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Existem 2 tipos de
ácidos nucleicos:
→ DNA (ácido desoxirribonucleico)- garante o armazenamento e a transmissão de
informação genética
→RNA (ácido ribonucleico)- que participa na mobilização e expressão da
informação codificada no DNA, permitindo especificar as sequências de aminoácidos
das proteínas
DNA
Todos os seres vivos apresentam DNA nas suas células:
→ nos procariontes, este encontra-se no citoplasma, na nucleoide.
→ nas células eucarióticas, a maior parte deste encontra-se no núcleo, mas também
pode ser encontrado no interior das mitocôndrias e dos cloroplastos.
A molécula é um polímero de nucleótidos, que são monómeros constituintes de todos
os ácidos nucleicos. Cada nucleótido do DNA é constituído por:
→ 1 molécula de desoxirribose – glícido, com 5 carbonos (pentose)
→1 grupo fosfato
→ 1 base nitrogenada: purinas (2 aneis)—adenina (A) e guanina (G)
pirimídicas (1 anel)—citosina (C) e timina (T)
→ ligação fosfodiéster - liga os nucleótidos (entre o grupo fosfato e o carbono da
pentose do nucleótido seguinte)
→ligação de hidrogénio - liga as bases azotadas (T-A 3 liga. C-G 2 liga. )
-Em 1950, o bioquímico Erwin Chargaff, a partir do DNA obtido de muitas espécies
diferentes e de células distintas de um mesmo organismo, constatou que a quantidade de
adenina é muito próxima da timina e que a quantidade de guanina é muito próxima da
citosina. Com resultado desta observação, conclui-se que a quantidade de purinas é igual à
quantidade de pirimídicas, o que permitiu inferir que no DNA se estabelecem ligações
entre as bases nitrogenadas, ocorrendo emparelhamento: A+T e C+G.
-Apesar do conhecimento químico do DNA, desconhecia-se a estrutura tridimensional da
molécula. Esta começou a clarificar-se a partir de estudos de cristalografia de raios X
(técnica usada para determinar a posição dos átomos nas moléculas de uma substância
cristalizada). Os dados obtidos desta técnica, pela química Rosalind Franklin, sugeriram
que a molécula apresentava uma estrutura helicoidal.
-A partir dos dados relativos à composição, posição dos átomos e dos grupos químicos do
DNA, Francis Crick e James Watson propuseram em 1953, um modelo tridimensional do
DNA que explicava as propriedades químicas conhecidas da molécula. Este permitiu a
compreensão da sua função biológica e abriu novas linhas no domínio da genética.
A molécula do DNA:
→tem uma estrutura em dupla hélice com um diâmetro uniforme
→as 2 cadeias polinucleotídicas estão orientadas em sentidos opostos, ou seja,
apresentam uma disposição antiparalela
→apresenta sulcos, através dos quais as bases nitrogenadas ficam acessíveis para
ligações adicionais, estas regiões são fundamentais para as interações entre o DNA e
as enzimas que intervêm em processos como a replicação do DNA e a sua transcrição
RNA
As moléculas de RNA são polímeros de nucleótidos formados por:
→ 1 molécula de ribose (pentose)
→1 grupo fosfato
→ 1 de 4 bases nitrogenadas: purinas (2 aneis)—adenina (A) e guanina (G)
pirimídicas (1 anel)—citosina (C) e uracilo (U)
Do ponto de vista estrutural e funcional, distinguem-se 3 tipos principais de RNA:
-Um dos requisitos fundamentais para a reprodução, para o crescimento dos organismos e
para a renovação dos seus tecidos consiste na formação de células novas. Para que esta
formação ocorra, é necessário que sejam produzidas moléculas de DNA iguais às que
existiam nas células que lhes deram origem.
-Este processo denominado por replicação do DNA, ocorre, através da intervenção de
várias enzimas que garantem a produção de cópias com elevada fidelidade e de uma forma
rápida:
o no citoplasma das células procarióticas
o no núcleo das células eucarióticas (nucleoplasma- contem nucleótidos)
-Após a descoberta da estrutura do DNA, a forma como esta se replicava era alvo de
grande atenção, existindo várias propostas de modelos de replicação:
-A replicação é semiconservativa.
1º
→ As duas cadeias polinucleótidos da molécula de DNA separam-se, por rutura de
ligações de hidrogénio entre as bases azotadas dos nucleótidos. É a enzima DNA helicase
que “abre” a dupla hélice.
→A replicação inicia-se ao mesmo tempo em vários locais da molécula de DNA, onde se
ligam os primers (ou iniciadores) que são sequências curtas de RNA, com cerca de 5-10
nucleótidos.
→Formam-se bolhas de replicação, e esta ocorre nos dois sentidos, formando-se garfos de
replicação, que são estruturas em forma de Y.
2º
→Cada uma das cadeias polinucleotídicas da molécula de DNA serve de molde à
formação de uma cadeia complementar, a partir de nucleótidos livres na célula.
→A enzima DNA polimerase reconhece as regiões onde estão ligados os primers e, a
partir delas, adiciona nucleótidos lives com bases azotadas complementares àquelas que
ficaram expostas pela abertura da molécula.
3º
→Cada uma das novas cadeias de DNA forma-se no sentido 5`→3`, pelo que começa a
crescer a partir da extremidade 3` da cadeia que lhe serve de molde. Assim, a partir da
cadeia molde da molécula de DNA que tem livre a extremidade 3, a nova cadeia começa a
crescer em 5` e os nucleótidos vão sendo adicionados de um modo contínuo.
→A partir da cadeia molde complementar, que tem livre a extremidade 5`, a nova cadeia
não começa a crescer a partir da extremidade, mas sim de uma localização mais avançada
no garfo de replicação e em direção à extremidade.
→Por esta razão, não se forma de um modo contínuo, mas sim por porções. Chama-se a
cada porção da cadeia de DNA sintetizada deste modo um fragmento de Okazaki.
4º
→Os diferentes fragmentos de Okazaki ligam-se entre si por ligações fosfodiéster, que se
formam por ação da enzima DNA ligase, e os primers de RNA são removidos e
substituídos por DNA.
Transcrição
-Esta consiste na polimerização de mRNA a partir dos genes do DNA, com intervenção da
enzima RNA polimerase.
Em suma: Para que a transcrição ocorra é necessário que a RNA polimerase desenrole um
segmento de DNA. Assim uma das cadeias de DNA serve de molde para o mRNA (que se
constitui através dos nucleótidos existentes no nucleoplasma). A transcrição termina quando o
RNA polimerase encontra um codão de finalização.
Processamento do mRNA
-Nas células procarióticas, o DNA circular não apresenta intrões, pelo que as moléculas de
mRNA produzidas por estes seres (bactérias) não sofrem processamento.
-Nas células eucarióticas, após a transcrição, o mRNA sintetizado possui uma sequência de
bases complementares da cadeia do gene que lhe serviu de molde, não estando em condições de
ir para o citoplasma.
-Esta molécula recém-formada, pré-mRNA, vai ser sujeita a transformações que a convertem
em mRNA processado/maturado, pronto para ir para o citoplasma. Estas transformações
consistem na remoção de intrões (regiões não codificantes) e na união dos exões (segmentos
codificantes). Após sofrer processamento, o mRNA vai para o citoplasma da célula, onde
ocorrerá a tradução da informação genética que transporta
Em suma: Nos eucariontes o RNA utilizado na transcrição é pré-mRNA, uma vez que irá
sofrer maturação. Esta ocorre quando os intrões são removidos. Desta forma, os exões
constituem o mRNA maturado, ou seja a informação para a síntese proteica dispõe-se
fragmentada.
Código genético
-O mRNA resultante da transcrição e do processamento, constitui um mediador entre a
informação genética existente no DNA e a sequência de aminoácidos que vai constituir a
proteína codificada pelo gene transcrito.
-Os ácidos nucleicos são constituídos por 4 nucleótidos diferentes, enquanto que as proteínas o
são por cerca de 20 unidades de aminoácidos. Assim chegou-se há conclusão que para codificar
um aminoácido seriam necessários 3 nucleótidos, um tripleto. (diferentes combinações de
tripletos codificam diferentes tipos de aminoácidos)
-Cada tripleto do mRNA designa-se por codão (sendo o DNA- codogene)
código genético→ relação entre os diferentes codões de mRNA e os aminoácidos por eles codificados
→dicionário entre 2 linguagens: linguagem genética (sequências de bases nitrogenadas) e a
linguagem das proteínas (sequência de aminoácidos)
→Existem 64 possíveis combinações de bases, que podem corresponder a codões (61 codões
codificados).
→ UUA, UAG, UGA- não codificam aminoácidos, são sinais que finalizam o processo de
tradução
→AUG- para além de codificar o aminoácido metionina, serve tb de sinal de iniciação da
tradução
-O código genético é:
o universal- este constitui uma linguagem comum a praticamente todas as células
o não é ambíguo- o mesmo codão não codifica mais do que um aminoácido
o redundante- vários codões podem significar o mesmo aminoácido (sinónimos)
Tradução
-A informação presente no mRNA, sob a forma de uma sequência de codões, é usada para a síntese
de uma cadeia polipeptídica.
-Nesta etapa é necessária a intervenção de moléculas de tRNA, estas possuem numa determinada
região, uma sequência de 3 nucleótidos, é complementar de um codão de mRNA, chamada
anticodão, e transportam aminoácidos específicos.
-Este processo ocorre em 3 etapas:
→ na iniciação:
A molécula de mRNA liga-se à subunidade pequena do ribossoma. No mRNA sucedem-se
sequências de 3 nucleótidos, os codões.
A subunidade menor do ribossoma desliza ao longo da molécula de mRNA, de 5´ para 3´, até
encontrar o codão de iniciação, que marca o início da síntese proteica.
A molécula de tRNA possui o anticodão, complementar ao codão de iniciação, estabelecendo-
se a complementaridade codão/anticodão.
A subunidade maior do ribossoma liga-se à subunidade menor.
→no alongamento:
O ribossoma desliza sobre a molécula de mRNA para o codão seguinte e dá-se a ligação
temporária, por complementaridade, de outro tRNA que possui um anticodão complementar
ao codão de mRNA e que transporta o aminoácido correspondente.
Dá-se a ligação de um novo aminoácido à metionina. É uma ligação peptídica.
O ribossoma avança para o codão seguinte e o processo repete-se. A subunidade maior do
ribossoma forma ligações peptídicas entre os aminoácidos transportados por tRNAs
consecutivos.
Os tRNAs, após estabelecerem complementaridade com os codões e dar-se a ligação de
aminoácidos, vão-se desprendendo e ficam livres.
→ na terminação:
Quando o ribossoma encontra um codão de finalização, que não corresponde a nenhum
aminoácido, o último tRNA abandona o ribossoma, as duas subunidades do ribossoma
separam-se e o péptido é libertado.
-A mensagem genética pode ser amplificada com recurso a diversas estratégias como:
o Produção de várias cópias de mRNA, por várias RNA polimerase em simultâneo, a partir
da transcrição de um único gene.
o Formação de polirribossomas. A tradução de uma única molécula de mRNA pode
ocorrer simultaneamente através da ação de vários ribossomas. Estes conjuntos
denominados polirribossomas, permitem aumentar a eficiência do processo de síntese
proteica, produzindo muitas cópias da mesma proteína a partir de uma molécula de
mRNA. Através da ação de enzimas, é possível que os ribossomas que chegam ao fim da
tradução da molécula se liguem novamente à extremidade 5´ do mRNA, iniciando de
novo a leitura da mensagem genética.
-O local da ação das proteínas pode estar afastado do local onde são sintetizadas, o que implica a
sua movimentação para outras regiões do citoplasma/núcleo/exterior à célula.
-Apesar de todas as células do organismo conterem todo o DNA correspondente ao genoma, nem
todos os genes são expressos nas diferentes células
Ex: fenótipo → aquilo que vemos (olhos azuis, pessoa mais alta)
- físicos (radiações)
-biológicos (vírus)
EX: A anemia falciforme é uma doença hereditária que resulta do facto de as hemácias
apresentarem uma forma foice. Estas transportam menos oxigénio, perturbam o fluxo através dos
capilares sanguíneos podendo causar bloqueios que diminuem a oxigenação dos tecidos. Esta forma
particular das hemácias resulta de uma mutação no gene que codifica uma das cadeias
polipeptídicas da hemoglobina.
- As mutações podem afetar a expressão dos genes de várias formas, podendo ser classificadas em
função do efeito que provocam nas proteínas que codificam. (mutação pontual-num único par de
bases)
o mutações silenciosas/sinónimas- não afetam a função do gene, uma vez que a alteração das
bases na sequência do DNA não tem efeito na tradução. Neste caso, o codão alterado
codifica o mesmo aminoácido que o codão original, mantendo-se a produção da mesma
proteína.