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CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS

As proteínas classificam-se segundo seus critérios:


Quanto a composição:
Proteínas simples- por hidrólise liberam apenas aminoácidos

Proteínas conjugadas– por hidrolise liberam aminoácido mais um radical não péptico
denominado grupo prostitico.Ex: metaloprotemas, hemeproteinas, lipoproteinas,
glicoproteinas.

Quanto ao número de cadeias polipeptidicas:


Monoméricas - formadas por apenas uma cadeia polipeptidica;

Oligoméricas – mais de uma cadeia polipeptidica, são as proteínas de estruturas e


funções mais complexas.

Quanto a forma:
Proteínas fibrosas – na sua maioria são insolúveis nos solventes aquosas e possuem
pesos moleculares muito elevado. São formadas geralmente por longas moléculas,
mais ou menos rectilíneas e paralelas ao eixo da fibra.

A esta categoria pertencem as proteínas de estrutura como colageneo do tecido


conjuntivo, as queratinas dos cabelos, as esclentinas do desenvolvimento da artrópode,
a coeliolins dos moluscos, ou ainda a fibrina do soro sanguíneo. Algumas proteínas
fibrosas possuem uma estrutura.

Proteínas globulares de estrutura especial mais complexas são mais ou menos


esféricas, são geralmente solúveis nas solventes aquosas e os seus pesos moleculares
situam-se entre 10.000nm e vários milhões. Estas categorias situam-se as proteínas
activas como as enzimas transportadoras e a hemoglobina.

Proteínas homólogas – são proteínas que desempenham a mesma função em tecidos


ou em espécies diferentes. Estas proteínas possuem pequenas diferenças estruturais,
reconhecíveis imunologicamente.

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Quanto a Função
Proteína estrutural Uma proteína utilizada como material de construção, que suportam e
protegem partes dos seres vivos como cabelo, unhas e penas, são materiais
protectores feitos com queratina, uma proteína estrutural que forma fibras longas e
resistentes. No interior do corpo de um animal os tendões que ligam os músculos aos
ossos são feitos de outra proteína estrutural chamada calogeneo que forma fibras
resistentes e elásticas.

Proteína transportadora As proteínas transportadoras recebem substâncias num lugar e


libertam-nas noutro. A hemoglobina é uma das proteínas transportadoras mais
importantes dos animais. Transporta oxigénio (O 2) e o dióxido de carbono (CO2) no
sangue.

Proteína imunológica Éuma proteína utilizada para desactivar substâncias estranhas.


Se organismo de um animal é invadido por microrganismos, proteínas especiais ligam-
se a superfície dos atacantes para tornar inofensivos. Essas proteínas são
denominadas anticorpos, o corpo humano produz um número elevado de anticorpos
diferentes que atacam um gama variada de invasores.

Proteína de armazenamento É uma proteína usada para armazenamento de várias


substâncias. “As plantas e ao animais usam proteínas para armazenar nutrientes. O
glúten é uma proteína de armazenamento que existe nos órgãos de trigo” (BURNIE
(1999).

Biossintese das proteínas


De acordo com VOET (2005, p.78) Biossíntese é um fenómeno em que são
produzidos compostos químicos complexos, como proteínas e ácidos nucleicos a partir
de reagentes mais simples, geralmente catalisados por enzimas.

Ao contrário da síntese química, a biossíntese ocorre normalmente dentro


dos organismos vivos e é uma parte vital do metabolismo. No entanto,
a biotecnologia permite a realização de biossíntese in vitro. A biossíntese relaciona-se
com processos anabólicos

Biosíntese proteica é um processo que se inicia no núcleo da célula, a partir de


uma sequência específica do DNA, que é o gene e esta etapa chamamos
de transcrição. A segunda etapa é a tradução, realizada no citoplasma da célula

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em organelas chamadas ribossomos. Após a última etapa pode haver mudanças
nas propriedades dela, através de modificações em seus resíduos de
aminoácidos. Existem vinte tipos de aminoácidos comuns que se rearranjam para
formá-las. Isso nos dá um número enorme de tipos de proteínas, se pensarmos
em um polipeptídeo com mais de cem resíduos, aumenta ainda mais a

diversidade. (VOET 2005, p.78)

A biossínteseproteica acontece em duas etapas, que veremos mais a frente. Um fato


interessante: nesse processo, as células consomem mais energia do que em qualquer
outro ligado ao metabolismo.

Replicação do DNA
A replicação é um processo no qual uma molécula de DNA dupla fita é duplicado.
Devido ao fato do DNA conter a "informação" que é fundamental para codificar todas as
proteínas e RNAs necessários para se "construir" um organismo, é através da
replicação que os seres vivos conseguem dar origem a um novo ser que possui as
mesmas caraterísticas de quem o originou. A replicação também explica como nós,
seres multicelulares, fomos formados a partir de uma única célula - o zigoto. Portanto a
replicação do material genético é importante para todas as formas de vidas conhecidas.
No entanto os mecanismos de replicação dos procarióticos e eucarióticos não são
idênticos. Como cada fita de DNA contem a mesma informação genética, qualquer uma
das duas fitas podem servir como molde por isso a replicação do DNA é dita
semiconservativa. Para que o processo de replicação se inicie é necessário que a
atuação de um enzima, o DNA polimerase.

O enzima liga-se à cadeia de DNA e desliza sobre esta, quebrando as ligações entre as
duas cadeias de nucleótidos - ligações por pontes de hidrogénio - ficando então as
duas cadeias de DNA separadas. Em seguida, os nucleótidos livres existentes no
núcleo ligam-se, por complementaridade de bases, às cadeias de DNA. De uma cadeia
original de DNA formam-se duas novas cadeias.

Mecanismo de biossíntese proteica


O mecanismo de biossíntese proteica consiste na síntese de proteínas,
macromoléculas constituídas por conjuntos maiores ou menores de aminoácidos e cuja
síntese se realiza nos ribossomas, que são organelos citoplasmáticos pequenos que

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podem apresentar-se isolados ou agrupados. Cada ribossoma é constituído por duas
porções, designadas por pequena subunidade e grande subunidade. Como viste
anteriormente, estes organelos encontram-se associados ao RER.

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30 de Março de 2019

Transcrição
A transcrição é o processo pelo qual uma molécula de RNA é sintetizada a partir de um
molde de DNA. Através da transcrição, são sintetizados todos os tipos de RNAs da
célula, ou seja, o RNA mensageiro (RNAm), o RNA ribossômico (RNAr), o RNA
transportador (RNAt) e outros RNAs menores. Todos os RNAs estão envolvidos
ativamente na síntese protéica. O RNAm será usado para transferir a informação
genética do DNA às proteínas, mas os demais RNAs sintetizados têm, por si, funções
finais na célula, tanto estruturais como catalíticas. MURRAY, etal. (2002, p.32)

O RNAm possui uma enzima chamada RNA polimerase que rompe as ligações de
hidrogênio entre as bases nitrogenadas separando os dois filamentos do DNA, expondo
suas bases expostas. O RNAm se liga a bases de um desses filamentos, produzindo
bases correspondentes. Após a formação do RNAm maduro, este migra para o
citoplasma, através dos poros nucleares, onde ocorre a tradução.

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Maturação

O pré-RNAm, ao ser sintetizado, transcreveu a cadeia de DNA, incluindo os seus


segmentos codificáveis e os não codificáveis. Por este motivo, o pré-RNAm é
constituído por sequências codificáveis (exões) e por sequências não codificáveis
(intrões). Para que não haja interrupção na sequência de aminoácidos codificados, o
RNAm tem de ter, na sua totalidade, significado genético. Por esta razão, ocorre o
processamento ou maturação do pré-RNAm. Deste modo, enzimas específicas retiram
as sequências não codificáveis de pré-RNAm (intrões), deixando apenas as sequências
codificáveis (exões). Forma-se assim uma cadeia de RNAm totalmente codificável, ou
seja, uma cadeia de RNAm em que cada codão codifica um aminoácido. A totalidade
do processo ocorre no núcleo.

Migração

A migração consiste na passagem do RNAm do núcleo para o citoplasma, mais


precisamente para junto dos ribossomas.

Tradução
Segundo MURRAY, etal. (2002, p.32) A tradução consiste na descodificação da
mensagem, contida no RNAm, em aminoácidos, levando deste modo à síntese de uma
proteína.
. A tradução inicia-se pela ligação da cadeia de RNAm à subunidade menor do
ribossoma. Seguidamente ocorre a activação dos aminoácidos, através do fornecimento
de ATP aos aminoácidos. Estes aminoácidos activados vão ser ligados a uma enzima,
a aminoacil-RNAt-sintetase e a um RNAt. Forma-se assim o complexo aminoacil-RNAt.
Este complexo movimenta-se em direcção ao ribossoma, ligando-se o anticodão
(tripleto de RNAt) ao codão (tripleto de RNAm), cujas bases azotadas são
complementares. Esta união efectua-se no local P ou peptidil do ribossom.a. O primeiro
codão da cadeia de RNAm a ser traduzido é o codão de iniciação (AUU), que
corresponde à colocação do aminoácido metionina. Após a colocação do aminoácido
metionina ocorre a ligação da subunidade maior do ribossoma ao conjunto, tornando-se
este activo.
De acordo com VOET (2005, p.78) Na tradução, a sequência de bases
presentes no RNAm passa para uma sequência de aminoácidos. Cada grupo de
3 bases consecutivas presente no RNAm – códon – corresponde a um
aminoácido. No citoplasma estão presentes o RNAt, que é capaz de se ligar a
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unidades de aminoácidos dissolvidos no citoplasma e transportá-los até o RNAm.
O RNAt reconhece no RNAm o códon de iniciação para a tradução (AUG), que
codifica o aminoácido metionina. Cada RNAt tem um anticódon específico. Após
o reconhecimento do RNAt-RNAm, o ribossomo desloca-se sobre o RNAm,
unindo os aminoácidos transportados em cada RNAt por meio ligações
peptídicas. Esse processo é repetido até que o RNAr encontre o códon de parada
(UAA, UAG ou UGA), formando uma cadeia de aminoácidos, ou seja, uma
molécula de proteína.

Iniciação

A tradução inicia-se pela ligação da cadeia de RNAm à subunidade menor do


ribossoma. Seguidamente ocorre a activação dos aminoácidos, através do fornecimento
de ATP aos aminoácidos. Estes aminoácidos activados vão ser ligados a uma enzima,
a aminoacil-RNAt-sintetase e a um RNAt. Forma-se assim o complexo aminoacil-RNAt.
Este complexo movimenta-se em direcção ao ribossoma, ligando-se o anticodão
(tripleto de RNAt) ao codão (tripleto de RNAm), cujas bases azotadas são
complementares. Esta união efectua-se no local P ou peptidil do ribossom.a. O primeiro
codão da cadeia de RNAm a ser traduzido é o codão de iniciação (AUU), que
corresponde à colocação do aminoácido metionina. Após a colocação do aminoácido
metionina ocorre a ligação da subunidade maior do ribossoma ao conjunto, tornando-se
este activo.

Alongamento

A fase de alongamento corresponde à ligação dos aminoácidos seguintes da cadeia


polipeptídica, através de ligações peptídicas. Após a activação do ribossoma, este
encontra-se com o local P ou peptidil ocupado, estando livre o local A ou aminoacil.
Ocorre uma segunda activação de um aminoácido, que se liga ao respectivo RNAt e à
aminoacil-RNAt-sintetase, formando-se um segundo complexo aminoacil-RNAt. Este
complexo desloca-se para o ribossoma, onde se ligam, mento por complementaridade,
o codão e o anticodão no local A ou aminoacil. Este segundo aminoácido liga-se,
através de uma ligação peptídica, à metionina. O ribossoma avança três bases (um
codão), libertando-se o RNAt da metionina. O local P passou a estar ocupado pelo
complexo aminoacil--RNAt do segundo aminoácido, ficando livre o local A. O processo
continua com um terceiro aminoácido, quarto aminoácido, etc.

Finalização

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A síntese da cadeia polipeptídica termina quando o ribossoma chega a um codão de
finalização (UAA, UAG, UCA). Quando o local A de um ribossoma encontra um codão
de finalização, como não tem nenhum anticodão complementar, nem traduz nenhum
aminoácido, a síntese termina. O ribossoma corre as últimas três bases, o último RNAt
desliga-se e o factor de finalização passa para o local P. As subunidades maior e menor
do ribossoma separam-se, ficando novamente o ribossoma inactivo. A cadeia de RNAm
desagrega-se e a cadeia polipeptídica liberta-se.

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30 de Março de 2019

Importância dos ácidos nucleicos na biossintese das proteínas


Na visão de ALBERTS, etal. (2006, s/p) Os ácidos nucleicos são importante para a
biossíntese das proteica porque elas são controlada pelo DNA, uma vez que é dele que
provém a informação genética necessária à síntese. Assim, foi necessário descobrir o
código que traduzia a colocação de determinado aminoácido numa certa sequência
peptídica. Como só há quatro nucleótidos diferentes, quer de DNA quer de RNA, e
existem vinte e três aminoácidos diferentes, é necessária a junção de três nucleótidos
(tripleto) para se obter um número de combinações (43 conjuntos de três nucleótidos =
64 possibilidades diferentes) suficientes de modo a cobrir a totalidade dos aminoácidos.

A sequência de nucleótidos do DNA contém informação sob a forma de um código, o


código genético, que determina a ordenação dos aminoácidos nas proteínas. O código
genético é um código de correspondência entre os quatro nucleótidos que entram na
composição dos ácidos nucleicos e os vinte aminoácidos que entram na composição
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das proteínas. A mais pequena unidade de mensagem genética é um tripleto formado
por três nucleótidos consecutivos. Um tripleto do DNA designa-se por codogene, do
mRNA designa-se por codão e do tRNA designa-se por anticodão.

Referência
AMABIS, José Mariano e MARTHO, Alberto Rodrigues. Biologia das Células: Origem
da Vida1, 2a ed, Moderna Lda, São Paulo, 2004;
CHAMPE, C. Pamela, HARVEY, A. Ricard, FERRIER, R. Denise. Bioquímica
Ilustrada; 4ªed, Porto Alegre, 2009.

ALBERTS, B; etal.Fundamentos da Biologia Celular. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed,


2006.

NELSON, D. L & COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5ª ed. Porto


Alegre: Artmed, 2011.82-154 p.

MURRAY, Robert K. et al. Harper: Bioquímica. 9ª ed. São Paulo: Editora Atheneu,
2002.

VOET, J.G. Bioquímica. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

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