Você está na página 1de 57

Bioquímica

1ª frequência

 Regente: Dr. Fernando Martos


Gonçalves
 Discente: Mariana Marques Batista,
198917006
1. Estrutura e função das proteínas:
Definição
 A Bioquímica é a ciência que estuda os processos químicos que ocorrem
nos organismos vivos.
 É fundamental para entender os processos que permitem a manutenção
da vida.
 Os seres vivos são constituídos por substâncias orgânicas (glícidos, lípidos,
proteínas e ácidos nucleicos) e por moléculas inorgânicas (a água e os
minerais) .
 A bioquímica é a parte da Biologia responsável pelo estudo destas
substâncias e das suas transformações químicas que ocorrem nos
organismos vivos (o metabolismo).

Interior químico das células – as moléculas da vida


A bioquímica é dominada por moléculas com um nº muito reduzido de elementos:

1. H – 62,8%
2. O – 25,4%
3. C – 9,4%
4. N – 1,4%

Os outros elementos, pouco abundantes, mas essenciais à vida são: B, Ca, Cl, Co, Cu,
Fe, K, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, P, S, Se, Si e Zn.

Elementos muito abundantes na crosta terrestre, como o Al (8,2%) e Si (28%), são


pouco solúveis e, por isso quase inexistentes nas células.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


A água

 A água é a molécula mais abundante na célula é constituída por um átomo de O e


dois de H ligados covalentemente. É uma molécula polar.
 Os fenómenos químicos que ocorrem no interior das células são denominados pelo
ambiente aquoso e muitas propriedades do meio aquoso permanecem no interior
celular.
 A água tem propriedades únicas, começando pela polaridade e pela capacidade de
formar ligações por H. Estas propriedades determinam que moléculas não polares
e sem possibilidades de efetuarem ligações por hidrogénio não sejam solúveis em
água, chamam hidrófobas, em oposição às solúveis em meio aquoso que se
chamam hidrófilas.

Para além da água as principais moléculas que intervêm na estrutura e no


funcionamento das células designam-se por moléculas da vida ou biomoléculas e
agrupam-se habitualmente em quatro classes:

Substâncias orgânicas – Prótidos ou Proteínas

 As proteínas são macromoléculas, são polímeros de α-aminoácidos.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Macromolécula- molécula formada por mais de 1500 átomos unidos por ligações
covalentes com uma massa molecular superior a 10 000 dalton.
 Polímero- macromoléculas formadas pela associação de unidades estruturais de
baixo peso molecular (os monómeros).
 As unidades estruturais das proteínas chamam-se aminoácidos que se ligam entre
si por ligações péptidicas para formarem péptidos e proteínas.

α-aminoácidos
Os aminoácidos ligam-se por ligações péptídicas.

Os α-Aminoácidos classificam‐se em função da cadeia lateral (R)em:

 não polares ou hidrofóbicos c/cadeia alifática, c/aneis aromáticos;


 Polares neutros;
 Carregados negativamente ou ácidos;
 Carregados positivamente ou básicos.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Aminoácidos essenciais e não essenciais;

AA essenciais não são sintetizados no nosso organismo, têm que ser fornecidos
pela dieta.

As proteínas resultam da ligação de vários aa. A sequência de aa numa proteína


chama-se ESTRUTURA PRIMÁRIA.

Os vários aa interagem entre si obrigando a cadeia polipeptídica a dobrar-se sobre


si própria adquirindo uma conformação que lhe confere ESTRUTURAS
SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA.

Os vários aa interagem entre si por intermédio dos diferentes grupos R que os


constituem.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Estabelecem difentes tipos de ligações originando as: ESTRUTURAS SECUNDÁRIA E
TERCIÁRIA.

Ligações entre duas sequências polípeptídicas de uma proteína constituem a:


ESTRUTURA QUATERNÁRIA.

As proteínas desempenham um grande número de funções biológicas nas células,


destacam-se as seguintes:

1. Enzimas: as enzimas são catalisadores biológicos com alta especificidade. É


o grupo mais variado de proteínas. Praticamente todas as reações do
organismo são catalisadas por enzimas;
2. Proteínas transportadoras: existem proteínas transportadoras nas
membranas plasmáticas e intracelulares de todos os organismos,
transportam substâncias como glicose, aminoácidos, etc. através das
membranas celulares. Também estão presentes no plasma transportando
iões ou moléculas específicas de um órgão para outro. A hemoglobina
presente nos glóbulos vermelhos transporta oxigénio para os tecidos. O LDL
e o HDL também contêm proteínas transportadoras de lípidos.
3. Proteínas estruturais: as proteínas participam na arquitetura celular,
conferindo forma, suporte e resistência, como é o caso da cartilagem e dos
tendões, que possuem a proteína colagénio.
4. Proteínas defesa: os anticorpos são proteínas produzidas pelos linfócitos B
defendendo o corpo contra os organismos invasores;
5. Proteínas reguladoras: as hormonas são proteínas que regulam inúmeras
atividades metabólicas. A insulina e o glucagina são exemplos de hormonas
que possuem função antagónica no metabolismo da glicose;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


6. Proteínas de motilidade ou contráteis: algumas proteínas actuam na
contração de células e produção de movimento, como é o caso da actina e
da miosina proteínas musculares que são importantes para a
contractibilidade.
2. Ácidos nucleicos DNA E RNA

Além das proteínas, os ácidos nucleicos são outro grupo de macromoléculas muito
importante porque contêm informação para todas as estruturas e funções celulares

Existem dois tipos de ácidos nucleicos:

 DNA ou ADN: ácido desoxirribonucleico;


 RNA ou ARN: ácido ribonucleico.

Estes dois tipos de ácidos nucleicos apresentam semelhanças e diferenças:

Semelhanças:

1. Ambos são macromoléculas, polímeros constituídos por 4 tipos diferentes de


monómeros – os nucleótidos;
2. Os nucleótidos ligam-se entre si por ligações fosfodiester para formar cadeias
polinucleotídicas.

Polímeros de nucleótidos:

Cada nucleótido é constituído por:


 Um grupo fosfato;
 Um açúcar, uma pentose (há dois tipos);
 Uma base azotada (há 4 tipos diferentes em cada molécula de DNA ou
RNA).

Cada nucleótido liga-se ao anterior numa cadeia polipeptídica por uma ligação
fosfodiester entre:

 Um grupo OH do carbono 3 da pentose;


 O do grupo fosfato do nucleótido seguinte.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Diferenças entre moléculas de RNA e DNA

1. A molécula de DNA tem uma estrutura em dupla cadeia – duas cadeias


polinucleotídicas enroladas em espiral como uma escada em caracol;
A molécula de RNA é constituída por uma única cadeia polinucleotídica
– estrutura em cadeia simples.
2. Os nucleótidos de DNA e RNA são diferentes:
 Na pentose, no DNA existe uma desoxirribose e no RNA uma
ribose;
 As bases azotadas, no DNA são de adenina, guanina, citosina e
timina, no RNA existe adenina, guanina, citosina e uracilo.

Estrutura da molécula de DNA em dupla hélice (Watson e Crick, 1953)

 Uma célula humana tem 3,200 Mbp (megapares de bases) ou 3,2x10^9 (base
pairs) de DNA. Se estas bases estiverem alinhadas o DNA de uma célula mediria
aproximadamente 3 metros;
 Em cada célula humana o DNA está dividido por 23 pares de moléculas;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Em cada molécula o DNA está enrolado com proteínas
medindo aproximadamente 2-2,02µm formando a
cromatina ou os cromossomas;
 Este enrolamento é muito importante e designa-se
empacotamento.

Estrutura do DNA nas células: a cromatina, os cromossomas, o empacotamento.

Diferenças nos nucleótidos de RNA e DNA

 Nas pentoses

 nas bases azotadas

Mariana Batista, turma 12, 198917006


DNA - replicação

Processo semi-conservativo:

 as duas semi-cadeias separam-se (helicase, topoisomerase);


 síntese de 2 novas cadeias (DNA polimerase).

DNA polimerase:

 adiciona um dNTP sp à extremidade 3’;


 segue as regras da complementaridade

Como se conseguem replicar simultaneamente duas cadeias


antiparalelas:

 primases;
 fragmento de Okazaki;
 ligase.

Os nucleotídeos de uma cadeia da molécula de DNA podem interagir com os da cadeia


complementar através de ligações de hidrogênio entre suas bases nitrogenadas,
sendo que a adenina se liga por meio de duas ligações de hidrogênio à timina, e
a citosina se liga através de três ligações com a guanina. (complementaridade).
Para que o processo de replicação se inicie é necessária a atuação de uma enzima,
a helicase. A enzima liga-se à cadeia de DNA e desliza sobre esta, quebrando as
ligações entre as duas cadeias de nucleótidos - ligações de hidrogênio - ficando então
as duas cadeias de DNA separadas. Em seguida, os nucleotídeos livres existentes no
núcleo ligam-se, por complementaridade de bases, à cadeia de DNA. De uma cadeia
original de DNA formam-se duas. A replicação do DNA é o processo de auto-
duplicação do material genético, mantendo o padrão de herança ao longo das
gerações.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Cada cadeia do DNA é duplicada formando uma fita híbrida, isto é, a cadeia velha
pareia com a cadeia nova formando um novo DNA; de uma molécula de DNA formam-
se duas outras iguais a ela. Cada DNA recém formado possui uma das cadeias da
molécula-mãe, por isso o nome semi-conservativa.
Ao mesmo tempo em que a helicase vai abrindo a molécula de DNA, outra enzima
chamada polimerase liga um grupo de nucleotídeos que se pareiam com os
nucleotídeos da molécula-mãe.
Além da capacidade de duplicação, o DNA também é responsável pela síntese de outro
ácido nucleico muito importante para a célula: o ácido ribonucleico ou RNA. Da
mesma forma que o DNA, o RNA também é uma molécula grande, formada por várias
partes menores chamadas nucleotídeos. Por isso diz-se que tanto DNA como RNA são
polinucleotídeos.

A cadeia que cresce no mesmo sentido que o deslocamento da forquilha de replicação,


e cuja síntese ocorre continuamente, é chamada de cadeia leading, conforme pode
ser visto na figura 1 acima.
A cadeia que cresce no sentido oposto ao deslocamento da forquilha de replicação, e
cuja síntese ocorre descontinuamente, é chamada de cadeia lagging.
Esse modo de replicação do DNA, em que uma das cadeias é sintetizada
continuamente e a outra, descontinuamente, é chamado de síntese semidescontínua.
Costuma-se dizer também qua a síntese do DNA na forquilha de replicação é
assimétrica, pois em uma das cadeias (cadeia leading) ela ocorre continuamente,
enquanto que na outra (cadeia lagging) ela ocorre de modo descontínuo, em
fragmentos. Esses fragmentos são denominados fragmentos de Okazaki.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


O fragmento de RNA iniciador de uma cadeia de DNA que, em bactéria, tem cerca de 2
a 3 nucleotídeos, é chamado de primer de RNA e a enzima que catalisa sua síntese é
denominada primase do DNA.
A primase do DNA atua no início da replicação, sintetizando o primer necessário para
começar a síntese da cadeia leading, e também, durante todo o processo, sintetizando
os primers necessários para o início da síntese de cada fragmento de Okazaki. Isso é
necessário porque após completar um fregmento de Okazaki, a polimerase do DNA da
cadeia lagging precisa iniciar a síntese de um novo fragmento.
 DNA ligase é a enzima que une os fragmentos de Okazaki, após a retirada dos
iniciadores (ou primers) pela DNA polimerase de reparação.

Mutações:

 Alterações permanentes na sequência de nucleótidos do DNA (espontâneas,


por replicação ou por ação de agentes ambientais).

Nos mamíferos, a mutagénese está fortemente correlacionada com a carcinogénese.

Tipos de mutação:

1. Por susbtituição de um par de bases;


2. Por inserção de um novo par de bases;
3. Por deleção de um par de bases.

Efeitos das mutações:

1. mutação silenciosa: DNA não-essencial ou não altera o produto do


gene;
2. mutação deletéria: provoca danos na célula;
3. mutação vantajosa: confere vantagem biológica.

RNA

RNA é mais abundante na célula do que o DNA.

Nas células eucarióticas existem diferentes tipos de RNAs:

Codificantes: codificam proteínas, ex: RNAmensageiro (RNAm)

Não codificantes:

 ribossomais (RNAr): fazem parte dos ribossomas;


 transferência (RNAt): transportam aminoácidos na síntese proteica;
 small nuclear (snRNA): spliceossoma intervêm no splicing;
 microRNAs (miRNA): funções reguladoras na expressão genética;
 small interfering RNA (siRNA): funções reguladoras na expressão genética;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 long noncoding (lncRNA): funções reguladoras na expressão genética.

3- Fluxo da informação genética


Cada base T, A, C ou G de uma cadeia de DNA pode ser considerada uma letra de um
alfabeto que é usado para escrever mensagens biológicas. Num sistema linguístico
que se designa por Código Genético.

Alfabeto – 4 letras A T G C.

Palavra – sequência linear de três letras (tripletos):


codões

Há 64 (4^3) tripletos possíveis:

 start signal (ATG);


 stop signals (TAA,TGA,TAG);
 21 aa. específicos;

O código genético é redundante e degenerado.

GENE

 Unidade funcional e física da hereditariedade;


 Sequência de DNA necessária para produzir uma proteína ou uma molécula de
RNA funcional;

GENOMA

 Toda a informação genética existente numa célula ou organismo;


 Genoma humano: 23 pares de cromossomas (3x10^9 bp, pares de bases).

Expressão genética

 O código genético é universal;


Mariana Batista, turma 12, 198917006
 Os mecanismos básicos da expressão genética são conservados.

Transcrição

 Síntese no sentido 5’-3’, regras de complementariedade;


 RNA polimerase e factores de transição;
 Promotor;
 Sinal de terminação

A expressão genética em eucariotas

Genes eucariotas têm regiões codificantes com informação biológica (exões)


intercaladas com regiões não codificantes (intrões).

Isto não acontece nos procariotas (os intrões são raros ou inexistentes sem bactérias);

Exões são geralmente mais curtos (cerca de 150 nucleótidos) que os intrões.

Para além das sequências realmente codificantes, os genes têm tamém sequências
adjacentes, chamadas de sinalização:

 Região promotora (extremidade 5’) ;


 Região de terminação.

2ª processamento do pre-m RNA:

 Splicing; (é um processo que remove os íntrões e junta os exões depois


da transcrição do RNA. O splicing só ocorre em células eucarióticas, já que
o DNA das células procarióticas não possui intrões).
 Capping;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Clivagem e poliadenilação.

Capeamento do RNA:

Adição de nucleosídeo metilado (7metilguanosina) ao primeiro nucleótido 5 transcrito.

Funcões da capa:

1. Facilitar o encadeamento;
2. Facilitar o transporte no núcleo para o citoplasma;
3. Proteger o transcrito do ataque de exonucleases 5->3;
4. Auxiliar no encaixe da subunidade 40S ribossômica ao mRNA.

Poliadenilação do Mrna

Enzima poli(A)- polimerase adiciona cerca de 200 resíduos de adenilato (AMP), para
formar uma cauda poli(A).

Funções:

1. Facilitar o transporte de mRNA para o citoplasma;


2. Maior durabilidade da molécula;
3. Facilitar a tradução, ao permitir uma intensificação de reconhecimentos.

Os mRNAs das histonas e snRNA, não sofrem adição de cauda poli(A).

Tradução

 tRNA – RNA transferência


 transporta um AA específico (aminoacil – tRNA);
 anti-codão complementar do codão que codifica o AA específico.
 Ribossoma

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Grande (large subunit) 60S (rRNA -> RNA ribossomal),
28S; 5,8S + proteínas;
 Pequena (small subunit) 40S (rRNA -> RNA ribossomal,
18S + proteínas)

Níveis de regulação

Tradução

Ocorre no citoplasma e é a segunda parte da síntese proteica. Nessa fase a mensagem


contida no RNAm é descodificada no ribossoma.
Participa do processo.

 mRNA ou RNA mensageiro, que vem do interior do núcleo;


 Os ribossomas;
 O RNAt ou RNA ribossomal (ou ainda RNA transportador);
 Enzimas (responsáveis pelo controlo das reações de síntese);
 E o ATP, é o que fornece energia necessária para o processo
Nas moléculas de RNAt apresentam-se cadeias de 75 a 80 ribonucleotídeos que
funcionam como intérpretes da linguagem do mRNA e da linguagem das proteínas.
Todas as molécula de mRNA possuem:
 um Codão de iniciaçao, que é sempre o mesmo (AUG), correspondente ao
aminoácido metionima;

 vários codões que determinam a sequência dos aminoácidos no polipeptídeo;


 um codão de terminação, que marca o final daquela cadeia polipeptídica,
podendo ser UAG, UAA, ou UGA; só há um deles na molécula de mRNA.
O processo da tradução encerra com três etapas: iniciação, alongamento e finalização.
Iniciação
A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5' do mRNA, esta, desliza ao
longo da molécula do mRNA até encontrar o codão de iniciação (AUG), transportando
o tRNA ligado a um aminoácido, ligando-se ao codão de iniciação por
complementaridade. A subunidade maior liga-se à subunidade menor do ribossoma.
O processo de tradução começa pelo aminoácido de metionina AUG.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Alongamento
Um 2º tRNA transporta um aminoácido específico de acordo com o codão. Estabelece-
se uma ligação peptídica entre o aminoácido recém-chegado e a metionina. O
ribossoma avança três bases ao longo do mRNA no sentido 5' -> 3', repetindo-se
sempre o mesmo processo. Os tRNA que já se ligaram inicialmente, vão-se
desprendendo do mRNA sucessivamente até formar.
Finalização
O ribossoma encontra o códão de finalização - UAA, UAG ou UGA terminando assim o
alongamento. Quando último tRNA abandona o ribossoma, as subunidades do
ribossoma separam-se, podendo ser recicladas e por fim, a proteína é libertada.

4- Enzimas
• São moléculas, maioritariamente proteicas, especializadas na catálise de reacções
biológicas.

Catalisador
• São substâncias que aceleram a velocidade de uma reação, sem serem consumidas,
durante o processo.
• Têm um poder catalítico muito superior aos catalisadores produzidos pelo homem.

• Fundamentais no metabolismo celular;


• Participam em mais de 5000 Cpos de reações metabólicas;
• Localização
 quase sempre dentro das células, compartimentadas (núcleo, mitocôndrias,
ribossomas, citoplasma, membrana plasmática,..)
•Também existem em localização extracelular;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


• Têm uma especificidade elevada (estrutura tridimensional);
• Aceleram as reações químicas, em concentrações muito baixas;
• Baixam a energia de activação;
• Estão intactas no fim da reação.

Classificação e designação das enzimas

• Muitas enzimas foram inicialmente designadas pela adição do sufixo ase ao nome do
substrato.

1. Urease - hidrolisa a ureia em amónia e dióxido de carbono;


2. arginase - hidrolisa a arginina em ornitina e ureia;
3. fosfatase – hidrolisa os esteres de fosfato.

• No entanto há muitas excepções. Ex. Pepsina, tripsina etc..

• Actualmente as enzimas estão classificadas em 6 grupos, com vários subgrupos, de


acordo com o tipo de reação catalisada.

Enzimas podem ser:

 inteiramente proteicas;

ou

- constituídas por:

• parte proteica (apoenzima);

• parte não proteica;

• Coenzima;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


• Cofactor.

Cofactores das enzimas

• Um cofactor é um composto não proteico necessário para a actividade de algumas


enzimas.

• Cofactores orgânicos chamados coenzimas (habitual/derivados de vitaminas).


 Inorgânicos (frequentemente iões metálicos).

O complexo cataliticamente activo enzima-cofactor


designa-se por holoenzima. Quando o co-factor é
removido deste complexo, a enzimaremanescente
cataliticamente inactiva designa-se por apoenzima.

Especificidade e Centro ativo ou catalítico das enzimas

• As enzimas reconhecem especificamente os seus substratos;

• O centro ativo é o local de fixação da enzima ao substrato.

Cinética das reacções catalisadas por enzimas

A velocidade de uma reacção química varia com:

• Concentração do substrato ;

• pH;

• Temperatura: aumenta a energia cinética das moléculas;

• Presença de catalisadores;

• Presença de inibidores.

As reacções químicascatalisadas por enzimas seguem os princípios gerais da cinética


de reacções químicas com algumas particularidades:

• Saturação pelo substrato.

Teoria da acção enzimática (Modelo de Michaelis-Menten)

• Considera que a enzimaE se combina inicialmente


com o substrato S para formar um complexo ES que
numa segunda etapa se dissocia para formar a
enzima livre e produto de reacção P.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Cinética das reacçõesenzimáticas: Equação de
Michaelis-Menten

Eq de Michaelis-Menten

Explica a relação entre a velocidade

(v0) inicial da reacção e aconcentração(S) de


substracto.

KM – Constante de Michaelis é a concentração


de substracto para a qual a velocidade inicial é
metade da velocidade máxima.

VARIAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

Inibição reversível das reações catalisadas por enzimas

• Competição;

• Não-competitiva;

• Incompetitiva.

 Inibidor competitivo: O inibidor combina-se com a enzima livre, competindo com


o substrato pela ligação ao centro activo. A inibição para uma concentração fixa de
inibidor reduz-se aumentando a concentração de substrato. O inibidor competitivo
aumenta o KM da reacção.

• Inibidor não-competitivo: O inibidor pode combinar-se com a enzima livre, com o


ou com o complexo enzima-substrato (ES) num local distinto do centro ativo, por

Mariana Batista, turma 12, 198917006


vezes alteram a conformação da enzima impedindo a formação do complexo ES ou a
sua dissociação. A inibição não é corrigida aumentando a concentração de substrato.

• Inibidor incompetitivo: O inibidor não se liga à enzima livre nem afecta aligação do
substrato à enzima. Liga-se ao complexo enzima-substrato impedindo a
suadissociação.

Inibição competitiva das reacções enzimáticas

Exemplo: Inibição da succinato desidrogenase (ciclo de Krebs) pelo malonato.


Succinato + FAD → Fumarato + FADH2

Inibição competitiva e não competitiva

Exemplo: Algumas enzimas que possuem grupos SH são inibidas não


competitivamente pelos iões de metais pesados. Algumas enzimas que requerem
como co-factores iões metálicos são inibidas não competitivamente por agentes
quelantes, ex: EDTA e ião Mg2+.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Inibição competitiva e incompetitiva

Exemplo: Este tipo de inibição é frequente em reacções em que existem dois


substratos como nas reações catalisadas por transferases.

Inibição Irreversível

 Agente capaz de modificar um grupo funcional de uma enzima que seja essencial
para a catálise. Atua por ligação covalente permanente deixando a molécula
irreversivelmente inativa.
 Este tipo de inibição não pode ser analisada pelos príncipos ou modelos de
Michaelis-Menten que consideram a formação dos complexos EI ou ESI
reversíveis.

Enzimas na clínica

Usam-se nas analíses clínicas:

1. Reagentes em reações colorimétricas quantitativas;


2. Indicadores de lesões celular e tecidular.

Fuga de enzimas do meio intra para o meio extracelular, leva a um aumento da


atividade destas no sangue. A distribuição órgão-específica de algumas destas enzimas
Mariana Batista, turma 12, 198917006
permite a localização da lesão com bastante precisão. Ex. EAM, Hepatites,
Pancreatite…

Isoenzimas

 Enzimas que catalisam a mesma reação, têm diferentes formas, derivadas de


diferenças determinadas geneticamente na estrutura primária.
 Migram diferentemente em electroforese. Ex. A lactato desidrogenase, a creatina
fosfocinase e a fosfatase ácida.

Creatina fosfocinase (CPK):

 A CPK ocorre como um dímero com dois tipos de subunidades:M(tipo


“Muscle”) e B (tipo “Brain”). No cérebro, as duas subunidades são
electroforeticamente iguais e são designadas por B. No músculo esquelético,
as duas subunidades são do tipo M. A isoenzima contendo tanto a subunidade
M como a B (MB) é encontrada apenas no miocárdio. Outros tecidos contêm
quantidades variáveis de isoenzimas MM e B.

Diagnóstico do enfarte agudo do miocárdio (enzimas)

5- Lípidos e membranas celulares

Estrutura e dinâmica das membranas biológicas

 Fosfolípidos;
 Glicopéptidos e colestrol;
 Bicamadas lípidicas;
 Proteínas membranares;
 Hélices transmembranares.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Biomoléculas orgânicas insolúveis em água que podem ser extraídas por solventes
não polares como o clorofórmio, o éter e o benzeno.

Têm várias funções biológicas importantes, destacando:

• São componentes estruturais das membranas celulares;

• São uma forma de armazenamento e transporte de combustível metabólico;

Na célula ocorrem frequentemente combinados com outras biomoléculas:

• Glicolípidos (contêm um grupo glicídico ligado a um lipídico

• Lipoproteínas (contêm um grupo lipídico associado a uma proteína)

Classificação:

• Lípidos complexos: contêm ácidos gordos na sua composição;


Ex:Fosfolípidos, Esfingolípidos...

• Lípidos simples: não contêm ácidos gordos;

Ex:Esteroides (Colesterol), Prostaglandinas…

Fosfolípidos

Os fosfolípidos são um tipo de lípido anfipático, composto por uma molécula de


glicerol a que se unem duas de ácidos gordos (1,2 diacilglicerol) e um grupo fosfato.
O grupo fosfato liga-se por uma ligação fosfodiéster a um outro grupo de átomos que
habitualmente contém nitrogénio como a colina, a serina ou a etanolamina.

Molécula anfipática

• Moléculas com uma extremidade hidrofílica ou seja que é


solúvel em água e uma outra hidrófoba que repele a água.

• Num meio aquoso os lípidos anfipáticos formam bicamadas


lipídicas estáveis.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Num meio aquoso os lípidos anfipáticos formam bicamadas lipídicas, estruturas
energeticamente estáveis.

Funções celulares dos fosfolípidos

Componente estrutural das membranas celulares: os fosfolípidos são os principais


constituintes das membranas celulares que também contêm outros lípidos como o
colestrol e alguns glicolípidos.

Segundos mensageiros: alguns fosfolípidos estão envolvidos como segundos


mensageiros na transmissão do sinal dentro da célula como diacilglicerol e a
fosfatidilcolina ativando a betahidroxibutirato desidrogenase que é uma enzima
mitocondrial.

Componentes do surfactante pulmonar: a função pulmonar requer um agente


tensioativo fosfolípidico dipalmitoílfosfatidilcolina que é produzido por células
epiteliais do tipo II.

Componente da bilis: Os fosfolípidos, especialmente a fosfatidilcolina biliar, solubiliza


o colesterol. Uma diminuição na produção de secreção biliar de fosfolípidos e provoca
a formação de cálculos biliares de colesterol e sais biliares.

Sínteses de substâncias de sinalização celular: O fosfatidinol e a fosfatidilcolina atuam


como dadores de ácido araquidónico para a síntese de prostaglandinas, tromboxanos,
leucotrienos e compostos relacionados.

Membranas

• A membrana plasmática tem aproximadamente (5-10nm) de espessura, e funciona


como barreira seletiva.

• Nas células eucariotas permite definir compartimentos intracelulares (organitos ou


organelos)

Mariana Batista, turma 12, 198917006


As membranas incluem 1. sensores que permitem que a célula responder ao meio
ambiente e 2. bombas e canais altamente seletivos.

Propriedades mecânicas das membranas são notáveis. Aumenta e muda de forma


conforme necessário sem perda de integridade.

Composição das membranas

A maioria das membranas contém cerca


de 40% de lípidos e 60% de proteína
mas há variações consideráveis:

- A membrana internadas mitocôndrias


contém só 20 a 25% de lípidos
(membrana proteica) enquanto a
membrana de mielina que existe a
envolver algumas células nervosas tem
mais de 75% de lípidos.

Há 3 tipos de lípidos anfipáticos nas membranas: fosfolípidos, colesterol e glicolípidos.

Fluidez da membrana

A fluidez da bicamada lipídica é crucial para a função da membrana.

Devido a movimentos térmicos, as moléculas de lipídos dentro de uma monocamada


giram muito rapidamente e difudem-se rapidamente através da membrana fluida.

Qualquer queda de temperatura diminui a taxa de movimento de lipídos, tornando a


bicamada lipídica menos fluida.

Isto inibe muitos funções das membranas da célula.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 A fluidez de uma bicapa lipídica depende da sua composição.
 Como as mudanças de temperatura e ambiente, a fluidez das membranas
da célula são mantidas funcionais.
 Quanto mais próximo e mais regular forem a arrumação das caudas, será
mais viscosa e menos fluída a bicamada.
 O comprimento e o grau de saturação com hidrogénios afecta a sua
“arrumação”.
 caudas curtas não podem interagir tanto - mais fluida
 Dentre as caudas de dois hidrocarbonetos frequentemente tem
uma ligação dupla - insaturada. Isso cria uma dobra – menos
arrumada (packing), mais fluída.
 Gorduras animais são sólidas à temperatura ambiente, as gorduras vegetais
são, geralmente, insaturados e líquidas à temperatua ambiente.

 Em células bacterianas e fúngicas, ambos os comprimentos e a insaturação são


constantemente ajustados para manter a membrana em uma fluidez
relativamente constante.
 Em temperaturas mais altas, a célula faz mais caudas com menos ligações
duplas
 Em células animais, a membrana fluida é modulada por colesterol, que está
ausente em plantas, fungos e bactérias.
 O colesterol preenche os espaços deixados pelas torções; endurece a bicamada
e torna menos fluida e menos permeável.

A fluidez da membrana é importante para uma célula por muitas razões:

Mariana Batista, turma 12, 198917006


1. Permite que as proteínas da membrana se difundam rapidamente e interajam
umas com as outras - crucial na sinalização das células, etc.
2. Fornece um meio simples de distribuição de proteínas e lipídos de membrana
por difusão nos locais de inserção.
3. Permite que as membranas se fundam entre si e misturem as moléculas
4. Garante que as moléculas da membrana sejam distribuídas uniformemente
entre as células filhas.

Porém, a célula tem controlo - o citoesqueleto e outras interações podem limitar a


mobilidade de lipídos específicos e proteínas.

A bicamada lipídica é assimétrica, sendo o lado citoplasmático diferente do lado não


citoplasmático. As proteínas são incorporadas com uma orientação específica crucial
para sua função. A composição dos fosfolípidos também varia.

Síntese das membranas na célula

Nas células eucarióticas, a síntese da membrana ocorre no reticulo endoplasmático


ER. A nova membrana é exportada para o aparelho golgi para modificação e
exportação. As cadeias de carboidratos são adicionadas nos golgi-glycolipids. As
enzimas que adicionam grupos de açúcar aos lipídos são confinadas ao aparelho golgi e
os açúcares são adicionados apenas ao lado não citoplasmático. Não existem
existências de glicolípidos. Forma um revestimento proteico na maioria das células
animais.

Os lipídos são feitos no ER e transportados através de


vesículas para o seu destino.Esta forma de transporte
preserva a face citoplasmática e o lado não
citoplasmático que está exposto ao exterior da célula
ou ao interior de um organelo.

A membrana como barreira

Mariana Batista, turma 12, 198917006


• As bicamadas lipídicas são impermeáveis aos solutos e iões.
• A taxa de difusão depende do tamanho e das propriedades de
solubilidade.
• Desta forma, as células controlam a passagem de moléculas
através de suas membranas.

• Proteínas de transporte especializadas transferem substratos


específicos através da membrana.

Constituintes proteicos da membrana

Tipos:

1. Integrais ou transmembranares (detergentes);


2. Periféricas ou extrínsecas (solução salina).

Funções biológicas:

1. Transporte;
2. Estruturas de ligação;
3. Receptores (sinalização intracelular);
4. Enzimas;
5. Antigénios (reconhecimento).

As proteínas nas membranas tendem a ter muitas funções, além de transportar


nutrientes, etc. Os linkers vinculam os filamentos de actina intracelular às proteínas
da matriz extracelular. Os receptores ligam hormonas e outras moléculas de
sinalização e transmitem esse sinal para o interior da célula. As enzimas catalisam
reações específicas (exemplo: flipases).

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Todas as proteínas da membrana têm uma orientação única - uma seção específica
sempre voltada para o citosol. Esta é uma consequência de como eles são feitos. As
proteínas da membrana integral (transmembranar e ligadas a lipídos) podem ser
isoladas da membrana lipídica apenas por tratamento severo (detergente), enquanto
as proteínas da membrana periférica podem ser liberadas por métodos de extração
relativamente delicados.

As proteínas da membrana associam-se à bicamada lipídica em três formas principais.

As proteínas de membrana possuem uma orientação única. Tem a mesma região da


proteína que enfrenta o citosol. Isso depende de como foi feito.
As proteínas transmembranas geralmente atravessam a bicamada como hélices alfa.

CONSTITUINTES DA MEMBRANA

6-Canais e bombas de membrana

 Recetores ionotrópicos;
 Canais membranares;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Bombas membranares.

Composição dos meios intra e extracelulas: diferenças

Estrutura dinâmina

Fluidez

Depende de fatores como:

1. Temperatura: a fluidez aumenta ao aumentar a temperatura;


2. Os lípidos: presença de lípidos insaturados e de cadeia curta favorece o aumento
de fluidez;
3. A presença de colestrol endurece a membrana, reduzindo a sua fluidez e
permeabilidade.

Funções:

 Barreira Fisíca entre líquido intracelular e o extracelular


 Funciona como uma barreira seletiva.
 Permite a entrada e saída de moléculas à célula: processo de intercâmbio
celular Introduz nutrientes;
 Expulsa metabolitos.

Outras funções:

 Transporte, adesão, reconhecimento e comunicação (moléculas situadas na


parte externa da membrana, que actuam como receptores desubstâncias.
 Proteção do material genético.

A membrana celular facilita, dificulta ou impede a passagem


de substâncias para o interior e exterior da célula.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


A permeabilidade seletiva – a membrana seleciona as moléculas que a podem
atravessar.

A permeabilidade da membrana depende:

- Da polaridade das moléculas: Moléculas polares não passam. Algumas passam com
ajuda;

- Do tamanho da molécula: Moléculas grandes não passam, algumas passam com


ajuda;

- Do gradiente de concentração das moléculas: O movimento de moléculas realiza-se,


normalmente, a favor do gradiente de concentração.

O gradiente de concentração depende dos meios.

Os meios podem ser:

 Hipertónico - se a concentração em soluto é muito alta em relação a outro


meio;
 Isotónico – se a concentração em soluto é igual em relação a outro meio;
 Hipotónico – se a concentração em soluto é baixa em relação a outro meio.

Permeabilidade selectiva.

 A ↓ tamanho e ↑ hidrofobicidade,
↑difusão através da bicapa.
 Moléculas hidrosolúveis e carregadas não podem
atravessar a bicapa
 Necessário um sistema de transporte para as
moléculas impermeáveis à bicapa: proteínas
transportadoras de membrana

Mariana Batista, turma 12, 198917006


O transporte através de uma membrana biológica...

Transporte passivo ou não mediado:

 Passagem de substâncias através de uma membrana biológica sem gasto de


energia.

Difusão simples

 Movimento de substâncias através de uma membrana semipermeável, a favor


do gradiente de concentração, até que as concentrações estejam
equilibradas nos dois meios.

Ex. Gases e pequenas moléculas apolares.

Osmose

 Movimento das moléculas de água entre dois


meios, separados por uma membrana
permeável à água e impermeável ou pouco
permeável às substâncias nela dissolvidas.
 O movimento da água dá-se do meio menos
concentrado para o meio mais concentrado
em soluto.
 Nas membranas biológicas a passagem da água
é um processo de difusão simples embora

Mariana Batista, turma 12, 198917006


seja feita através de canais de passagem da água (aquoproteínas).

Verifica-se que certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de


concentração e sem gasto de energia, mas com uma velocidade maior do que a
permitida pela difusão simples.

Exemplo: a glicose, alguns aminoácidos e certas vitaminas.

A velocidade da difusão destas substâncias não é proporcional à sua concentração.

Aumentando-se a concentração, atinge-se um


ponto de saturação.

Isto sugere a existência de uma molécula


transportadora – permease na membrana. Quando
todas as permeases estão a ser utilizadas, a
velocidade não pode aumentar. A velocidade
mantêm-se constante.

Como alguns solutos diferentes podem competir


pela mesma permease, a presença de um dificulta a
passagem do outro.

Transporte mediado de solutos através de uma membrana biológica

Transporte mediado: É o transportede substâncias através de uma membrana com


intervenção de proteínas intrínsecas – permeases.

O transporte mediado pode ser de dois tipos:

1. Difusão facilitada
1.1. Através de transportadores.

Três etapas:

1. A permease combina-se com a molécula a transportar, na face


externa da membrana plasmática, alterando a sua forma.

2. A molécula passa através da permease e, separa-se desta, na face interna


da membrana plasmática.

3. A permease regressa à forma inicial.

O transporte é feito através de proteínas intrínseca,


permeases, sem gasto de energia.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


1.2. Canais iónicos

Transporte de iões, a favor do gradiente de concentração, através de canais


formados numa permease ou entre permeases adjacentes, sem gasto de
energia.

2. Transporte ativo
 passagem de substâncias através de uma
membrana biológica, contra o gradiente de
concentração, com gasto de energia, através de
permeases específicas. O movimento de
substâncias pode ser de dentro para fora ou de
fora para dentro da célula.
 Permite à célula captar substâncias do meio
mesmo que estejam em baixa concentração em
relação ao citosol, ou eliminar substâncias
mesmo que a sua concentração seja baixa no
citosol.
 Mantém as diferenças de concentração iónica
entre o meio interno e externo da célula.

Sistemas de transporte da membrana

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Podem ser classificados de acordo com o número de moléculas diferentes
que transportam e com a direcção do movimento:
• Uniporte – um tipo de molécula nas duas direcções;
• Co-transporte – transporte simultâneo de dois tipos de moléculas;
• Simporte – dois tipos de moléculas na mesma direcção;
• Antitransporte - dois tipos de moléculas em direcção oposta.

Aquaporinas:

• São proteínas transmembranares tetraméricas;


• Formam canais que facilitam o transporte de água;
• Existem em algumas células eritrócitos, ductos coletores do rim;
• Mutações nos genes que codificam estas proteínas associam-se a Diabetes
Insípida.

Canais Iónicos:
• Os canais iónicos são constituídos por subunidades proteicas transmembranares.
• Estas subunidades contém domínios α-helicoidais que se dispõem em torno de um
poro.
• Os canais têm um diamêtro médio de 5 a 8nm
• A sua permeabilidade é muito seletiva.
Existem canais específicos para Na+, K+, Ca2+ e Cl-.
• A actividade destes canais pode ser regulada:
• Há canais controlados pela ligação a moléculas específicas-ligandos. ex:células
nervosas- reg pela ligação de neurotransmissores (Ach)
• Há canais controlados por voltagem
ex:células musculares- canais de Ca2+ (respondem às alterações do potencial da
membrana)
Canais iónicosligando dependente

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Os receptores nicotínicos são canais iónicos da membrana de algumas células, cuja
abertura é disparada pelo neurotransmissor Acetilcolina.

• Estão divididos em três classes principais, os tipos: musculares, ganglionar e do


SNC.

Canais iónicos C2+/ Na+ ligando dependente

Canais de Ca2+/Na+ dependente de voltagem

Bomba de Na+/K+

Transporte ativo:
 A bomba de sódio/potássio é uma ATPase transmembranar da célula animal;
 Transporta Sódio (Na+) contra o respetivo gradiente de concentrações;
 Gasta energia ATP.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Bomba de Na+/K+ e impulso nervoso

 Nas celúlas nervosas a bomba Na/K


transporta 3 iões de Na+ para fora da
célula por cada 2 iões de K que entram
criando um gradiente eletropositivo no
exterior da célula que está na génese
dos impulsos nervosos.

Transportadores de Glicose (GLUT)

• GLUTs são proteínas transmembranares da célula animal.

• Transportam glicose e outras oses através da membrana plasmática.

• Há várias isoformas destes transportadores que desempenham funções específicas


no metabolismo da glicose.

• GLUT1- eritrócitos e células endoteliais (a sua quantidade na membrana varia com


os níveis de glicose)

• GLUT2- Rim, fígado e membrana basolateral do epitélio intestinal. Transportador


bidireccional.

• GLUT3 – Neurónios e Placenta. Variante com alta afinidade transporta glicose


mesmo em situações de concentração baixas de glicose.

Transportes de aminoácidos

 são proteínas transmembranares que promovem o transporte de


aminoácidos;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 cada transportador é constituído por 2 subunidades
proteicas, uma leve e uma pesada;
 a atividade transportadora é assegurada pela subunidade
leve.

Alguns transportadores de aa dependem do co-transporte de sódio outros


não.

Os Sistemas de transporte têm especificidade para alguns aminoácidos.

Bomba de Protões

• Transporta H+

• É muito importante principalmente nas células vegetais.

• Nas células animais é importante para manter o pH ácido nos


lisossomas.

Transporte em massa

Transporte de grandes moléculas ou em grande quanGdade

1. Endocitose
 Transporte para o interior da célula de grandes moléculas por
invaginação da membrana.
 Depois da invaginação a membrana estrangula e separam-se
vesículas- vesículas de endocitose.

2. Exocitose

 Transporte para o exterior da célula de


grandes moléculas.
 Vesículas com produtos de excreção
deslocam-se para a membrana, ligam-se a
ela e lançam no exterior o conteúdo.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Modalidades da Endocitose

1. Pinocitose
 Quando as substâncias captadas são fluídas.
Ex: liquídos provenientes da digestão;
 O conteúdo das vesículas é transferido pouco a pouco para o
hialoplasma

Na pinocitose as moléculas são retomadas quando o líquido extracelular é rodeado


pela membrana em pequenas vesículas.

2. Endocitose através de receptores de membrana


 As moléculas ligam-se a receptores de membrana formam-se vesículas
de endocíticas.

3. Fagocitose

1. A célula emite prolongamentos;


2. A membrana envolve o material a capturar;
3. A membrana estrangula e forma uma vesícula.

Na FAGOCITOSE uma célula engloba uma partícula sólida num vacúolo rodeado por
membrana citoplasmática. Quando o vacúolo se funde com um lisossoma as enzimas
digerem a partícula e formam um vacúolo digestivo.

7- Biossíntese de lípidos de membrana e esteroides – Colesterol

Colestrol

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Chole (bilis) + stereos (sólido) -ol(alcool);

• Componente estrutural das membranas (responsável pela fluidez);

• Presente nos tecidos e nas lipoproteinas plasmáticas, livre ou combinado


com ácidos gordos de cadeia longa como ésteres de colesterol;

• precursor de todos os esteroides do organismo.

Funções:

1. Estrutural: membranas;
2. Percursor:
a) Vitamina D;
b) Hormonas sexuais;
c) H. Corticosteróides: cortisol, aldosterona;
d) Ácidos biliares.

Distribuição:

 Plasma;
 Tecidos;
 Livre;
 Combinado com ácido gordo (ester).

Mariana Batista, turma 12, 198917006


O colestrol intracelular pode ser esterificado

Colestrol: biosíntese (quase todos os tecidos)

Mariana Batista, turma 12, 198917006


5 etapas

1. Síntese do Mevalonato;
2. Formação de unidades isoprenoides;
3. Síntese de esqualeno (condensação de 6 unidades isoprenóides);
4. Síntese do lanosterol;
5. Síntese do colestrol.

A síntese de colesterol ocorre no citosol e no retículo endoplasmático de todas as


células nucleadas do organismo a partir da acetil-CoA. Em teoria, todas as células dos
mamíferos, excetuando eritrócitos maduros, têm a capacidade de sintetizar colesterol.
Contudo, a síntese endógena ocorre primariamente, em mamíferos, em nível de fígado
e intestino (cerca de 10% do total do colesterol sintetizado no organismo), sendo que
os tecidos extra-hepáticos contribuem com uma fração menor. A via da biossíntese do
colesterol se processa em quatro fases (Figura 2). Na primeira, acontece a conversão
do acetilcoenzima A (acetil-coA) em mevalonato, um composto com seis carbonos
(C-6), em três passos: duas moléculas de acetil-coA condensam, por ação da enzima
tiolase (primeiro passo), formando acetoacetil-coA, o qual condensa com uma terceira
molécula de acetil-CoA (segundo passo) para formar o β-hidroxi-β-metilglutaril-CoA
(HMG-CoA), reação catalisada pela HMG-CoA sintetase. O HMG-CoA é depois reduzido
a mevalonato pela HMG-CoA redutase (terceiro passo). Na segunda fase, ocorre a
conversão do mevalonato em unidades isoprenoides ativadas através da adição de
três grupos fosfato ao mevalonato, provenientes de três moléculas de ATP, em três
passos sucessivos. Na terceira fase, forma-se o esqualeno (C-30), através da
condensação de seis unidades isoprenoides (C-5). Na quarta e última fase, ocorre a
ciclização do esqualeno para formar os quatro anéis do núcleo esteroide do colesterol,
ao nível do retículo endoplasmático. 5 Nos animais, esta ciclização origina o lanosterol,
que após é convertido em colesterol, em cerca de 20 reações sucessivas, que ocorrem
no retículo endoplasmático.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Biosíntese: regulação

 A HMG-CoA redutase é ativada por insulina (aumenta a velocidade da síntese);


inibida pelo glucagon, colesterol intracelular, e sais biliares.

Transporte: lipoproteínas
 Lípidos são insolúveis na água;
 Como transportá-los no plasma sanguíneo (ambiente aquoso)?
- Associação de lípidos não polares ou neutros com líquidos anfipáticos e proteínas,
resultando lipoproteínas misciveis em meio aquoso

Uma lipoproteína é formada por um núcleo central que contem lípidos neutros ou
apolares (ésteres de colesterol e triglicéridos), envolvido por uma fina camada de
proteínas e lípidos anfipáticos (formando uma monocamada lipídica) composta de
colesterol livre e fosfolípidos.

Nessa camada superficial encontram-se as proteínas – apoproteínas.

LIPOPROTEÍNAS-CLASSIFICAÇÃO
• 6 diferentes lipoproteínas plasmáticas:

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 4 principais (Quilomicras, VLDL, LDL e HDL) ;
 2 especiais (IDL, que corresponde aos remanescentes de VLDL e a
Lp(a), que contém uma glicoproteína relacionada com a LDL e
aterosclerose).
• Quilomicra (QM): Transporte de triglicéridos exógenos.
• VLDL (lipoproteínas de densidade muito baixa): Transporte de triglicéridos
endógenos.
• IDL: lipoproteína de densidade intermediária.
• LDL (lipoproteínas de densidade baixa): Transporte de colesterol do fígado para
outros tecidos.
• HDL (lipoproteínas de alta densidade): Transporte do colesterol dos tecidos
periféricos e outras lipoproteínas para o fígado.

Classes de Lipoproteinas – características gerais

Os componentes da lipoproteína estão em constante estado de síntese, degradação e


remoção do plasma.

Funções:

1. manter os lipídos solúveis;


2. fornecer um mecanismo para entregar o seu conteúdo lipídico aos tecidos.

• Quanto menor a partícula, maior a densidade proteica da camada externa e


menor o teor lipídico no núcleo central.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


• Quanto maior é a partícula, menos
densa e mais rica em triglicéridos
• Densidades são inversamente
proporcionais ao teor de lípidos
quanto mais lípidos, menor a densidade.

Características: (lipoproteínas)

Colestrol: fontes

Colestrol: transporte

 A maior parte dos ácidos biliares


regressam ao fígado pela circulação entero
hepática.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Algumas moléculas de fosfolípidos e
de apolipoproteínas A são transferidas
das quilomicras para as HDL.

As partículas recém-formadas, as
quilomicras remanescentes, constituídas
maioritariamente por proteínas e
colesterol, podem ser reconhecidas por
receptores hepáticos específicos e
incorporadas por endocitose , sendo os
seus componentes hidrolisados nos
lisossomas.

O colesterol libertado é transformado


em ácidos biliares, incorporado noutras
lipoproteínas recém-formadas ou
armazenado sob a forma de ésteres de
colesterol.

Transporte de Lípidos Endógenos – VLDL e LDL

O transporte de lípidos endógenos é realizado por dois sistemas:

• 1. Sistema da apo B-100, que transporta lípidos do fígado para os tecidos


periféricos;
• 2. Sistema da apo A-I, que realiza o transporte reverso (da periferia para o
fígado).

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Colestrol: síntese AC. Biliares

Colestrol: síntese de Hormonas sexuais

Degradação do colestrol
 Conversão em ácidos biliares g
 Excretado nas fezes (aproximadamente metade) + 1g/d de colesterol
eliminado nas fezes
 Secreção do colesterol na bile g -> transporte até ao intesto no para
eliminação
1. Parte do colesterol no intestino é modificado por bactérias;
2. Compostos primários g ->coprastanol, colestanol

Mariana Batista, turma 12, 198917006


8- Cascatas de Transdução de sinais
 Receptores transmembranares heptahélicos;
 Proteínas G;
 Moléculas efetoras e segundos mensageiros.

Transdução do sinal
• É o processo pelo qual uma célula que recebe um
estímulo do exterior o converte numa resposta
biológica.
• A maioria dos processos de transdução de sinal
envolvem sequências ordenadas de reacções
bioquímicas dentro da célula ,vias ou cascatas, que
são levadas a cabo por enzimas activadas por
moléculas chamadas segundos mensageiros.

Caracteristícas do sistema de transdução de sinal

 Receptor Ionotrópico - Canal iónico dependente de ligando. Na presença


de um ligando, o canal iónico abre deixando entrar um ião.
• Receptor Enzimático – a ligação ao domínio extracelular, activa um domínio
enzimático intracelular. Com actividade de cinase ou fosfatase.
• Receptor acoplado a proteína G - a ligação ao domínio extracelular, altera
a conformação do receptor activando a proteína G.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


• Receptor Esteróide – a hormona esteroide atravessa a membrana, é
lipofílica, e liga-se no núcleo ao seu receptor activando a expressão de
genes alvo.

Receptor Ionotrópico
• Mensagens rápidas
• Alta sensibilidade
• Ex: Neurotransmissores actuam por intermédio deste tipo de receptores.

Receptor Enzimático
• Proteínas transmembranares
• Domínio extracelular de ligação ao ligando específico
• Domínio intracelular citosólico com actividade catalítica com
frequencia cinásica. Tirosina-cinase

Mariana Batista, turma 12, 198917006


• Ex: Receptores hormonais como o Receptor da Insulina, Receptores de
Factores de Crescimento.

• O domínio intracelular citosólico, é uma tirosina-cinase que quando é


activada inicia uma cascata de fosforilações que culmina com a fosforilação de
factores de transcrição que são translocados para o núcleo activando a
transcrição de genes alvo específicos.

• Estes genes alvo são importantes no controlo de importantes mecanismos


celulares: Proliferação celular e diferenciação e sobrevivência celular.

• No cancro há com frequência desregulação destas cascatas o que conduz à


activação da Proliferação e Sobrevivência celular.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Fosforilação Proteica
• Os mecanismos de fosforilação proteica são importantes na célula mediando
muitos processos fisiológicos através da transmissão de sinais.
• Há fármacos (usados no cancro) que actuam por interacção com os
mecanismos de fosforilação.

Moléculas efetoras e segundos mensageiros


• Os segundos mensageiros são moléculas de sinalização intracelular que
uuuuuuuuuiniciam as cascatas de transdução de sinal.
 Produzem-se dentro da célula alvo, quando um ligando extracelular se liga
ao seu receptor.
• São responsáveis pela transmissão de um sinal do exterior para o interior
uuda célula.
Ex: Aminoácidos, péptidos, proteínas, ac.gordos, nucleósidos ou nucleótidos.

GPCR – Receptores acoplados a proteínas G


• As proteínas G são mediadores intracelulares, heterodiméricos constituídos
pelas subunidades α, β e γ.
• Os receptores acoplados a proteínas G (GPCR) são proteínas
transmembranares heptahélicas (7 α hélices)
• Quando um ligando se liga a um destes receptores este muda de
conformação, permitindo que a subunidade α da proteína G se ligue a um
nucleótido GTP, soltando-se do receptor indo activar uma proteína efectora da
cascata de transdução de sinal.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


• Os GPRC medeiam o efeito de estímulos olfactivos, neurotransmissores,
inflamação etc… através da activação de proteínas efectoras como a
adenilciclese, guanilciclase e a fosfolipase C.

Adenilciclase
• A adenilciclase é uma enzima que sintetiza AMPc apartir de ATP.
• É uma proteína integral da membrana com 6 domínios
transmembranares.
• É activada pela sub-unidade α da proteína G ligada ao GTP.

• O AMPc é um importante 2º mensageiro intracelular activando cascatas de


transdução de sinal.

Proteínas G

As proteínas G interagem com diferentes receptores e controlam diferentes


efectores. Receptores activados por neurotransmissores.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


As proteínas G interagem com diferentes receptores e controlam diferentes
efectores. Receptores que reconhecer estímulos olfativos.

As proteínas G são importantes no processo inflamatório.

Receptor Esteróide

As hormonas esteroides são derivadas do colesterol, dividem-se em 5 grupos:


glucocorticoides, mineralocorticoides, androgénios, estrogénios e progestagénios.

• Os receptores das hormonas esteroides são proteínas intracelulares

 têm um domínio de ligação ao ligando ou hormona;

Mariana Batista, turma 12, 198917006


 Um domínio de ligação ao DNA (gene alvo) .

Receptor Esteróide

• Por serem de natureza lipídica, estas hormonas atravessam as membranas


celulares.
• Ligam-se a receptores intracelulares
• O complexo hormona-receptor tem actividade de factor de
transcrição.
• Liga-se a sequências de DNA reguladoras e activa a transcrição de genes
específicos.
• Regula diferenciação, proliferação e metabolismo celular.

Mariana Batista, turma 12, 198917006


Mariana Batista, turma 12, 198917006
Mariana Batista, turma 12, 198917006

Você também pode gostar