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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM


Unidade Acadêmica de Ensino de Filosofia, Ciências e Letras – UEFI
Curso de Nutrição

ÉRIKA CRISTINA SILVA FONSECA

TRANSTORNOS ALIMENTARES E SEUS DESDOBRAMENTOS NO


COMPORTAMENTO HUMANO

SETE LAGOAS
2020
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ÉRIKA CRISTINA SILVA FONSECA

TRANSTORNOS ALIMENTARES E SEUS DESDOBRAMENTOS NO


COMPORTAMENTO HUMANO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Nutrição, da
Unidade Acadêmica de Ensino de Filosofia,
Ciências e Letras, do Centro Universitário de
Sete Lagoas – UNIFEMM, como requisito
obrigatório para a obtenção do título de
graduada em Nutrição.

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Nutrição


comportamental.

ORIENTADORA: Cecy Maria Lima Santos

SETE LAGOAS
2020
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM


Unidade Acadêmica de Ensino de Filosofia, Ciências e Letras – UEFI
Curso de Nutrição

ÉRIKA CRISTINA SILVA FONSECA

TRANSTORNOS ALIMENTARES E SEUS DESDOBRAMENTOS NO


COMPORTAMENTO HUMANO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Nutrição, da Unidade Acadêmica
de Ensino de Filosofia, Ciências e Letras, do
Centro Universitário de Sete Lagoas –
UNIFEMM, como requisito obrigatório para a
obtenção do título de graduada em Nutrição.

Sete Lagoas, _____ de ________________ de 2020.

Aprovado com nota: ______

Banca examinadora:

__________________________________________
Orientador: Profa. Dra. Cecy Maria Lima Santos.

_________________________________________
Avaliador: Prof.
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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de ter chegado até aqui.


Deixo também os meus agradecimentos a toda minha família, em especial aos meus pais que
não medem esforços para realizar os meus sonhos.
Gostaria de agradecer também principalmente a professora Luciene Lessa Moreira que esteve
sempre me auxiliando e ajudando desde o início deste trabalho com muita dedicação e
empenho.
Também a professora e orientadora Cecy Maria Lima Santos por toda a ajuda e suporte.
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Eu faço da dificuldade a minha motivação. A volta por cima vem na continuação.


Charlie Brown Jr
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TRANSTORNOS ALIMENTARES E SEUS DESDOBRAMENTOS NO


COMPORTAMENTO HUMANO

RESUMO

Os transtornos alimentares de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


Mentais (DMS-V) são perturbações mentais devido à alimentação ou a fatores ligados a
mesma, podendo assim causar inúmeras doenças físicas como a anorexia nervosa, a bulimia
nervosa acarretadas pela má absorção dos alimentos e pelo consumo inadequado deles,
causando danos à saúde física e mental dos indivíduos. Os transtornos hoje abrangem uma
quantidade significativa de pessoas em todo o mundo, principalmente no Brasil. Estudos
mostram que, a prevalência de homens e mulheres com Transtornos Alimentares (TA) varia
de 1,6 a 1,10% aumentando ainda mais nos homossexuais. Os números de pessoas com
transtornos alimentares e emocionais veem sendo cada vez maiores, isto acontece porque
muitas pessoas têm dificuldade de possuir hábitos alimentares saudáveis, criando um conflito
entre o que é ou não saudáveis, e por isso, sintam-se retraídos por causa de imagens impostas
pela sociedade. Levando em consideração o aumento dos fast-food e das redes sociais e a
grande influência de ambos sobre a população, é notável que a sociedade de modo geral
reduziu bastante o consumo de hortaliças, verduras, legumes e frutas optando por alimentos
mais calóricos e gordurosos, com isso o número de pessoas depressivas e insatisfeitas com o
corpo também aumentou, pois principalmente os jovens querem emagrecer e terem o corpo
perfeito, mas criam certa resistência com relação a alimentação saudável e a melhor qualidade
de vida.

Palavras-chave: Comportamento alimentar. Transtornos alimentares. Comportamento


humano.
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EATING DISORDERS AND THEIR CONSEQUENCES IN HUMAN BEHAVIOR

ABSTRAT

Eating disorders according to the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
(DMS-V) are mental disorders due to feeding or related factors, and can cause numerous
physical diseases such as anorexia nervosa, bulimia nervosa caused by malabsorption
inadequate consumption of them, causing damage to the physical and mental health of
individuals. The disorders today include a significant number of people worldwide, especially
in Brazil. Studies show that the prevalence of men and women with eating disorders (ED)
ranges from 1.6 to 1.10%, increasing even more in homosexuals. The numbers of people with
eating and emotional disorders are increasing, this is because many people find it difficult to
have healthy eating habits, creating a conflict between what is healthy and unhealthy, so they
feel withdrawn because of images imposed by society. Taking into account the increase in fast
food and social networks and the great influence of both on the population, it is notable that
society generally reduced consumption of vegetables, vegetables, fruits and vegetables by
opting for more caloric and fatty foods, so the number of people who are depressed and
dissatisfied with the body has also increased, because mainly young people want to lose
weight and have a perfect body, but they create some resistance to healthy eating and better
quality of life.

Keywords: Food behavior. Eating Disorders. Human behavior.


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LISTA DE ABREVIATURAS

AN: Anorexia Nervosa


TA: Transtornos Alimentares
BN: Bulimia Nervosa
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................09
2 REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................10
2.1 Transtornos Alimentares......................................................................................10
2.1.1 Conceito.................................................................................................10
2.1.2 Características principais....................................................................11
2.1.3 Principais patologias............................................................................12
Anorexia.........................................................................................................12
Bulimia nervosa.............................................................................................13
Obesidade.......................................................................................................15
Ortorexia........................................................................................................16
Vigorexia........................................................................................................18
3.1 Tratamento e/ou Prevenção dos Transtornos Alimentares...............................20
4 Nutrição X Transtornos Alimentares....................................................................28
5 Comportamento Humano.......................................................................................31
Conceitos gerais..........................................................................................31
Características.............................................................................................33
6 Fases do Desenvolvimento Humano.......................................................................39
6.1 1ª fase: Infância.....................................................................................39
6.2 2ª fase: Adolescência.............................................................................43
6.3 3ª fase: Adulta.......................................................................................47
6.4 4ª fase: 3ª Idade.....................................................................................49
CONCLUSÃO.........................................................................................................................51
REFERÊNCIAS......................................................................................................................52
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1 INTRODUÇÃO

O Tema “Transtornos Alimentares e seus Desdobramentos no Comportamento


Humano”, trata-se da relação do indivíduo com transtornos emocionais com a alimentação.
Este tema, auxilia os indivíduos a compreenderem melhor os transtornos e a lidarem com
determinadas situações que envolvem diversas questões relacionadas com a alimentação,
principalmente sobre o conflito do que é ou não saudável e no que isso influencia na vida do
ser humano.
Atualmente, este assunto vem sendo bastante discutido pelo fato das pessoas não
saberem que a nutrição não é apenas uma consulta nutricional, pois ela envolve também as
questões sociais, emocionais, econômicas e culturais de um indivíduo e isto, muitas vezes faz
com que as pessoas entrem em conflito consigo mesmas.
A alimentação chega a ser uma maneira de expor os sentimentos, portanto às vezes é
vista como inimiga pela população por acreditarem em coisas que não são de fato, reais.
Os transtornos alimentares de modo geral, afetam todas as faixas etárias, cada uma de um
jeito diferente, mas, desde a infância até a 3° idade estão expostos a este conflito mente, o
corpo, a vida social e econômica de todos, o que pode ser frustrante para várias pessoas.
Este trabalho apresenta como propósito analisar qual(is) o(s) tipo(s) de relação(es)
existentes entre a alimentação e o indivíduo, como o profissional nutricionista pode contribuir
para a melhora de transtornos ligados diretamente à alimentação.
Serão abordadas e discutidas as várias opiniões relacionadas ao assunto, para que possa ajudar
os seres humanos a ampliarem suas visões em relação à alimentação, a nutrição e a como
saber controlar todos os pensamentos e ações ligadas aos transtornos alimentares, emocionais
dentre outros.
Portanto este trabalho se divide em referencial teórico, objetivo analisar os TA
correlacionados ao comportamento humano, conclusão e referências bibliográficas.
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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Transtornos Alimentares:

2.1.1 Conceito –

Para Fortes (2016), os transtornos alimentares são considerados distúrbios


psiquiátricos de origem multifatorial identificados por desordens na alimentação e excessiva
preocupação com a aparência do corpo. Esses se manifestam através de comportamentos
extremos e contínuos que podem afetar a saúde dos indivíduos sendo os principais descritos
pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V), a anorexia nervosa, a
bulimia nervosa e a compulsão alimentar (Fortes e colaboradores, 2016).
Sabe-se que nos dias de hoje, a preocupação em obter um “corpo perfeito” é muito
grande, pois principalmente os adolescentes acreditam que ter um corpo que se encaixe nos
padrões expostos pela sociedade é o essencial para não serem julgados e obterem um
determinado grupo de amigos, mas, devido a este excesso de preocupação, muitos acabam
afetando a saúde com comportamentos extremos, acreditando que somente assim, serão
aceitos no meio em que vivem.
Portanto, o rastreamento de indivíduos com comportamentos inadequados
característicos dos transtornos alimentares pode auxiliar na identificação precoce daqueles
que necessitam de acompanhamento visando o não desenvolvimento de condições clínicas
que possam ter um impacto negativo na saúde (CASH & SMOLAK, 2011).
Podendo gerar várias doenças as quais o indivíduo fica bastante debilitado com relação a tudo
que envolve a alimentação, muitas das vezes têm medo de consumir determinados alimentos
por pensarem nas conseqüências que os mesmos podem trazer para eles, visando a sua
imagem e tentando se encontrar buscando a satisfação corporal.
Em contrapartida Oliveira e Hutz (2010) os caracterizam, no geral, como um medo
doentio de engordar aliado a um controle rígido da alimentação, este controle pode ser
aplicado de diferentes maneiras dependendo do indivíduo em questão. Ribeiro e Oliveira
(2011) ressaltam também que, estes transtornos podem ter diversas causas, dentre elas estão
as causas biológicas, psicológicas e socioculturais, que agem com intensidades diferentes em
cada indivíduo.
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Os transtornos alimentares atingem todas as faixas etárias, sendo desde a infância até a 3ª
idade, com conseqüências distintas correspondentes a cada idade.

2.1.2 Características principais –

Para Leonides e Santos (2013) Os Transtornos alimentares (TAs) são caracterizados


por um cortejo sintomatológico florido, que abrange sintomas físicos e psíquicos variados,
tais como: padrão perturbado de alimentação, distorção acentuada da imagem corporal,
funcionamento obsessivo-compulsivo e dificuldade no controle de impulsos. De acordo com o
APA (2013) Os principais tipos de TAs são: Anorexia Nervosa (AN), Bulimia Nervosa (BN)
e Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) (American Psychiatric Association
[APA], 2013).
De acordo com a posição colocada pelos autores Leonides e Santos (2013), os TAs são
doenças caracterizadas por um conjunto de sintomas, derivados de padrões perturbados de
alimentação, distorções acentuadas da imagem corporal, funcionamento obsessivo-
compulsivo e dificuldades no controle de impulsos.
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2016), a preocupação com a imagem corporal é
algo alarmante, pois essa preocupação pode prejudicar a vida em um todo. O aparecimento da
anorexia e bulimia nervosa é diretamente associado à insatisfação corporal, baixa autoestima e
influência midiática. A caracterização dos transtornos alimentares possui sintomatologia
parecida, iniciando como o medo exagerado de engordar, gerando assim uma preocupação
excessiva com o peso e a forma corporal. Isso reduz voluntariamente o consumo de alimentos
levando à perda de peso. Em acréscimo, o indivíduo pode utilizar-se do vômito, laxantes e/ou
diurético para que haja essa perda de peso. (Papalia, Olds e Feldman 2016).
Os autores Papalia, Olds e Feldman (2016) falam que a preocupação com a imagem
corporal pode prejudicar a vida como um todo porque principalmente a mídia influencia
muito nesse contexto de “padrão” a ser seguido pelas pessoas que querem mais popularidade,
devido a isso elas começam a se alimentar cada vez menos e com mais restrições, fazendo uso
de métodos não convencionais com o intuito de se livrarem da culpa por terem consumido
alimentos, e como conseqüência disto, perderem peso excessivamente.
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2.1.3 Principais patologias –

 Anorexia Nervosa

A palavra Anorexia tem duas raízes gregas “an”, que significa “sem” e “orexis”, que
significa “desejo de” (SILVA et al., 2006), significando “apetite reduzido” e Nervosa refere-
se à natureza psicológica do distúrbio, isso porque os anoréxicos geralmente afirmam não ter
fome, mesmo quando seus corpos estão sentindo fome; sendo mais comum em garotas
(STRAATMANN, 2010), embora os meninos não estejam imunes (5% a 10%) (COON,
2006).
As pessoas com anorexia nervosa não se alimentam por medo de engordar, por essa
razão elas não comem e mesmo quando são de perfil magro, se acham exageradamente
gordas.
A anorexia nervosa é caracterizada por uma restrição alimentar auto Imposta com
seqüelas graves, características obsessivo-compulsivas e crenças irracionais que
frequentemente complicam o tratamento. A instalação da doença ocorre de forma crônica e
provoca a princípio desnutrição e desidratação. Apesar dos pacientes negarem fome, são
comuns as queixas de fadiga, fraqueza, tonturas e visão turva. As complicações tornam-se
graves, uma vez que são utilizados métodos drásticos como a indução de vômito, exercícios
físicos em excesso e rigorosas dietas para se conseguir a perda cada vez maior de peso
corporal (JORGE; VITALLE, 2008).
Como as pessoas que tem a doença acreditam que sempre estão acima do peso ideal,
isso faz com que elas criem certa resistência com a alimentação, pois por ficarem imaginando
o quão obesas estão esses indivíduos criam uma espécie de jejum, ou seja, fazem dietas
rigorosíssimas, praticam atividade física de maneira excessiva, tudo isto para conseguirem
uma perda de peso cada vez maior.
Apolinário e Claudino (2000) apontam que o início da anorexia nervosa é marcado
por uma restrição dietética progressiva, com a eliminação de alimentos que o
indivíduo considera que podem fazê-lo engordar, como os carboidratos. Os pacientes passam
a apresentar certa insatisfação com seus corpos, assim como a se sentirem obesos apesar de
em alguns casos se encontrarem muito magros e com aparência debilitada. O medo de
engordar é uma característica essencial, servindo muitas vezes como um diferencial para
outros tipos de anorexia secundários.
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Gradativamente, os pacientes passam a viver exclusivamente em função da dieta, da


comida, do peso e da forma corporal, restringindo seu campo de interesses e levando ao
gradativo isolamento social. O curso da doença é caracterizado por uma perda de peso
progressiva e continuada. O padrão alimentar vai se tornando cada vez mais secreto e muitas
vezes até assumindo características ritualizadas e bizarras (APOLINÁRIO; CLAUDINO,
2000).
Anorexia Nervosa é um tipo de depressão, pois a doença restringe o ser humano a
viver uma vida fechada, isolada, sem ânimo próprio, fazendo assim, com que o indivíduo
comece a enxergar coisas que não são reais, mais que para ele, na sua imaginação acabam se
tornando fatos verídicos.
Segundo os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - IV
Revised (DSM-IV-R) (American Psychiatric Association, 2000), a anorexia nervosa (AN) é
caracterizada, pela grande perda de peso, recusa na manutenção do peso corporal saudável,
medo intenso do ganho de peso ou de se tornar obeso, distorção da imagem corporal, jejuns
prolongados, uso de laxantes e diuréticos de forma muito intensa, dietas restritivas, ansiedade
elevada, baixa auto-estima, ausência de menstruação (amenorréia), desgaste físico e
psicológico, excesso de atividade física, negação do transtorno, perfeccionismo extremo,
incapacidade de encontrar formas de satisfação entre outros requisitos, sendo considerada a
terceira doença crônica de maior prevalência em adolescente com esse tipo de transtorno
(CABRERA, 2006; CAMPOS; HAACK, 2013; CARVALHO et. al, 2015).
São caracterizadas por distúrbios psicológicos, as pessoas com AN não importam se
estão dentro das normalidades esperadas pelas profissionais da área da saúde ou não, o único
objetivo delas é se manterem extremamente magras, ignorando o seu estado físico e
emocional.

 Bulimia Nervosa

Outro transtorno alimentar que vem aumentando sua incidência mundialmente é a


bulimia nervosa, que se caracteriza por um ciclo de restrição-compulsão-purgação. O quadro
tem início com dietas da moda. A restrição alimentar tem o papel de iniciar e manter o
quadro, e embora muitas vezes seja entendido como uma síndrome compulsiva, a bulimia
nervosa na verdade é caracterizada por ciclos de restrição e compulsão (AVARENGA et
al., 2011).
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Diferente da AN, a Bulimia Nervosa é um transtorno que se inicia quando as pessoas


começam a utilizarem as famosas ‘dietas da moda’ e então fixam na idéia de que necessitam
dessas dietas para atingirem e/ou manter seus corpos.
De acordo com o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSM-
V(2013), indivíduos com bulimia nervosa em geral sentem vergonha de seus problemas
alimentares e tendem a esconder os sintomas. A compulsão alimentar normalmente ocorre em
segredo ou da maneira mais discreta possível e continua até que o indivíduo esteja
desconfortável ou até mesmo cheio.
Pacientes com bulimia nervosa apresentam pensamentos e emoções desadaptativas,
onde se arrependem ou lamentam ter feito algo como comer compulsivamente. Apresentam
auto-estima flutuante, que oscila entre alta ou baixa, sendo comum encontrar aqueles que
demonstram preocupação excessiva em perder peso, fazer dieta ou controlar a quantidade de
comida ingerida e, não somente nos hábitos alimentares, mas também em outros aspectos da
vida, como os estudos, a vida profissional e as relações amorosas (OLIVEIRA; SANTOS,
2006).
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) (2013)
pessoas com bulimia nervosa têm vergonha de seus distúrbios alimentares e escondem os
sintomas para não serem ‘diagnosticadas com a doença. É um tipo de compulsão alimentar em
que as pessoas consomem os alimentos de forma exagerada e escondida do resto da
população, por exemplo, quando o indivíduo vai a alguma festa, pega vários alimentos de uma
só vez e sai correndo em direção ao toalete para consumir tudo sem que alguém a veja, logo
após ingerir todos os alimentos se arrependem por terem se alimentado compulsivamente e
apresentam auto-estima oscilante entre alta e baixa, isso ocorre não só com relação à
alimentação, mas também na vida pessoal dos indivíduos, podendo atingir vários aspectos.
A compulsão alimentar apresentada em pacientes com bulimia nervosa gera no
indivíduo uma variedade de estados de humor aversivos, incluindo raiva, culpa desgosto,
medo. Outros gatilhos incluem fatores de estresse interpessoais, sentimentos negativos
relacionados ao peso corporal e à forma do corpo. A compulsão alimentar pode minimizar ou
aliviar fatores que precipitem esses episódios em curto prazo, mas a auto avaliação negativa e
a mudança repentina e transitória do estado de ânimo como o sentimento de tristeza, pena e
angústia, por exemplo, com freqüência são as conseqüências tardias (WATSON et al., 1988).
A bulimia alimentar pode causar diferentes reações como raiva, medo, culpa,
desgosto, referentes ao peso corporal e ao formato do corpo. Sentimentos como angústia e
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tristeza também fazem parte do quadro clínico da bulimia, porém são conseqüências mais
tardias comparadas as outras.
Para Apolinário e Claudino (2000), outros mecanismos utilizados pelas pessoas que
apresentam bulimia para controle do peso após uma ingestão exagerada são o uso inadequado
de medicamentos do tipo laxativo, diuréticos, hormônios tireoidianos, jejuns prolongados e
exercícios físicos exagerados. Agentes anorexígenos, que são medicamentos que causam falta
de apetite, além de enemas, que é a injeção de líquido no ânus para motivar a evacuação, são
também formas de controle do peso.
O uso de medicamentos como opção para perda de peso é algo que muitas pessoas
fazem, porém se esquecem de que o uso de substâncias de maneira inadequada pode ser um
dos principais fatores que prejudicam a saúde e bem estar, proporcionando então uma má
qualidade de vida.
Por outro lado (Leonides e Santos, 2013b) afirmam que a BN caracteriza-se por
compulsão alimentar periódica e adoção de métodos compensatórios inadequados para evitar
ganho de peso, como vômitos auto induzidos, uso de laxantes, diuréticos e enemas. As
compulsões e comportamentos compensatórios devem ocorrer, no mínimo, duas vezes por
semana durante três meses.
Além do uso de medicamentos a bulimia nervosa é caracterizada pela indução de
vômitos para compensar o peso e evitar o progresso do mesmo.

 Obesidade

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um problema de saúde


pública, a obesidade atualmente afeta 600 milhões de pessoas em todas as regiões e outros 1,9
bilhão de adultos está com sobrepeso, além da população infantil, que, em 2013, chegou a 42
milhões de crianças menores de cinco anos afetadas por excesso de peso (WHO, 2014; WHO,
2016). De caráter multifatorial, a etiologia da obesidade envolve um amplo grupo heterogêneo
de fatores ambientais, comportamentais, metabólicos, endócrinos e genéticos. Embora fatores
genéticos possam contribuir para a ocorrência da obesidade, estima-se que atualmente apenas
uma pequena parcela 24% a 40%, possa ser atribuída a esses fatores (FRANCISCHI, 2000;
COUTINHO, 2007). Dentre as causas da obesidade, existe uma que ocorre por lesão do
hipotálamo, a chamada obesidade hipotalâmica ou neuroendócrina. O hipotálamo é
responsável pela regulação da ingestão alimentar, equilíbrio do balanço energético e pelo
Sistema Nervoso Autônomo (SNA). No ser humano as principais causas da obesidade
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hipotalâmica são por lesão do hipotálamo por craniofaringeomas (neoplasias malignas),


radioterapia, traumatismo craniano, meningites, leucemia e outras (SOUZA, 2001).
Sabe-se que sobrepeso e obesidade hoje, são fatores de grande relevância para a
origem de várias doenças, dentre elas depressão, isolamento social, problemas respiratórios,
hipertensão arterial, diabetes melitus, etc. O sedentarismo, as condições socioeconômicas e a
publicidade principalmente infantil, também são alguns dos fatores contribuintes para esse
tipo de quadro.
Já o Pinheiro (2004), enfatiza os aspectos epidemiológicos do sobrepeso e da
obesidade em adultos, colocando a obesidade como uma doença crônica não transmissível de
origem multifatorial, tendo como um dos seus principais determinantes o consumo excessivo
de energia em relação às necessidades de calorias dos indivíduos. Na atualidade, a associação
entre o consumo de alimentos ultra processados e o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT), como a obesidade, o diabetes tipo II, doenças cardiovasculares e
câncer, está bem documentada, sendo este grupo de agravos responsáveis por 72% dos óbitos
no país (MONTEIRO, 2004; COUTINHO, 2007; BRASIL, 2015; LOUZADA et al., 2015;
PAHO, 2015). Frente ao cenário atual de crescimento no número de pessoas com sobrepeso e
obesidade, bem como dos seus agravos, é importante que sejam conhecidos os fatores que
contribuem para a sua gênese.
Segundo Pinheiro (2004) o sobrepeso e obesidade são derivados do elevado consumo
de alimentos ricos em sódio, gorduras e açucares que provocam as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT). Ainda de acordo com o autor, este grupo de doenças são responsáveis
por 72% dos óbitos em todo o país.
Os fatores genéticos desempenham um papel importante na manutenção do peso, uma
vez que existem genes envolvidos na regulação do gasto energético, do apetite, do
metabolismo lipídico, termogênese, diferenciação celular e sinergias. Além disso, mais de 600
genes e regiões cromossômicas têm sido relatados por participar na regulação da sensibilidade
insulínica, do peso corporal e do metabolismo energético (GOODPASTE et al., 2002;
MUTCH; CLEMENT, 2006 apoud JESUS et al., 2016).
Por ser vista como um problema de saúde mundial, a obesidade é necessária ser
cuidada em todas as fases da vida humana, para que assim se assegure de uma melhor
qualidade de vida, prevenindo as possíveis doenças às quais o sobrepeso e obesidade pode
trazer.
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 Ortorexia

A Ortorexia, também conhecida como Ortorexia Nervosa, termo criado pelo médico
americano Steven Bratman, é um transtorno alimentar recente e ainda não consta nos manuais
de diagnóstico. Sua etiologia é grega e está ligada ao “orthos”, que significa correto, junto ao
“orexis”, que significa apetite. Neste sentido, é caracterizada por uma obsessão patológica
pela alimentação correta e pela pureza dos alimentos. Esta pureza está ligada a uma dieta
livre de herbicidas, pesticidas e substâncias artificiais. (Pontes 2014).
A Ortorexia é conhecida como obsessão por alimentação saudável, é um tipo de
transtorno alimentar em que o indivíduo consome somente alimentos 100% naturais e
saudáveis, livre de qualquer alteração.
Segundo Martins et al (2011), atualmente tem-se a compreensão de que uma dieta
correta e saudável pode proporcionar, além da saúde, a prevenção de doenças. Portanto, é
notável, nos últimos tempos, o aumento da preocupação com a qualidade dos alimentos. Uma
alimentação dita saudável não envolve somente o fator biológico, mas também aspectos
econômicos, sociais e principalmente as crenças de cada indivíduo.
Para Martins (2011) ‘houve nos últimos anos um aumento da preocupação com
alimentação saudável e de qualidade’, apesar de que ainda existem muitas pessoas que
acreditam ser modinha, outras, fazem do alimento sua própria fonte de vida.
Em vista disto, as autoras Lopes e Kirsten (2009), em sua pesquisa, chegam à
conclusão de que: As pessoas apresentando quadro de ortorexia eliminam sistematicamente
alimentos ou grupos de alimentos por considerarem que não são saudáveis elegendo somente
os alimentos “saudáveis, benéficos ou puros”. Esses alimentos são os considerados por eles
alimentos totalmente naturais, higienicamente seguros e sem nenhum processo químico ou
industrial. Com esse comportamento, os ortoréxicos, em casos extremos, preferirão morrer de
fomes a comer os alimentos que consideram impuros ou insalubres e assim, prejudiciais a sua
saúde. A pessoa se torna obcecada e passa a preparar seu próprio alimento utilizando apenas
alimentos de procedência conhecida. Tornam-se cada vez mais compulsivos excluindo itens
essenciais de sua dieta como carne vermelha, laticínios, açúcar e gordura sem fazer
substituição adequada.
Por conta da necessidade de alimentos puros, os indivíduos acometidos por esta
patologia acabam por restringir alguns tipos de alimentos e passam a se empenhar em planejar
e preparar refeições, além de muitas vezes cultivarem seus próprios alimentos. Por
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conseqüência disso, gastam muito tempo em torno do ato de comer. Eles também podem
desenvolver carências nutricionais, gerando assim graves problemas de saúde.
Para o mesmo autor, a Ortorexia pode ocasionar o afastamento do convívio com a
sociedade, uma vez que o indivíduo sente a necessidade de explicar e convencer a todos da
importância de consumir os alimentos da maneira que ele mesmo consome, gerando assim
conflitos nos relacionamentos e, portanto, o isolamento social. Outra consequência desta dieta
restrita é a limitação dos alimentos, que provocam a carência de alguns nutrientes cruciais
para o bom funcionamento do organismo. Além dos problemas fisiológicos, o indivíduo
também pode desenvolver ansiedade e depressão.
Lopes e Kirsten (2009) concluem que os indivíduos com esta patologia, restringem
demais a alimentação pelo fato de se alimentarem unicamente dos alimentos de origem
natural, com isto, deixam de ingerir carnes vermelhas, laticínios, açucares e gorduras,
preferindo passar fome a ter que introduzir estes alimentos na alimentação, causando então
inúmeros riscos à sua saúde física e mental. A pessoa com ortorexia sente dificuldade em
estabelecer convívios sociais, pois ela necessita de convencer os outros de que a maneira
como se alimentam é a mais adequada, devido a isto, criam compulsões e conflitos em seus
relacionamentos sociais. Por essa dieta ser totalmente restritiva, as autoras afirmam ainda que
a limitação de alimentos essenciais para o bom funcionamento do organismo provocam
carências nutricionais, assim como também o surgimento de outras patologias.
Ainda segundo Lopes e Kirsten (2009), os indivíduos mais propensos a adquirir essa
patologia podem ser os estudantes e profissionais da área da saúde. O estudo das autoras
mostrou respostas de comportamentos de ortorexia, principalmente, em indivíduos dos cursos
de nutrição, farmácia e enfermagem.
Isto porque os estudantes e profissionais da área da saúde, especialmente da nutrição, sofrem
diariamente pressões psicológicas por causa da alimentação e do padrão ideal imposto pela
sociedade de que, é preciso obter um peso adequado e estar de acordo com, o que estas
pessoas consideram normal, para exercer a profissão.

 Vigorexia

A Vigorexia, de acordo com Severiano, Rêgo e Montefusco (2010), é um termo que


substituiu a “anorexia reversa”, que surgiu em 1993, com o psiquiatra americano Harrison
Granham Pope Junior, da Universidade de Harvard.
28

Diferente da Anorexia nervosa, a Vigorexia é considerada como uma obsessão pela busca do
corpo perfeito, enquanto a AN é caracterizada pelo medo de ganhar peso.
Alvim (2012) afirma que, a vigorexia inicialmente foi tratada como um Transtorno
Obsessivo Compulsivo e hoje é classificada como um Transtorno Dismórfico Muscular.
Segundo Falcão (2008), a etiologia da palavra Vigorexia está correlacionada com “vigor” ser
designado à força e “orexis” (do grego) ao apetite, portanto, a vigorexia pode ser traduzida
pela expressão “apetite por ser forte”.
De acordo com os autores Alvim (2012) e Falcão (2008), a vigorexia nada mais é do
que obcecação por ser forte, ou seja, ter um corpo definido e musculoso.
Para Andreola (2010), Vigorexia, Complexo de Adônis ou Transtorno Dismórfico
Muscular (como é clinicamente conhecido) são nomes dados à obsessão pelo corpo belo e
musculoso, no qual o indivíduo se desafia ao máximo para conseguir um corpo extremamente
definido. Sendo assim, para a autora Alvim (2012), o sujeito que detém este transtorno possui
um vício exagerado por musculação e pode levar seu corpo a extremos limites de exaustão.
(ANDREOLA 2010; ALVIM 2012).
Segundo as autoras Andreola (2010) e Alvim (2012), esse tipo de transtorno alimentar
é conhecido como um indivíduo que se desafia ao extremo para conseguir o corpo perfeito e
possui vício exagerado pela musculação, atingindo seus limites de exaustão.
Seguindo este raciocínio, os autores Severiano, Rêgo e Montefusco (2010) mostram que, os
indivíduos acometidos por este transtorno tendem a não se importar com as conseqüências
que o exagero do exercício físico pode trazer, visando sempre aumentar cada vez mais a sua
massa muscular e diminuir ao máximo a porcentagem de gordura do corpo. Camargo (2008)
ressalta algumas características destes indivíduos, como: Freqüentemente se descrevem como
"fracos e pequenos", quando na verdade apresentam musculatura desenvolvida em níveis
acima da média da população masculina, caracterizando uma distorção da imagem corporal.
Estes se preocupam de maneira anormal com sua massa muscular, o que pode levar ao
excesso de levantamento de peso, prática de dietas hiperprotéicas, hiperglicídicas e
hipolipídicas, e uso indiscriminado de suplementos proteicos, além do consumo de esteróides
anabolizantes. (SEVERIANO, RÊGO e MONTEFUSCO 2010; CAMARGO 2008).
A preocupação em obter um corpo musculoso é tão grande que estas pessoas não
levam em consideração se estão ou não prejudicando a saúde delas, sendo que a única coisa
que importa é se estão com definição corporal, mas, a obsessão chega a ser tão real, que
mesmo quando já atingiram a meta do ‘corpo perfeito’ continuam acreditando que ainda
existe algo a ser melhorado, continuando assim, a praticarem atividade física, utilizarem de
29

dietas com alto teor protéico e glicídico, também com baixo teor lipídico e fazendo uso de
indiscriminado de suplementos.
Feitosa (2008) relata que, a busca incontrolável pelo corpo com músculos definidos
traz consigo a diminuição do investimento na vida emocional, social e ocupacional por conta
das longas horas investidas em musculação. Em vista disso, Falcão (2008) descreve várias
conseqüências da Vigorexia para o indivíduo, tais como: Depressão e/ou ansiedade,
deteriorização das relações sociais, afetando principalmente o trabalho e os estudos,
problemas nas relações interpessoais e isolamento. As conseqüências biológicas são:
mudanças metabólicas que repercutem sobre o fígado e sistema cardiovascular, aumentando
os níveis de colesterol, diminuição do centro respiratório, disfunção erétil, hipertrofia
prostática, hipogonadismo e ginecomastia, amenorréia e ciclos menstruais irregulares nas
mulheres.
O mesmo autor ainda descreve implicações orgânicas ao indivíduo que podem ser
muito prejudiciais, tais como a insônia, desinteresse sexual, falta de apetite, irritabilidade,
problemas físicos e também o encurtamento de músculos e tendões (FEITOSA; FALCÃO
2008).
Feitosa (2008) aborda que a busca incontrolável pelo corpo com músculos definidos
traz consigo a diminuição do investimento na vida emocional, social e ocupacional, por tanto,
derivado as longas horas de musculação, os indivíduos se esquecem de viver uma vida
normal, se restringindo somente ao mundo das academias e dietas inadequadas.
Falcão (2008) já diz que a vigorexia pode ocasionar em várias conseqüências para o indivíduo
tais como alterações no sistema metabólico, depressão, ansiedade, deteriorização das relações
sociais, insônia, falta de apetite, etc.
Segundo Camargo (2008), atletas tem maior pre-disposição à Vigorexia, uma vez que
são cobrados a manter a forma física, visando melhores resultados em competições. O mesmo
autor ainda afirma que, os atletas do fisiculturismo são ainda mais propensos a este transtorno
por conta das competições e da necessidade manter a aparência. Porém, a vigorexia também
pode se desenvolver em outros tipos de atletas, como ginastas, corredores ou lutadores.
Camargo (2008) correlaciona a vigorexia aos atletas de alto rendimento, pelo fato de
os mesmos serem o tempo todo cobrados para manter a forma física devido às competições as
quais eles competem.
30

3.1 Tratamento e/ou prevenção dos Transtornos Alimentares

Para Till (2011) É importante analisar que o modo como foi concebida na literatura
científica desde sua identificação, tornou-se usual associar a ocorrência e a predisposição à
doença às mulheres e minimizar sua expressão em homens, o que deve ser considerado com
cautela Till (2011). Por ser incomum nos garotos, os profissionais de saúde devem estar
atentos quando identificam desnutrição grave sem causa aparente, pois o rápido início do
tratamento é fundamental para o bom prognóstico Santos (2012).
Os trabalhos que se dedicam à adolescência como segmento geracional mais atingido
pelos TA buscam atribuir o adoecimento às características próprias da idade, como a
importância conferida à avaliação dos pares e necessidade de aceitação social, como aspectos
predisponentes para desenvolver tais patologias Brown (2000).
Com base no autor Till (2011) é necessário analisar os transtornos alimentares desde a sua
identificação, para se obter um diagnóstico mais preciso e a melhor forma de tratá-lo.
Já Santos (2012) fala que os TA não são tão comuns em pessoas do sexo masculino,
por isso, ele faz um alerta as profissionais da área da saúde, para ficarem atentas a qualquer
sinal de desnutrição que os homens possam apresentar.
Em contrapartida Brown (2000) alega que transtornos alimentares acometem mais os
adolescentes, pelas características da idade e a necessidade da aceitação social.
Alguns autores no Brasil e exterior têm apontado para a carência de dados etnográficos em
instituições de saúde voltadas aos TA. Krauth et al.12, afirmam que mesmo sendo de
ocorrência rara, se comparadas a outras patologias, a AN e a BN deveriam ser de grande
interesse social em função dos altos custos financeiros para os sistemas de saúde e impacto
para a saúde da população, sobretudo juvenil.
Estes tipos de patologias afetam e muito a população em geral, principalmente com relação
aos custos que são muito elevados para os sistemas de saúde pública. Assim, alega Krauth
(2002) quando diz ‘que mesmo sendo de ocorrência rara, se comparadas a outras patologias, a
AN e a BN deveriam ser de grande interesse social em função dos altos custos financeiros
para os sistemas de saúde e impacto para a saúde da população, sobretudo juvenil’.
Bosi (2004) e Gonzaga (2005), dizem que, entretanto, no Brasil, são raros os estudos
que dimensionam o problema na população sob risco, bem como os serviços públicos de
saúde que atendem os TA.
31

Os TA, apesar de serem bastante conhecidos e o índice de casos no país ter aumentado
significativamente, ainda são poucos os estudos de tratamentos na saúde pública, assim como
as orientações cabíveis para pessoas com algum tipo de transtorno.
Whitney (2005) aborda que estudos internacionais apontam escassez de informações
disponíveis para orientar os profissionais no tratamento da AN Whitney (2005).
Em complemento a fala de Bosi (2004) e Gonzaga (2005), Whitney (2005) aborda que
estudos internacionais também revelam escassez sobre informações orientais para os
profissionais, no tratamento da anorexia nervosa.
Warin (2005) Os trabalhos que se dedicam ao ponto de vista dos doentes apontam que,
para estes, a AN não significa exclusivamente uma preocupação com a alimentação e o peso,
mas uma forma de lidar com a complexidade das relações sociais, sendo surpreendente que os
tratamentos ainda invistam em uma perspectiva individualista de cuidado Warin (2005).
Porém sob o ponto de vista de Warin (2005), a AN envolve inúmeros fatores, sendo
surpreendente a individualidade com que investem nos tratamentos.
Entre várias características pelas quais se pode diagnosticar a bulimia, as que mais se
destacam são a valorização do corpo magro como ideal máximo de beleza e pressão social e
familiar. Hoje, na sociedade contemporânea, o corpo ideal está sendo relacionado com a
magreza, e esta vem sendo imposta cada vez mais pela sociedade. Nesse sentido, as
influências digitais, como cinema, televisão e revistas, têm contribuído para que a grande
maioria das mulheres se dediquem a ter um corpo excessivamente magro. A questão não é ser
magra para ter saúde, mas, sim, ser magra para se enquadrar nos padrões que a mídia estampa,
podendo levar assim ao desenvolvimento de transtornos no comportamento alimentar. Outra
questão relevante que envolve os transtornos alimentares, e em especial a bulimia nervosa, é o
desafio dos profissionais especializados na assistência desses pacientes, muitas vezes formado
por uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, nutricionistas, psicólogos e
endocrinologistas. Segundo Fairburn (1991 apud ABREU; CANGELLI FILHO, 2004), para o
acompanhamento dos pacientes com transtornos alimentares (TA) é preciso relacionar
pensamento, emoção e comportamento manifesto, e o tratamento tem como objetivo fazer
com que o paciente examine a validade de suas crenças no presente e mude comportamentos
disfuncionais. Os processos cognitivos mais freqüentes nesses quadros (abstração seletiva,
super generalização, magnificação, pensamento dicotômico, personalização e pensamento
supersticioso) são definidos e examinados cuidadosamente, a fim de modificar os
pensamentos e pressupostos automáticos Fairbum (1991 apud ABREU; CANGELLI FILHO
2004).
32

Nos dias atuas, as pessoas se importam muito com opiniões alheias, e na maioria das
vezes, levam para a vida pessoal fazendo disto uma obrigação diária como se tivessem
compromisso com os indivíduos que estão dizendo algo, e necessitam de provar que são
magros, possuem o “padrão de beleza” imposto, dentre outros fatores que influenciam
negativamente a vida das pessoas que estão ali por trás das telas, mas, atrás de cada tela,
existem indivíduos que precisam de ajuda para aprender a lidar com este tipo de situação
desagradável e entender que ninguém deve ditar o biótipo de alguém, pois assim, pode-se
estar até mesmo magoando profundamente os outros, estas pessoas necessitam de auxilio para
principalmente compreenderem a si mesmas e não deixarem se influenciar por idéias obscuras
em busca pelo dito “padrão da sociedade”, porque cada um é cada um, por isso, devem saber
controlar seus pensamentos e emoções, pois cada ser humano possui suas próprias
particularidades.
A importância do envolvimento da família no tratamento está relacionada ao impacto e
ao desgaste emocional e físico que esse transtorno ocasiona no paciente e em seus círculos
social e familiar (LOBERA, 2005; GEARING, 2008 apud NICOLETTI et al., 2010).
A família é de suma importância neste momento, pois é ela quem dar todo o suporte
necessário para a pessoa que está sofrendo com algum tipo de transtorno alimentar.
A família tem um papel importantíssimo no processo, já que precisam de informação e devem
desenvolver algumas habilidades para ajudar, pois a família muitas vezes adoece junto com o
paciente.
O diagnóstico dos transtornos alimentares é clínico, pois não existem testes
laboratoriais para diagnosticar o transtorno. Na verdade, as alterações encontradas são
resultados dos hábitos utilizados para perder peso. O paciente bulímico não tem desejo de
emagrecer cada vez mais. Em geral, seu peso está normal ou, em menor número de casos,
com sobrepeso (BORGES et al., 2006).
De acordo com Borges (2016) A família necessita de informações e de certas
habilidades para ajudar, pois muitas das vezes, ela adoece junto com o paciente. Ele diz ainda
que o diagnóstico é clínico por não existir testes laboratoriais que apontam os transtornos,
uma vez que as únicas alterações possíveis de serem identificadas são nos hábitos que os
indivíduos utilizam para perda de peso.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5º
edição (DSM – V), o diagnóstico da bulimia nervosa não é tão fácil por seus sinais muitas
vezes não ficarem explícitos, por isso, o levantamento da história do paciente, seus hábitos
alimentares e a preocupação constante com o peso são dados que precisam ser
33

cuidadosamente observados. Uma pessoa com bulimia pode ser magra, obesa ou ter peso
normal. Além disso, os comportamentos, como vomitar, são muitas vezes realizados
escondidos. Pessoas com bulimia freqüentemente também têm outros problemas, como
depressão, ansiedade e abuso de substâncias.
Devido a isto, é importante estar sempre atento em relação aos comportamentos apresentados,
e a forma de como a pessoa com quadro clínico de bulimia alimentar, reage perante as outras
pessoas.
Já na obesidade e suas conseqüências é uma realidade nos serviços de saúde há muitos
anos, entretanto, na prática, esse tema ainda não é prioridade nas agendas dos gestores
públicos e do Ministério da Saúde (MS). De acordo com a legislação pesquisada, em 2013,
foram publicadas duas portarias pelo MS, as de nº 424 e nº 425, sendo que a primeira
“redefiniu as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do sobrepeso e
obesidade como linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com
Doenças Crônicas”. Já a Portaria nº 425, “estabelece o regulamento técnico, normas e critérios
para o Serviço de Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade”.
A obesidade é uma doença que precisa sim ser considerada prioridade, por que além
de causar vários prejuízos à saúde humana, ela pode ser a base de inúmeras outras doenças:
Diabetes, hipertensão arterial, fadiga, são algumas das patologias as quais a obesidade pode
acarretar.
De acordo com Azevedo (2007) Nos tempos atuais, é crescente e incessante a busca
por um corpo perfeito. Inúmeras são as pessoas que ultrapassam seus limites na tentativa
dessa conquista e compram a idéia de obter uma aparência de “modelo” estabelecido pela
mídia por meio de um corpo esbelto, magro, que julgam ser mais importante que a
manutenção da própria saúde (AZEVEDO, 2007).
Sabe-se que a mídia é grande influencia na vida do ser humano, muitos se espelham
nela como conselheira, pois acreditam que ali está a resposta que tanto procuram, seguindo
tudo idêntico ao que a mídia apresenta, estarão dentro do padrão da sociedade por ela
imposto.
Romaro (2002) Acredita que a mídia e o imaginário coletivo parecem estabelecer uma
estreita relação entre a forma do corpo e a saúde, como se todos os regimes, dietas, exercícios
físicos pudessem ser utilizados no sentido do indivíduo cuidar-se melhor, tornando-se mais
saudável (ROMARO, 2002).
Para Romaro (2002) a mídia é um imaginário coletivo, ou seja, ela quer o tempo todo
fazer com que os indivíduos acreditem que o que nela está publicado é saudável e benéfico
34

para a saúde e qualidade de vida da população, quando na verdade a única coisa que
realmente interessam a eles é a popularidade, o chamado “status social”.
Nesse campo surgem dietas da moda que são normalmente cheias de restrições e
muito pobres em calorias, ficando abaixo das necessidades energéticas de um adulto saudável
(SOUTO; FERRO-BUCHER, 2006).
Seguindo este raciocínio, Souto e Ferro-Bucher, (2006) falam que neste contexto surgem as
tão famosas dietas da moda que são totalmente restritivas e muito abaixo das necessidades
energéticas de um indivíduo adulto considerado saudável.
Santos (2008) fala que visando uma eliminação de peso rápida que não representam
necessariamente uma redução de gordura corporal, uma vez que com as alterações na
alimentação a perda de água e massa muscular é uma conseqüência (SANTOS et al., 2008).
Santos (2008) acrescenta que o emagrecimento rápido, devido as alterações na
alimentação, provocam a perda de água no organismo e conseqüentemente a diminuição da
massa muscular, sendo assim, a última coisa que a pessoa perde é a gordura corporal, pois
quando se trata do fator emagrecer, isso envolve, todo um processo metabólico e alterações no
organismo, por isso é de fundamental importância que o ser humano perca peso de maneira
consciente e saudável.
Segundo Bratman (1997) O equilibro é fundamental para o bom funcionamento do
organismo, o controle na prática de atividade física como também na alimentação são
importante nesse contexto. O excesso de exercícios pode produzir riscos à saúde. Também,
alterações nos padrões ideais de alimentação podem resultar em transtornos alimentares. Um
dos últimos transtornos descritos foi denominado de Ortorexia Nervosa (ON) pelo médico
Steve Bratman em 1996. A ortorexia nervosa é uma alteração comportamental caracterizada
por uma preocupação demasiada com a alimentação saudável (BRATMAN, 1997).
De acordo com Bratman (1997) O equilíbrio entre praticar atividade física e
alimentação saudável é fundamental para o bom funcionamento do organismo, porém o
excesso de exercícios físicos pode gerar riscos à saúde, assim como, alterações na alimentação
podem resultar em transtornos alimentares. Pensando em todo este contexto, o autor
descreveu tudo isto como a chamada Ortorexia nervosa que é a preocupação exagerada com
alimentação saudável.
Para Bratman (1997) os indivíduos que apresentam esse distúrbio além de
preocupados com seu peso corporal e com a quantidade de alimentos ingeridos, revelam seu
principal foco no cuidado exacerbado nos tipos de alimentos que fazem parte das suas
refeições (BRATMAN, 1997).
35

O autor diz que indivíduos com este tipo de transtorno, preocupam com seu peso
corporal e também com a qualidade dos alimentos que estão ingerindo.
Coelho (2016) relata que as pessoas acometidas pela Ortorexia Nervosa buscam alimentos
denominados como “puros”, porém produzem uma distorção do conceito de alimentação pura
ou saudável. Assim como o Guia Alimentar da População (Guia alimentar para a população
brasileira, 2014) elas defendem que não devem ingerir alimentos com conservantes, corantes,
aromatizantes, resíduos de pesticidas, ingredientes geneticamente modificados e com altos
níveis de gordura, sal e açúcar (COELHO et al., 2016).
Coelho (2016) abrange que as pessoas acometidas pela ortorexia nervosa procuram
por alimentos denominados “puros”, ou seja, alimentos que sejam livres de qualquer
ingrediente industrializado, porém produzem uma distorção do conceito puro ou saudável,
pois, assim como o Guia Alimentar para a População Brasileira do ano de 2014, essas pessoas
defendem a idéia de que não devem ingerir alimentos industrializados, com alto teor de
lipídeo, sódio e elevado índice glicêmico.
Todavia, a rejeição desses alimentos ocorre de maneira obsessiva nos indivíduos
acometidos pela Ortorexia Nervosa. Também, essa obsessão se observa na forma de
preparação dos alimentos e no manuseio dos utensílios de cozinha, onde parece existir um
verdadeiro ritual obsessivo e compulsivo (BARTRINA, 2007).
De acordo com Bartrina (2007) Pessoas com ortorexia rejeitam de maneira obsessiva
estes alimentos, esta obsessão pode ser observada com relação à preparação e manipulação
dos mesmos, onde parece existir todo um ritual na preparação das refeições.
Despendendo tempo e esforço na busca dessa alimentação que incompatibiliza com a vida
cotidiana e afasta das relações sociais (BRATMAN,1997).
Bratman (1997) complementa dizendo que a constante busca obsessiva por esse tipo
de alimentação, não é compatível com uma vida cotidiana sociável, e com isso, acaba
afetando as relações sociais do ser humano.
Contudo, a alimentação saudável está fundamentada nas recomendações nutricionais e
apresenta como um dos seus princípios a objeção para restrições, ou mesmo à classificação
dos alimentos em “bons” ou “ruins”, “saudáveis” ou “não saudáveis”, pois esse conceito
depende de muitos fatores (MARTINS et al., 2011).
Para Martins (2011) uma alimentação saudável está pautada em recomendações
nutricionais que apresente seus princípios éticos nas restrições e classificações do que é ou
não considerado saudável e, sobretudo no que é bom ou ruim, pois todo esse conceito depende
de vários fatores.
36

Segundo Azevedo (2011), o apelo do marketing gerado pela indústria dos suplementos
nutricionais leva ao consumo excessivo dessas substâncias e potenciais prejuízos à saúde dos
indivíduos (AZEVEDO et al., 2011).
Para Azevedo (2011) o marketing produzido pelas indústrias de suplementos
nutricionais é altamente pesado, levando ao consumo excessivo dessas substâncias causando
muitos danos para a saúde dos indivíduos.
No contexto do uso copioso de recursos ergogênicos, o baixo consumo de frutas,
legumes e vegetais entre os vigoréxicos pode acarretar deficiência de micronutrientes. Assim,
os portadores dessa síndrome normalmente optam por utilizar complexos vitamínicos de
forma descontrolada aumentando, assim, a possibilidade de intoxicação (PAULA; VIEBIG,
2016).
Neste contexto, de uso constante desses suplementos, as pessoas que apresentam
vigorexia podem gerar deficiências de micronutrientes isto, porque devido a pessoa querer o
tempo todo ingerir suplementos, acabam que se “esquecem” de alimentar adequadamente, por
isto, começam também a utilizar complexos vitamínicos de modo descontrolado levando
assim, a uma maior probabilidade de intoxicação.
Para Baum (2015), a presença de profissional devidamente habilitado para
acompanhar o praticante de exercício físico é fundamental para minimizar perdas nutricionais,
coibir o overtraining e os danos associados. Destaca-se que a prática do overtraining pode
acompanhar a rotina do vigoréxico. Essa prática é conceituada como o excesso de treino,
sendo subdividida em duas categorias: treinamentos com excesso de carga e/ou intensidade
extrema (BAUM, 2015). O excesso de treino está associado a maior demanda de energia e
nutrientes para a recuperação metabólica. Entretanto, o indivíduo rotineiramente apresenta
dieta desequilibrada e incoerente com as necessidades demandadas, acentuando assim o
estresse metabólico, fadiga, dores, astenia e fatores que impossibilitem o alcance do objetivo
inicial (BAUM, 2015).
Baum (2015) enfatiza que a presença de um profissional qualificado para acompanhar
os treinamentos de pessoas vigoréxicas é de grande relevância, por estes indivíduos
praticarem overtraining – treinamentos com excesso de carga e/ou intensidade extrema, pois
não há necessidade de exageros na prática de atividade física, porém como o indivíduo
acredita que nunca é demais treinar, acaba praticando o overtraining.
O profissional habilitado possui capacidade técnica para prescrição nutricional
individualizada - realizada a partir da investigação antropométrica, bioquímica, clínica e
dietética. O consumo adequado de macronutrientes no contexto saudável, incluindo o objetivo
37

de hipertrofia muscular ou perda de tecido adiposo situa-se entre 45 a 65% de carboidratos,


20% a 35% de lipídeos e 10% a 35% de proteínas (AZEVEDO et al.; 2011). Diante da
ausência de profissional habilitado, as inadequações dietéticas podem se acentuar, levando a
distúrbios nutricionais caracterizados tanto pela falta quanto pelo excesso de macro e
micronutrientes (AZEVEDO et al.; 2011).
De acordo com a citação acima, entende-se que o profissional educador físico, se
habilitado pode realizar de acordo com as devidas avaliações, prescrição nutricional
individualizada, porém o único profissional da área da saúde que deve fazer isto, não é o
educador e sim o nutricionista, por tanto, quando deparado com este tipo de situação, a pessoa
deve ser encaminhada para um especialista da área de nutrição, para melhor atender as suas
necessidades.

4 Nutrição X Transtornos Alimentares

De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - IV (DSM-


IV, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a insatisfação corporal pode
ser considerada um dos fatores diagnósticos dos Transtornos Alimentares (TA), tais como
anorexia e bulimia nervosa. Dessa forma, comportamento de risco para TA e insatisfação
corporal estão intimamente relacionados Till (2011); Santos (2012).
A insatisfação corporal é considerada um tipo de transtorno porque é devido a ela que
as pessoas começam a ter pensamentos, que influenciam diretamente no comportamento,
sobretudo alimentar desses indivíduos.
Atualmente, os estudos têm verificado alta prevalência de comportamento de risco
para TA em adolescentes do sexo feminino Till (2011); Bronw (2000); Silva (2011), em
decorrência do aumento dos índices de insatisfação corporal nessas jovens Krauth (2002);
Bossi (2004). Os autores justificam esses índices devido à forte tendência cultural em
considerar a magreza como ideal corporal feminino Warin (2005)
Pois, nos dias atuais existe uma clara evidência de que as jovens em geral, ficam cada
vez mais viciadas em obter um padrão de magreza influenciado pelos meios de comunicação
e convívio social.
Além da insatisfação corporal, os comportamentos de risco para TA são provenientes
do medo de engordar e do desejo constante de perder peso Gonzaga (2005). Pais, amigos e
mídia reforçam esse padrão e destacam a aceitação social como um benefício derivado da
magreza. A internalização do ideal sociocultural de corpo pode mediar à insatisfação corporal,
38

que, por sua vez, influencia a adoção de comportamentos de risco para TA nas adolescentes
do sexo feminino, pois o corpo ideal destacado é, na maioria das vezes, inatingível Bossi
(2004) Warin (2005).
Com isto, as jovens se frustram por não conseguirem atingir o modelo de corpo
sonhado por elas, o que pode acarretar várias doenças derivadas pela alimentação como
também, pelo psicológico dessas meninas, que acaba sendo afetado de maneira negativa.
Para Weaver (2011) Outros aspectos psicológicos podem estar diretamente associados
aos comportamentos de risco para TA: a autoestima tem sido investigada como um desses
fatores, uma vez que ela é entendida como a avaliação do indivíduo sobre o seu próprio valor,
competência e adequação, e se reflete em uma atitude positiva ou negativa, em algum grau,
em relação a si mesmo.
De acordo com Weaver (2011) a autoestima está diretamente relacionada com
comportamentos indicativos como risco para o desenvolvimento dos transtornos alimentares,
‘uma vez que ela é entendida pela avaliação do indivíduo sobre o seu próprio valor,
competência e adequação, e se reflete em uma atitude positiva ou negativa, em algum grau,
com relação a si mesmo’.
Flament et al. Whitney (2005) demonstraram que a variabilidade da autoestima se
encontra estritamente relacionada com a insatisfação corporal. Entretanto, esses autores
apontaram a necessidade de mais estudos que relacionem essas variáveis ao comportamento
de risco para TA Whitney (2005).
Flament et al. Whitney (2005) abordam o contexto de que a autoestima está
estritamente relacionada a insatisfação corporal, porém eles apontam a necessidade de mais
estudos para comprovação, ou seja, existem sim estudos que falam desse tipo de relação com
os respectivos transtornos, mas os mesmos ainda não são o suficiente para se chegar a uma
verídica conclusão sobre o assunto.
Alves et al. Till (2011) e Scherer et al. Santos (2012) argumentam que, nos últimos
anos, houve um aumento dos estudos sobre sintomas e comportamentos de risco para TA,
principalmente em adolescentes do sexo feminino e com ocorrência em idades cada vez mais
precoces, tornando-se um sério problema de saúde pública. No entanto, ainda não são
encontrados na literatura nacional estudos que investiguem a influência da autoestima, da
insatisfação corporal e da internalização do ideal de magreza nos comportamentos de risco
para TA de adolescentes do sexo feminino. Sbicigo et al. ainda acrescentam que são
necessárias investigações que relacionem diferentes instrumentos de aferição psicológica a
fim de contribuir para uma discussão ampliada sobre o tema.
39

Por outro lado, Alves et al. Till (2011) e Scherer et al. Santos (2012) argumentam que
nos últimos anos, houve um aumento dos estudos sobre os sintomas e comportamentos de
risco para TA, decorrente as adolescentes que apresentavam precocemente esses sintomas,
tornando-se sérios problemas da saúde pública. No entanto, os autores dizem ainda que não
são encontrados na literatura nacional brasileira estudos que comprovem a influencia da auto-
estima, da insatisfação corporal e ideal de magreza como sendo considerados riscos para o
desenvolvimento de transtornos alimentares em adolescentes do sexo feminino.
Em contrapartida, a auto-estima não modulou a sub escala Dieta. É provável que a auto-
estima não esteja relacionada com a adoção de condutas de restrição da ingestão de alimentos
com alto teor calórico em adolescentes do sexo feminino. Ressalta-se que a tentativa de
relacionar a autoestima aos comportamentos de risco para TA tem sido realizada em âmbito
internacional. Em adolescentes canadenses do sexo feminino, Flament et al. Whitney (2005)
buscaram relações entre essas variáveis e encontraram que a autoestima foi responsável por
uma proporção significativa da variância nos escores da sub escala Dieta. Cabe salientar, no
entanto, que embora a presente pesquisa seja inovadora do ponto de vista nacional, o
resultado encontrado não pode ser generalizado para todas as adolescentes brasileiras.
Flament et al. Whitney (2005) retornam dizendo que em estudos internacionais a auto-
estima foi responsável por uma proporção significativa da sub escala Dieta. Portanto, vale
ressaltar que embora o presente estudo seja inovador do ponto de vista nacional, o resultado
encontrado não deve ser considerado de modo geral para todas as adolescentes brasileiras.
Whitney (2005) fala que, quanto aos fatores que modularam a sub escala Bulimia, a
partir do modelo de regressão, os resultados indicaram influência somente da insatisfação
corporal e da internalização do ideal de magreza. Os escores do BSQ e da SATAQ-3
explicaram em 41 e 9%, respectivamente, a variância dos comportamentos bulímicos nas
adolescentes. Nesse sentido, a literatura demonstra que a insatisfação com o peso e a
aparência física é considerada fator de risco de alta relevância para os sintomas de bulimia
nervosa. Acrescenta-se, ainda, que as adolescentes que costumam ter preferência por
alimentos considerados de alto teor calórico podem utilizar a voracidade alimentar seguida de
comportamentos purgativos em razão de se sentirem pressionadas por pais, amigos e mídia
em reduzirem o peso corporal Whitney (2005).
Whitney (2005) enfatiza que a influencia da insatisfação corporal feminina é um fator
de risco para desenvolver o transtorno de bulimia alimentar nas adolescentes, o mesmo autor,
ainda fala que as jovens que preferem um maior consumo de alimentos com alto aporte
40

calórico, comportam-se de maneira purgativa, ou seja, fazem vômitos, uso de laxantes, por se
sentirem culpadas em razão do convívio social.
Já a auto-estima não exerceu influência nos comportamentos alimentares compulsivos
e purgativos. Essa variável psicológica tem sido investigada como um dos fatores que podem
estar diretamente associados ao comportamento de risco para TA Whitney (2005). Além
disso, tem sido encontrada estreita relação desta com a insatisfação corporal, que, como
supramencionado, é critério diagnóstico para os TA. Dessa forma, esperava--se que a auto-
estima modulasse comportamentos bulímicos.
Ainda segundo Whitney (2005), a auto-estima não possui influência sob os
comportamentos purgativos, mas, isto vem sendo investigado como fator de risco para
transtornos alimentares por causa da estreita relação entre a auto-estima e a insatisfação
corporal, que, com base no autor é critério diagnóstico de transtornos alimentares.
Segundo Johnson et al., Watson (1920) a baixa auto-estima pode ser um fator de risco
para os distúrbios alimentares. Todavia, a ausência de relação direta entre auto-estima e
comportamentos compulsivos e purgativos evidenciada na presente investigação pode ter a
seguinte explicação: considerando modelos teóricos da etiologia dos comportamentos
alimentares, a insatisfação corporal media a relação entre auto-estima e comportamentos
alimentares associados à bulimia. Logo, a auto-estima pode não apresentar relação direta com
os comportamentos compulsivos e purgativos, o que pode explicar os achados da presente
pesquisa. Contudo, são sugeridos estudos que melhor esclareçam essa relação Whitney
(2005).
Para Johnson et al. Watson (1920) os comportamentos compulsivos e purgativos estão
associados com a auto-estima do indivíduo, porém Whitney (2005), explica que ainda são
necessários mais estudos para melhor esclarecimento dessa relação.

5 Comportamento Humano

 Conceitos gerais:

A Análise do Comportamento é uma abordagem em expansão na Psicologia. Um dos


motivos é a sua aplicabilidade nas pesquisas das práticas psicológicas. Assim, de acordo com
Andery (2010), as pesquisas relacionadas à Análise do Comportamento podem ser
classificadas de acordo com suas finalidades em termos da construção de conhecimento sobre
o comportamento.
41

Portanto, podem descrever a descoberta ou descrição de processos comportamentais,


se configurando desta maneira, como pesquisa básica, ou descrever conteúdos
comportamentais selecionados em virtude de processos comportamentais, casos em que se
podem configurar como pesquisa básica ou pesquisa aplicada (Andery, 2010).
O comportamento humano é bastante relacionado com a psicologia, porque conforme ele é
possível identificar as diferentes formas de como tratá-lo da melhor maneira e como saber
lidar com cada tipo de comportamento distinto do ser humano.
Andery (2010) destaca ainda que é possível descrever a produção, descrição ou validação de
procedimentos e técnicas que se fundamentam nas descrições de processos e conteúdos
comportamentais originados de outras pesquisas, o que se configura como pesquisa aplicada e
tem o objetivo de promover a reflexão sobre a própria Análise do Comportamento e seu
desenvolvimento.
Andery (2010) destaca ainda que é possível descrever técnicas com base em pesquisas
relacionadas ao comportamento humano e seu desenvolvimento.
Segundo Furtado e Teixeira (1992), o mais importante dos behavioristas que sucedeu a
Watson foi Skinner. Os autores destacam que o Behaviorismo de Skinner, conhecido como
Análise Experimental do Comportamento, influenciou muitos psicólogos americanos e
psicólogos de vários outros países.
A teoria behaviorista é a análise que estuda os comportamentos, e dentre os diversos
estudos sobre esta teoria, o que mais se destacou foi o de Skinner conhecido como Análise
Experimental do Comportamento, influenciando vários psicólogos nas suas diversidades de
trabalhos.
Para Furtado e Teixeira (1992), a base da corrente de Skinner está na formulação do
condicionamento operante, pois este concentrou seus estudos na possibilidade de condicionar
os comportamentos operantes. Ele se dedicou a entender o processo de aprendizagem dos
organismos humanos e não humanos. Para Skinner (2003), da mesma forma que se pode
condicionar um comportamento, também é possível extinguir uma resposta, ou seja, se é o
reforço ou o efeito que mantém um comportamento operante, com certeza a ausência desse
reforço fará desaparecer a resposta no repertório de qualquer sujeito (humano e não humano).
De acordo com Furtado e Teixeira (1992), a teoria de Skinner está na formulação de
comportamentos modulados através de respostas do organismo humano ou não humano.
Já Skinner (2003) defende que da mesma forma que se pode regular um comportamento,
também é possível apagar uma resposta, ou seja, se é o reforço ou o efeito que mantém um
42

comportamento operante – do organismo, a ausência desse reforço com certeza fará


desaparecer a resposta no repertório, organismo de qualquer sujeito seja ele humano ou não.
A Análise do Comportamento lida com fenômenos sociais, ou seja, com fatos ou eventos
envolvendo as ações de mais de uma pessoa. Com base na literatura, buscou-se analisar
eventos que envolvem comportamento operante, termo que leva em consideração o fato de
que esta classe de comportamentos atua no meio transformando-o, e por sua vez estas
transformações também alteram o comportamento de quem o executa.
Para Furtado e Teixeira (1992), na corrente skinneriana o condicionamento operante
propicia a aprendizagem dos comportamentos, desta forma opera-se sobre o ambiente em
função das conseqüências que a ação cria. Assim, o estímulo da ação está em suas
conseqüências, o que pode ser representado por Sd → R → Sr, onde Sd é o estímulo, R é a
resposta operante e Sr a conseqüência atuando sobre a relação estímulo resposta.
O condicionamento operante auxilia na melhor aprendizagem dos comportamentos de modo
geral, ou seja, no comportamento da natureza humana, atuando com estímulos de resposta, e a
relação proposta entre ambos.

 Características

O behaviorismo refere-se a um conjunto de teorias e técnicas voltado à explicação e


intervenção sobre o comportamento humano. Em linhas gerais, esta corrente de pensamento
afirma que o comportamento consiste em respostas a estímulos ambientais, aprendidas ao
longo do desenvolvimento dos indivíduos. O behaviorismo tem sua formulação inicial com os
estudos de Ivan Pavlov e John Watson. A partir de experimentos realizados com animais, o
primeiro autor dedicou-se a descrever a apresentação de comportamentos reflexos por sujeitos
de pesquisa, adquiridos mediante a associação entre estímulos condicionados e não-
condicionados (PAVLOV, 2003).
A teoria do behaviorismo afirma que o comportamento consiste em respostas a
estímulos ambientais, aprendidas ao longo do desenvolvimento dos indivíduos, ou seja, é
formado de acordo com a vida e convívio de cada um que podem se comportar de maneiras
distintas dependendo do tipo de ambiente que estejam.
Por sua vez, no início do século XX, Watson aplica resultados da pesquisa de Pavlov
ao estudo do comportamento humano. Em seus trabalhos, ele demonstra que determinadas
respostas, tais como o medo, podem ser aprendidas por semelhante associação entre estímulos
43

neutros e estímulos que naturalmente suscitam a reação emocional em questão (WATSON;


RAYNER, 1920).
Watson aplicou os resultados da pesquisa de Palov ao estudo do comportamento
humano e constatou que as respostas obtidas, como o medo, podem ser aprendidas por
semelhante associação entre estímulos neutros e estímulos que criam esse tipo de reação
emocional.
Ademais, Watson (1913) procurou demarcar os limites do conhecimento legítimo acerca do
comportamento. Segundo o autor, apenas o comportamento diretamente observável configura
objeto do saber científico. A Psicologia científica deve, portanto, abandonar a pretensão de
investigar fenômenos internos aos indivíduos.
O mesmo autor destaca ainda que apenas o comportamento estudado pode ser configurado
saber científico, pois a psicologia científica deve abandonar as investigações de fenômenos
internos aos indivíduos desconsiderando os comportamentos pessoais dos seres.
Aos estudos de Pavlov e Watson, Skinner acrescenta, entre outras contribuições, a
noção de condicionamento operante. Conforme esta noção, comportamentos são aprendidos
não apenas pela associação de estímulos, mas também em razão das conseqüências que
produzem (SKINNER, 1970). Ou seja, na medida em que um comportamento leva a
conseqüências reforçadoras para o sujeito, ele tenderá a se repetir, assim como um
comportamento que conduz a conseqüências não reforçadoras tenderá a se extinguir
(SKINNER, 1970).
Skinner (1970) acrescenta que comportamentos são aprendidos não apenas pela
associação de estímulos, mas também pela razão das conseqüências que estes produzem, pois
se tornam algo repetitivo uma vez que são reforçadores, conseqüentes.
Para os autores Edward Tolman (1930, 1948) e Albert Bandura (1977), o
comportamento observável permite inferir a existência destes fatores. Além disto, o
reconhecimento de fatores internos, envolvidos no processamento de informações, é decisivo
para a adequada descrição do comportamento humano e animal.
De acordo com Edward Tolman (1930, 1948) e Albert Bandura (1997) o processo de
informações dos comportamentos é muito importante para a adequada descrição do mesmo, já
que é necessário diferenciar o comportamento humano e animal.
Watson (1913) considerava o comportamento como sendo uma resposta de
determinado organismo (humano ou não) a estímulos ambientais (WATSON, 1913). Ou seja,
como ocorre a aprendizagem. Para o estudo da aprendizagem, Watson baseou-se nas
pesquisas desenvolvidas pelo cientista russo Ivan Pavlov. Pavlov foi um fisiologista russo que
44

se dedicou, entre outros temas, ao estudo da digestão. Ao realizar experimentos sobre a


salivação em cães, este cientista identificou um fenômeno bastante peculiar. Em seus
experimentos, Pavlov apresentava comida a cães e media a salivação dos animais diante do
alimento. Todavia, ele percebeu que aqueles cães que já estavam acostumados com o
experimento, salivavam antes da chegada da comida, apenas por ouvirem o barulho do
dispositivo mecânico que fornecia o alimento (PAVLOV, 2003). O cientista decidiu então
estudar este fenômeno específico. Como resultado, ele constatou que: um estímulo neutro
(como o som de uma máquina) pode produzir respostas (como a salivação do cão), caso este
estímulo seja associado a um segundo estímulo que naturalmente produz a resposta (no caso a
carne, que naturalmente faz os cães salivarem) (PAVLOV, 2003). Em outras palavras, pela
associação do barulho de uma máquina com um alimento fornecido, os cães passavam a
salivar meramente por ouvirem este barulho. Eles emitiam, assim, o que hoje se chama de
resposta condicionada.
Por meio do experimento da digestão em animais, desenvolvido por Palov (2003),
Watson (1913) constatou que a sua teoria de que o comportamento ocorre como
aprendizagem estava correta e funcionava com os animais.
Watson buscou aplicar a descoberta de Pavlov ao estudo do comportamento humano.
O psicólogo realizou experimentos com um bebê de 11 meses, identificado pelo nome de
Albert B. Nestes experimentos, o bebê era colocado para brincar com um camundongo. O
pesquisador emitia então um ruído estridente, sempre que Albert tocava o animal, provocando
no bebê reações de medo e choro (WATSON; RAYNER, 1920). Após o pareamento destes
dois estímulos por diversas vezes, Albert passou a emitir reações de medo, choro e estresse
meramente diante do camundongo. Além disto, tal resposta condicionada também foi
generalizada para outros estímulos, que mantinha alguma semelhança com o camundongo,
tais como animais peludos (como coelhos e cães), objetos felpudos, como casacos ou mesmo
uma máscara de Papai Noel (WATSON; RAYNER, 1920).
Com esta resposta, o autor buscou aplicar o experimento de Palov, também em
humanos, e o resultado foi positivo, ou seja, a experiência obtida por Palov, e aplicada em
humanos por Watson, também obteve resultados positivos, sendo assim, o comportamento
condicionado é reflexo das experiências vividas pela espécie humana e animal.
Watson publicou os resultados deste experimento no ano de 1920, procurando
demonstrar que a aprendizagem descrita por Pavlov ocorre em humanos. Esta aprendizagem é
chamada hoje de condicionamento clássico. O condicionamento clássico apresenta algumas
características que cumpre sintetizarmos aqui. Uma primeira característica é que sua aquisição
45

depende, como visto, da contigüidade dos estímulos, isto é, eles serem apresentados juntos no
tempo e no espaço. Quanto maior a contigüidade, mais forte será o condicionamento
(MALOTT, 2008). Em segundo lugar, uma resposta condicionada pode ser extinta. A
extinção desta resposta depende do enfraquecimento da contigüidade (MALOTT, 2008). Por
exemplo, quanto mais o camundongo for apresentado a Albert sem o ruído, menos ele
provocará reações de medo. Há, no entanto, uma terceira característica do condicionamento
clássico. Ela se refere ao fato de que uma resposta condicionada que foi extinta, pode ser
recuperada espontaneamente (MALOTT, 2008). Pavlov observou que mesmo após extinguir a
resposta de salivação de seus cães, em alguns cães esta resposta reaparecia em ocasiões
futuras. Ou seja, os cães voltavam a salivar. Em quarto lugar, como mostra o experimento de
Albert, as respostas condicionadas podem ser generalizadas (MALOTT, 2008). Isto significa
que um organismo, que aprendeu a responder a estímulos específicos (como o camundongo),
é capaz de responder igualmente a estímulos semelhantes ao original (o coelho, a roupa, a
máscara). Em contrapartida, pode também ocorrer no condicionamento clássico um fenômeno
inverso. Trata-se da discriminação do estímulo. Ela implica que as respostas condicionadas só
serão emitidas diante de estímulos idênticos ao original (MALOTT, 2008).
Malott (2008) diz que esta aprendizagem é chamada de condicionamento clássico e
dividida em três características. A primeira delas é que tudo depende da maneira de como é
visto e apresentado, a segunda, da freqüência com que isso acontece e a terceira que se refere
ao fato de que quando uma resposta for extinta, ou seja, diminuir a freqüência com que esta é
apresentada, a mesma pode retornar com tanto que ocorra novamente o mesmo estímulo. Há
ainda uma quarta característica que abrange as respostas condicionadas como sendo
generalizadas, isto é, o sujeito é capaz de responder da mesma maneira a estímulos e situações
parecidas, porém pode ocorrer no condicionamento clássico um fenômeno inverso, quando o
condicionamento discrimina o estímulo, o que quer dizer que as respostas condicionadas,
estimuladas serão emitidas somente diante ao estímulo idêntico ao original.
Como afirmam Schneider e Morris (1987), este termo foi utilizado pelo próprio
Skinner, em 1945, para designar seus estudos. O Behaviorismo Radical sustenta que todos os
fenômenos animais (humanos ou não) consistem em processos físicos, entidades naturais, e
que, portanto, devem ser estudados segundo os mesmos métodos e princípios que regem as
ciências da natureza. Entre as principais contribuições de Skinner para o estudo do
comportamento, está o conceito de comportamento operante (SKINNER, 1970). Enquanto o
condicionamento clássico refere-se a comportamentos reflexos, que estão fora do controle do
indivíduo (como salivar ou ter reações fisiológicas de estresse), o condicionamento operante
46

refere-se a comportamentos voluntários, controláveis pelo indivíduo (como atos de estudar,


trabalhar, relacionar-se com outras pessoas) (SKINNER, 1970). Para Skinner, estes
comportamentos voluntários foram aprendidos, com base em estímulos conseqüentes, isto é,
com base nas conseqüências que provocam. Assim, o princípio fundamental do
condicionamento operante estabelece que: as ações que produzem conseqüências reforçadoras
tendem a se repetir, e aquelas que não produzem tais conseqüências, tendem a se extinguir
(SKINNER, 1970).
Schneider e Morris (1987) destacam que este termo foi utilizado pelo Snniker em
1945, para representar seus estudos, o conceito do condicionamento operante é voluntário,
movimentos que foram aprendidos com base nas conseqüências que provocam como atos de
se relacionar com outras pessoas, já o condicionamento clássico, refere-se a comportamentos
os quais estão fora do controle do sujeito como salivar ou ter reações fisiológicas de estresse.
Conseqüências reforçadoras podem ser de caráter tanto positivo quanto negativo. Denomina-
se reforço positivo a apresentação de recompensas a um organismo, enquanto reforço
negativo significa a retirada de um estímulo aversivo, o qual causa desprazer ao organismo
(SKINNER, 1970). O termo “reforço negativo” usualmente gera equívocos de compreensão.
Ele não deve ser confundido com a apresentação de conseqüências aversivas ao organismo. A
apresentação de conseqüências aversivas é denominada de punição (SKINNER, 1970). As
punições são estímulos desagradáveis que reduzem a probabilidade de emissão de um
comportamento. Já os reforços negativos são conseqüências desejáveis pelo organismo, que
implicam na eliminação (por isto, o termo “negativo”) de estímulos desagradáveis
(SKINNER, 1970). De tal maneira, segundo Skinner (1970), um comportamento aumentará
ou diminuirá em freqüência, conforme as conseqüências que ele produz (SKINNER, 1970).
Portanto, quanto mais repetitivo for um comportamento, ele irá aumentar ou diminuir
as reações conforme a freqüência e a maneira em que for apresentado.
Para Skinner (1970), comportamentos aprendidos por condicionamento operante estão
presentes nas mais diversas circunstâncias de nossas vidas, tais como nossos comportamentos
na família, na escola, nas relações conjugais e de amizade, no trabalho, em relação às
religiões, entre outros. O condicionamento operante possui características que cumpre
apresentarmos. Uma primeira característica refere-se à forma de aquisição dos
comportamentos condicionados. Em geral, esta aquisição dá-se por um mecanismo conhecido
como modelagem (CHIESA, 1994). Ela é necessária quando um organismo não emite, de
imediato, a resposta a ser reforçada. Com isto, pela modelagem, reforçam-se os
comportamentos que vão sucessivamente se aproximando desta resposta.
47

Uma segunda característica consiste nos diferentes esquemas de reforço que podem ser
usados para se condicionar um comportamento. Estes esquemas dizem respeito ao padrão em
que o reforço é realizado no tempo. Por exemplo, o padrão pode ser contínuo (isto é, as
conseqüências são apresentadas todas as vezes que um comportamento desejável é emitido),
ou o padrão pode ser intermitente (um comportamento desejável é reforçado apenas algumas
vezes) (CHIESA, 1994). Uma terceira característica refere-se à extinção dos comportamentos
aprendidos por condicionamento operante. Esta extinção ocorre tanto pela punição, quanto
pelo reforço de comportamentos alternativos (CHIESA, 1994).
Chiesa (1994) completa dizendo que os condicionamentos são características distintas,
que consistem em diferentes esquemas considerados padrões contínuos ou intermitentes, que
são conseqüências apresentadas toda vez que um comportamento desejável é emitido, e o
intermitente, quando esse tipo de procedimento acontece apenas algumas vezes, e ainda à
extinção de comportamentos operantes que ocorre pela punição e/ou reforço dos mesmos
alternativos.
Cumpre ressaltar que, mesmo Skinner recusando a tese mentalista (que situa a
consciência como causa do comportamento), o autor busca investigar fenômenos não
diretamente observáveis, a saber, os ditos “eventos privados”. Como explicita Tourinho
(2006), eventos privados são aqueles inacessíveis a terceiros, envolvendo tanto “estímulos
privados”, quanto “respostas encobertas”. Estímulos privados são estímulos conduzidos pelo
sistema nervoso de um indivíduo, percebidos mediante interocepção e propriocepção
(TOURINHO, 2006). Interocepção consiste na percepção pelo indivíduo de sensações geradas
por seus órgãos internos, enquanto a propriocepção refere-se à percepção de sensações
internas geradas pelo sistema motor. Por sua vez, respostas encobertas são comportamentos
emitidos pelo organismo em uma escala reduzida, a ponto de se tornarem inacessíveis a
terceiros. São exemplos de respostas encobertas, o pensamento e a linguagem (TOURINHO,
2006).
Mapas cognitivos são representações mentais, de base neural, que permitem a aquisição,
armazenamento e processamento de informações.
Já Tourino (2006) buscou por variáveis maneiras de explicar essa mesma teoria de
Skinner, pois para ele, existem outras definições além daquelas que foram apresentadas pelo
autor.
Nas palavras de Tolman (1930), “a aprendizagem não consiste em conexões de
estímulo-resposta, mas na construção de estruturas, no sistema nervoso, que funcionam como
mapas cognitivos”, sendo que estes mapas “variam entre uma variedade de tipos estreitos e
48

tipos amplos”. Os chamados mapas estreitos conduziriam a respostas menos adaptativas e


menos diversificadas, que os mapas amplos e compreensivos.
Tolman (1930) fala que a aprendizagem não deriva de estímulos e respostas, mas, da
construção de estruturas no sistema nervoso central do ser humano que variam conforme cada
situação, funcionando como condutoras de respostas.
Bandura (1977) confere um papel ativo aos fenômenos mentais para a produção do
comportamento. O modelo teórico proposto por Bandura para explicar o comportamento
humano é chamado de Teoria da Aprendizagem Social. Esta teoria foi proposta por ele,
inicialmente, na década de 1960. Segundo ela, a principal forma pela qual seres humanos
adquirem novos comportamentos dá-se pela observação do comportamento de outras pessoas.
Ao observarmos a maneira como outras pessoas agem, e a forma como elas são
condicionadas, os indivíduos incorporam essa informação, reproduzindo o que foi observado
(BANDURA, 1977).
Bandura (1997) acrescenta um modelo teórico chamado de teoria da aprendizagem social
com o objetivo de explicar o comportamento humano. Essa teoria diz que a principal maneira
dos seres humanos adquirirem novos comportamentos, se dá pela observação de como outras
pessoas se comportam, pois para ele, ao observarem a maneira como os outros agem e a
forma como são condicionadas a isto, se armazena a informação.
Para Bandura (1977), a aprendizagem pela observação é regida por quatro fatores
principais: a atenção, a retenção, a produção e a motivação. A atenção é um processo
cognitivo que implica em percebermos o que está ao nosso redor. Esta percepção é
influenciada tanto pelas características da experiência percebida, quanto pelas características
do indivíduo que percebe (BANDURA, 1977).
Já o terceiro fator que rege esta aprendizagem refere-se à produção propriamente dita
do comportamento, a passagem de sua representação cognitiva para a ação. Para a produção
satisfatória de um comportamento requer-se que o indivíduo possua certas habilidades
motoras e sociais.
O desenvolvimento destas habilidades ocorre por tentativas e erros, e se beneficia de ações de
feedback que informam ao indivíduo sobre seu atual desempenho (BANDURA, 1977). Por
fim, o quarto fator abordado por Bandura consiste na motivação. O psicólogo afirma que para
um comportamento observado ser reproduzido, é necessário o indivíduo acreditar que ele trará
resultados positivos, estando assim motivado (BANDURA, 1977). Assim, segundo a teoria da
aprendizagem social, o comportamento é resultado da interação contínua entre determinantes
ambientais, psicológicos, ao mesmo tempo em que o comportamento influencia o ambiente e
49

os processos cognitivos. Somente pela interação entre fatores ambientais, cognitivos e


comportamentais, é que poderemos compreender a conduta humana.
O mesmo autor divide a aprendizagem em quatro fatores principais, atenção, retenção,
produção e motivação, processos pelos quais segundo o psicólogo são essenciais para uma
aprendizagem eficaz, pois para um comportamento ser reproduzido, o indivíduo necessita de
acreditar que obterá resultados positivos. O autor completa ainda dizendo que seguindo esses
quatro fatores, influenciam-se no ambiente, cognição e comportamento para compreensão da
conduta humana.

6 Fases do Desenvolvimento Humano

6.1 1° fase: Infância

Segundo Jean Piaget, (1985) coloca quatro estágios básicos do desenvolvimento


cognitivo, que se faz importante aqui. O primeiro estágio, chamado de sensório-motor, vai do
nascimento até os dois anos, e é a fase onde a criança aprende a controlar seus reflexos, se
desenvolve e passa a perceber a si e tudo o que está em sua volta. O segundo estágio dura dos
dois aos sete anos, chamado de pré-operacional, onde a criança desenvolve o domínio da
linguagem e a representação do mundo, porém a criança ainda não é moralmente capaz de se
colocar no lugar de outros. O terceiro estágio é o das operações concretas, que vai dos sete à
aproximadamente doze anos, e é onde surge à lógica e a capacidade de discriminação entre
similar e diferente e, a criança já tem domínio de números e noção de tempo. O quarto estágio
tem início aos doze anos, chamado de estágio das operações formais e é cognitivamente a
entrada na fase adulta, o agora adolescente tem pensamento dedutivo e lógico e é capaz de
raciocinar sobre conceitos abstratos.
Como coloca o autor, a infância é a fase onde a criança passa por vários estágios em busca de
um desenvolvimento, pois é nessa fase da vida, que ela começa a ter noção do mundo e das
pessoas a sua volta.
Piaget (1985), distingue ainda dois tipos de conhecimento entre as crianças pequenas,
“sentido estrito” que são informações específicas e “sentido amplo” que são relações
formadas pela criança a partir do que é aprendido no sentido estrito. Para ele, a criança
pequena é um ser egocêntrico, não egoísta, pois ainda não tem capacidade cognitiva para se
pôr no lugar do outro, e isso é adquirido com a maturação. Por volta dos três anos tem seus
pés mais firmes, organização motora mais equilibrada, já possui um considerável controle
50

esfincteriano, sendo capaz de ir sozinha ao banheiro, emprega palavras com maior


segurança e tem noção de tempo fraca, mas bem definida dentro de suas limitações, é
capaz de se alimentar com as próprias mãos e suas brincadeiras são um pouco menos
inconseqüentes, além de gostar de ouvir histórias, com relação ao sono, é comum a
insônia, falar dormindo, sair da cama ou berço, sonhar e não lembrar com o que e ter
mais dificuldade de levantar pela manhã que dormir a noite. Já a idade escolar, de seis a doze
anos, as crianças adquirem competências básicas e isso modifica os pensamentos e, por
conseguinte, o comportamento do indivíduo.
Durante a fase escolar a criança consegue um auto conceito mais organizado, mais
refinado, define com mais precisão as suas qualidades e defeitos e também nessa fase sua
autoestima, seus valores pessoais tornam-se mais delineados. Crianças com autoestima
elevada tendem a acreditar em suas capacidades e habilidades, já nos casos de desamparo,
baixa autoestima, a criança tende a desacreditar de si, sentindo-se inferior e impotente.
Hurlock e Gesell, podem ser citados na divisão por idade cronológica, os quais se referem ao
comportamento dos três anos, comportamento dos quatro anos, e assim por diante.
Piaget (1985) fala também que entre as crianças pequenas existem dois tipos de
conhecimento, o sentido estrito caracterizado por informações específicas, concretas, e
sentido amplo, que é aprendido pelas crianças a partir do que elas sabem sobre o sentido
estrito, criando relações e associações entre as coisas. Ele fala que a criança pequena, apesar
de já possuir várias habilidades, ainda não tem noção, não sabe se colocar no lugar do outro, o
que vai mudando a partir dos três anos de idade, fase esta em que a criança já se torna capaz
de realizar algumas atividades diárias como se alimentar sozinha, e então, vão criando bases e
estruturas através das experiências vividas.
Bijou e Baer (1980) levantam algumas críticas relacionadas a estes modelos de teoria
do desenvolvimento e apresenta a proposta de Kantor, autor interbehaviorista, que explica o
desenvolvimento não com base em estruturas da personalidade ou cognitivas, mas no tipo de
interação que o indivíduo é capaz de estabelecer com o ambiente. Explicam que embora estas
divisões pela idade cronológica ou teorias da personalidade sejam bastantes práticas e
objetivas, elas são muito arbitrárias para alguém que deseje realizar um estudo mais detalhado
das relações entre períodos sucessivos. Percebem também que interações significativas não
ocorrem de maneira sincronizada o bastante para que se fale de comportamentos esperados
por cada fase da vida, mais do que esta fase, são as relações que a criança estabelece com seu
meio que favorecem ou não o aparecimento de certos tipos de comportamento.
51

Já Bijou e Bear (1980) discordam da opinião de Piaget, porque para eles o


desenvolvimento não é baseado em estruturas da personalidade e cognitivas, mas depende da
relação que os indivíduos são capazes de estabelecer com o ambiente. Explicam que por mais
que a teoria apresentada por Piaget é bastante prática e objetiva, a mesma é muito abstrata
para alguém que deseja realizar estudos mais aprofundados sobre o assunto. Criticam também
que os comportamentos não devem ser esperados em cada fase da vida, mas, das relações que
a criança estabelece com o meio em que vive.
De acordo com os autores, ao eliminarmos as teorias que dividem o desenvolvimento
pela idade cronológica ou teorias da personalidade, nos resta dividir e delimitar o fim de cada
estágio de acordo com dois outros tipos de critérios. O primeiro baseia-se em fatos
observáveis, manifestações comportamentais, eventos sociais e maturação biológica. O
segundo, por sua vez, divide o desenvolvimento de acordo com o tipo de interação que o
indivíduo é capaz de estabelecer com o meio que o cerca.
Bijou e Baer (1980) apresentam os três estágios propostos por Kantor. O estágio
Fundamental, o Básico e o Societário.
O Fundamental é “aquele no qual o indivíduo comporta-se como um sistema unificado
– um organismo –, mas é bastante limitado pelas suas características orgânicas”. As interações
que o indivíduo estabelece nesta fase são basicamente reflexas, e são de certo modo comuns a
todos da espécie. Além dos reflexos, são também apresentados movimentos aleatórios,
descoordenados, aparentemente desligados ainda de estimulação ambiental.
Quando confrontados com o meio, estes movimentos serão modelados de modo a
tornarem-se coordenados e adquirirem funções no ambiente. Deste modo, a criança passa a
ser capaz de estabelecer outros tipos de interações ao longo do tempo, passando ao próximo
estágio.
No estágio Básico a movimentação aleatória e reflexa inicial vai dando lugar a
movimentos coordenados, sistemáticos, os quais agem sobre o ambiente com certa finalidade.
Torna-se mais independente de seus cuidadores, sendo capaz de executar tarefas cada vez
mais complexas. “É nesse momento em que a criança passa por experiências que não são
comuns a todas as crianças (…), e as habilidades e conhecimentos adquiridos na fase anterior
e nesta também tornam-se mais elaboradas”, à medida que a criança vai experienciando e
explorando o mundo.
É no estágio societário que a criança começa a se socializar e explorar as regras
sociais, instrução formal, elementos culturais e simbólicos cada vez mais complexos.
52

Novamente, esta habilidade vai se desenvolvendo e tornando-se cada vez mais refinada à
medida que a criança vai experienciando o mundo. (Bijou e Baer, 1980; p.86-87)
Para os autores, ao eliminarem a teoria de que existem comportamentos específicos para cada
idade, é possível identificar a evolução humana de acordo com o ambiente, desde a maturação
biológica do ser humano até o mesmo se tornar um ser independente e mais seguro das suas
atitudes. Para isto, Bijou e Bear descrevem diferentes estágios em que a criança passa para ir
criando experiências ao longo da vida.
Bijou e Baer (1980) ainda lembram que podemos dizer que o primeiro estágio tem
início no pré-natal e vai até a idade em que comumente se chama de fim da infância. O
segundo estágio, por sua vez, começa neste ponto e vai até a idade escolar ou pré-escolar. Já o
terceiro, no qual a criança torna-se um ser social, começa neste ponto e vai até a idade adulta.
A divisão em estágios do desenvolvimento se dá, em uma perspectiva
comportamental, de acordo com o caráter predominante das interações que o indivíduo
estabelece naquele período. Estes marcos são, simples acidentes sociológicos, e não essências
do desenvolvimento. É bastante comum que se observem características de múltiplos estágios
em uma criança só, pois um desfaz no outro à medida que a criança é estimulada.
Ainda segundo os mesmos autores, a divisão desses estágios se dá conforme os
comportamentos e interações do ser humano com o seu meio, desde antes mesmo de nascer
até crescer uma criança, observando a maneira como ela se comporta em diferentes ambientes
e a forma pela qual o sujeito é estimulado a fazer novas descobertas.

6.2 2° fase: Adolescência

A adolescência tem sido descrita pela literatura como um período do desenvolvimento


que ocorre entre a infância e a fase adulta, tendo natureza complexa, onde ocorrem inúmeros
fenômenos como a busca de uma identidade, a valorização dos grupos sociais e possível
distanciamento dos valores familiares, crises religiosas, desenvolvimento do pensamento
abstrato, desenvolvimento da sexualidade entre outras transformações. Entretanto, essa fase
do desenvolvimento é descrita pelo epistemólogo construtivista Jean Piaget como o estágio de
desenvolvimento mais avançado correspondendo ao período das operações formais que ocorre
geralmente a partir dos 12 anos e prossegue a vida adulta, segundo o autor é a partir da
adolescência que o sujeito consegue desenvolver esquemas conceituais abstratos, permitindo
que o adolescente se envolva em discussões lógicas e resolução de problemas, podendo
criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta, tornando-o consciente do seu
53

próprio pensamento, ou seja, desenvolvendo habilidades metacognitivas, ajudando-o também


na busca pela identidade e autonomia pessoal que são para o autor, os principais desafios da
adolescência (Rappaport, et al., 1981; Teodoro, Ohno, 2017).
Portanto, essa fase da vida é a mais complexa porque a pessoa chega à fase
adolescente tentando encontrar um lugar no mundo, cheios de dúvidas sobre seus próprios
pensamentos e opiniões, o que abre as portas para inúmeros questionamentos com relação a
não saber onde está e menos ainda para onde deve ir, se perguntando da sua própria
identidade e personalidade.
Para CESTANI (2016) Perceber que em meio a todos os aspectos relacionados à
vivência da adolescência existem relações sociais e familiares, além de considerar a influência
que o meio exerce na formação do sujeito se torna essencial para a construção de um trabalho
que considerará os conflitos e embates deflagrados nessa relação.
De acordo com Cestani (2016) esta relação e conflitos vivenciados pelos adolescentes,
são bastante influenciados por o meio social e familiar do jovem, pois para ele, isto é
importante na construção do indivíduo.
Um trabalho que analise os conflitos nas relações sócio-familiares pode contribuir para
a compreensão da natureza desses conflitos, bem como apoiar e fomentar as discussões entre
os profissionais que lidam com as demandas emergentes dos serviços de saúde, educação e
sócio-assistenciais.
A complexidade envolvida na compreensão da adolescência evidencia-se no elevado
percentual de adultos que apresentam expressões de inconformidade frente ao seu
comportamento considerado muitas vezes paradoxal (CESTANI, 2016).
Para o autor, realizar um trabalho que analise as relações sócio-familiares pode
auxiliar ao adolescente a compreender os seus conflitos, apoiando e incentivando a eles
discutirem as suas dúvidas com profissionais capazes de ajudá-los a se entenderem melhor
para que assim, possam então se tornar adultos mais decididos e firmes em suas colocações
perante a sociedade.
Ao mesmo tempo em que os adolescentes buscam uma identidade própria e se
diferenciar principalmente das pessoas que convivem apresentam comportamento tribal se
associando a outros, com os mesmos gostos e comportamentos, o que se evidencia, por
exemplo, no comportamento de associação entre jovens que são conhecidos com as mais
diversas nomenclaturas: grupo de geeks, grupo dos que apoiam o funk, entre outros. Além
disso, considerando os aspectos envolvidos nas demandas que emergem na prática da
psicologia clínica, as dificuldades enfrentadas na adolescência podem ser compreendidas
54

como do tipo internalizantes (ansiedade e depressão) ou do tipo externalizantes (oposições,


desafios e condutas antissociais), nesse sentido destaca-se a interação com os pares como
sendo um dos fatores essenciais para o desenvolvimento do adolescente (NEUFELD, 2017).
Os jovens, na maioria das vezes querem chamar atenção, principalmente quando algo
não está agradando a eles, por isso buscam meios de se socializar com a população, o que
pode causar certo desconforto e gerar distúrbios como ansiedade e depressão, por não
conseguirem atender as suas próprias expectativas.
Atualmente, com o advento das redes sociais os adolescentes encontram nas mídias
eletrônicas mais um espaço de associação e compartilhamento de idéias parecidas. É
interessante considerar que existem influências da globalização, especialmente das demandas
contemporâneas relacionadas ao volume e velocidade de informações, natureza dos
relacionamentos sociais que agora também são intermediados eletronicamente no processo de
construção da identidade dos adolescentes, essas influências são mais facilmente observadas
no comportamento que busca atender as demandas imediatas de prazer e conforto (CESTANI,
2016). Como um reforço a esse fenômeno as redes sociais exibem padrões de beleza,
comportamento, consumo e redes de “amigos virtuais” que estimulam a busca pela pressa e
velocidade, entretanto esses fatores não ajudam no processo de maturação que demanda mais
tempo. Os adolescentes podem não conseguir estabilizar vínculos com os seus pais,
educadores e com os seus próprios amigos já que existe uma mudança de valores e interesses
acontecendo a todo o tempo. Do mesmo modo, os pais também podem se sentir perdidos com
relação a maneira de lidar com os seus filhos, pois percebem os valores efêmeros e notam que
constantemente há uma alternância entre o que é certo e errado ou o que é permitido e deve
ser exigido o que amplia a busca por orientação de especialistas para dirimir as suas
inseguranças (CESTANI, 2016; LIPP, 2014; NEUFELD, 2017).
Sabe-se que as mídias sociais ganharam bastante espaço nos dias de hoje, pois muitas
pessoas as usam como distração, maneira de trabalho, outras até como padrões de vidas a
serem seguidos. Com tudo isto, especialmente o adolescente é o mais sofre, por achar e criar
histórias em sua mente de que, se ele não seguir as redes sociais e não estiver de algum modo
inserido nesse meio, vai estar “errado”, pois é o que todos fazem, mas com todas essas crises
do mundo virtual a influencia sob os jovens que estão ainda em busca de si próprios é gigante,
justamente pelo fato de que eles buscam por um lugar no mundo, as mídias possuem grandes
ditadores que acabam por confundir mais, os pensamentos e idéias dos adolescentes, porque é
um lugar em que eles têm uma liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo ficam presos em
meio a tantos modismos e contradições.
55

Além das influências que a globalização e a pressa exercem nessa fase do


desenvolvimento existem panoramas desfavoráveis aos adolescentes que são intrínsecos a
própria fase do desenvolvimento, como por exemplo o sentimento de não pertencimento nem
ao universo infantil, nem ao adulto, nesse sentido também é importante considerar que a
passagem da adolescência para a vida adulta não apresenta uma estrutura clara, já que os
jovens devem ocupar espaços e realizar tarefas que são muito diferentes daquelas já
conhecidas do seu repertório comportamental (CESTANI, 2016; NEUFELD, 2017).
Os autores dão ênfase também à confusão mental que é criada na cabeça do
adolescente por não saber aonde se encaixa e nem como deve se comportar, uma vez que já
não é mais criança e também ainda não se tornou adulto. Nesse sentido, é relevante levar em
consideração a transição da fase adolescente para a fase adulta, pois quando ocorre este misto
de sentimentos de não pertencer a nenhum lugar, é necessário que o jovem tenha um maior
suporte principalmente da família para auxiliá-lo na compreensão de que ele está crescendo e
se tornará um adulto, o que também não acontece de forma clara, por que os jovens agora já
não exercem mais atividades infantis e nem adultas, criando assim, mais um conflito sobre
tudo o que o adolescente aprendeu até então, gerando mais incertezas ao seu psicológico.
Considerando a perspectiva das dificuldades inerentes a adolescência, Arminda Aberastury e
Maurício Knobel, consideram como “a síndrome normal da adolescência” cerca de dez
sintomas que são: a busca de si mesmo e da identidade; a tendência grupal; necessidade de
intelectualizar e fantasiar; crises religiosas, que vão desde o ateísmo até o misticismo
fervoroso; deslocação temporal, quando o pensamento adquire características de pensamento
primário; evolução sexual; atitude social de reivindicação com tendência anti-social;
contínuas contradições em todas as manifestações de conduta; separação progressiva dos pais
e constantes flutuações de humor e do estado de ânimo.
Sendo assim, a fase da adolescência é caracterizada por inúmeros fatores de conflitos
sociais os quais, cada jovem reage de forma diferente em razão da maneira como viveu a
infância e das dúvidas particulares que este trouxe consigo para este novo ciclo de descobertas
e incertezas que é a fase adolescente.
Já para Dopfner, Lehmkuhl, Heubrock e Petermann (2002) citado em Neufeld (2017),
os problemas que mais ocorrem nessa fase estão relacionados a aceitação do próprio gênero,
estabelecimento de relações íntimas, rompimento de vínculos com os pais, escolha de uma
profissão, desenvolvimento de um sistema pessoal de valores e construção de práticas vistas
como socialmente responsáveis. Outra preocupação na adolescência que pode ser entendida
como uma dificuldade, está relacionada a incidência da depressão que pode ser muitas vezes
56

negligenciada pela família por confundir os seus sintomas com as alterações de humor
características dessa fase. É importante considerar uma avaliação e tratamento adequados,
pois sabe-se que o risco de suicídio entre adolescentes tem aumentado significativamente nos
últimos anos (ABREU; SOUZA, 2017).
Em contrapartida em Neufeld (2017) é citado que os problemas da fase adolescente
estão relacionados à aceitação do próprio gênero, rompimento de vínculo com os pais, escolha
de uma profissão, etc. Na tomada de decisões de práticas vistas como responsáveis, outra
preocupação citada é o alto índice de depressão que pode muitas das vezes ser ignorada pela
família por acharem que são alterações de humor características da fase, por isso os autores
alertam a importância de realizar tratamentos adequados para prevenção do suicídio, o que é
um grave risco de pessoas que sofrem com a depressão.
Sendo assim, destaca-se que a adolescência é vista como uma fase difícil não apenas
pelos adultos, mas também pelos próprios adolescentes, entretanto essa fase do
desenvolvimento não deve ser vista ou reduzida a uma fase de emergência de dificuldades e
conflitos nas relações já que a adolescência também pode ser vivenciada pela família como
um período de aproximação maior entre pais e filhos, troca de experiências e não
necessariamente como uma fase de turbulência e crise (LIPP, 2014).
No entanto, a adolescência deve ser vivida não só pelo adolescente em questão, mas
por toda a família, como maneira de participar ativamente de cada progresso e conflito
vivenciado pelos jovens, pois o núcleo familiar, também necessita aprender lidar com esta
fase da vida, a qual se diz tão incerta e insegura, adquirindo experiências para obter melhor
convívio com o adolescente, tendo assim uma relação de confiança, aproximação dos pais
para com seus filhos e vice-versa.

6.3 3° fase: Adulta

Após a adolescência então tem início a fase adulta, conhecida também como jovem
adulto que é dos vinte aos quarenta e depois é chamando de meia idade que é dos quarenta
até os sessenta, todas as fases do desenvolvimento têm sua complexidade, mas esta em
especial tem muitos altos e baixos que interferem em todo seu ciclo de vida, principalmente
nas saúdes mental física (LIDZ, 1983).
Segundo Lidz (1983) a fase adulta é aquela a qual pode ser compreendida dos vinte
aos quarenta anos de idade, após este período ela é conhecida como meia-idade que vai dos
40 aos 60 anos. Para o autor, todas as fases da vida possuem suas particularidades, mas esta
57

em especial é cheia de altos e baixos que interferem em toda a vida, principalmente nas
saúdes física e mental das pessoas.
O jovem adulto passa por diversas preocupações com o futuro, sendo a profissão que
escolheu, a pessoa que iniciou o relacionamento para constituir uma família, se os amigos
são os certos para levar para a vida toda entre outras questões que aparecem. Quando
consegue entender qual seu lugar na sociedade e no âmbito familiar e profissional começam
outros questionamentos, estou criando meu filho bem, meu cônjuge está feliz, estou feliz
com essa vida, vou conseguir me aposentar, quantas dividas ainda tem, esses problemas
sempre estão presentes conforme o desenvolvimento da pessoa (PAPALIA; OLDS, 2000).
Papalia; Olds (2000) fazem uma abordagem da fase adulta como sendo a que o
indivíduo passa por diversas preocupações baseadas no futuro e ainda tentando entender o
seu lugar na sociedade, enfatizando que questionamentos como esses, sempre existem
conforme o desenvolver do ser humano.
Quando chega na meia idade surge outros desafios, principalmente a angustia sobre
os filhos, que é conhecida como “síndrome do ninho vazio”. Todos os indivíduos com
desenvolvimento típico passaram por esse momento, até o momento em que percebem que
não se encontram sozinhos, que seus filhos estão lá para qualquer coisa mesmo estando em
outro local, assim passa para a última fase da vida a velhice (SARTORI; ZILBERMAN,
2008).
Santori e Zilberman (2008), já dizem que esta fase é caracterizada pela síndrome do
ninho vazio, que é o suposto medo sentido pelos pais ao pensarem que o filho (a) irá sair de
casa, pois sentem dificuldade em aceitar e entender a partida de um membro da família para
outro local, imaginando que se isto acontecer, eles ficarão sozinhos e abandonados pelos
filhos.
Tornar-se adulto é um processo que envolve o desenvolvimento de
identidade, consolidação da estrutura da personalidade e a auto-realização, a fase
adulta representa novas responsabilidades, novas conquistas. Acerca das mudança da
personalidade na vida adulta, o teórico Erik Erikson (1963) descreve algumas pistas sobre
as mudanças que uma pessoa pode esperar, diante de oito estágios desenvolvidos por ele,
dividiu a vida adulta em duas (WEITEN, 2011).
Intimidade vs. isolamento: este estágio acontece no começo da vida adulta, tendo a
preocupação se a pessoa tem capacidade de partilhar sua intimidade com os outros, nesta
fase devem requerer empatia e abertura, e fortalecer seu ego o suficiente para aceitar o
convívio com outro ego sem se sentir anulado ou ameaçado. Outro estágio seria:
58

Generatividade vs. estagnação, esta seria a fase média da idade adulta, o principal
desafio é a preocupação com o bem-estar das gerações futuras (os filhos, jovens), fase em
que o ser humano sente sua personalidade de forma enriquecida e não modificada, pois ele
ensinara os mais novos (WEITEN, 2011).
Weiten (2011), explicou a fase adulta baseando-se na teoria de Erikson (1963) que
aborda essa fase da vida humana como desenvolvimento de identidade, consolidação da
estrutura da personalidade e a auto-realização profissional e/ou pessoal. Ele descreve este
processo, em dois estágios: a intimidade versus o isolamento e a generatividade versus
estagnação. Os dois são muito diferentes, pois, destacam a forma de como o ser humano se
sente quando se trata de saber realmente quem ele é e especialmente a maneira de lidar com
seus pensamentos, conflitos diários e sentimentos, de entender as suas emoções.
No pensamento de Piaget (1970) diferente de Erikson o adulto já tem toda a parte
cognitiva formada pelas fases anteriores, sendo assim quando chega nessa etapa deve estar
totalmente formado e não adquire nenhuma outra evolução (INHELDER; PIAGET, 1976).
Diferente de Erikson, para Piaget (1970), quando o indivíduo chega à fase adulta o
mesmo já possui toda a sua parte cognitiva formada devida as experiências por ele
vivenciadas na infância e adolescência, sendo assim, o autor acredita que não existe mais
nenhum tipo de evolução.
Conforme a Teoria Psicogenética de Wallon traz a etapa do adulto como “O
equilíbrio entre o afetivo e o cognitivo”. Esta teoria fala que nesta etapa a pessoa está
preparada afetivamente e cognitivamente para tomar decisões, sabe seu limite e entende
como funciona seu corpo (NADEL-BRULFERT, 1986).
Para Nalder-Brulfert (1986) que se basearam na teoria psicogenética de Wallon, a qual
enxerga o adulto, como sendo uma pessoa que já possui o psicológico preparado, ciente,
capaz de tomar suas próprias decisões, pois sabe de seus limites e entende o funcionamento
do seu corpo.

6.4 4° fase: 3° Idade

O envelhecimento da população é um fenômeno que está acontecendo em todo o


mundo, com os progressos da medicina e melhoria das condições de vida, as pessoas estão
59

vivendo mais. Estudos realizados mostram que em 2025, o Brasil ocupara o sexto lugar com
cerca de trinta e dois milhões de pessoas com sessenta anos ou mais (ROSSATO; PILETTI,
2014). A velhice é a última etapa da vida, onde existem várias dúvidas e certezas, uma
certeza que existe é que a próxima fase é a morte, com isso os conflitos sobre o que deve
fazer até chegar à fase final e os arrependimentos sobre o que não foi feito antigamente
(SCHNEIDER, R. H.; IRIGARA, 2008).
No Brasil, o número da população idosa, se comparada a outras, é bem maior, pois
as pessoas de hoje estão envelhecendo mais rapidamente e a quantidade de pessoas jovens e
novas vidas está cada dia mais precária.
Segundo Schneider e Irigara (2008) A velhice é aquela fase em que os indivíduos
começam a se fazer vários questionamentos diferentes, porque certamente imaginam a
morte chegando mais perto, e com ela, inúmeros arrependimentos sobre o que se fez da vida
e o que poderia ter feito, pensando também no que irá realizar até este dia chegar.
Erikson (1976) elaborou modelos sobre a evolução da estrutura da personalidade ao
longo de toda a vida. O indivíduo passa por oito estágios, cada qual com suas crises, os
quais necessitam de resolução para ultrapassá-los. O primeiro estágio é denominado
de confiança vs. desconfiança (nascimento até um ano), segundo estágio autonomia vs.
vergonha e dúvida (um ano a três anos), terceiro estágio incentivo vs. culpa (três anos a
seis anos), quarto estágio produtividade vs. inferioridade (seis anos aos doze anos), quinto
estágio identidade vs. confusão papéis (doze anos aos vinte anos), sexto
estágio intimidade vs. isolamento (vinte anos aos quarenta anos, jovem adulto), sétimo
estágio generatividade vs. estagnação (quarenta anos a sessenta e cinco anos, meia idade),
oitavo estágio integridade do ego vs. desespero (velhice) (ERIKSON, 1976).
Erikson (1976) acredita que a vida é dividida em fases e que a cada fase dela, o ser
humano vive um estágio distinto, estabelecendo várias divisões para explicar seu estudo
teórico com relação à vida humana.
E se tratando da velhice, o estágio que corresponde a integridade do ego x
desespero, onde o indivíduo revê seu passado e o identifica como produtivo ou não,
podendo se sentir satisfeito como que realizou ou se sentir frustrado, decepcionado,
pensando no que poderia ter realizado. Alguns idosos podem se sentir desesperados por
perceberem que a morte está se aproximando, e que não há mais tempo suficiente para
refazer ou reviver toda a existência. Por outro lado, existem aqueles idosos que possuem a
sensação de dever cumprido e, experimentam o sentimento de integridade e dignidade,
acolhendo a velhice como algo positivo (FONTAINE, 2010).
60

Completa sua fala ainda dizendo que o estágio correspondente a fase da velhice é o da
integralidade do ego versus desespero, onde o ser humano realiza uma análise da sua própria
vida a identificando como produtiva ou não, o que pode causar frustrações no indivíduo por
pensar nas coisas que ele não realizou. Por outro lado, Fontaine (2010) chama atenção para
aqueles idosos os quais se sentem satisfeitos, com sensação de que fizeram tudo o que
poderiam ter feito, se sentindo dignos e aliviados, recebendo a velhice como algo positivo.
61

CONCLUSÃO

Transtornos alimentares são perturbações psicológicas que envolvem fatores sociais,


físicos, ambientais e que podem piorar a saúde e qualidade de vida dos indivíduos, trazendo
conflitos consigo mesmos e também com a sociedade em que vivem, pois gera nas pessoas
preocupações com relação à alimentação, imagem corporal, em como são vistas pelos outros.
Baseado em todos os materiais utilizados para a realização deste trabalho, as
patologias relacionadas à alimentação, as maneiras de como se alimentar e o que comer,
influenciam bastante na vida dos seres humanos, pois isto ainda é um grande problema para a
sociedade. Entender estas relações dos alimentos com os comportamentos humanos e o que
isso modifica no ser humano, foi um desafio, porém, os objetivos desse estudo foram
alcançados.
Este tema é de grande importância, porque aborda o assunto mostrando que esta
doença pode afetar todas as faixas etárias se apresentando de diversas maneiras, apontando
seus principais focos e as mais distintas formas com que ela se apresenta no ser humano.
Lidar com sentimentos e emoções é algo muito profundo, ainda mais quando envolve
a alimentação, é necessário compreender cada detalhe, para então auxiliar pessoas a entender
o que de fato acontece quando ocorre a junção desses fatores psicológicos, sociais e
ambientais.
Visto que os transtornos alimentares estão cada vez mais crescentes, é de fundamental
importância a intervenção multidisciplinar da nutrição, com a psicologia, para que ambas as
áreas, caminhem unidas no propósito de buscarem soluções para a melhoria de indivíduos que
apresentam esta enfermidade, e pela conscientização da sociedade sobre tão grave doença.
Sendo assim, se faz necessária a continuação de pesquisas e estudos relacionados ao
assunto, pois, este é um tema que necessita de maior ênfase, e merece ser destacado perante o
seu crescimento e desenvolvimento.
62

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