joel 1

REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

EDITORA
CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS

R454

Revista mais educação [recurso eletrônico] / [Editora chefe] Prof.ª

Mestre Fatima Ramalho Lefone - Vol. 4, n. 10 (Dezembro 2021) -.
São Caetano do Sul: Editora Centro Educacional Sem Fronteiras,
2021

895p.: il. color

Mensal
Modo de acesso: <https://www.revistamaiseducacao.com/sumario-
v4-n10-2021>
ISSN:2595-9611 (on-line)
DOI: https://doi.org/10.51778/2595-9611.v4i10
Data da publicação: 31/12/2021

1.Educação. 2. Pedagogia. I Ramalho Lefone, Fatima, ed. II. Título

CDU: 37
CDD: 370

Gustavo Moura – Bibliotecário CRB-8/9587

www.revistamaiseducacao.com
E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com

Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 – Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417

2
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

EDITORIAL CONSELHO EDITORIAL

Rodrigo da Silva Gomes
A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E A CIDADANIA EM Patrícia Regina de Moraes Barillari
Lindalva Freitas
UMA SOCIEDADE LIVRE
Lucinéia Contiero
“Me movo como educador porque, primeiro, me movo como gente” Jayson Magno da Silva
(Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, 2008, p.94) Luiz Gonzaga Lapa Júnior
Mário Cézar Amorim de Oliveira
As rápidas transformações, que estamos vivenciando na sociedade Marcos Serafim dos Santos
tecnológica, estão acarretando desafios até então não discutidos nas relações Humberto Lourenção
humanas, e no exercício da cidadania. As redes sociais ganharam uma
Marcus Vinicius de Melo Oliveira
notoriedade sem precedentes, onde “cancelar” ou “lacrar” uma pessoa,
midiática ou não, não é considerado imoral, é simplesmente comum. A Alex Rodolfo Carneiro
inquietação por trazer o tema da Educação em Direitos Humanos (EDH) veio a Hercules Guimarães Honorato
reboque do dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado no dia 10 de William Bezerra Figueiredo
dezembro. Ao começarmos a percorrer a EDH, resolvemos separar as palavras- Teresa da Glória Paulo
chave que compõem o título, conceituando-as e, ao final, juntá-las no cadinho Elias Rocha Gonçalves
chamado Dignidade Humana. Jean Jacques Rousseau, em seu livro Emílio ou Da Gabriel Gomes de Oliveira
Educação, deixa claro que o crescimento da educação, poderá vir dos homens, Jónata Ferreira de Moura
da natureza ou das coisas. Com o percurso de diversos fenômenos sociais como
guerras, revoltas e revoluções, o ideal de Bem-Estar Social se concretizou na EDITORA-CHEFE
Declaração Universal do Direito do Homem, de 1948, apresentando em seu Fatima Ramalho Lefone
artigo I que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com REVISÃO E NORMALIZAÇÃO
espírito de fraternidade”. Caminhando pela nossa Carta Magna, destacamos, DE TEXTOS
entre os seus princípios fundamentais, o direito à dignidade da pessoa humana, Fatima Ramalho Lefone
como estabelecem o art. 5º, dos direitos e deveres individuais e coletivos, que Rodrigo da Silva Gomes
todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, com
direito à vida e à segurança, e o art. 6º, dos direitos sociais, à educação, ao
trabalho, à segurança. Norberto Bobbio, em seu clássico A Era dos Direitos, PROGRAMAÇÃO VISUAL E
argumenta que todos os homens são iguais, onde essa “igualdade” se encontra DIAGRAMAÇÃO
no gozo da liberdade, e que nenhum indivíduo pode ter mais liberdade que Fabíola Larissa Tavares
outro. Assim, a cidadania está além do exercício do direito ao voto e de ser
votado nas eleições, mas o exercício da condição social ampla, em que valores PROJETO GRÁFICO
de respeito e tolerância com as diferenças sejam construtores de humanização. Mônica Magalnik
Como uma sociedade livre, entende-se que deve haver uma luta constante de
todos contra as discriminações praticadas sobre as diversidades socioculturais, COPYRIGTH
de identidade de gênero, de etnia, de raça, de credo, de orientação sexual, de REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
minorias e de diferenças, que em suma significaria um sentimento de Editora Centro Educacional Sem
fraternidade. Ao colocarmos em pauta a EDH, podemos destacar que ela é um Fronteiras (Dezembro, 2021) - SP
processo de construção da pessoa para toda a vida, sem limite de idade, para
todos os setores da sociedade, e todos os níveis e modalidades de educação, Publicação Mensal e
como estabelece o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, lançado multidisciplinar vinculada a
em 2003, cujos objetivos enfatizam o papel dos direitos humanos na construção Editora Centro Educacional Sem
de uma sociedade justa, equitativa e democrática. No item sobre formação e Fronteiras.
capacitação de profissionais desse plano, as diretrizes curriculares para a Os artigos assinados são de
formação inicial e continuada de profissionais em educação em direitos
responsabilidade exclusiva dos
humanos deve ser estabelecida, nos vários níveis e modalidades de ensino. Ao
navegarmos pela Resolução CNE/CP no 2, de 20 de dezembro de 2019, que autores e não expressam,
definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de necessariamente, a opinião do
Professores para a Educação Básica, podemos destacar, como um dos Conselho Editorial
fundamentos pedagógicos, o compromisso previsto com a sua educação É permitida a reprodução total ou
integral, visando formas de conduta que respeitem e valorizem a diversidade, parcial dos artigos desta revista,
os direitos humanos entre outros, ressaltando a preocupação na EDH. As desde que citada a fonte.
palavras de Paulo Freire epigrafadas deixam claro que nós, educadores, somos Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º
mais do que indivíduos com conhecimentos que veem em seu aprendiz, não andar sala 313|314 - Centro
apenas como receptáculo de conteúdos curriculares, mas o movimento em ser São Caetano do Sul – SP CEP:
gente, de ser humano, de ser tolerante e solidário, como uma maneira ampla 09510-111
de ver o mudo ao seu redor, de ser participante ativo e crítico de sua
comunidade, amplificando sentimentos de respeito e valores humanitários. Ao
final, o que pretendemos, com essas poucas palavras, é ressignificar a formação
de nossos estudantes em Direitos Humanos, tornando-o contributo importante
3
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

para o exercício da cidadania plena, democrática, de tolerância e solidariedade com o outro ou outra, criando condições
que sustentem, em estruturas fortes e firmes, a dignidade humana, por meio do respeito aos valores culturais, e ao
pensamento com retidão em relação às futuras escolhas.

Professor Hercules Guimarães Honorato

Professor do Núcleo de Implantação de Instituto Naval de Pós-Graduação, Rio de Janeiro, Brasil. Mestre em Educação,
Especialista em Gestão Internacional e Docência do Ensino Superior, MBA em Logística e Bacharel em Ciências Navais
(Administração).
Autor do livro: “Relato de uma Experiência Acadêmica: O ‘Eu’ professor-pesquisador”, volumes I, II e III.

4
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

100 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO

SUMÁRIO PROCESSO EDUCATIVO DA EDUCAÇÃO
BÁSICA NA ESCOLA MUNICIPAL IZIDORIA
QUIRINO
10 “TZUMÉ”: O JOGO DIGITAL COMO
Regiany Castro Correia
FERRAMENTA PARA O ENSINO DA HISTÓRIA
LOCAL DE CABO FRIO
116 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO
Marianna Tobias de Carvalho
INFANTIL
Carlos Augusto Fernandes Filho
Cássia Aparecida de Souza
Margarete Pereira Friedrich
124 A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE E
24 A AFETIVIDADE COMO FATOR
DO MEIO AMBIENTE
FUNDAMENTAL NO PROCESSO DE ENSINO-
Suzete Alves de Oliveira
APRENDIZAGEM
Jeruza Santos Souza e Souza
137 A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR COM O
LÚDICO NOS PRIMEIROS ANOS DO ENSINO
31 A APRENDIZAGEM DO SISTEMA
FUNDAMENTAL
MONETÁRIO: RECURSO AOS JOGOS
Fernanda Cristina Correa
MATEMÁTICOS
Tatiana Lima Passos
146 A INFLUÊNCIA DO AFETO E DA MEDIAÇÃO
NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA
41 A CONSTRUÇÃO DOS LIMITES NO
EDUCAÇÃO INFANTIL
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Joice Pereira Belém
Roberta do Carmo
Adriana Rafael da Silva
José Thiago Silva dos Santos
49 A CRIANÇA E SEU DESENVOLVIMENTO
Josinaldo Monteiro da Silva
DURANTE O PROCESSO ENSINO
Paulo Sóstenes Silva Nascimento
APRENDIZAGEM
Elias Eduardo da Silva
175 A INTERNET E A PRÁTICA EDUCATIVA
Regiany Castro Correia
59 A EVOLUÇÃO DA LEI DE DIRETRIZES E BASES
– LDB 9394/1996 NA REALIDADE ATUAL
190 A LITERATURA INFANTIL
Ana Paula Quintanilha Bastos de Jesus
Josiane Cristina do Amaral
71 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE 2ª
200 A RELAÇÃO ESCOLA, PROFESSORES E
LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA: ANÁLISES,
FAMÍLIA: UMA ESTRATÉGIA NECESSÁRIA
REFLEXÕES E PERSPECTIVAS - IMPLICAÇÕES,
Elisangela Aparecida Souza Lemes da Silva
DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA A
DOCÊNCIA NA CONTEMPORANEIDADE
219 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DAS
Hildeci de Souza Dantas
CLASSES MULTISSERIADAS NA EDUCAÇÃO
DO CAMPO
90 A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO DO
Elivelton Costa Oliveira
PROFESSOR VOLTADA PARA EDUCAÇÃO
INFANTIL
233 A TRANSIÇÃO DOS ALUNOS COM
Weslley Nunes de Souza
NECESSIDADES EDUCACIONAIS PARA A VIDA
PÓS ESCOLAR
Tania do Amaral Gomes
Fátima Paiva Coelho

5
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
249 ABORDAGEM DAS QUESTÕES DE GÊNERO E
SEXUALIDADE NAS ESCOLAS: ESTRATÉGIA
PARA A NÃO PREVALÊNCIA DO BULLYING
João da Silva Machado
Débora Raquel da Costa Milani
264 AS CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA NOS
PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
Maria das Dores de Barros Venâncio
Vânia de Sousa Mata Silva
Damião de Lima Silva
Iranilda Campelo de Lima
Alesandra Felinto Campelo de Oliveira
Ana Régia de Medeiros Siqueira Silva
Ana Karenine de Medeiros Siqueira Melo
Simone Cortez de Farias Dantas
276 AULAS REMOTAS EM TEMPOS DE
PANDEMIA DA COVID 19: BREVE REFLEXÃO
Maria Luiza Gomes Vasconcelos
Maria Aparecida da Costa Santos
Edna Lemes Martins Pereira
287 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Glaucia Regina Ultramari de Lima
299 AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA: ASPECTOS,
CONCEITOS E IMPLICAÇÕES AO
RENDIMENTO DA APRENDIZAGEM
Luciano dos Santos
Mônica Freire Marinho Felinto
Damião de Lima Silva
Pauleânia Ronny de Lima Silva
Dilma Carla da Costa
Uriel Diêgo dos Santos
Joelma Celestino da Silva Martins
Eleika da Silva Dantas
310 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR:
NOVAS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS À LUZ
DO CONCEITO DE INTERDISCIPLINARIDADE
Luciano dos Santos
Maria das Dores de Barros Venâncio
Santana Borges de Oliveira
Simone Cortez de Farias Dantas
Maria Deneycarla Campêlo de Oliveira
Maria Sânzia Nascimento de Almeida Silva
Sandra Maria Vasco de Oliveira Lira
Iacira Lopes dos Santos Santana
6
320 BATATINHA FRITA, UM, DOIS TRÊS: A MÍDIA
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Adine Cordeiro Betioli
329 COMUNICAÇÃO DO NÃO ESPERADO:
REFLEXÕES PARA UMA CONVIVÊNCIA
HARMÔNICA NO AMBIENTE ESCOLAR
Luiz Gonzaga Lapa Junior
339 CONTEXTUALIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE JOGO
DIDÁTICO NO ENSINO DE FUNÇÕES
ORGÂNICAS UTILIZANDO A TEMÁTICA
COSMÉTICOS
Priscila Morais de Araújo
Raila Vieira dos Santos
Diana Silva de Sousa
Orlando Lima de Sousa Ferreira
Thiciana Silva Sousa Cole
351 CONTEXTUALIZANDO AS DIFERENTES
LINGUAGENS ARTÍSTICAS E SUA
IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
Adriana Ramos Matos
371 CRIANÇA E O DESENHO
Rosangela Lima Santos
380 DA NECESSIDADE AOS DESAFIOS DA
INSERÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
DIGITAIS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DAS
ESCOLAS PÚBLICAS: CEJA
Patrícia Costa de Abreu
Margarete Pereira Friedrich
395 DESAFIO DE SER PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
INFANTIL NO BRASIL
Janaina Amescua
403 DIREITO FUNDAMENTAL À
CONSTITUCIONALIDADE DA SEGURANÇA
PÚBLICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO
BRASILEIRO (1988 - 2020)
Mauro Lúcio Batista Cazarotti
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
414 DIREITO PENAL E A AMBIVALÊNCIA POR
TRÁS DA GUERRA ÀS DROGAS
Diego Calafiori Pontes Caldas
Giuliano Aldavez Nogueira
André Boaz Mott
423 DIREITO PENAL ECONÔMICO: A NATUREZA
(FISCO)TRIBUTÁRIA DO CRIME DE
DESCAMINHO E A DESTINAÇÃO LEGAL DOS
PRODUTOS APREENDIDOS
Andréa Queiroz Fabri
Mauro Lúcio Batista Cazarotti
Rodrigo Nogueira de Oliveira
436 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OLHAR PARA O
AUTISMO
Fabiana de Oliveira Godoi
450 EQUILÍBRIO NO FLUXO NA FREQUÊNCIA DOS
ALUNOS DA EJA: ESTUDO DE CASO NA
PREFEITURA DE SÃO PAULO
Eliseu Ribeiro Silva Filho
465 ESTRATÉGIAS E AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE
LETRAMENTO ESCOLAR
Regiany Castro Correia
481 ESTUDO SOBRE CONCEPÇÕES DOCENTES E
ABORDAGEM DO TEMA EVOLUÇÃO
BIOLÓGICA: UMA ANÁLISE NAS ESCOLAS
PÚBLICAS DA PARAÍBA E RIO GRANDE DO
NORTE
Taísa Alves Pereira Da Costa
Talita Kelly Pinheiro Lucena
Marcus José Conceição Lopes
494 GESTÃO DE PESSOAS: SUA CONTRIBUIÇÃO
COMO FERRAMENTA MOTIVACIONAL DOS
PROFISSIONAIS DENTRO DE UMA
ORGANIZAÇÃO
Andria Tamara dos Santos Gomes
Jeicy dos Santos Bitencourt
Thaisa Chaves Damaso
Malinalia Marcião
7
511 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI Nº
8.429/92: AS CONSEQUÊNCIAS DO
ROMPIMENTO DOS PRINCÍPIOS
ELEMENTARES DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA PELOS AGENTES
Mauro Lúcio Batista Cazarotti
Rodrigo Nogueira de Oliveira
528 INCLUSÃO E INOVAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE
OS ANAIS DO SIMPÓSIO DE ENSINO,
PESQUISA E EXTENSÃO DO IF SUDESTE MG
Felipe Almeida de Mello
João Eudes da Silva
544 INSERINDO O LÚDICO NOS ANOS INICIAIS
PARA FIXAR A APREDIZAGEM E DESPERTAR
VALORES
Paulo Sóstenes Silva Nascimento
Adriana Rafael da Silva
Joice Pereira Belém
Josinaldo Monteiro da Silva
José Thiago Silva dos Santos
553 JOGOS COOPERATIVOS
Simone Aparecida Brugugnoli
561 JUNTOS E MISTURADOS: TURMAS
MULTIETÁRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Sandra Maria de Sousa Ferreira
569 LESÕES CEREBELARES E MANIFESTAÇÕES
COGNITIVO-AFETIVAS NA DOENÇA DE
ALZHEIMER
Marina Rocha Martins
Anna Luísa Pereira
Mac Gayver Silva Castro
578 LUDICIDADE E APRENDIZAGEM: CONCEITOS
QUE SE ENTRELAÇAM
Melissa Rodrigues Garcia
587 LUDICIDADE: PRIORIZANDO O BRINCAR
Andreia Soares Vieira
593 MÃO DE OBRA PRISIONAL, E A
RESSOCIALIZAÇÃO
Diego Calafiori Pontes Caldas
Giuliano Aldavez Nogueira
André Boaz Mott
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
604 MEDITAÇÃO DE ATENÇÃO PLENA E
EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA NO ENSINO
REMOTO
Lucas Rumeningg Nunes de Moura
Romildo de Albuquerque Nogueira
619 MINDFULNESS COMO FERRAMENTA
TERAPÊUTICA NO ÂMBITO ACADÊMICO
Eliene Alves Rezende
Jucimar Souza Ribeiro
Wesley Rafael dos Santos
626 O CONTO DE FADAS NO LETRAMENTO E
ALFABETIZAÇÃO
Elaine Oliveira Santos
641 O CUIDAR NOS CENTROS DE EDUCAÇÃO
INFANTIL E A URGÊNCIA DE FORMAÇÃO
PARA LIDAR COM A DIVERSIDADE
Michelle Gonçalves do Nascimento Faria
651 O DESENHO E A FORMA DE SE EXPRESSAR
DAS CRIANÇAS
Ana Patrícia Correia de Araújo
666 O IDEÁRIO NEOLIBERAL E OS IMPACTOS NA
POLÍTICA EDUCACIONAL DO BRASIL
Livia Masson Antonini
Maria Eduarda Oliveira Rosario
Neide Aparecida de Souza Lehfeld
Elizabeth Regina Negri Barbosa
Angelita Marcia Carreira Gandolfi Lanca
679 O PAPEL PEDAGÓGICO DO GESTOR DA
ESCOLA DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
Elizabete Lima de Matos Pedrosa
688 O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
DAS OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS NO CICLO
DE ALFABETIZAÇÃO COM O USO DA
TECNOLOGIA
Adriano Correa Toledo Costa
697 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO LEITOR
Angélica Gonçalves Do Espírito Santo De
Oliveira
Cleonice Molina de Oliveira
Ivone Torres Gomes
Thais Cristina Pereira Torres
Thamires Aparecida Pereira Torres
8
709 O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DA SOMBRA
A PARTIR DA ANÁLISE DO FILME ALÉM DA
MORTE
Wesley Rafael dos Santos
Osmarina Rodrigues Andrade
720 O PROFESSOR E AS TECNOLOGIAS
ASSISTIVAS: UM NOVO CAMINHO PARA A
INCLUSÃO DOS ALUNOS COM SÍNDROME DE
DOWN
Jussara Cristina da Silva Carvalho
Wenderson Buenos Aires
Margarete Pereira Friedrich
735 O PSICÓLOGO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA: UMA PRÁTICA PSICOSSOCIAL?
Fabiana Darc Miranda
747 OS DIFERENTES PAPEÍS DENTRO DA
UNIDADE ESCOLAR
Ruth Fabiana Caetano da Silva
754 OS IMPACTOS NEGATIVOS DA PUBLICIDADE
ABUSIVA PARA A SOCIEDADE
Juliana Batista Mota Gorgone Barbosa
763 PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA
IDADE CERTA (PNAIC): ESBOÇO, FORMAÇÃO
DOCENTE E PROPOSTAS PEDAGÓGICAS EM
PAUTA
Luciano dos Santos
Yara Alves Damião de Lima
Josefa Valdeci dos Santos Dantas
Márcia Nogueira de Souza Silva
Ana Zélia da Silva Felinto
Edinalva Mata de Oliveira
Ivanilza Medeiros da Silva
Pauliany Daniely da Silva Oliveira Araújo
772 PANDEMIA E EDUCAÇÃO: DIFICULDADES DA
INCLUSÃO DO DISCENTE PRESENCIAL NA
MODALIDADE EAD
Erivan Glaucio Fleury da Costa Soares
Marilia Nunes de Souza Olimpio
Ericson dos Santos Olimpio
Paula Roberta de Menezes Guimaraes
Flavio José Ribeiro Guimarães
Jerfeson de Barros Soprano
Ralyne Lima de Souza Guerreiro
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

782 PEDAGOGIA DE PROJETOS: CRIATIVIDADE, 854 RECIFE: DA CIDADE MAURÍCIA À VENEZA

PROTAGONISMO E INOVAÇÃO PEDAGÓGICA
Luciano dos Santos
Yara Alves Damião de Lima
Francilene Borges de Oliveira
Ademí Eduardo Santa Rosa
Simone Cortez de Farias Dantas
Erlã Costa da Silva
Massy de Andrade Marques
Vânia de Sousa Mata Silva
791 PERFIL NEUROQUÍMICO DO CIRCUITO
CÉREBRO-CEREBELO-TÁLAMO CORTICAL NA
DOENÇA DE ALZHEIMER
Marina Rocha Martins
Anna Luísa Pereira
Mac Gayver Silva Castro
BRASILEIRA
Narapoam Soares de Souza
870 TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO:
RECURSO ALTERNATIVO OU PRÁTICA
OBRIGATÓRIA?
Luciano dos Santos
Robson José de Moura Silva
Geraldo Rodrigues de Paiva
Selma Dantas Ferraz de Aguiar
Francimária de Aquino Silva
Juliana Galdino dos Santos
880 TRANSTORNO DO
NEURODESENVOLVIMENTO DISLEXIA PHDA
Marialda de Almeida Santiago

801 PRÁTICAS DOCENTES ÉTNICO-RACIAIS: UMA 887 VIOLÊNCIA POLICIAL E O PRINCÍPIO DA

POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI
11.645/08
José Thiago Silva dos Santos
Adriana Rafael da Silva
Joice Pereira Belém
Josinaldo Monteiro da Silva
Paulo Sóstenes Silva Nascimento
DIGNIDADE: ADENTRANDO NO DEBATE DOS
DIREITOS HUMANOS
Diego Calafiori Pontes Caldas
Giuliano Aldavez Nogueira
André Boaz Mott

818 PROFESSOR DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL

COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO EM
BUSCA DE CONSTANTE FORMAÇÃO EM
PERMANENTE EXERCÍCIO DE QUALIDADE NA
EDUCAÇÃO
Bruna Daniela Sales Coelho

828 PROJETO DE EXTENSÃO RE_INVENTAR

INCENTIVA O ENSINO DE ENGENHARIA
DESDE O ENSINO FUNDAMENTAL
Ana Clara Hackenhaar Kellermann
Jorge André Ribas Moraes
Adriano Bombardieri
André Luiz Emmel Silva
Luiz Fernando Oliveira

846 RACISMO ESTRUTURAL

Wagneia Marinho Lacerda

9
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

PROFESSOR DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL

COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO EM
BUSCA DE CONSTANTE FORMAÇÃO EM
PERMANENTE EXERCÍCIO DE QUALIDADE NA
EDUCAÇÃO
Bruna Daniela Sales Coelho 1

RESUMO: Este artigo busca apresentar a jornada do professor enquanto agente de mudança para
um ensino qualitativo e quantitativo, pensando que este modus operandi enquanto condição
para alcançar um objetivo modifica os resultados comumente conhecidos, permitindo uma
perspectiva constitutiva de mudança em relação ao status quo vivenciado na Educação,
atualmente quando alçamos a está a condição de construtora para uma Sociedade mais justa e
igualitária. Para uma pesquisa com vistas a um ensino de qualidade, conceitos e condições
contrárias serão analisados como também transformações ressaltadas pela mudança na práxis
educativa dos profissionais da educação e sua consequente diferenciação das concepções para
um ensino de qualidade.

Palavras-Chave: Qualitativo; Quantitativo; Condição; Sociedade; Educação.

1Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I na Rede Municipal de São Paulo

Graduação: Licenciatura em Letras; Licenciatura em Pedagogia.

818
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

TEACHER OF THE MUNICIPAL PUBLIC NETWORK AS A

TRANSFORMATION AGENT IN SEARCH OF CONSTANT TRAINING IN
PERMANENT QUALITY EXERCISE IN EDUCATION
ABSTRACT: This article seeks to present the teacher's journey as an agent of change towards
qualitative and quantitative teaching, thinking that this modus operandi as a condition to reach
an objective modifies the commonly known results, allowing a constitutive perspective of change
in relation to the status quo experienced in Education , currently when we raise the condition of
being a builder for a more just and egalitarian Society. For a research with a view to quality
teaching, contrary concepts and conditions will be analyzed as well as transformations highlighted
by the change in the educational praxis of education professionals and its consequent
differentiation from the conceptions for quality teaching.

Keywords: Qualitative; Quantitative; Condition; Society; Education.

819
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO
Os processos desenvolvidos atualmente no
cotidiano escolar brasileiro, com especial foco
para a Escola Pública brasileira, partindo do
ideário enquanto construto social da escola
como única responsável pela produção de bens
e serviços imprescindíveis a sociedade. Para
tanto formaria em tese cidadãos educados,
com competência e comprometimento por
meio de pressupostos científicos dessa maneira
modificando a realidade social vigente. A
formação do professor como entrave para o
alcance da idealizada condição como única
responsável perpassa um imaginário onde lhe é
atribuído o papel de único responsável pela
mudança o que exige compreensão da
dinâmica a qual envolve o papel do professor
enquanto agente transformador.
MÉTODO
Pensar na jornada percorrida pelo e no
sistema educacional, iniciaremos nossa
trajetória personificada por meio do
documento Ratio Studiorum, elaborado em
1599 base do conteúdo elaborado pela Igreja, a
qual surgiu com o objetivo de ensinar a prática
cristã aos índios, assim como também sua
relação além de objetivos políticos e
econômicos. Surge então o maior dificultador,
o problema da linguagem. Como ensinar
aqueles que não falavam o português do Brasil,
não liam e não escreviam? A solução
encontrada foi iniciar uma escola que
priorizasse a leitura e a escrita elaborando um
plano de estudos com duas etapas principais a
primeira priorizando o ensino da língua, o
segundo religião e alfabetização. Saltando para
2018 a Secretaria Municipal de Educação
820
(SME), iniciou um processo de implementação
– na rede municipal de ensino- do Currículo da
Cidade para o Ensino Fundamental, segundo o
qual; O ciclo de alfabetização(1º ao 3º ano) é
entendido como tempo sequencial de três anos
que permite as crianças construírem seus
saberes, de forma contínua respeitando seus
ritmos e modos de ser, agir, pensar, e se
expressar. Nesse período priorizavam-se os
tempos e espaços escolares e as propostas
pedagógicas que possibilitem o aprendizado da
leitura e da escrita e da alfabetização
matemática e científica bem como as
ampliações de relações sociais e afetivas nos
diferentes espaços vivenciados. p.42
Construindo uma relação destes fatos em
diferentes momentos históricos na Educação
podemos observar uma tentativa que perdura
com o tempo, a intenção de estabelecer como
prioridade o ensino da leitura e da escrita até
os dias atuais, sendo seguidos por objetivos
como alfabetização matemática e científica. O
que nos faz pensar na evolução do ensino
desde sua intenção inicial com o documento
curricular Ratio Studiorum, documento que se
constituía do Ensino da Gramática Média e
Superior das humanidades como Retórica,
Filosofia e Teologia. Iniciando um ensino
centrado nas Letras a pretensão de formação
de um país organizado, objetivando uma
sociedade hierarquizada pelo acesso à
alfabetização, ou seja, teria mais condições de
prosperar aquele que aprendesse a ler e a
escrever. Perpassando por um documento
implementado e elaborado já em 2018, o
Currículo da Cidade de São Paulo, utilizado
pelas escolas da rede municipal de Educação
onde o denominado Ciclo de Alfabetização (1º
ao 3º ano) têm como prioridade o aprendizado
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
da leitura e da escrita, chegando neste
momento que estamos vivendo atualmente,
entre os anos de 2020 há 2021, perpassamos
uma trajetória de mais de 500 anos na
educação, o Brasil continua enfrentando
desafios na área educacional, até hoje, porém
as expectativas e exigências não são mais as
mesmas. Traçando um panorama atual temos
vivido um período pandêmico devido à
disseminação e contágio do Coronavírus,
também conhecido como Covid-19 (a Covid-19
é uma doença causada pelo Coronavírus
denominado Sars-Covi-2, que apresenta um
espectro clínico variando de infecções
assintomáticas a quadros graves), modificando
nossa realidade em vários aspectos sendo um
dos principais a Educação, ao escancarar uma
realidade calcada na desigualdade em que se
supôs que a TECNOLOGIA seria a grande
salvadora da Educação ao levar a diversos lares
informação e conectividade em tempo real.
Contraditoriamente nos deparamos com
antigos problemas como acesso a internet para
todos divergir totalmente da realidade vivida,
resultando em aulas remotas feitas ás pressas
e ensino híbrido irreal. (Moisés)1999.
É claro que o professor por si só, não é capaz
de transformar a realidade que ultrapassa a
escola e têm suas origens no econômico e
sociopolítico, mas sua competência com
profissional da educação é com certeza, um dos
fatores de grande peso quando pensamos na
melhoria da qualidade de ensino.
Esse ensino idealizado pressupõe
treinamento, plataformas, recursos
regulamentações o que demanda um
investimento de todo um sistema de ensino
onde o professor enquanto agente
transformador recebe formação continuada, o
que lhe possibilitaria preencher as lacunas no
ensino em momento tão atípico na história que
não possui precedentes em se tratando de
distanciamento social e teletrabalho.
É necessário que os seres humanos, a partir
da consciência da riqueza natural e humana
convertam essas situações em oportunidades
de superação. Pensar a liberdade do ser
humano remete as condições de lugar e tempo
onde as “situações limite” estão para além do
[...] contorno infranqueável onde terminam
todas as possibilidades, mas a margem real de
onde começam as mais ricas possibilidades
(VIEIRA, 1960, V.2 p, 284).
Repensar a maneira como fazemos e
vivemos Educação em 2021, atualizaria a
própria escola que ainda segue os moldes do
século XVIII. Onde inevitavelmente
encontraríamos mais defasagens como
questões estruturais, orçamentárias, além de
motivacionais em se tratando de carreira do
profissional da educação. Para reiterar as
regulações que incidem diretamente sobre o
trabalho do professor, com especial foco na
carreira docente, torna-se imprescindível
problematizar o processo de
institucionalização da escola pública como
reflexo da modernidade. Compreender o lugar
social da profissão ao mesmo tempo em que se
institui a função de professor normatiza
aspectos tais como formas de ingresso,
formação exigida, carreira dentre outros. Freire
afirma que “[...] quem ensina aprende ao
ensinar e quem aprende ensina ao aprender.”
e (FREIRE, 2016, p, 24-25).
O principal debate da educação básica
brasileira recaiu sobre a questão da qualidade
do ensino, devido a quase Universalização do
Ensino Fundamental, nas últimas décadas do
821
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
século XX, trazendo à tona à relevância dos
professores enquanto formadores de opinião
por meio de sua pesquisa constante e formação
permanente influenciarem positivamente seus
alunos, na busca por autonomia, criticidade e
cidadania. Pesquisar, educar e ensinar é a
tríplice fundamentação na busca por qualidade
da educação. Pesquisa aqui deve frisar não me
referindo apenas no nível da educação
institucional, mas, a atitude cotidiana do
aprender aprendendo.
Freire (2016), afirma:
Se na experiência da minha formação que
deve ser permanente começo por aceitar que o
FORMADOR É O SUJEITO em relação a quem
me considero o OBJETO, que ele é o sujeito
QUE ME FORMA e eu, o objeto por ele
FORMADO me considero como um paciente
que recebe os conhecimentos – conteúdos -
acumulados pelo sujeito que sabe e que são a
mim transferidos. Nesta forma de
compreender e de viver o processo formador,
eu, objeto agora terei a possibilidade de
amanhã, de me formar o FALSO SUJEITO da
“formação” do futuro objeto do meu ato
formador.” (FREIRE, 2016 p, 24-25).
Munidos da percepção de que a essência da
educação emancipatória está ancorada em
uma formação continuada baseada na
pesquisa, e consequente capacidade de
desenvolver conhecimento próprio,
desafiaremos os educandos a atualizarem
constantemente sua formação teórica com
eficácia política, por meio de um conhecimento
estimulado de maneira eficaz e duradoura.
Assim o aluno irá desenvolver um espírito
pesquisador e interessado pelas coisas que
existem, ele desenvolverá uma necessidade
por aprender, tornando-se um ser
822
questionador e crítico da realidade que o
circunda (LIBÂNEO, 2005 p.302).
Como motivar os alunos a aprender? Como
motivar um comportamento que implicaria do
aluno, um conjunto de atitudes como
participação, expectativa, interesses,
motivação e atenção de modo a querer
aprender a conhecer, fazer enquanto convive e
socializa. Um caminho possível seria instigar
competências e habilidades ao desenvolver,
aptidões conceituais e procedimentais. Para
isso seria interessante ensinar técnicas de
estudo, que viriam a culminar em um interesse
especial por aprender. Remetendo-nos a
capacidade de autoaprendizagem do aluno,
pensando sempre no respeito que o educador
deve ter considerando o ritmo único no
processo de evolução individual, pensando na
criança e ou adolescente em sua completude
sob a perspectiva do desenvolvimento humano
ao levar em consideração fatores como
estrutura social e cultural, psicologia e biologia.
O desenvolvimento do aluno tem forte ligação
com o ambiente em que vive, desde a maneira
como a família se relaciona com este até sua
formação por meio das experiências que são
vivenciadas por toda a vida. O ideal seria que
todas as crianças e ou adolescentes tivessem as
mesmas oportunidades, tanto em relação á
estímulos para seu desenvolvimento como
ambiente familiar acolhedor, alimentação,
estrutura física e psicológica, mas, vivemos em
um mundo desigual e principalmente em um
país extremamente desigual como o Brasil.
O abismo social, econômico, cultural,
educacional que vivemos não surgiu após a
pandemia devido à Covid-19, as rupturas já
existiam de muito tempo com a situação
potencializada pelo contexto pandêmico
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
havendo um acirramento, panorama que
descortinou e instigou desigualdades já
existentes. Ao referir-me a desigualdades
sociais faz-se necessário frisar que estas
abarcam vários tipos desde oportunidades até
resultados, escolaridade, renda, gênero, entre
outros com o Brasil ocupando a 8º posição no
Relatório de Desenvolvimento Humano em
2021, uma publicação anual publicada pelo
Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento. Até pouco tempo atrás, não
tínhamos um estado de bem estar social, ou
seja, todos buscavam por serviços como
educação, saúde e assistência por iniciativa
própria, o que constitui por si só um fator de
desigualdade muito pesado, pois, se o governo
não oferece esses serviços adequadamente
para o mais desfavorecido isso resulta em
diminuição da renda familiar aumentando
assim o desequilíbrio. A constituição federal de
1988 foi o primeiro passo na história do país na
busca por redução as desigualdades. Um dos
grandes fatores para continuidade desta
trajetória permeada por desigualdades
concentra-se na construção e configuração do
círculo vicioso da pobreza.
Constituição da República Federativo
Brasil(1988), Art.205:
A Educação direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho(BRASIL,1988).
Sob a perspectiva econômica o ciclo da
pobreza é uma “série de fatores ou eventos
pelos quais a pobreza uma vez iniciada
permanece até que seja, interrompida por uma
intervenção externa”. Para sair do estado de
823
miséria, é preciso investimento em educação e
consequente profissionalização, porém, sendo
a pobreza um estado de miséria que causa
sofrimento por insuficiência de itens básicos
como alimentação que consequentemente
provoca problemas de saúde,
comprometimentos no desenvolvimento das
crianças, além de consequências mais graves
como doenças. Hoje no Brasil, há uma tripla
carga de má nutrição, em que desnutrição e
deficiência de micro nutrientes coexistem com
sobrepeso e a obesidade, associados a doenças
crônicas não transmissíveis. O maior ônus da
má nutrição em todas as suas formas recai
sobre adolescentes e crianças de comunidades
marginalizadas. Onde estão localizadas a
maioria das escolas municipais de São Paulo
sendo sua área de maior desempenho. Um
processo justo e democrático como também
meritocrático, mas, como também pode sofrer
efeitos problemáticos, os candidatos há
professores melhor classificados escolhem a
escola de sua preferência, a qual possua um
bom ambiente de trabalho por avaliação
pessoal. Para efeito problemático existe uma
rotatividade muito grande de profissionais da
educação (diretores, coordenadores,
professores), o que institui a questão
primordial ao tratarmos de qualidade na
educação, como construir um Projeto Político
Pedagógico consistente?
Sua dimensão política se vincula ao
compromisso com a formação do cidadão para
um tipo de sociedade. [...] Na dimensão
pedagógica reside a possibilidade de efetivação
da intencionalidade da escola, que é a
formação do cidadão participativo,
responsável, compromissado, crítico e criativo.
[...] Político e pedagógico assim uma
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
significação indissociável. Nesse sentido é que
se deve considerar o projeto político
pedagógico como um processo permanente de
reflexão e discussão dos problemas da escola,
na busca de alternativas viáveis à efetivação de
sua intencionalidade. [...] Por outro lado,
propicia a vivência democrática necessária para
a participação de todos os membros da
comunidade escolar e o exercício da cidadania.
Pode parecer complicado, mas, trata-se de uma
relação recíproca entre a dimensão política e a
dimensão pedagógica da escola (VEIGA, 2000
p.13).
Considerar o PPP como uma ferramenta de
planejamento e avaliação fundamentais que irá
definir a identidade da escola e os caminhos
que irá percorrer para alcançar um ensino de
qualidade. Via de regra este profissional da
educação vinculado a este projeto político
pedagógico conjuntamente com outros
profissionais da área como diretores,
coordenadores, auxiliares técnicos de
educação, supervisores entre outros, e claro
com uma prática condizente com a realidade
vivenciada na e pela comunidade do entorno. O
que nos coloca em um dilema quanto ao
período atípico vivido entre 2020 e 2021 na
educação devido ao contexto pandêmico
ocasionado pelo Covid-19 com as escolas
fechadas e o ensino remoto implementado.
Está nova realidade escancara a desigualdade,
com a necessidade que se coloca a sociedade
quando governantes decidem manter as
escolas abertas para garantir alimentação para
as crianças. Este modelo de atendimento as
2Extremamente importante, essencial; que não se pode
nem se consegue dispensar; indispensável: educação
de qualidade é condição sine qua non para o
crescimento de um país. Algo indispensável ou essencial
824
crianças e ou adolescentes desfavorecidas
iniciou-se em 1879 sendo designado há época
de assistencialista, uma escola baseada em
ordem sanitária e alimentar, com assistência
social mais especificamente na educação
infantil. Desde então muita coisa havia mudado
na educação, ressalto no passado a colocação,
pois, um ensino voltado a discutir os avanços e
retrocessos, considerando os vários desafios
pelos quais a Educação enfrenta diariamente.
Priorizarei aqui o discurso no qual se respeita a
qualificação do professor que atua na área.
Enfatizando o porquê investir na formação
continuada do profissional da educação
quando esta vive um momento de grande
precarização e retrocesso devido ao
Assistencialismo instaurado no período em
questão.
Culminando em uma defesa da valorização
dos trabalhadores em educação tanto inseridos
em um contexto de classe social,
historicamente desvalorizados nacionalmente,
como uma condição SINE QUA NON2 para a 1
excelência da escola pública, integrando assim
políticas sistêmicas de investimento
educacional. São exigências, portanto,
justificáveis da categoria jornada compatíveis
com os afazeres escolares, carreira atraente
com salários compatíveis, dessa maneira
garantindo presença destes profissionais em
cursos de formação inicial e continuada assim
como participação no processo de elaboração e
condução do projeto político pedagógico da
escola. A qualidade educacional tão almejada
requer, contudo, também a Regulamentação
para que outra coisa aconteça; obrigatório: ter a ficha
limpa é condição sine qua non para disputar as eleições.
Etimologia (origem de sine qua non). Do latim sine 'sem',
qua 'o qual', non 'não'. (https://www.dicio.com.br/sine-
qua-non/)
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

do Custo Aluno Qualidade - CAQ (estratégia

s20.6 a 20.8 do PNE- representa avanço em
relação ao padrão mínimo, pois, considera o
caráter dinâmico de conceito de custo por
aluno como também a capacidade econômica
do país.) Trata-se de uma portaria
interministerial N3, que altera a gestão do
fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação FUNDEB, diminui o
valor mínimo nacional a ser investido por aluno
anualmente, como também anula os ganhos
salariais dos professores da Educação Pública
para 2021. O mais importante instrumento
para o financiamento da educação básica inclui
também a remuneração dos profissionais da
educação, com menos investimentos a
valorização dos professores fica prejudicada.
Assim como implementação de amplo conjunto
de Políticas Públicas capazes de garantir
acesso, permanência e aprendizagem dos
estudantes. Condições adequadas de trabalho
dos profissionais da educação representam
parte fundamental na busca por este objetivo,
concomitante a infraestrutura escolar, dos
mecanismos de gestão democrática (os quais
acessem e reverberem na construção de
projetos, políticos, pedagógicos engajados com
as expectativas e anseios de comunidade),
garantindo todos os insumos necessários ao
padrão de qualidade reivindicado.

825
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perpassamos durante a trajetória em busca de elucidar como o professor enquanto agente
de transformação busca formação permanente ao vislumbrar um ensino de qualidade por um
panorama na educação desde 1599 por meio do documento Ratio Studiorum em uma época em
que ensinar limitava-se, a saber, ler e escrever. Já atualmente diante de uma lacuna de mais de
500 anos nossa instituição escolar, tal qual a conhecemos, defasada em questões estruturais,
orçamentárias, com necessidades prementes como repensar a maneira como fazemos e vivemos
Educação que em pleno ano de 2021 ainda segue os moldes do século XVIII. Tratando-se de
estarmos em pleno século XXI em um ano atípico na história a qual não possuem precedentes,
trazendo à tona uma realidade vivida em um contexto pandêmico devido a disseminação e
contenção do Coronavírus, o qual nos obrigou ao distanciamento evidenciando novas e
contundentes adequações escolares como ensino híbrido, aulas remotas, videoaulas o que nos
direciona a formação permanente do professor colocada a prova em um curto período de tempo
para adaptação as plataformas, sistemas, recursos e regulamentações escancarando uma
realidade calcada na desigualdade, em que se supôs que a tecnologia seria a grande salvadora
conectando pessoas e seus interesses em tempo real, enquanto a escola continua debatendo-se
com problemas antigos como acesso à internet para todos ainda infelizmente ser um sonho
distante no Brasil. Entre expectativas frustradas e uma realidade difícil está o professor –
profissional da educação tentando compreender o lugar social de sua profissão, ao mesmo tempo
em que se institui a função de professor normatizando-se aspectos tais como formas de ingresso,
formação exigida, plano de carreira entre outros. Trazendo-nos aos dias atuais em que o principal
debate recai sobre a qualidade do ensino, trazendo a relevância dos professores enquanto
formadores de opinião tendo como base suas pesquisas constantes para formarem-se
permanentemente influenciando positivamente por meio de seu exemplo seus alunos, em sua
busca por autonomia, criticidade e cidadania. Levando-nos a uma defesa da valorização dos
profissionais da educação tratando-se especificamente dos professores da rede pública municipal
da cidade de São Paulo, por meio de políticas sistemáticas de investimento educacional assim
como também como meio para alcançar um fim em si mesmo- a qualidade educacional-requer a
regulamentação do Custo Aluno Qualidade além de implementação de amplo conjunto de
políticas públicas capazes de garantir acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes.

826
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

REFERÊNCIAS
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências
educacionais e profissão docente. São Paulo Cortez, 1998.

LÚCIA, Maria. O desafio de saber ensinar. 4ª edição Campinas. São Paulo. Papirus,1999.

VIEIRA, Pinto Álvaro. Consciência e realidade nacional. Rio de Janeiro: ISEB 1960 2v.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra 2016.

VEIGA, I.P.A. Projeto político Pedagógico da escola uma construção possível. Campinas
SP, Papirus Editora, 2000 p, 13.

827
 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

www.revistamaiseducacao.com
E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com

Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 - Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417

EDITORA
CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS