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ácido desoxirribonucleico (ADN, em português: ácido desoxirribonucleico; ou DNA,


em inglês: deoxyribonucleic acid) é um composto orgânico cujas moléculas contêm as
instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os
seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de cada ser
vivo. A sua principal função é armazenar as informações necessárias para a construção
das proteínas de ARNs. Os segmentos de ADN que contêm a informação genética são
denominados genes. O restante da sequência de ADN tem importância estrutural ou está
envolvido na regulação do uso da informação genética.
A estrutura da molécula de ADN foi originalmente descoberta por Rosalind Franklin, no
entanto o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1962, foi entregue ao norte-
americano James Watson e ao britânico Francis Crick, que se inspiraram em Franklin e
demonstraram o funcionamento e a estrutura em dupla hélice do ADN a 7 de Março de
1953, juntamente com Maurice Wilkins.
Do ponto de vista químico, o ADN é um longo polímero de unidades simples (monômeros)
de nucleotídeos, cuja cadeia principal é formada por moléculas
de açúcares e fosfato intercalados unidos por ligações fosfodiéster. Ligada à molécula de
açúcar está uma de quatro bases nitrogenadas mantidas juntas por forças hidrofóbicas.[1] A
sequência de bases ao longo da molécula de ADN constitui a informação genética. A
leitura destas sequências é feita por intermédio do código genético, que especifica a
sequência linear dos aminoácidos das proteínas. A tradução é feita por um ARN
mensageiro que copia parte da cadeia de ADN por um processo chamado transcrição e
posteriormente a informação contida neste é "traduzida" em proteínas pela tradução.
Embora a maioria do ARN produzido seja usado na síntese de proteínas, algum ARN tem
função estrutural, como por exemplo o ARN ribossômico, que faz parte da constituição
dos ribossomos.
Dentro da célula, o ADN pode ser observado numa estrutura
chamada cromossoma durante a metáfase. O conjunto de cromossomas de uma célula
forma o cariótipo. Antes da divisão celular os cromossomas são duplicados por meio de
um processo
chamado replicação. Eucariontes como animais, plantas, fungos e protozoários têm o seu
ADN dentro do núcleo enquanto que procariontes como as bactérias o têm disperso
no citoplasma. Dentro dos cromossomas, proteínas da cromatina como
as histonas compactam e organizam o ADN. Estas estruturas compactas guiam as
interacções entre o ADN e outras proteínas, ajudando a controlar que partes do ADN são
transcritas.
O ADN é um longo polímero formado por unidades repetidas chamadas nucleotídeos.[2][3] A
cadeia de ADN tem 2,2 a 2,4 nanómetros de largura, e um nucleotídeo possui
aproximadamente 0,33 nanómetros de comprimento.[4] Embora os monômeros
(nucleotídeos) que constituem o ADN sejam muito pequenos, os polímeros de ADN podem
ser moléculas enormes, com milhões de nucleotídeos. Por exemplo, o
maior cromossomo humano (cromossomo 1), possui 220 milhões de pares de bases de
comprimento.[5] Uma molécula de ADN do ser humano possui aproximadamente dois
metros de comprimento, encapsulada em um núcleo celular de 6 µm, o equivalente a
acomodar uma linha de 40 km de comprimento em uma bola de tênis.[2]
Em organismos vivos, o ADN não existe como uma molécula única (cadeia simples), mas
sim como um par de moléculas firmemente associadas.[6][7] As duas longas cadeias de ADN
enrolam-se como uma trepadeira formando uma dupla hélice. Os nucleotídeos estão
presentes em ambas as cadeias da dupla hélice, unidos com nucleótidos da mesma
cadeia por ligações fosfodiéster e à cadeia complementar por meio de pontes de
hidrogénio formadas pelas suas bases. Em geral, uma base ligada a um açúcar é
chamada nucleosídeo e uma base ligada a um açúcar e um ou mais fosfatos é chamada
nucleotídeo. Portanto, o ADN pode ser referido como um polinucleotídeo. [8]
A cadeia principal do ADN é formada por fosfato e resíduos de açúcar, dispostos
alternadamente. O açúcar no ADN é 2-desoxirribose, uma pentose (açúcar com
cinco carbonos). Os açúcares são unidos por grupos fosfato que formam ligações
fosfodiester entre o terceiro e quinto átomos de carbono dos anéis de açúcar adjacentes.
Estas ligações assimétricas significam que uma cadeia de ADN tem uma direção. Numa
dupla hélice, a direção dos nucleotídeos de uma cadeia é oposta à direção dos
nucleotídeos da outra cadeia. O formato das cadeia do ADN é designado antiparalelo. As
terminações assimétricas das cadeias de ADN são designadas terminais 5' (cinco linha)
e 3' (três linha). Uma das diferenças principais entre o ADN e o ARN encontra-se no
açúcar, com a substituição da 2-desoxirribose no ADN pela ribose no ARN.[2]
A dupla hélice do ADN é estabilizada por pontes de hidrogênio entre as bases presas às
duas cadeias. As quatro bases encontradas no ADN são
a adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T). Estas quatro bases ligam-se ao
açúcar/fosfato para formar o nucleotídeo completo.[2]
Estas bases são classificadas em dois tipos; a adenina e guanina são compostos
heterocíclicos chamados purinas, enquanto que a citosina e timina são pirimidinas. Uma
quinta base (uma pirimidina) chamada uracila (U) aparece no ARN e substitui a timina, a
uracila difere da timina pela falta de um grupo de metila no seu anel. A uracila
normalmente não está presente no ADN, só ocorrendo como um produto da decomposição
da citosina.[2] Exceções para esta regra são os fagos AR9, 3NT, I10, bem como o PBS1
(muito utilizado em pesquisas), que contém uracila no seu ADN, em vez de timina.[9]

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