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Moisés Afonso Cuinhane

PRINCIPAIS FACTORES QUE INFLUENCIAM NA DESNUTRIÇÃO EM


CRIANÇAS DE 0-59 MESES QUE FREQUENTAM ÀS CONSULTAS NO
CENTRO DE SAÚDE NO 2

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2020
Moisés Afonso Cuinhane

PRINCIPAIS FACTORES QUE INFLUENCIAM NA DESNUTRIÇÃO EM


CRIANÇAS DE 0-59 MESES QUE FREQUENTAM ÀS CONSULTAS NO
CENTRO DE SAÚDE NO 2

Projecto de pesquisa a ser apresentado ao


Departamento de Ciências Naturais e
Matemática, curso de Licenciatura em
Estatística e Gestão de informação como
requisito para aprovação na disciplina de
Métodos de Estudo e Investigação Científica.

Supervisor/Docente:
Abrantes Joao Afonso

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2019
ÍNDICE
1. Introdução............................................................................................................................ 7
1.1. Objectivos .................................................................................................................... 8
1.1.1. Objectivo geral ..................................................................................................... 8
1.1.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 8
1.2. Hipóteses ...................................................................................................................... 8
1.3. Justificativa .................................................................................................................. 9
2. Fundamentação Teórica ...................................................................................................... 9
3. Metodologia ...................................................................................................................... 10
4. Cronograma ....................................................................................................................... 11
5. Orçamento ......................................................................................................................... 12
6. Referências bibliográficas ................................................................................................. 13
1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho trazemos uma abordagem científica relativamente aos factores que contribuem
na desnutrição em crianças de 0 - 59 meses. A OMS 2011. Define desnutrição energética
protéica como um conjunto de patologias que ocorrem devido à deficiência de aporte, transporte
ou utilização de nutrientes, principalmente de energia e proteínas pelas células do organismo,
atingindo com maior frequência lactentes e pré-escolares.
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, é um dos melhores indicadores de saúde de
uma criança e reflete suas condições de vida no passado e presente. Quando o ser humano nasce,
traz consigo um potencial genético de crescimento que, para ser alcançado, dependerá das
condições de vida à que esteve exposto, desde sua concepção até a fase adulta. O crescimento
é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), que incluem a
alimentação, higiene e habitação; sendo que esses podem tanto retardar como acelerar o seu
desenvolvimento.
Para o surgimento da desnutrição existem alguns fatores de risco, esses podem ser macro
ambientais, ou seja, fatores que não são controlados pelos indivíduos, como os sistemas
políticos, econômicos e sociais; ou micro ambientais, que se referem aos aspectos ligados à
família. Dentre os macroambientais podemos citar: pobreza, superpopulação, problemas
ambientais, instabilidade social e insegurança; dentre os micro ambientais: baixa renda; baixo
nível de instrução formal dos familiares; desemprego, família desestruturada; despreparo para
a maternidade ou paternidade; mãe muito jovem ou adolescente; mãe solteira e habitação
inadequada.
Os fatores micro ambientais são influenciados pela relação entre mãe ou responsável e criança,
pois a interação entre pais e filhos é mediadora dos fatores de risco presentes no ambiente ou
daqueles presentes nos próprios pais e na criança. Neste caso o principal objectivo é descrever
quais as causas que influenciam na desnutrição em crianças de 0 – 59 meses, pelo qual
necessitam de mais atenção para melhoria da qualidade de vida favorável.

Os Centros de Saúde da Cidade têm sido alvo de queixas por parte de alguns extratos de
população quanto a sua qualidade no atendimento, facto que pode condicionar a fraca adesão
ou até mesmo abstenção da população no que concerne ao uso e aproveitamento dos serviços
localmente oferecidos, em parte são desconhecidas as causas que influenciam na desnutrição
crónica em crianças de 0-59 meses que frequentaram as consultas no centro de saúde nº4. Esta
situação contrasta com a missão do sector de saúde que é de preservar e promover a saúde da
população, incentivar a prestação de serviços de boa qualidade, tornando acessíveis a todos
residentes daquela região.
Posto em causa o texto acima coloca-se a seguinte pergunta de pesquisa:

1. São desconhecidos os principais factores que influenciam na desnutrição em crianças


de 0 – 59 meses que frequentam às consultas no CSN 2?

1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Determinar os factores que levam à desnutrição em crianças de 0-59 meses que frequentam
as consultas no Centro de Saúde No 2
1.1.2. Objectivos específicos

 Determinar as características sócio demográficas da população alvo;


 Avaliar o nível de conhecimento das mães sobre alimentação infantil;
 Verificar a disponibilidade de suplementos alimentares no CSN 2;
 Determinar a frequência dos casos de desnutrição crônica nas consultas;
 Identificar as causas potenciais da desnutrição em crianças de 0 -59 meses;

1.2. Hipóteses

1- Estima-se que maior parte da proporção afectada esteja relacionada com os hábitos e costumes
alimentantes que influenciam na desnutrição em crianças de 0 -59 meses;

2- Desmame precoce influencia na desnutrição crônica;

3- O histórico perinatal da mãe em relação ao HIV; TB e Malária influenciam na desnutrição


crônica;

4- Introdução precoce dos alimentos complementares causa mau desenvolvimento sustentável da


criança;

5- A indisponibilidade de recursos suplementares no CSN 2 influência na desnutrição crônicas;

6- As características demográficas influenciam no prognóstico da criança em tratamento da


desnutrição;
7- A idade materna inferior a 15 anos e a baixa renda influencia no tratamento da desnutrição
crônica em crianças de 0 -59 meses.
1.3. Justificativa

O governo tem vindo massificar esforços convista a reduzir significativamente os casos de


desnutrição no país e associação com outros casos, promovendo o bem-estar populacional.
O projecto poderá trazer evidências, factores prováveis ligados a desnutrição que têm-se verificado
na região, maior extratos de população proveniente desta área com índices de desnutrição elevado,
necessidade de apuramento de factos que norteiam detalhadamente no que refere - se a nutrição
colectiva e qualidade de vida abrangente a população, maior teor de reclamação na qualidade de
atendimento nutricional.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a desnutrição crónica como baixa estatura para
a idade e difere da desnutrição aguda, definida como baixo peso para a altura. A desnutrição
aguda pode aparecer em qualquer época da vida e pode ser recuperada. Por sua vez, a
desnutrição crónica é causada pela desnutrição aguda na fase da vida entre a concepção e os
primeiros dois anos de idade e não é tratada.
No mundo, aproximadamente 2 bilhões de pessoas (incluindo crianças e adultos de ambos
sexos) são afectadas por deficiências de micronutrientes. O relatório da UNESCO (2014),
indica que a prevalência de desnutrição (aguda e crónica) continua a ser uma grande
preocupação.
Estimativas da UNICEF (2011) indicam que 34% das crianças de todo o mundo apresentam
déficit de estatura por idade (desnutrição crónica), percentual que aumenta para 44% quando
analisados os países menos desenvolvidos (incluindo Moçambique). O comprometimento do
crescimento linear contribui com as altas taxas de morbimortalidade e pode influenciar o
desenvolvimento motor, mental e o desempenho escolar.
No Brasil, o problema apresentou marcantes reduções nas últimas décadas, indicando -se como
factores importantes as melhoras relacionadas ao poder aquisitivo dos mais pobres e os avanços
nos serviços essenciais de saúde, educação e saneamento, conforme divulgado na Revista Saúde
Pública (2009; p43). É um factor principal nas altas taxas de mortalidade entre crianças com
menos de 5 anos de idade. Na Nigéria, país do oeste da África, que sofreu em 2005 graves
problemas de fome, os relatórios das Nações Unidas estimaram que havia, respetivamente,
150.000 e 650.000 crianças desnutridas moderada e gravemente. Nesse país, a desnutrição foi
a causa directa e indirecta da mortalidade de 60% das crianças com menos de 5 anos de idade.
Em Moçambique, 44% das crianças sofrem de desnutrição crónica ou baixa altura para a idade,
ou seja, uma em cada duas crianças menores de 5 anos de idade não consegue atingir o seu
potencial de crescimento físico, mental e cognitivo, conforme critérios de OMS (2008). As
províncias de Cabo Delgado e Nampula apresentam as taxas mais elevadas do país (> 50%) e
as taxas para Zambézia, Niassa, Tete e Manica são intermediárias (> 45%). As províncias com
menores taxas (< 40%) são Inhambane, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade. A falta de
resultados satisfatórios relativos à redução da desnutrição crónica tem implicação não apenas
no comprometimento do desenvolvimento socioeconómico, mas também representa uma falha
por não fazer valer progressivamente os direitos humanos dos moçambicanos, especialmente o
Direito à Alimentação Adequada e o Direito à Saúde.
O Centro de Saúde Nº 2. Unidade de Saúde primária, que tem como função servir à população
de sua área de saúde, incluindo intervenções sobre o meio ambiente (DM nO. 127/2002). Fazem
parte dos CSP: Educação para saúde, PAV, ESMI/PF, promoção do saneamento do meio e das
actividades de vigilância e o controlo de higiene do ambiente; garantia de qualidade de água e
alimentos (Inspecções sanitárias); Promoção de boas práticas nutricionais e prevenção de
doenças nutricionais; Prevenção e controlo das principais doenças endémicas com respeito as
respectivas estratégias.

3. METODOLOGIA

Baseando-se na revisão bibliográfica dos textos que relatam sob forma específica a desnutrição
aguda e crônica, referente a diversos autores com marcação histórica na evolução científica desde
os tempos remotos aos dias actuais. Este projecto pode ser classificado como de Pesquisa descritiva
(descreve sistematicamente as características de uma população, situação ou área de interesse),
longitudinal (estuda as variáveis ao longo do tempo) e retrospectivo (destinada a estudar eventos
que tenham ocorrido), entendendo-se, ainda, que este trabalho esteja enquadrado no estudo de casos,
caracterizado pelo aprofundamento de situação actual e interacções com o ambiente de uma ou
algumas unidades (observada no Centro de Saúde no 2) referente ao igual período (primeiro
semestre de 2015 e de 2016 respectivamente). Serão revisados os processos clínicos e/ou outros
documento anteriores que foram utilizados durante a colecta de dados.
População e amostra

População: São todas as crianças de 0 – 59 meses e respectivos acompanhantes (de diferentes


regiões, géneros e idades) que frequentam as consultas no Centro de saúde No 2.

Amostra: Extrato significativo (que conserva as características da população) de crianças,


identificadas em número absoluto. Amostragem será feita em intervalos com vista a obter amostras
homogéneas, analisando períodos mais incidentes.

Instrumentos de recolha de dados

Para a recolha de dados vamos recorrer à questionários e entrevistas, os quais serão


administrados aos Técnico de saúde e mães das crianças que sofre de má nutrição.
Portanto, constituirão variáveis a serem observadas, as seguintes:
 Tipos de desnutrição ocorridas no centro
 Causas da desnutrição
 Conhecimentos de normas de nutrição infantil

Procedimentos de análise

Para análise dos dados usaremos procedimentos estatísticos não paramétricos, por termos que
comparar dados de variáveis em que algumas não são quantitativas. Portanto, usaremos
estatísticas do Qui-quadrado, V de Cramer e F de Fisher.

4. CRONOGRAMA

Ordem Actividade Período/Mês


Jan. Fev. Março Abril Maio Junho Julho
1 Apresentacao,
Organizacao e
distribuicao em equipes
nas Consultas, Miniteste
de viabilidade do
projecto
2 Utilizacao de metodos e
tecnicas de coleta de
dados em intervalos
diarios intercalados
3 sectores3Sintese e
discussao de equipes
sobre a colecta de dados,
saneamentos das
dificuldades encontradas
durante o processo

4 Encontro geral do grupo


de pesquisadores,
Avaliacao e Monitoria
metodologica de trabalho
5 Análise e interpretação
dos resultados
6 Consenso de Discussao,
Recomendacoes, analise
e divulgacao de
resultados.
7 Correcções

5. ORÇAMENTO

1 Semestre 2 Semestre
DESPESAS PARA Qty Valor Total Qty Valor Total
EXECUÇÃO
Salários dos Participantes 10 6546,00 65.460,00 10 6546,00 65.460,00
Resmas de Papel A4 5 350,00 1.750,00 5 350,00 1.750,00
Linha Telefónica e Internet 1 12.000,00 12.000,00 1 12.000,00 12.000,00
Electricidade 1 10.000,00 10.000,00 1 10.000,00 10.000,00
Lanches Durante o Período 10 1.500,00 15.000,00 10 1.500,00 15.000,00
Subtotal 30.396,00 104.210,00 30.396,00 104.210,00
DESPESAS PARA O
1 Semestre 2 Semestre
FINANCIADOR
Despesa de aquisição de reagentes 1
7.596,00 7.596,00 1 9.749,00 9.749,00
e matérias dispensável
Despesas de aquisição de 1
125.000,00 125.000,00 1 175.000,00 175.000,00
equipamentos
Despesas de aquisição de 1
20.000,00 20.000,00 1 30.000,00 30.000,00
materiais de escritório
Despesas de combustível 1 15.500,00 15.500,00 1 20.000,00 20.000,00
Subtotal 168.096,00 168.096,00 234.749,00 234.749,00
DESPESAS GERAIS DO
272.306,00 272.306,00 338.959,00 338.959,00
PROJETO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bibliografia usada:

1. Universidade Pedagógica – Comissão Central de Reforma Curricular. Normas para


Produção e Publicação de Trabalhos Científicos na Universidade Pedagógica. Maputo,
2009;
2. Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NRB, Franceschini SCC, Tinoco ALA, Leal PFG.
Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de
pré escolares de creches municipais. Rev Nutr.2005;18(3):321- 30.
3. Romani SAM, de Lira PIC. Fatores determinantes do crescimento infantil. Rev Bras Saude
Mater Infant. 2004;4(1):15-23.
4. Secretaria Municipal de Saúde. Manual de Orientação para Profissionais de Saúde. Juiz de
Fora: Prefeitura de Juiz de Fora; 1999.
5. 5. MISAU - PAMRDC: Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição
Crónica em Moçambique 2011-2015 (2020). Disponível em: www.misau.gov.mz

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