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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ÉTICA E CIÊNCIAS HUMANAS

SAÚDE PUBLICA

Disciplina: Trabalho de Culminação do Curso

Tema: Causas da Desnutrição Crónica em Crianças dos 0 a 5 Anos: Analise Centro de


Saúde de Mulotona (2020-2023).

Discente: Amélia Bernardo Obadias

Supervisora: PhD. Brigida Nhantumbo

Maputo.28.11. 2023
UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ÉTICA E CIÊNCIAS HUMANAS

SAÚDE PUBLICA

Causas da Desnutrição Crónica em Crianças dos 0 a 5 Anos: Analise Centro de


Saúde de Mulotona (2020-2023).

Projecto de Pesquisa elaborado para fins de


produção de Monografia Científica, Curso
de Licenciatura em Saúde Publica.

Supervisora: PhD. Brigida Nhantumbo

Discente: Amélia Bernardo Obadias

Maputo.30.05. 2023
Índice

CAPITULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS.......................................................................3

1. Introdução................................................................................................................................3

1.1. Contextualização..............................................................................................................4

1.2. Delimitação do Tema........................................................................................................5

1.3. Problematização................................................................................................................5

1.4. Objectivo Geral.................................................................................................................6

1.5. Objectivos Específicos.....................................................................................................6

1.6. Hipóteses..........................................................................................................................6

1.7. Justificativa.......................................................................................................................7

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................9

2.1. Desnutrição......................................................................................................................9

2.2. Desnutrição na Infância e suas causas............................................................................10

2.4 Desnutrição Infantil por Kwashiorkor.............................................................................11

2.5. Alimentação e nutrição...................................................................................................13

2.6. Aleitamento/ amamentação............................................................................................14

2.7. Hábitos alimentares........................................................................................................14

2.8. Fatores relacionados à desnutrição infantil....................................................................15

2.9. Principais alterações na criança devido à desnutrição....................................................16

2.10. Distribuição de baixo peso...........................................................................................16

CAPITULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA........................18

3.1. Tipo de Pesquisa.............................................................................................................18

3.a. Definição do Universo da Pesquisa................................................................................19

3.b. Selecção da Amostra.....................................................................................................19

3.c. Técnica de Colecta de Dados..........................................................................................20


3.d. Entrevista........................................................................................................................20

3.e. Questionário................................................................................................................21

Cronograma...............................................................................................................................22

Orçamento.................................................................................................................................22

Referências Bibliográficas........................................................................................................23
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CAPITULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

1. Introdução

A desnutrição é uma doença clínico-social multifactorial, caracterizada pela oferta insuficiente


de nutrientes que são essenciais para o desenvolvimento saudável do ser humano, que a partir
dessa condição vai cursar com baixo ganho ponderal de peso e posteriormente estar susceptível
a desenvolvimento de deficiências nutricionais podendo desencadear inúmeros problemas a
criança, como menor aproveitamento na escola e diminuição da capacidade de produção na vida
adulta. Diante disso, a desnutrição ainda continua a ser um problema muito relevante de saúde
pública.

Entretanto, o presente trabalho tem como tema: Causas da Desnutrição Crónica em Crianças dos
0 a 5 Anos: Caso do Centro de Saúde de Mulotona (2020-2023), e para o alcance desta pesquisa
traçamos o seguinte objectivo geral que é analisar as causas da desnutrição crónica em crianças
dos 0 a 5 anos.

Dentre as deficiências nutricionais pode ser citada a desnutrição infantil que é caracterizada pela
falta de nutrientes essenciais ao desenvolvimento e consequentemente o baixo ganho de peso.
Apesar dos dados epidemiológicos apontarem a diminuição da sua prevalência, é muito
importante ser ressaltada, pois está correlacionada directamente a factores como condições
socioeconómicas, ambientais e oferta de refeições em quantidades incorrectas que não atendem
as demandas nutricionais da criança (Lacerda; FARIA, 2009; Vitolo et al., 2015).

Do ponto de vista metodológico, a opção recaiu sobre a pesquisa exploratória, recorrendo à


metodologia de estudo de caso. Quanto aos fins, esse estudo se classifica como sendo descritivo
e exploratório. E quanto aos meios este se classifica como sendo uma pesquisa bibliográfica

A estrutura conceptualizada para este trabalho em consonância com os propósitos


metodológicos, é composto por três capítulos: Capitulo I, retrata sobre os aspectos introdutórios;
Capitulo II, aborda sobre a revisão literária e o Capitulo III aborda sobre a metodologia que
serão usadas na presente pesquisa e as referências bibliográficas.
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1.1. Contextualização

A desnutrição ou deficiência nutricional é caracterizada pela necessidade energética do


organismo, está quase sempre relacionada com a pobreza e se expressa por carência básica de
alimentos.

A prevenção e o controle da desnutrição dependem de medidas mais amplas e eficientes de


combate à pobreza e à fome e políticas de inclusão social. No entanto, é responsabilidade dos
profissionais de saúde o atendimento à criança com desnutrição de acordo com o actual
conhecimento científico disponível e a actuação efectiva, tanto para salvar as vidas dessas
crianças, como para promover a sua recuperação e evitar recaídas. Portanto, o sucesso obtido no
tratamento da criança hospitalizada deve ter sua continuidade assegurada por meio de medidas
adequadas no ambulatório, na comunidade e no domicílio.

De acordo com a OMS (2000), desnutrição grave é uma desordem tanto de natureza médica
como social, ou seja, os problemas médicos da criança resultam, em parte, dos problemas
sociais do domicílio em que a criança vive. A desnutrição é o resultado final da privação
nutricional e, frequentemente, emocional por parte daqueles que cuidam da criança. Estes,
devido, possivelmente, à falta de entendimento, pobreza ou problemas familiares, são incapazes
de prover a nutrição e o cuidado que a criança requer. É imperativo lembrar que o sucesso no
manejo da criança gravemente desnutrida requer que ambos os problemas, médico e social,
sejam reconhecidos e corrigidos. Se a doença é vista como sendo apenas uma doença médica, é
provável que a criança recaia quando voltar para casa, e que outras crianças da família
permanecerão em risco de desenvolver o mesmo problema.

Em Moçambique, apesar de estudos epidemiológicos indicarem que a prevalência da


desnutrição energético-protéica (DEP) tem diminuído, a doença continua a ser um relevante
problema de Saúde Pública no País, principalmente no distrito de Boane, província de Maputo.
É alta a taxa de morbidade, mortalidade por desnutrição e fome, consequência da pobreza que
está vinculada a falta de alimentos principalmente em crianças menores de cinco anos. Um dos
maiores problemas em saúde pública mundial enfrentada continua sendo a desnutrição
principalmente em criança que tem consequências como o deficit no crescimento,
desenvolvimento físico e mental, retardo do desenvolvimento psicomotor com consequência no
rendimento escolar, e comprometimento do sistema imunológico.
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1.2. Delimitação do Tema

O presente estudo irá decorrer no distrito de Boane, no centro de saúde de Mulotona. Propõe
explorar a as causas da desnutrição crónica em crianças dos 0 a 5 anos, no período
compreendido entre o segundo semestre de 2020 à 2023.

1.3. Problematização

A desnutrição crónica infantil tem sido amplamente discutida em eventos nacionais e


internacionais, pois se trata de um problema de saúde que apresenta sério comprometimento no
crescimento e desenvolvimento da criança, associado a uma maior frequência de internações
hospitalares e aumento da mortalidade infantil.

A desnutrição é uma das principais causas da mortalidade em todo mundo. Segundo o inquérito
demográfico de saúde (IDS) 2011, em Moçambique, 49% da população sofre de desnutrição
crónica e que afecta 44% das crianças. Uma em cada duas crianças menores de 5anos
encontrase desnutrida.

Em Moçambique, quase metade das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição crónica,
o que significa que a criança é demasiado baixa para a sua idade. A taxa de desnutrição infantil
em Moçambique é considerada pela UNICEF a nona taxa mais elevada de África, devido ao
facto das crianças não estarem a receber a dieta mínima adequada. Moçambique apresentou nos
últimos 15 anos níveis extremamente elevados de desnutrição crónica (43 por cento). Este
problema afecta quase uma em cada duas crianças menores de 5 anos e contribui para mortes
infantis e para uma má saúde da criança (UNICEF 2018).

Sendo assim, verifica-se que desnutrição infantil ainda é um grave problema de saúde pública e
que, enquanto membro da equipe de saúde, faz-se necessário reflectir e se posicionar buscando
formas de intervenção que contribuam para a sua resolutividade. Uma dessas formas, que tem
um significado primordial, é o desenvolvimento de estratégias de assistência envolvendo a
família.

As razões da desnutrição crónica em Moçambique são muitas e complexas. Por um lado,


ligamse a baixa produção de alimentos nas famílias, através da agricultura, considerada a
principal fonte de sustento nas famílias rurais, adicionada as más condições de saneamento e
higiene que culminam em doenças diarreicas, tanto no meio rural, assim como no meio urbano.
Ainda de acordo com a UNICEF, uma outra causa da desnutrição crónica é a inexistência de
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práticas alimentares adequadas de lactentes e crianças. Esta situação é aliada à fraca cobertura
das actividades integradas de comunicação para a mudança do comportamento.

Contudo, com esta gama de factos, surge a seguinte pergunta de partida:

 Quais são as Causas da Desnutrição Crónica em Crianças dos 0 a 5 Anos no


Centro de Saúde de Mulotona?

1.4. Objectivo Geral

 Analisar as causas da desnutrição crónica em crianças dos 0 a 5 anos no centro de saúde


de Mulotona.

1.5. Objectivos Específicos

 Explicar e descrever as causas da desnutrição crónica em crianças dos 0 a 5 anos que


deram entrada no centro de saúde de Mulotona no período em analise;
 Identificar as causas da desnutrição crónica em crianças dos 0 a 5 anos no centro de
saúde de Mulotona;
 Descrever os factores que contribuem para uma alimentação saudável na vida da criança.

1.6. Hipóteses

Hipótese é uma expectativa de resultado a ser encontrada ao longo da pesquisa, categorias ainda
não completamente comprovadas empiricamente, ou opiniões vagas oriundas do senso comum
que ainda não passaram pelo crivo do exercício científico (Barreto; Honorato, 1998).

Neste sentido, traçamos as seguintes hipóteses:

 H1: A desnutrição pode ser desencadeada por causas primárias, no que se refere a
indivíduos que possuem uma alimentação com pouca qualidade dos alimentos e em
quantidades insuficientes em relação a calorias, nutrientes e micro nutrientes, podendo
ser provenientes também da insegurança alimentar, condições precárias de moradia e de
poucos cuidados relacionados à higiene e saúde de modo geral para as crianças.
 H2: Quando o indivíduo está inserido em um ambiente em que as condições sanitárias
são inadequadas, há uma maior ocorrência de casos relacionados a parasitoses,
ocasionando então a diarreia e infecções, contribuindo para o aparecimento da
desnutrição infantil.
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1.7. Justificativa

A escolha do tema não foi de forma arbitraria, ela deve-se devido a motivação pessoal e
preocupação com o problema que tem afectado diversas crianças no nosso território nacional,
concretamente no centro de saúde de Mulotona., onde trabalho. Portanto, a autora compreende
que nos últimos anos, a desnutrição continua a ser uma das causas de morbidade e mortalidade
mais comuns entre crianças de todo o mundo. Em Moçambique, embora a prevalência da
desnutrição na infância tenha caído nas últimas décadas, o percentual de óbitos por desnutrição
grave em nível hospitalar, se mantém em torno de 20%, muito acima dos valores recomendados
pela OMS (inferiores a 5%).

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição por meio da directriz de prevenção e controle


dos distúrbios nutricionais e doenças relacionadas à alimentação e nutrição se propõe a
implementar acções específicas para o combate ao binómio infecção/desnutrição que afecta
principalmente crianças provenientes de classes económicas com reduzido poder aquisitivo, em
regiões com baixos índices de desenvolvimento económico e social.

Em termos académicos, a pesquisa pretende contribuir de forma significativa para as mães que
apresentam a depressão pós-parto e as enfermeiras. Também, espera-se que este trabalho possa
gerar um conjunto de dados ou informações para os interessados aprofundarem seus
conhecimentos teóricos e prático.

Em termos científicos, tem uma grande relevância ao se pesquisar este tema esperamos
contribuir no campo cientifico com uma nova descoberta das causas da desnutrição infantil.
Pretende-se com esta temática, despertar atenção dos pesquisadores a contribuir com mais

pesquisas sobre está temática, procurando gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da

ciência.

Ao nível social o tema tem uma grande relevância, visto que este tem sido um dos problemas
mais graves que os profissionais da saúde, a comunidade e o governo tem enfrentado para
ultrapassar este mal, contudo, esperamos que esta pesquisa permita uma primeira experiência
das outras já existentes, fornecer uma base técnica para a comunidade profissional de saúde e a
toda comunidade.
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Resultados Esperados
Espera-se que, a pesquisa possa ajudar ao líder as familias na comunidade a pautar por uma
dieta alimentar equlibrada. Esta pesquisa torna-se relevante no campo dos estudos
antropológicos da saúde e doença pelo facto de apresentar novos elementos empíricos que
permitem (re) considerar a medicamentação e a alimentação como constituintes e práticas
harmónicas para a saúde.
Espera-se também, que o tema estudado irá contribuir buscando dar enfoque a experiências de
nutrição e cuidados médicos a crianças menores de 0 a 5 anos..
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CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo visa apresentar as teorias que fundamentam a pesquisa, e discute os conceitos
chaves deste estudo, tais como conceito de desnutrição causas da desnutrição, os factores
associados a desnutrição infantil entre outros aspectos relacionados com o tema da pesquisa.

2.1. Desnutrição

A desnutrição é uma doença clínico-social multifatorial, caracterizada pela oferta insuficiente


de nutrientes que são essenciais para o desenvolvimento saudável do ser humano, que a partir
dessa condição vai cursar com baixo ganho ponderal de peso e posteriormente estar
susceptível a desenvolvimento de deficiências nutricionais podendo desencadear inúmeros
problemas a criança, como menor aproveitamento na escola e diminuição da capacidade de
produção na vida adulta. Diante disso, a desnutrição ainda continua a ser um problema muito
relevante de saúde pública (MONTEIRO et al., 2009; SOUZA et al., 2015).

Segundo Lacerda e Faria (2009), a desnutrição pode ter sua gênese ainda na vida intrauterina,
entretanto ao longo da infância fatores como a suspensão precoce da oferta do aleitamento
materno exclusivo e a inserção de alimentos inadequados antes da criança completar 2 anos
de vida contribui para a ocorrência da desnutrição, estando associados a contaminação do
ambiente em que ela reside e a baixa oferta de alimentos com nutrientes essenciais ao longo
do desenvolvimento da criança.

Pelo exposto acima, é importante destacar ainda que a desnutrição pode ser desencadeada por
causas primárias, no que se refere a indivíduos que possuem uma alimentação com pouca
qualidade dos alimentos e em quantidades insuficientes em relação a calorias, nutrientes e
micronutrientes, podendo ser provenientes também da insegurança alimentar, condições
precárias de moradia e de poucos cuidados relacionados à higiene e saúde de modo geral para
as crianças. Nesse sentido, também são suscitadas por causas secundárias, caracterizada pelo
consumo de alimentos em quantidades insuficientes, sendo justificados pelo aumento da
demanda energética, ou por outros factores que não apresentam relação directa com o
alimento, tais como: câncer, alergia, intolerâncias e alergias alimentares, presença de
verminoses, anorexia, deficiências na digestão e absorção de nutrientes (BOTEGA et al.,
2010; BRASIL, 2005).
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A desnutrição energético-proteica apresenta manifestações clínicas que são denominadas de


kwashiorkor, marasmo e kwashiorkor-marasmático. Essas formas de desnutrição são
decorrentes de casos mais graves, quando há alterações clínicas e bioquímicas (VITOLO;
RAUBER, 2015).

O kwashiorkor ocorre quando há deficiência predominantemente proteica e acomete


principalmente crianças acima de 2 anos, apresentando características como edema, retardo
no crescimento, perda de gordura na região subcutânea e muscular, podendo apresentar
também algumas lesões na pele como a descamação e alterações no cabelo ocasionando
mudanças na cor, textura, brilho e ocasionando a queda (FILHO; MUNIZ; WEFFORT,
2017).

Na criança com marasmo, há de forma acentuada deficiência de peso e crescimento,


apresenta atrofia muscular e, além disso, a ausência de gordura subcutânea e caquexia. O
kwashiorkor-marasmático é uma forma clínica em que ocorre a deficiência energética e
proteica, porém de forma desequilibrada (VITOLO; RAUBER, 2015).

2.2. Desnutrição na Infância e suas causas

As causas básicas que contribuem para a desnutrição infantil são estruturas sociais e
instituições, sistemas políticos e ideologias, distribuição de riquezas e de recursos potenciais
(UNICEF 1997).

Segundo a Unicef, as causas são classificadas em imediatas, subjacentes e sociais. As causas


imediatas (nível individual), destacam-se o consumo inadequado de alimentos e doenças, que
se reforçam mutuamente. As causas subjacentes(nível domiciliar), são atribuídas em três
conjuntos, que são: acesso inadequado aos alimentos; serviços de água, saneamento e saúde
inadequados e práticas inadequadas de cuidados materno-infantis. Já as causas sociais (nível
básico), pertencem ao nível social e estão relacionadas à distribuição desigual da riqueza que
gera a pobreza. (HELENICE MUNIZ, et al, 2009, p.292).

A raiz da desnutrição está na pobreza, onde faltam, além de recursos, educação, informação,
acesso aos serviços básicos de saúde e saneamento básico, ou seja, todos os factores de risco
já apresentados para a desnutrição gerados por factores estruturais da sociedade.
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Embora a desnutrição esteja intimamente ligada à pobreza, as causas no nível domiciliar, ou


seja, os cuidados prestados para essa criança, são determinantes para sua saúde, assim como
o cuidado nos serviços de saúde.

Segundo Filho et al (2009, p.293), os cuidados maternos prestados à criança são um factor
crítico para neutralizar muitas das influências adversas do ambiente em que ela vive. Quando
a mãe não recebe informação adequada e não é devidamente apoiada pela equipe de saúde,
ela pode ter muitas dificuldades para vencer as condições de pobreza em que vive e prestar o
cuidado adequado ao filho.

De acordo com Monteiro et al (2000), o estado nutricional infantil reflecte basicamente o


consumo alimentar e o estado de saúde da criança, e estes dependem da disponibilidade de
alimento no domicílio, da salubridade do ambiente e do cuidado destinado à criança.

A maior incidência de desnutrição encontra-se em populações de extrema


pobreza e crianças menores de 5 anos e tem como principal preditor o baixo
peso da criança ao nascimento,assim como pode ser resultante de
desorganização familiar e falta de disciplina na alimentação. (Vitolo at, AL,
2008).

2.4 Desnutrição Infantil por Kwashiorkor

Alves e Viana (2003) expressam que, entre as inúmeras condições associadas à desnutrição,
desencadeando o processo ou agravando um estado nutricional pré-existente, são
mencionadas: condições biológicas, como a idade; doenças associadas, especialmente
infecções e parasitoses; baixo peso ao nascer; desmame precoce; e desnutrição materna. Em
relação às condições socioeconómicas, temos: baixa renda familiar; condições precárias de
moradia e saneamento; baixa escolaridade dos pais; inadequação da atenção à saúde; e
desestruturação familiar.

Como condições culturais existem: hábitos alimentares e de higiene; crenças e preconceitos


contra o uso de certos alimentos. E, por fim, condições psíquicas, como são o fraco vínculo
mãe-filho e a depressão materna.

Quando a desnutrição protéico-calórica agrava-se e passa a ser identificada como


uma patologia, esta pode ser classificada de três modos: marasmo, kwashiorkor e
kwashiorkor-marasmático. O marasmo, tipo seco, predominantemente energético,
resultando em extrema magreza. O kwashiorkor, tipo molhado, a deficiência é
protéica, normalmente causada pela substituição do leite materno, resultando em
edema, doença de pele, e descoloração do cabelo. O kwashiorkor-marasmático é o
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tipo misto resultante das duas deficiências (DUNCAN et al., 2004; OLIVEIRA,
2001).
Segundo Latham (1991,p.), a desnutrição energético proteica engloba uma ampla variedade
de situações clínicas cuja a gravidade oscila desde muito graves até leves, como no caso de
kwashiorkor e marasmo, que se manifestam clinicamente de forma distinta.

Pelletier argumenta, de forma convincente, que os efeitos da desnutrição e da infecção,


mesmo nas formas moderadas e leves, não são aditivos, mas sim multiplicativos.

Williams descreveu o Kwashiorkor, que era bem mais visível que a magreza (marasmo) das
crianças.

Kwashiorkor foi definido no passado como uma deficiência primariamente proteica com um
suprimento adequado de calorias. Extraído da linguagem Ga(gama), a palavra Kwashiorkor
significa “a doença que a criança mais velha tem quando um bebê “nasce” e descreve muito
bem a síndrome que se desenvolve em uma criança. Geralmente entre 1 à 4 anos de idade.

Segundo Wong A criança com kwashiorkor apresenta extremidades finas, enfraquecidas e


um abdômen proeminente causado pelo edema (ascite). O edema geralmente mascara e
severa, atrofia musculatura, fazendo com que a criança pareça menos debilitada do que
realmente está.

A pele é escamosa , seca e possui despigmentação. Várias dermatoses podem ser evidentes,
em parte, resultantes de deficiências vitamínicas. A cegueira permanente geralmente resulta
de suma severa falta de Vitamina A. As deficiências de sais minerais são comuns,
especialmente de ferro, cálcio e zinco. O cabelo é fino, seco, áspero, grosso e sem brilho. As
causas são complexas, pois a criança consome habitualmente uma dieta escassa tanto em
energia como em proteínas.

A presença de infecções desempenha um importante papel nessa doença, visto que quando a
ingestão de proteína é muito baixa em relação aos carboidratos, o que pode ser agravado
pelas perdas de nitrogénio nas infecções, ocorrem várias alterações metabólicas que podem
resultar em edema. (LATHAN,1991).
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2.5. Alimentação e nutrição

Garcia refere que o uso dos termos alimentação e nutrição condizem. Refere ainda que o
termo nutrição está muito inclinado a questão da norma, da dieta regulada. O termo possui
um caracter técnico enraizado na biomedicina. Em contrapartida, o termo alimentação ou
comida recupera principalmente elementos presentes na experiência pessoal e social.

Baptista Filho (1999) referem que a alimentação é um processo voluntário e consciente,


influenciado por factores culturais, económicos e psicológicos, mediante o qual, cada
indivíduo consome um elenco de alimentos para atender às suas necessidades Biológicas de
nutrição.

Para Mussa (2016) a alimentação é um fenómeno social imbuído de aspectos simbólicos


onde a escolha do alimento não é apenas determinada pelas necessidades nutricionais, mas
também pelos hábitos alimentares.

Ismael (2013) define a nutrição como sendo o processo através do qual os organismos vivos
obtêm alimentos e os usam para o crescimento, metabolismo físico, reparação dos tecidos e
células.

Souza (2000), define nutrição como sendo o processo de fornecimento aos organismos
animais e vegetais os nutrientes necessários para a vida.

Mussa (2016) ressalta que o conceito desnutrição está associado a noção de boa alimentação,
considerada a partir de uma dieta adequada em termos de quantidade de três refeições por dia
e a qualidade relativa a quatro grupos diferentes de alimentos, adicionada a actividade física
tida como importante para uma boa saúde.

Para Organização Mundial da Saúde OMS (2000), a desnutrição é uma condição originada
por um conjunto de factores e complexa que tem suas raízes na pobreza.

Gilespie et al (1996) referem que entende-se por desnutrição doenças de correntes do aporte
alimentar insuficiente em energia e nutrientes ou, ainda, do inadequado aproveitamento
biológico dos alimentos ingeridos, geralmente motivado pela presença de doenças,
principalmente infecciosas.
14

2.6. Aleitamento/ amamentação

O aleitamento materno é uma das primeiras intervenções nutricionais, maternais e de saúde,


que a mãe pode e deve empreender para assegurar a saúde do filho. Satisfaz muitas das
necessidades da criança em desenvolvimento (UNICEF, 1978).

A OMS define aleitamento materno de acordo com 4 indicadores estabelecidos em 1981e


que têm sido utilizados no mundo inteiro. O primeiro indicador e designado Aleitamento
materno exclusivo', no qual a criança recebe somente leite humano de sua mãe ou ama-de-
leite, ou leite humano ordenhado, sem outros líquidos ou sólidos, com excepção de gotas ou
xaropes contendo vitaminas, suplementos minerais ou remédios; o segundo indicador é
designado Aleitamento materno predominante, tida como a fonte predominante de nutrição
da criança é o leite humano. No quadro deste indicador a criança pode receber água ou
bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sumos de frutas, solução de sais de
hidratação oral, gotas ou xaropes de vitaminas, minerais e remédios, e fluidos rituais (em
quantidades limitadas). O terceiro indicador é designado Aleitamento materno: a criança
recebe leite humano (directo do seio ou ordenhado). Por último definiu-se o indicador
designado Aleitamento materno complementado no qual a criança recebe leite materno,
sendo também fornecidos outros suplementos alimentares líquidos ou sólidos.

2.7. Hábitos alimentares

Murrieta (2001) refere que os hábitos alimentares são acções individuais, construídas e
reproduzidas socialmente, portanto, historicamente produzidas, ecologicamente possíveis,
socialmente desejadas e aprovadas e biologicamente. Fischler (1995), define hábitos
alimentares como componentes constituídos por um conjunto de técnicas, de operações
simbólicas e de rituais que participam da construção da identidade alimentar de um grupo.
Povo ou nação, sendo esse conjunto variável de uma cultura para outra e no interior de uma
mesma cultura. Para Dutrae Marchini (2001), os hábitos alimentares são tipos de escolha e
consumo de alimentos por um indivíduo ou grupo, em resposta a influências fisiológicas,
psicológicas, culturais sociais.
15

2.8. Fatores relacionados à desnutrição infantil

Segundo a OMS, a desnutrição é conceituada como uma condição patológica que aparece por
deficiência de nutrientes, pelas células do organismo, associadas quase sempre a infecções,
ocorrendo com maior frequência em lactentes e crianças de 0 a 05 anos.

Souza (2009) classifica os fatores de desnutrição em primária ou secundária. As causas


primárias são quando as crianças tem uma alimentação quantitativa ou qualitativamente
insuficiente em calorias e nutriente. Causas secundárias são quando a ingestão de alimentos
não é suficiente, porque as necessidades energéticas aumentaram ou por qualquer outro fator
não relacionado diretamente ao alimento. Exemplo, disto é a presença de verminoses, câncer,
anorexia, alergia ou intolerância alimentares, digestão e absorção deficiência de nutrientes.

Outros fatores que desencadeiam a desnutrição são: desmame precoce, fatores


socioeconômicos, culturais, renda e disponibilidade de alimentos (SOUZA, 2009).

De acordo com SOUZA (2009), a desnutrição apresenta-se associada a vários fatores. No


nível social as causas ao nível familiar são a falta de alimentos adequados, práticas
inadequadas de cuidados as crianças, precariedade de abastecimento de água, saneamento e
serviço de saúde.

Ainda de acordo com o autor, a pobreza, a privação e o subdesenvolvimento regional são


aspectos determinantes de desnutrição infantil. O Ministério da Saúde (2008) enfatiza que o
nível de escolaridade das mães são determinantes na desnutrição infantil, onde se relaciona
diretamente a capacidade materna de cuidar das crianças. Para outros autores como
CARVALHES e BENICIO (2008), os principais fatores relacionados a desnutrição é a
ausência do companheiro e indícios de alcoolismo na infância que também são fatores
determinantes da desnutrição.

O peso ao nascer representa, de modo geral, um retardo do crescimento intra-uterino.

De acordo com VILAR e DELIZAN (1982) criado por SOUSA (2009), nos países em
desenvolvimento, o baixo peso ao nascer é mais atribuído á ocorrência do retardo no
crescimento intra-uterino que á ocorrência da prematuridade. As crianças com baixo peso
nascidas, tem mais probabilidade de morbidades, logo o ciclo de desnutrição e doenças
infecciosas dificulta o crescimento e desenvolvimento no período pós-natal, outro aspecto
16

importante que interfere no estado nutricional das crianças é o acesso a serviços públicos.
Assim as condições socioeconômicas e o contexto do domicilio continua no ciclo de
desnutrição.

2.9. Principais alterações na criança devido à desnutrição

A desnutrição altera a composição corporal e o funcionamento normal do organismo. Quanto


mais grave for o problema, mais grave é sua repercussão orgânica.

As principais alterações são:

 Grande perda muscular e depósitos de gorduras.


 Emagrecimento: peso inferior a 60% do peso dito normal para as crianças.
 Desaceleração, interrupção ou até mesmo involução do crescimento.
 Alterações psíquicas e psicológicas: a pessoa fica retraída, apática, estática, triste.
 Alteração de cabelo e pele: o cabelo perde sua coloração e a pele descama e fica
envelhecida.
 Alterações sanguíneas, provocando, dentre elas, a anemia.
 Alterações ósseas provocando má formação.
 Alterações no sistema nervoso: estímulos do sistema nervoso prejudicado,
neurônios diminuídos, depressão, apatia.

Alterações nos demais órgãos e sistemas respiratórios, Imunológico, renal, cardíaco,


hepático, intestinal, entre outros.

2.10. Distribuição de baixo peso

O baixo peso dos recém nascidos pode estar relacionado a prematuridade, sendo um fator de
probabilidade em que a criança possa sobreviver ou ter seu crescimento normal uma vez que
é maior fator da mortalidade e morbidade (COSTA, 1997; BRENELLI, 1992; SILVA, 2000).

A criança com baixo peso pode ser associada ao retardo intra-uterino, que é um fator que está
diretamente ligado a condição socioeconômica. Podendo ser associado quanto maior o índice
de crianças nascidas com baixo peso mais grave é o problema de nutrição.

Entende-se que cada recém-nascido com peso inferior a 2500g. é considerado baixo peso,
independe da idade gestacional. Porém pode sim ser classificado com a sua idade
gestacional.
17

O baixo peso pode ser classificado em PIG (Pequeno para Idade Gestacional), AIG
(Adequado para Idade Gestacional) e GIG (Grande para Idade Gestacional). Esse recém-
nascido pode ser caracterizado quanto sua maturidade ao nascer: idade gestacional abaixo de
37 semanas chama-se pré-termo; quando tiver idade gestacional entre 37 a 42 semanas
chama-se de termo e acima de 42 semanas chama-se pós termo (BRENELLI, 1992).

Na prática clínica, o termo PIG também pode ser utilizado para crianças que tiveram
desnutrição intra-uterina. Alguns autores, diferem dessa opinião, não acreditando na
possibilidade de ser desnutrição intra-uterina, podendo ser apenas uma variação biológica. Já
a desnutrição sendo como um processo fisiopatológico (BRENELLI, 1992).

A necessidade energética do recém-nascido (RN) varia muito na primeira semana de vida


para os de termo e AIG (adequado para idade gestacional) é necessário 120 Kcal/kg/dia e a
necessidade hídrica de 150 ml/kg/dia. Já no recém-nascido (RN) para o PIG, (pequeno para
idade gestacional) é necessário cerca de 180 kcal/kg/dia para que seu crescimento seja de
forma adequado (BRENELLI, 1992).

Descrição de Mulotana

Mulotana é uma localidade situada no distrito de Boane, provincia de Maputo com uma área
total cerca de 820km2 conta uma densidade populacional de 124,9 hab/km 2 faz fronteira a
norte com distrito de Moamba e oeste e sudeste com distrito de Namaacha a sul e sudeste
com distrito de Matuito e a leste com o município de Matola, esta localidade conta com um
centro de saúde.
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CAPITULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

No presente capitulo, faremos menção sobre as metodologias que serão usadas durante a
pesquisa.

3.1. Tipo de Pesquisa

Portanto, esta pesquisa pode ser classificada quanto a abordagem. Quanto aos objectivos,
quanto aos procedimentos técnicos e quanto a natureza.

 Quanto à abordagem - Essa pesquisa é considerada, quanto a abordagem do problema,


como qualitativa pois, a pesquisa qualitativa “é caracterizada pelos seus atributos e
relaciona aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente,
pois, a pesquisa será realizada em uma instituição de ensino, na qual há muito
conhecimento acumulado e sistematizado”. (Fachin 2003, p.81).

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade


numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, de uma organização, etc. os pesquisadores que utilizam
os métodos qualitativos buscam explicar o porque das coisas,
exprimindo o que convêm ser feito, mas não quantificam os valores e
as trocas simbólicas nem se submetem à prova de factos, pois os
dados analisados são não-metricos (suscitados e de interacção) e se
valem de diferentes abordagens. (Gerhardt & Silveira, 2009, pp.
32,34).
Richardson (1999, p. 80) comenta que “os estudos que empregam uma metodologia
qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interacção
de certas variáveis, compreender a classificar processos dinâmicos vividos por grupos
sociais”. Enfatiza também o fato de que podem contribuir no processo de mudança de
determinado grupo e possibilitar em maior nível de profundidade, o entendimento das
particularidades do comportamento dos indivíduos.

 Quanto aos objectivos - A pesquisa é descritiva. Visto que, esta tem objectivo
principal de Conhecer os factores que condicionam a ansiedade em estudantes universitários
e descrever os factores determinantes da ansiedade em estudantes universitários. De acordo
com Gil (1996:46-47), as pesquisas descritivas ‘‘tem como preocupação central identificar
os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos. Este é o
tipo de pesquisa que aprofunda o conhecimento da realidade, porque da razão, o porque das
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coisas’’. Entretanto, a presente pesquisa aponta as causas da desnutrição crónica em crianças


dos 0 a 5 anos no distrito de Boane.
 Quanto aos procedimentos técnicos - a pesquisa é estudo de caso. De referir que, no
que se refere aos procedimentos técnicos, a pesquisa que é aplicada neste trabalho, é a
pesquisa de campo, dessa forma iremos reunir um conjunto de informações no campo
pesquisado perceber melhor o problema estudado.

Schramm (1971 cit in Yin, 1994:12) afirma que “a essência de um estudo de caso a tendência
central entre todos os tipos de estudo de caso é que ele tenta iluminar uma decisão: Porquê
elas foram tomadas, Como foram implementadas e com Quê resultados

 Quanto a sua natureza - é exploratória.

Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória têm por objectivo tornar mais explícito o
problema, aprofundar ideias sobre o objecto de estudo. Permitem o levantamento
bibliográfico e o uso de questionários com pessoas que já tiveram algum tipo de experiência
com o objecto a ser investigado.

A opção pela pesquisa exploratória advém da necessidade da investigadora melhor se


familiarizar com o problema em estudo, com vista a torná-lo explícito e melhor explicar as
características dos acontecimentos. Outro motivo é o facto de que a este nível existem poucos
estudos.

3.a. Definição do Universo da Pesquisa

O universo ou população é definido por Gil (2008) como ‘‘um conjunto definido de
elementos que possuem determinadas características que os tornam distintos de tantas
outras numa sociedade’’. Será composto por 3 profissionais de saúde e 10 crianças registadas
com crianças desnutridas ao nível deste centro de saúde.

3.b. Selecção da Amostra

Como enaltece Gil (2008), as pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão
grande que se torna impossível considera-los em sua totalidade. Assim sendo, recorrer a uma
parte do universo da pesquisa, ao chamado subconjunto do universo ou população, torna-se
um procedimento indispensável e viável a concretização desse estudo, dado a nossa
impossibilidade de contar com a participação de todas as crianças.
20

Nesse contexto, com o objectivo de ter uma análise profunda sobre o assunto, a amostra de
estudo vai ser composta por trinta e cinco (35) indivíduos, dentre os quais 15 serão
funcionários/colaboradores e os restantes 20 serão mães gestantes com crianças desnutridas.

De frisar que a selecção da amostra do nosso estudo foi feito com recurso a amostragem
aleatória simples conhecida também por amostragem casual, acidental, segundo a qual todos
os elementos da população têm igual oportunidade diferente de zero em pertencer a amostra
de estudo. No mesmo contínuo, Richardson e Anónimos (s/d.) afiançam que este tipo de
amostragem consiste em atribuir a cada elemento da população um número único,
seleccionar itens da amostra, utilizando números aleatórios.

3.c. Técnica de Colecta de Dados

Tendo em conta os objectivos desta investigação e a natureza exploratória, procuremos


recolher os dados, através das seguintes técnicas: entrevista e análise documental.

3.d. Entrevista

Segundo Bogdan e Biklen (1994), a entrevista consiste numa conversa intencional,


geralmente entre duas pessoas, com o objectivo de obter informações sobre a outra. Na
entrevista “o espírito teórico do investigador deve, permanecer continuamente atento, de
modo que as suas intervenções tragam elementos de análise tão fecundos quanto possível”
(Quivy e Campenhoudt, 1995:192).

Para as famílias, serão realizadas entrevistas contendo cinco perguntas disparadoras


referentes à desnutrição. A entrevista iniciara com o “aquecimento”, isto é, perguntas de
cunho simples, ou seja, um momento mais informal, na qual o pesquisador vai se
aproximando do entrevistado.

Neste momento, os entrevistados irão receber codinomes de enfermeira acompanhados de um


numeral ordinal, a exemplo: “Enfermeira 1”, a fim de preservar a sua identidade; logo em
seguida foram aplicadas as perguntas disparadoras.
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Cronograma

Novembro

Novembro
Fevereiro

Setembro
Actividades

Junho a

(20223
Janeiro

Agosto
(2023)

Março
(2022)

(2023)

(2023)

(2023)

(2023)

(2023)
Julho
Escolha do X
tema
Consulta X
Bibliográfic
a
Organização X
do trabalho
Consulta X
Bibliográfic
a
Digitação X
Trabalho de X
Campo
Revisão do X X
trabalho
Entrega do X
trabalho
final.

Fonte. Autora (2023)

Orçamento

Material Quantidade Custo unitário Total/mt


Esferográfica 30 30 x 10 300.00mt
Flash 1 1 x 700 700.00mt
Impressão 25 1.5×25 37.00mt
Transporte 1 6×150 900.00mt
Imprevisto .................... .......................... 1500.00mt
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Total 3,437.000mt

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