Você está na página 1de 5

Bioquímica Celular – ácidos Nucléicos

Os ácidos nucléicos são as maiores moléculas encontradas no mundo vivo e responsáveis pelo controle
dos processos vitais básicos em todos os seres.

As enzimas regulam as funções vitais mediante o controle que exercem sobre as reações bioquímicas que
se processam no organismo. Acontece que todas as enzimas são produzidas sob a “supervisão” de um
ácido nucléico, segundo a “programação” genética que ele apresenta. Daí os ácidos nucléicos serem
considerados as “moléculas mestras” da vida.

Classificação e constituição dos ácidos nucléicos

Nos seres vivos, existem dois tipos de ácidos nucléicos: o ácido desoxirribonucléico, representado pela
sigla DNA ou ADN, e o ácido ribonucleico, representado pela sigla RNA ou ARN.

Os ácidos nucléicos são grandes moléculas constituídas por unidades menores denominadas nucleotídeos
(Os nucleotídeos são moléculas orgânicas formadas por uma base nitro- genada, um açúcar
pentose e uma ligação fosfato. Desempenham diversas funções biológicas como a do
armazenamento e a transmissão da informação genética, participam em reações de transferência
de energia). Cada nucleotídeo, por sua vez, é constituído por um grupo fosfato (íon derivado de ácido
fosfórico) ligado a uma pentose (monossacarídeo com cinco átomos de carbono), que se liga a uma base
nitrogenada.

A pentose, nos ácidos nucléicos, pode ser de dois tipos: ribose e desoxirribose.

As bases nitrogenadas, por sua vez, classificam-se em duas categorias: púricas e pirimídicas.

No DNA, a pentose é sempre a desoxirribose e as bases nitrogenadas que podem ser encontradas são:
adenina, guanina, citosina e timina.

No RNA, a pentose é sempre a ribose e as bases nitrogenadas encontradas são: adenina, citosina,
guanina e uracila
No DNA não existe uracila e no RNA não existe timina.

Ácido desoxirribonucleico – DNA

De acordo com o modelo proposto por James Watson e Francis Crick, em 1953, para o DNA, a molécula é
constituída por dois filamentos (cadeias de nucleotídeos) enrolados, um ao redor do outro, na forma de
uma hélice dupla. Os nucleotídeos de um mesmo filamento ficam unidos através de uma ligação que se
estabelece entre a pentose de um nucleotídeo e o fosfato do nucleotídeo vizinho. E os filamentos também
chamados de fitas, estão ligados por meio de pontes de hidrogênio situadas entre uma base púrica e uma
base pirimídica.

No DNA, a base púrica adenina (A) liga-se sempre à base pirimídica timina (T); e a base púrica guanina
(G) liga-se sempre à base pirimídica citosina (C), figura 3.5.
No esquema vemos que, o DNA, o número de nucleotídeos adenina é sempre igual ao número de
nucleotídeos timina, da mesma forma que o número de nucleotídeos citosina é sempre igual ao número de
nucleotídeos guanina. Suponhamos, então, que no DNA de uma célula existam 30% de guanina. Como
cada guanina liga-se somente a uma citosina, a existência de 30% de guanina implica a existência de 30%
de citosina. Portanto, restam 40% para as outras bases (adenina e timina). Como o número de A e T deve
ser igual, conclui-se que esse DNA contém 20% de adenina e 20% de timina.

Duplicação do DNA

Uma das mais importantes características do DNA é sua capacidade de autoduplicação ou replicação,
de forma a originar cópias exatas de si mesmo.

Esse fato é fundamental para a vida, pois a autoduplicação permite que, após uma divisão celular, as
células-filhas recebam as mesmas instruções biológicas contidas nas moléculas de DNA da célula-mãe e,
portanto, fiquem igualmente “aparelhadas” para o desempenho de suas atividades metabólicas.

A autoduplicação do DNA, explica a grande semelhança existente entre as várias gerações de uma
determinada espécie, uma vez que o equipamento genético – representado basicamente pelo conjunto de
moléculas de DNA que um organismo possui – mantém-se mais ou menos inalterado ao se transferir de
pais para filhos.

Na duplicação do DNA ocorrem os seguintes fenômenos:

- o rompimento de pontes de hidrogênio que ligam as bases nitrogenadas, separando os dois filamentos
que compõem a molécula de DNA;

- encaixe de nucleotídeos livres (já existentes na célula) nos nucleotídeos dos filamentos que se separam
do DNA; esse encaixe ocorre quando a adenina se liga à timina (e vice-versa) e a citosina se liga à
guanina (e vice-versa);

- formação de duas moléculas novas de DNA, após a complementação dos filamentos do DNA original
pelos nucleotídeos novos.

duplicação do DNA
Ácido Ribonucléico

A exemplo do DNA, o RNA é também um polímero de nucleotídeos. Mas, em vez dos dois filamentos de
nucleotídeos observados no DNA, o RNA é formado por apenas um. Além disso, a pentose no RNA é a
ribose, e as bases nitrogenadas são adenina, citosina, guanina e uracila. Portanto, na molécula de
RNA não está presente a timina.

Uma das propriedades do DNA consiste em seu poder de autoduplicação. Outras características marcante
dessa molécula está na sua capacidade de fabricar moléculas de RNA. Na verdade, é graças a isso que o
DNA comanda as atividades celulares. O DNA, ao produzir o RNA, transmite a ele uma mensagem
química, de acordo com a sequencia de bases nitrogenadas que contém. O RNA, então, recebe a
mensagem e, de acordo com ela, comanda a síntese de uma determinada proteína na célula. Muitas
dessas proteínas terão papel enzimático, ou seja controlarão as reações químicas necessárias à
manutenção das atividades celulares.

O DNA, portanto, não age diretamente em todas as reações celulares, uma vez que é encontrado
sobretudo no núcleo da célula, e grande parte das reações celulares se processa no citoplasma. Logo,
mediante a síntese de RNA, o DNA transmite as informações para a síntese enzimática e controla
indiretamente as reações celulares.

“O DNA produz o RNA e o RNA comanda a fabricação de enzimas e outras proteínas”.

Síntese de RNA

A síntese de RNA compreende:

- o rompimento das pontes de hidrogênio que ligam as bases nitrogenadas, separando os dois filamentos
que constituem a molécula de DNA; o filamento de DNA pode ser rompido total ou parcialmente, uma vez
que pode ocorrer a cópia de apenas uma parte da molécula;

- o encaixe dos nucleotídeos livres de RNA (dotados de ribose). O processo é semelhante ao que ocorre
na duplicação do DNA. Mas, onde no DNA ocorreria o encaixe da timina, encaixa-se sempre a uracila. O
encaixe dos nucleotídeos de uma determinada molécula de RNA ocorre apenas sobre uma das fitas do
DNA, chamada de “fita-molde” ou “fita ativa”. O RNA é constituído por uma fita de nucleotídeos;

- a formação da molécula de RNA, que se destaca da fita ativa e migra geralmente para o citoplasma;

- o pareamento das duas fitas de DNA que se haviam separado, de maneira a reconstituir a molécula
original de DNA.

Diferenças entre DNA e RNA

O DNA e o RNA exibem algumas diferenças quanto a suas estruturas moleculares. Essas diferenças são
verificadas quando se consideram o tipo de pentose e de bases nitrogenadas, e o número de filamentos
de nucleotídeos que constituem cada uma dessas moléculas.

Resumo das principais diferenças que podem ser estabelecidas entre DNA e o RNA.

Você também pode gostar