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Recurso natural- toda a substância ou forma de energia passível de ser aproveitada pelo ser
humano
Recursos geológicos (minerais, energéticos e hidrogeológicos)- fração de recursos naturais
provenientes da geosfera, podem corresponder a materiais sólidos, líquidos e gasosos
A exploração sustentada dos recursos deve ter em conta a sua capacidade de reposição, para que futuras
gerações a possam utilizar. Os cidadãos têm de ter um papel ativo: consciência dos problemas
relacionados com a extração e o uso de recursos, participar na redução de consumo de matérias e na sua
reciclagem.
As reservas são recursos geológicos conhecidos e com exploração económica. A sua exploração
depende do aumento da procura dessa matéria-prima—aumento do valor de mercado, e depende da
capacidade tecnológica para a sua extração.
→recursos renováveis- recursos geológicos repostos por processos naturais com uma rapidez superior
à do seu consumo, permite o seu uso continuo
→recursos não renováveis- recursos geológicos que se formam lentamente, em condições específicas,
que ocorrem em ambientes restritos (estes são extraídos a um ritmo muito maior ao da sua reposição)
Recursos minerais
Recursos minerais metálicos
Correspondem ás rochas e aos minerais de onde são extraídos os metais.
→num jazigo surgem um ou mais minerais com interesse económico, que constituem o minério, a partir do
qual serão extraídos os elementos metálicos com valor económico
Recursos energéticos
Combustíveis fósseis
Estes combustíveis são materiais inflamáveis extraídos a partir de formações rochosas da crusta. Estes
resultam da evolução, ao longo de milhares de anos, de restos biológicos acumulados em bacias de
sedimentação. Grande parte dessa matéria resultou da fixação de CO2 e da captação da energia luminosa
através da fotossíntese. Assim, estes materiais orgânicos possuem energia química fóssil, acumulada em
processos fotossintéticos ocorridos no passado. Assim, a libertação massiva de CO2, através da queima dos
combustíveis fósseis, é um processo de aceleração de retorno à atmosfera do carbono que permaneceu
acumulado nesses reservatórios sedimentares.
NOTA: o ritmo atual do consumo destes combustíveis tem contribuído para o aquecimento global, por via
dos gases com efeito de estufa (CO2), libertados durante a conversão energética desses combustíveis.
O carvão é uma rocha que resulta da incarbonização de material vegetal que não foi
completamente decomposto. Este é o combustível fóssil mais abundante na crusta terrestre e é um
substituto de madeira como fonte de energia.
O petróleo e o gás natural resultam de detritos orgânicos acumulados em mares, ambientes lagunares e
lacustres.
1) Deposição de restos orgânicos em ambientes deficitários em oxigénio e o seu rápido enterramento
por sedimentos impermeáveis, que os protegem da ação dos organismos aeróbios. Neste os restos
evoluem lentamente com a acumulação de sedimentos.
2) Ao serem enterrados mais profundamente, as ligações químicas das suas moléculas vão sendo
quebradas, em resultado do aumento da pressão e da temperatura, formando uma substância de
transição, o querogénio.
3) Para que ocorra formação de petróleo, os restos devem ser sujeitos entre 60-120ºC, ocorrem entre
os 2000-4500m de profundidade, na designada janela de petróleo.
4) A temperaturas iguais ou superiores, até 200ºC, forma-se gás natural (janela do gás natural).
5) Quando sujeitas a valores superiores a 200ºC, os hidrocarbonetos são decompostos.
Devido à baixa densidade, estes materiais ascendem, abandonando a rocha-mãe após a sua génese e
acumulando-se em locais propícios. As condições que permitem a sua acumulação de hidrocarbonetos são
armadilhas petrolíferas. Onde estas são limitadas superiormente por uma rocha que impede a subida dos
hidrocarbonetos (rocha de cobertura ou selante), sob a qual se encontra a rocha que os contém (rocha-
armazém ou reservatório).
O petróleo para além de ser associado à produção de combustíveis, é também fonte de matéria-
prima para diversos materiais (asfalto, plásticos, tintas, equipamento médicos).
Os métodos de prospeção, extração e refinação do petróleo têm um custo e um grau de
desenvolvimento tecnológico elevados.
Os problemas ambientais do uso do petróleo colocam-se: na extração, no transporte, na
refinação e na utilização.
O gás natural é usado, principalmente, na produção de calor, para obtenção de eletricidade ou para
aquecimento industrial e doméstico. Este é o combustível fóssil que menos liberta gases de efeito de estufa
durante a combustão e apresenta menor impacto ambiental durante o transporte e armazenamento.
Recentemente, explora-se o gás shale ou gás xisto, um método de extração e aproveitamento de
hidrocarbonetos retidos na rocha-mãe. A sua extração implica perfurações horizontais e injeções de grandes
quantidades de fluidos a elevada pressão para fraturar (fracking) a rocha e extrair o gás.
Energia nuclear
É obtida a partir da fissão de átomos de urânio, retirados de minerais (torbernite e autunite). Apenas 0.8% do
uranio obtido corresponde ao isótopo 235, de interesse energético. Os restantes correspondem ao isótopo 238.
A energia nuclear resulta da desintegração radioativa de uranio em centrais nucleares (fissão nuclear).
Uma das consequências deste processo é a libertação de uma grande quantidade de calor, usado na
produção de eletricidade de uma forma análoga.
Acresce os custos elevados de construção, operação e posterior desmantelamento das centrais, bem
como a ausência de soluções satisfatórias para o armazenamento de resíduos nucleares. Estes que são
altamente radiativos motivo pelo qual são mantidos em recipientes resistentes e duráveis.
A energia nuclear é uma alternativa aos combustíveis fosseis devido ao aquecimento global, uma vez
que a partir desta é possível obter grandes quantidades de energia sem libertação direta de CO2 para a
atmosfera.
Energia geotérmica
Em regiões onde o gradiente geotérmico é elevado, o calor interno da Terra pode ser aproveitado para a
produção de eletricidade ou para aquecimento.
-O aproveitamento desta energia depende do aquecimento da água numa zona profunda da Terra, que
contribui um reservatório de calor. O fluido aquecido é a água subterrânea resultante da infiltração da água
superficial ao longo de fraturas. A extração de água quente ou de vapor, pode ser aumentada através de furos.
A água também pode ser introduzida artificialmente no reservatório de calor por bombardeamento a partir da
superfície, de forma a compensar o volume de água extraído.
Energia geotérmica de alta entalpia→ a temperatura do fluido é superior a 150ºC, sendo usada na
produção de eletricidade
Energia geotérmica de baixa entalpia→ a temperatura do fluido é inferior a 150ºC, sendo
utilizada para o aquecimento de estruturas (instalações residenciais, comerciais) e aquecimento
industrial ou agrícola
Esta contribui para o desenvolvimento sustentável, pois o seu uso reduz o consumo de combustíveis fósseis,
diminuindo a emissão de gases com efeito de estufa. Uma das desvantagens é que o aproveitamento desta
fonte de energia só é possível em locais de elevado gradiente geotérmico, e as centrais geotérmicas têm um
elevado custo de instalação e manutenção. O fluido geotérmico precisa de cuidados ambientais necessários na
sua rejeição.
Na ilha dos açores existe exploração de alta entalpia.
NOTA: Os recursos geotérmicos do continente são de baixa entalpia. As ocorrências geotérmicas em Portugal
estão associadas a falhas, ao longo das quais há infiltração de água. A água ao circular em grandes
profundidades é aquecida devido ao gradiente geotérmico. A menor densidade da água quente, associada à
rede de fraturas permite a sua ascensão até à superfície.