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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAUDE

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

Desenho de diferentes tipos de estudo epidemiológico suplemento nutricional

Olívia Alberto Mãe Capitene

Quelimane, Marco de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAUDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE NUTRIÇÃO

Desenho de diferentes tipos de estudo epidemiológico suplemento nutricional

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Epidemologia coordenação de
curso de licenciatura em ensino de
Nutrição

Olívia Alberto Mãe Capitene

Quelimane, Marco de 2024


Índice
1.Introdução..............................................................................................................................2

1.1.Objectivos...........................................................................................................................2

1.2.Geral...................................................................................................................................2

1.3.Específicos..........................................................................................................................2

2.A desnutrição.........................................................................................................................3

2.1.Tipo de suplementação existente no pais e sua Aplicação.................................................3

3.Desenho do Estudo detalhado e a metodologia de implementação.......................................4

3.2.Duração do Estudo..............................................................................................................5

3.3.Medicamentos e suplementos de rotina..............................................................................5

3.4.Tratamento da Desnutrição Aguda Moderada com ASPUErro! Marcador não definido.

4.Cuidados a ter na administração de ATPU à criança............................................................5

4.1.Monitoria individual durante as consultas de controlo.......................................................6

5.Conclusão..............................................................................................................................7

6.Referencias Bibliograficas.....................................................................................................8
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1. Introdução

Moçambique, situado na região subsaariana, enfrenta um desafio significativo em


relação à desnutrição, afetando cerca de 30% das crianças menores de cinco anos,
conforme dados da Organização Mundial de Saúde (2013). O governo moçambicano tem
recentemente demonstrado esforços para lidar com essa questão alimentar no país. No
entanto, a falta de coordenação eficaz entre diferentes setores tem sido um entrave para
garantir a Segurança Alimentar e Nutricional. A desnutrição em crianças menores de
cinco anos representa um sério problema de saúde pública em nações em
desenvolvimento, tendo impactos negativos no crescimento, desenvolvimento intelectual
e na sobrevivência infantil (OMS & MISAU, 2011). Apesar do reconhecimento da
desnutrição como um problema de saúde pública na atenção primária, compreender suas
dimensões sociais é uma tarefa complexa.

Este estudo busca, além de contextualizar a questão, explorar os conceitos centrais


relacionados à desnutrição, fornecendo uma descrição detalhada do desenho do estudo e
da metodologia empregada. Por fim, serão discutidas as conclusões do estudo, seguidas
de sugestões para futuras pesquisas na área e para aprimorar a implementação do
Programa de Reabilitação Nutricional em Moçambique.

1.1. Objectivos

1.2. Geral
 Analisar as principais causas da desnutrição em crianças menores de 5 anos.

1.3. Específicos
 Discutir as consequências físicas, cognitivas e sociais da desnutrição infantil.
 Explorar as intervenções e programas existentes para prevenir e tratar a desnutrição
em crianças.
 Identificar os desafios e obstáculos enfrentados na luta contra a desnutrição infantil.
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2. A desnutrição

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2004), a desnutrição ou subnutrição é uma


condição patológica resultante da ingestão ou absorção inadequada de nutrientes pelo
organismo. Esta condição pode ser categorizada como aguda ou crônica, dependendo da
gravidade e da apresentação clínica (OMS, 2004).

Segundo a definição da OMS (2010), o estado nutricional ideal de um indivíduo é


caracterizado pela manutenção dos processos vitais de sobrevivência, crescimento,
desenvolvimento e atividade.

A caracterização da desnutrição em crianças menores de cinco anos é complexa devido à


variedade de apresentações clínicas e às múltiplas causas envolvidas. No entanto, pode-se
descrever a desnutrição como um estado no qual há uma carência de energia, proteínas e
outros nutrientes, resultando em alterações físicas, teciduais e funcionais que se manifestam
em sintomas clínicos. É relevante observar que a desnutrição não se limita apenas à falta de
nutrientes energéticos e proteicos, mas também envolve deficiências de micronutrientes e
macronutrientes (LOCHS et al, 2006; SOBOTKA, 2008).

2.1. Tipo de suplementação existente no pais e sua Aplicação


Em Moçambique, existe uma gama diversificada de produtos alimentares terapêuticos
desenvolvidos para tratar a desnutrição aguda moderada (DAM). Esses produtos incluem o
alimento suplementar pronto para uso (ASPU), as misturas alimentícias enriquecidas (MAE)
e o alimento terapêutico pronto para uso (ATPU).).

O alimento suplementar pronto para uso é formulado especificamente para tratar a


desnutrição aguda moderada. Cada porção contém 100g e proporciona 540 kcal, 12,1g de
proteínas e 35g de gordura. Recomenda-se que seja a primeira opção de tratamento para
todas as crianças com desnutrição aguda moderada a partir dos 6 meses de idade, com
prioridade para as mais jovens.

As misturas alimentícias enriquecidas consistem em uma combinação de diversos


ingredientes, Ingredientes como grãos, soja, feijões, sementes e leite desnatado em pó são
moídos, misturados e passam por um processo inicial de cozimento, como extrusão ou
torrefação.
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, leite em pó desnatado, açúcar e/ou óleo vegetal. Esses ingredientes são moídos, misturados
e pré-cozidos através de processos como extrusão ou torrefação. Posteriormente, são
enriquecidos com uma pré mistura de vitaminas e minerais. Um exemplo comum de mistura
alimentícia enriquecida utilizada em Moçambique é o "CSB Plus", que é composto por uma
mistura de milho e soja com adição de vitaminas e minerais. Quando empregado no
tratamento de desnutrição aguda moderada, a composição nutricional da mistura alimentícia
enriquecida deve ser semelhante à do CSB Plus.

No Protocolo de Reabilitação Nutricional, os produtos terapêuticos são embalados em


pequenas saquetas, representando as quantidades diárias recomendadas para consumo,
especialmente para crianças. Esse método é ilustrado na figura abaixo.

O alimento suplementar pronto para uso (ASPU) é recomendado como o primeiro


tratamento para pacientes com desnutrição aguda moderada (DAM), sendo indicado para
todas as crianças com 6 meses de idade ou mais. Em situações em que não há ASPU em
quantidade suficiente para todos os grupos-alvo, as crianças de 6 a 59 meses devem ser
priorizadas, seguidas pela utilização de misturas alimentícias enriquecidas (MAE).

Nessas circunstâncias, é essencial fornecer aconselhamento nutricional e realizar


demonstrações culinárias para garantir a adequada nutrição dos pacientes.

3. Desenho do Estudo detalhado e a metodologia de implementação


Dados a colher do Paciente:

Nome, Idade, Raça, Nacionalidade, residência, Sintomas,

3.1. Exame Físico


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Inspecção:

Ao realizar uma avaliação, observamos a cor do cabelo e dos olhos, verificamos a incoação
dos olhos, o estado da pele, o peso e altura da criança, além da presença de edema bilateral.

3.2. Duração do Estudo


De acordo com o estudo, a reabilitação de crianças com DAM prevê um período de dois
meses para a recuperação completa da criança.

Metodologia de Implementação

3.3. Medicamentos e suplementos de rotina


Desparasitante

Segundo as diretrizes, o Mebendazol ou Albendazol devem ser administrados regularmente


a todas as crianças a partir dos 12 meses de idade, desde que não tenham recebido a
medicação nos últimos 6 meses. O registro deve ser feito na ficha de registo de rotina para
Mebendazol.

3.4. Abordagem do Tratamento para Desnutrição Aguda Moderada com o


ASPU

A prioridade na distribuição do ATPU é destinada às crianças e adolescentes diagnosticados


com desnutrição aguda grave (DAG). Em áreas onde não há ATPU em quantidade suficiente
para atender a esses casos, as crianças e adolescentes com desnutrição aguda moderada
(DAM) não devem receber o ATPU. Antes de receber o ATPU, a criança ou adolescente
precisa passar por um teste de apetite para garantir que apreciem e consigam consumir o
alimento. Após a confirmação de que passaram no teste, a mãe pode adquirir a quantidade
de ATPU para um mês na farmácia. O ATPU é disponibilizado em saquetas de papel de
alumínio de 92g, e a quantidade a ser fornecida varia de acordo com a embalagem
disponível e a condição da criança ou adolescente, conforme indicado na tabela.

Durante cada consulta de acompanhamento na Unidade Sanitária, os cuidadores recebem


uma provisão mensal de ATPU da farmácia. Entretanto, essa provisão é considerada como
uma complementação e não atende à quantidade terapêutica requerida para o tratamento de
crianças ou adolescentes com desnutrição aguda grave.
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Cuidados a ter na administração de ATPU à criança


É crucial reforçar constantemente aos cuidadores, sejam mães ou provedores de cuidados,
sobre a importância do ATPU como um medicamento essencial para combater a desnutrição
e promover a recuperação da criança. É igualmente relevante instruí-los sobre como abrir a
embalagem do ATPU e administrá-lo corretamente à criança. Além disso, é fundamental
enfatizar que a criança deve completar todas as doses diárias do ATPU, idealmente antes de
receber qualquer outra alimentação.
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4. Conclusão
No contexto moçambicano, a desnutrição em menores de 5 anos continua sendo um desafio
significativo para a saúde e o desenvolvimento das crianças. Apesar dos esforços
empreendidos por governos, organizações não-governamentais e outras partes interessadas,
a prevalência persistente da desnutrição infantil destaca a necessidade urgente de uma
abordagem mais abrangente e coordenada.

Para combater eficazmente a desnutrição em Moçambique, é essencial uma estratégia


integrada que aborde não apenas as causas imediatas, como a falta de acesso a alimentos
nutritivos, mas também os determinantes subjacentes, como a pobreza, acesso limitado aos
serviços de saúde e educação nutricional inadequada. Isso requer uma colaboração estreita
entre os setores de saúde, agricultura, educação e desenvolvimento social, com um foco
especial nas comunidades mais vulneráveis.

Além disso, é crucial investir em programas de nutrição específicos para crianças,


promovendo a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, acesso a alimentos
complementares nutritivos, cuidados de saúde preventivos e tratamento oportuno de doenças
relacionadas à desnutrição. Ao mesmo tempo, é importante fortalecer os sistemas de saúde
para garantir que os serviços estejam disponíveis e acessíveis a todas as crianças,
especialmente aquelas que vivem em áreas remotas ou desfavorecidas.

Embora os desafios sejam grandes, o compromisso renovado com a nutrição infantil e o


investimento em políticas e programas eficazes podem ajudar a transformar a realidade das
crianças mocambicanas, garantindo que cada uma delas tenha a oportunidade de crescer
saudável, feliz e com todo o potencial que merece.
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5. Referencias Bibliograficas
Black, R. E., Victora, C. G., Walker, S. P., Bhutta, Z. A., Christian, P., de Onis, M., ... &
Uauy, R. (2013). Maternal and child undernutrition and overweight in low-income and
middle-income countries. The Lancet, 382(9890), 427-451.

UNICEF. (2020). Levels and Trends in Child Malnutrition: Key Findings of the 2020
Edition of the Joint Child Malnutrition Estimates. UNICEF, WHO, World Bank Group.

World Health Organization. (2019). Guideline: protecting, promoting and supporting


breastfeeding in facilities providing maternity and newborn services.

Victora, C. G., Adair, L., Fall, C., Hallal, P. C., Martorell, R., Richter, L., & Sachdev, H. S.
(2008). Maternal and child undernutrition: consequences for adult health and human capital.
The Lancet, 371(9609), 340-357.

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