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Universidade Aberta (UnisCED)

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Saúde e Nutrição

Nome de estudante; Fátima Rodrigues Jauado


Código de estudante; 96230909

Lichinga aos 09 de Maio de 2023


Universidade Aberta (UnisCED)
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Saúde e Nutrição

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de Biologia da UnISCED.

Tutor: Msc. Gumissai Gumissai

Nome de estudante; Fátima Rodrigues Jauado


Código de estudante; 96230909

Lichinga, aos 21 de Maio de 2023


Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 3

1.1.1. Geral ......................................................................................................................... 3

1.2. Específicos ................................................................................................................... 3

2. Metodologia ..................................................................................................................... 3

3. Saúde e nutrição .................................................................................................................. 4

3.1. Conceitos de alimentação e nutrição............................................................................ 5

3.1.1. Alimentos ................................................................................................................. 6

3.1.2. Grupos básicos de alimentos .................................................................................... 6

3.2. Energéticos ....................................................................................................................... 8

3.3. Nutrientes essenciais para uma boa alimentação. ................................................................ 8

3.3.1. As funções dos alimentos no nosso corpo .................................................................... 8

3.4. Composição dos Alimentos ................................................................................................. 9

3.4.2. Carboidratos ................................................................................................................ 10

3.5. Classificação dos carboidratos........................................................................................... 10

3.5.1. Monossacarídeos ......................................................................................................... 10

3.5.2. Dissacarídeos .............................................................................................................. 11

3.5.3. Polissacarídeos ............................................................................................................ 12

3.6. Situação nutricional em Moçambique ............................................................................... 14

4. Conclusão ............................................................................................................................. 15

5. Bibliografia ........................................................................................................................... 16
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1. Introdução
A qualidade de vida está relacionada a diversos factores, mas nenhum deles é tão importante
para a manutenção da saúde quanto a alimentação. A nutrição tem início na vida intrauterina,
por isso é imprescindível que a gestante receba uma alimentação adequada, já que a mãe
transfere para o bebê os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento.

Na primeira infância ocorrem muitas transformações na criança e de forma bastante rápida.


Consequentemente, carências nutricionais nesta fase podem ser responsáveis por danos
irreparáveis. As principais estão relacionadas ao desenvolvimento cognitivo, prejudicando o
aprendizado escolar, e a formação óssea, alterando o processo de crescimento e podendo
ocasionar deformidades ósseas e baixa estatura, visto que esta é a principal fase de absorção
de cálcio pelo organismo.

Actualmente, com o dia a dia corrido, as pessoas acabam optando por alimentos
industrializados, como os congelados, enlatados e embutidos, aumentando o consumo de
sódio, gorduras e conservantes, o que acarreta o grande aumento de peso da população e a
incidência de doenças crônicas não transmissíveis, por exemplo a diabetes, hipertensão e
obesidade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde é “completo bem-estar


e pleno desenvolvimento das potencialidades físicas, psicoemocionais e sociais e não a mera
ausência de doença ou enfermidade”.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Compreender a saúde nutrição.

1.2. Específicos
 Conhecer os hábitos alimentares para saúde e nutrição;
 Descrever os cuidados com a saúde e nutrição.

2. Metodologia
Para realizar o presente trabalho foi necessário o uso de bibliografias presentes pelo guião de
estudo e outras fontes buscadas pela internet.
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3. Saúde e nutrição

O século XX caracteriza-se pelo despertar de uma preocupação colectiva para os contrastes


que, infelizmente, ainda existem entre os diferentes modos de vida do homem. E a mais
revolucionária transformação de nossa época, refere Erich Fromm, é... "o fato de terem todos
os povos do mundo aberto os olhos e adquirido consciência de seu direi to a uma vida
material digna, e de ter o homem descoberto os meios técnicos para a realização de tal
aspiração".

Sabe-se que a maioria dos casos de desnutrição sobrevive graças aos mecanismos de ajuste
biológico ou respostas adaptativas, que se cumprem mais facilmente nos processos de longa
duração. Entretanto, a massificação do maras mo, sua crescente prevalência, sua antecipação
para as idades mais baixas e sua cronicidade, são factores que tornam sombrias as
perspectivas do problema. É o que estamos observando ultimamente: ostentam a mortalidade
infantil e a pré-escolar apreciáveis reduções, apesar da ocorrência de sérios desvios
nutricionais. Paradoxalmente, aumenta a associação entre óbitos e desnutrição, a despeito da
queda da mortalidade.

Alimentar-se é muito mais que ingerir comida. Enquanto o hábito de comer é apenas uma
espécie de “abastecimento”, a acção de se alimentar correctamente, é utilizar os componentes
presentes no alimento para manter o corpo perfeitamente equilibrado e aproveitando os
benefícios de seus componentes, fazendo assim, a denominada nutrição.

Indo muito além da capacidade de manter o corpo vivo, a alimentação tem o papel essencial,
pois é através da ingestão dos alimentos correctos que o organismo recebe, os nutrientes,
vitaminas e minerais que precisa para manter seu bom funcionamento e prevenir doenças
como anemia, obesidade, diabetes tipo 2, acidente vascular cerebral, entre outras.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, por meio da Estratégia Global para a
Promoção da Alimentação Saudável, Actividade Física e Saúde, que os governos formulem e
actualizem periodicamente directrizes nacionais sobre alimentação e nutrição, levando em
conta mudanças nos hábitos alimentares e nas condições de saúde da população e o progresso
no conhecimento científico.

 Cada pessoa é única, tem um próprio DNA, e uma necessidade de nutrientes


individualizada. Essa necessidade vai muito além da quantidade calórica, por isso a
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alimentação que serve para um pode não ser a melhor para outro. Preocupe-se com os
nutrientes e não apenas com as calorias.

 Tudo aquilo que ingerimos exerce um grande impacto também sobre a função
cerebral, podendo interferir no humor, no pensamento, no comportamento, na
memória, no aprendizado e no envelhecimento celular.

 Se não ingerirmos o alimento corretamente, o corpo vai precisar usar reservas para o
cérebro funcionar. O cérebro buscará as reservas de outros locais como por exemplo: o
cabelo e as unhas. Se isto acontecer, o corpo ficará fragilizado e haverá baixa
imunidade, podendo haver quedas de cabelos e quebras das unhas.

“A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a


ausência de doenças e enfermidades. ” (OMS).

Com a mudança na rotina devido ao isolamento social, manter uma alimentação saudável
durante a pandemia é ainda mais difícil. Por isso, muitas pessoas optam pelas comidas ultra
processadas ou pedem comida de restaurantes pela praticidade, no entanto essa atitude pode
trazer danos à saúde.

O isolamento social também pode gerar ansiedade e compulsões alimentares em muitas


pessoas, o que prejudica tanto a saúde física quanto mental. Neste momento, é preciso ter
cuidado redobrado com higiene e também com a alimentação saudável, pois manter a
imunidade fortalecida é fundamental para evitar o surgimento ou agravamento de doenças.

3.1. Conceitos de alimentação e nutrição


A Alimentação ou nutrição é o processo pelo qual os organismos obtêm crescimento,
movimento, reprodução, etc. Na linguagem vernácula, alimentação é o conjunto de hábitos e
substâncias que o Homem usa, não só em relação às suas funções vitais, mas também como
um elemento da sua cultura e para manter ou melhorar a sua saúde.

A definição adotada pela OMS tem sido alvo de inúmeras críticas desde então. Definir a
saúde como um estado de completo bem-estar faz com que a saúde seja algo ideal, inatingível,
e assim a definição não pode ser usada como meta pelos serviços de saúde. Alguns afirmam
ainda que a definição teria possibilitado uma medicalização da existência humana, assim
como abusos por parte do Estado a título de promoção de saúde.
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Por outro lado, a definição utópica de saúde é útil como um horizonte para os serviços de
saúde por estimular a priorização das acções. A definição pouco restritiva dá liberdade
necessária para acções em todos os níveis da organização social.

3.1.1. Alimentos
É toda a substância que captada do meio exterior seja capaz de cumprir as funções
fisiológicas, psicológicas e sociais.

1. Funções

Fisiológicas: quando fornece ao organismo energia e materiais plásticos de modo a formar e


regenerar tecidos e fluídos e quando for capaz de regular o metabolismo.

 Psicológica: diz respeito a reacção o indivíduo frente ao alimento.

 Social: é a inter-relação frente aos alimentos, ou o papel que um determinado alimento


cumpre na comunidade.

 COMPOSIÇÃO: glicídios, protídeos, lipídios, minerais, água, fibras e outros


microelementos.

 CLASSIFICAÇÃO: Os alimentos podem ser classificados quanto à origem, quanto à


composição, quanto à durabilidade, etc.

3.1.2. Grupos básicos de alimentos


Os alimentos contêm substâncias, chamadas nutrientes, responsáveis pela nutrição do corpo
humano. Nós já ouvimos falar deles, são os açúcares, as gorduras, as proteínas, as vitaminas e
os minerais. Alguns alimentos são mais ricos em açúcares, outros só contêm gordura, outros
contêm proteína e gordura.

Várias são as combinações de nutrientes que encontramos nos alimentos, por isso nossa
alimentação só será equilibrada se for variada. Quando deixamos de comer certos alimentos
ou comemos sempre os mesmos, a alimentação poderá ficar desequilibrada por falta ou
excesso de nutrientes. Uma alimentação saudável deve variar cores, sabores e os tipos de
preparações. Isto também é importante para evitar a monotonia alimentar. Para entender
melhor, podemos dividir os alimentos em grupos, de acordo com a quantidade de nutrientes e
com as funções que desenvolvem dentro do corpo humano.
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Os alimentos estão divididos em três grupos. Combinados em todas as refeições, constituem


uma alimentação equilibrada.

4. Alimentos Energéticos

São os que dão gás ao organismo, desde energia para você levantar o braço e acenar para
alguém, até correr milhas e milhas. Fazem parte deste grupo os carboidratos, presentes nos
pães, massas, arroz, batatas, entre outros.

5. Alimentos Construtores

Tem a função de produzir os tecidos que estão em constante renovação como o cabelo, a pele,
as unhas, os músculos, etc. Os construtores também produzem anticorpos, transportam
oxigênio e nutrientes para o sangue, regulam o equilíbrio da água, ou seja, servem para muitas
coisas.

Os principais são as proteínas encontradas nas carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados,
nozes, feijão, soja, ervilhas, etc.

6. Alimentos Reguladores

São os que ajudam a processar as proteínas, os carboidrato e as gorduras. Entram aqui os


minerais (cálcio e ferro, por exemplo) e as vitaminas que são divididas em dois grupos:

 As solúveis em água - a vit.C e as oito vitaminas do grupo B, que precisam ser


consumidas diariamente, uma vez que o corpo não consegue estocá-las;

 As solúveis em gorduras - vit. A,D,E, e K, de que o organismo tem um verdadeiro


arsenal.

Cada uma destas vitaminas é encontrada num grupo específico de alimentos, que em uma
dieta equilibrada, pode-se obter todas elas nas quantidades necessárias.

7. Reguladores

HORTALIÇAS "A" = 10 calorias/ porção = 1 prato, dos de sobremesa.

Acelga, agrião, alface, almeirão, brócolis, champignon, chicória, couve, erva doce, escarola,
espinafre, jiló, nabo, palmito, pepino, pimentão, rabanete, repolho, rúcula, salsão, tomate.
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HORTALIÇAS "B" = 35 calorias/ porção = 1 pires, dos de chá.

abóbora, abobrinha, alcachofra, beringela, beterraba, cenoura, chuchu, couveflor, ervilha


verde, moranga, quiabo, vagem,.

FRUTAS = 60 calorias / porção

Abacate = 2 colheres (sopa) maçã = 1 média

Abacaxi = 1 fatia média mamão comum = 1 fatia grossa

Ameixa = 2 médias

Mamão papaia = ½ unidade

3.1.3. Protéicos
LEITE E DERIVADOS = 80 calorias / porção

Coalhada seca = 2 colheres (sopa) leite de vaca (magro) = 1 copo pequeno iogurte integral
natural * = 1 xícara queijo minas fresco = 1 fatia média leite de vaca desnatado = 1 copo
médio queijo musarela * = 2 fatias finas leite de vaca (pó) desnatado = 2 colh. (sopa) cheias
queijo prato ou suíco * = 2 fatias finas

LEGUMINOSAS = 40 calorias / porção

Ervilha seca = 1 colher (sopa) lentilha = 1 ½ colheres (sopa) feijão = 1 colher (sopa) soja = ½
colher (sopa) grão de bico = 1 colher (sopa).

3.2. Energéticos
Creme de leite enlatado * = 1 colher (sobremesa) molhos sem gordura = 2 colheres (sopa)
creme de leite fresco * = 1 colher (sopa) molhos com pouca gordura = 2 colheres (sopa)
maionese * = 1 colher (sobremesa).

3.3. Nutrientes essenciais para uma boa alimentação.


3.3.1. As funções dos alimentos no nosso corpo
Para seu corpo funcionar bem é importante uma alimentação saudável e ter alimentação
saudável depende da sua necessidade de energia que está relacionada com a idade, peso,
estatura e actividades físicas. Mas mesmo dependendo disso, a dieta normal deve ser
composta por proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, cálcio e outros minerais, como também
rica em vitaminas (A, D, E, K e complexo B). Para isto necessitamos de uma dieta variada,
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que tenha todos os tipos de alimentos, sem abusos. Foi feita então uma divisão em três tipos
de alimentos, que são importantes para nosso corpo pois tem funções diferentes:

3.4. Composição dos Alimentos

Quimicamente, os alimentos são compostos principalmente de carbono,Nhidrogênio e


oxigênio, porém contém outros elementos em várias proporções. Quando nos referimos ao
valor nutritivo dos alimentos, não falamos em sua composição química, mas nos componentes
que classificamos de nutrientes, conhecidos como hidratos de carbono, proteínas, gorduras,
vitaminas, minerais e água. Para orientar a alimentação, é indispensável conhecer o valor de
cada um dos nutrientes, seu teor nos diferentes alimentos e as suas precauções a serem
tomadas durante o preparo, para conservação dos mesmos.
3.4.1. Proteínas

As proteínas são as biomoléculas mais abundantes nos seres vivos e exercem funções
fundamentais em todos os processos biológicos. São polímeros formados por unidades
monoméricas chamadas a-aminoácidos, unidos entre si por ligações peptídicas. As proteínas
são constituídas de 20 aminoácidos-padrão diferentes reunidos em combinações praticamente
infinitas, possibilitando a formação de milhões de estruturas diversas.

Quando quebradas (hidrolisadas) as proteínas são decompostas em uma mistura de


aminoácidos, que é característica para cada tipo de proteína. As proteínas que são de
diferentes funções possuem diferentes sequências de aminoácidos (cadeias peptídicas).
Existem dois tipos de proteínas em relação à hidrolise:

- Proteínas Simples: quando hidrolisadas fornecem apenas aminoácidos (ex: Ribonuclease,


quimotripsina).

Proteínas Conjugadas: quando hidrolisadas fornecem Aas e um componente químico,


denominado grupo prostético. Assim, as proteínas conjugadas são classificadas de acordo com
o grupo prostético. As proteínas constituem uma estrutura complexa de cadeia de
aminoácidos. Sendo que as propriedades e funções de qualquer proteína dependem do número
de posições relativas dos aminoácidos presentes e da natureza química de seus grupos. Os
aminoácidos são ligados através de cadeias peptídicas, formando polímeros chamados
polipeptídeos, que tem a seguinte estrutura:
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A proteína pode conter uma ou mais cadeias polipeptídicas e para definir esta estrutura
complexa foram estabelecidos quatro níveis estruturais básicos para uma proteína.

3.4.2. Carboidratos

Os carboidratos são considerados nutrientes energéticos, pois têm como função o


fornecimento da maior parte da energia necessária para o corpo realizar suas actividades
normais como andar e trabalhar. Podem ser classificados como carboidratos simples, os que
possuem uma absorção mais rápida fornecendo ao organismo uma rápida forma de energia
(glicose); e os complexos, que para serem absorvidos e utilizados como fonte de energia
devem ser quebrados em carboidratos simples. Os representantes desta classe de nutriente são
as massas, pães, cereais, tubérculos e grãos.

Pode ser representado da seguinte forma: Cn H2n On. Variam de açúcares simples contendo
de 3 a 7 carbonos até polímeros muito complexos. Eles fornecem 4 calorias para o organismo
por grama consumida de carboidratos.

3.5. Classificação dos carboidratos

A classificação dos carboidratos é feita de acordo com o tamanho que estes assumem. São
então classificados como monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos ou
polissacarídeos.

3.5.1. Monossacarídeos

Os monossacarídeos (açúcar simples) são as unidades básicas dos carboidratos. São raramente
encontrados livres na natureza, mas estão em formas de dissacarídeos e polissacarídeos. São
os açúcares mais simples, não podem ser hidrolisados para uma forma mais simples. A
maioria apresenta sabor doce.

Constituem fonte prioritária de energia para os seres vivos. São facilmente absorvidos a nível
intestinal. Caem rapidamente na corrente sanguínea, elevando o hormônio insulina.
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 Glicose

É a forma de açúcar comumente encontrada na corrente sanguínea. É o principal produto


formado a partir da hidrólise dos carboidratos mais complexos no processo de digestão.

A glicose é oxidada nas células para fornecer a energia que é armazenada no fígado e
músculos na forma de glicogênio. O sistema nervoso central utiliza apenas glicose como fonte
de combustível. A glicose é abundante nas frutas, xarope de milho, mel e em certas raízes.
Nas frutas e vegetais o teor da glicose e frutose vai depender da do estado de maturação e
preservação.

 Frutose

É o açúcar das frutas, mais doce de todos os monossacarídeos. Sua doçura varia conforme a
fruta amadurece, ela se torna mais doce porque a sacarose se transforma em glicose e frutose.
É encontrado nas frutas e mel.

 Galactose

É o açúcar do leite. Não é encontrado livre na natureza. Combina-se com a glicose para
formar lactose. É obtida através da hidrólise (quebra) da lactose durante o processo de
digestão. Está presente no leite e em outros produtos lácteos.

3.5.2. Dissacarídeos

São açúcares simples compostos de dois monossacarídeos ligados. Uma reacção de


condensação ocorre quando dois monossacarídeos se combinam e então uma molécula de
água é liberada. Para que sejam absorvidos é necessário que sejam hidrolisados e
transformados em monossacarídeos.

 Sacarose

É o açúcar comum de mesa. Provém dos vegetais e é encontrado no açúcar de cana, no açúcar
da beterraba, no açúcar da uva e no mel. O açúcar invertido é um xarope feito a partir da
sacarose, quando submetida ao aquecimento na presença de uma substância ácida (suco de
limão ou ácido acético - presente em diversas frutas e no vinagre). A inversão do açúcar
provoca a quebra da sacarose em glicose e frutose.
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 Lactose

É o açúcar do leite. Produzido exclusivamente nas glândulas mamárias dos lactentes. É


formada pelos mamíferos através da glicose para suprir o componente carboidrato do leite
durante a lactação. É o menos doce dos dissacarídeos. O leite humano contém de 6-8% e, o de
vaca, de 4-6%.

 Maltose

É o açúcar do malte. Não é encontrado livre na natureza. É obtido através os processos de


digestão por enzimas que quebram as moléculas grandes de amido em fragmentos de
dissacarídeos, os quais são convertidos em duas moléculas de glicose para facilitar a absorção.
É obtida pela indústria através da fermentação de cereais em germinação, tais como a cevada,
produzindo etanol (álcool) e dióxido de carbono.

3.5.3. Polissacarídeos

São uniões de várias unidades de glicose, diferindo apenas no tipo de ligação. Os


polissacarídeos são menos solúveis e mais estáveis que os açúcares mais simples. São
conhecidos como carboidratos complexos.

 Amido

É a reserva energética dos vegetais. Encontrados em grãos, raízes, vegetais e legumes. É a


principal fonte de carboidrato da dieta, sendo recomendado de 50 a 55% do total de
quilocalorias seja proveniente dos carboidratos complexos. Os amidos de diferentes fontes
alimentares tais como o milho, arroz, batata, tapioca, mandioca, trigo, são polímeros de
glicose com a mesma composição química e suas características são determinadas pelos
números de unidades de glicose.

 Glicogênio

É a forma de armazenamento dos carboidratos nos seres humanos e nos animais no fígado e
no tecido muscular. Apesar da presença no tecido animal, a carne e outros produtos animais
não contêm quantidade apreciável de glicogênio.

Devido a Epinefrina e outros hormônios de estresse liberado na matança dos animais, os


estoques de glicogênio são esgotados. O glicogênio é importante no metabolismo, pois ajuda
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a manter níveis de açúcar normais durante períodos de jejum, como durante o sono e é
combustível imediato para contracções musculares.

 Celulose

É o polissacarídeo constituinte da estrutura celular dos vegetais. A celulose não sofre acção
das enzimas digestivas de humanos, com isso não é digerida e torna-se uma fonte importante
de fibras da dieta. A celulose encontra-se apenas em vegetais: frutas, hortaliças, legumes,
grãos, nozes e sementes.

 Vitaminas

As vitaminas são nutrientes importantes para o nosso organismo. São de extrema importância
para o bom funcionamento do nosso organismo, principalmente, porque ajuda a evitar muitas
doenças.

Elas não são produzidas pelo organismo e, portanto, devem ser adquiridas através da ingestão
de alimentos (frutas, verduras, legumes, carnes etc). A falta de vitaminas pode acarretar em
diversas doenças (avitaminoses).

Elas podem ser de dois tipos: hidrossolúveis (solúveis em água e absorvidas pelo intestino) e
lipossolúveis (solúveis em gorduras e absorvidas pelo intestino com a ajuda dos sais biliares
produzidos pelo fígado).

As necessidades vitamínicas de um indivíduo variam de acordo com factores como


idade, clima, actividade que desenvolve e estresse a que é submetido. A quantidade de
vitaminas presente nos alimentos também não é constante. Varia de acordo com a estação do
ano em que a planta foi cultivada, o tipo de solo ou a forma de cozimento do alimento (a
maior parte das vitaminas se altera quando submetida ao calor, à luz, ao passar pela água ou
quando na presença de certas substâncias conservantes ou saporíferas).

Devido ao fato de que a maioria das vitaminas não pode ser sintetizada pelo organismo
humano, devendo ser assimiladas pela dieta, vários alimentos são enriquecidos para restaurar
a quantidade perdida durante o processamento e estocagem, ou para garantir a ingestão da
dose mínima diária necessária, como a adição de ácido fólico a farinha de trigo, por exemplo.
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As vitaminas são classificadas em dois grupos, com base em sua solubilidade, o que
determina sua estabilidade, ocorrência em alimentos, distribuição nos fluidos corpóreos e sua
capacidade de armazenamento nos tecidos.

As vitaminas hidrossolúveis são as que compõem o complexo vitamínico B e a vitamina C,


enquanto que as lipossolúveis compreendem as Vitaminas A, D, E e K.

3.6. Situação nutricional em Moçambique

A desnutrição crónica em Moçambique manteve-se relativamente inalterada durante os


últimos 15 anos. Níveis extremamente elevados de desnutrição crónica (43 por cento) em
Moçambique afectam quase uma em cada duas crianças menores de 5 anos. Além de
contribuir para mortes infantis e para uma má saúde da criança, a desnutrição crónica tem um
impacto prejudicial no aproveitamento escolar, na renda familiar e perpetua o ciclo de
privação intergeracional.

Embora a desnutrição crónica constitua um desafio a nível nacional, é mais acentuada nas
crianças que vivem nas províncias do norte, nomeadamente Nampula, Cabo Delgado, Niassa
e Zambézia, onde a prevalência é o dobro da de Maputo, província do sul, e nas famílias
pobres cujo risco de desnutrição crónica é o dobro do das famílias mais ricas.

As razões da desnutrição crónica são muitas e complexas. Um grande desafio é que 81 por
cento da população depende da agricultura para a sua subsistência e mais de 95 por cento das
culturas alimentares são produzidas em condições de sequeiro, num país que é assolado por
cheias e secas frequentes. Além disso, as más condições de saneamento e higiene estão na
origem da diarreia; além de ser uma das principais causas de mortalidade infantil, episódios
repetidos de diarreia estão também associados à desnutrição crónica.

Uma outra causa importante da desnutrição crónica é a inexistência de práticas alimentares


adequadas de lactentes e crianças. Menos de metade das crianças menores de 6 meses tiveram
amamentação exclusiva e apenas 13 por cento das crianças de 6–23 meses recebem uma dieta
mínima recomendável. Esta situação é aliada à fraca cobertura das actividades integradas de
comunicação para a mudança do comportamento, em que as mensagens de educação
nutricional atingiram apenas 18 por cento das crianças nas escolas.
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4. Conclusão

Desta feita, conclui-se que várias são as combinações de nutrientes que encontramos nos
alimentos, por isso nossa alimentação só será equilibrada se for variada. Quando deixamos de
comer certos alimentos ou comemos sempre os mesmos, a alimentação poderá ficar
desequilibrada por falta ou excesso de nutrientes. Uma alimentação saudável deve variar
cores, sabores e os tipos de preparações. Isto também é importante para evitar a monotonia
alimentar. Para entender melhor, podemos dividir os alimentos em grupos, de acordo com a
quantidade de nutrientes e com as funções que desenvolvem dentro do corpo humano.

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5. Bibliografia

1. ALUDE. Nutrição – Alimentação equilibrada e organismo saudável. Ed. Alaúde, 1


ed, 2006, 95p.

2. ESCOTT-SUMP, MAHAN, L.K.; ARLIN, M.T. Krause. Alimentos Nutrição e


dietoterapia. São Paulo: Roca, 2005.

3. EVANGELISTA, J. Tecnologia de Alimentos, Livraria Atheneu, Rio de Janeiro, São


Paulo, 2005.

4. FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos, Ed. Atheneu, 2007.

5. ORDÓÑEZ, J.A.P. et al. Tecnologia de Alimentos: componentes dos alimentos e


processos. Porto Alegre: Artmed, vol. 1, 294p, 2005.

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