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Índice

1.Introdução..............................................................................................................................2

1.1.Objectivos...........................................................................................................................2

1.2.Geral...................................................................................................................................2

1.3.Específicos..........................................................................................................................2

2.A desnutrição.........................................................................................................................3

2.1.Tipo de suplementação existente no pais e sua Aplicação.................................................3

3.Desenho do Estudo detalhado e a metodologia de implementação.......................................4

3.2.Duração do Estudo..............................................................................................................5

3.3.Medicamentos e suplementos de rotina..............................................................................5

3.4.Tratamento da Desnutrição Aguda Moderada com ASPU.................................................5

4.Cuidados a ter na administração de ATPU à criança............................................................6

4.1.Monitoria individual durante as consultas de controlo.......................................................6

5.Conclusão..............................................................................................................................7

6.Referencias Bibliograficas.....................................................................................................8
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1. Introdução
Moçambique é um país localizado na zona subsaariana, onde a desnutrição é um problema
de saúde significativo, afetando cerca de 30% das crianças menores de cinco anos, de acordo
com a Organização Mundial de Saúde (2013). Nos últimos tempos, o governo de
Moçambique tem se empenhado em enfrentar a insuficiência alimentar no país. No entanto,
a falta de coordenação efetiva das atividades multissetoriais tem sido um obstáculo para
garantir a Segurança Alimentar e Nutricional. A desnutrição em crianças menores de cinco
anos é um grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, devido às suas
consequências negativas no crescimento, desenvolvimento intelectual e sobrevivência
infantil (OMS & MISAU, 2011). Embora a atenção primária reconheça a desnutrição como
um problema de saúde pública, compreender a dimensão social desse problema é complexo.

Neste estudo, além da introdução que contextualiza o tema, serão abordados os principais
conceitos relacionados à desnutrição e será apresentado um detalhamento do desenho do
estudo e da metodologia de implementação. Por fim, serão apresentadas as considerações
finais do estudo, seguidas de recomendações para estudos futuros na área e para a melhoria
da implementação do Programa de Reabilitação Nutricional em Moçambique.

1.1. Objectivos

1.2. Geral
 Analisar as principais causas da desnutrição em crianças menores de 5 anos.

1.3. Específicos
 Discutir as consequências físicas, cognitivas e sociais da desnutrição infantil.
 Explorar as intervenções e programas existentes para prevenir e tratar a desnutrição
em crianças.
 Identificar os desafios e obstáculos enfrentados na luta contra a desnutrição infantil.
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2. A desnutrição
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2004), a desnutrição ou subnutrição é um
estado patológico causado pela falta de ingestão ou absorção adequada de nutrientes pelo
organismo. Ela pode ser classificada como aguda ou crônica, dependendo da gravidade e do
quadro clínico apresentado (OMS, 2004).

Conforme definido pela OMS (2010), o estado nutricional ótimo de um indivíduo é


caracterizado pela manutenção dos processos vitais de sobrevivência, crescimento,
desenvolvimento e atividade.

A definição da desnutrição em crianças menores de cinco anos é complexa devido à variação


nos quadros clínicos e às múltiplas causas envolvidas. No entanto, pode-se afirmar que a
desnutrição é um estado em que há deficiência de energia, proteínas e outros nutrientes,
levando a alterações físicas, teciduais e funcionais que se refletem em resultados clínicos. É
importante ressaltar que a desnutrição não se limita apenas ao aspecto proteico-calórico, pois
também envolve deficiências de micronutrientes e macronutrientes (LOCHS et al, 2006;
SOBOTKA, 2008).

2.1. Tipo de suplementação existente no pais e sua Aplicação


No contexto de Moçambique, há três tipos de produtos alimentares terapêuticos disponíveis
para o tratamento da desnutrição aguda moderada (DAM). Esses produtos são o alimento
suplementar pronto para uso (ASPU), as misturas alimentícias enriquecidas (MAE) e o
alimento terapêutico pronto para uso (ATPU).

O alimento suplementar pronto para uso é um produto especialmente desenvolvido para


tratar a desnutrição aguda moderada. Cada saqueta contém 100g e fornece 540 kcal, 12,1g
de proteínas e 35g de gordura. É recomendado como primeira opção de tratamento para
todas as crianças com desnutrição aguda moderada a partir dos 6 meses de idade, com
prioridade para as crianças mais novas.

As misturas alimentícias enriquecidas são compostas por uma combinação de diferentes


ingredientes, como cereais, soja, leguminosas, sementes oleaginosas, leite em pó desnatado,
açúcar e/ou óleo vegetal. Esses ingredientes são moídos, misturados e pré-cozidos por meio
de extrusão ou torragem. Em seguida, são enriquecidos com uma pré-mistura de vitaminas e
minerais. Uma das misturas alimentícias enriquecidas mais comumente utilizadas em
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Moçambique é o "CSB Plus", que consiste em uma mistura de milho e soja com adição de
vitaminas e minerais. Quando utilizado para o tratamento de desnutrição aguda moderada, a
mistura alimentícia enriquecida deve ter uma composição nutricional semelhante à do CSB
Plus.

No Protocolo de Reabilitação Nutricional, os produtos terapêuticos são embalados em


saquetas pequenas, representando as quantidades diárias recomendadas para consumo,
especialmente para crianças. Isso é ilustrado na figura abaixo.

O ASPU é o tratamento inicial recomendado para pacientes com DAM e deve ser
administrado a todos com 6 meses ou mais. Quando não há ASPU suficiente para todos os
grupos-alvo, as crianças de 6 a 59 meses devem ter prioridade, seguidas pela MAE para
crianças com 5 anos ou mais e adolescentes. O ATPU pode ser usado como alternativa
apenas quando não há ASPU disponível para crianças de 6 a 59 meses e MAE para crianças
e adolescentes de 5 a 14 anos. Se não houver ATPU suficiente para crianças e adolescentes
de 6 meses a 14 anos com DAM, eles não devem recebê-lo. Nesses casos, é importante
fornecer aconselhamento nutricional e demonstrações culinárias.

3. Desenho do Estudo detalhado e a metodologia de implementação


Dados a colher do Paciente:

Nome, Idade, Raça, Nacionalidade, residência, Sintomas,

3.1. Exame Físico

Inspecção:

Ao realizar uma avaliação, observamos a cor do cabelo e dos olhos, verificamos a incoação
dos olhos, o estado da pele, o peso e altura da criança, além da presença de edema bilateral.
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3.2. Duração do Estudo


De acordo com o estudo, a reabilitação de crianças com DAM prevê um período de dois
meses para a recuperação completa da criança.

Metodologia de Implementação

3.3. Medicamentos e suplementos de rotina


Desparasitante

Segundo as diretrizes, o Mebendazol ou Albendazol devem ser administrados regularmente


a todas as crianças a partir dos 12 meses de idade, desde que não tenham recebido a
medicação nos últimos 6 meses. O registro deve ser feito na ficha de registo de rotina para
Mebendazol.

3.4. Tratamento da Desnutrição Aguda Moderada com ASPU


A prioridade na distribuição do ATPU é para crianças e adolescentes com desnutrição aguda
grave (DAG). Nas áreas onde não há ATPU suficiente para esses casos, as crianças e
adolescentes com desnutrição aguda moderada (DAM) não devem receber o ATPU. Antes
de receber o ATPU, a criança ou adolescente deve passar por um teste de apetite para
garantir que eles gostem e consigam comer o alimento. Após a confirmação de que passaram
no teste, a mãe pode receber a quantidade de ATPU para um mês na farmácia. O ATPU está
disponível em saquetas de papel de alumínio de 92g, e a quantidade a ser fornecida depende
da embalagem disponível e da condição da criança ou adolescente, conforme indicado na
tabela.

Idade da Total saquetas Total saquetas Total saquetas Total saquetas


criança de ATPU para 24 de ATPU para 7 de ATPU para 15 de ATPU para 30
horas dias dias dias
6-59 meses 1 7 15 30

A cada visita de controle na Unidade Sanitária, a mãe ou provedor de cuidados recebe da


farmácia uma quantidade de ATPU para um mês. No entanto, essa quantidade é apenas um
suplemento e é menor do que a quantidade terapêutica necessária para tratar uma criança ou
adolescente com desnutrição aguda grave.
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4. Cuidados a ter na administração de ATPU à criança


É importante informar e lembrar sempre a mãe ou provedor de cuidados que o ATPU é
essencial como medicamento para tratar a desnutrição e é crucial para a recuperação da
criança.

Além disso, é importante mostrar a eles como abrir a embalagem do ATPU e como
administrá-lo corretamente à criança.

Também é fundamental explicar que a criança deve completar todas as doses diárias do
ATPU, preferencialmente antes de receber qualquer outra comida.

4.1. Monitoria individual durante as consultas de controlo


Os seguintes parâmetros devem ser monitorados e registados a cada visita:

Antropometria

 Peso

Estatura (comprimento ou altura)

Exame físico

 Presença de edema bilateral


 Ganho de peso

Os critérios de alta do tratamento de DAM são os seguintes:

Para identificar crianças elegíveis, é necessário verificar se elas têm entre 6 e 59 meses de
idade com um peso para a estatura igual ou superior a -1 desvio padrão em duas pesagens
consecutivas. Além disso, as crianças de 5 a 14 anos devem ter um índice de massa corporal
para idade igual ou superior a -1 desvio padrão em duas pesagens consecutivas ou um peso
para a idade igual ou superior a 14,5 centímetros em duas avaliações consecutivas.

11-14 anos: ≥ 18,5 cm

Após o tratamento, é importante realizar um acompanhamento mensal por mais 3 meses para
garantir que a criança ou adolescente mantenha um peso para a estatura ou um índice de
massa corporal para idade igual ou superior a -1 desvio padrão, e um peso para idade acima
do limite considerado normal para a idade.
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5. Conclusão
No contexto moçambicano, a desnutrição em menores de 5 anos continua sendo um desafio
significativo para a saúde e o desenvolvimento das crianças. Apesar dos esforços
empreendidos por governos, organizações não-governamentais e outras partes interessadas,
a prevalência persistente da desnutrição infantil destaca a necessidade urgente de uma
abordagem mais abrangente e coordenada.

Para combater eficazmente a desnutrição em Moçambique, é essencial uma estratégia


integrada que aborde não apenas as causas imediatas, como a falta de acesso a alimentos
nutritivos, mas também os determinantes subjacentes, como a pobreza, acesso limitado aos
serviços de saúde e educação nutricional inadequada. Isso requer uma colaboração estreita
entre os setores de saúde, agricultura, educação e desenvolvimento social, com um foco
especial nas comunidades mais vulneráveis.

Além disso, é crucial investir em programas de nutrição específicos para crianças,


promovendo a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, acesso a alimentos
complementares nutritivos, cuidados de saúde preventivos e tratamento oportuno de doenças
relacionadas à desnutrição. Ao mesmo tempo, é importante fortalecer os sistemas de saúde
para garantir que os serviços estejam disponíveis e acessíveis a todas as crianças,
especialmente aquelas que vivem em áreas remotas ou desfavorecidas.

Embora os desafios sejam grandes, o compromisso renovado com a nutrição infantil e o


investimento em políticas e programas eficazes podem ajudar a transformar a realidade das
crianças mocambicanas, garantindo que cada uma delas tenha a oportunidade de crescer
saudável, feliz e com todo o potencial que merece.
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6. Referencias Bibliograficas
Black, R. E., Victora, C. G., Walker, S. P., Bhutta, Z. A., Christian, P., de Onis, M., ... &
Uauy, R. (2013). Maternal and child undernutrition and overweight in low-income and
middle-income countries. The Lancet, 382(9890), 427-451.

UNICEF. (2020). Levels and Trends in Child Malnutrition: Key Findings of the 2020
Edition of the Joint Child Malnutrition Estimates. UNICEF, WHO, World Bank Group.

World Health Organization. (2019). Guideline: protecting, promoting and supporting


breastfeeding in facilities providing maternity and newborn services.

Victora, C. G., Adair, L., Fall, C., Hallal, P. C., Martorell, R., Richter, L., & Sachdev, H. S.
(2008). Maternal and child undernutrition: consequences for adult health and human capital.
The Lancet, 371(9609), 340-357.

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