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Resumo Biologia Molecular AV1

ÁCIDOS NUCLEICOS

Os ácidos nucleicos são substâncias orgânicas ácidas descobertas inicialmente


no núcleo celular. Essas moléculas podem ser de dois tipos: DNA ou RNA. DNA é a
sigla usada para indicar o ácido desoxirribonucleico; RNA, por sua vez, é a sigla de
ácido ribonucleico.
Os ácidos nucleicos são formados por nucleotídeos, que são compostos por um
ácido fosfórico, um açúcar e uma base nitrogenada. Esses nucleotídeos estão
unidos um ao outro por ligações fosfodiéster estabelecidas entre um açúcar e um
fosfato.

polímeros.
 São polímeros.
O DNA e o RNA diferenciam-se graças ao açúcar e às bases nitrogenadas
encontradas em seus nucleotídeos. O ácido fosfórico, por sua vez, é igual nos dois
ácidos nucleicos existentes.

O açúcar presente nos ácidos nucleicos é uma pentose, que pode ser uma
desoxirribose ou uma ribose. A desoxirribose é a pentose presente no DNA, que,
por isso, recebe o nome de ácido desoxirribonucleico. O RNA contém a ribose e, por
isso, é denominado de ácido ribonucleico.

Outra diferença entre ácidos nucleicos são as bases nitrogenadas, que podem ser de
cinco tipos diferentes: adenina, guanina, citosina, timina e uracila. A timina é uma
base exclusiva do DNA, enquanto a uracila aparece apenas no RNA. As outras três
bases (adenina, citosina e guanina) ocorrem em ambos os ácidos nucleicos.
Costuma-se dividir as bases nitrogenadas em dois grupos: as bases púricas
(adenina e guanina) e as pirimídicas (citosina, timina e uracila). Essas últimas são
formadas por apenas um anel de carbono e nitrogênio. Já as bases púricas
apresentam dois anéis de carbono e nitrogênio.

Além de todas essas diferenças em sua composição, o DNA e o RNA diferenciam-se


por sua estrutura. Enquanto no DNA observamos uma dupla fita em hélice, no RNA
observa-se apenas uma cadeia que pode enrolar-se sobre si mesma.

A respeito da síntese dos ácidos nucleicos, o DNA se destaca pela sua capacidade de
autoduplicação. Esse processo é conhecido como replicação do DNA e se
caracteriza por ser semiconservativo, pois o DNA formado nesse processo é
composto por uma fita recém-formada e outra pertencente ao DNA usado no
processo.

A síntese de RNA também ocorre a partir de uma molécula de DNA, que é usada
como molde em um processo conhecido como transcrição. Nesse processo, a
principal enzima responsável por desencadear a reação é a chamada RNA-
polimerase.

DOGMA CENTRAL
Explica como é o fluxo de informações do código genético. Mostra o conceito de
transmissão e expressão da informação genética.

REPLICAÇÃO DO DNA

O que é a replicação do DNA?


A replicação do DNA ou duplicação do DNA é um processo de grande importância
para a transmissão do material genético, pois, quando ocorre a divisão celular, esse
material será dividido de forma igual entre as células-filhas. A replicação ocorre antes
do início da divisão celular, durante a fase S da interfase.

Na replicação, a molécula de DNA será duplicada. As duas moléculas formadas serão


constituídas por uma fita que pertencia à molécula original e uma fita
recentemente sintetizada. Pelo fato de as novas moléculas serem constituídas por
uma fita “antiga” e uma “nova”, esse processo é denominado semiconservativo. O
processo de replicação é mediado por ação de algumas enzimas, como a helicase,
responsável por desenrolar a hélice de DNA e separar as cadeias de nucleotídeos.

Processo de replicação do DNA


O processo de replicação inicia-se com a separação das duas fitas que formam a
molécula de DNA, por meio da ação de enzimas, como a helicase. Isso ocorre em
pontos em que existem sequências específicas de nucleotídeos, esses pontos são
denominados origens de replicação. As enzimas que atuam nesse processo
identificam-nos e ligam-se ao DNA, formando as chamadas “bolhas” de replicação’’.

Em células procarióticas, cujo DNA é circular, esse processo inicia-se em um único


ponto. Em células eucarióticas, como na espécie humana, ele se inicia em diversos
pontos. As diversas bolhas formadas fundem-se posteriormente, fazendo com que a
replicação ocorra de forma mais rápida. O processo de replicação ocorre nos dois
sentidos da fita de DNA.

As helicases movem-se sobre as fitas de DNA, separando as cadeias. As regiões


onde as cadeias separam-se apresentam a forma de Y e são chamadas de forquilha
de replicação. Para evitar que as cadeias se liguem novamente, as chamadas
proteínas ligantes ao DNA de cadeia simples ligam-se às cadeias simples, no
entanto, elas o fazem de forma a deixar as bases livres para a associação dos
nucleotídeos.

À medida que essas associações ocorrem e a nova cadeia, denominada cadeia


complementar, é sintetizada, essas proteínas desprendem-se do DNA. É importante
lembrar que, nas moléculas de DNA, as bases nitrogenadas ligam-se da seguinte
maneira:

Timina (T) – Adenina (A)

A cadeia que vai ser formada inicia-se com uma porção de RNA. Essa cadeia inicial
de RNA, sintetizada por meio da ação da enzima primase, é denominada de
oligonucleotídeo iniciador (primer, em inglês).

O oligonucleotídeo iniciador é formado com base em um nucleotídeo de RNA,


sendo que, em seguida, os demais vão sendo adicionados tendo a fita de DNA como
molde. O oligonucleotídeo iniciador completo é então pareado com a fita molde, e a
nova cadeia de DNA é iniciada. O oligonucleotídeo iniciador, quando está completo,
apresenta entre cinco e 10 nucleotídeos.
O início da formação da nova cadeia de DNA ocorrerá da extremidade 3' do
oligonucleotídeo iniciador. Enzimas, denominadas de DNA-polimerases, iniciam a
ligação dos nucleotídeos livres no núcleo ao oligonucleotídeo iniciador e, em seguida,
adicionam os nucleotídeos complementares aos da fita-molde.

Devido à estrutura do DNA, os nucleotídeos só poderão ser adicionados na


extremidade 3' do oligonucleotídeo iniciador ou da fita de DNA que está sendo
sintetizada. Assim, a nova fita poderá ser aumentada apenas no sentido do lado do
carbono da pentose ligado ao fosfato (carbono 5') em direção ao carbono 3' da
pentose (5'→3').

À medida que a forquilha vai sendo aberta, a adição de nucleotídeos em uma das fitas
dá-se de forma contínua, essa fita é denominada de fitar líder ou fita contínua. No
entanto, para que a outra fita seja alongada nesse sentido, a adição de nucleotídeos
ocorrerá em sentido oposto ao da progressão da forquilha por meio de fragmentos,
denominados fragmentos de Okazaki (em células eucarióticas, eles possuem entre
100 e 200 nucleotídeos). Essa fita é denominada de fita retardada ou fita
descontínua, e, diferentemente da fita líder, que necessita apenas de um
oligonucleotídeo iniciador, cada fragmento dela deverá ser iniciado separadamente.

Ao fim, a enzima DNA ligase liga os fragmentos, formando uma fita única de DNA.
Tem-se agora duas moléculas de DNA, exatamente iguais em relação à sequência
de nucleotídeos, sendo que essas moléculas são constituídas por uma fita antiga,
pertencente à molécula original, e uma fita nova.

Citosina (C) – Guanina (G)


Guanina (G) – Citosina (C)
Adenina (A) – Timina (T)

Origem da replicação
A primeira etapa na replicação do DNA é a separação das duas cadeias de DNA que
formam a hélice a ser copiado. A DNA Helicase destorce a hélice em locais chamados
origens de replicação. A origem de replicação forma uma geometria em Y, e é
chamado de forquilha de replicação.

A forquilha de replicação se move ao longo da cadeia de DNA, geralmente a partir de


um local interno para as extremidades e em pares. Algumas proteínas de ligação de
cadeia simples trabalham no sentido de não permitir que o DNA volte à forma
helicoidal durante a replicação.
Como se pode ver na, quando as duas cadeias do DNA-mãe são separadas para
iniciar a replicação, uma fita é orientada na direção 5 ‘para 3’, enquanto a outra cadeia
é orientada em 3 ‘para 5’.

Fita Contínua ou fita fragmentada


Entretanto, a DNA polimerase só adiciona novos nucleotídeos no sentido 5’ para 3’.
Logo, a fita molde 3’ para 5’ possibilitará a formação de uma fita contínua de DNA,
mas para usar a fita 5’ para 3’ como molde será necessário fazer a replicação em
pedaços, gerando uma fita fragmentada.

Fragmentos de Okasaki
A replicação da fita b é contínua. Já a fita c é formada de maneira fragmentada e gera
os fragmentos de Okasaki, primeiro pela ação da DNA Primase, seguida da DNA
Polimerase e finalmente com a DNA ligase.
Como pode-se ver acima, o primeiro fragmento de Okazaki sintetizado na fita
fragmentada é o mais distante da a forquilha de replicação. Cada fragmento de
Okazaki subsequente começa próximo à forquilha de replicação e continua até
encontrar o fragmento anterior. Os dois fragmentos são então costurados por DNA-
ligase.

Regulação do processo de replicação


O processo realizado com duas fitas-molde busca evitar erros de replicação. Quando
isso ocorre, diversos mecanismos podem atuar buscando reparar o erro. Por exemplo,
quando uma base se liga de forma errônea à cadeia, enzimas identificam o erro e
substituem a base. No entanto, dependendo do tipo de erro, o ciclo celular pode ser
paralisado temporariamente ou permanentemente ou até mesmo a morte programada
da célula, por apoptose, pode ser induzida.

Enzimas de replicação

DNA Helicase
O mecanismo exige que a dupla-hélice seja aberta, para que as bases sejam
expostas.
Se movem ativamente (consumindo ATP) sobre a fita, rompendo as ligações de
hidrogênio entre as bases nitrogenadas.

Proteínas Ligantes de DNA Fita Simples (SSB)


A fita simples de DNA, recém-aberta pela helicase, tem uma tendência a se associar,
formando grampos.
Essas proteínas se ligam apenas a fita-simples do DNA, mantendo-as estendidas e
impedindo sua reagregação.

A ligação de uma SSB facilita a ligação da seguinte.


À medida que a cadeia vai sendo sintetizada, as SSB se desprendem, pois não têm
afinidade por DNA dupla-fita.
DNA Girase ou Topoisomerase II
A separação das duas cadeias provoca um super enrolamento da hélice na região à
frente da forquilha.
A cada 10 pares de nucleotídeos desemparelhados, a hélice sofre um giro completo
em seu eixo.
Assim, à medida que a cadeia vai sendo aberta, o cromossomo à frente teria que girar
rapidamente para aliviar a torção.
A DNA girasse corta ambas as fitas de DNA, aliviando a tensão permitindo que a
molécula gire.
Em seguida, a própria enzima reconecta as fitas.

DNA Primase
Para que a polimerase inicie a síntese, é preciso que uma outra enzima adicione os
primeiros nucleotídeos.
A DNA primase é um tipo de polimerase especial.
Adiciona um pequeno fragmento de RNA que servirá de iniciador (primer) para o início
da síntese.

Na fita líder, apenas um iniciador é adicionado no início da replicação.


Na fita descontínua, a cada vez que a DNA polimerase completa um pequeno
fragmento de Okazaki, a DNA primase precisa adicionar um novo iniciador.
A DNA polimerase precisa de um segmento dupla-fita para seguir replicando, por isso
esse iniciador é fundamental. Substituição RNA-DNA na fita descontínua. DNA ligase.
Grampo ou Cinta Deslizante
As polímeras estendem a se dissociar facilmente da fita.
Permite que uma polimerase que terminou um fragmento de Okazaki se desprenda
rapidamente e seja reciclada para iniciar um novo.
Essa dissociação dificulta a síntese de fitas longas.

DNA Polimerase
A síntese de DNA requer que desoxirribonucleotídeos livres sejam captados,
pareados, e ligados entre si.
Adiciona desoxinucleotídeos trifosfatados (dNTP) a uma cadeia polinucleotídica.
As polimerases atuam adicionando um nucleotídeo por vez àextremidade 3’-OH de
uma fita.
São capazes de corrigir possíveis erros cometidos.
Só adicionam um novo nucleotídeo se o último tiver sido corretamente emparelhado;
do contrário, este é removido (atividade exonucleotídica).

MUTAÇÕES
Altera uma ou mais bases do DNA, afetando a leitura durante a replicação ou
Transcrição.

Importância:
Benéficas: fonte de todas as variações genéticas.
Maléficas: causa de doenças e distúrbios.

Categorias de mutações

Células somáticas – células componentes do corpo.


Mutaçãos: afeta apenas células do indivíduo em que ocorre.
Células germinativas – gametas.
Mutação: passada para todo o organismo da próxima geração.

Categorias de mutações

Espontâneas
Erros na replicação ou recombinação genética (MENOS COMUM).

Induzidas
Agentes mutagênicos exógenos
Radiações, tabaco, álcool, oncovírus, aflatoxinas, aditivos alimentares.

Mecanismos endógenos
Depurinação, desaminação, espécies reativas de oxigênio, metilação não-enzimática.

Mutações X Expressão Gênica

Mutação de perda de função


Perda de função parcial ou completa da proteína.

Silenciosa
Altera o códon, mas não o aminoácido. Sem a alteração na proteína.
Letal
Alterações fenotípicas tão graves que são incompatíveis com a vida.

Tipos de mutações (pontuais)

1. Substituição
Substituição de um único nucleotídeo na fita de DNA.

a) Transição

b) Transversão

Consequências funcionais

 Mutação Silenciosa
Quando a troca de bases não altera o aminoácido final.

 Mutação de sentido trocado (missense)


Substituição de bases que altera o aminoácido correspondente.
 Mutação sem sentido (nonsense)
Substituição de bases para um códon de parada.

2. Inserção (ou adição)


Adição de pelo menos um nucleotídeo na fita de DNA.

Gera graves alterações na proteína.

3. Deleção
Retirada de pelo menos um nucleotídeo na fita de DNA.
Também gera graves alterações na proteína.

Mutações de adição ou deleção alteram o padrão de leitura (mudança de fase ou


frameshift) a partir daquele ponto.

TRANSCRIÇÃO EM EUCARIOTOS

 O processo em eucariotos é similar, porém muito mais complexo;


 Eucariotos possuem 3 tipos de RNA polimerase (I, II e III).

A síntese se dá no núcleo. Após isso, a molécula passa por um pós-processamento


antes de ser enviada ao citoplasma.
1. Início
 A RNA polimerase II não consegue se ligar sozinha à molécula de DNA;
 Além de também precisar de regiões promotoras, a polimerase precisa de
proteínas que vão ajudá-la a se ligar ao DNA;

 O complexo de proteínas formado pelos fatores de transcrição auxilia o início.


 O fator de transcrição TBP (Tata-binding Protein) se liga a uma região TATA
box;

2. Alongamento
 A RNA polimerase se move ao longo do DNA desenrolando a hélice, expondo
um novo segmento da cadeia molde;
 Híbrido DNA/RNA na região de ação;
 O DNA deixado para trás torna a se emparelhar em dupla hélice;
 O RNA sintetizado é emitido como uma fita livre.

3. Término
 Uma endonuclease reconhece uma região AAUAAA e corta a molécula cerca
de 10pb adiante.

4. Pós-processamento
 A molécula recém-formada é chamada de pré-RNAm;
 Ainda precisa passar por alguns processos para que seja convertida no RNAm
maduro;
 Processamento da extremidade 5’;
 Uma molécula (7-metil-guanosina) apelidada de cap é colocada na
extremidade 5’ (capeamento ou capping).
 Protege o RNAm de degradação por outras enzimas;
 Vai ser importante na tradução;
 Processamento da extremidade 3’;
 É adicionada uma sequência de adeninas (80 a 250), formando uma estrutura
chamada de cauda poli-A na extremidade da fita (poliadenilação);
 Também vai ser importante na tradução;
 Dá estabilidade à molécula;
 Em eucariotos, entre cada gene na molécula de DNA, existem regiões que não
codificam para nenhuma proteína;
 Essas regiões são chamadas de íntrons;
 O DNA intercala íntrons e éxons (regiões codificantes–genes);

 Os íntrons precisam ser retirados da molécula recém-transcrita de RNA, de


modo que o RNAm final seja composto apenas por sequências codificantes;
 Esse processo de retirada é chamado de splicin;
 Assim, antes de sair do núcleo, os íntrons são retirados;
 Os éxons são unidos;
 Sequência codificante ininterrupta;

RNA maduro

 A retirada é feita por snRNPs (“snurps”) [small nuclear ribonucleo protein


particles] associados a algumas outras proteínas.

Spliceossomo

 Os snRNPs são compostos por pequenos snRNA (RNA nucleares-small


nuclear RNA).

Splicing alternativo

 Diferentes proteínas podem ser produzidas a partir do mesmo gene;


 Oque é íntron em uma célula pode ser éxon na outra.

CÓDIGO GENÉTICO
É a combinação das informações químicas e biológicas do material genético que
determina a estrutura e características de todos os seres vivos.
É representado pela organização da ordem dos nucleotídeos que determina a
sequência de aminoácidos que irão compor as proteínas.
A sequência de bases na fita de RNA gerada é lida em trios. Cada trio de bases é
chamado de códon.
No momento da síntese de proteínas, cada códon vai representar um aminoácido.
Uma proteína é simplesmente um conjunto de aminoácidos.

Existem 20 tipos diferentes de aminoácidos. Mas combinando as bases nitrogenadas


(A, U, C e G) em trios, existem 64 combinações possíveis.
Isso significa que um mesmo aminoácido pode ser codificado por vários códons
diferentes.

Características de um código genético

1. Tríplice (Três bases = um códon, que codifica um aa);


2. Degenerado ou redundante (Um mesmo aminoácido pode ser codificado por
códons diferentes);
3. Não é ambíguo (Um códon não pode representar dois aminoácidos
diferentes);
4. Obedece a um sentido (Códon de iniciação e códon de terminação/parada);
5. É quase universal (É o mesmo para quase todos os seres vivos).

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