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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE CHIENA

MANUAL DE BIOLOGIA

Nome do Aluno:
11ª Classe

Elaborada por: Manuela Cassua, MD – 2020/2021


Instituto de Ciências de Saúde Chiena 2
11ªClasse – Biologia

I. Acidos nucleicos
Conceitos historicos
A historia da descoberta dos acidos nucleicos remonta ate ao final do seculo XIX,
quando Friedrich Miesher (1868), num importante trabalho de citoquimica, isolou e
analisou o nucleo das celulas. Estas analises revelaram uma substancia diferente que foi
denominada «Nucleina».
Foi Richard Altmann que, atribui a essa substancia a designaçao de acido nucleico,
porque foi primeiramente identificada no nucleo e porque manifesta propriedades
acidas.
Conceitos Gerais
Os ácidos nucleicos são compostos polinucleotídicos ligados por ligaçao tipo
fosfodiéster, e controlam a atividade celular, designadas por isso de moléculas mestras.
Eles encontram-se ligadas a proteínas chamadas de nucleoproteínas.
São as moléculas com a função de armazenamento e expressão da
informação genética
Existem basicamente 2 tipos de ácidos nucléicos:
• O Ácido Desoxirribonucléico – DNA
• O Ácido Ribonucléico – RNA
A fim de se compreender a estrutura dos ácidos nucleicos é necessário uma
consideração de suas unidades básicas.
A. Nucleotidos
São as unidades formadoras dos ácidos nucleicos. Cada nucleotídeo é formado por:
a) Uma molécula de ácido fosfórico.
b) Uma molécula de pentose.
c) Uma molécula de base nitrogenada.

Nesta molécula, o ácido fosfórico liga-se a pentose e esta por sua vez liga-se a base
nitrogenada. O mesmo ocorre na formação de polinucleotídeos, onde o grupo fosfato de
um nucleotídeo liga-se a pentose de outro formando os ácidos nucleicos.

Existem dois tipos de pentoses que entram na constituição dos nucleotídeos:


Ribose (C5H10O5), encontrada nos nucleotídeos do ARN
Desoxirribose (C5H10O4), encontrada nos nucleotídeos do ADN.

As bases nitrogenadas que entram na constituição dos ácidos são divididas em: Bases
púricas e Pirimidínicas.
As bases púricas são comuns a todos os ácidos nucleicos, são elas: a Adenina (A) e
Guanina (G), elas são formadas por dois anéis de átomos de carbono e nitrogénio.
As bases Pirimidínicas diferem das púricas por na sua constituição conterem apenas
um anel de carbono e nitrogénio. Fazem parte deste grupo a Timina (T), a Citosina (C) e
Uracilo (U). Destes, a Citosina é exclusiva do ADN e o Uracilo do ARN.
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Perguntas de recapitulaçao
1. O que são ácidos nucleicos? Quantos tipos existem?
2. Como estão constituídos os ácidos nucleicos?
3. Qual a diferença entre o ADN e o ARN?

B. Ácido Desoxirribonucleico

Estrutura do ADN

O modelo da molécula de ADN conhecido por nós hoje foi proposto em 1953 por
James Watson e Francis Crick cientistas da universidade de Cambridge. De
acordo com Eles, a molécula de ADN é constituida por duas cadeias polinucleotidicas
enroladas helicoidalmente a volta de um mesmo eixo

Podemos ainda de modo simples dizer que a Molécula de ADN é composto por duas
fitas constituídas por desoxirribose e grupo fosfato entrelaçados e ligados entre si
através das bases nitrogenadas por pontes de hidrogénio.

Essas bases nitrogenadas têm ligações extremamente específicas, sendo que: a Adenina
liga-se sempre a Timina e Citosina liga-se a Guanina. Sendo assim é razoável
concluir que o número de bases púricas é sempre igual ao número de bases
pirimidínicas, já que as ligações são de uma purina com uma pirimidina.

1. Localização e função do ADN.

O ADN localiza-se principalmente no núcleo das células eucarióticas fazendo parte da


constituição dos cromossomas, nas mitocôndrias e nos cloroplastos, e no citosol das
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células procarióticas Pode ser encontrado também nos cloroplastos e nas mitocôndrias
de certos tipos celulares.

O ADN é o responsável pela determinação das características hereditárias, além de


comandar o funcionamento celular e promover a síntese do ARN.

O ADN tem também a capacidade de Auto duplicar-se, esse processo ocorre em duas
fases:

a) Separação das hélices: ocorre rompimento das pontes de hidrogénio entre as bases
nitrogenadas.

b) União das hélices: nesta fase, as fitas rompidas ligam-se especificamente a


nucleotídeos existentes no núcleo. Depois sob a acção da enzima ADN-Polimerase e
ADN sintetase ocorre formação de novas fitas complementares.

No final o resultado são duas novas moléculas ADN iguais a molécula mãe. Com a
finalidade de manter o patrimonio Genetico.

Perguntas de recapitulação:
1. Quem são os autores do modelo da molécula de ADN?
2. Explique a estrutura da molécula de ADN?
3. Onde localiza a molécula de ADN na célula?
4. Qual é a função da molécula de ADN?
5. Explique resumidamente como se dá a duplicação da molécula de ADN?

C. Ácido Ribonucleico
A molécula de ARN é constituída por uma única cadeia de nucleotídeos (fita simples).
O ARN está presente no núcleo das células, livre no citoplasma, no interior de
cloroplastos e mitocôndrias e fazendo parte da estrutura dos ribossomas.
Estrutura do RNA
O RNA possui uracila no lugar da timina na seqüência de bases.
A pentose do RNA é a ribose
O RNA é formado por uma fita única, com eventual pareamento de bases intracadeia.
A molécula do RNA é muito menor que a do DNA.
O ARN Transporta informação genética do ADN que o formou participando assim
diretamente do processo de síntese proteica.

Tal como o ADN, a formação do ARN ocorre em duas etapas:

1. Separação das hélices de ADN


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2. Uma fita de ADN servirá de molde para a fita simples de ARN, ocorre então o
emparelhamento das bases nitrogenadas do seguinte modo:
HÉLICE ATIVA DO ARN FORMADO
ADN
Adenina (A) Uracilo (U)
Guanina (G) Citosina (C)
Citosina (C) Guanina (G)
Timina (T) Adenina (A)

Depois disso, a fita de ARN formada separa-se do molde, e as fitas de ADN voltam a
agrupar-se. Os nucleotídeos existentes sofrem polimerização sob ação das enzimas
ARN polimerase e ARN sintetase pra a formação da fita de ARN.
1. Tipos de ARN
Existem três tipos de ARN que participam diretamente do processo de síntese proteica.
São eles:
- ARN mensageiro (RNA m): carrega a informação do ADN que a formou para o
citoplasma para que a proteína possa ser sintetizada.
- ARN transportador (RNA t): captura e transporta aminoácidos do citoplasma para o
ribossoma. Cada RNAt é específico para cada aminoácido.
- ARN ribossómico (RNA r): tem função estrutural fazendo parte dos Ribossomas.
Perguntas de recapitulação
1. Qual é a estrutura da molécula de ARN?
2. Que nucleotídeo é exclusivo do ARN?
3. Qual a função do ARN?
4. Quantos tipos de ARN existem? E diga suas funções?

Síntese proteica
As proteínas são compostos químicos formados por aminoácidos que estão ligados entre
si através de ligações peptídicas. As Proteínas têm enorme diversidade de forma e
funções e estão envolvidas em praticamente todas as funções da célula e do organismo.

O ADN comanda a síntese de proteínas através do ARNm que carrega o código até ao
Ribossoma onde se produzirá a proteína.
A sequencia de nucleotideos do ADN (letras) determinará a sequencia de nucleotideos
do ARN e consequentemente a Sequencia de aminoácidos que vão constituir a proteína.

Assim, entende-se que as sequências de nucleótideos do ADN funciona como um


código, determinadas sequencias de nucleotídeos correspondem a determinado
aminoácido. Esses nucleotídeos podem ser representados pelas suas Bases
Nitrogenadas; A. Adenina, C. Citosina, G. Guanina e T. Timina.

Código genético é uma sequência de três bases nitrogenadas secreta que codifica um
aminoácido.
Um código de três nucleotideos consecutivos de DNA constituem um tripleto que
representa a mais pequena unidade da mensagem genética.
3 Bases Nitrogenadas do DNA = 1 Aminoácido
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Cada tripleto do RNA mensageiro que codifica um determinado aminoácido ou o inicio


ou o fim da síntese de proteínas tem o nome de codão .

Caracteristicas do código genético ( Conclusão da experiência de Marshall Nirenberg


em 1961)
A descoberta do código da vida (código genético) permitiu identificar algumas das suas
características importantes:
1. Cada aminoácido é codificado por tripleto chamado codão
2. Dos 64 códons, 61 especificam aminoácidos e 3 são codões de terminação

3. Universalidade do código genético: corresponde a existência de uma linguagem


comum a quase todas as células, desde os vírus aos organismo vivos superiores, das
algas unicelulares as árvores mas gigantescas.
4. Redundância: neste código vários codõens são sinónimos, isto é, podem codificar o
mesmo aminoácido. Este fenómeno é também conhecido por degenerescência do código
genettico
5. O código genético: diz-se degenerado porque a maior parte dos aminoácidos são
especificados por vários codõns, à excepção da metionina e do triptofano que é
especificado por apenas um codão.
6. O terceiro nucleótideo de cada codão não é tão especifico como os dois primeiros.
Ex: o aminoácido arginina pode ser codificado pelos códons --- CGU, CGC, CGA,
CGG.
7. O tripleto AUG tem uma dupla função: codifica o aminoácido metionina e também
serve como um codão de iniciação da síntese proteica. A sua presença indica ao
ribossoma o inicio da mensagem a ser lida.
8. Os tripletos UAA, UAG, UGA são códons de finalização estes códons aparentemente
sem sentido, representam sinais de fim de síntese e não codificam aminoácidos

A. Etapas da Síntese Proteica


1. Transcrição: Nesta etapa, a informação genética é transferia do ADN para o ARNm .
Essa informação consiste em uma sequência de bases nitrogenadas da Região do ADN
que corresponde a um gene. O ARNm formado apartir de um molde de ADN deixa
então o núcleo em direção ao Ribossoma para o código ser usado na Sintese de
Proteinas.
Para formação do ARNm os nucleotídeos do ARNm existentes no núcleo vão se
emparenlhando tendo a fita molde de ADN. O pareamento ocorre do seguinte modo
ADN ARN
C G
G C
T A
A U

Tradução: este processo ocorre no Ribossoma. Nesta fase a informação contida no


ARNm é usada no Ribossoma para incorporação correta sequencial dos aminoácidos
que são trazidos pelo RNAt e que vão formar a Proteína.
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Em outras palavras, a linguagem do ADN é traduzida numa linguagem que o


Ribossoma possa entender para montar correctamente os aminoácidos e formar as
proteínas.
Resumo:
---- DNA é desenrolado. Um filamento exposto transmite informações para o RNA
— O RNA “lê” o DNA, apanhando o código em um gene. O código do DNA diz a
máquina de transcrição onde começar e onde parar.
-Carregado de informações, o RNA deixa o núcleo da célula e se dirige a um ribossoma,
onde transmitirá as instruções para a fabricação de uma proteína complexa
Qual é a sua resposta?
1. Defina síntese Proteica
2. Qual a importância da síntese Proteica para o organismo?
3. Onde ocorre a síntese proteica?
4. Quais são as etapas da Síntese proteica? Descreve-as.

Resolva os seguintes exercicios


Uma cadeia de DNA com a sequencia CGATTG e complementar de uma cadeia com a
sequencia
A- GCTAAC
B- CGATTG
C- TAGCCT
D- GCTAAC
Uma molecula de RNAde transferencia com o anticodao – AUG- e complementar do
seguinte codao
A- AUG
B- UAG
C- GUA
D- ATG
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Núcleo Celular

É a porção da célula que coordena o funcionamento celular e determina os mecanismos


de hereditariedade.
Vale lembrar que a hereditariedade refere-se ao conjunto de processos biológicos que
permitem que cada ser vivo receba e transmita informações genéticas através da
reprodução.
A presença do núcleo é a principal característica que distingue as células eucariotas.
Ocupa 10% do volume total da célula e nele se encontra o ADN excepto o das
mitocôndrias.
Geralmente cada célula eucariota apresenta um núcleo, mais existem células que
apresentam mais de um, por exemplo: Os protozoários ciliados têm dois, um
micronúcleo e um macronúcleo.
Algumas células podem ser multinucleadas, tal como as células musculares estriadas,
outras não possuem núcleo na fase adulta como as hemácias.

A. Componentes do núcleo
Os principais componentes estruturais do núcleo são: Membrana nuclear, Suco nuclear,
Nucléolo e Cromatina.
1. Membrana Nuclear: é também chamada de carioteca (cario=núcleo; teca=casca ou
envoltório) ou cariomembrana que tal como a membrana celular é composto por um
dupla camada lipoproteíca que encerra o conteúdo nuclear.

Essa membrana origina-se do RE e é invisível ao MO. Ao ME fica evidente um espaço


virtual entre as duas camadas chamado espaço perinuclear com inúmeros poros que
facilitam a troca de substâncias e até macromoléculas com o citoplasma. Essa
membrana possui as mesmas propriedades que a membrana citoplasmática excepto a
regeneração.
2. Suco Nuclear: Também denominado cariolinfa, carioplasma, nucleolinfa e
nucleoplasma, é um coloide incolor que preenche o núcleo, é onde se situam o nucléolo
e a cromatina. É constituído principalmente de água e proteínas ARNs, nucleósidos,
nucleótidos, iões e outras estruturas nucleares.
3. Nucléolo: É uma estrutura nuclear mergulhada no nucleoplasma, sendo observado
em número de um ou mais. É formado de ARN ribossómico (RNAr) e proteínas, sem
membrana lipoprotéica envolvente, apresenta também pequena quantidade de ADN,
correspondente a cromatina que contem os genes codificadores dos RNAs
ribossomais, denominado DNAr.
Em células que sintetizam grande quantidade de proteína, os nucléolos são mais
numerosos e volumosos, já que eles formam os ribossomas.

4. Cromatina: representa o material genético contido no núcleo. Quimicamente, a


cromatina é resultante da associação entre proteínas simples (histonas) e moléculas de
ADN. No núcleo interfásico a cromatina é vista como um emaranhado de filamento
longos e finos chamado de cromonema quem contém zonas densas chamadas de
heterocromatinas e zonas mais claras chamadas de eucromatina. Na altura da divisão
celular os cromonemas condensam-se ficando curtos e grossos chamados agora de
cromossomas que podem ser visto individualmente a MO.
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Qual é a sua resposta?


1. Qual a função do núcleo?
2. Quais são as porções do núcleo?
3. Diga as funções de cada porção do núcleo?
4. Como se encontra o ADN no núcleo?
5. A condensação da cromatina dá origem a que estrutura?

B. Estrutura dos cromossomas


Cada cromossoma tem duas constrições, uma central chamada de centrómero que
divide o cromossoma em duas partes chamadas de braços ou cromátides. A
extremidade
do cromossoma possui outra constrição que dá origem aos telómeros que são zonas
especiais de estabilidade estrutural dos cromossomas bem como iniciar o pareamento
dos cromossomas homólogos.

C. Classificaçao de Cromossomas

Quanto a posição do centrómero os cromossomas podem ser:


a) Telocêntricos: centrómero terminal com um braço apenas.
b) Acrocêntrico: centrómero quase terminal com um braço bem maior que o outro
c) Submetacêntricos: centrómero levemente deslocado do centro resultando em braços
com proporções desiguais.
d) Metacêntricos: centrómero mediano com braços de iguais proporções.

Quanto ao número de cromátides podem ser


a) Simples: possuem dois braços
b) Duplos: possuem quatro braços.

Por outra, a forma como os cromossomas se agrupam determinam o tipo de célula, a


saber:
a) Células Haploides: são células que não apresentam cromossomos homólogo,
possuindo apenas um de cada par. Ex. Células sexuais.
b) Células Diplóides: são células que apresentam pares de cromossomas homólogos,
(2n). Ex. Células somáticas.

O número de cromossomas determina se a célula é somática (46 células) e sexual ou


germinativa (23 cromossomas).

D. Determinação do género na espécie humana.


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O número de cromossomas de cada espécie é denominado cariótipo. Inclui-se também


no cariótipo a forma e morfologia (características que se repetem) dos cromossomas de
cada espécie.
Na espécie humana o cariótipo é constituído por 23 pares (46 cromossomas) de
cromossomas homólogos sendo 22 autossomas e 1 par de cromossomas sexuais ou
heterocromossomas, sendo que estes últimos diferem determinando com isso o sexo na
espécie.
Homem: 44 autossomas + XY
Mulher: 44 autossomas + XX

Qual é a sua resposta?


1. Como se classificam os cromossomas quantos a posição do centrômero?
2. Quanto ao número de braços, come se classificam os cromossomas?
3. O que é o Cariotipo?
4. Qual é a particularidade do cariotipo humano?
5. Diferencie a célula Haploide da Diploide.
6. Como se classificam as células quanto ao número de cromossomas?
7. Como se determina o género na espécie humana?

Ciclo Celular

O ciclo celular compreende as modificações sofridas pelas células desde a sua


formação até a sua divisão em células filhas. Também compreende o crescimento da
célula, a duplicação dos genes e a divisão celular propriamente dita de maneira
ordenada dentro de um intervalo de tempo.
O ciclo celular está dividido didacticamente em duas partes:
1. A Interfase
2. Divisão Celular.
Chamamos de divisão celular ao processo em que uma celula se divide originando
células filhas. São conhecidos dois tipos de divisão, a mitose e meiose.
A fim de obter a melhor distribuição do material genético é necessário a duplicação
deste. Assim só participam na divisão celular células com cromossomas duplos.
A duplicação do material genético e outros arranjos que possibilitam a divisão
ocorrem numa fase designada de interfase. Esta última embora seja considerada
juntamente com a divisão celular, não faz parte deste processo.

A. Interfase
Como já mencionado a interfase não faz parte da divisão celular, é um período de
intenso metabolismo que antecede a mitose. Este processe divide-se em três fases que
são a Fase G1, S e G2.
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1. Fase G1 e G2
Estes períodos são caracterizados intenso metabolismo de materiais celulares como
ARN e Proteínas. Além desta característica, estes períodos também são caracterizados
pelo repouso celular, a presença de ADN duplicado na célula faz a diferença da fase G1
e G2, pois é na fase S que a síntese de ADN e na fase G2 a Célula já pode entrar em
divisão.

2. Fase S
Esta fase é caracterizada pela duplicação do ADN. Neste processo, sob ação da
helicase, a dupla hélice de ADN é rompida em determinado ponto e segue-se a isso a
junção dos nucleotideos existentes no nucleoplasma ao molde de ADN formado. Esse é
chamado de duplicação semi-conservativa e conta com a participação da ADN-
polimerase. Como resultado há duas moléculas idênticas de ADN formadas por uma
cadeia nova de ADN e uma original.
Durante a fase S verifica-se ainda a formação do áster e das fibras de áster que ligar-
se-ão aos centrómeros.

Qual é a sua resposta?


1. Define ciclo celular?
2. Porque as células dividem-se?
3. Quantos tipos de divisão celular existe?
4. Quais as fases da interfase, e o que carateriza cada uma delas?
5. Qual a diferença entre G1 e G2?

B. Mitose
Entende-se Mitose como o processo de divisão celular em que uma célula mãe, haploide
ou diploide, com cromossomas duplos, dá origem a duas células com número igual de
cromossomas da célula original, mas nesses últimos com cromossomas simples. Por
manter-se o número de cromossomas, a mitose é considerada uma divisão celular do
tipo equacional.
A Mitose está dividida em quatro fases, a saber: Prófase, Metáfase, Anáfase e
Telófase. No final da mitose ocorre a citocinese, ou divisão do citoplasma.
1. Prófase:
Os cromossomas encurtam-se e engrossam-se, processo chamado de condensação e
espiralização dos cromossomas.
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Desaparecimento do nucléolo
Formação do fuso mitótico com alongamento das fibras de áster e deslocamento delas
para os polos opostos.
Rompimento da Carioteca.
2. Metáfase

Condensação máxima dos cromossomas


Formação da placa equatorial resultante da junção das fibras polares do fuso mitótico á
região do centrômero dos cromossomas dispondo-os na região mediana da célula.
3. Anáfase

Encurtamento das fibras do fuso e separação das cromátides irmãs.


Migração das cromátides para os polos opostos.
4. Telófase

Reorganização do nucléolo
Desespiralização dos cromossomas
Reconstituição da carioteca.
No final nos dois polos há dois núcleos com o mesmo património genético.

A citocinese, que começa na anáfase representa um processo de estrangulamento


progressivo de fora pra dentro que culmina com a separação completa das células.
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Perguntas de recapitulação
1. Define mitose
2. Porque se diz que a mitose é equacional?
3. Cite as fases da mitose
4. Que eventos são próprios de cada fase?
5. O que é a citocinese?

Meiose
Do grego, meioum, diminuir é um tipo especial de divisão celular, exclusiva dos
organismos que se reproduzem de forma sexuada.
É correto definirmos a meiose como o processo de divisão celular em que uma célula
diploide dá origem a células haploides, ou seja uma célula mãe com 46 cromossomas dá
origem a células filha com a metade do número de cromossomas. Por isso é considerada
como divisão reducional.
A meiose é dividida em duas etapas conhecidas como meiose I e meiose II, onde a
primeira é reducional e a segunda é equacional semelhante a uma mitose.
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A meiose é típica nos organismos que realizam a fecundação. Neste processo se a


formação dos gâmetas se desse por mitose o número de cromossomas na prole seria de
92 e assim por diante à medida que fossem se reproduzindo. Assim a meiose é especial
porque permite que mantenha constante o número de cromossomas na espécie.
As fases da meiose são as mesmas de mitose, sendo seguidas do sufixo I ou II de acordo
com a divisão em questão.

1. Meiose I
Como já apresentado, a meiose I é mais prolongada graças a sua prófase I. nesta divisão
ocorre também o emparelhamento dos cromossomas homólogos, sendo que do par, um
provem da parte materna e outro da paterna. Os cromossomas sexuais não são
homólogos.

Fases da Meiose Ι
Prófase I: leptóteno, Zigóteno, Paquíteno, Diplóteno Diacenese.
Leptóteno: do grego leptós delgado e nêma filamento, o núcleo aumenta de tamanho e
os cromossomas se tornam visíveis ao microscópio óptico.
Zigoténo: do grego zigón parelha, nesta fase ocorre o primeiro fenómeno essencial da
meiose os cromossomas homólogos se alinham entre si mediante um processo
denominado emparelhamento ou sinapse.
Paquíteno: do grego pachýs grosso, os cromossomas se encurtam e o
emparelhamento dos cromossomas homólogos se completa. Porem o mais
importante desta fase é que ocorre o intercâmbio de segmentos de ADN entre as
cromátides homólogas (braços dos cromossomas), fenómeno designado recombinação
genética (em inglês, crossing-over).
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Diplóteno: do grego diplóos duplo, começa a separação dos cromossomas homólogos


essa separação não chega a ser completa, porque existem certos pontos de união entre os
cromossomas homólogos, designados de quiasmas.
Diacinese: do grego dia através, a condensação dos cromossomas volta a acentuar.
As tétrades se distribuem homogeneamente por todo núcleo e o nucléolo desaparecem.
Durante as restantes etapas da meiose I (metáfase I, anáfase I e telófase I), cada
cromossoma continua duplo, isto é bivalente (tétrade). O período entre as duas divisões
meióticas é chamado intercinese e nesta fase não ocorre nova síntese de ADN
(duplicação).

Metáfase I: Membrana nuclear desaparece; forma-se o fuso. Cromossomos pareados no


plano equatorial (23 bivalentes) com seus centrômeros orientados para pólos diferentes

Anáfase I: Os 2 membros de cada bivalente se separam =


separação quiasmática (disjunção), os centrômeros permanecem intactos
O número de cromossomos é reduzido a metade = haplóide
Os conjuntos materno e paterno originais são separados em combinações aleatórias
Anáfase I é a etapa mais propensa a erros chamados de não-disjunção (par de
homólogos vai para o mesmo pólo da célula)
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Telófase I: Os 2 conjuntos haplóides de cromossomos se agrupam nos pólos opostos da


célula

Reorganização do nucléolo, descondensação da cromatina e formação do envoltório

nuclear

Célula divide-se em 2 células-filhas com 23 cromossomos cada, 2 cromátides em cada


cromossomo, = conteúdo 2C de DNA em cada célula-filha

Citoplasma é dividido de modo igual entre as duas células filhas nos gametas formados
pelos homens

Meiose II
É uma divisão equacional do material genético, onde haverá uma distribuição
equitativa do ADN entre os núcleos filhos.
A segunda divisão meiótica ou meiose II assemelha-se a uma mitose normal.
Após uma nova etapa da prófase ΙΙ , ocorre uma nova formação do fuso.
As células entram em metáfase ΙΙ, dispondo os cromossomas na região equatorial,
formando a placa equatorial ou placa metafásica.
Na anáfase II, ocorre a disjunção das cromátides irmãs, que migram para polos
opostos da célula. Na telófase II, última etapa da segunda divisão meiótica, cada uma
com número haploide de cromossomas (n) e com quantidade c de ADN.
3. Finalidades da meiose
 Formação dos gâmetas em animais (Gametogênese)
 Formação de esporos em vegetais (esporogênese)

Finalidades da meiose
Proporciona 3 fontes de variabilidade genética:
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1) Segregação ao acaso dos cromossomos homólogos –223 combinações (mais de 8


milhões), pois cada gameta recebe apenas 1 de cada par de homólogos
2) Segregação ao acaso dos cromossomos
3) Crossing-over–cada cromátide contém segmentos provenientes dos 2 membros do
par de cromossomos parentais. Um crossing-overem 1 bivalente forma 4 cromossomos
diferentes
Acredita-se que o crossing-over evoluiu como um mecanismo para aumentar a variação
genética
Início Meiose: 1 cromossomo = 2 moléculas de DNA idênticas, de dupla hélice (2
cromátides-irmãs), unidas pelo centrômero: 46 cromossomos 4C –2n
Final MeioseI: 1 cromossomo = 2cromátides-irmãs: 23cromossomos 2C –n
Final MeioseII: 1 cromossomo = 1cromátide (1 molécula de DNA): 23cromossomos
C –n

Perguntas de recapitulação
1. Defina meiose
2. Qual a diferença entre a meiose I e II?
3. Enumere as fases da meiose I, e explique cada uma delas.
4. Em que fases da meiose há a formação de quiasmas e ocorrência do crossing over?
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Genetica
e A genética é área da Biologia que estuda os genes e os mecanismos de transmissão das
características hereditárias de pais para filhos ao longo das gerações.
A genética teve seu início como ciência em 1860 através dos trabalhos dos trabalhos
Gregor Mendel, um monge Austríaco. Ele realizou uma serie de cruzamentos com
ervilhas o que lhe permitiu enunciar as leis sobre a hereditariedade. Nessa época pouco
se sabia sobre genes, ADN e ARN, mas mesmo assim a descoberta destes só
fundamentou ainda mais as teorias de Gregor Mendel.
Gregor Mendel é considerado o “pai” da Genética, Em 1865 publicou o artigo
"Experiments with Plant Hybrids" que foi ignorado. A partir de 1900 vários
pesquisadores confirmaram seus resultados.

a forma Alguns definem como o “ estudo da


hereditariedade”, isto é, o ramo da biologia que estuda a forma
No entanto, antes de abordarmos sobre os experimentos e leis de Mendel é imperioso
termos em conta alguns conceitos básicos em genética.finem como o “estudo da

Conceitos basicos em genetica

Gene: fragmento de ADN que pode ser transcrito na síntese de proteínas.

 Locus (Loco): local, no cromossomo, onde se encontra o gene.

 Alelos: genes que ocupam o mesmo locus em cromossomos homólogos.

 Homólogos: cromossomos que possuem genes para as mesmas características.

 Genótipo: conjunto de genes de um indivíduo.

 Fenótipo: características observáveis de uma espécie, que são determinadas por


genes e que podem ser alteradas pelo ambiente.

 Fenocópia: fenótipo modificado semelhante a um existente.

 Gene Letal: fragmento de ADN que ao ser transcrito tem efeito mortal ao seu
portador.

 Gene Dominante: aquele que sempre que está presente se manifesta.

 Gene Recessivo: aquele que só se manifesta na ausência do dominante.


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11ªClasse – Biologia

Homozigoto ou Puro: indivíduo que apresenta alelos iguais para um ou mais caracteres.

 Heterozigoto ou Híbrido: indivíduo que apresenta alelos diferentes para um ou mais


caracteres.

 Genes Codominantes: os dois genes do par manifestam seu caráter.

 Polialelia: mais de dois alelos para um mesmo caráter.

 Pleiotropia: um par de genes determina vários caracteres.

 Polimeria: vários pares de genes determinam um só caráter.

Heredogramas
de Heredogramas a um tipo especial de diagrama que serve para fa-cilitar a observação
e compreensão rápida de uma genealogia, ou seja, dos padrões de herança de uma
característica em uma família.
Para a construção de um heredograma precisamos conhecer os simbolos usados na
construção deste.

o nível
que os geneticistas estejam estudando (molecular, celular, organismal, familiar,
populacional ou evolutivo) os genes estão sempre como os temas centrais em seus
estudos. Dizendo de
modo simples, a genética é o estudo dos genes.
vem
No entanto, para construir um heredograma há algumas normas, preferencialmente:
1- O macho da espécie que se deseja mostrar na família deve ser colocado à direita;
2- Filhos devem ser colocados da esquerda para a direita em ordem de nascimento e
podem ser representados com números;
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3- As gerações, de cima para baixo, devem ser indicadas por algarismos romanos.
do
grego genetikós (capaz de procriar) e gene é o radical, que contém o núcleo do
significado da palavra.

Probabilidade em Genética
Probabilidade refere-se as chances de ocorrência de um evento esperado. Em genética
ideia de probabilidade se resume em duas leis. A probabilidade em genética entende-se
como a razão entre eventos esperados (A) e o número total de eventos esperados.(S)
P=A/S
O cálculo de probabilidade é baseado em duas regras.
a) Regra do E

Esta regra é usada quando a ocorrência de um evento não influencia a ocorrência de


outro, dizemos que eles são independentes. Desse modo calculamos as probabilidades
separadamente e depois multiplicamos os resultados.
b) Regra do OU

Esta regra quando queremos calcular a probabilidade de ocorrência de um evento ou


outro numa mesma oportunidade. Neste em vez de multiplicar somamos as duas
probabilidades.

Genética Mendeliana – Primeira Lei de Mendel


Pra os seus trabalhos, Mendel usou plantas de ervilha (Pisun sativum) observando a
transmissão hereditária de vá-rias características. A escolha de ervilhas pra este trabalho
deve-se à:
Fácil cultivo em canteiros.
Várias características contrastantes e de fácil obser-
vação.
Ciclo vital curto e grande número de descendentes (sementes).
Predomina reprodução por autofecundação, portanto linhagens naturais são puras.
(aspecto não variavel)
Mendel estudou sete características: forma da ervilha, cor da ervilha, cor das péta-las,
forma da vagem, cor da vagem, posição da flor na planta, altura da haste. Para cada uma
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destas características Mendel estabeleceu pares de linhagens puras, referentes ao es-tado


da respectiva característica.

Em um dos experimentos, na geração P cruzou ervilhas amarelas puras (VV) com


verdes puras (vv), obtendo na F1 100% de ervilhas amarelas (Vv). Estas quando
cruzadas entre si, originavam amarelas e verdes, numa proporção de 3:1.
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11ªClasse – Biologia

Mendel observou que a autofecundação não alterava o fenótipo o que para ele significou
pureza. Mas ao cruzar plantas lisas com rugosas, verificou na geração seguinte somente
ervilhas lisas, ao que chamou de hibridismo, pois o genótipo já era uma mistura e o
facto de não haver plantas rugosas na primeira geração levou-o a concluir que a forma
lisa Dominava sobre a rugosa. Na segunda geração já há aparecimento de plantas
rugosas, concluiu então que o caracter recessivo só manifestava em homozigotia ou
pureza.
Os resultados deste experimento levaram-no a formular as suas leis.

A. Primeira lei de Mendel


Também chamada de lei da pureza dos gâmetas, diz que: cada caracter é determinado
por um par de factores (Genes) que se separam na altura da formação dos gâmetas indo
um factor pra cada gâmetas. E,,,,,
Mendel concluiu que cada carácter era determinado por um par de “fatores” (hoje se
sabe dos alelos e dos genes), existentes nas células dos organismos. Esses fatores, por
sua vez, seriam transmitidos aos descendentes através dos gametas. Entretanto, ocorria
uma separação desses fatores durante o processo de formação dos gametas, de tal modo
que cada gameta herdava apenas um fator de cada par.

Hereditariedade autossomica com Dominância

Exercicio
A cor preta da pelagem dos cães da raça Cocker Spaniel é governada por um alelo
dominante V e a cor vermelha, pelo seu recessivo v. Um criador dessa raça deseja obter
animais vermelhos a partir do cruzamento entre cães parentais híbridos. Qual a
probabilidade de sucesso nesse cruzamento?

Resolução:
Parentais são híbridos = Vv x Vv
Após a segregação dos alelos, teremos:

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