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Introdução

1.Biomoléculas

As biomoléculas são compostos químicos das células de todos os seres vivos. São
em geral moléculas orgânicas, compostas principalmente de carbono, além de
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

1.1Como são as Biomoléculas?

As biomoléculas são formadas por átomos de carbonos. São dezenas a milhares de


carbonos reunidos em um esqueleto carbônico ligado a a outros elementos químicos
em menor quantidade.Os átomos de carbono se unem por ligações simples ou duplas e
formam cadeias lineares, ramificadas ou cíclicas. A forma como os carbonos se
organizam define sua estrutura tridimensional, o que determina suas funções.

As características dessas moléculas também são determinadas pelos grupos


funcionais (outros elementos) que se ligam ao esqueleto carbônico.

Os principais grupos funcionais são:

 Hidrocarbonetos - Ligações com Hidrogênio: Grupos Metil, Etil, Fenil;


 Ligações com Oxigênio: Grupos Carboxila, Carbonila (aldeído e cetona), Éter,
Éster e outros;
 Ligações com Nitrogênio: Grupos Amina, Amida, Imidazol, etc;
 Ligações com Enxofre: Grupos Dissulfeto, Sulfidrila, Tioésteres, etc;
 Ligações com Fósforo: Grupos Fosforila, Fosfoanidrido e outros.

Portanto, a forma como se organizam os carbonos e os grupos funcionais definem


a estrutura tridimensional da molécula, conferindo-lhe características e funções
específicas.

Desse modo, os tipos de ligação entre os carbonos e os outros elementos, a


conformação espacial da molécula e dos grupos funcionais, são bem específicos.
Além disso, as biomoléculas interagem de forma organizada e se um dos componentes
sofre alguma alteração isso afetará os outros componentes relacionados, criando uma
compensação ou uma reação coordenada.

Por exemplo, se uma enzima for alterada toda uma cadeia de reações será afetada,
deixando de produzir proteínas necessárias ou produzindo defeituosas.

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1.2 Quem são as Biomoléculas?

São componentes fundamentais dos organismos vivos. A maioria delas são


macromoléculas, ou seja, moléculas grandes e com estrutura bastante complexa.

Cada biomolécula é composta de subunidades que determinam características


estruturais e arranjos específicos dentro da célula. Quando reunidas e devidamente
organizadas essas moléculas interagem de modo a conferir as características dos seres
vivos.

1.3.As principais biomoléculas

As principais biomoléculas são:

1.Proteínas: compostas por subunidades de aminoácidos


2.Lipídios: compostos por subunidades de ácidos graxos e gliceróis;
3.Glicídios ou Carboidratos: compostos por subunidades de monossacarídios;
4.Ácidos Nucleicos ou Nucleotídeos: compostos por subunidades de
monossacarídios (pentoses), ácido fosfóricos e bases nitrogenadas.

Neste trabalho, vamos focar nas proteínas, uma classe essencial de biomoléculas.
Exploraremos sua estrutura, funções, síntese e a ocorrência da desnaturação, que
compromete sua estrutura tridimensional e, consequentemente, sua função biológica.

2 Proteínas

As proteínas são as macromoléculas orgânicas mais abundantes das células,


fundamentais para a estrutura e função celular. Elas são encontradas em todos os tipos
de células e nos vírus.

Elas são formadas por aminoácidos ligados entre si e unidos através de ligações
peptídicas

Os aminoácidos são moléculas orgânicas que possuem, pelo menos, um grupo


amina - NH2 e um grupo carboxila - COOH em sua estrutura.
Estrutura geral do aminoácido

As proteínas são polímeros de aminoácidos ligados entre si por ligações


peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amino (-NH2) de um
aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) de outro aminoácido.

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Eles são as unidades fundamentais das proteínas. Todas as proteínas são formadas
a partir da ligação sequencial de 20 aminoácidos. Alguns aminoácidos especiais
podem estar presentes em alguns tipos de proteínas.

2.1 Síntese Proteica

A síntese proteica é o mecanismo de produção de proteínas determinado pelo


DNA, que acontece em duas fases chamadas transcrição e tradução.

O processo acontece no citoplasma das células e envolve ainda RNA, ribossomos,


enzimas específicas e aminoácidos que auxiliarão na sequência da proteína a ser
formada

Em resumo, o DNA é "transcrito" pelo RNA mensageiro (RNAm) e depois a


informação é "traduzida" pelos ribossomos (compostos RNA ribossômico e moléculas
de proteínas) e pelo RNA transportador (RNAt), que transporta os aminoácidos, cuja
sequência determinará a proteína a ser formada.

2.1.1 Expressão Gênica

As etapas do processo de síntese das proteínas é regulado pelos genes. Expressão


gênica é o nome do processo pelo qual a informação contida nos genes (a sequência
do DNA) gera produtos gênicos, que são as moléculas de RNA (na etapa de
transcrição gênica) e as proteínas (na etapa de tradução gênica).

2.1.2 Transcrição Gênica

Nessa primeira fase a molécula de DNA se abre, e os códigos presentes no gene


são transcritos para a molécula de RNA. A enzima polimerase do RNA se liga a uma
das extremidades do gene, separando as fitas de DNA e os ribonucleotídeos livres se
emparelham com a fita de DNA que serve de molde.

A sequência das bases nitrogenadas do RNA seguem exatamente a sequência de bases


do DNA, segundo a seguinte regra:

U com A (Uracila-RNA e Adenina-DNA),


A com T (Adenina-RNA e Timina-DNA),
C com G (Citosina-RNA e Guanina-DNA) e G
com C (Guanina-RNA e Citosina-DNA).

O que determina o início e o fim do gene que será transcrito são sequências
específicas de nucleotídeos, o início é a região promotora do gene e o fim é a região
terminal. A polimerase do RNA se encaixa na região promotora do gene e vai até a
região terminal.

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2.1.3 Tradução Gênica

A cadeia polipeptídica é formada pela união de aminoácidos segundo a sequência


de nucleotídeos do RNAm. Essa sequência do RNAm, denominada códon, é
determinada pela sequência de bases da fita do DNA que serviu de molde. Desse
modo, a síntese de proteínas é a tradução da informação contida no gene, por isso se
chama tradução gênica.

2.1.4 Código Genético: Códons e Aminoácidos

Existe uma correspondência entre a sequência de bases nitrogenadas, que


compõem o códon do RNAm, e os aminoácidos a ele associados que se denomina
código genético. A combinação de trincas de bases formam 64 códons diferentes aos
quais correspondem 20 tipos de aminoácidos que comporão as proteínas.

Diz-se do código genético que é "degenerado" porque muitos dos aminoácidos


podem ser codificados pelo mesmo códon, como a serina (Ser) associada aos códons
UCU, UCC, UCA e UCG. Há no entanto o aminoácido Metionina associado a apenas
um códon AUG, que sinaliza o início da tradução, e 3 códons de parada (UAA, UAG
e UGA) não associados a nenhum aminoácido, que sinalizam o fim da síntese
proteica.

2.1.5 Formação da Cadeia Polipeptídica

A síntese da proteína começa com a associação entre um RNAt, um ribossomo e


um RNAm. Cada RNAt transporta um aminoácido cuja sequência de bases, chamada
anticódon, corresponde ao códon do RNAm.

O RNAt trazendo uma metionina, orientado pelo ribossomo, se liga ao RNAm


onde se encontra o códon (AUG) correspondente dando início ao processo. Em
seguida se desliga e outro RNAt se liga trazendo outro aminoácido.

Essa operação é repetida várias vezes formando a cadeia polipeptídica, cuja


sequência de aminoácidos é determinada pelo RNAm. Quando enfim o ribossomo
chega a região do RNAm onde há um códon de parada, é determinado o fim do
processo.

2.2 Quem participa da Síntese?

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1.DNA

Os genes são partes específicas da molécula de DNA, que possuem códigos que
serão transcritos para o RNA. Cada gene determina a produção de uma molécula
específica de RNA.

Nem toda molécula de DNA contém genes,há algumas que não tem as
informações para a transcrição gênica, são DNA não-codificante, e sua função não é
bem conhecida.

2.RNA

As moléculas de RNA são produzidas a partir de um molde de DNA. O DNA é


uma fita dupla, sendo que apenas uma delas é usada para a transcrição do RNA.

No processo de transcrição participa a enzima polimerase do RNA. São


produzidos 3 tipos diferentes, cada qual com função específica: RNAm - RNA
mensageiro, RNAt - RNA transportador e RNAr - RNA ribossômico.

3.Ribossomos

Os ribossomos são estruturas presentes nas células eucarióticas e procarióticas,


cuja função é sintetizar proteínas. Não são organelas pois não possuem membranas,
são espécies de grânulos, cuja estrutura é composta da molécula de RNA ribossômico
dobrado, associado a proteínas.

São formados por 2 subunidades e se localizam no citoplasma, livres ou associados ao


retículo endoplasmático rugoso.

2.3.Composição das Proteínas

De peso molecular extremamente elevado, as proteínas são compostas por


carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio, sendo que praticamente todas elas
possuem enxofre. Elementos como ferro, zinco e cobre também podem estar
presentes.

Todas as proteínas são formadas por um conjunto de 20 aminoácidos, arranjados


em sequências específicas variadas.

2.4.Tipos de Proteínas

Dependendo da sua função no organismo, as proteínas são classificadas em dois


grandes grupos:

1.Proteínas Dinâmicas:

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Esse tipo de proteína realiza funções como defesa do organismo, transporte de
substâncias, catálise de reações, controle do metabolismo;

2.Proteínas Estruturais:

Como o próprio nome indica, sua função principal é a estruturação das células e
dos tecidos no corpo humano. O colágeno e a elastina são exemplos desse tipo de
proteína.

2.5.Classificação das Proteínas

As proteínas podem ser classificadas das seguintes formas:

1.Quanto à Composição
a).Proteínas Simples: Liberam apenas aminoácidos durante a hidrólise;
b).Proteínas Conjugadas: Por hidrólise, liberam aminoácidos e um radical não
peptídico, denominado grupo prostético.

2.Quanto ao Número de Cadeias Polipeptídicas


a).Proteínas Monoméricas: Formadas apenas por uma cadeia polipeptídica;

b).Proteínas Oligoméricas: De estrutura e função mais complexas, são formadas por


mais de uma cadeia polipeptídica.

3.Quanto à Forma

a).Proteínas Fibrosas: A maioria das proteínas fibrosas são insolúveis em meio


aquosos e possuem pesos moleculares bastante elevados.
Normalmente são formadas por longas moléculas de formato quase retilíneo e
paralelas ao eixo da fibra. Fazem parte deste grupo as proteínas estruturais

como o colágeno do tecido conjuntivo, a queratina do cabelo, a miosina dos músculos,


entre outras;

b).Proteínas Globulares: Possuem estrutura espacial mais complexa e são esféricas.


Geralmente são solúveis em meio aquoso. São exemplos de proteínas globulares as
proteínas ativas, como as enzimas, e as transportadoras, como a hemoglobina.

2.6.Estrutura das Proteínas

A estrutura da proteína refere-se a sua conformação natural necessária para


desempenhar suas funções biológicas.
As proteínas são macromoléculas formadas pela união de aminoácidos.
Os aminoácidos são unidos entre si por ligações peptídicas. As moléculas
resultantes da união de aminoácidos são denominadas de peptídeos.

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As proteínas apresentam quatro níveis estruturais:

1.Estrutura primária das proteínas

A estrutura primária corresponde à sequência linear dos aminoácidos unidos por


ligações peptídicas.
Em algumas proteínas, a substituição de um aminoácido por outro pode causar
doenças e até mesmo levar à morte.

a).Estruturas espaciais das proteínas

As estruturas espaciais das proteínas são resultantes do enrolamento e dobramento


do filamento proteico sobre si mesmo.
As propriedades funcionais das proteínas dependem da sua estrutura espacial.

2. Estrutura Secundária

A estrutura secundária corresponde ao primeiro nível de enrolamento


helicoidal.
É caracterizada por padrões regulares e repetitivos que ocorrem localmente,
causada pela atração entre certos átomos de aminoácidos próximos.

Os dois arranjos locais mais comuns que correspondem a estrutura secundária são
a alfa-hélice e a beta-folha ou beta-pregueada.

a).Conformação alfa-hélice: caracterizada por um arranjo tridimensional em que a


cadeia polipeptídica assume conformação helicoidal ao redor de um eixo imaginário.

b).Conformação beta-folha: ocorre quando a cadeia polipeptídica estendese em zig-


zag e podem ficar dispostas lado a lado.

 Estrutura secundária. Em roxo a conformação alfa-hélice e em amarelo a beta-


folha
 Estrutura secundária. Em roxo a conformação alfa-hélice e em amarelo a beta-
folha

3.Estrutura Terciária

A estrutura terciária corresponde ao dobramento da cadeia polipeptídica sobre si


mesma.

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Na estrutura terciária, a proteína assume uma forma tridimensional específica
devido o enovelamento global de toda a cadeia polipeptídica.

4.Estrutura Quaternária

Enquanto muitas proteínas são formadas por uma única cadeia polipeptídica.
Outras, são constituídas por mais de uma cadeia polipeptídica.

A estrutura quaternária corresponde a duas ou mais cadeias polipeptídicas,


idênticas ou não, que se agrupam e se ajustam para formar a estrutura total da
proteína.

Por exemplo, a molécula da insulina é composta por duas cadeias interligadas.


Enquanto, a hemoglobina é composta por quatro cadeias polipeptídicas.

2.7.Desnaturação das Proteínas

Para que possam desempenhar suas funções biológicas, as proteínas precisam


apresentar sua conformação natural.
O calor, acidez, concentração de sais, entre outras condições ambientais podem
alterar a estrutura espacial das proteínas. Com isso, suas cadeias polipeptídicas
desenrolam e perdem a conformação natural.
Quando isso ocorre, chamamos de desnaturação das proteínas.
O resultado da desnaturação é a perda da função biológica característica daquela
proteína.
Entretanto, a sequência de aminoácidos não é alterada. A desnaturação
corresponde apenas a perda de conformação espacial das proteínas.

2.8.Função das Proteínas

As principais funções das proteínas são:

1.Fornecimento de energia;
2.Estruturação da célula;
3.Catalisador de funções biológicas, na forma de enzimas;
4.Regulação de processo metabólicos;
5.Armazenamento de substâncias;
6.Transporte de substâncias;
7.Construção e reparação dos tecidos e músculos;
8.Defesa do organismo, na forma de anticorpos;
9.Produção de hormônios e neurotransmissores.

2.9 Alimentos ricos em proteínas

Os alimentos ricos em proteínas são os de origem animal e em menor quantidade


de origem vegetal:

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 Alimentos de origem animal: Carnes em geral, peixes, ovos, leite e derivados;
 Alimentos de origem vegetal: Feijão, lentilha, soja, quinoa, trigo, ervilhas;

Conclusão

Neste trabalho, exploramos as proteínas como biomoléculas fundamentais,


abordando sua estrutura, funções, síntese e desnaturação. As proteínas desempenham
um papel essencial na biologia, sendo componentes vitais de todas as células e tecidos
dos organismos vivos.

Em conclusão, as proteínas desempenham um papel central na química e na


biologia dos organismos vivos. Compreender sua estrutura, função, síntese e
desnaturação é fundamental para a compreensão dos processos biológicos, bem como
para o desenvolvimento de aplicações práticas nas áreas médica, farmacêutica,
alimentícia e tecnológica.

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