baixo pode constranger multidões a consumir um produto danoso ao ambiente. Há manipulações
psicológicas não só na religião. E é comum pessoas agirem emocionalmente, porque vítimas de
ardilosa — e cangoteira — sedução. Embora a eficácia a todo preço não seja argumentar, tampouco se
trata de admitir só verdades científicas — formar opinião apenas depois de ver a demonstração e as
evidências, como a ciência faz. Argumentar é matéria da vida cotidiana, uma forma de retórica, mas é
um raciocínio que tenta convencer sem se tornar mero cálculo manipulativo, e pode ser rigoroso sem
ser científico.
Língua Portuguesa, São Paulo, ano 5, n. 66, abr. 2011 (adaptado).

No fragmento, opta-se por uma construção linguística bastante diferente em relação aos padrões
normalmente empregados na escrita. Trata-se da frase “Não física, dois pontos”. Nesse contexto, a
escolha por se representar por extenso o sinal de pontuação que deveria ser utilizado
a) enfatiza a metáfora de que o autor se vale para desenvolver seu ponto de vista sobre a arte de
argumentar.
b) diz respeito a um recurso de metalinguagem, evidenciando as relações e as estruturas presentes
no enunciado.
c) é um recurso estilístico que promove satisfatoriamente a sequenciação de ideias, introduzindo
apostos exemplificativos.
d) ilustra a flexibilidade na estruturação do gênero textual, a qual se concretiza no emprego da
linguagem conotativa.
e) prejudica a sequência do texto, provocando estranheza no leitor ao não desenvolver explicitamente
o raciocínio a partir de argumentos.

C1/H1
10. (Enem, 2013)

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a
a) a opressão das minorias sociais.
b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualificação profissional.
e) reação ao controle do pensamento coletiv

13
Português

Gabaritos
Exercícios de fixação

1. B
Neste caso, a generalização indevida nos conduz a uma conclusão geral precipitada e falaciosa a partir
de uma situação particular, cuja amostra analisada é muito pequena não sendo possível sustentar uma
generalização.

2. C
O vocábulo “labirinto” foi utilizado no texto em seu sentido figurado (ou conotativo) indicando algo
complexo e que causa confusão, tal qual um labirinto.

3. C
Na tirinha, o estranhamento é causado justamente pela falta de uma das principais figuras de um tribunal:
o réu – o acusado –, entretanto existem muitos juízes, os internautas são acusadores inveterados por
estarem escondidos por trás de suas telas.

4. A
A partir da leitura do poema, podemos compreender que o autor aborda sobre a transitoriedade da vida,
ou seja, sua qualidade de ser passageira e que acaba com rapidez para todos, como uma viagem.

5. D
Mafalda critica o fato de muitos discursos, por maiores que sejam, serem vazios ou repetitivos em
termos de conteúdo, ou por não acrescentarem nada de valor para a vida das pessoas.

Exercícios de vestibulares

1. E
A autora, ao explicar os usos do “ter” e do “haver” ao longo da história, critica o comportamento purista
ao questionar uma visão hierárquica do uso da língua sobre apenas um dos verbos.

2. E
A campanha publicitária visa incitar o interlocutor a comprar produtos de forma sustentável, como
exemplo, as sacolas retornáveis que serão utilizadas várias vezes pelo consumidor e terão uma
durabilidade maior.

3. C
A metalinguagem na canção de Noel Rosa se dá pelo uso da própria letra ao refletir sobre a sua
composição poética. Neste sentido, o eu lírico visa valorizar a fala popular brasileira e reconhecer a
linguagem coloquial como forma de identidade nacional.

4. E
O texto informa que, na Modernidade, houve uma preocupação maior com a estética corporal, tanto que
ocorre uma expansão de academias e outras práticas esportivas. Consequentemente, os anseios do
indivíduo estão relacionados a novas dietas e o ganho de massa, uma vez que o texto confirma a ideia
da valorização estética do corpo.

5. A
A canção de Noel Rosa ironiza aqueles que enriqueceram sem alguma causa aparente, usufruindo de um
dinheiro com possível origem duvidosa. Tal fato pode ser compreendido pelos versos “Tem joias e
criados à vontade/ Sem ter nenhuma herança ou parente” e “Onde está a honestidade? / O seu dinheiro
nasce de repente”.

14
Português

6. D
Na música de Gabriel, O Pensador não há linguagem própria da internet, apesar de ter um caráter atual.
O mesmo acontece na opção B: há caráter apelativo, mas gerado pela interlocução, não pelas metáforas.
Como estamos falando de uma música do gênero “rap”, a espontaneidade é a principal característica,
marcada pela linguagem coloquial.

7. E
A palavra “tombamento” está relacionada à transformação de um imóvel em patrimônio público, o que
garante a sua preservação.

8. B
A quadrilha pode ser considerada uma dança folclórica porque ela carrega tradições e costumes de
determinados povos ou regiões. Segundo o texto, a dança quadrilha teve origem nos salões franceses,
sendo posteriormente difundida por toda a Europa e chegando também ao Brasil. Aqui, porém, perdeu-
se o caráter aristocrático e a quadrilha ganhou popularidade, sofrendo adaptações regionais.

9. C
O sinal de pontuação escrito por extenso foi um recurso utilizado pelo autor para enfatizar a informação
apresentada e introduzir um aposto explicativo.

10. E
Podemos observar, no cartum, a imagem de indivíduos com uma corda, indo na mesma direção, como
se fossem controlados, e a imagem de um indivíduo retratado com outra cor em relação aos demais,
sem a corda e indo em outra direção, como se ele tivesse a possibilidade de escolha. Essa crítica está
associada ao conceito de massificação.

15
Português

Desvendando a matriz de linguagens

Teoria

Você já deve ter ouvido falar em habilidades e competências, né? Mas o que elas, de fato, são?

Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos
para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer.

As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do 'saber fazer'. Por
meio das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova
reorganização das competências (INEP, 1999, p.7).

Competência de área 1
Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos
relevantes para sua vida.

H1 – Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos
sistemas de comunicação.
H2 – Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para
resolver problemas sociais.
H3 – Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função
social desses sistemas.
H4 – Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de
comunicação e informação.

Competência de área 2
Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras
culturas e grupos sociais*.

H5 – Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.


H6 – Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de
acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 – Relacionar um texto em LEM às estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 – Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e
linguística.

Competência de área 3
Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora
da identidade.

H9 – Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de


um grupo social.
H10 – Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades
cinestésicas.

1
Português

H11 – Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de
desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.

Competência de área 4
Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do
mundo e da própria identidade.

H12 – Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 – Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza
e preconceitos.
H14 – Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas
manifestações de vários grupos sociais e étnicos.

Competência de área 5
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos,
mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de
produção e recepção.

H15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do
contexto histórico, social e político.
H16 – Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio
literário nacional.

Competência de área 6
Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização
cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

H18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e
estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 – Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 – Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade
nacional.

Competência de área 7
Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.

H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros recursos verbais e não-verbais utilizados com a finalidade
de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 – Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 – Inferir de um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo pela análise dos
procedimentos argumentativos utilizados.
H24 - Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais
como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

2
Português

Competência de área 8
Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da
organização do mundo e da própria identidade.

H25 - Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades
linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 - Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 - Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Competência de área 9
Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação
na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos
científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos
problemas que se propõem solucionar.

H28 - Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 - Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
H30 - Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao
conhecimento que elas produzem.

3
Português

Exercícios de fixação

1. (Enem, 2018) “Vó Clarissa deixou cair os talheres no prato, fazendo a porcelana estalar. Joaquim, meu
primo, continuava com o queixo suspenso, batendo com o garfo nos lábios, esperando a resposta.
Beatriz ecoou a palavra como pergunta, “o que é lésbica?”. Eu fiquei muda. Joaquim sabia sobre mim
e me entregaria para a vó e, mais tarde, para toda a família. Senti um calor letal subir pelo meu pescoço
e me doer atrás das orelhas. Previ a cena: vó, a senhora é lésbica? Porque a Joana é. A vergonha estava
na minha cara e me denunciava antes mesmo da delação. Apertei os olhos e contraí o peito, esperando
o tiro. […]
[…] Pensei na naturalidade com que Taís e eu levávamos a nossa história. Pensei na minha insegurança
de contar isso à minha família, pensei em todos os colegas e professores que já sabiam, fechei os olhos
e vi a boca da minha vó e a boca da tia Carolina se tocando, apesar de todos os impedimentos. Eu quis
saber mais, eu quis saber tudo, mas não consegui perguntar.”
POLESSO, N. B. Vó, a senhora é lésbica? Amora. Porto Alegre: Não Editora, 2015 (fragmento)

A situação narrada revela uma tensão fundamentada na perspectiva do


a) conflito com os interesses de poder.
b) silêncio em nome do equilíbrio familiar.
c) medo instaurado pelas ameaças de punição.
d) choque imposto pela distância entre as gerações.
e) apego aos protocolos de conduta segundo os gêneros.

2. (Enem, 2018) O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter vidros em caixa, etiquetá-las, selá-las,
envolvê-las em papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto, separá-las em dúzias… Era
fastidioso. Para passar mais rapidamente as oito horas havia o remédio: conversar. Era proibido, mas
quem ia atrás de proibições? O patrão vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o bico,
aplicavam-se ao trabalho. Mal viravam as costas, voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as
línguas não paravam. Nessas conversas intermináveis, de linguagem solta e assuntos crus, Leniza se
completou. Isabela, Afonsina, Idália, Jurete, Deolinda – foram mestras. O mundo acabou de se
desvendar. Leniza perdeu o tom ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo que convida,
um quebrar de olhos que promete tudo, à toda, gratuitamente. Ficou mais quente. A própria inteligência
se transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepidante.
REBELO, M.A estrela sobe. Rio de Janeiro. José Olympio, 2009.

O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que espelham o Rio de Janeiro daquela década. No
fragmento, o narrador delineia esse contexto centrado no
a) julgamento da mulher fora do espaço doméstico.
b) relato sobre as condições de trabalho no Estado Novo.
c) destaque a grupos populares na condição de protagonistas.
d) processo de inclusão do palavrão nos hábitos de linguagem.
e) vínculo entre as transformações urbanas e os papéis femininos.

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Português

3. (Enem, 2018) “Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis.
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por travestis e ganhou a comunidade

“Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu
as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos
gays e travestis.
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: “É claro que
eu não vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus colegas de trabalho,
eu falo de ‘acué’ o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de falar outras palavras porque
hoje o pessoal já entende, né? Tá na internet, tem até dicionário…”, comenta.
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da língua afiada, lançado no ano de 2006 e
escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1 300 verbetes revelando o
significado das palavras do pajubá.
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há claramente uma relação entre
o pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil colonial.
Disponível em: www.midiamax.com.br. Acesso em: 4 abr. 2017 (adaptado)

Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de dialeto, caracterizando-se como elemento de


patrimônio linguístico, especialmente por
a) ter mais de mil palavras conhecidas.
b) ter palavras diferentes de uma linguagem secreta.
c) ser consolidado por objetos formais de registro.
d) ser utilizado por advogados em situações formais.
e) ser comum em conversas no ambiente de trabalho.

4. (Enem, PPL, 2019) De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias
falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se
é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o
“jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum
partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade
ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia
falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se
dá em várias direções. Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links
originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).

O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de


conteúdos falsos pode ter como consequência a
a) displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
b) desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
c) impossibilidade de identificação da origem dos textos.
d) disseminação de ações criminosas na internet.
e) obtenção de maior popularidade nas redes.

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Português

5. (Enem, 2019) 19-11-1959


Eu a conheci da primeira vez em que estive aqui. Parece-me que é esquizofrênica, caso crônico, doente
há mais de vinte anos — não estou bem certa. Foi transferida para a Colônia Juliano Moreira e nunca
mais a vi. […] À tarde, quando ia lá, pedia-lhe para cantar a ária da Bohème, “Valsa da Musetta”. Dona
Georgiana, recortada no meio do pátio, cantava — e era de doer o coração. As dementes, descalças e
rasgadas, paravam em surpresa, rindo bonito em silêncio, os rostos transformados. Outras, sentadas
no chão úmido, avançavam as faces inundadas de presença — elas que eram tão distantes. Os rostos
fulgiam por instantes, irisados e indestrutíveis. Me deixava imóvel, as lágrimas cegando-me. Dona
Georgiana cantava: cheia de graça, os olhos azuis sorrindo, aquele passado tão presente, ela que fora,
ela que era, se elevando na limpidez das notas, minhas lágrimas descendo caladas, o pátio de mulheres
existindo em dor e beleza. A beleza terrífica que Puccini não alcançou: uma mulher descalça, suja,
gasta, louca, e as notas saindo-lhe em tragicidade difícil e bela demais — para existir fora de um
hospício.
CANÇADO, M. L. Hospício é Deus. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

O diário da autora, como interna de hospital psiquiátrico, configura um registro singular, fundamentado
por uma percepção que
a) atenua a realidade do sofrimento por meio da música.
b) redimensiona a essência humana tocada pela sensibilidade.
c) evidencia os efeitos dos maus-tratos sobre a imagem feminina.
d) transfigura o cotidiano da internação pelo poder de se emocionar.
e) aponta para a recuperação da saúde mental graças à atividade artística

6
Português

Exercícios

1. (Enem, 2018) A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida,
surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-
se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista,
perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um
casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que
deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O
único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. A vida ao redor é a pseudorrealidade
criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário
do Führer pela vizinhança. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à
narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso
absoluto – e raro – de crítica e público.
Disponível em: www.odevoradordelivros.com. Acesso em: 24jun. 2014

Os gêneros textuais podem ser caracterizados, dentre outros fatores, por seus objetivos. Esse
fragmento é um(a)
a) reportagem, pois busca convencer o interlocutor da tese defendida ao longo do texto.
b) resumo, pois promove o contato rápido do leitor com uma informação desconhecida.
c) sinopse, pois sintetiza as informações relevantes de uma obra de modo impessoal.
d) instrução, pois ensina algo por meio de explicações sobre uma obra específica.
e) resenha, pois apresenta uma produção intelectual de forma crítica.

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Português

2. (Enem, 2019)

O texto tem o formato de uma carta de jogo e apresenta dados a respeito de Marcelo Gleiser, premiado
pesquisador brasileiro da atualidade. Essa apresentação subverte um gênero textual ao
a) vincular áreas distintas do conhecimento.
b) evidenciar a formação acadêmica do pesquisador.
c) relacionar o universo lúdico a informações biográficas.
d) especificar as contribuições mais conhecidas do pesquisador.
e) destacar o nome do pesquisador e sua imagem no início do texto.

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Português

3. (Enem, 2002) Em 1958, a seleção brasileira foi campeã mundial pela primeira vez. O texto foi extraído
da crônica "A alegria de ser brasileiro", do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo
jornal "Última Hora".

"Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a seleção as merece.
Merece por tudo: não só pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já contemplaram, como
também pelo seu maravilhoso índice disciplinar. Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se um
cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o inglês o sujeito mais fino, mais
sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo baixou o
sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca.
Só o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se verificou
o seguinte: o inglês, tal como o concebíamos, não existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o
brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no meio-fio e chorar. Porque
é uma alegria ser brasileiro, amigos".

Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos
jogadores dentro do campo
a) foi prejudicial para a equipe e quase pôs a perder a conquista da copa do mundo.
b) mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus,
principalmente nos ingleses.
c) ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em relação aos europeus, o que
os impediu de revidar as agressões sofridas.
d) mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos
brasileiros.
e) mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que não
respeitavam os limites da esportividade.

4. (Enem, 2002) A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade
em que vivemos.

"Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui
logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente
divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa
relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que
quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha,
ladrão. (...) Na verdade não existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um
menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim
como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta
ver quem os põe na rua. E por quê."

(COLASSANTI, Marina. In: "Eu sei, mas não devia". Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)

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Português

No terceiro parágrafo em "... não existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua.", a troca de De pelo
Na determina que a relação de sentido entre "menino" e "rua" seja
a) de localização e não de qualidade.
b) de origem e não de posse.
c) de origem e não de localização.
d) de qualidade e não de origem.
e) de posse e não de localização.

5. (Enem, 2013)
Novas tecnologias
Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente
aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”,
“maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichi – zam” novos produtos,
transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje
nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um
aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida.
Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de
comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em
objeto público de entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por
espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual
tanto controlamos quanto somos controlados.

SAMPAIO A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar 2013
(adaptado).

Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de orientação linguística que
permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao ponto de vista defendido. Diante disso,
nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva
a) criar relação de subordinação entre leitor e autor, já que ambos usam as novas tecnologias.
b) enfatizar a probabilidade de que toda população brasileira esteja aprisionada às novas
tecnologias.
c) indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas são controladas pelas novas
tecnologias.
d) tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que ele manipula as novas tecnologias e por elas é
manipulado.
e) demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar que as novas tecnologias
controlem as pessoas.

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Português

6. (Enem, 2013) TEXTO I


Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me
que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e
flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos
tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e não verbal —, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momento histórico, retratando a colonização.

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Português

7. (Enem, 2013)

Disponível em: http://orion-oblog.blogspot.com.br. Acesso em: 6 jun. 2012 (adaptado).

O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A relação entre os recursos verbais e não verbais
nessa propaganda revela que
a) o discurso ambientalista propõe formas radicais de resolver os problemas climáticos.
b) a preservação da vida na Terra depende de ações de dessalinização da água marinha.
c) a acomodação da topografia terrestre desencadeia o natural degelo das calotas polares.
d) o descongelamento das calotas polares diminui a quantidade de água doce potável do mundo.
e) a agressão ao planeta é dependente da posição assumida pelo homem frente aos problemas
ambientais.

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Português

8. (Enem, 2013) Olá! Negro


Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos
e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor
tentarão apagar a tua cor!
E as gerações dessas gerações quando apagarem
a tua tatuagem execranda,
não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!
Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,
negro-fujão, negro cativo, negro rebelde
negro cabinda, negro congo, negro íoruba,
negro que foste para o algodão de USA
para os canaviais do Brasil,
para o tronco, para o colar de ferro, para a canga
de todos os senhores do mundo;
eu melhor compreenda agora os teus blues
nesta hora triste da raça branca, negro!
Olá, Negro! Olá. Negro!
A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
LIMA. J, Obras completas: Rio de Janeiro, Aguilar, 1958 (fragmento).

O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na visão do eu lírico, um contexto social


assinalado por
a) modernização dos modos de produção e consequente enriquecimento dos brancos.
b) preservação da memória ancestral e resistência negra à apatia cultural dos brancos.
c) superação dos costumes antigos por meio da incorporação de valores dos colonizados.
d) nivelamento social de descendentes de escravos e de senhores pela condição de pobreza.
e) antagonismo entre grupos de trabalhadores e lacunas de hereditariedade.

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Português

9. (Enem, 2013)

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas
ilustrações.Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

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Português

10. (Enem, 2013) Lusofonia

rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.

Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este poema sobre essa rapariga porque, no brasil,
a palavra rapariga não quer dizer o que ela diz em portugal. Então, terei de escrever a mulher nova do
café, a jovem do café, a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga que alisa os cabelos
com a mão, num café de lisboa, não fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo sem pensar em áfrica, porque aí lá terei de
escrever sobre a moça do café, para evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é uma palavra
que já me está a pôr com dores de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria era escrever
um poema sobre a rapariga do café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a escrever um
poema sobre aquele café onde nenhuma rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao
balcão.
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se
pela
a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.
b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.
e) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser reconhecida.

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Português

16
Português

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. B
A personagem opta pelo silêncio para que o equilíbrio familiar seja mantido, pois teme o que vão fazer e
falar, uma vez que os protocolos de conduta segundo os gêneros são muito fortes.

2. E
O texto mostra a inserção das mulheres no mercado de trabalho, decorrente do cenário urbano: as
mulheres podiam trabalhar nas fábricas. A mudança de ambiente doméstico para ambientes fabris
também mudou o comportamento e os pensamentos das mulheres, como percebemos em “Leniza
perdeu o tom ingênuo que ainda podia ter.” e em “Ficou mais quente. A própria inteligência se
transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepidante.”

3. C
A razão do “Pajubá” ter status de dialeto foi por ter sido colocado em um dicionário, Aurélia, dicionário
da língua afiada. Esse registro confirma e consolida a existência.

4. D
O texto deixa claro que a leitora considera o “jornalismo ficcional”, que é inventar notícias para fins
humorísticos ou literários, válido, porém em seguida assinala que quando as notícias falsas não têm esse
viés e só querem prejudicar algum partido ou algum político, o crime se torna uma realidade. E essas
notícias falsas são disseminadas e compartilhadas pelos usuários da internet, que não checam fontes e
veracidade.

5. B
O texto é cheio de adjetivação e de sentimentalismos que redimensionam a tristeza das pacientes do
hospício para uma humanidade. Vejamos: “As dementes, descalças e rasgadas, paravam em surpresa,
rindo bonito em silêncio, os rostos transformados.”

Exercícios de vestibulares
1. E
O texto se configura como uma resenha, pois além de apresentar resumidamente detalhes sobre a obra,
apresenta, também, opiniões do autor sobre o livro.

2. C
Ocorreu sobreposição de gêneros, visto que a bibliografia foi representada pela estrutura de uma carta
de jogo. Esse processo confere um tom lúdico/jocoso a um gênero que não possui, normalmente, esse
tom.

3. B
Segundo Nelson Rodrigues, a Copa do Mundo de 1958 foi a ocasião para o brasileiro se conscientizar do
seu complexo de inferioridade (“Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e
hereditário”) e desfazer-se dele, pois não havia motivos para tal “o inglês, tal como o concebíamos, não
existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o brasileiro”. Ao dizer que o único inglês que chegou
foi o brasileiro, o autor subverte a ideia de que o inglês é “mais fino, mais sóbrio, de uma polidez e de
uma cerimônia inenarráveis”.

4. A

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Português

A preposição “DE” dá a ideia de posse, pertencimento e, neste caso, de caraterística fixa (menino de rua).
Já a preposição “NA” evidencia que estar na rua é uma questão de localização e não de condição ou de
escolha. Infere-se, pela troca, que ninguém deveria estar na rua e que a situação de rua não determina o
indivíduo, é apenas o local onde ele – infelizmente – está inserido.

5. D
Ao escolher utilizar os verbos na primeira pessoa do plural, o autor do artigo de opinião deixa claro o seu
ponto de vista e mostra que os leitores também compartilham desse posicionamento, dando, assim,
mais credibilidade ao que defende.

6. C
A carta de Pero Vaz tem valor histórico-documental, pois retrata a visão do colonizador durante o início
da Colonização no Brasil; já a obra de Portinari retrata uma postura de inquietação por parte dos índios,
que observam a chegada dos navios estrangeiros.

7. E
Os recursos verbais presentes na propaganda, como a pergunta, os verbos e o uso do pronome “você”
demonstram a responsabilidade do homem no processo das mudanças climáticas.

8. B
O contexto social reproduzido no poema é gerado pelo conflito entre etnias e gerações. Dessa forma, os
negros devem lutar pela preservação da sua cultura.

9. C
Ao retratar a imagem de duas crianças – uma puxando um carrinho de brinquedo, e outra puxando uma
carroça -, o artista provoca a reflexão sobre a realidade a que estão submetidas. As demais alternativas
não podem ser consideradas apenas a partir dessa imagem.

10. D
A metalinguagem consiste em explicar o código usando o próprio código. O caráter metalinguístico do
texto está relacionado ao fato de o autor abordar como tema o próprio fazer artístico e o processo de
construção da obra. Ou seja, ele falou sobre a construção do poema por meio de um poema.

18
Química

Afinal, o que é química e quais são as suas aplicações?

Teoria

Qual é a primeira coisa que vem a sua cabeça ao ouvir a palavra química? Talvez você pense em remédios,
bombas, doenças, entre outras coisas. Mas e se eu dissesse que a química está presente no seu dia a dia o
tempo todo?
A química estuda a matéria; sendo mais preciso, a química estuda as transformações da matéria. Além disso,
quando olhamos para algum material, encontramos substâncias ali, e essas substâncias apresentam átomos,
que também são estudados na química.
O que eu quero dizer com tudo isso é que a química está presente em seu cotidiano e talvez você não tenha
reparado. O meu objetivo neste material é mostrar para você o que é química e algumas aplicações que fazem
parte do seu dia a dia.

Preparados? Vamos lá!

O que é química?
Se nós fossemos escrever uma definição para a química, seria algo mais ou menos assim:
A química é um ramo das ciências que estuda a matéria, suas propriedades, composição, transformação e a
energia envolvida nesses processos.
Sei que pode parecer complexo, mas vamos imaginar o seguinte exemplo:
Quando você pega um cubo de gelo do congelador e coloca sobre a mesa, você concorda que, com o tempo,
esse gelo derrete e nós passamos a ter a água no estado líquido?
A água que apresenta em sua estrutura no estado sólido o H 2O continua apresentando em sua estrutura no
estado líquido o H2O. Ou seja, nós não temos uma alteração na matéria água.

A química estuda os fenômenos que acontecem com a transformação da matéria.

1
Química

Vamos ver um exemplo de um fenômeno químico? Imagine uma folha de papel. Em sua composição há uma
substância chamada celulose. Quando nós amassamos essa folha, você concorda que não estamos
alterando em nada a sua composição, continuamos tendo celulose, não é mesmo? Mas e se a gente pegar
um fósforo e queimar esse papel? Haverá uma reação de combustão e o nosso papel será transformado em
outra matéria. Isso acontece porque ele passou por uma reação de combustão. Nesse caso, estamos diante
de um fenômeno químico.

Vamos definir fenômeno químico e fenômeno físico?

Definição:
Fenômeno químico: Um fenômeno químico é quando temos a alteração da natureza de uma substância, ou
seja, sua composição muda, alteramos a matéria.
Exemplo: queima do papel, síntese de remédios, combustão em motores, fotossíntese.

Fenômeno físico: Um fenômeno físico é quando alteramos a estrutura física da matéria, como qualquer
mudança na forma, tamanho, aparência e estado físico, mas não há alteração das suas propriedades, ou seja,
não alteramos a matéria.
Exemplo: Amassar papel, ferver água, transformar tecido em roupa.
Entendemos que a química estuda os processos que alteram a matéria, mas onde estão esses processos no
nosso cotidiano?

2
Química

Quais são as suas aplicações?


Vamos pensar em algumas substâncias que você pode facilmente encontrar ao seu redor e vamos falar sobre
onde ela é usada.

• Sal de cozinha
Na cozinha temos o famoso sal usado para dar um gosto melhor ao alimento. Praticamente toda comida
leva uma pitadinha de sal. O Sal de cozinha é composto por NaCl, o cloreto de sódio.

• Vinagre
Para temperarmos uma salada é muito comum usarmos o vinagre. Ele apresenta em sua composição o
ácido acético, um composto lá da química orgânica que apresenta características ácidas.

• Sabão
Quando você precisa remover a gordura de uma panela, apenas água não é suficiente. É necessário o
uso de sabão e detergente. A composição desses dois pode variar, mas podemos dizer que eles são
feitos de sais orgânicos ou compostos sulfonados, que apresentam em sua estrutura uma região que irá
interagir com a gordura (parte apolar) e uma outra que irá interagir com a água (parte polar).

• Etanol
O etanol é um combustível muito usado em automóveis. A sua composição apresenta um composto
orgânico chamado etanol, e sua fórmula molecular é C2H6O. A sua combustão nos motores gera CO2 e
H2O e a energia necessária para fazer o carro se movimentar.

C2H6O + 3 O2 → 2 CO2 + 3 H2O

• Ácido clorídrico
Quando você se alimenta, o alimento vai até o seu estomago, e lá está presente o ácido clorídrico (HCl).
Esse ácido é capaz de degradar o alimento. Esse processo é um fenômeno químico, no qual temos uma
reação ocorrendo.

• Respiração aeróbia
A maioria dos organismos usa esse processo para obter energia para suas atividades. Por meio da
respiração aeróbia, as moléculas de glicose produzidas pelo organismo produtor na fotossíntese e
obtidas pelos consumidores por meio dos alimentos são decompostas.

C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + Energia

3
Química

Exercícios de fixação

1. Relacione as colunas a seguir:

Coluna 1 Coluna 2
1 Fenômeno químico ( ) Queima do papel
( ) Lançamento de uma bola
2 Fenômeno físico
( ) Aquecer a água

2. Diferencie fenômeno químico de fenômeno físico.

3. Cite três exemplo de onde a química pode ser encontrada no dia a dia.

4. Assinale a alternativo correta.


a) A química não estuda a transformação da matéria.
b) A química estuda a transformação da matéria.
c) Um fenômeno físico é quando altera matéria.
d) Um fenômeno químico é quando não altera matéria.

5. Qual opção a seguir faz parte da composição do vinagre?


a) Etanol
b) Cloreto de sódio
c) Ácido clorídrico
d) Ácido acético

4
Química

Exercícios

1. (UFPE) Veja os esquemas a seguir:


Corrente elétrica I. Água → gás hidrogênio, gás oxigênio calor
II. Gelo → água luz
III. Água oxigenada → água e gás oxigênio
Classifique cada transformação em fenômeno físico ou químico.

2. (UFPE) Em quais das passagens a seguir está ocorrendo transformação química?


1) “O reflexo da luz nas águas onduladas pelos ventos lembrava-lhe os cabelos de seu amado”.
2) “A chama da vela confundia-se com o brilho nos seus olhos”.
3) “Desolado, observava o gelo derretendo em seu copo e ironicamente comparava-o ao seu
coração.”
4) “Com o passar dos tempos começou a sentir-se como a velha tesoura enferrujando no fundo da
gaveta.” Estão corretas apenas:
a) 1e2
b) 2e3
c) 3e4
d) 2e4
e) 1e3

3. Marque as alternativas referentes a fenômenos químicos:


a) Produção de plásticos a partir do petróleo.
b) Fabricação de fios de cobre a partir de uma barra de cobre.
c) Fabricação da coalhada a partir do leite.
d) Desaparecimento do açúcar ou do sal de cozinha quando colocados e agitados, em pequena
quantidade, em determinado volume de água.

4. (UFSC) As transformações que ocorrem em um sistema podem ou não ocasionar alteração na


constituição da matéria envolvida. De acordo com o enunciado, estão corretas as associações:
(01) Digestão de um alimento — fenômeno físico luz
(02) Água oxigenada → água + oxigênio gasoso — reação química
(04) Queima de fogos de artifício — fenômeno físico
(08) Transformação do gelo em água — fenômeno físico
(16) Sublimação do iodo sólido — reação química
Dê a soma dos itens corretos.

5
Química

5. (UNESP – SP) A elevação da temperatura de um sistema produz, geralmente, alterações que podem
ser interpretadas como sendo devidas a processos físicos ou químicos.
Medicamentos, em especial na forma de soluções, devem ser mantidos em recipientes fechados e
protegidos do calor para que se evite:
I. a evaporação de um ou mais de seus componentes;
II. a decomposição e consequente diminuição da quantidade de composto que constitui o princípio
ativo;
III. a formação de compostos indesejáveis ou potencialmente prejudiciais à saúde.
Cada um desses processos – I, II, III – corresponde a um tipo de transformação classificada,
respectivamente, como:
a) física, física e química
b) física, química e química
c) química, física e física
d) química, física e química
e) química, química e física

6. (UFMG) Reações químicas são fenômenos em que, necessariamente, ocorrem mudanças:


a) de cor.
b) de estado físico.
c) de condutibilidade elétrica.
d) de massa.
e) na natureza das substâncias.

7. Entre as transformações a seguir, indique quais podem ser consideradas transformações físicas:
a) obtenção de vinho através da fermentação da uva.
b) queima de madeira em uma lareira.
c) decantação de uma amostra de água turva.
d) ebulição da água.
e) fabricação de fios de cobre a partir de uma barra de cobre.

8. Quando uma substância muda de tamanho, forma, aparência ou volume, sem alterar sua composição,
temos um fenômeno:
a) Físico.
b) Químico.
c) Nuclear.
d) Todas as alternativas acima estão corretas.

6
Química

9. Toda ocorrência capaz de transformar a matéria é chamada de fenômeno. Qual dos processos abaixo
envolve transformação química?
a) Respiração
b) Evaporação do álcool
c) Fusão de uma placa de chumbo
d) Dissolução de açúcar em água
e) Sublimação do gelo seco (CO2 sólido)

10. (Cesgranrio - RJ) Entre as transformações adiante, assinale a alternativa que representa um fenômeno
químico:
a) Obtenção de amônia a partir de hidrogênio e nitrogênio.
b) Obtenção de gelo a partir da água.
c) Obtenção do oxigênio líquido a partir do ar atmosférico.
d) Solidificação da parafina.
e) Sublimação da naftalina.

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7
Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Relacione as colunas a seguir:


Coluna 1 Coluna 2
1 Fenômeno químico ( 1 ) Queima do papel
( 2 ) Lançamento de uma bola
2 Fenômeno físico
( 2 ) Aquecer a água

2. No fenômeno químico ocorre a transformação da matéria, e no fenômeno físico não ocorre uma
transformação na matéria.

3. NaCl presente no sal de cozinha. Ácido clorídrico presente no estomago. Ácido acético presente no
vinagre.

4. B
A química estuda a transformação da matéria.

5. D
O vinagre apresenta em sua composição o ácido acético.

Exercícios

1.
I. Fenômeno químico: uma passagem de corrente elétrica (eletrólise) pela água pode originar
diferentes gases; estes se diferem de H2O.
II. Fenômeno físico: o gelo passou por uma mudança de estado físico denominada de fusão.
III. Fenômeno químico: a decomposição da água oxigenada pela luz gera dois produtos diferentes da
matéria de origem.

2. D
Na passagem 2, a “chama da vela” é produzida pela queima de seus componentes. A combustão é uma
reação química.
Na passagem 4, a “tesoura enferrujada” é decorrente de um processo químico de oxidação (reação do
ferro com o oxigênio atmosférico).
O reflexo da luz (refração da luz) nas águas e o gelo derretendo representam transformações físicas da
matéria. Se colocarmos a água de volta no freezer, ela volta a se apresentar como um cubo de gelo.

3. Alternativas A e C.
Justificativa:
a) os plásticos são fabricados a partir de uma conversão (transformação química) do petróleo em
polímeros.
c) o leite se transforma em coalhada através do processo químico de fermentação.

8
Química

4. 02 + 08 = 10
Justificativa para os itens incorretos:
01 – Através da digestão de alimentos é possível transformar o que comemos em energia para nosso
sustento, portanto ocorre um fenômeno químico.
04 – Toda queima é um processo químico, pelo fato de modificar a natureza da matéria original.
16 – A sublimação (passagem do estado gasoso para o sólido) do iodo corresponde a uma
transformação física na qual a composição da matéria não sofre alteração.

5. B
- O processo I sugere a evaporação (transformação física) dos componentes do medicamento.
- A decomposição das substâncias (transformação química) que constituem o princípio ativo pode levar
a uma perda da eficiência do remédio.
- A formação de compostos (transformação química) citada no processo III pode provocar um efeito
inverso do medicamento, e em vez de o paciente apresentar melhora, o quadro pode se agravar ainda
mais.

6. E
Todas as demais opções podem ocorrer em uma reação química, mas não necessariamente significa
que ocorreu uma reação.

7. C, D e E

a) obtenção de vinho através da fermentação da uva. (Químico).


b) queima de madeira em uma lareira. (Químico).
c) decantação de uma amostra de água turva. (Físico).
d) ebulição da água. (Físico).
e) fabricação de fios de cobre a partir de uma barra de cobre. (Físico).

8. A
Se não alterar a composição, é fenômeno físico.

9. A
a) Respiração (Químico).
b) Evaporação do álcool (Físico).
c) Fusão de uma placa de chumbo (Físico).
d) Dissolução de açúcar em água (Físico).
e) Sublimação do gelo seco (CO2 sólido) (Físico).

9
Química

10. A
A obtenção da amônia (NH3) ocorre a partir da reação química entre o hidrogênio e o nitrogênio:
3 H2 + N2 → 2 NH3
As demais opções correspondem a transformações físicas, isto é, todos continuam sendo a mesma
substância, com a mesma composição, somente o estado de agregação de suas partículas é diferente.
Veja:
f) Obtenção de gelo a partir da água: mudança do estado físico líquido para o sólido.
g) Obtenção do oxigênio líquido a partir do ar atmosférico: mudança de estado físico. O oxigênio estava
misturado a outros gases presentes no ar atmosférico e foi condensado, isto é, passou do estado
gasoso para o líquido.
h) Solidificação da parafina: mudança do estado físico líquido para o sólido.
i) Sublimação da naftalina: mudança direta do estado físico sólido para o gasoso.

10
Química

É possível resolver questões sem saber nada de química?

Teoria

A química é cotidiana: libere o cientista que há dentro de você!


A química pode ser definida como a ciência que estuda a natureza da matéria, suas propriedades e
transformações. Ela está presente em nosso dia a dia, como no ato de assar um pão ou bolo, no
apodrecimento de frutas e até mesmo na formação de ferrugem em uma faca. O contato com os processos
químicos cotidianos são fundamentais para o processo de ensino-aprendizagem da química, uma vez que a
aprendizagem corresponde à capacidade de colocar em prática o conhecimento que adquirimos ao longo da
vida.

Como funciona o pensamento científico?


Assim como acontece com outras ciências naturais, a química tem como base a observação de fatos
(fenômenos) da natureza. Mais do que isso, a pesquisa química envolve a execução de experiências em
laboratórios e a cuidadosa observação e interpretação de resultados. Ou seja, para resolver uma situação-
problema em química você deve esbanjar seu senso investigativo, ponderando fatos e analisando
cautelosamente seus resultados.
Um cientista ou um estudante com pensamento científico deve, antes de mais nada, estudar o que já se
descobriu a respeito do assunto escolhido e, partir daí, decidir qual será o problema a investigar que permitirá
a execução de experimentos, observações e coleta de resultados. Tais observações podem ser categorizadas
em dois tipos:
Análises qualitativas: as quais não envolvem dados numéricos;
Análises quantitativas: que provêm de medidas, obtidas com utilização de aparelhos, e constituem dados
numéricos.
Após a execução dos experimentos, o cientista observa as regularidades e, a partir delas, formula uma “lei”
ou "teoria", isto é, enuncia uma frase que expresse o padrão observado. Uma teoria é considerada aceita
desde que, ao ser testada em novas situações, o sucesso é obtido. Quando tal sucesso não é obtido, a teoria
passa por modificações ou pode ser abandonada.

1
Química

Se liga no esquema a seguir, no qual temos um mapa conceitual que ilustra o funcionamento do método
científico:

Mapa conceitual: o método científico, disponível em: Química na abordagem do cotidiano, 5° Edição, adaptado.

O que você precisa saber para resolver um problema de química?


Agora que você compreendeu como funciona o pensamento científico, vamos observar como os
conhecimentos prévios de química, adquiridos ao longo da vida, podem contribuir na resolução de questões.
Para te ajudar nessa tarefa, separamos 5 pontos aos quais você precisa estar atento para mandar bem na
resolução de situações-problema que envolvam química.

1. A química nem sempre é abstrata


Muitas vezes você irá se deparar com exercícios contextualizados em ações cotidianas, uma vez que a
química está ao seu redor. Busque sempre trazer a química para perto de você, assim fica mais fácil
visualizar a situação, fazer suas observações e trazer uma resolução para a questão analisada.

2. Comando da questão
Textos científicos podem causar espanto por conta da linguagem utilizada, e os enunciados dos
exercícios podem se tornar mais complexos de se interpretar. Por isso, é recomendável que se tenha
atenção redobrada na leitura, para que se possa absorver o máximo de informações da situação-
problema exposta na questão, pois tendo posse de todos os dados, o estudante pode fazer suas
observações, notar as regularidades da natureza e trazer sua resolução.

2
Química

3. Unidades de medida
Por se tratar de uma ciência exata, é recomendável que o estudante tenha atenção às proporções
analisadas. Assim como no processo de preparação de um bolo ou na execução de um experimento, as
quantidades podem interferir diretamente no resultado.

4. Construa uma boa base em química


Como foi dito anteriormente, a química tem como base a observação de fenômenos da natureza, e os
processos naturais estão diretamente interligados. Por isso, é recomendável que você construa uma boa
base em química geral; lá na frente esses conceitos serão fundamentais para o entendimento de
processos mais complexos.

5. Exceções a teorias
O método científico aceita uma teoria desde que, ao ser testada em novas situações, o sucesso seja
obtido. Quando tal sucesso não é obtido, a teoria passa por modificações ou pode ser abandonada, isto
é, existem algumas teorias que, ao serem testadas, sofrem reformulação, trazendo à tona uma série de
exceções. Então, sempre que estiver trabalhando uma teoria dentro da ciência, questione se existe
alguma exceção.

3
Química

Exercícios de fixação

1. Entre os resíduos propostos abaixo, qual deles pode ser utilizado para a produção de um gás que pode
substituir o gás de cozinha (gás liquefeito de petróleo), além de ser uma fonte de nutrientes para a
agricultura?
a) Resíduo tóxico
b) Resíduo orgânico
c) Resíduo mineral
d) Nenhuma das alternativas

2. A quantidade de matéria do soluto, em mols, existente em 500 mililitros de uma solução de ácido
sulfúrico com concentração 6,0 mol/L é:

𝑚
3. Sabendo que a densidade é dada pela expressão: 𝑑 = 𝑉 , resolva o que se pede:

Uma solução foi preparada misturando-se 30 gramas de um sal em 300 g de água. Considerando-se
que o volume da solução é igual a 300 mL, a densidade dessa solução em g/mL será de:
a) 10,0
b) 1,0
c) 0,9
d) 1,1
e) 0,1

4. O efeito estufa é uma das principais preocupações ambientais da humanidade, uma vez que os seus
efeitos causam prejuízos para a biodiversidade e para as atividades humanas. Esse fenômeno tem
como uma de suas consequências o
a) aumento da temperatura terrestre.
b) elevado nível de poluição.
c) processo de formação de vulcões.
d) desenvolvimento de tornados.
e) crescimento dos índices de chuva.

5. A temperatura de fusão do ferro é igual a 1530 ºC e a temperatura de ebulição é de 2 450ºC. Baseado


nisso, qual será o estado físico do ferro nas seguintes temperaturas:
I. 25 ºC:
II. 130 ºC:
III. 1 459 ºC:

4
Química

Exercícios

1. (UEFS) Em Salvador e na região metropolitana, são descartados, por ano, cerca de dois milhões de
toneladas de resíduos sólidos. Se não forem tomadas providências, em pouco tempo, os aterros
sanitários não serão suficientes para manter tanto lixo.
Considerando-se a problemática do lixo das grandes regiões metropolitanas do país, entre as soluções
corretas para reduzir o acúmulo desse material nos aterros sanitários, pode-se incluir:
a) a incineração de resíduos sólidos descartados nos aterros sanitários.
b) o incentivo às cooperativas de catadores e aos artesões para transformar os resíduos sólidos em
material reciclado.
c) o reaproveitamento de resíduos com objetivo de requalificá-los e introduzi-los na economia.
d) a ampliação de aterros sanitários para aproveitar a energia gerada na biodecomposição de
resíduos sólidos.
e) a modernização da frota de caminhões, que utilize óleo diesel isento de enxofre, para manter os
grandes centros urbanos limpos.

2. (FAAP, adaptado) Constitui exemplo de sistema de duas fases (sistema bifásico) com um componente:
a) álcool hidratado
b) óleo grafitado
c) água salgada
d) ar liquefeito
e) água com cubos de gelo

3. (FMU-SP, adaptado) Um vidro contém 200 cm³ de mercúrio de densidade 13,6 g/cm³. A massa de
mercúrio contido no vidro é:
a) 0,8 kg
b) 0,68 kg
c) 2,72 kg
d) 27,2 kg
e) 6,8 kg

4. A atividade industrial é um ramo da economia que envolve a produção de resíduos, os quais, na maioria
dos casos, são nocivos ao meio ambiente e também ao ser humano. Um exemplo são as indústrias
que devem queimar combustíveis, como gás ou óleo. Independentemente do estado físico do resíduo
produzido, a atividade industrial tem contribuído para poluir de forma intensa e preocupante quais
ambientes?
a) Apenas a água
b) Apenas o solo
c) Apenas o ar atmosférico
d) A água, o solo e o ar atmosférico

5
Química

5. (OSEC-SP, adaptado) Adiciona-se excesso de água líquida ao sistema formado por cubos de gelo +
sal de cozinha + açúcar. Após a fusão completa do gelo, quantos compostos compõem a mistura
final obtida?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

6. (E.M. Dom João Muniz/MG) No caso do Brasil, qual atividade econômica muito praticada no país está
relacionada diretamente ao fenômeno do efeito estufa?
a) Cultivos nos cinturões verdes das metrópoles.
b) Pecuária extensiva em áreas como a Amazônia.
c) Práticas agroflorestais no interior de Minas Gerais.
d) Plantações orgânicas no interior do Paraná.
e) Criação de peixes e crustáceos na costa brasileira.

7. Para combater traças e baratas, era comum colocar algumas bolinhas de naftalina no guarda-roupa.
Com o passar do tempo, essas bolinhas diminuíram de tamanho. Esse fenômeno é uma mudança de
estado físico chamada de:
a) Solidificação.
b) Condensação.
c) Fusão.
d) Sublimação.
e) Evaporação.

8. Ao acrescentar 652,5 g de nitrato de sódio (NaNO3) a 750 g de água a 20ºC, obtém-se uma solução
saturada desse sal. Encontre a solubilidade do nitrato de sódio em 100 g de água nessa temperatura:
a) 65,25 g.
b) 87 g.
c) 100 g.
d) 1,0 g.
e) 57 g.

6
Química

9. (Mack-SP) 200 mL de solução 24,0 g/L de hidróxido de sódio são misturados a 1,3 L de solução 2,08
g/L de mesmo soluto. A solução obtida é então diluída até um volume final de 2,5 L. A concentração
em g/L da solução, após a diluição, é aproximadamente igual a:
a) 26,0
b) 13,0
c) 3,0
d) 5,0
e) 4,0

10. (Unicamp-2017) “Quem tem que suar é o chope, não você”. Esse é o slogan que um fabricante de
chopeencontrou para evidenciar as qualidades de seu produto. Uma das interpretações desse slogan
é que o fabricante do chope recomenda que seu produto deve ser ingerido a uma temperatura bem
baixa.
Pode-se afirmar corretamente que o chope, ao suar, tem a sua temperatura
a) diminuída, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura aumente.
b) aumentada, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura diminua.
c) diminuída, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura diminua.
d) aumentada, enquanto a evaporação do suor no corpo humano evita que sua temperatura aumente.
e) inalterada, pois não haverá uma troca de calor entre os materiais.

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7
Química

Gabaritos
Exercícios de fixação

1. B
O único tipo de resíduo que, quando decomposto por bactérias, produz gás combustível e tem condição
de nutrir o solo é o resíduo orgânico.

2. Concentração de 6 mol/L significa que cada litro de solução tem 6 mol de ácido sulfúrico; logo, em meio
litro (0,5L) teremos 3 mol.
O exercício poderia ser resolvido com a utilização de uma regra de três, como está representado abaixo:
1L -------- 6 mol
0,5L ------- x
1x = (6 x 0,5)
X= 3 mol

3. D
Foi dada a massa de 30g de sal e 300g de água, totalizando 330 g de massa da solução. Foi fornecido
também o volume de 300mL para a solução.
O exercício nos forneceu a expressão utilizada no cálculo da densidade: d=m/v; então:
d = m/v
330𝑔
d=
300𝑚𝐿
d = 1,1 g/mL

4. A
O efeito estufa é um fenômeno natural que é potencializado pelas ações humanas. A sua principal
consequência é o aumento da temperatura terrestre, que gera impactos como a redução da
biodiversidade, o derretimento das calotas polares e o aumento do nível dos oceanos.

5. Para resolver esse exercício, é recomendável que você imagine uma escala de temperatura:

Repare que as temperaturas I, II e III estão abaixo da temperatura de fusão, que é o momento no qual
temos a passagem do estado sólido para o líquido. Abaixo da temperatura de fusão, a matéria mantém-
se sólida. Sendo assim: I. 5. 25 ºC: sólido; II. 130 ºC: sólido e III.1 459 ºC: sólido;

Exercícios

1. C
Esse exercício traz uma situação-problema envolvendo a temática do meio ambiente; devemos resolver
essa situação com nossos conhecimentos em química. A problemática do lixo das grandes regiões
metropolitanas pode ser minimizada com a ideia do reaproveitamento, trazida pelo item C. Se um
material pode ser reutilizado para diferentes fins, dificilmente será eliminado para o meio ambiente,
poluindo-o.

8
Química

2. E
Sistemas com mais de uma fase podem ter substâncias diferentes que não se misturam ou uma
substância pura em diferentes estados físicos.
Você já notou que, ao tomar um copo de água, após adicionar o gelo, é possível observar que o gelo fica
sobre a água e não se mistura até que ele tenha finalizado o processo de derretimento? O esquema a
seguir ilustra o fenômeno.

3. C
Pela densidade sabemos que há 13,6 g de mercúrio em 1 cm³. Assim, podemos resolver esse problema
com uma regra de três:

13,6 g de mercúrio ------------------ 1 cm³


x ----------------------------- 200 cm³

200.13,6
X= → x = 2720 g ou 2,720 kg
1

4. D
A atividade industrial apresenta uma grande capacidade de produzir resíduos capazes de promover a
poluição do solo, da água e do ar atmosférico.

5. C
O gelo nada mais é do que a água no estado sólido. No instante em que o gelo passar para o estado
líquido, irá se misturar com a porção de água líquida que já estava presente na mistura. Com isso, pode-
se dizer que a mistura contará com três componentes: água líquida, sal de cozinha e açúcar.

6. B
A atividade pecuária na Amazônia, por exemplo, provoca a derrubada da floresta por meio das queimadas
e do corte de árvores. As queimadas emitem grande quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera,
enquanto o corte das árvores prejudica a geração de oxigênio para o planeta.

7. D
A naftalina é caracterizada por ter a capacidade de sublimação, que é a passagem direta
do estado sólido para o gasoso, sem passar pelo estado líquido. Sob a forma de gás, a naftalina produz
um vapor que serve como repelente de baratas e traças.

8. B
Para a resolução desse exercício iremos aplicar uma regra de três:
652,5 g de nitrato de sódio ------- 750 g de água
x------------------------ 100 g de água
x = 87 g.

9
Química

9. C
Primeiramente, iremos aplicar uma regra de três para encontrar a massa de hidróxido de sódio nas
soluções:
24g de hidróxido de sódio ---------- 1000 mL de solução
X g de hidróxido de sódio ------------200mL de solução
200.24
𝑋=
1000
X= 4,8 g de hidróxido de sódio.

2,08g de hidróxido de sódio ----- 1000mL de solução


X g de hidróxido de sódio ------- 200mL de solução

1300 . 2,08
X=
1000
X= 2,704 g de hidróxido de sódio

Agora, com outra regra de três, vamos encontrar a quantidade em gramas por Litro:

(4,08 + 2,704) de hidróxido de sódio ------- 2500 mL de solução


Y de hidróxido de sódio --------------------------- 1000L de solução
1000 . 7,504
Y=
2500
Y= 3,0 g/L de hidróxido de sódio

10. D
Para resolver esse exercício, é recomendável ter em mente que as mudanças de estado físico irão
necessitar de energia para acontecer.
A temperatura baixa do chope e do recipiente ocupado por ele provoca a condensação do vapor da água
presente na atmosfera. Nesse processo, temos a água passando do estado gasoso para o sólido, e essa
mudança de estado fornece calor ao recipiente e ao chope, que tem sua temperatura aumentada.
O processo de evaporação da água presente no suor do corpo humano ocorre com absorção de calor,
ou seja, temos a água passando do estado líquido para o de vapor. Essa mudança de estado provoca a
absorção de calor do corpo, evitando a elevação de sua temperatura.

10
Redação

Estrutura frasal

Teoria

A elaboração de uma redação exemplar é o resultado de uma trajetória que construiremos ao longo desse
curso. Mas, antes de chegarmos à estrutura da dissertação ou de analisarmos alguns temas e eixos
temáticos, é importante que você conheça alguns conceitos básicos que irão auxiliar a escrita do seu texto e,
principalmente, entender os comentários nas correções. Vamos nessa?

Frase, oração e período


A primeira etapa para a ordenação das ideias dentro de um texto é entender os conceitos de frase, oração e
período. Uma frase é qualquer enunciado capaz de estabelecer comunicação. Por exemplo, se você está
caminhando por uma rua e escuta alguém dizer “FOGO!”, esse enunciado é completo, pois transmite uma
mensagem, não é? Provavelmente você ficará mais atento ao percurso e identificará um possível foco de
incêndio. Então, aqui, temos uma frase.

Uma oração é um enunciado que possui um verbo ou uma locução verbal. A quantidade de verbos
estabelecerá a quantidade de orações. Aqui, diferentemente da frase, não é necessário que o enunciado
apresente um sentido completo, por exemplo, “Estamos indo...” é uma oração por possuir a forma verbal
“estamos”, mas não está completa, pois um leitor/ouvinte pode perguntar ao enunciador: “Onde?”.

Por fim, temos o elemento mais importante para a escrita de uma redação: o período. O período é um
enunciado com sentido completo, composto por uma (período simples) ou mais orações (período composto).
Esse conceito é importante para a construção do parágrafo, que é uma unidade de composição construída
por períodos onde se desenvolve uma determinada ideia central sobre um tema. Assim, um período encerra
um pensamento completo e vem indicado por um ponto final.

1
Redação

Como construir um parágrafo?


O parágrafo é uma estrutura superior à frase, que desenvolve uma única ideia-núcleo. Em textos de caráter
dissertativo e descritivo, ele é estruturado, normalmente, em três partes: a introdução, o desenvolvimento e a
conclusão. Essa estrutura é denominada de parágrafo-padrão.

• A introdução de um parágrafo é também denominada tópico frasal; esse período expressa, de maneira
sintética, a ideia principal do trecho, definindo seu objetivo.
• O desenvolvimento, ou seja, o meio do parágrafo, corresponde à ampliação do tópico frasal, com
apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou explicam.
• A conclusão retoma a ideia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no
desenvolvimento. Nessa última parte, apresenta-se o fechamento das ideias que foram apresentadas,
sem o acréscimo de informações novas.

Observe o exemplo abaixo sobre o tema do Enem 2021: “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à
cidadania no Brasil”.

“A palavra “cidadania” desenvolve-se na sociedade desde os períodos clássicos. Hoje, ela está relacionada à
qualidade de ser um cidadão e, consequentemente, sujeito de direitos e deveres, os quais também são
garantidos pela Constituição Federal de 1988, denominada “cidadã”. Esta defende a participação ativa de um
ser humano na sociedade. No entanto, essa garantia não é plenamente efetivada na sociedade brasileira, uma
vez que a falta de registro civil perpetua uma invisibilidade social que necessita ser mitigada.”

Assim, com a junção de diferentes parágrafos, forma-se um texto. Texto é todo trecho falado ou escrito que
constitui uma unidade de sentido em relação a uma situação de interação comunicativa, independentemente
de sua extensão.

2
Redação

Exercícios de fixação

Leia o trecho sobre o tema “Democratização do acesso ao cinema no Brasil” e responda às questões 1 e 2:

Na obra “A Invenção de Hugo Cabret”, é narrada a relação entre um dos pais do cinema, Georges Mélies, e um
menino órfão, Hugo Cabret. A ficção, inspirada na realidade do começo do século XX, tem como um de seus
pontos centrais o lazer proporcionado pelo cinema, que encanta o garoto. No contexto brasileiro atual, o
acesso a essa forma de arte não é democratizado, o que prejudica a disponibilidade de formas de lazer à
população. Esse problema advém da centralização das salas exibidoras em zonas metropolitanas e do alto
custo das sessões para as classes de menor renda.
Cartilha do Participante – A Redação do Enem 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/

1. O trecho “Na obra ‘A Invenção de Hugo Cabret’, é narrada a relação entre um dos pais do cinema,
Georges Mélies, e um menino órfão, Hugo Cabret.” pode ser considerado um período? Por quê?

2. O trecho anterior possui as características de um parágrafo? Justifique sua resposta.

3. Sobre a organização de parágrafo em um texto, é correto afirmar que os parágrafos podem possuir
uma introdução, desenvolvimento e conclusão?

4. A mudança de parágrafo deve ocorrer quando não há mais desenvolvimento da ideia-núcleo, ou seja,
quando houver um novo aspecto do texto a ser desenvolvido? Justifique sua resposta.

5. Leia os enunciados a seguir:

1. Momentos vida de cheia a imprevisíveis é.


2. Férias ordem de palavra nas diversão é a.
3. Ano este de realizações será muitas.

Os enunciados apresentam-se organizados como lógicos e coerentes, de modo a promover uma


interação efetiva entre os interlocutores? Caso não, reescreva-os de modo a atender a este propósito.

3
Redação

Exercícios

1. Na linguagem cotidiana observamos enunciados que isoladamente não possuem sentidos completos,
mas são concebidos como frases. Diante disso, analise o diálogo a seguir comentando sobre esta
ocorrência:

— Mãe, me leva ao clube?


— Levo.
— Que dia?
— Sábado.

2. Pensamento
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
ALMEIDA, Guilherme. Toda a poesia. VI. São Paulo: Martins, 1995. p. 131.

O poema de Guilherme Almeida é constituído por frases, orações ou períodos? Justifique sua resposta.

Leia o texto e responda às questões 3 a 5:

Um Apólogo
(Machado de Assis)
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
– Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste
mundo?
– Deixe-me, senhora.
– Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e
falarei sempre que me der na cabeça.
– Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu
ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
– Mas você é orgulhosa.
– Decerto que sou.
– Mas por quê?
– É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
– Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
– Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
– Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo
ao que eu faço e mando...
– Também os batedores vão adiante do imperador.
– Você é imperador?
– Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho,
vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa
de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela.

4
Redação

Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a
coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos
da costureira, ágeis como os galgos de Diana – para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
– Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se
importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e altiva
como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava
resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o
plic-plic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou
ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada
no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um
lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
perguntou-lhe:
– Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância?
Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes
de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou
à pobre agulha:
– Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na
caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
– Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária !

3. (CMSA) Eu é que prendo, ligo, ajunto...


No trecho acima ocorrem quantas orações?
a) Nenhuma
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.

4. (CMSA) Porque coso.


Esse período é, segundo texto, justificativa para
a) abrir os buracos para a linha.
b) ser orgulhosa.
c) ser atrevida.
d) apresentar juízo no que fala.
e) a essencialidade do trabalho da agulha

5
Redação

5. (CMSA) Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!


A respeito do trecho acima, assinale a afirmativa correta.
a) Trata-se de período composto por duas orações.
b) Trata-se de frase, mas não período.
c) Trata-se de um período simples.
d) Além de frase, é um período composto por coordenação.
e) É caso de período, mas não de frase.

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 6 a 8:

Nosso organismo está programado para reagir, dentro de certos limites e padrões, diante de qualquer agente
perturbador do nosso equilíbrio físico ou psicológico. O excesso de frio ou de calor, a fome, o barulho, um
vírus ou até mesmo um chefe irritante são alguns desses agentes perturbadores aos quais reagimos,
inicialmente com um alerta e, em seguida, com formas específicas de defesa. Se os elementos de defesa
forem fortes, a dificuldade será vencida. Em caso contrário, o organismo pode chegar a um limite de exaustão
tal que nossa saúde física e mental fica parcial ou totalmente prejudicada.

6. Identifique qual é o assunto mencionado no texto.

7. É possível identificar qual é o objetivo do texto?

8. O parágrafo possui um tópico frasal? Se sim, identifique-o.

Leia o parágrafo abaixo sobre o tema “Desafios para combater o desaparecimento de pessoas no Brasil” e
responda às questões 9 e 10:

Em primeiro lugar, é válido ressaltar que há pouco compartilhamento de informações sobre pessoas
desaparecidas. Embora, atualmente, muitos cidadãos tenham acesso à internet, esta não é usada de maneira
produtiva para aumentar a divulgação de dados sobre desaparecidos.

9. Em relação à organização trecho, pode-se afirmar que é um parágrafo-padrão? Justifique sua resposta.

10. Reescreva o parágrafo desfazendo os possíveis problemas em relação a sua estrutura.

6
Redação

Gabarito
Exercícios de fixação

1. O trecho pode ser considerado um período, pois apresenta um pensamento completo.

2. Sim, o trecho pode ser considerado como um parágrafo, pois apresenta uma unidade de composição
construída em períodos que desenvolve uma determinada ideia central sobre um tema, nesse caso, sobre
a democratização do acesso ao cinema no Brasil. É uma unidade, portanto, porque apresenta início, meio
e finalização das ideias.

3. Sim, um parágrafo deve ser uma unidade que desenvolve determinada ideia central sobre um tema. Essa
ideia deve ser apresentada em introdução, desenvolvimento e conclusão, ou seja, deve ser apresentada,
aprofundada e, por fim, finalizada. Essa estrutura é denominada de parágrafo-padrão.

4. Cada parágrafo deve desenvolver apenas uma ideia central no trecho. Caso outra informação seja
apresentada, esta deve ser utilizada em um outro parágrafo.

5. Os elementos estão dispostos de forma desordenada, comprometendo a clareza no que se refere à


mensagem e nenhuma delas encontra-se na ordem direta. Transformando-os, obteríamos: A vida é cheia
de momentos imprevisíveis; Nas férias a palavra de ordem é diversão; Este ano será de muitas
realizações.

Exercícios de vestibulares

1. Os enunciados “levo”, “que dia”, “sábado”, constituem frases nominais e verbais, pois segundo o contexto
em que foram empregados, os mesmos traduzem uma perfeita interlocução de acordo com a mensagem
que ora se deseja transmitir, mesmo que de forma isolada.

2. O texto é composto por frases nominais, uma vez que os vocábulos “ar”, “folha”, “fuga”, “lago”, “círculo
vago”, apresentam, em sequência, sentido completo. Destaca-se, ainda, a presença de uma oração em
“No rosto, uma ruga”, pois a forma verbal “há” está em elipse, ou seja, existe uma omissão de termo, mas
facilmente identificada no texto.

3. D
O trecho possui quatro orações, pois há presença de quatro formas verbais: “é”, “prendo”, “ligo” e “ajunto”.

4. B
O texto “Um Apólogo”, de Machado de Assis, apresenta uma conversa entre uma agulha e um novelo de
linha. O novelo de linha acusa a agulha de ser orgulhosa e esta concorda e diz que é orgulhosa, sim,
porque costura.

5. C
A frase “Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária” é um período simples, pois só tem
uma locução verbal “tenho servido”. É, então, uma oração absoluta e uma frase, pois transmite uma
mensagem completa.

6. As defesas do nosso organismo.

7. Esclarecer como o nosso organismo responde às ameaças que o perturbam.

8. Sim. Nosso organismo está programado para reagir, dentro de certos limites e padrões, diante de qualquer
agente perturbador do nosso equilíbrio físico ou psicológico.

7
Redação

9. O primeiro parágrafo de desenvolvimento apresenta um tópico frasal bem definido e uma justificativa
para a tese. No entanto, o parágrafo foi desenvolvido de modo superficial, uma vez que não apresenta
uma estratégia argumentativa para fundamentar a opinião.

10. Sugestão de reescritura: Em primeiro lugar, é válido ressaltar que há pouco compartilhamento de
informações sobre pessoas desaparecidas. Embora, atualmente, muitos cidadãos tenham acesso à
internet, esta não é usada de maneira produtiva para aumentar a divulgação de dados sobre
desaparecidos. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos hoje em uma sociedade líquida, a
qual não estabelece ligações afetivas. Nesse sentido, destaca-se como isso impacta a sociedade, uma
vez que a carência de empatia é como um dos principais entraves para difusão desses dados, uma vez
que se o usuário não conhece o desaparecido, não postará sobre ele em suas redes.

8
Sociologia

Para que serve a sociologia

Teoria

Quando, como e por que a sociologia surgiu?


A Sociologia surgiu na Europa no século XIX, a partir de uma intensa busca do ser humano por interpretar a
sociedade da época, que passava por intensas mudanças sociais. Todas as transformações ocorridas no
século XIX foram herdeiras de importantes revoluções ocorridas no século anterior. O Iluminismo, por
exemplo, foi um movimento filosófico e representou a mudança no campo cultural. O projeto comum dos
iluministas era racionalizar todos os aspectos da existência humana, do conhecimento à vida social, da
política às práticas religiosas. Já a Revolução Francesa está mais relacionada com transformações políticas,
certamente. Com efeito, o que os revolucionários promoveram não foi apenas uma mudança de governo, a
passagem de um rei para outro. O que mudou foi a própria maneira como se enxergava o poder. Já a
Revolução Industrial mudou radicalmente a economia e consolidou definitivamente o capitalismo como
sistema econômico hegemônico. Pela primeira vez na história, a produção econômica deixava de ser
artesanal, passando a ser baseada no uso de máquinas.

A sociologia nas formas de produção de conhecimento


Na discussão filosófica sobre a produção de conhecimento, podemos estabelecer cinco formas de produção
do saber: a mítica, baseada na crença através da narrativa mítica e tradicional; a religiosa, baseada na crença
através de escrituras e dogmas; a filosófica, baseada na razão através da reflexão e argumentação; a de
senso comum, baseada na crença através tradição e acriticidade; e científica, baseada na razão através da
pesquisa e do método.
A ciência se consolidou como forma hegemônica de produção de conhecimento a partir do séc. XVIII e isso
auxiliou a formação da sociologia. Com a percepção de que as mudanças no mundo podem ser fruto da ação
humana, vários pensadores se dedicaram a investigar os mais diversos campos do conhecimento,
promovendo o surgimento das ciências humanas.
As ciências naturais já estavam consolidadas e exerceram forte influência nos primeiros pensadores sociais.
Autores como Auguste Comte (1798 – 1857) e Herbert Spencer (1820-1903) pensavam a ciência da
sociedade como uma física ou uma biologia social. Consideravam que a sociedade estava envolvida num
processo permanente de evolução e que todas as sociedades chegariam ao mesmo ponto final de
desenvolvimento e aperfeiçoamento, sendo diferentes por estarem em diferentes estágios de evolução. O
positivismo, movimento intelectual que concebeu a ideia de uma ciência da sociedade, buscava leis gerais
que explicassem o funcionamento das sociedades e Comte afirmava que, para haver progresso (entendido
como mudança para melhor), seria necessário preservar a ordem social.
Por isso, o objetivo da sociologia era o de compreender a realidade social e produzir um aperfeiçoamento a
partir dos critérios estabelecidos por esses pensadores. A sociologia servia ao mesmo propósito das outras
ciências: promover a emancipação humana pelo poder de controlar a realidade advindo do conhecimento.
Sociologia

Com o estabelecimento da ciência como meio de conhecer os fenômenos, um debate se acentuou: a oposição
entre ciência e senso comum. Muitos afirmam a superioridade da ciência sobre as outras formas de
conhecimento (principalmente sobre o senso comum), enquanto outros afirmam que a ciência e o senso
comum devem se complementar. Herdeiros do positivismo, os defensores da superioridade científica
afirmam que a ciência é racional e imparcial, sendo útil e eficiente não só para compreender como para gerir
a sociedade. já os defensores da complementaridade entre diferentes formas de conhecimento afirmam que
a aproximação entre ciência e senso comum transformará o pensamento cotidiano em um pensamento
crítico, diminuindo a superstição do senso comum e tornando a ciência mais acessível.

Sociologia hoje
Na contemporaneidade, a Sociologia é um pouco diferente do seu período de surgimento. Assumindo as
limitações do estabelecimento de um conhecimento típico das ciências naturais, a sociologia desenvolveu
seu próprio arcabouço teórico-metodológico e seus próprios critérios de validade científica. Entretanto, ela
continua com a intenção de interpretar a realidade social, mesmo abandonando em parte a noção de
aperfeiçoamento, evolução e progresso social a partir de valores estabelecidos.
Veja, ainda é objetivo da sociologia munir os membros de uma sociedade de conhecimento sobre sua
realidade social e, de forma genérica, promover a melhoria da sociedade. Mas o projeto positivista da
sociologia era dotado de um juízo de valor, de uma avaliação do que é certo ou errado por meio da ciência, do
estabelecimento de critérios arbitrários que definiam como a sociedade deveria ser e quais sociedades
tinham logrado maior sucesso nessa empreitada. Para a atividade científica essa postura não é adequada.
O fato é que a realidade social é complexa, cheia de contradições e conflitos. Dificilmente o que é bom ou
certo para um grupo de pessoas coincide totalmente com a opinião de outro grupo. Isso não significa que o
objetivo da sociologia (ou para que ela serve) seja diferente das demais ciências. Afinal, para que estudamos
física, química, geografia ou história? Pesquisamos para saber e através do que sabemos agimos no mundo.
É por isso que não é uma missão da sociologia resolver os problemas sociais, essa é uma missão dos
membros daquela sociedade. A sociologia tem como função expor os problemas sociais através da
interpretação da sociedade. O que ela faz é converter fenômenos sociais em fenômenos sociológicos, típicos
dessa área de conhecimento, para os classificar, descrever e explicar. A sociologia é uma ótima ferramenta
para a transformação social, mas ela não se constitui como um agente dessa mudança.
Sociologia

Exercícios de fixação

1. Sobre a relação entre senso comum e conhecimento científico, aponte a alternativa incorreta:.
a) O senso comum é um elemento da cultura de uma sociedade e, portanto, não está acessível para
a análise do conhecimento científico.
b) A Sociologia, enquanto conhecimento científico permite a desnaturalização dos fenômenos
sociais nas formas apresentadas pelo senso comum.
c) O preconceito racial é um exemplo de senso comum, cabendo às ciências sociais compreender
seus mecanismos sociais de funcionamento.
d) O senso comum está submetido à experiência e às aparências, a validade do conhecimento
científico está submetida aos dados, metodologicamente conquistados.

2. Cite pelo menos três formas de conhecimento e suas características discutidos na filosofia.

3. A sociologia surgiu com o objetivo de


a) criticar o status quo estabelecido
b) promover o aperfeiçoamento da sociedade
c) cientifizar o senso comum
d) expor os conflitos e contradições da sociedade

4. Atualmente a sociologia tem como finalidade


a) interpretar a realidade social
b) resolver os problemas sociais
c) sobrepor-se às outras formas de conhecimento
d) promover a ordem e o progresso

5. Qual a relação entre o conhecimento sociológico e os problemas sociais?


Sociologia

Exercícios

1. Ao se estudar qualquer ramo do conhecimento, cabe ao pesquisador conhecer sua gênese, evolução e
situação atual das pesquisas. Em relação ao surgimento da sociologia, pode-se afirmar que:

I. A consolidação do sistema capitalista no século XIX propiciou os elementos que serviram de base
para o surgimento da sociologia enquanto ciência particular.
II. Com o surgimento da sociologia o ser humano passou a ser concebido a partir de sua inserção na
sociedade e nos grupos sociais que o constituem.
III. O campo de estudo da sociologia constitui-se historicamente como o conjunto de relacionamentos
que os seres humanos estabelecem entre si na vida em sociedade.
IV. Interessa para a sociologia, não os indivíduos interrelacionados, mas sim, indivíduos isolados, tais
como se comportam na escola, na família e no emprego.

Das afirmações acima:


a) Somente a afirmativa IV está correta
b) Somente as afirmativas I e IV estão corretas
c) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas
d) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas
e) Todas as afirmativas estão corretas

2. Uma série de mudanças políticas e econômicas ocorreu na Europa, a partir do fim da Idade Média. O
quadro “A liberdade guiando o povo” (1830), de Eugène Delacroix, alude a um dos mais importantes
acontecimentos decorrentes desse período na história europeia, a Revolução Francesa.

Sobre a ligação entre as mudanças referidas no texto e o surgimento da Sociologia, é correto afirmar:
a) O desenvolvimento da indústria se opunha à formação do processo de instalação da sociedade
moderna.
b) A credibilidade da vida social, nas cidades, passa a ser buscada na coerência dos textos sagrados
e na adoração religiosa.
c) A vida religiosa foi adquirindo cada vez mais importância, o que fez com que a história do cotidiano
fosse concebida por um olhar sagrado.
d) A arte renascentista, ao apresentar a forte ligação entre Deus e os homens, expressou as
transformações sociais de forma contundente.
e) O desenvolvimento tecnológico e a nova postura do homem ocidental decorrentes das
transformações desse período histórico propiciaram o interesse pelo entendimento da vida social.
Sociologia

3. O positivismo foi uma das grandes correntes de pensamento social, destacando-se, entre seus
principais teóricos, Augusto Comte e Émile Durkheim.

Sobre a concepção de conhecimento científico, presente no positivismo do século XIX, é correto


afirmar:
a) A busca de leis universais só pode ser empreendida no interior das ciências naturais, razão pela
qual o conhecimento sobre o mundo dos homens não é científico.
b) Os fatos sociais fogem à possibilidade de constituírem objeto do conhecimento científico, haja
vista sua incompatibilidade com os princípios gerais de objetividade do conhecimento e a
neutralidade científica.
c) Apreender a sociedade como um grande organismo, a exemplo do que fazia o materialismo
histórico, é rejeitado como fonte de influência e orientação para as investigações empreendidas
no âmbito das ciências sociais.
d) A ciência social tem como função organizar e racionalizar a vida coletiva, o que demanda a
necessidade de entender suas regras de funcionamento e suas instituições forjadas
historicamente.
e) O papel do cientista social é intervir na construção do objeto, aportando à compreensão da
sociedade os valores por ele assimilados durante o processo de socialização obtido no seio
familiar.

4. A sociologia surgiu para suprir a necessidade de se entender os fenômenos sociais e as regras


fundamentais pelas quais se baseiam nossas relações. Entretanto, a sociologia contemporânea difere-
se da ideia original, na medida em que:
a) Entende-se que as sociedades são como organismos vivos, com leis de funcionamento
estabelecidas e imutáveis.
b) É amplamente aceito que as diferenças raciais determinam características do convívio do sujeito,
uma vez que é a raça que estabelece o comportamento social.
c) Entende-se que as sociedades e as relações sociais possuem infinitas variações, não sendo
possível traçar leis gerais que justifiquem ou expliquem, em termos absolutos, todas as formas de
interação humana no mundo social.
d) Deixou de ser uma área do conhecimento válida, uma vez que não é possível estudar uma
sociedade em razão da enorme quantidade de diferenças entre os sujeitos que a compõem.
e) Incorporou novos aspectos teórico-metodológicos, sem abandonar, porém, os princípios
norteadores de sua fundação.
Sociologia

5. Ciente de que nossa visão é repleta de prenoções e juízos de valor, a construção de um olhar
sociológico principia com o estranhamento, ao se observar a realidade. Tal procedimento confronta o
conhecimento do senso comum e possibilita a construção do conhecimento científico.

Essa reflexão propõe:


a) buscar as suas próprias experiências para a explicação do conhecimento científico.
b) estudar a realidade observada, segundo o critério teórico-metodológico.
c) tomar decisões fundamentadas no conhecimento do cotidiano.
d) fazer diferentes leituras do fato social, tomando por base o senso comum.
e) considerar verdadeiras as explicações biológicas para o comportamento humano em sociedade.

6. Acreditava-se nos primórdios da Sociologia, como aliás com relação às Ciências Sociais de uma
maneira geral, ser possível atingir a mesma neutralidade e objetividade que se imaginava poder atingir
nas Ciências Naturais. Por isso essa nova ciência da sociedade recebeu inicialmente o nome de Física
Social e só posteriormente passou a ser denominada de Sociologia. Entre as alternativas seguintes, a
única que NÃO expressa uma perspectiva desse momento inicial da Sociologia é:
a) Os métodos das Ciências Naturais poderiam e deveriam ser aplicados aos estudos sobre a
sociedade.
b) Havia a necessidade de desenvolver técnicas racionais para controlar os conflitos criados pelas
sucessivas crises do século XIX.
c) A única fonte legítima da Ciência seria a experiência externa. O testemunho da consciência e as
experiências subjetivas, como fonte de observação científica, não tinham valor.
d) Acreditava-se que seria necessário compreender e controlar racionalmente a natureza com o
objetivo de encontrar mecanismos capazes de promover a preservação do meio ambiente, pois já
se previa que os danos ambientais causados pela aplicação da tecnologia na esfera da produção
podem causar sérias consequências às gerações futuras.
e) O fundamento inicial da Sociologia era o método positivo, alicerçado em um conjunto
hierarquizado de ciências. Na larga base dessas ciências encontrava-se a Matemática e, em seu
vértice, a Sociologia.
Sociologia

7. A sociologia é uma ciência humana que estuda a sociedade. Das opções abaixo, a que não contempla
um de seus objetivos é:
a) Compreender e explicar as transformações e mudanças nas sociedades humanas.
b) Entender o funcionamento das sociedades e das relações entre os seres humanos.
c) Estudar os fatores sociais e culturais relacionados com os comportamentos humanos.
d) Compreender a existência humana e o saber por meio da análise racional relacionada com a
história.
e) Compreender os interesses dos movimentos sociais, fruto de práticas sociais incoerentes com a
ordem social.

8. O conhecimento é sempre aproximado, falível e, por isso mesmo, suscetível de contínuas correções.
Uma justificação pode parecer boa, num certo momento, até aparecer um conhecimento melhor. O que
define a ciência não será então a ilusória obtenção de verdades definitivas. Ela será antes definível pela
prevalência da utilização, por parte dos seus praticantes, de instrumentalidades que o campo científico
forjou e tornou disponíveis. Ou seja, cada progressão no conhecimento que mostre o caráter errôneo
ou insuficiente de conhecimentos anteriores não remete estes últimos para as trevas exteriores da não
ciência, mas apenas para o estágio de conhecimentos científicos historicamente ultrapassados.
ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia das ciências sociais. Sociologia:
problemas e práticas, n. 55, 2007 (adaptado).

O texto desmistifica uma visão do senso comum segundo a qual a ciência consiste no(a)
a) conjunto de teorias imutáveis.
b) consenso de áreas diferentes.
c) coexistência de teses antagônicas.
d) avanço das pesquisas interdisciplinares.
e) preeminência dos saberes empíricos.
Sociologia

9. Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade, aquelas que


aconteceram no século XVIII — e que se estenderam no século XIX — só foram superadas pelas grandes
transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela revolução científico-tecnológica,
que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando-a
por completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras,
que perduram até os dias atuais.
(DIAS, 2004, p. 15).

Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar:


a) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a diminuição da divisão do trabalho.
b) A intensificação da economia agrária em larga escala nas metrópoles gerou o êxodo para o
campo.
c) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levou ao crescimento das cidades rurais.
d) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais.
e) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que fez surgir as ciências sociais.

10. Segundo Zygmunt Bauman, a Sociologia é constituída por um conjunto considerável de conhecimentos
acumulados ao longo da história. Pode-se dizer que a sua identidade forma-se na distinção com o
chamado senso comum.

Considerando que a Sociologia estabelece diferenças com o senso comum e estabelece uma fronteira
entre o pensamento formal e o senso comum, é correto afirmar que
a) a Sociologia se distingue do senso comum por fazer afirmações corroboradas por evidências não
verificáveis, baseadas em ideias não previstas e não testadas.
b) o pensar sociologicamente caracteriza-se pela descrença na ciência e pouca fidedignidade de
seus argumentos. O senso comum, ao contrario, evita explicações imediatas ao conservar o rigor
científico dos fenômenos sociais.
c) pensar sociologicamente é não ultrapassar o nível de nossas preocupações diárias e expressões
cotidianas, enquanto o senso comum preocupa-se com a historicidade dos fenômenos sociais.
d) o pensamento sociológico se distingue do senso comum na explicação de alguns eventos e
circunstâncias, ou seja, enquanto o senso comum se preocupa em analisar e cruzar diversos
conhecimentos, a Sociologia se preocupa apenas com as visões particulares do mundo.
e) um dos papéis centrais desempenhados pela Sociologia é a desnaturalização das concepções ou
explicações dos fenômenos sociais, conservando o rigor original exigido no campo cientifico.

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Sociologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
O senso comum é um conhecimento cotidiano que circula em sociedade, compondo sua cultura e , por
isso, é analisável pela sociologia como importante fenômeno social.

2. Na discussão filosófica sobre a produção de conhecimento, podemos estabelecer cinco formas de


produção do saber: a mítica, baseada na crença através da narrativa mítica e tradicional; a religiosa,
baseada na crença através de escrituras e dogmas; a filosófica, baseada na razão através da reflexão e
argumentação; a de senso comum, baseada na crença através tradição e acriticidade; e científica,
baseada na razão através da pesquisa e do método.

3. B
O objetivo da sociologia era o de compreender a realidade social e produzir um aperfeiçoamento a partir
dos critérios estabelecidos por esses pensadores. A sociologia servia ao mesmo propósito da física,
química e biologia: promover a emancipação humana pelo poder de controlar a realidade advindo do
conhecimento.

4. A
Na contemporaneidade, a Sociologia é um pouco diferente do seu período de surgimento. Assumindo as
limitações do estabelecimento de um conhecimento típico das ciências naturais, a sociologia
desenvolveu seu próprio arcabouço teórico-metodológico e seus próprios critérios de validade científica.
Entretanto, ela continua com a intenção de interpretar a realidade social, mesmo abandonando em parte
a noção de aperfeiçoamento, evolução e progresso social a partir de valores estabelecidos.

5. Não é uma missão da sociologia resolver os problemas sociais, essa é uma missão dos membros
daquela sociedade. A sociologia tem como função expor os problemas sociais através da interpretação
da sociedade. O que ela faz é converter fenômenos sociais em fenômenos sociológicos, típicos dessa
área de conhecimento, para os classificar, descrever e explicar. A sociologia é uma ótima ferramenta
para a transformação social, mas ela não se constitui como um agente dessa mudança.
Sociologia

Exercícios

1. C
Indivíduos isolados são interesse de outra área do conhecimento, a psicologia. Para o estudo das
ciências sociais interessa saber os indivíduos em sua vida social, ou seja, interagindo em grupo. Muitas
vezes um fenômeno parece ser isolado ou individual, mas ele apenas acontece porque o sujeito está
inserido numa sociedade. Então, independente de ser um fenômeno que alcança muitas pessoas ou
apenas uma, se esse fenômeno ocorre por causa da relação social construída entre os indivíduos, então
ele será de interesse da sociologia.

2. E
O mundo, ao final do século XVIII e início do século XIX, encontrava-se em profundo processo de
transformação, não uma transformação de regime político ou de dominação religiosa, uma grande
mudança de mentalidade das pessoas acontecia com o advento da Revolução Industrial e principalmente
com a Revolução Francesa.

3. D
Alternativa “d”. Comte propunha uma ciência da sociedade, capaz de explicar e compreender todos os
fenômenos sociais da mesma forma que as ciências naturais buscavam interpelar seus objetos de
estudo.

4. C
A alternativa “C” é a correta. A sociologia contemporânea perdeu seu intuito de buscar leis e regras gerais
para explicar os fenômenos sociais que estuda. Na busca pelo entendimento, a sociologia volta-se para
a observação de casos individuais ou em grande escala para entender as possíveis motivações e
consequências dos fenômenos.

5. B
A sociologia, como toda ciência, busca responder questões de maneira confiável, produzindo um
conhecimento seguro e verificado. No entanto, dada a peculiaridade do objeto de estudo da sociologia
(o ser humano e suas interações sociais), seus métodos diferem dos métodos das ciências da natureza.
Daí a importância do estranhamento como ferramenta metodológica, produzindo uma admiração e um
questionamento frente ao óbvio, ao dado como conhecido pelo senso comum. É preciso enxergar aquilo
que vivenciamos no nosso cotidiano por outra perspectiva, como algo novo, estranho e artificial.

6. D
A única afirmativa que não corresponde ao ideário inicial da Sociologia é a D, pois refere-se à discussão
da questão ecológica. O meio ambiente só passa a ser tema real de interesse da sociedade em meados
do século XX, quando se começa a perceber que a ação do homem sobre a natureza pode trazer
consequências negativas. Ainda assim, mesmo hoje a proteção do ambiente não é tema de consenso,
sendo motivo de muitos conflitos sociais.
Sociologia

7. D
A sociologia é uma ciência que se ocupa em compreender a sociedade e os elementos que envolvem
seu funcionamento: estrutura social, grupos sociais, família, classes sociais e papéis que o indivíduo
ocupa na sociedade. Assim, a opção que não contempla seus objetivos é a letra D que compreende os
estudos da área da filosofia.

8. A
Para o senso comum, a ciência, quando bem feita, desenvolve certezas que não podem ser alteradas,
verdades definitiva, imutáveis. Entretanto, como mostra o texto, a ciência se fundamenta na construção
de um conhecimento mais valoroso e útil que o anterior. Esse mesmo conhecimento, em determinado
momento, há de ser superado por outro e se tornará ultrapassado, dando continuidade ao processo.
As outras alternativas estão erradas porque:
B) De fato, na ciência há algum grau de consenso entre as diferentes áreas. As ciências sociais, por
exemplo, utilizam-se de diversos saberes de diferentes áreas para a construção de seu conhecimento.
C) O senso comum é um conhecimento parcial caracterizado pela simplicidade do pensamento, assim
não pode dar conta da complexidade da coexistência de teses antagônicas.
D) Do mesmo modo, o saber do senso comum não compreende a ciência como um conhecimento
interdisciplinar.
E) Os saberes empíricos são os saberes do senso comum, não da ciência. Os saberes empíricos são
baseados em uma percepção parcial da realidade e nos hábitos do cotidiano.
A ciência pode ou não tomar esses saberes como o ponto de partida para a construção do saber
científico.

9. D
O nascimento da Sociologia ocorre no contexto das transformações sociais geradas pela Revolução
Industrial com fenômenos como a urbanização, o surgimento da burguesia, o aumento da divisão do
trabalho, o anonimato, o aumento da criminalidade e a paulatina consolidação do capitalismo. Essa
ciência surge como uma forma de compreender esse mundo moderno, já que as formas anteriores
(como a religião ou a filosofia) se demonstraram limitadas na explicação dessas mudanças.

10. E
A única alternativa que apresenta a relação adequada entre a Sociologia e o senso comum, de acordo
com o pensamento de Zygmunt Bauman, é a representada pela letra e, que afirma que “um dos papéis
centrais desempenhados pela Sociologia é a desnaturalização das concepções ou explicações dos
fenômenos sociais, conservando o rigor original exigido no campo cientifico.” Aquilo que para o senso
comum pode ser compreendido como algo “natural” ou “normal” deve ser estudado pela sociologia no
sentido de tentar desnaturalizá-lo e, portanto, de compreender as razões para a existência de
determinados fenômenos sociais.

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