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Sumário

CONSIDERAÇÕES INICIAS............................................................................................1

3.1. DNA – GUARDIÃO DA INFORMAÇÃO.................................................................1

3.1.1. Composição do DNA................................................................................................1

3.2. ESTRUTURA DO DNA..............................................................................................2

3.2.1. Função do DNA.........................................................................................................4

3.3. DNA E SINTESE PROTEINAS..................................................................................6

3.3.1. O que é síntese proteica?...........................................................................................6

3.3.2. Como ocorre a síntese proteica?................................................................................7

3.3.3. Etapas da síntese proteica..........................................................................................9

3.4. Reprodução e Tipo.....................................................................................................11

3.3.4. O que é a replicação do DNA..................................................................................11

3.3.5. Processo de replicação do DNA..............................................................................13

3.3.6. Regulação do processo de replicação......................................................................15

3.5. HEREDITARIEDADE..............................................................................................15
CONSIDERAÇÕES INICIAS

Se o processo de construção de conhecimentos biológicos não ocorre de forma devidamente


articulada, os alunos acabam por optar por suas opiniões pessoais, que foram estabelecidas
com base em outros domínios do pensar, em vez de recorrerem a conceitos biológicos que
estão assentados em construções epistemológicas sólidas, o que resulta em prejuízos para a
ação didática. Alguns dos dificultadores são as distorções conceituais produzidas durante a
formação inicial do aluno e na sua própria vivência (CALDEIRA, 2009; MARTÍNEZ,
2003).

3.1. DNA – GUARDIÃO DA INFORMAÇÃO

"O DNA (ácido desoxirribonucleico) é um tipo de ácido nucleico que possui destaque por
armazenar a informação genética da grande maioria dos seres vivos. Essa molécula é
formada por nucleotídeos e apresenta, geralmente, a forma de uma dupla-hélice. Nos
organismos eucarióticos, o DNA é encontrado no núcleo da célula, nas mitocôndrias e nos
cloroplastos. Nos procariontes, o DNA está localizado em uma região que não é delimitada
por membrana, denominada de nucleoide."

3.1.1. Composição do DNA

O DNA é composto por nucleotídeos, os quais são compostos por três partes:

Um carboidrato de cinco carbonos (pentose)

Uma base nitrogenada

Um ou mais grupos fosfato

No que diz respeito ao açúcar presente no DNA, é verificada a presença de


uma desoxirribose. A desoxirribose é uma pentose que se diferencia da ribose por possuir
uma hidroxila a menos que esse último açúcar.
Observe as diferentes bases nitrogenadas presentes nos ácidos nucleicos. A uracila não está
presente no DNA.

As bases nitrogenadas possuem um ou dois anéis, que apresentam átomos de nitrogênio, e


estão classificadas em dois grupos: as pirimidinas e purinas. As pirimidinas possuem
apenas um anel de seis átomos, sendo ele composto de carbono e nitrogênio. Já as purinas
possuem dois anéis: um anel de seis átomos fusionados a um anel com cinto
átomos. Citosina (C), timina (T) e uracila (U) são pirimidinas, enquanto a adenina (A) e
a guanina (G) são purinas. Das bases nitrogenadas citadas, apenas a uracila não é
observada no DNA.

3.2. ESTRUTURA DO DNA

O DNA é formado por duas cadeias de polinucleotídeos (fita), que são constituídas por
vários nucleotídeos. Os nucleotídeos são unidos uns aos outros por ligações
denominadas fosfodiéster (grupo fosfato ligando dois açúcares de dois nucleotídeos).
Nessas ligações, um grupo fosfato conecta o carbono 3’ de um açúcar ao carbono 5’ do
próximo açúcar.
Essa junção dos nucleotídeos forma um padrão típico de repetição de unidade de açúcar-
fosfato, que forma a cadeia principal. A essa cadeia principal estão ligadas as bases
nitrogenadas.

Observe as ligações entre os nucleotídeos e a complementaridade das bases nitrogenadas.

Ao observar as extremidades livres de uma cadeia de polinucleotídicos, é perceptível que,


de um lado, temos um grupo fosfato ligado ao carbono 5' e, de outro, temos um grupo
hidroxila ligado ao carbono 3'. Desse modo, temos duas extremidades em cada cadeia: a
extremidade 5' e a extremidade 3'.
As duas cadeias de polinucleotídios do DNA formam uma dupla-hélice. As cadeias
principais estão localizadas na porção externa da hélice, já no interior são observadas as
bases nitrogenadas que estão unidas por ligações de hidrogênio. As cadeias principais
apresentam as direções 5’ → 3’ opostas, ou seja, uma cadeia está no sentido 5' → 3’, e a
outra, no sentido 3' → 5’. Em razão dessa característica, dizemos que as fitas são
antiparalelas.

A união entre as bases nitrogenadas é que faz com que as duas cadeias fiquem
unidas. Vale destacar que o pareamento ocorre entre bases complementares, sendo
observada sempre a união de uma base pirimidina com uma base purina. O pareamento
entre as bases só acontece das seguintes formas:

Adenina é pareada apenas com timina;

Guanina é pareada sempre com citosina.

Como as bases são combinadas de maneira específica, podemos concluir que, na dupla-
hélice, uma cadeia sempre será complementar à outra. Sendo assim, se uma cadeia
apresentar a sequência de bases 5'-ACCGTCCA-3', teremos como cadeia complementar a
sequência 3'-TGGCAGGT- 5'. Podemos concluir, portanto, que a quantidade de A é a
mesma de T e a quantidade de G é a mesma que C.

O modelo descrito acima para a molécula de DNA é a estrutura proposta por Watson
e Crick, no ano de 1953. O modelo por eles proposto pode ser comparado a uma escada
em caracol, em que as bases nitrogenadas formariam os degraus, e as cadeias de açúcar e
fosfato formariam os corrimãos.

3.2.1. Função do DNA

O DNA é uma molécula extremamente importante para os seres vivos. São funções do
DNA:

Armazenar e transmitir as informações genéticas.

Funcionar como molde para a síntese da molécula de RNA. O DNA, portanto, é


fundamental para a síntese de proteínas, uma vez que contém as informações que
comandam a síntese de RNA, e o RNA coordena a produção desses polipeptídeos (DNA →
RNA → Proteína).

Replicação e transcrição

Quando o assunto é DNA, dois processos merecem destaque: a replicação e a


transcrição. Quando falamos em replicação, referimo-nos ao processo pelo
qual cópias idênticas à cópia de uma molécula de DNA são formadas. Para que esse
processo ocorra, o DNA desenrola-se parcialmente e inicia-se a síntese de uma nova fita a
partir da fita do DNA que será copiada. Esse processo é considerado semiconservativo, pois
o novo DNA formado apresentará uma fita nova e uma fita do DNA original.

Já o processo de transcrição é aquele no qual o DNA é usado para


a formação de uma molécula de RNA. Nesse processo, o DNA abre-se em um ponto, e
uma das fitas é usada como molde para a síntese de RNA. À medida que o RNA é
transcrito, o DNA é fechado novamente.

Um ponto interessante a ser destacado é que, durante o processo de transcrição, quem se


emparelha com a adenina da fita molde é a uracila, uma base nitrogenada encontrada
no RNA e ausente no DNA.

Diferença entre o DNA e RNA


O DNA e o RNA são os dois tipos de ácidos nucleicos encontrados nos seres
vivos. Apesar de ambos serem constituídos por subunidades de nucleotídeos ligados por
ligações fosfodiéster, eles apresentam algumas diferenças básicas. Veja a seguir:

O DNA apresenta desoxirribose como açúcar, já o RNA apresenta uma ribose.

As bases nitrogenadas presentes no DNA são citosina, guanina, adenina e timina. No RNA,
são encontradas a citosina, guanina, adenina e uracila.

O DNA apresenta duas fitas, mas o RNA é possui fita simples.

3.3. DNA E SINTESE PROTEINAS

Síntese proteica é o processo pelo qual são produzidas as proteínas. Esse processo ocorre
nos ribossomos tanto de células procarióticas quanto eucarióticas.

A síntese de proteínas é essencial para que ocorra a manutenção e o crescimento


celular e ocorre em três etapas: iniciação da tradução, alongamento da cadeia polipeptídica
e término da tradução.

A seguir, descreveremos mais detalhadamente cada uma das etapas desse processo e
falaremos sobre as proteínas, destacando a sua importância para todos os seres vivos.

3.3.1. O que é síntese proteica?


Na síntese proteica, a informação contida no DNA é transcrita para o RNAm e, em seguida,
traduzida numa sequência de aminoácidos, formando a proteína.

A síntese proteica é o processo de formação das proteínas. Esse processo é realizado por
estruturas denominadas de ribossomos, presentes tanto em células procarióticas quanto
eucarióticas. Na molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico) estão contidas todas as
informações genéticas do indivíduo, assim, para que a síntese de uma determinada proteína
seja realizada, é necessário que a região específica do DNA onde está contida essa
informação seja decodificada.

Nesse processo ocorre a transcrição dos nucleotídeos dessa região em uma molécula


de RNA (ácido ribonucleico), que irá direcionar a síntese proteica em um processo
denominado de tradução. A molécula de RNA que carregará essa informação até o local
onde ocorrerá a síntese de proteínas é denominada de RNAm (RNA mensageiro).

Para que ocorra a síntese proteica, a informação genética fluirá do DNA para o RNA e,
em seguida, para as proteínas. Esse princípio é conhecido como Dogma Central da
Biologia Molecular. Em células procarióticas, como não há núcleo definido, o DNA não
está separado das demais estruturas envolvidas na síntese, e, assim, o processo de tradução
inicia-se enquanto ainda ocorre a transcrição. Nas células eucarióticas, o processo de
transcrição ocorre no núcleo e o RNAm é transportado para o citoplasma, no qual ocorrerá
a tradução.

3.3.2. Como ocorre a síntese proteica?

A síntese proteica ocorrerá por meio de um processo de tradução, no qual a informação


presente no RNAm, uma sequência de nucleotídeos, será traduzida numa sequência
de aminoácidos, que dará origem a um polipeptídeo (proteína). Essa tradução é
realizada pelo RNAt (RNA transportador), o qual traduz cada série de códons (trincas de
nucleotídeos) presente no RNAm em um aminoácido.

O RNAt apresenta uma trinca de nucleotídeos (anticódon), em uma de suas extremidades,


e um aminoácido correspondente, na outra extremidade. O RNAt transportará então o
aminoácido específico até os ribossomos, estruturas celulares nas quais ocorre a síntese de
proteínas, pareando seu anticódon ao códon complementar do RNAm.

Na síntese proteica, a informação presente no RNAm será traduzida numa sequência de


aminoácidos, que dará origem a um polipeptídeo.

Na tradução, existem dois métodos de reconhecimento entre as moléculas que garantem


com que esse processo ocorra adequadamente. No primeiro método, o RNAt deve ligar-
se ao aminoácido específico que ele transportará ao ribossomo. Diferentes moléculas de
RNAt podem codificar um mesmo aminoácido, e a ligação entre elas é feita por meio da
ação das enzimas denominadas de aminoacil-RNAt-sintases. Existem cerca de 20 tipos
diferentes dessas enzimas, sendo que cada uma acondiciona uma combinação específica de
aminoácido e RNAt.

O segundo processo é o pareamento entre RNAt e RNAm. Existem cerca de 45


moléculas de RNAt, e essas são capazes de parear-se com diferentes códons do RNAm.
Isso se deve à flexibilidade existente no pareamento da terceira base do códon, chamada de
movimento de pêndulo, na qual a existência de um códon sinônimo, o qual apresenta uma
diferença apenas na terceira base, permite a codificação de um mesmo aminoácido, por
diferentes códons.

Os ribossomos são constituídos por duas subunidades (uma maior e uma menor) que se
unirão, na realização da síntese proteica, ao RNAm e RNAt. Durante esse processo, o
RNAm descola-se pelo ribossomo, enquanto o RNAt traduz as suas sequências de
nucleotídeos em aminoácidos. Quando se encontra um códon de término (uma trinca que
indica o fim do processo de tradução), o ribossomo libera a proteína produzida e suas
subunidades separam-se.

Os ribossomos apresentam três sítios de ligação: o sítio P, em que a molécula de RNAt


está ligada à cadeia polipeptídica que está sendo formada; o sítio A, em que está presente o
RNAt que carrega o próximo aminoácido a ser adicionado; e o sítio E, em que o RNAt,
após deixar o aminoácido que será adicionado, sai do ribossomo. O processo de síntese nos
ribossomos ocorrerá em três etapas.

3.3.3. Etapas da síntese proteica

Na síntese proteica ocorre três etapas, que estão descritas de forma sintetizada a seguir:

Iniciação da tradução

Nessa etapa ocorre a união das duas subunidades do ribossomo com o RNAm e RNAt, este
trazendo o primeiro aminoácido da cadeia polipeptídica.

Alongamento da cadeia polipeptídica

Durante essa etapa, os demais aminoácidos que compõem a cadeia polipeptídica são
adicionados. O anticódon do RNAt pareia-se com o RNAm no sítio A. O RNAr (RNA
ribossômico) catalisa a formação da ligação peptídica entre o novo aminoácido e a cadeia
em formação.

O polipeptídio é separado do RNAt presente no sítio P e ligado ao aminoácido do RNAt do


sítio A. O RNAt presente no sítio P é deslocado ao sítio E e retirado, em seguida, do
ribossomo, enquanto o RNAt do sítio A é deslocado ao sítio P. O RNAm também é
deslocado no ribossomo e leva ao sítio A o próximo códon a ser traduzido,
dando sequência ao processo até a identificação do códon de término.

Término da tradução

Após a identificação do códon de término, uma proteína, chamada de fator de término, liga-
se a esse códon induzindo a ligação de uma molécula de água na porção final da cadeia,
fazendo com que ocorra a quebra da ligação entre o peptídio e o RNAt presente no sítio P.
O peptídio formado é então liberado através do túnel de término presente na subunidade
maior do ribossomo.

Após esse processo, as cadeias polipeptídicas formadas podem passar por diferentes
processos de transformação, de modo a tornar essas proteínas funcionais.

Proteínas

As proteínas são macromoléculas que constituem a maior parte da massa seca das células,


sendo, assim, um dos principais componentes dos seres vivos. Elas são moléculas
tridimensionais, constituídas por aminoácidos unidos por ligações peptídicas, também
chamadas de polipeptídeos.

Elas apresentam uma cadeia polipeptídica principal ligada a cadeias laterais, constituídas


por porções dos aminoácidos que não estão presentes na cadeia principal. Existem 20
aminoácidos, com propriedades químicas diferentes, presentes nas proteínas.

Há milhares de proteínas diferentes, e elas apresentam funções específicas que dependem


do número e tipos de aminoácidos presentes e de sua estrutura tridimensional. Dentre suas
funções, podemos destacar: papel estrutural, catalisação de reações químicas, defesa e
movimento. Aumente seus conhecimentos a respeito dessas moléculas essenciais para os
seres vivos lendo o seguinte texto: Proteínas.
Ribossomos

Os ribossomos são estruturas celulares responsáveis pela síntese de proteínas. Essas


estruturas são formadas por duas subunidades, uma maior e uma menor, constituídas por
RNAr e proteínas. Pelo fato de não apresentarem membranas, alguns autores não os
consideram como organelas.

Os ribossomos estão presentes em células procarióticas e eucarióticas. Em células nas


quais há uma intensa síntese de proteínas, essas estruturas são encontradas em maior
quantidade, como nas células do pâncreas, em que são produzidas inúmeras enzimas
digestivas.

As células podem apresentar dois tipos de ribossomos: os livres, dispersos no citosol,


cujas proteínas atuarão dentro do citosol; e os ligados, que se encontram presos ao retículo
endoplasmático e ao envelope nuclear. As proteínas produzidas pelos últimos podem ser
inseridas nas membranas para serem utilizadas por organelas, como os lisossomos, ou para
serem secretadas para fora da célula. Saiba mais sobre essa importante estrutura
acessando: Ribossomos.

3.4. Reprodução e Tipo

A replicação do DNA é o processo de duplicação da molécula de DNA. Nele ocorre a


separação das duas cadeias de nucleotídeos e a formação de cadeias complementares. A
replicação ocorre antes da divisão celular, durante a interfase.

O processo de replicação inicia-se com a separação das duas fitas que formam a
molécula de DNA. Em seguida, ocorre a ligação dos nucleotídeos livres no núcleo a um
nucleotídeo correspondente em uma das fitas. Tem-se agora duas moléculas de DNA,
constituídas por uma fita antiga, pertencente à molécula original, e uma fita nova. Esse
processo é considerado, assim, semiconservativo.

3.3.4. O que é a replicação do DNA

A replicação do DNA ou duplicação do DNA é um processo de grande importância para


a transmissão do material genético, pois, quando ocorre a divisão celular, esse material
será dividido de forma igual entre as células-filhas. A replicação ocorre antes do início da
divisão celular, durante a fase S da interfase.
A replicação originará duas moléculas de DNA constituídas por uma fita que pertencia à
molécula original e uma fita recentemente sintetizada.

Na replicação, a molécula de DNA será duplicada. As duas moléculas formadas serão


constituídas por uma fita que pertencia à molécula original e uma fita recentemente
sintetizada. Pelo fato de as novas moléculas serem constituídas por uma fita “antiga” e uma
“nova”, esse processo é denominado semiconservativo. O processo de replicação é
mediado por ação de algumas enzimas, como a helicase, responsável por desenrolar a
hélice de DNA e separar as cadeias de nucleotídeos.

3.3.5. Processo de replicação do DNA

O processo de replicação inicia-se com a separação das duas fitas que formam a molécula
de DNA, por meio da ação de enzimas, como a helicase. Isso ocorre em pontos em que
existem sequências específicas de nucleotídeos, esses pontos são denominados origens de
replicação. As enzimas que atuam nesse processo identificam-nos e ligam-se ao DNA,
formando as chamadas “bolhas” de replicação.

Em células procarióticas, cujo DNA é circular, esse processo inicia-se em um único ponto.
Em células eucarióticas, como na espécie humana, ele se inicia em diversos pontos. As
diversas bolhas formadas fundem-se posteriormente, fazendo com que a replicação ocorra
de forma mais rápida. O processo de replicação ocorre nos dois sentidos da fita de DNA.
Na replicação, uma cadeia de DNA separa-se, nucleotídeos livres ligam-se nas fitas simples
e, assim, duas novas moléculas surgem.

As helicases movem-se sobre as fitas de DNA, separando as cadeias. As regiões onde as


cadeias separam-se apresentam a forma de Y e são chamadas de forquilha de replicação.
Para evitar que as cadeias liguem-se novamente, as chamadas proteínas ligantes ao DNA
de cadeia simples (SSB) ligam-se às cadeias simples, no entanto, elas o fazem de forma a
deixar as bases livres para a associação dos nucleotídeos.

À medida que essas associações ocorrem e a nova cadeia, denominada cadeia


complementar, é sintetizada, essas proteínas desprendem-se do DNA. É importante
lembrar que, nas moléculas de DNA, as bases nitrogenadas ligam-se da seguinte maneira:

Timina (T) – Adenina (A)

A cadeia que vai ser formada inicia-se com uma porção de RNA. Essa cadeia inicial de
RNA, sintetizada por meio da ação da enzima primase, é denominada de oligonucleotídeo
iniciador (primer, em inglês).

O oligonucleotídeo iniciador é formado com base em um nucleotídeo de RNA, sendo que,


em seguida, os demais vão sendo adicionados tendo a fita de DNA como molde. O
oligonucleotídeo iniciador completo é então pareado com a fita molde, e a nova cadeia de
DNA é iniciada. O oligonucleotídeo iniciador, quando está completo, apresenta entre cinco
e 10 nucleotídeos.

O início da formação da nova cadeia de DNA ocorrerá da extremidade 3' do


oligonucleotídeo iniciador. Enzimas, denominadas de DNA-polimerases, iniciam a ligação
dos nucleotídeos livres no núcleo ao oligonucleotídeo iniciador e, em seguida, adicionam os
nucleotídeos complementares aos da fita-molde.

Devido à estrutura do DNA, os nucleotídeos só poderão ser adicionados na extremidade 3'


do oligonucleotídeo iniciador ou da fita de DNA que está sendo sintetizada. Assim, a nova
fita poderá ser aumentada apenas no sentido do lado do carbono da pentose ligado ao
fosfato (carbono 5') em direção ao carbono 3' da pentose (5'→3').
À medida que a forquilha vai sendo aberta, a adição de nucleotídeos em uma das fitas dá-
se de forma contínua, essa fita é denominada de fitar líder ou fita contínua. No entanto,
para que a outra fita seja alongada nesse sentido, a adição de nucleotídeos ocorrerá em
sentido oposto ao da progressão da forquilha por meio de fragmentos, denominados
fragmentos de Okazaki (em células eucarióticas, eles possuem entre 100 e 200
nucleotídeos). Essa fita é denominada de fita retardada ou fita descontínua, e,
diferentemente da fita líder, que necessita apenas de um oligonucleotídeo iniciador, cada
fragmento dela deverá ser iniciado separadamente.

Ao fim, a enzima DNA ligase liga os fragmentos, formando uma fita única de DNA. Tem-
se agora duas moléculas de DNA, exatamente iguais em relação à sequência de
nucleotídeos, sendo que essas moléculas são constituídas por uma fita antiga, pertencente à
molécula original, e uma fita nova.

 Citosina (C) – Guanina (G)


 Guanina (G) – Citosina (C)
 Adenina (A) – Timina (T)

3.3.6. Regulação do processo de replicação

O processo realizado com duas fitas-molde busca evitar erros de replicação. Quando isso
ocorre, diversos mecanismos podem atuar buscando reparar o erro. Por exemplo, quando
uma base liga-se de forma errônea à cadeia, enzimas identificam o erro e substituem a
base. No entanto, dependendo do tipo de erro, o ciclo celular pode ser paralisado
temporariamente ou permanentemente ou até mesmo a morte programada da célula, por
apoptose, pode ser induzida.

3.5. HEREDITARIEDADE

A hereditariedade pode ser definida como a transmissão de caracteres de uma geração à


outra. As primeiras noções sobre hereditariedade provavelmente surgiram com a
domesticação de animais e a agricultura, pois pode-se perceber que, ao se reproduzirem, os
organismos geravam indivíduos de sua mesma espécie e semelhantes aos genitores.
No entanto, durante muito tempo não se sabia ao certo como esse mecanismo ocorria e
muitas teorias surgiram a respeito. Até os anos 1800, a hipótese mais aceita era a de que o
material genético dos pais se misturavam dando origem ao novo indivíduo. Mas, segundo
essa hipótese, as populações que surgissem deveriam ser uniformes, o que não acontece.

Assim, depois de várias hipóteses que se mostravam falhas ao explicar alguns aspectos da
hereditariedade, surge a hipótese da herança particulada. Nessa hipótese, os pais
transmitem partículas com suas características aos seus descendentes, surge assim a ideia
de gene. Embora a natureza do material genético só tenha sido desvendada em meados do
século passado com avanços tecnológicos e a apresentação do modelo de DNA por Watson
e Crick (1953).

Os princípios básicos da hereditariedade foram descobertos pelo monge austríaco Gregor


Mendel, através da realização de experimentos com o cruzamento de diversas variedades
de ervilhas e análise de diversas gerações de descendentes. Os experimentos duraram
quase uma década, o que permitiu que elaborasse uma hipótese para a explicação de seus
resultados. No entanto, seus resultados só foram reconhecidos em 1900, pelo biólogo
holandês Hugo de Vries (1848-1935).

Os resultados do trabalho de Mendel permitiram explicar as bases da hereditariedade, que


estão descritas nas leis de Mendel, também conhecidas como leis da hereditariedade:

1ª Lei de Mendel ou lei da pureza dos gametas:

 Cada característica é condicionada por dois fatores que se separam na formação dos
gametas. Cada gameta recebe apenas um desses fatores.

2ª Lei de Mendel ou lei da segregação independente:

 Os genes para duas ou mais características são transmitidas aos gametas de forma
independente e se recombinam ao acaso.
 A transmissão dos genes depende do processo de duplicação do DNA. Esse
processo ocorre por meio da mitose, em organismos que apresentam reprodução
assexuada, e da meiose, em organismos com reprodução sexuada.

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