Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SETE LAGOAS
2020
10
SETE LAGOAS
2020
11
Banca examinadora:
__________________________________________
Orientador: Profa. Dra. Cecy Maria Lima Santos.
_________________________________________
Avaliador: Prof.
12
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRAT
Eating disorders according to the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
(DMS-V) are mental disorders due to feeding or related factors, and can cause numerous
physical diseases such as anorexia nervosa, bulimia nervosa caused by malabsorption
inadequate consumption of them, causing damage to the physical and mental health of
individuals. The disorders today include a significant number of people worldwide, especially
in Brazil. Studies show that the prevalence of men and women with eating disorders (ED)
ranges from 1.6 to 1.10%, increasing even more in homosexuals. The numbers of people with
eating and emotional disorders are increasing, this is because many people find it difficult to
have healthy eating habits, creating a conflict between what is healthy and unhealthy, so they
feel withdrawn because of images imposed by society. Taking into account the increase in fast
food and social networks and the great influence of both on the population, it is notable that
society generally reduced consumption of vegetables, vegetables, fruits and vegetables by
opting for more caloric and fatty foods, so the number of people who are depressed and
dissatisfied with the body has also increased, because mainly young people want to lose
weight and have a perfect body, but they create some resistance to healthy eating and better
quality of life.
LISTA DE ABREVIATURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................09
2 REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................................10
2.1 Transtornos Alimentares......................................................................................10
2.1.1 Conceito.................................................................................................10
2.1.2 Características principais....................................................................11
2.1.3 Principais patologias............................................................................12
Anorexia.........................................................................................................12
Bulimia nervosa.............................................................................................13
Obesidade.......................................................................................................15
Ortorexia........................................................................................................16
Vigorexia........................................................................................................18
3.1 Tratamento e/ou Prevenção dos Transtornos Alimentares...............................20
4 Nutrição X Transtornos Alimentares....................................................................28
5 Comportamento Humano.......................................................................................31
Conceitos gerais..........................................................................................31
Características.............................................................................................33
6 Fases do Desenvolvimento Humano.......................................................................39
6.1 1ª fase: Infância.....................................................................................39
6.2 2ª fase: Adolescência.............................................................................43
6.3 3ª fase: Adulta.......................................................................................47
6.4 4ª fase: 3ª Idade.....................................................................................49
CONCLUSÃO.........................................................................................................................51
REFERÊNCIAS......................................................................................................................52
18
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1.1 Conceito –
Os transtornos alimentares atingem todas as faixas etárias, sendo desde a infância até a 3ª
idade, com conseqüências distintas correspondentes a cada idade.
Anorexia Nervosa
A palavra Anorexia tem duas raízes gregas “an”, que significa “sem” e “orexis”, que
significa “desejo de” (SILVA et al., 2006), significando “apetite reduzido” e Nervosa refere-
se à natureza psicológica do distúrbio, isso porque os anoréxicos geralmente afirmam não ter
fome, mesmo quando seus corpos estão sentindo fome; sendo mais comum em garotas
(STRAATMANN, 2010), embora os meninos não estejam imunes (5% a 10%) (COON,
2006).
As pessoas com anorexia nervosa não se alimentam por medo de engordar, por essa
razão elas não comem e mesmo quando são de perfil magro, se acham exageradamente
gordas.
A anorexia nervosa é caracterizada por uma restrição alimentar auto Imposta com
seqüelas graves, características obsessivo-compulsivas e crenças irracionais que
frequentemente complicam o tratamento. A instalação da doença ocorre de forma crônica e
provoca a princípio desnutrição e desidratação. Apesar dos pacientes negarem fome, são
comuns as queixas de fadiga, fraqueza, tonturas e visão turva. As complicações tornam-se
graves, uma vez que são utilizados métodos drásticos como a indução de vômito, exercícios
físicos em excesso e rigorosas dietas para se conseguir a perda cada vez maior de peso
corporal (JORGE; VITALLE, 2008).
Como as pessoas que tem a doença acreditam que sempre estão acima do peso ideal,
isso faz com que elas criem certa resistência com a alimentação, pois por ficarem imaginando
o quão obesas estão esses indivíduos criam uma espécie de jejum, ou seja, fazem dietas
rigorosíssimas, praticam atividade física de maneira excessiva, tudo isto para conseguirem
uma perda de peso cada vez maior.
Apolinário e Claudino (2000) apontam que o início da anorexia nervosa é marcado
por uma restrição dietética progressiva, com a eliminação de alimentos que o
indivíduo considera que podem fazê-lo engordar, como os carboidratos. Os pacientes passam
a apresentar certa insatisfação com seus corpos, assim como a se sentirem obesos apesar de
em alguns casos se encontrarem muito magros e com aparência debilitada. O medo de
engordar é uma característica essencial, servindo muitas vezes como um diferencial para
outros tipos de anorexia secundários.
22
Bulimia Nervosa
tristeza também fazem parte do quadro clínico da bulimia, porém são conseqüências mais
tardias comparadas as outras.
Para Apolinário e Claudino (2000), outros mecanismos utilizados pelas pessoas que
apresentam bulimia para controle do peso após uma ingestão exagerada são o uso inadequado
de medicamentos do tipo laxativo, diuréticos, hormônios tireoidianos, jejuns prolongados e
exercícios físicos exagerados. Agentes anorexígenos, que são medicamentos que causam falta
de apetite, além de enemas, que é a injeção de líquido no ânus para motivar a evacuação, são
também formas de controle do peso.
O uso de medicamentos como opção para perda de peso é algo que muitas pessoas
fazem, porém se esquecem de que o uso de substâncias de maneira inadequada pode ser um
dos principais fatores que prejudicam a saúde e bem estar, proporcionando então uma má
qualidade de vida.
Por outro lado (Leonides e Santos, 2013b) afirmam que a BN caracteriza-se por
compulsão alimentar periódica e adoção de métodos compensatórios inadequados para evitar
ganho de peso, como vômitos auto induzidos, uso de laxantes, diuréticos e enemas. As
compulsões e comportamentos compensatórios devem ocorrer, no mínimo, duas vezes por
semana durante três meses.
Além do uso de medicamentos a bulimia nervosa é caracterizada pela indução de
vômitos para compensar o peso e evitar o progresso do mesmo.
Obesidade
Ortorexia
A Ortorexia, também conhecida como Ortorexia Nervosa, termo criado pelo médico
americano Steven Bratman, é um transtorno alimentar recente e ainda não consta nos manuais
de diagnóstico. Sua etiologia é grega e está ligada ao “orthos”, que significa correto, junto ao
“orexis”, que significa apetite. Neste sentido, é caracterizada por uma obsessão patológica
pela alimentação correta e pela pureza dos alimentos. Esta pureza está ligada a uma dieta
livre de herbicidas, pesticidas e substâncias artificiais. (Pontes 2014).
A Ortorexia é conhecida como obsessão por alimentação saudável, é um tipo de
transtorno alimentar em que o indivíduo consome somente alimentos 100% naturais e
saudáveis, livre de qualquer alteração.
Segundo Martins et al (2011), atualmente tem-se a compreensão de que uma dieta
correta e saudável pode proporcionar, além da saúde, a prevenção de doenças. Portanto, é
notável, nos últimos tempos, o aumento da preocupação com a qualidade dos alimentos. Uma
alimentação dita saudável não envolve somente o fator biológico, mas também aspectos
econômicos, sociais e principalmente as crenças de cada indivíduo.
Para Martins (2011) ‘houve nos últimos anos um aumento da preocupação com
alimentação saudável e de qualidade’, apesar de que ainda existem muitas pessoas que
acreditam ser modinha, outras, fazem do alimento sua própria fonte de vida.
Em vista disto, as autoras Lopes e Kirsten (2009), em sua pesquisa, chegam à
conclusão de que: As pessoas apresentando quadro de ortorexia eliminam sistematicamente
alimentos ou grupos de alimentos por considerarem que não são saudáveis elegendo somente
os alimentos “saudáveis, benéficos ou puros”. Esses alimentos são os considerados por eles
alimentos totalmente naturais, higienicamente seguros e sem nenhum processo químico ou
industrial. Com esse comportamento, os ortoréxicos, em casos extremos, preferirão morrer de
fomes a comer os alimentos que consideram impuros ou insalubres e assim, prejudiciais a sua
saúde. A pessoa se torna obcecada e passa a preparar seu próprio alimento utilizando apenas
alimentos de procedência conhecida. Tornam-se cada vez mais compulsivos excluindo itens
essenciais de sua dieta como carne vermelha, laticínios, açúcar e gordura sem fazer
substituição adequada.
Por conta da necessidade de alimentos puros, os indivíduos acometidos por esta
patologia acabam por restringir alguns tipos de alimentos e passam a se empenhar em planejar
e preparar refeições, além de muitas vezes cultivarem seus próprios alimentos. Por
27
conseqüência disso, gastam muito tempo em torno do ato de comer. Eles também podem
desenvolver carências nutricionais, gerando assim graves problemas de saúde.
Para o mesmo autor, a Ortorexia pode ocasionar o afastamento do convívio com a
sociedade, uma vez que o indivíduo sente a necessidade de explicar e convencer a todos da
importância de consumir os alimentos da maneira que ele mesmo consome, gerando assim
conflitos nos relacionamentos e, portanto, o isolamento social. Outra consequência desta dieta
restrita é a limitação dos alimentos, que provocam a carência de alguns nutrientes cruciais
para o bom funcionamento do organismo. Além dos problemas fisiológicos, o indivíduo
também pode desenvolver ansiedade e depressão.
Lopes e Kirsten (2009) concluem que os indivíduos com esta patologia, restringem
demais a alimentação pelo fato de se alimentarem unicamente dos alimentos de origem
natural, com isto, deixam de ingerir carnes vermelhas, laticínios, açucares e gorduras,
preferindo passar fome a ter que introduzir estes alimentos na alimentação, causando então
inúmeros riscos à sua saúde física e mental. A pessoa com ortorexia sente dificuldade em
estabelecer convívios sociais, pois ela necessita de convencer os outros de que a maneira
como se alimentam é a mais adequada, devido a isto, criam compulsões e conflitos em seus
relacionamentos sociais. Por essa dieta ser totalmente restritiva, as autoras afirmam ainda que
a limitação de alimentos essenciais para o bom funcionamento do organismo provocam
carências nutricionais, assim como também o surgimento de outras patologias.
Ainda segundo Lopes e Kirsten (2009), os indivíduos mais propensos a adquirir essa
patologia podem ser os estudantes e profissionais da área da saúde. O estudo das autoras
mostrou respostas de comportamentos de ortorexia, principalmente, em indivíduos dos cursos
de nutrição, farmácia e enfermagem.
Isto porque os estudantes e profissionais da área da saúde, especialmente da nutrição, sofrem
diariamente pressões psicológicas por causa da alimentação e do padrão ideal imposto pela
sociedade de que, é preciso obter um peso adequado e estar de acordo com, o que estas
pessoas consideram normal, para exercer a profissão.
Vigorexia
Diferente da Anorexia nervosa, a Vigorexia é considerada como uma obsessão pela busca do
corpo perfeito, enquanto a AN é caracterizada pelo medo de ganhar peso.
Alvim (2012) afirma que, a vigorexia inicialmente foi tratada como um Transtorno
Obsessivo Compulsivo e hoje é classificada como um Transtorno Dismórfico Muscular.
Segundo Falcão (2008), a etiologia da palavra Vigorexia está correlacionada com “vigor” ser
designado à força e “orexis” (do grego) ao apetite, portanto, a vigorexia pode ser traduzida
pela expressão “apetite por ser forte”.
De acordo com os autores Alvim (2012) e Falcão (2008), a vigorexia nada mais é do
que obcecação por ser forte, ou seja, ter um corpo definido e musculoso.
Para Andreola (2010), Vigorexia, Complexo de Adônis ou Transtorno Dismórfico
Muscular (como é clinicamente conhecido) são nomes dados à obsessão pelo corpo belo e
musculoso, no qual o indivíduo se desafia ao máximo para conseguir um corpo extremamente
definido. Sendo assim, para a autora Alvim (2012), o sujeito que detém este transtorno possui
um vício exagerado por musculação e pode levar seu corpo a extremos limites de exaustão.
(ANDREOLA 2010; ALVIM 2012).
Segundo as autoras Andreola (2010) e Alvim (2012), esse tipo de transtorno alimentar
é conhecido como um indivíduo que se desafia ao extremo para conseguir o corpo perfeito e
possui vício exagerado pela musculação, atingindo seus limites de exaustão.
Seguindo este raciocínio, os autores Severiano, Rêgo e Montefusco (2010) mostram que, os
indivíduos acometidos por este transtorno tendem a não se importar com as conseqüências
que o exagero do exercício físico pode trazer, visando sempre aumentar cada vez mais a sua
massa muscular e diminuir ao máximo a porcentagem de gordura do corpo. Camargo (2008)
ressalta algumas características destes indivíduos, como: Freqüentemente se descrevem como
"fracos e pequenos", quando na verdade apresentam musculatura desenvolvida em níveis
acima da média da população masculina, caracterizando uma distorção da imagem corporal.
Estes se preocupam de maneira anormal com sua massa muscular, o que pode levar ao
excesso de levantamento de peso, prática de dietas hiperprotéicas, hiperglicídicas e
hipolipídicas, e uso indiscriminado de suplementos proteicos, além do consumo de esteróides
anabolizantes. (SEVERIANO, RÊGO e MONTEFUSCO 2010; CAMARGO 2008).
A preocupação em obter um corpo musculoso é tão grande que estas pessoas não
levam em consideração se estão ou não prejudicando a saúde delas, sendo que a única coisa
que importa é se estão com definição corporal, mas, a obsessão chega a ser tão real, que
mesmo quando já atingiram a meta do ‘corpo perfeito’ continuam acreditando que ainda
existe algo a ser melhorado, continuando assim, a praticarem atividade física, utilizarem de
29
dietas com alto teor protéico e glicídico, também com baixo teor lipídico e fazendo uso de
indiscriminado de suplementos.
Feitosa (2008) relata que, a busca incontrolável pelo corpo com músculos definidos
traz consigo a diminuição do investimento na vida emocional, social e ocupacional por conta
das longas horas investidas em musculação. Em vista disso, Falcão (2008) descreve várias
conseqüências da Vigorexia para o indivíduo, tais como: Depressão e/ou ansiedade,
deteriorização das relações sociais, afetando principalmente o trabalho e os estudos,
problemas nas relações interpessoais e isolamento. As conseqüências biológicas são:
mudanças metabólicas que repercutem sobre o fígado e sistema cardiovascular, aumentando
os níveis de colesterol, diminuição do centro respiratório, disfunção erétil, hipertrofia
prostática, hipogonadismo e ginecomastia, amenorréia e ciclos menstruais irregulares nas
mulheres.
O mesmo autor ainda descreve implicações orgânicas ao indivíduo que podem ser
muito prejudiciais, tais como a insônia, desinteresse sexual, falta de apetite, irritabilidade,
problemas físicos e também o encurtamento de músculos e tendões (FEITOSA; FALCÃO
2008).
Feitosa (2008) aborda que a busca incontrolável pelo corpo com músculos definidos
traz consigo a diminuição do investimento na vida emocional, social e ocupacional, por tanto,
derivado as longas horas de musculação, os indivíduos se esquecem de viver uma vida
normal, se restringindo somente ao mundo das academias e dietas inadequadas.
Falcão (2008) já diz que a vigorexia pode ocasionar em várias conseqüências para o indivíduo
tais como alterações no sistema metabólico, depressão, ansiedade, deteriorização das relações
sociais, insônia, falta de apetite, etc.
Segundo Camargo (2008), atletas tem maior pre-disposição à Vigorexia, uma vez que
são cobrados a manter a forma física, visando melhores resultados em competições. O mesmo
autor ainda afirma que, os atletas do fisiculturismo são ainda mais propensos a este transtorno
por conta das competições e da necessidade manter a aparência. Porém, a vigorexia também
pode se desenvolver em outros tipos de atletas, como ginastas, corredores ou lutadores.
Camargo (2008) correlaciona a vigorexia aos atletas de alto rendimento, pelo fato de
os mesmos serem o tempo todo cobrados para manter a forma física devido às competições as
quais eles competem.
30
Para Till (2011) É importante analisar que o modo como foi concebida na literatura
científica desde sua identificação, tornou-se usual associar a ocorrência e a predisposição à
doença às mulheres e minimizar sua expressão em homens, o que deve ser considerado com
cautela Till (2011). Por ser incomum nos garotos, os profissionais de saúde devem estar
atentos quando identificam desnutrição grave sem causa aparente, pois o rápido início do
tratamento é fundamental para o bom prognóstico Santos (2012).
Os trabalhos que se dedicam à adolescência como segmento geracional mais atingido
pelos TA buscam atribuir o adoecimento às características próprias da idade, como a
importância conferida à avaliação dos pares e necessidade de aceitação social, como aspectos
predisponentes para desenvolver tais patologias Brown (2000).
Com base no autor Till (2011) é necessário analisar os transtornos alimentares desde a sua
identificação, para se obter um diagnóstico mais preciso e a melhor forma de tratá-lo.
Já Santos (2012) fala que os TA não são tão comuns em pessoas do sexo masculino,
por isso, ele faz um alerta as profissionais da área da saúde, para ficarem atentas a qualquer
sinal de desnutrição que os homens possam apresentar.
Em contrapartida Brown (2000) alega que transtornos alimentares acometem mais os
adolescentes, pelas características da idade e a necessidade da aceitação social.
Alguns autores no Brasil e exterior têm apontado para a carência de dados etnográficos em
instituições de saúde voltadas aos TA. Krauth et al.12, afirmam que mesmo sendo de
ocorrência rara, se comparadas a outras patologias, a AN e a BN deveriam ser de grande
interesse social em função dos altos custos financeiros para os sistemas de saúde e impacto
para a saúde da população, sobretudo juvenil.
Estes tipos de patologias afetam e muito a população em geral, principalmente com relação
aos custos que são muito elevados para os sistemas de saúde pública. Assim, alega Krauth
(2002) quando diz ‘que mesmo sendo de ocorrência rara, se comparadas a outras patologias, a
AN e a BN deveriam ser de grande interesse social em função dos altos custos financeiros
para os sistemas de saúde e impacto para a saúde da população, sobretudo juvenil’.
Bosi (2004) e Gonzaga (2005), dizem que, entretanto, no Brasil, são raros os estudos
que dimensionam o problema na população sob risco, bem como os serviços públicos de
saúde que atendem os TA.
31
Os TA, apesar de serem bastante conhecidos e o índice de casos no país ter aumentado
significativamente, ainda são poucos os estudos de tratamentos na saúde pública, assim como
as orientações cabíveis para pessoas com algum tipo de transtorno.
Whitney (2005) aborda que estudos internacionais apontam escassez de informações
disponíveis para orientar os profissionais no tratamento da AN Whitney (2005).
Em complemento a fala de Bosi (2004) e Gonzaga (2005), Whitney (2005) aborda que
estudos internacionais também revelam escassez sobre informações orientais para os
profissionais, no tratamento da anorexia nervosa.
Warin (2005) Os trabalhos que se dedicam ao ponto de vista dos doentes apontam que,
para estes, a AN não significa exclusivamente uma preocupação com a alimentação e o peso,
mas uma forma de lidar com a complexidade das relações sociais, sendo surpreendente que os
tratamentos ainda invistam em uma perspectiva individualista de cuidado Warin (2005).
Porém sob o ponto de vista de Warin (2005), a AN envolve inúmeros fatores, sendo
surpreendente a individualidade com que investem nos tratamentos.
Entre várias características pelas quais se pode diagnosticar a bulimia, as que mais se
destacam são a valorização do corpo magro como ideal máximo de beleza e pressão social e
familiar. Hoje, na sociedade contemporânea, o corpo ideal está sendo relacionado com a
magreza, e esta vem sendo imposta cada vez mais pela sociedade. Nesse sentido, as
influências digitais, como cinema, televisão e revistas, têm contribuído para que a grande
maioria das mulheres se dediquem a ter um corpo excessivamente magro. A questão não é ser
magra para ter saúde, mas, sim, ser magra para se enquadrar nos padrões que a mídia estampa,
podendo levar assim ao desenvolvimento de transtornos no comportamento alimentar. Outra
questão relevante que envolve os transtornos alimentares, e em especial a bulimia nervosa, é o
desafio dos profissionais especializados na assistência desses pacientes, muitas vezes formado
por uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, nutricionistas, psicólogos e
endocrinologistas. Segundo Fairburn (1991 apud ABREU; CANGELLI FILHO, 2004), para o
acompanhamento dos pacientes com transtornos alimentares (TA) é preciso relacionar
pensamento, emoção e comportamento manifesto, e o tratamento tem como objetivo fazer
com que o paciente examine a validade de suas crenças no presente e mude comportamentos
disfuncionais. Os processos cognitivos mais freqüentes nesses quadros (abstração seletiva,
super generalização, magnificação, pensamento dicotômico, personalização e pensamento
supersticioso) são definidos e examinados cuidadosamente, a fim de modificar os
pensamentos e pressupostos automáticos Fairbum (1991 apud ABREU; CANGELLI FILHO
2004).
32
Nos dias atuas, as pessoas se importam muito com opiniões alheias, e na maioria das
vezes, levam para a vida pessoal fazendo disto uma obrigação diária como se tivessem
compromisso com os indivíduos que estão dizendo algo, e necessitam de provar que são
magros, possuem o “padrão de beleza” imposto, dentre outros fatores que influenciam
negativamente a vida das pessoas que estão ali por trás das telas, mas, atrás de cada tela,
existem indivíduos que precisam de ajuda para aprender a lidar com este tipo de situação
desagradável e entender que ninguém deve ditar o biótipo de alguém, pois assim, pode-se
estar até mesmo magoando profundamente os outros, estas pessoas necessitam de auxilio para
principalmente compreenderem a si mesmas e não deixarem se influenciar por idéias obscuras
em busca pelo dito “padrão da sociedade”, porque cada um é cada um, por isso, devem saber
controlar seus pensamentos e emoções, pois cada ser humano possui suas próprias
particularidades.
A importância do envolvimento da família no tratamento está relacionada ao impacto e
ao desgaste emocional e físico que esse transtorno ocasiona no paciente e em seus círculos
social e familiar (LOBERA, 2005; GEARING, 2008 apud NICOLETTI et al., 2010).
A família é de suma importância neste momento, pois é ela quem dar todo o suporte
necessário para a pessoa que está sofrendo com algum tipo de transtorno alimentar.
A família tem um papel importantíssimo no processo, já que precisam de informação e devem
desenvolver algumas habilidades para ajudar, pois a família muitas vezes adoece junto com o
paciente.
O diagnóstico dos transtornos alimentares é clínico, pois não existem testes
laboratoriais para diagnosticar o transtorno. Na verdade, as alterações encontradas são
resultados dos hábitos utilizados para perder peso. O paciente bulímico não tem desejo de
emagrecer cada vez mais. Em geral, seu peso está normal ou, em menor número de casos,
com sobrepeso (BORGES et al., 2006).
De acordo com Borges (2016) A família necessita de informações e de certas
habilidades para ajudar, pois muitas das vezes, ela adoece junto com o paciente. Ele diz ainda
que o diagnóstico é clínico por não existir testes laboratoriais que apontam os transtornos,
uma vez que as únicas alterações possíveis de serem identificadas são nos hábitos que os
indivíduos utilizam para perda de peso.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5º
edição (DSM – V), o diagnóstico da bulimia nervosa não é tão fácil por seus sinais muitas
vezes não ficarem explícitos, por isso, o levantamento da história do paciente, seus hábitos
alimentares e a preocupação constante com o peso são dados que precisam ser
33
cuidadosamente observados. Uma pessoa com bulimia pode ser magra, obesa ou ter peso
normal. Além disso, os comportamentos, como vomitar, são muitas vezes realizados
escondidos. Pessoas com bulimia freqüentemente também têm outros problemas, como
depressão, ansiedade e abuso de substâncias.
Devido a isto, é importante estar sempre atento em relação aos comportamentos apresentados,
e a forma de como a pessoa com quadro clínico de bulimia alimentar, reage perante as outras
pessoas.
Já na obesidade e suas conseqüências é uma realidade nos serviços de saúde há muitos
anos, entretanto, na prática, esse tema ainda não é prioridade nas agendas dos gestores
públicos e do Ministério da Saúde (MS). De acordo com a legislação pesquisada, em 2013,
foram publicadas duas portarias pelo MS, as de nº 424 e nº 425, sendo que a primeira
“redefiniu as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do sobrepeso e
obesidade como linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com
Doenças Crônicas”. Já a Portaria nº 425, “estabelece o regulamento técnico, normas e critérios
para o Serviço de Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade”.
A obesidade é uma doença que precisa sim ser considerada prioridade, por que além
de causar vários prejuízos à saúde humana, ela pode ser a base de inúmeras outras doenças:
Diabetes, hipertensão arterial, fadiga, são algumas das patologias as quais a obesidade pode
acarretar.
De acordo com Azevedo (2007) Nos tempos atuais, é crescente e incessante a busca
por um corpo perfeito. Inúmeras são as pessoas que ultrapassam seus limites na tentativa
dessa conquista e compram a idéia de obter uma aparência de “modelo” estabelecido pela
mídia por meio de um corpo esbelto, magro, que julgam ser mais importante que a
manutenção da própria saúde (AZEVEDO, 2007).
Sabe-se que a mídia é grande influencia na vida do ser humano, muitos se espelham
nela como conselheira, pois acreditam que ali está a resposta que tanto procuram, seguindo
tudo idêntico ao que a mídia apresenta, estarão dentro do padrão da sociedade por ela
imposto.
Romaro (2002) Acredita que a mídia e o imaginário coletivo parecem estabelecer uma
estreita relação entre a forma do corpo e a saúde, como se todos os regimes, dietas, exercícios
físicos pudessem ser utilizados no sentido do indivíduo cuidar-se melhor, tornando-se mais
saudável (ROMARO, 2002).
Para Romaro (2002) a mídia é um imaginário coletivo, ou seja, ela quer o tempo todo
fazer com que os indivíduos acreditem que o que nela está publicado é saudável e benéfico
34
para a saúde e qualidade de vida da população, quando na verdade a única coisa que
realmente interessam a eles é a popularidade, o chamado “status social”.
Nesse campo surgem dietas da moda que são normalmente cheias de restrições e
muito pobres em calorias, ficando abaixo das necessidades energéticas de um adulto saudável
(SOUTO; FERRO-BUCHER, 2006).
Seguindo este raciocínio, Souto e Ferro-Bucher, (2006) falam que neste contexto surgem as
tão famosas dietas da moda que são totalmente restritivas e muito abaixo das necessidades
energéticas de um indivíduo adulto considerado saudável.
Santos (2008) fala que visando uma eliminação de peso rápida que não representam
necessariamente uma redução de gordura corporal, uma vez que com as alterações na
alimentação a perda de água e massa muscular é uma conseqüência (SANTOS et al., 2008).
Santos (2008) acrescenta que o emagrecimento rápido, devido as alterações na
alimentação, provocam a perda de água no organismo e conseqüentemente a diminuição da
massa muscular, sendo assim, a última coisa que a pessoa perde é a gordura corporal, pois
quando se trata do fator emagrecer, isso envolve, todo um processo metabólico e alterações no
organismo, por isso é de fundamental importância que o ser humano perca peso de maneira
consciente e saudável.
Segundo Bratman (1997) O equilibro é fundamental para o bom funcionamento do
organismo, o controle na prática de atividade física como também na alimentação são
importante nesse contexto. O excesso de exercícios pode produzir riscos à saúde. Também,
alterações nos padrões ideais de alimentação podem resultar em transtornos alimentares. Um
dos últimos transtornos descritos foi denominado de Ortorexia Nervosa (ON) pelo médico
Steve Bratman em 1996. A ortorexia nervosa é uma alteração comportamental caracterizada
por uma preocupação demasiada com a alimentação saudável (BRATMAN, 1997).
De acordo com Bratman (1997) O equilíbrio entre praticar atividade física e
alimentação saudável é fundamental para o bom funcionamento do organismo, porém o
excesso de exercícios físicos pode gerar riscos à saúde, assim como, alterações na alimentação
podem resultar em transtornos alimentares. Pensando em todo este contexto, o autor
descreveu tudo isto como a chamada Ortorexia nervosa que é a preocupação exagerada com
alimentação saudável.
Para Bratman (1997) os indivíduos que apresentam esse distúrbio além de
preocupados com seu peso corporal e com a quantidade de alimentos ingeridos, revelam seu
principal foco no cuidado exacerbado nos tipos de alimentos que fazem parte das suas
refeições (BRATMAN, 1997).
35
O autor diz que indivíduos com este tipo de transtorno, preocupam com seu peso
corporal e também com a qualidade dos alimentos que estão ingerindo.
Coelho (2016) relata que as pessoas acometidas pela Ortorexia Nervosa buscam alimentos
denominados como “puros”, porém produzem uma distorção do conceito de alimentação pura
ou saudável. Assim como o Guia Alimentar da População (Guia alimentar para a população
brasileira, 2014) elas defendem que não devem ingerir alimentos com conservantes, corantes,
aromatizantes, resíduos de pesticidas, ingredientes geneticamente modificados e com altos
níveis de gordura, sal e açúcar (COELHO et al., 2016).
Coelho (2016) abrange que as pessoas acometidas pela ortorexia nervosa procuram
por alimentos denominados “puros”, ou seja, alimentos que sejam livres de qualquer
ingrediente industrializado, porém produzem uma distorção do conceito puro ou saudável,
pois, assim como o Guia Alimentar para a População Brasileira do ano de 2014, essas pessoas
defendem a idéia de que não devem ingerir alimentos industrializados, com alto teor de
lipídeo, sódio e elevado índice glicêmico.
Todavia, a rejeição desses alimentos ocorre de maneira obsessiva nos indivíduos
acometidos pela Ortorexia Nervosa. Também, essa obsessão se observa na forma de
preparação dos alimentos e no manuseio dos utensílios de cozinha, onde parece existir um
verdadeiro ritual obsessivo e compulsivo (BARTRINA, 2007).
De acordo com Bartrina (2007) Pessoas com ortorexia rejeitam de maneira obsessiva
estes alimentos, esta obsessão pode ser observada com relação à preparação e manipulação
dos mesmos, onde parece existir todo um ritual na preparação das refeições.
Despendendo tempo e esforço na busca dessa alimentação que incompatibiliza com a vida
cotidiana e afasta das relações sociais (BRATMAN,1997).
Bratman (1997) complementa dizendo que a constante busca obsessiva por esse tipo
de alimentação, não é compatível com uma vida cotidiana sociável, e com isso, acaba
afetando as relações sociais do ser humano.
Contudo, a alimentação saudável está fundamentada nas recomendações nutricionais e
apresenta como um dos seus princípios a objeção para restrições, ou mesmo à classificação
dos alimentos em “bons” ou “ruins”, “saudáveis” ou “não saudáveis”, pois esse conceito
depende de muitos fatores (MARTINS et al., 2011).
Para Martins (2011) uma alimentação saudável está pautada em recomendações
nutricionais que apresente seus princípios éticos nas restrições e classificações do que é ou
não considerado saudável e, sobretudo no que é bom ou ruim, pois todo esse conceito depende
de vários fatores.
36
Segundo Azevedo (2011), o apelo do marketing gerado pela indústria dos suplementos
nutricionais leva ao consumo excessivo dessas substâncias e potenciais prejuízos à saúde dos
indivíduos (AZEVEDO et al., 2011).
Para Azevedo (2011) o marketing produzido pelas indústrias de suplementos
nutricionais é altamente pesado, levando ao consumo excessivo dessas substâncias causando
muitos danos para a saúde dos indivíduos.
No contexto do uso copioso de recursos ergogênicos, o baixo consumo de frutas,
legumes e vegetais entre os vigoréxicos pode acarretar deficiência de micronutrientes. Assim,
os portadores dessa síndrome normalmente optam por utilizar complexos vitamínicos de
forma descontrolada aumentando, assim, a possibilidade de intoxicação (PAULA; VIEBIG,
2016).
Neste contexto, de uso constante desses suplementos, as pessoas que apresentam
vigorexia podem gerar deficiências de micronutrientes isto, porque devido a pessoa querer o
tempo todo ingerir suplementos, acabam que se “esquecem” de alimentar adequadamente, por
isto, começam também a utilizar complexos vitamínicos de modo descontrolado levando
assim, a uma maior probabilidade de intoxicação.
Para Baum (2015), a presença de profissional devidamente habilitado para
acompanhar o praticante de exercício físico é fundamental para minimizar perdas nutricionais,
coibir o overtraining e os danos associados. Destaca-se que a prática do overtraining pode
acompanhar a rotina do vigoréxico. Essa prática é conceituada como o excesso de treino,
sendo subdividida em duas categorias: treinamentos com excesso de carga e/ou intensidade
extrema (BAUM, 2015). O excesso de treino está associado a maior demanda de energia e
nutrientes para a recuperação metabólica. Entretanto, o indivíduo rotineiramente apresenta
dieta desequilibrada e incoerente com as necessidades demandadas, acentuando assim o
estresse metabólico, fadiga, dores, astenia e fatores que impossibilitem o alcance do objetivo
inicial (BAUM, 2015).
Baum (2015) enfatiza que a presença de um profissional qualificado para acompanhar
os treinamentos de pessoas vigoréxicas é de grande relevância, por estes indivíduos
praticarem overtraining – treinamentos com excesso de carga e/ou intensidade extrema, pois
não há necessidade de exageros na prática de atividade física, porém como o indivíduo
acredita que nunca é demais treinar, acaba praticando o overtraining.
O profissional habilitado possui capacidade técnica para prescrição nutricional
individualizada - realizada a partir da investigação antropométrica, bioquímica, clínica e
dietética. O consumo adequado de macronutrientes no contexto saudável, incluindo o objetivo
37
que, por sua vez, influencia a adoção de comportamentos de risco para TA nas adolescentes
do sexo feminino, pois o corpo ideal destacado é, na maioria das vezes, inatingível Bossi
(2004) Warin (2005).
Com isto, as jovens se frustram por não conseguirem atingir o modelo de corpo
sonhado por elas, o que pode acarretar várias doenças derivadas pela alimentação como
também, pelo psicológico dessas meninas, que acaba sendo afetado de maneira negativa.
Para Weaver (2011) Outros aspectos psicológicos podem estar diretamente associados
aos comportamentos de risco para TA: a autoestima tem sido investigada como um desses
fatores, uma vez que ela é entendida como a avaliação do indivíduo sobre o seu próprio valor,
competência e adequação, e se reflete em uma atitude positiva ou negativa, em algum grau,
em relação a si mesmo.
De acordo com Weaver (2011) a autoestima está diretamente relacionada com
comportamentos indicativos como risco para o desenvolvimento dos transtornos alimentares,
‘uma vez que ela é entendida pela avaliação do indivíduo sobre o seu próprio valor,
competência e adequação, e se reflete em uma atitude positiva ou negativa, em algum grau,
com relação a si mesmo’.
Flament et al. Whitney (2005) demonstraram que a variabilidade da autoestima se
encontra estritamente relacionada com a insatisfação corporal. Entretanto, esses autores
apontaram a necessidade de mais estudos que relacionem essas variáveis ao comportamento
de risco para TA Whitney (2005).
Flament et al. Whitney (2005) abordam o contexto de que a autoestima está
estritamente relacionada a insatisfação corporal, porém eles apontam a necessidade de mais
estudos para comprovação, ou seja, existem sim estudos que falam desse tipo de relação com
os respectivos transtornos, mas os mesmos ainda não são o suficiente para se chegar a uma
verídica conclusão sobre o assunto.
Alves et al. Till (2011) e Scherer et al. Santos (2012) argumentam que, nos últimos
anos, houve um aumento dos estudos sobre sintomas e comportamentos de risco para TA,
principalmente em adolescentes do sexo feminino e com ocorrência em idades cada vez mais
precoces, tornando-se um sério problema de saúde pública. No entanto, ainda não são
encontrados na literatura nacional estudos que investiguem a influência da autoestima, da
insatisfação corporal e da internalização do ideal de magreza nos comportamentos de risco
para TA de adolescentes do sexo feminino. Sbicigo et al. ainda acrescentam que são
necessárias investigações que relacionem diferentes instrumentos de aferição psicológica a
fim de contribuir para uma discussão ampliada sobre o tema.
39
Por outro lado, Alves et al. Till (2011) e Scherer et al. Santos (2012) argumentam que
nos últimos anos, houve um aumento dos estudos sobre os sintomas e comportamentos de
risco para TA, decorrente as adolescentes que apresentavam precocemente esses sintomas,
tornando-se sérios problemas da saúde pública. No entanto, os autores dizem ainda que não
são encontrados na literatura nacional brasileira estudos que comprovem a influencia da auto-
estima, da insatisfação corporal e ideal de magreza como sendo considerados riscos para o
desenvolvimento de transtornos alimentares em adolescentes do sexo feminino.
Em contrapartida, a auto-estima não modulou a sub escala Dieta. É provável que a auto-
estima não esteja relacionada com a adoção de condutas de restrição da ingestão de alimentos
com alto teor calórico em adolescentes do sexo feminino. Ressalta-se que a tentativa de
relacionar a autoestima aos comportamentos de risco para TA tem sido realizada em âmbito
internacional. Em adolescentes canadenses do sexo feminino, Flament et al. Whitney (2005)
buscaram relações entre essas variáveis e encontraram que a autoestima foi responsável por
uma proporção significativa da variância nos escores da sub escala Dieta. Cabe salientar, no
entanto, que embora a presente pesquisa seja inovadora do ponto de vista nacional, o
resultado encontrado não pode ser generalizado para todas as adolescentes brasileiras.
Flament et al. Whitney (2005) retornam dizendo que em estudos internacionais a auto-
estima foi responsável por uma proporção significativa da sub escala Dieta. Portanto, vale
ressaltar que embora o presente estudo seja inovador do ponto de vista nacional, o resultado
encontrado não deve ser considerado de modo geral para todas as adolescentes brasileiras.
Whitney (2005) fala que, quanto aos fatores que modularam a sub escala Bulimia, a
partir do modelo de regressão, os resultados indicaram influência somente da insatisfação
corporal e da internalização do ideal de magreza. Os escores do BSQ e da SATAQ-3
explicaram em 41 e 9%, respectivamente, a variância dos comportamentos bulímicos nas
adolescentes. Nesse sentido, a literatura demonstra que a insatisfação com o peso e a
aparência física é considerada fator de risco de alta relevância para os sintomas de bulimia
nervosa. Acrescenta-se, ainda, que as adolescentes que costumam ter preferência por
alimentos considerados de alto teor calórico podem utilizar a voracidade alimentar seguida de
comportamentos purgativos em razão de se sentirem pressionadas por pais, amigos e mídia
em reduzirem o peso corporal Whitney (2005).
Whitney (2005) enfatiza que a influencia da insatisfação corporal feminina é um fator
de risco para desenvolver o transtorno de bulimia alimentar nas adolescentes, o mesmo autor,
ainda fala que as jovens que preferem um maior consumo de alimentos com alto aporte
40
calórico, comportam-se de maneira purgativa, ou seja, fazem vômitos, uso de laxantes, por se
sentirem culpadas em razão do convívio social.
Já a auto-estima não exerceu influência nos comportamentos alimentares compulsivos
e purgativos. Essa variável psicológica tem sido investigada como um dos fatores que podem
estar diretamente associados ao comportamento de risco para TA Whitney (2005). Além
disso, tem sido encontrada estreita relação desta com a insatisfação corporal, que, como
supramencionado, é critério diagnóstico para os TA. Dessa forma, esperava--se que a auto-
estima modulasse comportamentos bulímicos.
Ainda segundo Whitney (2005), a auto-estima não possui influência sob os
comportamentos purgativos, mas, isto vem sendo investigado como fator de risco para
transtornos alimentares por causa da estreita relação entre a auto-estima e a insatisfação
corporal, que, com base no autor é critério diagnóstico de transtornos alimentares.
Segundo Johnson et al., Watson (1920) a baixa auto-estima pode ser um fator de risco
para os distúrbios alimentares. Todavia, a ausência de relação direta entre auto-estima e
comportamentos compulsivos e purgativos evidenciada na presente investigação pode ter a
seguinte explicação: considerando modelos teóricos da etiologia dos comportamentos
alimentares, a insatisfação corporal media a relação entre auto-estima e comportamentos
alimentares associados à bulimia. Logo, a auto-estima pode não apresentar relação direta com
os comportamentos compulsivos e purgativos, o que pode explicar os achados da presente
pesquisa. Contudo, são sugeridos estudos que melhor esclareçam essa relação Whitney
(2005).
Para Johnson et al. Watson (1920) os comportamentos compulsivos e purgativos estão
associados com a auto-estima do indivíduo, porém Whitney (2005), explica que ainda são
necessários mais estudos para melhor esclarecimento dessa relação.
5 Comportamento Humano
Conceitos gerais:
Características
depende, como visto, da contigüidade dos estímulos, isto é, eles serem apresentados juntos no
tempo e no espaço. Quanto maior a contigüidade, mais forte será o condicionamento
(MALOTT, 2008). Em segundo lugar, uma resposta condicionada pode ser extinta. A
extinção desta resposta depende do enfraquecimento da contigüidade (MALOTT, 2008). Por
exemplo, quanto mais o camundongo for apresentado a Albert sem o ruído, menos ele
provocará reações de medo. Há, no entanto, uma terceira característica do condicionamento
clássico. Ela se refere ao fato de que uma resposta condicionada que foi extinta, pode ser
recuperada espontaneamente (MALOTT, 2008). Pavlov observou que mesmo após extinguir a
resposta de salivação de seus cães, em alguns cães esta resposta reaparecia em ocasiões
futuras. Ou seja, os cães voltavam a salivar. Em quarto lugar, como mostra o experimento de
Albert, as respostas condicionadas podem ser generalizadas (MALOTT, 2008). Isto significa
que um organismo, que aprendeu a responder a estímulos específicos (como o camundongo),
é capaz de responder igualmente a estímulos semelhantes ao original (o coelho, a roupa, a
máscara). Em contrapartida, pode também ocorrer no condicionamento clássico um fenômeno
inverso. Trata-se da discriminação do estímulo. Ela implica que as respostas condicionadas só
serão emitidas diante de estímulos idênticos ao original (MALOTT, 2008).
Malott (2008) diz que esta aprendizagem é chamada de condicionamento clássico e
dividida em três características. A primeira delas é que tudo depende da maneira de como é
visto e apresentado, a segunda, da freqüência com que isso acontece e a terceira que se refere
ao fato de que quando uma resposta for extinta, ou seja, diminuir a freqüência com que esta é
apresentada, a mesma pode retornar com tanto que ocorra novamente o mesmo estímulo. Há
ainda uma quarta característica que abrange as respostas condicionadas como sendo
generalizadas, isto é, o sujeito é capaz de responder da mesma maneira a estímulos e situações
parecidas, porém pode ocorrer no condicionamento clássico um fenômeno inverso, quando o
condicionamento discrimina o estímulo, o que quer dizer que as respostas condicionadas,
estimuladas serão emitidas somente diante ao estímulo idêntico ao original.
Como afirmam Schneider e Morris (1987), este termo foi utilizado pelo próprio
Skinner, em 1945, para designar seus estudos. O Behaviorismo Radical sustenta que todos os
fenômenos animais (humanos ou não) consistem em processos físicos, entidades naturais, e
que, portanto, devem ser estudados segundo os mesmos métodos e princípios que regem as
ciências da natureza. Entre as principais contribuições de Skinner para o estudo do
comportamento, está o conceito de comportamento operante (SKINNER, 1970). Enquanto o
condicionamento clássico refere-se a comportamentos reflexos, que estão fora do controle do
indivíduo (como salivar ou ter reações fisiológicas de estresse), o condicionamento operante
46
Uma segunda característica consiste nos diferentes esquemas de reforço que podem ser
usados para se condicionar um comportamento. Estes esquemas dizem respeito ao padrão em
que o reforço é realizado no tempo. Por exemplo, o padrão pode ser contínuo (isto é, as
conseqüências são apresentadas todas as vezes que um comportamento desejável é emitido),
ou o padrão pode ser intermitente (um comportamento desejável é reforçado apenas algumas
vezes) (CHIESA, 1994). Uma terceira característica refere-se à extinção dos comportamentos
aprendidos por condicionamento operante. Esta extinção ocorre tanto pela punição, quanto
pelo reforço de comportamentos alternativos (CHIESA, 1994).
Chiesa (1994) completa dizendo que os condicionamentos são características distintas,
que consistem em diferentes esquemas considerados padrões contínuos ou intermitentes, que
são conseqüências apresentadas toda vez que um comportamento desejável é emitido, e o
intermitente, quando esse tipo de procedimento acontece apenas algumas vezes, e ainda à
extinção de comportamentos operantes que ocorre pela punição e/ou reforço dos mesmos
alternativos.
Cumpre ressaltar que, mesmo Skinner recusando a tese mentalista (que situa a
consciência como causa do comportamento), o autor busca investigar fenômenos não
diretamente observáveis, a saber, os ditos “eventos privados”. Como explicita Tourinho
(2006), eventos privados são aqueles inacessíveis a terceiros, envolvendo tanto “estímulos
privados”, quanto “respostas encobertas”. Estímulos privados são estímulos conduzidos pelo
sistema nervoso de um indivíduo, percebidos mediante interocepção e propriocepção
(TOURINHO, 2006). Interocepção consiste na percepção pelo indivíduo de sensações geradas
por seus órgãos internos, enquanto a propriocepção refere-se à percepção de sensações
internas geradas pelo sistema motor. Por sua vez, respostas encobertas são comportamentos
emitidos pelo organismo em uma escala reduzida, a ponto de se tornarem inacessíveis a
terceiros. São exemplos de respostas encobertas, o pensamento e a linguagem (TOURINHO,
2006).
Mapas cognitivos são representações mentais, de base neural, que permitem a aquisição,
armazenamento e processamento de informações.
Já Tourino (2006) buscou por variáveis maneiras de explicar essa mesma teoria de
Skinner, pois para ele, existem outras definições além daquelas que foram apresentadas pelo
autor.
Nas palavras de Tolman (1930), “a aprendizagem não consiste em conexões de
estímulo-resposta, mas na construção de estruturas, no sistema nervoso, que funcionam como
mapas cognitivos”, sendo que estes mapas “variam entre uma variedade de tipos estreitos e
48
Novamente, esta habilidade vai se desenvolvendo e tornando-se cada vez mais refinada à
medida que a criança vai experienciando o mundo. (Bijou e Baer, 1980; p.86-87)
Para os autores, ao eliminarem a teoria de que existem comportamentos específicos para cada
idade, é possível identificar a evolução humana de acordo com o ambiente, desde a maturação
biológica do ser humano até o mesmo se tornar um ser independente e mais seguro das suas
atitudes. Para isto, Bijou e Bear descrevem diferentes estágios em que a criança passa para ir
criando experiências ao longo da vida.
Bijou e Baer (1980) ainda lembram que podemos dizer que o primeiro estágio tem
início no pré-natal e vai até a idade em que comumente se chama de fim da infância. O
segundo estágio, por sua vez, começa neste ponto e vai até a idade escolar ou pré-escolar. Já o
terceiro, no qual a criança torna-se um ser social, começa neste ponto e vai até a idade adulta.
A divisão em estágios do desenvolvimento se dá, em uma perspectiva
comportamental, de acordo com o caráter predominante das interações que o indivíduo
estabelece naquele período. Estes marcos são, simples acidentes sociológicos, e não essências
do desenvolvimento. É bastante comum que se observem características de múltiplos estágios
em uma criança só, pois um desfaz no outro à medida que a criança é estimulada.
Ainda segundo os mesmos autores, a divisão desses estágios se dá conforme os
comportamentos e interações do ser humano com o seu meio, desde antes mesmo de nascer
até crescer uma criança, observando a maneira como ela se comporta em diferentes ambientes
e a forma pela qual o sujeito é estimulado a fazer novas descobertas.
negligenciada pela família por confundir os seus sintomas com as alterações de humor
características dessa fase. É importante considerar uma avaliação e tratamento adequados,
pois sabe-se que o risco de suicídio entre adolescentes tem aumentado significativamente nos
últimos anos (ABREU; SOUZA, 2017).
Em contrapartida em Neufeld (2017) é citado que os problemas da fase adolescente
estão relacionados à aceitação do próprio gênero, rompimento de vínculo com os pais, escolha
de uma profissão, etc. Na tomada de decisões de práticas vistas como responsáveis, outra
preocupação citada é o alto índice de depressão que pode muitas das vezes ser ignorada pela
família por acharem que são alterações de humor características da fase, por isso os autores
alertam a importância de realizar tratamentos adequados para prevenção do suicídio, o que é
um grave risco de pessoas que sofrem com a depressão.
Sendo assim, destaca-se que a adolescência é vista como uma fase difícil não apenas
pelos adultos, mas também pelos próprios adolescentes, entretanto essa fase do
desenvolvimento não deve ser vista ou reduzida a uma fase de emergência de dificuldades e
conflitos nas relações já que a adolescência também pode ser vivenciada pela família como
um período de aproximação maior entre pais e filhos, troca de experiências e não
necessariamente como uma fase de turbulência e crise (LIPP, 2014).
No entanto, a adolescência deve ser vivida não só pelo adolescente em questão, mas
por toda a família, como maneira de participar ativamente de cada progresso e conflito
vivenciado pelos jovens, pois o núcleo familiar, também necessita aprender lidar com esta
fase da vida, a qual se diz tão incerta e insegura, adquirindo experiências para obter melhor
convívio com o adolescente, tendo assim uma relação de confiança, aproximação dos pais
para com seus filhos e vice-versa.
Após a adolescência então tem início a fase adulta, conhecida também como jovem
adulto que é dos vinte aos quarenta e depois é chamando de meia idade que é dos quarenta
até os sessenta, todas as fases do desenvolvimento têm sua complexidade, mas esta em
especial tem muitos altos e baixos que interferem em todo seu ciclo de vida, principalmente
nas saúdes mental física (LIDZ, 1983).
Segundo Lidz (1983) a fase adulta é aquela a qual pode ser compreendida dos vinte
aos quarenta anos de idade, após este período ela é conhecida como meia-idade que vai dos
40 aos 60 anos. Para o autor, todas as fases da vida possuem suas particularidades, mas esta
57
em especial é cheia de altos e baixos que interferem em toda a vida, principalmente nas
saúdes física e mental das pessoas.
O jovem adulto passa por diversas preocupações com o futuro, sendo a profissão que
escolheu, a pessoa que iniciou o relacionamento para constituir uma família, se os amigos
são os certos para levar para a vida toda entre outras questões que aparecem. Quando
consegue entender qual seu lugar na sociedade e no âmbito familiar e profissional começam
outros questionamentos, estou criando meu filho bem, meu cônjuge está feliz, estou feliz
com essa vida, vou conseguir me aposentar, quantas dividas ainda tem, esses problemas
sempre estão presentes conforme o desenvolvimento da pessoa (PAPALIA; OLDS, 2000).
Papalia; Olds (2000) fazem uma abordagem da fase adulta como sendo a que o
indivíduo passa por diversas preocupações baseadas no futuro e ainda tentando entender o
seu lugar na sociedade, enfatizando que questionamentos como esses, sempre existem
conforme o desenvolver do ser humano.
Quando chega na meia idade surge outros desafios, principalmente a angustia sobre
os filhos, que é conhecida como “síndrome do ninho vazio”. Todos os indivíduos com
desenvolvimento típico passaram por esse momento, até o momento em que percebem que
não se encontram sozinhos, que seus filhos estão lá para qualquer coisa mesmo estando em
outro local, assim passa para a última fase da vida a velhice (SARTORI; ZILBERMAN,
2008).
Santori e Zilberman (2008), já dizem que esta fase é caracterizada pela síndrome do
ninho vazio, que é o suposto medo sentido pelos pais ao pensarem que o filho (a) irá sair de
casa, pois sentem dificuldade em aceitar e entender a partida de um membro da família para
outro local, imaginando que se isto acontecer, eles ficarão sozinhos e abandonados pelos
filhos.
Tornar-se adulto é um processo que envolve o desenvolvimento de
identidade, consolidação da estrutura da personalidade e a auto-realização, a fase
adulta representa novas responsabilidades, novas conquistas. Acerca das mudança da
personalidade na vida adulta, o teórico Erik Erikson (1963) descreve algumas pistas sobre
as mudanças que uma pessoa pode esperar, diante de oito estágios desenvolvidos por ele,
dividiu a vida adulta em duas (WEITEN, 2011).
Intimidade vs. isolamento: este estágio acontece no começo da vida adulta, tendo a
preocupação se a pessoa tem capacidade de partilhar sua intimidade com os outros, nesta
fase devem requerer empatia e abertura, e fortalecer seu ego o suficiente para aceitar o
convívio com outro ego sem se sentir anulado ou ameaçado. Outro estágio seria:
58
Generatividade vs. estagnação, esta seria a fase média da idade adulta, o principal
desafio é a preocupação com o bem-estar das gerações futuras (os filhos, jovens), fase em
que o ser humano sente sua personalidade de forma enriquecida e não modificada, pois ele
ensinara os mais novos (WEITEN, 2011).
Weiten (2011), explicou a fase adulta baseando-se na teoria de Erikson (1963) que
aborda essa fase da vida humana como desenvolvimento de identidade, consolidação da
estrutura da personalidade e a auto-realização profissional e/ou pessoal. Ele descreve este
processo, em dois estágios: a intimidade versus o isolamento e a generatividade versus
estagnação. Os dois são muito diferentes, pois, destacam a forma de como o ser humano se
sente quando se trata de saber realmente quem ele é e especialmente a maneira de lidar com
seus pensamentos, conflitos diários e sentimentos, de entender as suas emoções.
No pensamento de Piaget (1970) diferente de Erikson o adulto já tem toda a parte
cognitiva formada pelas fases anteriores, sendo assim quando chega nessa etapa deve estar
totalmente formado e não adquire nenhuma outra evolução (INHELDER; PIAGET, 1976).
Diferente de Erikson, para Piaget (1970), quando o indivíduo chega à fase adulta o
mesmo já possui toda a sua parte cognitiva formada devida as experiências por ele
vivenciadas na infância e adolescência, sendo assim, o autor acredita que não existe mais
nenhum tipo de evolução.
Conforme a Teoria Psicogenética de Wallon traz a etapa do adulto como “O
equilíbrio entre o afetivo e o cognitivo”. Esta teoria fala que nesta etapa a pessoa está
preparada afetivamente e cognitivamente para tomar decisões, sabe seu limite e entende
como funciona seu corpo (NADEL-BRULFERT, 1986).
Para Nalder-Brulfert (1986) que se basearam na teoria psicogenética de Wallon, a qual
enxerga o adulto, como sendo uma pessoa que já possui o psicológico preparado, ciente,
capaz de tomar suas próprias decisões, pois sabe de seus limites e entende o funcionamento
do seu corpo.
vivendo mais. Estudos realizados mostram que em 2025, o Brasil ocupara o sexto lugar com
cerca de trinta e dois milhões de pessoas com sessenta anos ou mais (ROSSATO; PILETTI,
2014). A velhice é a última etapa da vida, onde existem várias dúvidas e certezas, uma
certeza que existe é que a próxima fase é a morte, com isso os conflitos sobre o que deve
fazer até chegar à fase final e os arrependimentos sobre o que não foi feito antigamente
(SCHNEIDER, R. H.; IRIGARA, 2008).
No Brasil, o número da população idosa, se comparada a outras, é bem maior, pois
as pessoas de hoje estão envelhecendo mais rapidamente e a quantidade de pessoas jovens e
novas vidas está cada dia mais precária.
Segundo Schneider e Irigara (2008) A velhice é aquela fase em que os indivíduos
começam a se fazer vários questionamentos diferentes, porque certamente imaginam a
morte chegando mais perto, e com ela, inúmeros arrependimentos sobre o que se fez da vida
e o que poderia ter feito, pensando também no que irá realizar até este dia chegar.
Erikson (1976) elaborou modelos sobre a evolução da estrutura da personalidade ao
longo de toda a vida. O indivíduo passa por oito estágios, cada qual com suas crises, os
quais necessitam de resolução para ultrapassá-los. O primeiro estágio é denominado
de confiança vs. desconfiança (nascimento até um ano), segundo estágio autonomia vs.
vergonha e dúvida (um ano a três anos), terceiro estágio incentivo vs. culpa (três anos a
seis anos), quarto estágio produtividade vs. inferioridade (seis anos aos doze anos), quinto
estágio identidade vs. confusão papéis (doze anos aos vinte anos), sexto
estágio intimidade vs. isolamento (vinte anos aos quarenta anos, jovem adulto), sétimo
estágio generatividade vs. estagnação (quarenta anos a sessenta e cinco anos, meia idade),
oitavo estágio integridade do ego vs. desespero (velhice) (ERIKSON, 1976).
Erikson (1976) acredita que a vida é dividida em fases e que a cada fase dela, o ser
humano vive um estágio distinto, estabelecendo várias divisões para explicar seu estudo
teórico com relação à vida humana.
E se tratando da velhice, o estágio que corresponde a integridade do ego x
desespero, onde o indivíduo revê seu passado e o identifica como produtivo ou não,
podendo se sentir satisfeito como que realizou ou se sentir frustrado, decepcionado,
pensando no que poderia ter realizado. Alguns idosos podem se sentir desesperados por
perceberem que a morte está se aproximando, e que não há mais tempo suficiente para
refazer ou reviver toda a existência. Por outro lado, existem aqueles idosos que possuem a
sensação de dever cumprido e, experimentam o sentimento de integridade e dignidade,
acolhendo a velhice como algo positivo (FONTAINE, 2010).
60
Completa sua fala ainda dizendo que o estágio correspondente a fase da velhice é o da
integralidade do ego versus desespero, onde o ser humano realiza uma análise da sua própria
vida a identificando como produtiva ou não, o que pode causar frustrações no indivíduo por
pensar nas coisas que ele não realizou. Por outro lado, Fontaine (2010) chama atenção para
aqueles idosos os quais se sentem satisfeitos, com sensação de que fizeram tudo o que
poderiam ter feito, se sentindo dignos e aliviados, recebendo a velhice como algo positivo.
61
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ABREU, T. O.; SOUZA, M. B. A influência da internet nos adolescentes com ações suicidas.
Revista Sociais & Humanas. Vol. 30, n. 1, p.158-173, 2017.
Amaral ACS, Cordás TA, Conti MA, Ferreira MEC. Equivalência semântica e avaliação da
consistência interna da versão em português do Sociocultural Attitudes Towards Appearance
Questionnaire-3 (SATAQ-3). Cad Saúde Pública. 2011; 27(8):1487-97.
Andreola NM. O culto ao corpo sob o olhar da psicanálise. Belo Horizonte: EdUFMG. 2010.
AZEVEDO, A.M.P; FERREIRA, A.C.D; SILVA, P.P.C; SILVA; E.A.P.C.; CAMINHA, I.O.
Dismorfia muscular: características alimentares e da suplementação nutricional. ConScientiae
Saúde, v.10. n.1, p. 129-137. 2011.
BARTRINA, JA. Orthorexia or when a healthy diet becomes an obsession. Arch Latinoam
Nutr. Espanha, v. 57, n. 4, p. 313-315, dez. 2007.
Bighetti F, Santos CB, Santos JE, Ribeiro RPP. Tradução e avaliação do Eating Attitudes Test
em adolescentes do sexo feminino de Ribeirão Preto, São Paulo. J Bras Psiquiatr. 2004;
53(6):339-46.
Brown JM, Mehler PS. Medical complications occurring in adolescents with Anorexia
Nervosa. West J Med 2000; 172(3):189-193.
Camargo TPP, et al. Vigorexia: revisão dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem
corporal. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte. 2008; 2(1):01-15.
CASH, T.F.; SMOLAK L. Body Image: A Handbook of Science, Practice, and Prevention.
New York. Guilford Press. p. 490.
CESTANI, Ir. A. Adolescência: tentando compreender o que é difícil entender. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2016
CHIESA, Mecca. Radical behaviorism: the philosophy and the science. Cambridge:
Cambridge Center for Behavioral Studies, 1994.
COON, D. Introdução à psicologia: uma jornada. 2.ed. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2006. p.357-359.
Doenças Crônicas. Diário Oficial da União. 54. ed. Brasília, DF, 20 mar. 2013a. Seção 1, p.
23-24. Disponível em:
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=
23&data=20/03/2013.
Falcão RS. Interfaces entre dismorfia muscular e psicologia esportiva. Revista Brasileira de
Psicologia do Esporte, São Paulo. 2008; 2(1):1-21.
66
Fortes, L. S.; Vieira, L.F.; Paes, S.T.; Almeida, S.S.; Ferreira, M.E.C. Comportamentos de
risco para os transtornos alimentares e traços perfeccionistas em atletas de atletismo. Jornal
Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro. Vol. 65. Num. 2. 2016. p.155-160.
FRANCISCHI, Rachel Pamfilio Prado de. et al. Obesidade: atualização sobre sua etiologia,
morbidade e tratamento. Rev. Nutr. Campinas, v. 1, n. 13, p. 17-28, abr. 2000.
FURTADO, A.; TEIXEIRA, O.M. Psicologias. Uma introdução ao estudo de Psicologia. São
Paulo: Saraiva, 1992.
Gonzaga AP, Weinberg C. Transtornos alimentares: uma questão cultural? Rev. latinoam.
psicopatol. fundam. 2005; 8(1):30-39.
Krauth C, Buser K, Vogel H. How high are the costs of eating disorders: Anorexia Nervosa
and bulimia nervosa – for German society? Eur J Health Econ 2002; 3(4):244-250.
67
Leonidas, C., & Santos, M. A. (2014). Social support networks and eating disorders: An
integrative review of the literature. Neuropsychiatric Disease and Treatment, 10(1), 915-927.
doi:10.2147/NDT.S60735
Leonidas, C., & Santos, M. A. (2015). Family relations in eating disorders: The Genogram as
instrument of assessment. Ciência & Saúde Coletiva, 20(1), 1435-1447. doi:10.1590/1413-
81232015205.07802014
Leonidas, C., & Santos, M. A. (2013b). Bulimia nervosa: Uma articulação entre aspectos
emocionais e rede de apoio social. Psicologia: Teoria e Prática, 15(2), 62-75.
LIDZ, T. A pessoa: seu desenvolvimento durante o ciclo vital. Porto Alegre: Artes Médicas;
1983.
LIPP, M. (Org.) O adolescente e seus dilemas: Orientação para pais e educadores. Campinas:
Papirus, 2014.
Lopes MR, Kirsten VR. Comportamentos de ortorexia nervosa em mulheres jovens. Ciências
da Saúde. Santa Maria. 2009; 10(1):97-105.
LOUZADA, Maria Laura da C. et al. Ultra-processed foods and the nutritional dietary profile
in Brazil. Rev. Saúde Pública. São Paulo, v. 49, p. 1-11, 2015. FapUNIFESP (SciELO).
Acesso em: 15 nov. 2016
MALOTT, Richard. Principles of behavior. Upper Saddle River: Pearson Prentice Hall, 2008.
Martins MCT, Alvarenga MDS, Vargas SVA, Sato KSCDJ, Scagliusi FB. Ortorexia nervosa:
reflexões sobre um novo conceito. Revista Nutrição. 2011; 24(2):345-57.
MONTEIRO, Carlos A.; CONDE, Wolney L.; POPKIN, Barry M. The burden of disease
from undernutrition and overnutrition in countries undergoing rapid nutrition transition: a
view from Brazil. American Journal Of Public Health, Washington DC, v. 94, n. 3, p. 433-
434, mar. 2004.
68
NADEL-BRULFERT, J. Proposições para uma leitura de Wallon: em que aspectos sua obra
permanece atual e original?In: Werebe, M. J. G. e Nadel-Brulfert, J. (org.). Henri Wallon.
São Paulo, Ática, 1986.
Oliveira LL, Hutz CS. Transtornos alimentares: o papel dos aspectos culturais no mundo
contemporâneo. Psicologia em Estudo. 2010; 15(3):575-82.
PAVLOV, Ivan. Conditioned reflexes. Mineola: Dover Publications, 2003 SANTANA; Luiz
Henrique; BORBA, Aécio. Edward Chace Tolman e o uso da aprendizagem latente e do
reforçamento como princípios explicativos. Acta Comportamentalia, v. 23, n. 2, p. 199-211,
2015.
PAN American Health Organization. Ultra-processed food and drink products in Latin
America: trends, impact on obesity, policy implications. 2015. Disponível
em:<http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/7699/97892751186_ eng.pdf>.
Acesso em: 05 nov. 2016.
PINHEIRO, Anelise R. de O.; FREITAS, Sérgio F. T. de; CORSO, Arlete Catarina T. Uma
abordagem epidemiológica da obesidade. Rev. Nutrição, Campinas, v. 4, n. 17, p. 523-533,
dez. 2004.
Pontes JB, Montagner MI, Montagner MÂ. Ortorexia nervosa: adaptação cultural do orto-15.
Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde. 2014; 9(2):533-48
RAPPAPORT, C. R.; et al. Psicologia do Desenvolvimento: Teorias do desenvolvimento
conceitos fundamentais. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária LTDA. 1981.
Ribeiro PCP, Oliveira PBR. Culto ao Corpo: beleza ou doença? Adolesc. Saúde, Rio de
Janeiro. 2011; 8(3):63-69.
Santos KJ, Romão MS, Vitalle MSS. Anorexia nervosa no adolescente do sexo masculino:
uma revisão. Adolesc. Saude 2012; 9(2):45-52.
Severiano MFV, Rego MO, Montefusco EVR. O corpo idealizado de consumo: paradoxos da
hipermodernidade. Revista Mal Estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 10, n. 1, p.137-165, 2010.
SKINNER, B.F. Ciência e Comportamento Humano. Trad. TODOROV, J.C., AZZI, R.,11
ed.,São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Till C. The quantification of gender: Anorexia Nervosa and femininity. Health Sociol
Rev 2011; 20(4):437-449.
TOLMAN, Edward. Cognitive maps in rats and men. The Psychological Review, v. 55, n. 4,
p. 189-208, 1948.
71
TOURINHO, Emmanuel Zagury. Private stimuli, covert responses, and private events:
conceptual remarks. The Behavior Analyst, v. 26, n. 1, p. 13-31, 2006.
WATSON, John. Psychology as the behaviorist views it. Psychological Review, v. 20, n. 2, p.
158-177, 1913.
WEITEN, W. Introdução á Psicologia, Temas e Variações. Ed. 7º. São Paulo. 2011