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CURSO DE NATUROPATIA
ALIMENTAÇÃO
ORTOMOLECULAR
Professor (a): Damaris Olivia Russo Silva
E-mail: coachdamarisrusso@gmail.com
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Professora Damaris Olivia Russo Silva
Curso de Formação Tai Chi Chi Kung Qi Gong- Escola Humaniversidade 2018
Curso de Power Mind - Poder da Mente e Técnica EFT e TFT- Elaine Ourives 2017
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Curso de Ho'oponopono - Elaine Ourives 2017
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SUMÁRIO
1 OS ALIMENTOS 04
2 ALIMENTOS FUNCIONAIS 04
3 ALIMENTOS ORGÂNICOS 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
1 OS ALIMENTOS
2 ALIMENTOS FUNCIONAIS
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Os orientais devido ao consumo de soja, que contém fitoestrogênios, apresentam
baixa incidência de câncer de mama. Assim, podemos definir alimentos funcionais
como aqueles que têm propriedades benéficas além das nutricionais básicas, sendo
apresentados na forma de alimentos comuns. São consumidos em dietas
convencionais, mas demonstram capacidade de regular funções corporais de forma
a auxiliar na proteção contra doenças como hipertensão, diabetes, câncer,
osteoporose e coronariopatias (SOUZA et al., 2003). Portanto, alimentos funcionais
são todos os alimentos ou bebidas que, consumidos na alimentação cotidiana,
podem trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à presença de ingredientes
fisiologicamente saudáveis (CÂNDIDO & CAMPOS, 2005).
Embora hoje em dia seja dada uma atenção especial aos alimentos funcionais, este
assunto é tão antigo quanto a Medicina. Há 2.500 anos, Hipócrates, o pai da
medicina, já dizia: “faça do alimento seu medicamento e do medicamento, seu
alimento.” Isto é, desde que começamos a nos preocupar com nossa saúde,
sabemos, intuitivamente, que os alimentos podem colaborar muito para nos manter
em boa forma.
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A diferença agora é que o conhecimento sobre os alimentos funcionais está
deixando de ser intuitivo e saindo dos círculos da sabedoria popular para se
transformar em ciência.
Nos últimos anos foi dada muita atenção ao estudo das características químicas dos
alimentos. Como resultado, descobrimos que os alimentos funcionais podem, de
fato, ajudar-nos a ter uma vida mais longa e mais saudável, colaborando na
manutenção da saúde e na prevenção de doenças.
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Princípio ativo Onde é encontrado Funções
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Flavonóides Frutas, tomate e cenoura Inibem enzimas
responsáveis pela
disseminação de
glândulas cancerosas.
de tumores em
formação.
8
Polissulfeto-alila Alho e cebola Aumenta a elasticidade
dos vasos sanguíneos e
relaxa as fibras
musculares.
polêmico.
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- Adenosina: por seu efeito relaxante das fibras musculares, é coadjuvante no
tratamento da hipertensão arterial. Auxilia também no combate à formação de
coágulos, tendo importante papel na prevenção de derrames e infartos. Está
presente em maior quantidade na cebola, no alho e no cogumelo preto. Depois de
consumir estes alimentos, recomenda-se evitar o café e o chá preto, pois a cafeína
tem efeito antagônico.
- Beta-glucanos: ótimo protetor contra as doenças cardiovasculares e é abundante
na aveia, cevada e milho.
- Bífido-bactérias: encontradas em iogurtes naturais e em outros derivados
fermentados do leite. Produzem no corpo humano vitaminas do Complexo B,
antibióticos naturais, que regularizam a flora intestinal. Favorecem, portanto, o bom
funcionamento do intestino, o que se reflete também na beleza da pele. São hoje
conhecidos como FOS (Frutooligossacarídeos).
- Carotenóides: além da ação antioxidante e antioncogênica, previnem a formação
de coágulos sangüíneos, o que evita infarto e derrame cerebral. Como precursores
da vitamina A, seu consumo também é recomendado para manter saudável a função
visual. Os vegetais mais ricos nestas substâncias são os que têm cor entre amarelo
e laranja (cenoura, manga, abóbora, mamão, tomate) (Figura 01) e as verduras bem
escuras (couve, agrião, espinafre, almeirão).
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Fonte: DICAS DA NUTRICIONISTA.COM.BR. Disponível em:
<http://dicasdanutricionista.com.br/2010/11/24/carotenoides-contra-ocancer/>.
Acesso em: outubro de 2020.
Figura 02. Polifenóis são encontrados especialmente nas uvas vermelhas e nos
vinhos tintos também.
Fonte: CITWAR. Disponível em:
<http://blogdacitwar.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html>. Acesso em:
outubro de 2020.
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- Flavonóides: são também fenóis e, entre eles, estão as flavonas e as isoflavonas.
A camomila, por exemplo, possui uma flavona que tem função analgésica. Já a soja
tem em grande quantidade isoflavonas que funcionam como fitoestrogênios,
substância largamente utilizada no tratamento dos sintomas de pré e pós
menopausa. São indicados também no bloqueio do estradiol, evitando o câncer de
mama, e da testosterona, inibindo a formação do câncer de próstata, ainda há
discussões técnicas sobre a veracidade destas funções.
- Fibras dietéticas: estes carboidratos podem ser solúveis ou insolúveis em água. As
fibras solúveis ajudam a reduzir o colesterol LDL (o mau colesterol) e os
triglicerídeos e a prevenir o câncer no intestino. As fibras insolúveis aumentam o
bolo fecal, reduzindo a prisão de ventre. Além disso, ajudam a limpar o organismo
dos compostos carcinogênicos, álcoois e metais; promovem a formação de uma flora
intestinal saudável; e têm valor indiscutível no controle da obesidade, pois impedem
a absorção de muitas calorias consumidas.
- Fitosterol: os vegetais são riquíssimos em fitosterol, uma substância que ajuda a
reduzir o colesterol e é auxiliar na prevenção de doenças cardíacas. Por isso,
mesmo nas dietas para redução de peso, é importante comer diariamente verduras,
frutas e legumes à vontade.
- Licopeno: é da família dos carotenóides e tem função antioncogênica, antioxidante
e combate às doenças cardiovasculares, pois age sobre a oxidação do LDL (mau
colesterol). Importante colaborador na prevenção dos cânceres de mama ou de
próstata, o licopeno existe em maior quantidade nos tomates maduros, pimentão
vermelho, melancia, cenoura e mamão. A absorção intestinal do licopeno é mais alta
quando o alimento é ingerido cozido e com um pouco de óleo vegetal. Ou seja, um
molho de tomate (cozimento + óleo) oferece mais licopeno ao nosso organismo do
que uma salada de tomates crus.
- Luteína: este carotenóide é o pigmento amarelo dos alimentos e nosso organismo
não consegue sintetizá-lo sozinho. Serve para preservar as funções visuais,
protegendo a retina de lesões solares e degenerações maculares, e ajuda a prevenir
o câncer de cólon. Os melhores fornecedores de luteína são: cenoura, laranja,
cereais, gema de ovos e as verduras bem escuras (espinafre, agrião, brócolis).
- Oligossacarídeos: este princípio ativo é muito encontrado nas frutas e cereais e
ativa a microflora intestinal.
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- Ômega 3: da família dos lipídeos, é um ácido graxo essencial, isto é, não pode ser
sintetizado pelo organismo e precisa ser retirado dos alimentos. A partir da
observação de que os esquimós não sofrem de arteriosclerose, ficou demonstrado
que este tipo de gordura é benéfico para a circulação sangüínea, reduzindo a
pressão arterial, além de baixar os níveis do mau colesterol (LDL) e dos triglicérides.
É constituído basicamente pelo LNA (ácido alfalinolênico), sendo sintetizado em
alguns vegetais de folhas verdes. Os alimentos mais ricos em ômega 3 (Figura 03)
são: atum, salmão, arenque, sardinha, bacalhau e os óleos de canola, oliva e em
menor quantidade também o de soja. Os estudos mais recentes mostraram que a
gema de ovo apesar de tão atacada no passado, é rica em ômega 3 e pode ajudar a
baixar o mau colesterol.
- Ômega 6: também é um ácido graxo essencial, isto é, não pode ser sintetizado
pelo corpo humano, e possui propriedades semelhantes às do ômega 3, além de
estimular o sistema imunológico e auxiliar na cicatrização da pele, É formado
basicamente pelo LA (ácido linoléico), sendo encontrado nas sementes de todas as
plantas, menos no coco, no cacau e na palmeira. O ômega 6 é encontrado em:
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linhaça, gergelim, amêndoa, castanha do Pará, aveia, cevada, milho e centeio, entre
outras oleaginosas.
- Poliacetilenos: são poderosos antioxidantes e ajudam a combater os malefícios
causados pelo fumo, sendo encontrados em maior quantidade na cenoura, salsinha
(tempero verde) e salsão (aipo).
- Polissulfeto de alila: o alho e a cebola são muito ricos neste princípio ativo, que é
importante na prevenção e controle da hipertensão arterial.
- Resveratrol: poderosa função antiviral e antioncogênica, além de agir na prevenção
de doenças cardiovasculares e hepáticas. Está presente na casca vermelho escuro
das uvas e de outras frutas roxas e avermelhadas, como a amora. Por isso, o vinho
tinto e o suco de uva contêm bastante resveratrol. O vinho tinto, quando tomado com
moderação, pode fazer realmente muito bem à preservação da saúde.
- Tocoferóis: conhecidos como vitamina E, atuam como antioncogênicos e
antioxidantes. Existem em grande quantidade nos vegetais oleaginosos: germe de
trigo, semente de girassol, caroço de algodão, óleo de dendê, amendoim, milho e
soja (Figura 04).
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- Terpenos: ação antioxidante e antioncogênica, especialmente na prevenção do
câncer de pulmão, estômago, pâncreas, fígado e pele. São carotenóides (vegetais
amarelos e avermelhados) e limonóides (frutas cítricas), precursores da vitamina A,
que é muito importante na preservação da saúde dos olhos.
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gorduras e ricas em fibras, são auxiliares importantes nas dietas contra a obesidade.
As algas também possuem uso cosmético: eliminam as calosidades, amaciam a pele
e tornam os cabelos mais macios e brilhantes.
- Arroz: o arroz integral possui nutrientes e fibras em quantidade suficiente para que
seja considerado como alimento funcional. O arroz industrializado branco e polido
acaba empobrecido. Mesmo assim, junto com o feijão, o arroz branco é o melhor
exemplo de mistura protéica na mesa cotidiana dos brasileiros. O feijão é rico no
aminoácido lisina e tem como aminoácido limitante a metionina. Já o arroz é rico em
metionina e pobre em lisina. Desta forma, ao comer um prato com arroz e feijão
estamos fazendo uma mistura protéica ideal para favorecer a absorção dos
aminoácidos.
- Aveia: nossas bisavós e avós já sabiam que a aveia é altamente nutritiva e ajuda
no bom funcionamento intestinal, por isso, não deixavam de incluí-la na preparação
de mingaus infantis. Rica em proteínas, ácidos graxos insaturados, vitaminas do
Complexo B, ferro, cálcio e fibras é importante no combate ao colesterol e ajuda na
prevenção de câncer, principalmente do cólon.
- Azeite de oliva: junto com as fibras, o azeite de oliva integra a “Dieta do
Mediterrâneo”, região do mundo em que a população apresenta os menores índices
de doenças cardiovasculares. Possui alta dosagem de ômega 3 e ácido oléico e,
além de combater os males do coração e da circulação sangüínea, também ajuda a
prevenir a artrite reumatóide. Deve ser usado, preferencialmente, cru em saladas e
molhos, mas também pode ser utilizado no preparo de alimentos cozidos.
- Banana: a sabedoria popular levou a exaltar os benefícios desta fruta. Além do alto
valor energético, a banana possui cálcio, fósforo, ferro e potássio e ainda vitaminas
A, C, B1 e B2. Junto com a aveia é bastante utilizada na alimentação infantil, mas os
adultos deveriam voltar a buscar seus benefícios. Embora rica em açúcar, não
possui gorduras e é recomendada mesmo nas dietas para emagrecimento.
- Batata: é um dos alimentos mais consumidos em todo o mundo e durante séculos
manteve vivas enormes populações, principalmente em períodos de guerra na
Europa. É fonte muito importante de carboidratos, mas oferece também potássio e
vitaminas A e C.
- Berinjela: rica em vitamina B5, que ajuda no equilíbrio do sistema digestório e do
sistema nervoso, além de proteger a pele, este alimento possui ainda cálcio, fósforo
e ferro. Estes sais minerais são importantes na construção dos ossos e músculos e
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na coagulação sangüínea. Há a divulgação da idéia de que a berinjela combate os
altos índices de glicose e colesterol LDL (o mau colesterol) no sangue, mas isso não
está ainda comprovado. Quando consumida com casca, porém, a alta dose de fibras
pode auxiliar nestas duas funções preventivas.
- Beterraba: importante fonte energética, é usada inclusive para a fabricação de
açúcar refinado. Além do alto teor de açúcar, oferece também boa quantidade
vitamina C. Costuma ser indicada como fonte de ferro, mas por não possuir o heme,
sua absorção é prejudicada. Em um processo de reeducação alimentar deveríamos
dar mais importância às folhas da beterraba, que podem ser consumidas refogadas.
As folhas da beterraba, estas sim, além de poucas calorias, são bem ricas em
potássio, cálcio, ferro, betacaroteno, ácido fólico e vitamina C.
- Brócolis: riquíssimo em potentes antioxidantes (quercetina, glutadiona,
betacaroteno, indóis, luteína e glucarato) atua como antiinflamatório, antibiótico,
anticoagulante, analgésico, antivirótico e na proteção do fígado, redução do
colesterol, combate às dores musculares, diminuição da pressão arterial e
prevenção do câncer de: estômago, esôfago, pulmão, faringe, útero, pâncreas e
cólon. Um buquê médio de brócolis possui mais vitamina C que uma laranja; tanto
cálcio quanto um copo de leite; e três vezes mais fibra do que uma fatia de pão de
centeio. É importante fonte de ferro e, por ter baixo valor calórico, é indicado nas
dietas de emagrecimento. Seus benefícios nutricionais são melhor preservados
quando o brócolis é consumido cru.
- Café: é uma das principais fontes de cafeína, o estimulante legal mais consumido
em todo o mundo. Acelera os batimentos cardíacos e a diurese, além de estimular o
sistema nervoso e reduzir o sono.
- Camomila: rica em apigenina, uma flavona que tem efeito analgésico.
- Castanha de caju: rica em proteínas, carboidratos, lipídeos, fósforo, ferro, cobre,
zinco, magnésio, fibras e gorduras insaturadas (as chamadas boas gorduras, como
ômega 3). Tem ação antioxidante, ajuda a motilidade intestinal e combate o mau
colesterol (LDL).
- Castanha do Pará: os estudos mais recentes mostram que o consumo destas
castanhas é capaz de suprir a necessidade diária de selênio. Além da ação
antioxidante e antioncogênica, auxilia na prevenção de doenças cardíacas e melhora
o sistema imunológico. Atua no equilíbrio do hormônio da tireóide, protege de
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doenças degenerativas como: esclerose múltipla e Alzheimer, pois possui boa
quantidade de vitamina E.
- Cebola: suas propriedades benéficas como alimento são conhecidas desde o
Antigo Egito, quando alguns faraós eram enterrados junto com algumas delas em
sua tumba. Rica em adenosina, substância que atua como relaxante, ajuda a
combater dores musculares, auxilia no tratamento da hipertensão arterial e previne a
aterosclerose e a formação de coágulos. Outra substância, a quercetina, é um
poderoso antioxidante e ajuda a prevenir úlceras, câncer gástrico e do cólon. Depois
de consumir cebola, recomenda-se evitar o café, pois, a cafeína tem efeito oposto ao
da adenosina.
- Cenoura: importante fonte de carotenóides, precursores da vitamina A, atuando na
preservação da visão e na proteção da pele e das mucosas. As vitaminas do
complexo B ajudam a regular o sistema nervoso e o funcionamento do aparelho
digestório e do fígado. Fonte de sais minerais como: iodo, fósforo, cloro, sódio,
potássio e cálcio. Por seu alto teor de fibras, funciona como laxante. Além de cuidar
da visão, da pele e das mucosas, a vitamina A é importante para proteger o sistema
circulatório e o imunológico. A cenoura tem importante ação antioxidante e
antioncogênica.
- Cereais integrais: os benefícios dos cereais são bastante divulgados e a indústria
de alimentos já os inclui em pães, biscoitos, macarrão e os disponibiliza também em
forma de misturas matinais. O consumo de cereais leva à formação de glicogênio,
reserva de energia do organismo, o que pode resultar em ganho de peso quando
consumido em exagero. Ricos em fibras, aceleram o trânsito intestinal e, por isso,
sua ingestão deve ser acompanhada de bastante líquido. Retardam a absorção de
glicose, sendo bons coadjuvantes no tratamento de diabéticos. São especialmente
indicados na produção de energia para esportistas amadores ou profissionais.
- Chá verde: importante no combate à obesidade e na redução do mau colesterol
(LDL), pois diminui os níveis de leptina, uma substância que favorece o ganho de
peso. Tem ação antioxidante e antioncogênica e ainda evita a formação de coágulos
sanguíneos. Diminui a ação das bactérias que causam as cáries dentárias.
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Figura 05. Chá verde muito utilizado em dietas para emagrecimento.
Fonte: TUDOSOBRE. Disponível em: <http://www.tudo-sobre.net/cha-verde-os-
beneficios>. Acesso em: outubro de 2020.
- Chocolate: os mais recentes estudos realizados não provaram até agora nenhuma
relação entre o consumo diário de chocolate e a ocorrência de enxaquecas ou até
mesmo de acnes. O chocolate também tem sido acusado de causar dependência,
pois estimula a produção pelo organismo de serotonina e endorfina, substâncias que
aumentam a sensação de bem-estar físico e psíquico. Nada disso está comprovado
cientificamente até o momento. Por enquanto, o que se sabe é que o chocolate é
rico em polifenóis e fitoesteróis, que têm ação antioxidante, antioncogênica e que
ajudam a combater o mau colesterol (LDL).
- Cítricos: as frutas cítricas (laranja, bergamota, morango, acerola, caju, todos os
tipos de limão) estão entre as maiores fontes naturais de vitamina C, o que as torna
importantes agentes antioxidantes. Auxiliam a formação do colágeno, o que faz bem
para a pele e retarda o envelhecimento. Previnem também hemorragias na
circulação capilar. Quando consumidas com o bagaço (não sob a forma de suco),
são importantes fornecedores de fibras.
- Cogumelos: alimento com excelente valor nutritivo e altamente protéico. É fonte de
quase todos os aminoácidos. Ricos em vitaminas K, E, C, H e as do Complexo B,
além de ácido pantotênico e ácido fólico. Tem forte ação antioncogênica, evitando a
regeneração e a metástase de cânceres. Estimulam o sistema imunológico. Todos
os cogumelos comestíveis são bons alimentos.
- Couve flor: rica em sais minerais, cálcio, fósforo, ferro, zinco, iodo, cobre e ferro e
também em vitaminas: A, C, B2 e B5. É importante na formação de ossos, dentes e
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sangue; tem ação antioxidante e antioncogênica. Pobre em calorias e rica em fibras,
é útil nas dietas de redução de peso. É aconselhável lembrar que, por sua alta
quantidade de purinas, a couve flor não é indicada para pessoas que controlam o
ácido úrico, gerador de uma doença chamada gota.
- Damasco: consumido como fruta passa ou em receitas doces e salgadas, o
damasco é rico em ferro, potássio, vitamina A e betacaroteno, um potente
antioxidante. Sua ação positiva sobre o funcionamento de músculos e nervos, a
baixa caloria e a riqueza em fibras tornam-no útil para atletas e para quem faz dieta
para emagrecer.
- Espinafre: rico em ferro, que é muito importante na formação do sangue e para o
transporte de oxigênio a todos os tecidos do organismo. Oferece também bastante
vitaminas A e B, além de cálcio e fósforo. Estes nutrientes têm função na proteção
da visão, da pele e mucosas e no fortalecimento de dentes e ossos. O espinafre
possui ainda ação laxante e previne cálculos renais. Por ser riquíssimo em
carotenóides é um poderoso antioxidante e antioncogênico.
- Feijão: a mistura protéica do feijão com o arroz tem o poder de substituir a carne na
alimentação diária. Isso porque o feijão é rico no aminoácido lisina e tem como
aminoácido limitante a metionina. Já o arroz é rico em metionina e pobre em lisina.
Desta forma, ao comer um prato com arroz e feijão estamos fazendo uma mistura
protéica ideal para favorecer a absorção dos aminoácidos.
- Gergelim: utilizado em doces e salgados ou sob a forma de óleo, é rico em cálcio,
potássio, vitamina E, e ácidos graxos insaturados. Atua como antioxidante e na
prevenção de doenças cardiovasculares, tendo propriedades tão positivas quanto as
do azeite de oliva.
- Germe de trigo: por ter ação antioxidante, ajuda na prevenção de tumores e
doenças cardiovasculares e retarda o envelhecimento. Rico em vitamina E,
associado a alimentos que contenham zinco, é importante nutriente para as células
sexuais. Oferece ainda cálcio, magnésio, ferro e muitas fibras. Excelente
coadjuvante na prevenção e tratamento da prisão de ventre.
- Laranja: além dos benefícios da vitamina C, a laranja possui grande quantidade de
vitamina B1, cálcio, fósforo, potássio, ácido fólico e betacaroteno. Uma laranja
oferece toda a quantidade diária de vitamina C necessária ao organismo. É indicada
até em dietas de emagrecimento e, neste caso, podem ser consumidas até 10 por
dia, desde que sejam ingeridas com todo o bagaço (fibras) e não sob a forma de
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suco. Já está comprovado cientificamente que a laranja é um excelente preventivo e
deve ser incluída até no tratamento do câncer de próstata por sua capacidade de
reduzir células cancerosas.
- Leveduras: fazem parte do reino Fungi e estão dispersas pelo ambiente,
participando de toda fermentação e transformação dos açúcares em álcoois. A mais
conhecida é a Sacharomyces cereviseae, presente na fermentação dos pães e na
fabricação de bebidas alcoólicas. Oferece proteínas (aminoácidos essenciais),
carboidratos e sais minerais (fósforo, cobalto, manganês, cobre e zinco), além de
vitaminas do Complexo B. Presentes também o ergosterol, precursor da vitamina D,
e o ácido nucléico, importante elemento biológico.
- Limão: tem todas as características positivas dos cítricos e oferece potentes
antioxidantes como a quercetina e os flavonóides. É indicado até no tratamento de
Alzheimer, reduz o colesterol e ajuda a prevenir os cânceres de cólon, mama e
pulmão. Na época das grandes navegações (século XV), conta-se que, numa
viagem de circunavegação da África, um capitão de esquadra abandonou em uma
ilha um grupo de marinheiros doentes de escorbuto. Para sua surpresa, na viagem
de retorno, aqueles marinheiros estavam vivos, fortes e saudáveis. Para se
alimentar, eles haviam consumido limões nativos e ficaram curados por causa da
grande quantidade de vitamina C. Depois disso, todo navio passou a levar uma
carga de limões para evitar o escorbuto nos marinheiros. Além disso, é bom para
combater infecções, arteriosclerose, pequenas hemorragias e fadiga, além de
favorecer a cicatrização.
- Maçã: há séculos os americanos costumam dizer que uma maçã por dia é
sinônimo de saúde e alegria. Rica em pectina, a maçã retarda a absorção da glicose
e auxilia na redução do mau colesterol (LDL). Oferece também flavonóides de
grande poder antioxidante. Com alto teor de potássio, protege o coração e agiliza a
eliminação do sódio excedente no organismo, o que facilita a redução de edemas
(inchaço). É muito utilizada no combate à diarréia infantil, colaborando na prevenção
da desidratação nos dias de forte calor por evitar a perda de água pelo intestino.
- Mamão: rico em licopeno e carotenóides tem importante ação antioxidante e
antioncogênica. Oferece ainda sais minerais (cálcio, fósforo, ferro, sódio e potássio)
e vitaminas A e C. Possui ainda uma substância chamada papaína, que é muito
benéfica ao funcionamento dos sistemas digestório e intestinal, agindo como laxativo
e na diminuição da flatulência (gases),
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- Manga: alto teor de vitamina C e vitamina A (carotenóides), o que caracteriza a
ação antioxidante antioncogênica. Uma unidade pequena (100 g) de manga madura
é capaz de oferecer 100 mg de vitamina C. Por ser rica em fibras, não deve ser
proibida nas dietas de emagrecimento,
- Maracujá: chama-se passiflorina ou maracujina, a substância que confere ao
maracujá um alto valor sedativo (calmante e relaxante). As propriedades desta fruta
são conhecidas desde o tempo de nossos avôs e bisavôs, que também usavam
suas sementes como um poderoso vermífugo. Além disso, é rico em fibras, nas
vitaminas C, B2 e B5 e nos sais minerais ferro, magnésio, cálcio e fósforo.
- MeI: embora produzido por abelhas, o mel não costuma aparecer relacionado entre
os alimentos de origem animal. Suas propriedades funcionais são tantas que poderia
ser escrito um trabalho somente sobre este alimento. O mel fortalece o sistema
imunológico e tem poder antibacteriano, antiinflamatório, analgésico, sedativo,
expectorante e hipoalergênico. Oferece água, glicose, sacarose, ferro, sódio,
potássio, cloro, cálcio, enxofre, magnésio, fósforo, zinco e vitaminas A, C, E, e as do
Complexo B. Além do poder anti-séptico e bactericida, auxilia nos processos de
desintoxicação do organismo e facilita a digestão. Apesar de todos estes benefícios,
o mel não é recomendado a pessoas diabéticas por sua alta concentração de
açúcar,
- Morango: como fruta rica em vitamina C (Figura 06), tem ação antioxidante
(substância d-catequina) e antioncogênica, evita a fragilidade dos ossos e dá
resistência aos tecidos, além de agir contra infecções e ajudar nas cicatrizações e
ser diurético.
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Figura 06. Morango rico em vitamina C.
Fonte: ABRIL.COM.BR. Disponível em:
<http://www.abril.com.br/noticias/comportamento/conheca-beneficios-morango-
usadocremes-pele-cabelos-433321.shtml>. Acesso em: outubro de 2020.
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- Palmito: alimento altamente nutritivo, fornecedor de fibras dietéticas e de baixa
caloria, o palmito oferece ainda vitaminas (C e Complexo B), gorduras
poliinsaturadas e sais minerais: ferro, magnésio, fósforo, zinco e selênio. Tem
função importante no processo de cicatrização dos tecidos e na prevenção de
hemorragias e doenças da próstata.
- Pimenta: O princípio ativo da maioria das pimentas é a capsaicina, que lhe dá o
sabor, aroma e ardência. Esta substância é um potente estimulador da circulação
sangüínea e alguns estudos mostram que as pessoas que consomem mais pimenta
estão menos sujeitas à formação de coágulos e à ocorrência de infartos.
- Repolho: rico em fibras e de baixa caloria, é indicado em dietas de emagrecimento.
Importante fonte de vitamina C e de sulforafeno, substâncias com ação antioxidante
e antioncogênica. Outro princípio ativo do repolho é o glicosinolato, que auxilia na
prevenção do câncer de cólon. Por conter certo teor de enxofre, produz cheiro forte
ao ser cozido e pode causar aumento de gases (flatulência).
- Soja: há milhares de anos, é reconhecida como um alimento de qualidade por seu
alto teor energético e pela excelência de sua proteína. Recentemente, pela
verificação de grande concentração de isoflavonóides (especialmente as isoflavonas
genesteína e daidzeina), foram comprovados os benefícios de sua utilização como
medicamento fitoterápico no tratamento alternativo dos sintomas da menopausa e
do climatério. Rica em fibras, vitamina B, ácido fólico, iodo, magnésio, potássio e
fósforo, a soja demonstra também efeitos benéficos na prevenção de tumores,
aterosclerose e na redução do mau colesterol (LDL). Já está comprovado também
que os melhores efeitos clínicos são obtidos com o consumo rotineiro da soja in
natura.
- Tomate: devido à alta concentração de licopeno (carotenóide), especialmente nos
frutos mais maduros, o tomate tem sido recomendado na prevenção dos cânceres
de mama ou de próstata. O tomate cru oferece 30 mg de licopeno por quilo,
enquanto o suco tem 150 mg por litro e o catchup 100 mg por quilo. Estudos já
mostraram que o consumo de tomate cozido em óleo (molhos) aumenta de 2 a 3
vezes a concentração de licopeno no sangue no dia seguinte. O mesmo não
acontece quando o tomate é ingerido cru e sem gordura. Isto significa que o
cozimento e a adição de um pouco de gordura aos tomates maduros facilitam a
absorção do licopeno.
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- Uva: estudos realizados nas últimas décadas comprovam que a uva e,
principalmente, o vinho tinto, possuem grande concentração da substância
resveratrol, que diminui a viscosidade do sangue e tem potente ação antioxidante.
Desta forma, o consumo rotineiro e moderado (cerca de duas taças de vinho tinto
por dia) do vinho tinto é importante na prevenção da aterosclerose e evita a
formação de coágulos por diminuir a agregação plaquetária e dilatar os vasos
sangüíneos. Alguns trabalhos também indicam que o consumo moderado de álcool
pode ser um auxiliar na prevenção de demência em pessoas com idade acima de 60
anos.
- Carnes vermelhas: durante muitos anos, esta categoria alimentar foi execrada
pelos médicos e se criou uma mentalidade entre os leigos favorável à abstenção de
carnes vermelhas, o que tem sido, por exemplo, a principal causa de anemia entre
pessoas idosas. A carne vermelha oferece proteína de alto valor biológico com
aminoácidos essenciais (aqueles que não são sintetizados pelo organismo),
importantíssimos na construção de tecidos. É também a maior fonte de ferro,
fundamental na formação da hemoglobina, que transporta oxigênio a todos os
órgãos do corpo. A carne vermelha oferece ainda zinco, cálcio, fósforo, sódio,
potássio, enxofre, cloro, magnésio, cobre, níquel, manganês, substâncias
nitrogenadas e vitaminas do Complexo B. Frente a esta riqueza de nutrientes e a
esta ampla gama de funções benéficas, é preciso reafirmar: Em relação à
informação de que o consumo rotineiro de churrasco aumenta a incidência de
câncer, é preciso esclarecer que isso se deve aos resíduos da fumaça aderida à
carne e, principalmente, de sua associação com o vício de fumar. Para comer
churrasco moderada e tranquilamente, recomenda-se: não fumar e unir o prazer da
boa carne assada ao consumo de verduras, legumes e frutas com função
antioxidante e antioncogênica.
- Fígado: rico em ferro. É um dos alimentos mais indicados na prevenção e
tratamento de anemia ferropriva, o que significa também que é importante na
formação da hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio a todos os
tecidos orgânicos. A carne de fígado (Figura 07) oferece ainda sais minerais,
25
vitaminas do Complexo B e gorduras polinsaturadas, sendo estas indicadas na
prevenção de doenças cardiovasculares.
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Rico em cálcio em função da lactose, vitamina D, proteínas, carboidratos, sais
minerais e gorduras, o leite possui todos os ingredientes necessários ao bom
desenvolvimento da massa muscular e óssea. Desta forma, o consumo regular de
leite dispensa o uso de suplementos alimentares até mesmo por atletas. O leite só
não é indicado para as pessoas com dificuldade para processar a lactose e
apresentam sintomas de intolerância.
- Ovo: É uma das fontes nutricionais mais completas para gestantes, crianças e
jovens em crescimento, pois oferece proteínas de alto valor biológico, vitaminas e
sais minerais (principalmente ferro). Rico em gorduras, durante muito tempo, o ovo
foi considerado responsável pelo aumento do mau colesterol (LDL) causador de
doenças cardiovasculares, derrames e isquemias. Atualmente, sabe-se que é
justamente o contrário. O ovo é rico em gorduras polinsaturadas ômega 3, que
estimulam a formação do bom colesterol (HDL) e ajudam na prevenção de doenças
cardiovasculares.
- Queijo: Como derivado do leite oferece todos os seus benefícios, mas pelo elevado
grau de concentração disponibiliza uma quantidade ainda maior de cálcio. Rico em
proteínas essenciais e também na gordura ômega 6, que tem ação contra o mau
colesterol (LDL), função antioncogênica e ainda fortalece o sistema imunológico. A
quantidade de gordura varia de um queijo para outro, por exemplo: o queijo prato ou
lanche possui 40% de gordura; o tipo minas 20%; e os da categoria light, cerca de
25% a menos. Uma maneira prática de conhecer o teor de gordura de um queijo é a
sua cor: quanto mais amarelado for o queijo, maior será a quantidade de gordura em
sua composição.
- Salmão: A carne de salmão, além de rica em proteínas essenciais, oferece grande
quantidade de vitaminas do Complexo B, vitamina A, ferro e o melhor nível da
combinação entre as gorduras polinsaturadas ômega 3 e ômega 6. É, por isso, muito
importante na prevenção de doenças cardiovasculares. Recomenda-se o consumo
de salmão e outros peixes em 3 refeições por semana.
3 ALIMENTOS ORGÂNICOS
A sociedade vem passando por uma série de transformações ao longo dos últimos
trinta anos. Dentre estas transformações, os hábitos de consumo são um dos itens
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particularmente interessantes de serem observados. Em plena era de ascensão dos
fast food, eis que surge uma corrente em prol de alimentos mais saudáveis que
prolonguem a vida e mantenham a saúde das pessoas, sendo que a produção
deste tipo de alimento deve ser realizada considerando o respeito ao meio
ambiente, e aspectos até então ignorados como, por exemplo, a qualidade de
vida de quem produz o alimento. Com esse apelo socioambiental, surge a
produção de alimentos orgânicos como um novo nicho de mercado para produtos
agrícolas e pecuários (CAVALCANTE et al., 2007).
28
V - a oferta de água de qualidade e em quantidade adequada, isenta de
agentes químicos e biológicos que possam comprometer sua saúde e vigor,
a qualidade dos produtos e os recursos naturais, de acordo com os
parâmetros especificados pela legislação vigente;
VI - utilizar instalações higiênicas, funcionais e adequadas a cada
espécie animal e local de criação; e
VII - destinar de forma ambientalmente adequada os resíduos da
produção (BRASIL, 2008).
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Grupos da atividade econômica Distribuição dos estabelecimentos
produtores orgânicos
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técnicos (produção em quantidade, qualidade, regularidade e diversidade) e
econômicos (preços competitivos aos produtos convencionais), mas também aos
aspectos políticos e sociais.
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Por outro lado, os agrotóxicos são produtos químicos que podem agredir o ser
humano e os recursos naturais. No Brasil, o consumo de agrotóxicos é grande. Em
2010, o Brasil utilizou cerca de 1 bilhão de litros de agrotóxico, em um negócio que
movimentou mais de sete bilhões de dólares. Para a Agência de Vigilância Sanitária
(ANVISA), os agrotóxicos são utilizados, no Brasil, sem levar em consideração a
existência ou não de autorização do Governo Federal para o uso em determinado
alimento. Esta é uma constatação dos dados do Programa de Análise de Resíduos
de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) divulgados pela ANVISA. Ainda, segundo
dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a segunda maior causa de intoxicação
depois de medicamentos é por agrotóxicos (CRN9, 2009).
Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um ambiente de
produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os princípios
agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos
demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.
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Quem nunca ouviu ou falou que orgânicos são caros? Mesmo reconhecendo o
potencial benefício de ter um alimento mais saudável, sem risco de contaminação
por agrotóxicos ou com excesso de adubos químicos, é altamente provável que os
leitores já ouviram ou falaram que os alimentos orgânicos são caros. Segundo Tivelli
(2012), os alimentos orgânicos são mais caros do que os convencionais por pelo
menos sete razões que passamos a relacionar a seguir.
33
portanto, deve ser computada no custo de produção do alimento orgânico. Isto é
especialmente significativo para agricultores familiares que dispõem de pequenas
áreas para produzir nossos alimentos orgânicos e sustentar a família deles.
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anteriores, está a falta de apoio à pesquisa e à transferência de tecnologia aos
agricultores familiares que produzem nossos alimentos, vestuário e bioenergia em
sistema orgânico.
Os produtos com certificação orgânica devem conter rótulos com informações sobre
a unidade de produção constando, no mínimo, o nome ou razão social, endereço e o
número do CNPJ ou CPF. A informação da qualidade orgânica nos rótulos deve ficar
na parte da frente do produto e será identificada pelo uso de termos como: orgânico,
produto orgânico e produto com ingredientes orgânicos. Esses termos podem ser
complementados pelas especificações ecológico, biodinâmico, da agricultura natural,
regenerativo, biológico, agroecológico, permacultura, extrativismo sustentável
orgânico e outros que atendam os princípios estabelecidos pela regulamentação da
produção orgânica (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO, 2008).
Para os produtos com ingredientes que não sejam de origem orgânica certificada,
incluindo os aditivos, prevê os seguintes cálculos, com exceção da água e sal
adicionados (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO,
2008).
- Produtos com 95% ou mais de ingredientes orgânicos certificados devem conter no
rótulo os ingredientes não-orgânicos;
- Produtos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos certificados devem identificar
no rótulo os ingredientes orgânicos da seguinte maneira: PRODUTO COM
INGREDIENTES ORGÂNICOS;
- Os produtos com menos de 70% de ingredientes orgânicos certificados não
poderão ter nenhuma expressão sobre a qualidade orgânica.
Os alimentos orgânicos também possuem melhor valor nutricional bem como vários
benefícios à saúde.
Algumas pesquisas evidenciaram que produtos orgânicos tendem a conter maior
teor de micronutrientes como ferro, manganês e ácidos graxos poliinsaturados, além
de maior quantidade de compostos bioativos e algumas vitaminas, que previnem
contra o surgimento de doenças como o câncer. Mas, talvez o maior dos pontos
positivos, independentemente do valor nutricional, que parece estar muito mais
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relacionado ao solo, seja o fato de os produtos orgânicos serem livres de
agrotóxicos (MENEZES, 2012).
Vale lembrar que o maior valor nutricional dos produtos orgânicos não é conclusiva,
pois uma ampla gama de fatores que pode afetar a composição dos alimentos
(genéticos, práticas agronômicas, clima e condições de pós-colheita) faz com que as
pesquisas sobre o valor nutricional de alimentos, produzidos orgânica e
convencionalmente, tornem-se difíceis de serem estabelecidas e seus resultados
interpretados de forma consistente. No entanto, devido ao crescente interesse pelo
tema e ao aumento da produção e do consumo de alimentos orgânicos, maior
número de pesquisas deve ser implementado neste sentido.
Uma dieta orgânica pode ainda proporcionar uma melhoria nos indicadores
hematológicos, refletindo-se num sistema imunológico mais eficaz, resultado que
precisa ser confirmado por mais pesquisas de longo prazo de exposição (BARANKA
et. al., 2007). Esses resultados foram obtidos também em laboratório alimentando
duas gerações de ratos com dieta orgânica comparada à convencional.
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Em outro estudo com aves (galinhas), Huber (2009) confirmou que animais tratados
com dietas provenientes de formas de cultivo diferenciadas (orgânico e
convencional) apresentaram diferenças em aspectos fisiológicos. De acordo com a
pesquisa, as aves que receberam a dieta convencional tiveram um crescimento mais
rápido e apresentaram maior peso final. Em síntese, a interpretação global é que
animais (aves) tratados com alimentos orgânicos tiveram um maior potencial para
reatividade imunológica, apresentando parâmetros imunológicos mais eficazes,
confirmando o que aconteceu com os ratos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
37
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n
64, de 18 de dezembro de 2008. Aprova o Regulamento Técnico para os Sistemas
Orgânicos de Produção Animal e Vegetal. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 19 de dezembro de 2008, seção I, p. 21-26.
38
GREENPEACE. Transgênicos - Perigo para a Agricultura e a Biodiversidade.
Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-
quefazemos/Transgenicos/>. Acesso em: outubro de 2020.
REN, H.; ENDO, H.; HAYASHI, T. Antioxidative and Antimutagenic Activities and
Polyphenol Content of Pesticide-free and Organically Cultivated Green Vegetables
using Water-Solubre Chitosan as a Soil Modifier and Leaf Surface Spray. Journal of
the Science of Food and Agriculture, v. 81, p. 1426-1432, 2001.
39
SUSTENTAVELEORGANICO.BLOGSPOT.COM. Fígado... Afinal, fígado faz bem ou
faz mal??? Disponível em:
<http://sustentaveleorganico.blogspot.com.br/2012/03/figado-afinal-figado-faz-
bemou-faz-mal.html>. Acesso em: outubro de 2020.
PREMUZIC, Z.; BARGIELA, M.; GARCIA, A.; RONDINA, A.; LORIO, A. Calcium,
Iron, Potassium, Phosphorus and Vitamin C Content of Organic and Hydroponic
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TIVELLI, S. W. Orgânicos são mais caros: Por quê? 2012. Disponível em:
<http://www.portalorganico.com.br/artigo/36/organicos_sao_mais_caros_por_que>.
Acesso em: outubro de 2020.
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