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INNAP – Instituto Nacional de Naturopatia Aplicada

CURSO DE NATUROPATIA

Disciplina: Alimentação Ortomolecular - Unidade 5

ALIMENTAÇÃO
ORTOMOLECULAR
Professor (a): Damaris Olivia Russo Silva

CREF 015139G-SP / CBO 3221-25 / RT 9094952

E-mail: coachdamarisrusso@gmail.com

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Professora Damaris Olivia Russo Silva

Mestranda em Tecnologias Emergentes na Educação – Must University- Florida –


EUA (2019/2021)

Doutoranda em Educação Superior- UP Universidad de Palermo- Buenos Aires-


Argentina (2019/2022).

Curso de Bioressonância- Grupo Sintonia- Dr Lair Ribeiro - março de 2020

Pós Graduanda em Tecnologias Biofísicas Aplicadas a Saúde 2019 (Nova Ciência/


Instituto Fernanda Ben).

Pós-Graduada em Psicologia Positiva e Coaching – Faculdade Unyleya 2018/2019

Pós-Graduada em Naturopatia - Instituto Nacional de Naturopatia Aplicada, INNAP


2017/2019.

PhD em Naturopatia pela Erich Fromm World University 2017/2019.

Pós-Graduada em Biofísica Quântica e Bioressonância Aplicada a Saúde –


Faculdade de Tecnologia em Saúde Cieph 2018/2019.

Bacharelado em Educação Física - Claretiano Centro Universitário 2012/2016

Curso de Mindful Eating na Prática Clínica – UNIP 2019

Curso de Formação Instrutor de Yoga - Yoga em Movimento 2018 – 2019

Curso de Radiestesia Clínica - Sergio Areias, 2018

Curso de Obesidade, Intolerância Alimentar e Nutrição Quântica – Dra. Emília


Pinheiro 2018

Curso de Formação Tai Chi Chi Kung Qi Gong- Escola Humaniversidade 2018

Curso de Power Mind - Poder da Mente e Técnica EFT e TFT- Elaine Ourives 2017

Curso de Despertar da Consciência e Co Criação da Realidade - Elaine Ourives


2017.

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Curso de Ho'oponopono - Elaine Ourives 2017

Curso Coaching Emagrecimento Consciente - Health Coaching International


Institute, HCII, Brasil 2017

Curso de Terapeuta Integrativo Quântico – Fisioschooll 2017

Curso de Abordagem Integrativa em Câncer – Quantumbio 2017

Curso de Bioressonância Aplicada – Quantumbio 2017

Curso de Extensão universitária em Personal Trainer Aplicações Práticas – Centro


Universitário Claretiano 2015

Curso de Extensão universitária em Alimentação e Saúde 2015- Centro Universitário


Claretiano 2015

Participante do Fórum de Debates Obesidade e Exercício - Centro de Estudos HC -


FMUSP de Medicina Esportiva, FMUSP, Brasil 2000

Curso de Capacitação Técnica Modulo 1 Bases Anatômicas e Funcionais

Curso de Capacitação Técnica Modulo 2 Hipertrofia Muscular, Aptidão Física.


Federação Paulista de Musculação, FEPAM, Brasil 2000 – 2000

Curso de Capacitação Técnica Modulo 3 Nutrição e Recursos Complementares.


Federação Paulista de Musculação, FEPAM, Brasil 2000 - 2000

Clínica Internacional de Reabilitação e Treinamento Assistido (Personal Trainer).


Modulo 4 - Federação Paulista de Musculação, FEPAM, Brasil.2000 - 2000

Curso de Arbitragem em Musculação e Fitness. Federação Paulista de Musculação,


FEPAM, Brasil 2000.

Atualmente trabalha com Dependentes Químicos e Transtornos Alimentares no SPA


MED usando a Terapia Física como parte do tratamento. É Professora Docente da
Faculdade INNAP, Coach Emagrecimento e Saúde na Levitus Vida Saudável e
Professora de Ginástica na Selfit Academias.

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SUMÁRIO

1 OS ALIMENTOS 04
2 ALIMENTOS FUNCIONAIS 04
3 ALIMENTOS ORGÂNICOS 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36

1 OS ALIMENTOS

Há dois mil e quinhentos anos, o mundo recebia do grande Hipócrates um conceito


revolucionário: “que o alimento seja o teu remédio e o teu remédio seja o alimento”.

Chegamos ao século XXI endossando os “alimentos funcionais”, isto é, aqueles que,


além da função de nutrir, oferecem benefícios adicionais à saúde humana,
contribuindo para a prevenção de enfermidades ou retardando processos
degenerativos.

Também, nos tempos modernos, valorizamos os alimentos orgânicos, livres de


agrotóxicos e pesticidas, visando um mundo mais sustentável e ficamos intrigados
com a tecnologia e benefícios dos alimentos transgênicos. Vamos então conhecer
um pouco mais sobre esses alimentos nesse capítulo.

2 ALIMENTOS FUNCIONAIS

É bem conhecido que determinados alimentos promovem a saúde e previnem


doenças. Por exemplo, os esquimós, com sua alimentação baseada em peixes e
produtos do mar ricos em ácidos graxos poliinsaturados das famílias ômega 3 e 6,
têm baixo índice de problemas cardíacos, assim como os franceses, devido ao
consumo de vinho tinto, o qual apresenta grande quantidade de compostos
fenólicos.

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Os orientais devido ao consumo de soja, que contém fitoestrogênios, apresentam
baixa incidência de câncer de mama. Assim, podemos definir alimentos funcionais
como aqueles que têm propriedades benéficas além das nutricionais básicas, sendo
apresentados na forma de alimentos comuns. São consumidos em dietas
convencionais, mas demonstram capacidade de regular funções corporais de forma
a auxiliar na proteção contra doenças como hipertensão, diabetes, câncer,
osteoporose e coronariopatias (SOUZA et al., 2003). Portanto, alimentos funcionais
são todos os alimentos ou bebidas que, consumidos na alimentação cotidiana,
podem trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à presença de ingredientes
fisiologicamente saudáveis (CÂNDIDO & CAMPOS, 2005).

Recentemente, os alimentos funcionais ganham cada vez mais espaço na mídia:


programas de televisão, reportagens em jornais e revistas e até sites na internet
tratam dos benefícios à saúde oferecidos por alguns ingredientes antes esquecidos
ou desprezados em nossa dieta diária. Em 1999, a portaria n° 398 da Secretaria de
Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde deu a seguinte definição para alimento
funcional: "todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais
básicas, quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou
fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser seguro para o consumo, sem supervisão
médica" (BRASIL, 1999).

Para simplificar, vamos a um exemplo: o arroz integral é considerado um alimento


funcional porque oferece fibras e vitaminas do Complexo B, enquanto o arroz branco
e polido não é alimento funcional, pois no processo de industrialização perde a
maioria dos nutrientes.

Embora hoje em dia seja dada uma atenção especial aos alimentos funcionais, este
assunto é tão antigo quanto a Medicina. Há 2.500 anos, Hipócrates, o pai da
medicina, já dizia: “faça do alimento seu medicamento e do medicamento, seu
alimento.” Isto é, desde que começamos a nos preocupar com nossa saúde,
sabemos, intuitivamente, que os alimentos podem colaborar muito para nos manter
em boa forma.

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A diferença agora é que o conhecimento sobre os alimentos funcionais está
deixando de ser intuitivo e saindo dos círculos da sabedoria popular para se
transformar em ciência.

Nos últimos anos foi dada muita atenção ao estudo das características químicas dos
alimentos. Como resultado, descobrimos que os alimentos funcionais podem, de
fato, ajudar-nos a ter uma vida mais longa e mais saudável, colaborando na
manutenção da saúde e na prevenção de doenças.

Os alimentos funcionais apresentam as seguintes características (MORAES &


COLLA, 2006):
a) devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta
normal/usual;
b) devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em elevada
concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam;
c) devem ter efeitos positivos além do valor básico nutritivo, que pode aumentar
o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças, promovendo
benefícios à saúde, além de aumentar a qualidade de vida, incluindo os
desempenhos físico, psicológico e comportamental;
d) a alegação da propriedade funcional deve ter embasamento científico;
e) pode ser um alimento natural ou um alimento no qual um componente tenha
sido removido;
g) pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha
sido modificada;
h) pode ser um alimento no qual a bioatividade de um ou mais componentes
tenha sido modificada.

Os princípios ativos desses alimentos são substâncias químicas que os tornam os


melhores colaboradores para preservar a saúde ou prevenir esta ou aquela doença.
Conheça de forma resumida alguns desses princípios ativos (Tabela 1).

Tabela 1. Princípios ativos e propriedades terapêuticas encontradas em vegetais.

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Princípio ativo Onde é encontrado Funções

Alfacaroteno Cenoura Protege as células dos


radicais livres.

Betacaroteno Frutas, legumes e Neutraliza a ação dos


verduras radicais livres.

Luteína Folhas verdes Ajuda a manter a boa


visão.

Licopeno Tomate, goiaba vermelha É antioxidante, reduz o


risco de câncer cervical
e da próstata.

Antocianina Frutas em geral Reduz risco de câncer

Flavonas Frutas cítricas e Reduzem o risco de verduras folhosas


câncer

Sulforafeno Brócolis, repolho, e todos Barra substâncias que


os tipos couve podem detonar o câncer
e há indicações de que
também possa frear
tumores existentes
especialmente de
mama.

Genesteína feijões, soja, ervilha e Diminui as taxas de

lentilha colesterol e o risco de


tumores ligados
a hormônios como
os de mama e de
próstata.

Cumarina Frutas cítricas e tomate Estimula a produção de


enzimas anticâncer pelo
próprio organismo.

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Flavonóides Frutas, tomate e cenoura Inibem enzimas
responsáveis pela
disseminação de
glândulas cancerosas.

Isotiocinato Brócolis, repolho e Estimula a produção de


mostarda enzimas anticâncer no
organismo.

Triterpenóides Frutas cítricas Impedem o crescimento

de tumores em
formação.

Quercitina Frutas e cebolas Reduz formação de


placas gordurosas nas
artérias e combate as
alergias.

Luteonia Casca das frutas (uva) e Impede a formação de

vinho tinto placas gordurosas.

Resveratrol Casca da uva, vinho tinto Também impede a


e suco de uva formação de placas
gordurosas.

Daidzeína Soja e produtos à base Ameniza os sintomas da de


soja menopausa, protege contra o câncer
de mama e previne a osteoporose.

Alicina Alho e cebola Ação antimicrobiana e


antiviral. Também dilata
os vasos, diminuindo a
pressão arterial.

Dialil dissulfeto Alho e cebola Reduz a


formação de placas
gordurosas.

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Polissulfeto-alila Alho e cebola Aumenta a elasticidade
dos vasos sanguíneos e
relaxa as fibras
musculares.

Dissulfeto de metil-alila Alho Inibe o aparecimento de coágulos na circulação.

Capsaicina Pimenta vermelha Diminui a formação de


coágulos e protege as
células de substâncias
cancerígenas.

Adenosina Alho, cebola e cogumelo Inibe coágulos.


preto.

Saponinas Soja, produtos à base de Podem reduzir o


soja. colesterol e proteger
contra o câncer.

Fibras insolúveis Cereais, frutas, legumes Podem reduzir o risco


e verduras. de câncer de cólon,
embora isso ainda seja

polêmico.

Fibras solúveis Aveia Reduzem o risco de


doenças do coração.

Fonte: DOVERA, T. D. S. Nutrição Aplicada ao Curso de Enfermagem. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

A seguir vamos descrever, mais detalhadamente, alguns princípios ativos e suas


respectivas funções:
- Ácidos fenólicos: ação anti-séptica (combate os microrganismos), antioncogênica
(combate ao câncer) e antioxidante (combate os radicais livres). São encontrados
em abundância na berinjela, cenoura, tomate, pimentão, frutas cítricas, cereja, couve
e brócolis.
- Ácidos alfa-linoléicos: além de serem um bom estimulante do sistema imunológico,
ajudam a controlar inflamações. Existem nas nozes e amêndoas e, nos óleos de
soja e linhaça.

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- Adenosina: por seu efeito relaxante das fibras musculares, é coadjuvante no
tratamento da hipertensão arterial. Auxilia também no combate à formação de
coágulos, tendo importante papel na prevenção de derrames e infartos. Está
presente em maior quantidade na cebola, no alho e no cogumelo preto. Depois de
consumir estes alimentos, recomenda-se evitar o café e o chá preto, pois a cafeína
tem efeito antagônico.
- Beta-glucanos: ótimo protetor contra as doenças cardiovasculares e é abundante
na aveia, cevada e milho.
- Bífido-bactérias: encontradas em iogurtes naturais e em outros derivados
fermentados do leite. Produzem no corpo humano vitaminas do Complexo B,
antibióticos naturais, que regularizam a flora intestinal. Favorecem, portanto, o bom
funcionamento do intestino, o que se reflete também na beleza da pele. São hoje
conhecidos como FOS (Frutooligossacarídeos).
- Carotenóides: além da ação antioxidante e antioncogênica, previnem a formação
de coágulos sangüíneos, o que evita infarto e derrame cerebral. Como precursores
da vitamina A, seu consumo também é recomendado para manter saudável a função
visual. Os vegetais mais ricos nestas substâncias são os que têm cor entre amarelo
e laranja (cenoura, manga, abóbora, mamão, tomate) (Figura 01) e as verduras bem
escuras (couve, agrião, espinafre, almeirão).

Figura 01. Alimentos ricos em carotenóides.

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Fonte: DICAS DA NUTRICIONISTA.COM.BR. Disponível em:
<http://dicasdanutricionista.com.br/2010/11/24/carotenoides-contra-ocancer/>.
Acesso em: outubro de 2020.

- Cumarinas: ação antioncogênica, anti-séptica, antiespasmódica (combate as


cólicas) e vasodilatadora. Existem em maior quantidade na canela, cenoura e frutas
cítricas.
- Fenóis e polifenóis: os fenóis e polifenóis estão presentes em abundância nos
vegetais nas cores roxo, azul e violeta como uva (Figura 02), amora, cereja ou
berinjela e também no chá verde. Em geral, têm ação antioncogênica, antioxidante,
antialérgica e antiinflamatória.

Figura 02. Polifenóis são encontrados especialmente nas uvas vermelhas e nos
vinhos tintos também.
Fonte: CITWAR. Disponível em:
<http://blogdacitwar.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html>. Acesso em:
outubro de 2020.

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- Flavonóides: são também fenóis e, entre eles, estão as flavonas e as isoflavonas.
A camomila, por exemplo, possui uma flavona que tem função analgésica. Já a soja
tem em grande quantidade isoflavonas que funcionam como fitoestrogênios,
substância largamente utilizada no tratamento dos sintomas de pré e pós
menopausa. São indicados também no bloqueio do estradiol, evitando o câncer de
mama, e da testosterona, inibindo a formação do câncer de próstata, ainda há
discussões técnicas sobre a veracidade destas funções.
- Fibras dietéticas: estes carboidratos podem ser solúveis ou insolúveis em água. As
fibras solúveis ajudam a reduzir o colesterol LDL (o mau colesterol) e os
triglicerídeos e a prevenir o câncer no intestino. As fibras insolúveis aumentam o
bolo fecal, reduzindo a prisão de ventre. Além disso, ajudam a limpar o organismo
dos compostos carcinogênicos, álcoois e metais; promovem a formação de uma flora
intestinal saudável; e têm valor indiscutível no controle da obesidade, pois impedem
a absorção de muitas calorias consumidas.
- Fitosterol: os vegetais são riquíssimos em fitosterol, uma substância que ajuda a
reduzir o colesterol e é auxiliar na prevenção de doenças cardíacas. Por isso,
mesmo nas dietas para redução de peso, é importante comer diariamente verduras,
frutas e legumes à vontade.
- Licopeno: é da família dos carotenóides e tem função antioncogênica, antioxidante
e combate às doenças cardiovasculares, pois age sobre a oxidação do LDL (mau
colesterol). Importante colaborador na prevenção dos cânceres de mama ou de
próstata, o licopeno existe em maior quantidade nos tomates maduros, pimentão
vermelho, melancia, cenoura e mamão. A absorção intestinal do licopeno é mais alta
quando o alimento é ingerido cozido e com um pouco de óleo vegetal. Ou seja, um
molho de tomate (cozimento + óleo) oferece mais licopeno ao nosso organismo do
que uma salada de tomates crus.
- Luteína: este carotenóide é o pigmento amarelo dos alimentos e nosso organismo
não consegue sintetizá-lo sozinho. Serve para preservar as funções visuais,
protegendo a retina de lesões solares e degenerações maculares, e ajuda a prevenir
o câncer de cólon. Os melhores fornecedores de luteína são: cenoura, laranja,
cereais, gema de ovos e as verduras bem escuras (espinafre, agrião, brócolis).
- Oligossacarídeos: este princípio ativo é muito encontrado nas frutas e cereais e
ativa a microflora intestinal.

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- Ômega 3: da família dos lipídeos, é um ácido graxo essencial, isto é, não pode ser
sintetizado pelo organismo e precisa ser retirado dos alimentos. A partir da
observação de que os esquimós não sofrem de arteriosclerose, ficou demonstrado
que este tipo de gordura é benéfico para a circulação sangüínea, reduzindo a
pressão arterial, além de baixar os níveis do mau colesterol (LDL) e dos triglicérides.
É constituído basicamente pelo LNA (ácido alfalinolênico), sendo sintetizado em
alguns vegetais de folhas verdes. Os alimentos mais ricos em ômega 3 (Figura 03)
são: atum, salmão, arenque, sardinha, bacalhau e os óleos de canola, oliva e em
menor quantidade também o de soja. Os estudos mais recentes mostraram que a
gema de ovo apesar de tão atacada no passado, é rica em ômega 3 e pode ajudar a
baixar o mau colesterol.

Figura 03. Alimentos que contêm ômega 3.


Fonte: PESQUISANAWEB. Disponível em:
<http://www.pesquisenaweb.com/beneficios-e-alimentos-com-o-omega-3/>. Acesso
em: outubro de 2020.

- Ômega 6: também é um ácido graxo essencial, isto é, não pode ser sintetizado
pelo corpo humano, e possui propriedades semelhantes às do ômega 3, além de
estimular o sistema imunológico e auxiliar na cicatrização da pele, É formado
basicamente pelo LA (ácido linoléico), sendo encontrado nas sementes de todas as
plantas, menos no coco, no cacau e na palmeira. O ômega 6 é encontrado em:

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linhaça, gergelim, amêndoa, castanha do Pará, aveia, cevada, milho e centeio, entre
outras oleaginosas.
- Poliacetilenos: são poderosos antioxidantes e ajudam a combater os malefícios
causados pelo fumo, sendo encontrados em maior quantidade na cenoura, salsinha
(tempero verde) e salsão (aipo).
- Polissulfeto de alila: o alho e a cebola são muito ricos neste princípio ativo, que é
importante na prevenção e controle da hipertensão arterial.
- Resveratrol: poderosa função antiviral e antioncogênica, além de agir na prevenção
de doenças cardiovasculares e hepáticas. Está presente na casca vermelho escuro
das uvas e de outras frutas roxas e avermelhadas, como a amora. Por isso, o vinho
tinto e o suco de uva contêm bastante resveratrol. O vinho tinto, quando tomado com
moderação, pode fazer realmente muito bem à preservação da saúde.
- Tocoferóis: conhecidos como vitamina E, atuam como antioncogênicos e
antioxidantes. Existem em grande quantidade nos vegetais oleaginosos: germe de
trigo, semente de girassol, caroço de algodão, óleo de dendê, amendoim, milho e
soja (Figura 04).

Figura 04. Alimentos ricos em tocoferóis (Vitamina E).


Fonte: SEMPRETOPS. Disponível em: <http://www.sempretops.com/saude/vitamina-
e/>. Acesso em: outubro de 2020.

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- Terpenos: ação antioxidante e antioncogênica, especialmente na prevenção do
câncer de pulmão, estômago, pâncreas, fígado e pele. São carotenóides (vegetais
amarelos e avermelhados) e limonóides (frutas cítricas), precursores da vitamina A,
que é muito importante na preservação da saúde dos olhos.

A seguir se descreve alguns alimentos funcionais de origem vegetal, listados em


ordem alfabética.

- Abacate: especialmente indicado na prevenção e tratamento de cardiopatias, este


fruto é rico em ácidos graxos moninsaturados, ácido oléico, esteróis, tocoferóis e
carotenóides. É fonte importante também de glutationa, que tem função
antioncogênica. Comparado a outras frutas, apresenta uma maior concentração de
proteínas, mas deve ser evitado em dietas de emagrecimento pelo alto teor de
gorduras.
- Abacaxi: possui função diurética, antioxidante e antioncogênica. Rico em fibras, o
abacaxi estimula a sensação de saciedade e facilita a motilidade e a limpeza
intestinal. Fonte importante de bromelina, uma enzima que atua como os sucos
gástricos, facilitando a digestão. O abacaxi é tão bom para tantos sistemas
orgânicos que alguns chegam a afirmar que aumenta a longevidade!
- Abóbora: muito rica em carotenóides precursores da vitamina A, é indispensável
para preservar a saúde dos olhos. Fonte de vitamina B3, protege as mucosas, a pele
e o sistema nervoso, além de prevenir o reumatismo. Tem ação antioncogênica, e
possui cálcio que fortalece os ossos e os dentes.
- Alcachofra: indicada na prevenção e tratamento de distúrbios nos rins e no fígado,
pois tem ação diurética e combate os males hepáticos. Rica em ferro, é indicada
para combater a anemia, especialmente, quando associada ao consumo de cítricos,
pois a vitamina C aumenta a absorção do ferro. Para tratar dispepsia (digestão
difícil), deve ser consumida com bastante alho e cebola. Quando consumida com
cenoura e suco de limão serve também para melhorar as hemorróidas.
- Algas marinhas: são ricas em fibras, sais minerais, vitaminas, aminoácidos
essenciais e ácido fólico. Têm inúmeras qualidades como alimentos funcionais e
também para uso externo. Por possuírem alta dosagem de iodo combatem o
hipotireoidismo. Têm ação antivirótica e combatem tumores. Por serem pobres em

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gorduras e ricas em fibras, são auxiliares importantes nas dietas contra a obesidade.
As algas também possuem uso cosmético: eliminam as calosidades, amaciam a pele
e tornam os cabelos mais macios e brilhantes.
- Arroz: o arroz integral possui nutrientes e fibras em quantidade suficiente para que
seja considerado como alimento funcional. O arroz industrializado branco e polido
acaba empobrecido. Mesmo assim, junto com o feijão, o arroz branco é o melhor
exemplo de mistura protéica na mesa cotidiana dos brasileiros. O feijão é rico no
aminoácido lisina e tem como aminoácido limitante a metionina. Já o arroz é rico em
metionina e pobre em lisina. Desta forma, ao comer um prato com arroz e feijão
estamos fazendo uma mistura protéica ideal para favorecer a absorção dos
aminoácidos.
- Aveia: nossas bisavós e avós já sabiam que a aveia é altamente nutritiva e ajuda
no bom funcionamento intestinal, por isso, não deixavam de incluí-la na preparação
de mingaus infantis. Rica em proteínas, ácidos graxos insaturados, vitaminas do
Complexo B, ferro, cálcio e fibras é importante no combate ao colesterol e ajuda na
prevenção de câncer, principalmente do cólon.
- Azeite de oliva: junto com as fibras, o azeite de oliva integra a “Dieta do
Mediterrâneo”, região do mundo em que a população apresenta os menores índices
de doenças cardiovasculares. Possui alta dosagem de ômega 3 e ácido oléico e,
além de combater os males do coração e da circulação sangüínea, também ajuda a
prevenir a artrite reumatóide. Deve ser usado, preferencialmente, cru em saladas e
molhos, mas também pode ser utilizado no preparo de alimentos cozidos.
- Banana: a sabedoria popular levou a exaltar os benefícios desta fruta. Além do alto
valor energético, a banana possui cálcio, fósforo, ferro e potássio e ainda vitaminas
A, C, B1 e B2. Junto com a aveia é bastante utilizada na alimentação infantil, mas os
adultos deveriam voltar a buscar seus benefícios. Embora rica em açúcar, não
possui gorduras e é recomendada mesmo nas dietas para emagrecimento.
- Batata: é um dos alimentos mais consumidos em todo o mundo e durante séculos
manteve vivas enormes populações, principalmente em períodos de guerra na
Europa. É fonte muito importante de carboidratos, mas oferece também potássio e
vitaminas A e C.
- Berinjela: rica em vitamina B5, que ajuda no equilíbrio do sistema digestório e do
sistema nervoso, além de proteger a pele, este alimento possui ainda cálcio, fósforo
e ferro. Estes sais minerais são importantes na construção dos ossos e músculos e

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na coagulação sangüínea. Há a divulgação da idéia de que a berinjela combate os
altos índices de glicose e colesterol LDL (o mau colesterol) no sangue, mas isso não
está ainda comprovado. Quando consumida com casca, porém, a alta dose de fibras
pode auxiliar nestas duas funções preventivas.
- Beterraba: importante fonte energética, é usada inclusive para a fabricação de
açúcar refinado. Além do alto teor de açúcar, oferece também boa quantidade
vitamina C. Costuma ser indicada como fonte de ferro, mas por não possuir o heme,
sua absorção é prejudicada. Em um processo de reeducação alimentar deveríamos
dar mais importância às folhas da beterraba, que podem ser consumidas refogadas.
As folhas da beterraba, estas sim, além de poucas calorias, são bem ricas em
potássio, cálcio, ferro, betacaroteno, ácido fólico e vitamina C.
- Brócolis: riquíssimo em potentes antioxidantes (quercetina, glutadiona,
betacaroteno, indóis, luteína e glucarato) atua como antiinflamatório, antibiótico,
anticoagulante, analgésico, antivirótico e na proteção do fígado, redução do
colesterol, combate às dores musculares, diminuição da pressão arterial e
prevenção do câncer de: estômago, esôfago, pulmão, faringe, útero, pâncreas e
cólon. Um buquê médio de brócolis possui mais vitamina C que uma laranja; tanto
cálcio quanto um copo de leite; e três vezes mais fibra do que uma fatia de pão de
centeio. É importante fonte de ferro e, por ter baixo valor calórico, é indicado nas
dietas de emagrecimento. Seus benefícios nutricionais são melhor preservados
quando o brócolis é consumido cru.
- Café: é uma das principais fontes de cafeína, o estimulante legal mais consumido
em todo o mundo. Acelera os batimentos cardíacos e a diurese, além de estimular o
sistema nervoso e reduzir o sono.
- Camomila: rica em apigenina, uma flavona que tem efeito analgésico.
- Castanha de caju: rica em proteínas, carboidratos, lipídeos, fósforo, ferro, cobre,
zinco, magnésio, fibras e gorduras insaturadas (as chamadas boas gorduras, como
ômega 3). Tem ação antioxidante, ajuda a motilidade intestinal e combate o mau
colesterol (LDL).
- Castanha do Pará: os estudos mais recentes mostram que o consumo destas
castanhas é capaz de suprir a necessidade diária de selênio. Além da ação
antioxidante e antioncogênica, auxilia na prevenção de doenças cardíacas e melhora
o sistema imunológico. Atua no equilíbrio do hormônio da tireóide, protege de

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doenças degenerativas como: esclerose múltipla e Alzheimer, pois possui boa
quantidade de vitamina E.
- Cebola: suas propriedades benéficas como alimento são conhecidas desde o
Antigo Egito, quando alguns faraós eram enterrados junto com algumas delas em
sua tumba. Rica em adenosina, substância que atua como relaxante, ajuda a
combater dores musculares, auxilia no tratamento da hipertensão arterial e previne a
aterosclerose e a formação de coágulos. Outra substância, a quercetina, é um
poderoso antioxidante e ajuda a prevenir úlceras, câncer gástrico e do cólon. Depois
de consumir cebola, recomenda-se evitar o café, pois, a cafeína tem efeito oposto ao
da adenosina.
- Cenoura: importante fonte de carotenóides, precursores da vitamina A, atuando na
preservação da visão e na proteção da pele e das mucosas. As vitaminas do
complexo B ajudam a regular o sistema nervoso e o funcionamento do aparelho
digestório e do fígado. Fonte de sais minerais como: iodo, fósforo, cloro, sódio,
potássio e cálcio. Por seu alto teor de fibras, funciona como laxante. Além de cuidar
da visão, da pele e das mucosas, a vitamina A é importante para proteger o sistema
circulatório e o imunológico. A cenoura tem importante ação antioxidante e
antioncogênica.
- Cereais integrais: os benefícios dos cereais são bastante divulgados e a indústria
de alimentos já os inclui em pães, biscoitos, macarrão e os disponibiliza também em
forma de misturas matinais. O consumo de cereais leva à formação de glicogênio,
reserva de energia do organismo, o que pode resultar em ganho de peso quando
consumido em exagero. Ricos em fibras, aceleram o trânsito intestinal e, por isso,
sua ingestão deve ser acompanhada de bastante líquido. Retardam a absorção de
glicose, sendo bons coadjuvantes no tratamento de diabéticos. São especialmente
indicados na produção de energia para esportistas amadores ou profissionais.
- Chá verde: importante no combate à obesidade e na redução do mau colesterol
(LDL), pois diminui os níveis de leptina, uma substância que favorece o ganho de
peso. Tem ação antioxidante e antioncogênica e ainda evita a formação de coágulos
sanguíneos. Diminui a ação das bactérias que causam as cáries dentárias.

Milenarmente conhecido, o chá verde (Figura 05) promove a saúde e aumenta a


longevidade.

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Figura 05. Chá verde muito utilizado em dietas para emagrecimento.
Fonte: TUDOSOBRE. Disponível em: <http://www.tudo-sobre.net/cha-verde-os-
beneficios>. Acesso em: outubro de 2020.

- Chocolate: os mais recentes estudos realizados não provaram até agora nenhuma
relação entre o consumo diário de chocolate e a ocorrência de enxaquecas ou até
mesmo de acnes. O chocolate também tem sido acusado de causar dependência,
pois estimula a produção pelo organismo de serotonina e endorfina, substâncias que
aumentam a sensação de bem-estar físico e psíquico. Nada disso está comprovado
cientificamente até o momento. Por enquanto, o que se sabe é que o chocolate é
rico em polifenóis e fitoesteróis, que têm ação antioxidante, antioncogênica e que
ajudam a combater o mau colesterol (LDL).
- Cítricos: as frutas cítricas (laranja, bergamota, morango, acerola, caju, todos os
tipos de limão) estão entre as maiores fontes naturais de vitamina C, o que as torna
importantes agentes antioxidantes. Auxiliam a formação do colágeno, o que faz bem
para a pele e retarda o envelhecimento. Previnem também hemorragias na
circulação capilar. Quando consumidas com o bagaço (não sob a forma de suco),
são importantes fornecedores de fibras.
- Cogumelos: alimento com excelente valor nutritivo e altamente protéico. É fonte de
quase todos os aminoácidos. Ricos em vitaminas K, E, C, H e as do Complexo B,
além de ácido pantotênico e ácido fólico. Tem forte ação antioncogênica, evitando a
regeneração e a metástase de cânceres. Estimulam o sistema imunológico. Todos
os cogumelos comestíveis são bons alimentos.
- Couve flor: rica em sais minerais, cálcio, fósforo, ferro, zinco, iodo, cobre e ferro e
também em vitaminas: A, C, B2 e B5. É importante na formação de ossos, dentes e

19
sangue; tem ação antioxidante e antioncogênica. Pobre em calorias e rica em fibras,
é útil nas dietas de redução de peso. É aconselhável lembrar que, por sua alta
quantidade de purinas, a couve flor não é indicada para pessoas que controlam o
ácido úrico, gerador de uma doença chamada gota.
- Damasco: consumido como fruta passa ou em receitas doces e salgadas, o
damasco é rico em ferro, potássio, vitamina A e betacaroteno, um potente
antioxidante. Sua ação positiva sobre o funcionamento de músculos e nervos, a
baixa caloria e a riqueza em fibras tornam-no útil para atletas e para quem faz dieta
para emagrecer.
- Espinafre: rico em ferro, que é muito importante na formação do sangue e para o
transporte de oxigênio a todos os tecidos do organismo. Oferece também bastante
vitaminas A e B, além de cálcio e fósforo. Estes nutrientes têm função na proteção
da visão, da pele e mucosas e no fortalecimento de dentes e ossos. O espinafre
possui ainda ação laxante e previne cálculos renais. Por ser riquíssimo em
carotenóides é um poderoso antioxidante e antioncogênico.
- Feijão: a mistura protéica do feijão com o arroz tem o poder de substituir a carne na
alimentação diária. Isso porque o feijão é rico no aminoácido lisina e tem como
aminoácido limitante a metionina. Já o arroz é rico em metionina e pobre em lisina.
Desta forma, ao comer um prato com arroz e feijão estamos fazendo uma mistura
protéica ideal para favorecer a absorção dos aminoácidos.
- Gergelim: utilizado em doces e salgados ou sob a forma de óleo, é rico em cálcio,
potássio, vitamina E, e ácidos graxos insaturados. Atua como antioxidante e na
prevenção de doenças cardiovasculares, tendo propriedades tão positivas quanto as
do azeite de oliva.
- Germe de trigo: por ter ação antioxidante, ajuda na prevenção de tumores e
doenças cardiovasculares e retarda o envelhecimento. Rico em vitamina E,
associado a alimentos que contenham zinco, é importante nutriente para as células
sexuais. Oferece ainda cálcio, magnésio, ferro e muitas fibras. Excelente
coadjuvante na prevenção e tratamento da prisão de ventre.
- Laranja: além dos benefícios da vitamina C, a laranja possui grande quantidade de
vitamina B1, cálcio, fósforo, potássio, ácido fólico e betacaroteno. Uma laranja
oferece toda a quantidade diária de vitamina C necessária ao organismo. É indicada
até em dietas de emagrecimento e, neste caso, podem ser consumidas até 10 por
dia, desde que sejam ingeridas com todo o bagaço (fibras) e não sob a forma de

20
suco. Já está comprovado cientificamente que a laranja é um excelente preventivo e
deve ser incluída até no tratamento do câncer de próstata por sua capacidade de
reduzir células cancerosas.
- Leveduras: fazem parte do reino Fungi e estão dispersas pelo ambiente,
participando de toda fermentação e transformação dos açúcares em álcoois. A mais
conhecida é a Sacharomyces cereviseae, presente na fermentação dos pães e na
fabricação de bebidas alcoólicas. Oferece proteínas (aminoácidos essenciais),
carboidratos e sais minerais (fósforo, cobalto, manganês, cobre e zinco), além de
vitaminas do Complexo B. Presentes também o ergosterol, precursor da vitamina D,
e o ácido nucléico, importante elemento biológico.
- Limão: tem todas as características positivas dos cítricos e oferece potentes
antioxidantes como a quercetina e os flavonóides. É indicado até no tratamento de
Alzheimer, reduz o colesterol e ajuda a prevenir os cânceres de cólon, mama e
pulmão. Na época das grandes navegações (século XV), conta-se que, numa
viagem de circunavegação da África, um capitão de esquadra abandonou em uma
ilha um grupo de marinheiros doentes de escorbuto. Para sua surpresa, na viagem
de retorno, aqueles marinheiros estavam vivos, fortes e saudáveis. Para se
alimentar, eles haviam consumido limões nativos e ficaram curados por causa da
grande quantidade de vitamina C. Depois disso, todo navio passou a levar uma
carga de limões para evitar o escorbuto nos marinheiros. Além disso, é bom para
combater infecções, arteriosclerose, pequenas hemorragias e fadiga, além de
favorecer a cicatrização.
- Maçã: há séculos os americanos costumam dizer que uma maçã por dia é
sinônimo de saúde e alegria. Rica em pectina, a maçã retarda a absorção da glicose
e auxilia na redução do mau colesterol (LDL). Oferece também flavonóides de
grande poder antioxidante. Com alto teor de potássio, protege o coração e agiliza a
eliminação do sódio excedente no organismo, o que facilita a redução de edemas
(inchaço). É muito utilizada no combate à diarréia infantil, colaborando na prevenção
da desidratação nos dias de forte calor por evitar a perda de água pelo intestino.
- Mamão: rico em licopeno e carotenóides tem importante ação antioxidante e
antioncogênica. Oferece ainda sais minerais (cálcio, fósforo, ferro, sódio e potássio)
e vitaminas A e C. Possui ainda uma substância chamada papaína, que é muito
benéfica ao funcionamento dos sistemas digestório e intestinal, agindo como laxativo
e na diminuição da flatulência (gases),

21
- Manga: alto teor de vitamina C e vitamina A (carotenóides), o que caracteriza a
ação antioxidante antioncogênica. Uma unidade pequena (100 g) de manga madura
é capaz de oferecer 100 mg de vitamina C. Por ser rica em fibras, não deve ser
proibida nas dietas de emagrecimento,
- Maracujá: chama-se passiflorina ou maracujina, a substância que confere ao
maracujá um alto valor sedativo (calmante e relaxante). As propriedades desta fruta
são conhecidas desde o tempo de nossos avôs e bisavôs, que também usavam
suas sementes como um poderoso vermífugo. Além disso, é rico em fibras, nas
vitaminas C, B2 e B5 e nos sais minerais ferro, magnésio, cálcio e fósforo.
- MeI: embora produzido por abelhas, o mel não costuma aparecer relacionado entre
os alimentos de origem animal. Suas propriedades funcionais são tantas que poderia
ser escrito um trabalho somente sobre este alimento. O mel fortalece o sistema
imunológico e tem poder antibacteriano, antiinflamatório, analgésico, sedativo,
expectorante e hipoalergênico. Oferece água, glicose, sacarose, ferro, sódio,
potássio, cloro, cálcio, enxofre, magnésio, fósforo, zinco e vitaminas A, C, E, e as do
Complexo B. Além do poder anti-séptico e bactericida, auxilia nos processos de
desintoxicação do organismo e facilita a digestão. Apesar de todos estes benefícios,
o mel não é recomendado a pessoas diabéticas por sua alta concentração de
açúcar,
- Morango: como fruta rica em vitamina C (Figura 06), tem ação antioxidante
(substância d-catequina) e antioncogênica, evita a fragilidade dos ossos e dá
resistência aos tecidos, além de agir contra infecções e ajudar nas cicatrizações e
ser diurético.

22
Figura 06. Morango rico em vitamina C.
Fonte: ABRIL.COM.BR. Disponível em:
<http://www.abril.com.br/noticias/comportamento/conheca-beneficios-morango-
usadocremes-pele-cabelos-433321.shtml>. Acesso em: outubro de 2020.

- Nozes: estudos realizados com pacientes americanos e de países mediterrâneos


comprovam que o consumo de nozes é importante na prevenção de doenças
cardiovasculares e reduz a incidência de morte súbita entre doentes deste grupo. As
nozes contêm grande quantidade de vitamina E, gorduras monoinsaturadas,
magnésio, potássio, cálcio, zinco e fibras. Também os consumidores de nozes têm
menos chance de desenvolver o mal de Alzheimer. Para obter estes benefícios,
basta comer uma porção de nozes (cerca de 30 g) duas vezes por semana.
- Óleos vegetais: com exceção do óleo de coco, óleo de folhas de palmeiras e do
óleo de babaçu, as gorduras vegetais são insaturadas, tornando-se agente
importante na prevenção de doenças cardiovasculares O óleo de oliva (azeite) e o
óleo de canola têm sido reconhecidos pela alta concentração de gorduras
insaturadas (ômega 3), mas seu preço de comercialização é muito superior ao do
óleo de soja, que também contém boa quantidade destes óleos essenciais (ômega
6). Sendo assim, do ponto de vista da saúde pública, o óleo de soja não deve ser
menosprezado, pois está ao alcance da população de menor poder aquisitivo e
possui significativa porcentagem de ácidos graxos insaturados de ação benéfica à
saúde.

23
- Palmito: alimento altamente nutritivo, fornecedor de fibras dietéticas e de baixa
caloria, o palmito oferece ainda vitaminas (C e Complexo B), gorduras
poliinsaturadas e sais minerais: ferro, magnésio, fósforo, zinco e selênio. Tem
função importante no processo de cicatrização dos tecidos e na prevenção de
hemorragias e doenças da próstata.
- Pimenta: O princípio ativo da maioria das pimentas é a capsaicina, que lhe dá o
sabor, aroma e ardência. Esta substância é um potente estimulador da circulação
sangüínea e alguns estudos mostram que as pessoas que consomem mais pimenta
estão menos sujeitas à formação de coágulos e à ocorrência de infartos.
- Repolho: rico em fibras e de baixa caloria, é indicado em dietas de emagrecimento.
Importante fonte de vitamina C e de sulforafeno, substâncias com ação antioxidante
e antioncogênica. Outro princípio ativo do repolho é o glicosinolato, que auxilia na
prevenção do câncer de cólon. Por conter certo teor de enxofre, produz cheiro forte
ao ser cozido e pode causar aumento de gases (flatulência).
- Soja: há milhares de anos, é reconhecida como um alimento de qualidade por seu
alto teor energético e pela excelência de sua proteína. Recentemente, pela
verificação de grande concentração de isoflavonóides (especialmente as isoflavonas
genesteína e daidzeina), foram comprovados os benefícios de sua utilização como
medicamento fitoterápico no tratamento alternativo dos sintomas da menopausa e
do climatério. Rica em fibras, vitamina B, ácido fólico, iodo, magnésio, potássio e
fósforo, a soja demonstra também efeitos benéficos na prevenção de tumores,
aterosclerose e na redução do mau colesterol (LDL). Já está comprovado também
que os melhores efeitos clínicos são obtidos com o consumo rotineiro da soja in
natura.
- Tomate: devido à alta concentração de licopeno (carotenóide), especialmente nos
frutos mais maduros, o tomate tem sido recomendado na prevenção dos cânceres
de mama ou de próstata. O tomate cru oferece 30 mg de licopeno por quilo,
enquanto o suco tem 150 mg por litro e o catchup 100 mg por quilo. Estudos já
mostraram que o consumo de tomate cozido em óleo (molhos) aumenta de 2 a 3
vezes a concentração de licopeno no sangue no dia seguinte. O mesmo não
acontece quando o tomate é ingerido cru e sem gordura. Isto significa que o
cozimento e a adição de um pouco de gordura aos tomates maduros facilitam a
absorção do licopeno.

24
- Uva: estudos realizados nas últimas décadas comprovam que a uva e,
principalmente, o vinho tinto, possuem grande concentração da substância
resveratrol, que diminui a viscosidade do sangue e tem potente ação antioxidante.
Desta forma, o consumo rotineiro e moderado (cerca de duas taças de vinho tinto
por dia) do vinho tinto é importante na prevenção da aterosclerose e evita a
formação de coágulos por diminuir a agregação plaquetária e dilatar os vasos
sangüíneos. Alguns trabalhos também indicam que o consumo moderado de álcool
pode ser um auxiliar na prevenção de demência em pessoas com idade acima de 60
anos.

Agora, apresentam-se alguns alimentos funcionais de origem animal:

- Carnes vermelhas: durante muitos anos, esta categoria alimentar foi execrada
pelos médicos e se criou uma mentalidade entre os leigos favorável à abstenção de
carnes vermelhas, o que tem sido, por exemplo, a principal causa de anemia entre
pessoas idosas. A carne vermelha oferece proteína de alto valor biológico com
aminoácidos essenciais (aqueles que não são sintetizados pelo organismo),
importantíssimos na construção de tecidos. É também a maior fonte de ferro,
fundamental na formação da hemoglobina, que transporta oxigênio a todos os
órgãos do corpo. A carne vermelha oferece ainda zinco, cálcio, fósforo, sódio,
potássio, enxofre, cloro, magnésio, cobre, níquel, manganês, substâncias
nitrogenadas e vitaminas do Complexo B. Frente a esta riqueza de nutrientes e a
esta ampla gama de funções benéficas, é preciso reafirmar: Em relação à
informação de que o consumo rotineiro de churrasco aumenta a incidência de
câncer, é preciso esclarecer que isso se deve aos resíduos da fumaça aderida à
carne e, principalmente, de sua associação com o vício de fumar. Para comer
churrasco moderada e tranquilamente, recomenda-se: não fumar e unir o prazer da
boa carne assada ao consumo de verduras, legumes e frutas com função
antioxidante e antioncogênica.
- Fígado: rico em ferro. É um dos alimentos mais indicados na prevenção e
tratamento de anemia ferropriva, o que significa também que é importante na
formação da hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio a todos os
tecidos orgânicos. A carne de fígado (Figura 07) oferece ainda sais minerais,

25
vitaminas do Complexo B e gorduras polinsaturadas, sendo estas indicadas na
prevenção de doenças cardiovasculares.

Figura 07. A carne de fígado é rica em ferro.


Fonte: SUSTENTAVELEORGANICO. BLOGSPOT.COM. Disponível em:
<http://sustentaveleorganico.blogspot.com.br/2012/03/figadoafinal-figado-faz-bem-
ou-fazmal.html>. Acesso em: outubro de e2020.

- Iogurte: milenarmente recomendado como alimento muito útil para o bom


funcionamento do intestino, o iogurte é obtido a partir da bactéria Lactabacillus
casei, responsável pela fermentação do leite. Hoje, estas bactérias são
denominadas FOS e se referem a probióticos como: bifidobacterium, lactobacillus,
streptococcus, enterococcus e escherichia. Quando os probióticos são ingeridos
juntamente com os prebióticos (oligossacarídeos presentes em alimentos como
banana, cebola, aspargo e alcachofra, entre outros) são potencializados seus efeitos
benéficos sobre o sistema intestinal. Além da prevenção de distúrbios intestinais, os
probióticos devem ser ingeridos principalmente no tratamento de gastrenterites e
diarréias e depois do uso de antibióticos. Quem já tem excesso de acidez gástrica
deve evitar o consumo de iogurtes.
- Leite: usado há milênios como alimento nos 5 continentes, o leite é a mais
completa fonte nutritiva em qualquer idade. Até os primeiros 6 meses de vida, o leite
materno é o alimento único e completo, sendo também a melhor fonte de água para
evitar a desidratação do bebê. O leite de vaca é considerado essencial até os 12
anos. No adulto, garante vida saudável; e na maturidade, previne a osteoporose.

26
Rico em cálcio em função da lactose, vitamina D, proteínas, carboidratos, sais
minerais e gorduras, o leite possui todos os ingredientes necessários ao bom
desenvolvimento da massa muscular e óssea. Desta forma, o consumo regular de
leite dispensa o uso de suplementos alimentares até mesmo por atletas. O leite só
não é indicado para as pessoas com dificuldade para processar a lactose e
apresentam sintomas de intolerância.
- Ovo: É uma das fontes nutricionais mais completas para gestantes, crianças e
jovens em crescimento, pois oferece proteínas de alto valor biológico, vitaminas e
sais minerais (principalmente ferro). Rico em gorduras, durante muito tempo, o ovo
foi considerado responsável pelo aumento do mau colesterol (LDL) causador de
doenças cardiovasculares, derrames e isquemias. Atualmente, sabe-se que é
justamente o contrário. O ovo é rico em gorduras polinsaturadas ômega 3, que
estimulam a formação do bom colesterol (HDL) e ajudam na prevenção de doenças
cardiovasculares.
- Queijo: Como derivado do leite oferece todos os seus benefícios, mas pelo elevado
grau de concentração disponibiliza uma quantidade ainda maior de cálcio. Rico em
proteínas essenciais e também na gordura ômega 6, que tem ação contra o mau
colesterol (LDL), função antioncogênica e ainda fortalece o sistema imunológico. A
quantidade de gordura varia de um queijo para outro, por exemplo: o queijo prato ou
lanche possui 40% de gordura; o tipo minas 20%; e os da categoria light, cerca de
25% a menos. Uma maneira prática de conhecer o teor de gordura de um queijo é a
sua cor: quanto mais amarelado for o queijo, maior será a quantidade de gordura em
sua composição.
- Salmão: A carne de salmão, além de rica em proteínas essenciais, oferece grande
quantidade de vitaminas do Complexo B, vitamina A, ferro e o melhor nível da
combinação entre as gorduras polinsaturadas ômega 3 e ômega 6. É, por isso, muito
importante na prevenção de doenças cardiovasculares. Recomenda-se o consumo
de salmão e outros peixes em 3 refeições por semana.

3 ALIMENTOS ORGÂNICOS

A sociedade vem passando por uma série de transformações ao longo dos últimos
trinta anos. Dentre estas transformações, os hábitos de consumo são um dos itens

27
particularmente interessantes de serem observados. Em plena era de ascensão dos
fast food, eis que surge uma corrente em prol de alimentos mais saudáveis que
prolonguem a vida e mantenham a saúde das pessoas, sendo que a produção
deste tipo de alimento deve ser realizada considerando o respeito ao meio
ambiente, e aspectos até então ignorados como, por exemplo, a qualidade de
vida de quem produz o alimento. Com esse apelo socioambiental, surge a
produção de alimentos orgânicos como um novo nicho de mercado para produtos
agrícolas e pecuários (CAVALCANTE et al., 2007).

A definição oficial de alimentos orgânicos é encontrada na lei 10.831 de 23 de


dezembro de 2003 que é a referência legal para os alimentos orgânicos:

“Art. 1º: Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo


aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do
uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à
integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a
sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios
sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável,
empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e
mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação
do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes,
em qualquer fase do processo de produção, processamento,
armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio
ambiente” (BRASIL, 2003).

A cultura e comercialização dos produtos orgânicos no Brasil foram aprovadas pela


Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Sua regulamentação, no entanto, ocorreu
apenas em 27 de dezembro de 2007 com a publicação do Decreto nº 6.323
(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2012).

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os sistemas orgânicos de


produção animal devem buscar:

I - seguir os princípios do bem-estar animal em todas as fases do


processo produtivo;
II - manter a higiene e saúde em todo o processo criatório, compatível
com a legislação sanitária vigente e com o emprego de produtos permitidos
para uso na produção orgânica;
III - a adoção de técnicas sanitárias preventivas;
IV - a oferta de alimentação nutritiva, saudável, de qualidade e em
quantidade adequada de acordo com as exigências nutricionais de cada
espécie;

28
V - a oferta de água de qualidade e em quantidade adequada, isenta de
agentes químicos e biológicos que possam comprometer sua saúde e vigor,
a qualidade dos produtos e os recursos naturais, de acordo com os
parâmetros especificados pela legislação vigente;
VI - utilizar instalações higiênicas, funcionais e adequadas a cada
espécie animal e local de criação; e
VII - destinar de forma ambientalmente adequada os resíduos da
produção (BRASIL, 2008).

Ainda em referência a mesma Instrução Normativa, no artigo 91, os sistemas


orgânicos de produção vegetal devem priorizar:

I - a utilização de material de propagação originário de espécies


vegetais adaptadas às condições edafoclimáticas locais e tolerantes a
pragas e doenças;
II - a reciclagem de matéria orgânica como base para a manutenção da
fertilidade do solo e a nutrição das plantas;
III - a manutenção da atividade biológica do solo, o equilíbrio de
nutrientes e a qualidade da água;
IV - a adoção de manejo de pragas e doenças que: a) respeite o
desenvolvimento natural das plantas;
b) respeite a sustentabilidade ambiental;
c) respeite a saúde humana e animal, inclusive em sua fase de
armazenamento; e
d) privilegie métodos culturais, físicos e biológicos;
V - a utilização de insumos que, em seu processo de obtenção,
utilização e armazenamento, não comprometam a estabilidade do habitat
natural e do agroecossistema, não representando ameaça ao meio
ambiente e à saúde humana e animal (BRASIL, 2008).

O Censo Agropecuário, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,


investigou, pela primeira vez em 2006, a prática de agricultura orgânica nos
estabelecimentos agropecuários (IBGE, 2006). Os estabelecimentos agropecuários
produtores de orgânicos representavam, aproximadamente, 1,8% do total
investigado. Na distribuição dos estabelecimentos produtores de orgânicos por
grupo de atividade econômica, predominavam a pecuária e criação de outros
animais, com 41,7% e a produção das lavouras temporárias, com 33,5%. Os
estabelecimentos com plantios de lavoura permanente e de horticultura/floricultura
figuravam com proporções de 10,4% e 9,9%, respectivamente, seguidos dos
orgânicos florestais (plantio e extração) com 3,8% do total (Tabela 02).

Tabela 2. Distribuição dos estabelecimentos produtores de orgânicos, segundo os


grupos da atividade econômica – Brasil, 2006.

29
Grupos da atividade econômica Distribuição dos estabelecimentos
produtores orgânicos

Absoluta Percentual (%)

Total 90.497 100

Produção de lavouras temporárias 30.168 33,34

Horticultura e floricultura 8.900 9,83

Produção de lavouras permanentes 9.557 10,56

Produção de sementes, mudas e outras


52 0,06
formas de propagação vegetal

Pecuária e criação de outros animais 38.014 42,01

Produção florestal – florestas plantadas 1.638 1,81

Produção florestal – florestas nativas 1.644 1,82

Pesca 153 0,17

Aquicultura 371 0,41


Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.

A busca da qualidade alimentar está se tornando uma das principais preocupações


dos consumidores conscientes. Atualmente, as motivações para o consumo de
alimentos orgânicos variam em função do país, da cultura e dos produtos que se
analisa. Todavia, observando países como Alemanha, Inglaterra, Austrália, Estados
Unidos, França, Dinamarca, Polônia e Costa Rica percebe-se que existe uma
tendência de o consumidor orgânico privilegiar, em primeiro lugar, aspectos
relacionados à saúde e sua ligação com os alimentos, em seguida ao meio ambiente
e, por último, a questão do sabor e frescor dos alimentos orgânicos.

No Brasil, a principal motivação para compra de alimentos orgânicos também está


ligada a preocupação com a saúde (DAROLT, 2003). Hoje, no Brasil, quem
consome os alimentos orgânicos são adultos e idosos pertencentes as classes
sociais A e B. E importante destacar que o desafio de levar o alimento orgânico para
as outras camadas da população não está relacionado apenas aos aspectos

30
técnicos (produção em quantidade, qualidade, regularidade e diversidade) e
econômicos (preços competitivos aos produtos convencionais), mas também aos
aspectos políticos e sociais.

Segundo o Instituto Biodinâmico (IBC), um certificador brasileiro reconhecido


internacionalmente, a produção orgânica no Brasil cresce 30% ao ano e ocupa
atualmente uma área de 6,5 milhões de hectares de terras, colocando o país na
segunda posição dentre os maiores produtores mundiais de orgânicos
principalmente devido ao extrativismo sustentável de castanha, açaí, pupunha, látex,
frutas e outras espécies das matas tropicais, principalmente da Amazônia. Cerca de
75% da produção nacional de orgânicos é exportada, principalmente para a Europa,
Estados Unidos e Japão. A soja, o café e o açúcar lideram as exportações. No
mercado interno, os produtos mais comuns são as hortaliças, seguidos de café,
açúcar, sucos, mel, geléias, feijão, cereais, laticínios, doces, chás e ervas medicinais
(MEGA 21, 2010).

No Brasil são produzidos mais de 30 tipos de produtos orgânicos, sendo que os


principais estados produtores e seus produtos são (DAROLT, 2007):
- São Paulo: suco de laranja, açúcar, frutas secas, hortaliças;
- Paraná: soja, açúcar mascavo, café, erva-mate, hortaliças;
- Minas Gerais: café;
- Bahia: cacau;
- Nordeste: castanha de caju, óleo de babaçu e dendê, frutas tropicais;
- Pará: óleo de palma, palmito;
- Amazonas: guaraná;
- Mato Grosso: carne bovina, soja;
- Rio Grande do Sul: arroz, vinho, frutas temperadas, hortigranjeiros;
- Santa Catarina: arroz, frutas temperadas, hortigranjeiros.

Na agricultura orgânica não é permitido o uso de substâncias que coloquem em


risco a saúde humana e o meio ambiente, tais como pesticidas, fertilizantes e
agrotóxicos. O Brasil, em função de possuir diferentes tipos de solo e clima é sem
dúvida um dos países com maior potencial para o crescimento da produção
orgânica.

31
Por outro lado, os agrotóxicos são produtos químicos que podem agredir o ser
humano e os recursos naturais. No Brasil, o consumo de agrotóxicos é grande. Em
2010, o Brasil utilizou cerca de 1 bilhão de litros de agrotóxico, em um negócio que
movimentou mais de sete bilhões de dólares. Para a Agência de Vigilância Sanitária
(ANVISA), os agrotóxicos são utilizados, no Brasil, sem levar em consideração a
existência ou não de autorização do Governo Federal para o uso em determinado
alimento. Esta é uma constatação dos dados do Programa de Análise de Resíduos
de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) divulgados pela ANVISA. Ainda, segundo
dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a segunda maior causa de intoxicação
depois de medicamentos é por agrotóxicos (CRN9, 2009).

A produção de alimentos por sistema convencional pode acarretar resíduos de


agrotóxicos em níveis preocupantes para a saúde pública. Pesquisa realizada pela
ANVISA mostrou que 28% de frutas, verduras e legumes, produzidos por meio do
sistema convencional, e comercializados em supermercados de 26 Estados (Acre,
Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins) apresentavam níveis de
agrotóxicos acima do limite permitido pela legislação, além de produtos não
autorizados (ANVISA, 2010).

O consumo de alimentos contendo resíduos de agrotóxicos, a médio e longo prazo,


pode levar a problemas hepáticos (cirroses) e oftalmológicos, distúrbios do sistema
nervoso central, do sistema reprodutivo, câncer e efeitos mutagênicos e
teratogênicos (SANTOS & MONTEIRO, 2004).

Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um ambiente de
produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os princípios
agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos
demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.

32
Quem nunca ouviu ou falou que orgânicos são caros? Mesmo reconhecendo o
potencial benefício de ter um alimento mais saudável, sem risco de contaminação
por agrotóxicos ou com excesso de adubos químicos, é altamente provável que os
leitores já ouviram ou falaram que os alimentos orgânicos são caros. Segundo Tivelli
(2012), os alimentos orgânicos são mais caros do que os convencionais por pelo
menos sete razões que passamos a relacionar a seguir.

A primeira é a certificação. Para serem comercializados, os alimentos orgânicos


precisam ser certificados. O agricultor orgânico precisa provar que o que produz
respeita todas as normas da produção, a legislação trabalhista e ambiental. Ele pode
escolher entre três opções que a legislação permite: contratar uma empresa para
fazer a certificação, organizar-se com seus vizinhos em um Sistema Participativo de
Garantia ou cadastrar-se no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), para, por meio do Controle Social, fazer a venda direta sem certificação. O
agricultor convencional não precisa nada disso.

A segunda é o período de conversão da área e a barreira de isolamento para


vizinhos não orgânicos. Para iniciar a produção orgânica, a maioria das
propriedades precisa passar por um período de adequação conhecido como período
de conversão. Neste período, que pode durar alguns anos, conforme normas do
MAPA, a produção não é mais feita pelo sistema convencional, mas ainda não pode
ser vendida como orgânica. Portanto, o agricultor normalmente vê sua produtividade
habitual reduzida e ainda não recebe o valor adicional de um produto orgânico.

Além do período de conversão da área a que todos os novos agricultores estão


sujeitos, muitas propriedades, por estarem inseridas em áreas com produção
convencional em seu entorno, precisam instalar e manter barreiras com os vizinhos
convencionais.

A barreira tem a finalidade de evitar a deriva de agrotóxicos provenientes do cultivo


convencional, e o deslocamento de pragas e doenças que normalmente estão em
desequilíbrio no vizinho convencional. Portanto, o agricultor orgânico tem que
reservar uma faixa sem produção no perímetro de sua propriedade para garantir a
qualidade de sua produção orgânica. Esta terra improdutiva não gera receita e,

33
portanto, deve ser computada no custo de produção do alimento orgânico. Isto é
especialmente significativo para agricultores familiares que dispõem de pequenas
áreas para produzir nossos alimentos orgânicos e sustentar a família deles.

A terceira razão para os produtos agropecuários orgânicos custarem mais do que o


similar convencional é a maior demanda de mão de obra. A agricultura orgânica
trabalha com compostos orgânicos, que requerem mão de obra para ser
compostados e distribuídos nas áreas de cultivo.

Aliado a isso há também a baixa retenção dos jovens na atividade agropecuária,


pois estes são atraídos pelo estilo de vida urbana e partem para as cidades para
estudar, trabalhar e constituir família, fazendo questão de esquecer a origem de
suas famílias, de nossas famílias. Ou seja, só se consegue manter a mão de obra se
esta for mais bem remunerada pelo seu serviço. Isso onera o custo de produção dos
alimentos orgânicos.

Em quarto lugar, o ciclo de produção de vegetais ou de formação de animais é maior


no sistema orgânico em relação ao convencional. Pelo fato de não utilizar adubos
prontamente solúveis para as plantas e promotores de crescimento na ração dos
animais, estes demoram mais para atingir o ponto de maior desenvolvimento para a
colheita ou abate, onerando o produto orgânico.

Uma lei de mercado aparece em quinto lugar nesta relação de motivos. A


conscientização na última década sobre questões ambientais e de saúde só faz
crescer a demanda por alimentos seguros e saudáveis. Como o setor produtivo não
oferece produtos na mesma velocidade que cresce a demanda, é natural haver um
sobrepreço no produto em qualquer área que seja regida pelas forças de mercado.
Para os orgânicos isso não é diferente.

A assistência técnica deficiente ou inexistente é o sexto motivo. Os agricultores


orgânicos estão praticamente abandonados à própria sorte. A assistência técnica
oficial para o cultivo orgânico e mesmo para o cultivo convencional foi desmontada
pelos governos estaduais nas últimas gestões em praticamente todos os Estados do
Brasil. Finalmente, em sétimo lugar, mas não menos importante do que os motivos

34
anteriores, está a falta de apoio à pesquisa e à transferência de tecnologia aos
agricultores familiares que produzem nossos alimentos, vestuário e bioenergia em
sistema orgânico.

Os produtos com certificação orgânica devem conter rótulos com informações sobre
a unidade de produção constando, no mínimo, o nome ou razão social, endereço e o
número do CNPJ ou CPF. A informação da qualidade orgânica nos rótulos deve ficar
na parte da frente do produto e será identificada pelo uso de termos como: orgânico,
produto orgânico e produto com ingredientes orgânicos. Esses termos podem ser
complementados pelas especificações ecológico, biodinâmico, da agricultura natural,
regenerativo, biológico, agroecológico, permacultura, extrativismo sustentável
orgânico e outros que atendam os princípios estabelecidos pela regulamentação da
produção orgânica (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO, 2008).

Para os produtos com ingredientes que não sejam de origem orgânica certificada,
incluindo os aditivos, prevê os seguintes cálculos, com exceção da água e sal
adicionados (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO,
2008).
- Produtos com 95% ou mais de ingredientes orgânicos certificados devem conter no
rótulo os ingredientes não-orgânicos;
- Produtos com 70% a 95% de ingredientes orgânicos certificados devem identificar
no rótulo os ingredientes orgânicos da seguinte maneira: PRODUTO COM
INGREDIENTES ORGÂNICOS;
- Os produtos com menos de 70% de ingredientes orgânicos certificados não
poderão ter nenhuma expressão sobre a qualidade orgânica.

Os alimentos orgânicos também possuem melhor valor nutricional bem como vários
benefícios à saúde.
Algumas pesquisas evidenciaram que produtos orgânicos tendem a conter maior
teor de micronutrientes como ferro, manganês e ácidos graxos poliinsaturados, além
de maior quantidade de compostos bioativos e algumas vitaminas, que previnem
contra o surgimento de doenças como o câncer. Mas, talvez o maior dos pontos
positivos, independentemente do valor nutricional, que parece estar muito mais

35
relacionado ao solo, seja o fato de os produtos orgânicos serem livres de
agrotóxicos (MENEZES, 2012).

As amostras de alface e tomate oriundas de cultivo orgânico apresentam um maior


valor energético, menor teor de umidade e maior teor de vitamina C (ARBOS et al.,
2010).

Premuzic e colaboradores (1998) compararam o conteúdo de ácido ascórbico ou


vitamina C de tomates cultivados com substrato orgânico aos tomates cultivados
hidroponicamente e também registraram um conteúdo maior de ácido ascórbico para
os frutos produzidos mediante utilização de composto orgânico.

Ren e colaboradores (2001) avaliaram o conteúdo de polifenóis de cinco hortaliças


(couve, repolho chinês, espinafre, alho e pimentão verde) amplamente consumidas
no Japão, produzidas pelo cultivo orgânico e convencional.

Os conteúdos dos orgânicos em flavonóides (quercetina) e ácido caféico foram de


1,3 a 10,4 vezes superiores aos encontrados nos convencionais, sugerindo assim a
influência exercida por diferentes práticas de cultivo.

Vale lembrar que o maior valor nutricional dos produtos orgânicos não é conclusiva,
pois uma ampla gama de fatores que pode afetar a composição dos alimentos
(genéticos, práticas agronômicas, clima e condições de pós-colheita) faz com que as
pesquisas sobre o valor nutricional de alimentos, produzidos orgânica e
convencionalmente, tornem-se difíceis de serem estabelecidas e seus resultados
interpretados de forma consistente. No entanto, devido ao crescente interesse pelo
tema e ao aumento da produção e do consumo de alimentos orgânicos, maior
número de pesquisas deve ser implementado neste sentido.

Uma dieta orgânica pode ainda proporcionar uma melhoria nos indicadores
hematológicos, refletindo-se num sistema imunológico mais eficaz, resultado que
precisa ser confirmado por mais pesquisas de longo prazo de exposição (BARANKA
et. al., 2007). Esses resultados foram obtidos também em laboratório alimentando
duas gerações de ratos com dieta orgânica comparada à convencional.

36
Em outro estudo com aves (galinhas), Huber (2009) confirmou que animais tratados
com dietas provenientes de formas de cultivo diferenciadas (orgânico e
convencional) apresentaram diferenças em aspectos fisiológicos. De acordo com a
pesquisa, as aves que receberam a dieta convencional tiveram um crescimento mais
rápido e apresentaram maior peso final. Em síntese, a interpretação global é que
animais (aves) tratados com alimentos orgânicos tiveram um maior potencial para
reatividade imunológica, apresentando parâmetros imunológicos mais eficazes,
confirmando o que aconteceu com os ratos.

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