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TECNOLOGIA EM GASTRONOMIA
CURITIBA/PR
2018
Daniele Cristina Rosa
Guilherme Matter
Paulo Miyasaki
Vitor Nicodemos dos Santos
CURITIBA/PR
2018
RESUMO
Uma breve síntese da mudança dos hábitos alimentares da humanidade desde a pré-
história até os dias atuais, e como essas mudanças na alimentação acarretaram no
surgimento ou agravamento de reações alérgicas em virtude da transição do modo de
vida nômade para um modo de vida mais sedentário com locais fixos de moradia,
graças ao domínio das técnicas de cultivo e criação de animais. Essa contextualização
esclarece e justifica alguns hábitos alimentares prejudiciais que possuímos na
atualidade, além de trazer à tona a necessidade que algumas pessoas têm de uma
dieta mais específica, é visando atender a essas necessidades que toda a pesquisa
foi realizada. Para que os consumidores que precisam de dietas restritas possam ter
mais acesso a informação e suporte, através da criação de um blog, das redes sociais
e futuramente um aplicativo baseado nos resultados da interação com essas redes.
A brief summary of the changing human eating habits from prehistory to the present
day, and how these changes in food have led to the appearance or aggravation of
allergic reactions due to the transition from the nomadic way of life to a mode of living
more sedentary with fixed places of residence, thanks to the mastery of the techniques
of cultivation and breeding of animals. This contextualization clarifies and justifies
some harmful eating habits that we have today, in addition to bringing up the need that
some people have of a more specific diet, is aimed at meeting these needs that all the
research was carried out. So that consumers who need restricted diets can have more
access to information and support, through the creation of a blog, social networks and
in the future an application based on the results of the interaction with these networks.
ÍNDICE DE GRÁFICOS
ÍNDICE DE TABELAS
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2. OBJETIVOS
• Conversar com pessoas que tenham alguma restrição alimentar para saber
mais sobre suas vivências sociais;
• Obter dados sobre preferências e necessidades do público alvo ao qual será
voltado o aplicativo;
• Transmitir informações sobre as diferentes restrições alimentares através da
internet.
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3. METODOLOGIA
Para apresentar o tema foram analisados mais de 100 estudos dentre eles
artigos científicos e reportagens, e finalmente foram selecionados cerca de 30 artigos
para conseguir dados dos mais renomados pesquisadores e que fossem
corroborativos entre si, assim vai ser possível antes de tudo, compreender o tema a
ser abordado de forma clara e confiável. Também foram criados um blog, uma página
no facebook e um perfil no instagram que funcionaram de maneira concomitante à
pesquisa e formatação desse PIM (Programa de Interação com o Mercado); dessas
redes sociais retiramos dados sobre as preferências e necessidades do público alvo,
público para o qual os alunos pretendem futuramente criar um aplicativo de celular
que facilite suas tarefas do dia a dia como compras e elaboração de receitas. Foram
realizadas pesquisas de campo, através de um questionário enviado para a
associação de celíacos de Curitiba e também postado nas redes sociais.
A cada semana, aproximadamente, foi feita uma publicação no blog, variando
entre receitas, possíveis substitutos aos ingredientes que são proibidos aos que têm
restrição e informações gerais sobre as restrições, sempre em linguagem simples e
de fácil compreensão. Também foram feitas publicações mais curtas nas redes
sociais, convidando o público a conhecer o blog, sempre com alguma imagem retirada
de bancos de imagens gratuitos e alguma informação resumida. A partir dessas
postagens, observamos quais obtiveram mais interação e cliques, analisando os
gráficos fornecidos pelas plataformas Wordpress.com e Facebook.com, que já geram
estatísticas automaticamente mostrando as principais tendências do público.
Além disso, foi feito um questionário simples, com a intenção de conhecer melhor
as pessoas com restrição alimentar: qual é a mais comum, faixa etária, se essas
pessoas conhecem lugares que sejam seguros para elas comerem, o que mais
gostariam de poder comer e quais informações elas mais sentem falta em rótulos de
produtos e cardápios de estabelecimentos. Esse questionário foi publicado no
facebook em nossa página e em grupos voltados a esse público, distribuído entre
amigos e conhecidos e enviado a associação de celíacos de Curitiba, com a intenção
de conhecer melhor nosso futuro público.
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4. DESENVOLVIMENTO
Portanto gera uma resposta alterada a qualquer alimento que contenha esse
dissacarídeo. Vejamos o processo de digestão ilustrado pela figura abaixo:
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Figura 2 – Efeito lactose não absorvida - Fonte: (JOANA M. 2014)
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Com os pais vendo outras crianças sendo alimentadas e crescendo saudáveis
era ainda pior pois não podiam supor que o problema estivesse justamente na “fonte
de alimento” tão intuitivamente associada a tenra idade.
Para os adultos também não foi muito diferente, pois a hipolactasia primária
que ainda hoje está nos genes da maior parte do mundo faz com que muitas pessoas
percam muitos nutrientes em diarreias e vômitos.
Enfim, é por esses meios que a evolução trabalha, e sendo assim, houveram
algumas alterações genéticas úteis no passado e, no sentido oposto dessa via,
pessoas que mesmo na idade adulta conseguiram se adaptar ao consumo do leite de
vaca absorvendo seus nutrientes².
Esses indivíduos lograram tanto sucesso que rapidamente passaram a ser
maioria em alguns países, seja pela maior absorção de nutrientes ou simplesmente
por não terem morrido com as reações, houve regiões onde a tolerância ao leite de
vaca representou a diferença entre se manter bem nutrido ou não.
Assim aqueles que resistiram ou que se adaptaram melhor ao leite de vaca
acabaram repassando seus genes adiante. Existem diversos outros fatores que já
foram apontados como sendo importantes na alteração genética que manteve a
tolerância ao leite. Pesquisadores ainda não chegaram a um consenso sobre qual
desses fatores foi o mais relevante e decisivo na seleção, por isso vamos listar os
mais citados:
• Os indivíduos tolerantes ao leite de vaca sobreviveram, se tornaram também
mais saudáveis e procriaram
• Em países de recursos escassos e frios o leite contribuiu com a vitamina D,
além da absorção de cálcio
• Há também uma teoria de um renomado geneticista do MIT, Pardis Sabeti³ que
afirma que a maior contribuição do leite foi se tornar um substitutivo confiável
para água pois um lago pode parecer limpo e estar ao mesmo tempo repleto
de patógenos, porém uma cabra ou vaca saudável provavelmente vão fornecer
um leite saudável.
Ainda que o sucesso seja uma combinação desses fatores, o que ocorre é que
alguns povos têm notadamente um percentual muito maior de indivíduos tolerantes a
lactose. No organismo dos indivíduos tolerantes ao leite de vaca há um alelo
decorrente do LCT que é o gene que codifica a lactase e que foi classificado como
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LCT13910, naturalmente onde houve maior atividade pastoril há maior ocorrência
desse traço.
Conforme pesquisa realizada pelo geneticista português Albano Gonçalo Beja
Pereira, comentado no artigo de Teresa Firmino , que pesquisa a evolução das
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espécies domesticadas, houve até mesmo uma coevolução das vacas e do ser
humano onde encontraram-se maior taxa de tolerância ao leite de vaca. Temos um
comparativo no gráfico 1, que começa pelos países com maior presença do alelo
LCT13910 no seres humanos portanto com maior tolerância ao leite:
Gráfico 1-Países com maior tolerância à lactose, em ordem crescente - Fonte: (AMORIM, 2014)
Vejamos ainda, sob uma perspectiva oposta, quais os países com maior
incidência de pessoas intolerantes a lactose com foco no Brasil. Como temos grande
miscigenação étnica, grupos foram analisados em separado para obter maior precisão
no dados, conforme tabela 1:
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Tabela 1 – Prevalência de hipolactasia primária do adulto em diferentes populações
Na coluna da esquerda na tabela onde estão representados os Países, o expoente sobre o nome de
cada País representa a quantidade de indivíduos submetidos aos testes e a coluna da direita o
método utilizado.
Fonte: (MATTAR, R. 2010)
Numa outra pesquisa podemos ver dados sobre Curitiba porém ainda existem
poucas estatísticas consistentes sobre hipolactasia ou mesmo sobre intolerâncias e
alergias alimentares em Curitiba, conforme figura 3:
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Figura 3 - Hipolactasia primária em diferentes grupos do Brasil - Fonte:(BOSCHMANN, S. 2012)
decorrência de outros males, por isso mesmo suas causas podem ser as mais
diversas, a utilização de medicamentos como os da quimioterapia podem diminuir a
expressão da lactase, também pode ocorrer em decorrência de doenças ou síndromes
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que afetam o funcionamento do sistema digestivo, causando a perda das células da
mucosa do intestino por diarreia persistente como no caso da: síndrome do intestino
irritável, doença de Crohn, doença celíaca, ou ainda pela APLV.
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Figura 4 – Classificação das reações adversas dos alimentos - Fonte: (ROXO JR, P. 2009)
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reações alérgicas. Nesse caso é a reação do sistema imunológico as proteínas do
leite, em especial a caseína que está em maior concentração no leite, e as proteínas
do soro (alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina).
Na alergia, no momento em que o leite (ou derivado) é ingerido, suas proteínas
geram uma resposta imunológica, cujos sintomas em alguns casos são parecidos com
os da intolerância, mas que podem evoluir para um quadro mais grave e, portanto, a
alimentação deve ser bem mais restrita. Os sintomas da intolerância a lactose são
apenas gastrointestinais.
As principais manifestações clínicas de uma alergia alimentar são as que
envolvem a pele (coceira, inchaço), o sistema gastrointestinal (vômitos, diarréia, dor
local) e sistema respiratório (tosse, rouquidão, chiado no peito), mas também podem
ocorrer reações em mais de um órgão simultâneamente, conhecida como reação
anafilática, que é grave e pode ser fatal.
Infelizmente ainda não existem medicamentos para a prevenção de reações
alérgicas, apenas dos sintomas, portanto o único tratamento ainda é a não ingestão
do alimento que desencadeia a reação, prestando muita atenção em rótulos de
alimentos industrializados, e em caso de ingestão acidental é importante procurar
ajuda médica imediatamente.
A alergia a proteina do leite de vaca - APLV é uma das alergias alimentares
mais comuns em bebês, e aparece geralmente antes do primeiro ano de idade. Alguns
bebês desenvolvem a APLV depois de ingerir um alimento que contenha alguma
proteína de leite de vaca, gerando uma reação imune e resultando na alergia( Figura
6), mas outros fatores também influenciam no aparecimento da alergia como um
sistema imunológico particular e ainda imaturo ou herança genética (filhos de pais
com alergia tem duas vezes mais chances de também ter).
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Figura 6 – Reação alérgica à proteína do leite - Fonte: (MASI, 2016)
4.3 O GLÚTEN
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Figura 7 – Estrutura do grão do trigo - Fonte: (ABITRIGO, 2017)
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Por conta disso que os celíacos acabam desenvolvendo anemia, perda de
peso, entre outros sintomas, a atrofia das vilosidades também explica a diarreia
crônica, pois o alimento passa “direto” pelas paredes intestinais.
Porém, não ingerir alimentos que contém glúten não é o bastante, na doença
celíaca existe a Dermatite Herpetiforme também considerada a doença celíaca da
pele, a dermatite herpetiforme também é uma intolerância ao glúten, ela não é
contagiosa, é genético, se caracteriza por bolhas que coçam muito, as áreas afetadas
são geralmente, os joelhos, na superfície externa dos cotovelos, nádegas, em torno
das orelhas, na linha dos cabelos e sobrancelhas. Essa dermatite pode surgir e
desaparecer mesmo sem o tratamento, em alguns casos a pessoa pode apresentar
alguns dos sintomas da doença celíaca.
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, geralmente os alimentos com
Glúten são introduzidos da dieta da criança a partir dos 6 meses, esses sintomas
podem se manifestar mais tarde, até anos depois. Dentre os sintomas mais comuns
estão: Diarreia crônica, irritabilidade, perda de apetite, desnutrição, vômito, anemia,
atraso no crescimento, pouco ganho de peso, entre outros. Existem também sintomas
atípicos como: Osteoporose, hipoplasia do esmalte dentário, dor nas juntas, artrite,
intestino preso, ciclo menstrual irregular, esterilidade, problemas neurológicos,
doenças musculares, dentre outras, seguem alguns exemplos.
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Diabetes Mellitus, doença crônica que afeta a forma como o corpo processa o açúcar
do sangue. Por conta disso quando se descobre a Doença o mais indicado é fazer
uma substituição para que o organismo não sofra com a falta dessas fibras. Na dieta
isenta de glúten os especialistas recomendam a ingestão de alguns grãos como o
milho que é rico em proteínas e fibras, além da linhaça, grão de bico, painço,
amaranto, quinua, entre outros.
O Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo, causada pela falta ou má
absorção de insulina, lembrando que sua função é quebrar as moléculas de glicose.
A ausência desse hormônio interfere na transformação do açúcar em outras
substâncias que o organismo necessita.
Durante uma pesquisa realizada pelo Congresso norte-americano de
Cardiologia, constataram que:
“Ao estudar como o organismo de 200 mil pessoas reagiram ao consumo de
glúten durante 30 anos, os pesquisadores constataram que a maioria das
pessoas ingere, em média, menos de 12 gramas de glúten por dia e os
indivíduos que comiam próximo ou mais que a média tinham um risco 13%
maior de desenvolver Diabetes, em comparação a quem ingeria menos de 4
gramas por dia”.6
Além dos sintomas semelhantes, existe uma relação entre Doença Celíaca e a
Intolerância a Lactose, geralmente a pessoa Celíaca acaba desenvolvendo a
Intolerância a lactose. Como já vimos anteriormente o intestino delgado possui
Vilosidades, essas que são responsáveis pela absorção dos nutrientes, vitaminas e
sais minerais dos alimentos, esse revestimento é formado por pequenas células
chamadas Enterócitos, estes têm os Microvilos, por sua vez eles ajudam a digerir os
açúcares dos alimentos. No caso da pessoa celíaca, por exemplo, possui a mucosa
do intestino atrofiada, o que resulta na diminuição das enzimas na região, entre estas
está a Lactase, enzima responsável pela digestão do açúcar do leite. Por conta desse
fator que algumas pessoas portadoras da doença celíaca podem também desenvolver
a intolerância a lactose.
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Apesar da doença celíaca parecer uma novidade ela é mais antiga do que
imaginávamos, a primeira citação da “afecção celíaca” foi no ano 200 da era cristã, no
entanto somente em 1888 foi feito uma descrição mais completa da doença, Samuel
Gee pesquisador inglês do Hospital de São Bartolomeu de Londres, seus estudos
mostraram que a doença era mais comum em crianças de 1 a 5 anos que
apresentavam um quadro de diarreia, irritabilidade, abdome distendido e desnutrição.
Durante seus estudos Samuel Gee descreveu a relação da doença com a dieta do
paciente, mas não relacionou diretamente ao glúten. Só em 1950 foi relacionada a
doença celíaca ao glúten, por Willem-Karel Dicke, pediatra holandês, durante a
Segunda Guerra Mundial quando o pão era escasso os casos da doença eram
menores.
Existem diversos tipos de exame que conseguem realizar a detecção da
doença celíaca, os mais comumente realizados são: anti transglutaminase (AAT) e
anticorpo anti endomísio (AAE).
Para as pessoas que sofrem com algum tipo de reação adversa a determinada
substância, a melhor opção é evitar ou mesmo excluir o consumo, seja do leite ou do
glúten em nesses casos. Por isso o consumidor deve estar atentos aos rótulos dos
produtos, e principalmente os fabricantes devem seguir os princípios da informação
com ética e respeito.
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4.4 IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES CONTIDAS NOS RÓTULOS
Nos dias atuais, os alimentos processados industrialmente estão cada vez mais
presentes na mesa dos brasileiros. Entretanto, estes produtos são sempre uma dúvida
para as pessoas com alergia alimentar. Isto porque, para que o alimento seja
consumido com o segurança as informações sobre alérgenos devem estar claramente
contida nos rótulos dos produtos.
Entretanto, na realidade, não é exatamente assim que acontece. Na maioria
das vezes a informação não vem de forma tão clara, e em muitas vezes a
denominação da substância não está disponível.
Ademais, em muitos rótulos não existe alerta para a possibilidade de
contaminação cruzada no processo de produção, com consequente risco de presença
de traços de alérgenos (trataremos sobre a contaminação cruzada mais adiante).
Um estudo realizado em 2009 pela Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto
da Criança, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (HC- -FMUSP) apontou que 39,5% das reações alérgicas estavam
relacionadas a erros na leitura de rótulos dos produtos .
A falha na rotulagem dos produtos, vai desde a nomenclatura diferente do
habitual para indicar um ingrediente potencialmente alergênico, como por exemplo
o caseinato de sódio e fosfato de lactoalbumina que são proteínas do leite de vaca ,
até a falta de informação sobre a presença de traços de alérgenos que surgem da
contaminação cruzada no processo de produção.
Por esta razão, nos últimos a exigência para que haja clareza nas informações
do rótulo vem crescendo exponencialmente.
Um exemplo disso é o movimento põe no rótulo, que surgiu em 2014, idealizado
por um grupo de mães de alérgicos, que assim como milhares de outras
pessoas, sentiam a necessidade de maior transparência nos rótulos de produtos
industrializados. O principal objetivo era mostrar para a sociedade a importância da
clareza nos rótulos dos produtos industrializados sobre a presença de alergênico, bem
como pressionar a regulamentação da rotulagem dos produtos.
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O movimento obteve grande repercussão nas redes sociais e ganhou mais
força com o apoio de entidades como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
– Idec, Proteste, Instituto Alana, Instituto Ethos, dente outras.
Como resultado disso, em 24/06/2015 a ANVISA aprovou a regulamentação da
rotulagem de alergênicos em bebidas e alimentos embalados na ausência do
consumidor, trata-se da Resolução RDC nº 26/15 que entrou em vigor em Julho de
2016 .
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estabelecimento; Alimentos embalados nos pontos de venda a pedido do consumidor;
Alimentos comercializados sem embalagens.
Verifica-se abaixo a lista de produtos e ingredientes que podem conter leite e
seus derivados:
leite integral ou desnatado; leite corante caramelo; sabor artificial lactato de cálcio; lactato
baixa lactose; leite de cabra; leite de de sabor ou aroma de manteiga, de sódio; estearoil
ovelha; manteiga; margarina; margarina, caramelo, baunilha, lactilato de sódio;
creme de leite; leite condensado; queijo, coco; nougat, chocolate; estearoil lactilato de
doce de leite; iogurte; queijo; biscoitos e bolachas ; cálcio; cremor tártaro;
requeijão; ghee; gordura de leite; achocolatado; pudim ; embutidos; manteiga de cacau; leite
coalhada; leitelho; nata; soro de sorvete; bolos e tortas; pães; purê. de coco.
leite; gordura anidra de leite; lactose
(exceto em medicamentos)
composto lácteo; lactoalbumina;
lactoglobulina; butteroil; lactoserum
(em cosméticos); alfalacto;
betalacto; fosfato de lactoalbumina;
lactoferrina; caseína;
caseína hidrolisada;
caseinato de cálcio; caseinato de
potássio
caseinato de amônia;
caseinato de magnésio;
caseinato de sódio; soro de leite
deslactosado; proteína de leite
hidrolisada; proteína láctea, Whey
Protein.
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GRUPOS PERMITIDOS PROIBIDOS
Farinhas e Féculas ( As mais indicadas: Arroz, Batata, TRIGO = farinha, semolina, germe e
Cereais, Tubérculos e Milho e Mandioca. farelo.
seus subprodutos, que
encontramos em forma de Arroz = farinha de arroz, creme de AVEIA = flocos e farinha. CENTEIO
pó. arroz, arrozina, arroz integral em
pó e seus derivados. CEVADA = farinha.
Bebidas Sucos de frutas e vegetais naturais, Cerveja, whisky, vodka, gin, e ginger-
refrigerantes e chás. Vinhos, ale. Ovomaltine, bebidas
champagnes, aguardentes e saquê. contendo malte, cafés misturados
Cafés com selo ABIC. com cevada. Outras bebidas cuja
composição não esteja clara no
rótulo
Leites e derivados Leite em pó, esterilizados ( caixas Leites achocolatados que contenham
tetrapack ), leites integrais, malte ou extrato de malte, queijos
desnatados e semi desnatados. fundidos, queijos preparados com
Leite condensado, cremes cereais proibidos. Na dúvida ou
de leite, Yakult. Queijos frescos, ausência das informações corretas
tipo minas, ricota, parmesão. Pães nas embalagens, não adquira o
de queijo. Para iogurte e produto
requeijão, verifique observações
nas embalagens.
Carnes ( boi, aves, porco, Todas, incluindo presunto e lingüiça Patês enlatados, embutidos ( salame,
cabrito, rãs, etc ), peixes caseira salaminho e algumas salsichas
e produtos do mar, ovos e )Carnes à milanesa
Vísceras ( fígado, coração
)
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GRUPOS PERMITIDOS PROIBIDOS
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Para o indivíduo com alergia alimentar muito sensível, mesmo quantidades
muito pequenas dos alérgenos podem ser suficientes para desencadear uma grave
reação alérgica.
Desta forma, para fazer escolhas seguras, o consumidor deve ler os rótulos
para checar a presença do ingrediente alergênico, é recomendável também fazer
contato com os canais de atendimento ao consumidor, para buscar informações sobre
a presença de traços provenientes do processo de produção, e se há controle dos
alérgenos juntos aos fornecedores de matéria prima.
Neste contexto, entendemos a utilidade e relevância da criação de um
aplicativo que possa fazer esta ponte de comunicação entre o consumidor e o
fornecedor, de forma a melhorar a informação do portador de alergia alimentar, a
criação do blog e divulgação de informações através das redes sociais auxilia na tarefa
de atrair e conhecer melhor as características e hábitos do público, através da
medição de resposta às publicações, temas de maior interesse, horários ou datas de
pico e envio de questionários.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gráfico 2 – Ilustração das visualizações do blog apenas em momentos pontuais, mostrando que o site só era
visitado quando havia postagem em alguma rede social
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Gráfico 3 – Restrições mais encontradas a partir das respostas ao questionário
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Analisando as estatísticas do facebook (gráfico 5), chegamos a um total de 37
curtidas na página. A partir dos gráficos apresentados percebemos que as postagens
mantiveram uma média de alcance e envolvimento semelhantes, independente do tipo
de postagem (link, foto). As publicações com receita tiveram números um pouco
maiores, mostrando que as pessoas tem interesse em conhecer receitas sem glúten
e/ou sem lactose.
Gráfico 5 – Gráfico relacionando os dados estatísticos apresentados pelo Facebook, ilustrando a principal faixa
etária de cada sexo que mais acessava a página Menu Sustentável
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS
37
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<http://www.lookbebe.com.br/consultamos-um-alergista-alimentar-orientacoes-para-
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Gazeta do Povo, 2017. 1 p. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/viver-
38
bem/saude-e-bem-estar/ficar-sem-gluten-pode-causar-diabetes-como-substituir-
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Povo, Curitiba, 06 abr. 2017. Viver Bem, p. 2. Disponível em:
<https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/ficar-sem-gluten-
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MOREIRA DE SÁ, Priscila Thays; OLIVEIRA DELANI, Tieles Carina de; FERREIRA,
Adriano Araujo. Aspectos etiológicos de hipolactasia. Revista UNINGÁ, Maringá, v.
20, n. 2, p. 123-128, out. 2014.
PEREIRA, Patricia Brazil; SILVA, Cristiane Pereira da. Alergia a proteína do leite de
vaca em crianças: repercussão da dieta de exclusão e dieta substitutiva sobre o
estado nutricional. Revista paulista de pediatria, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 100-106,
2008.
39
SAUDÁVEL, Redação Minuto. O que é Doença Celíaca, sintomas, tratamento e
diagnóstico: O que é doença celíaca?. [S.l.: s.n.], 2017. 1 p. Disponível em:
<https://minutosaudavel.com.br/o-que-e-doenca-celiaca-sintomas-tratamento-e-
diagnostico/>. Acesso em: 03 jun. 2018.
40