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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

EDITORA
CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS

R454

Revista mais educação [recurso eletrônico] / [Editora chefe] Prof.ª


Mestre Fatima Ramalho Lefone - Vol. 4, n. 3 (Maio 2021) -. São
Caetano do Sul: Editora Centro Educacional Sem Fronteiras, 2021

1099p.: il. color

Mensal
Modo de acesso: <https://www.revistamaiseducacao.com/sumario-
v4-n3-2021>
ISSN:2595-9611 (on-line)
DOI: https://doi.org/10.51778/2595-9611.v4i3
Data da publicação: 31/05/2021

1.Educação. 2. Pedagogia. I Ramalho Lefone, Fatima, ed. II. Título


CDU: 37
CDD: 370

Gustavo Moura – Bibliotecário CRB-8/9587

www.revistamaiseducacao.com
E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com

Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 – Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

EDITORIAL CONSELHO EDITORIAL


Rodrigo da Silva Gomes
Patrícia Regina de Moraes Barillari
INOVAÇÃO EM EDUCAÇÃO Lindalva Freitas
Lucinéia Contiero
Em tempos de pandemia como o atual momento de Jayson Magno da Silva
enfrentamento no contexto mundial desde o aparecimento do vírus SARS- Luiz Gonzaga Lapa Júnior
COV-2 no final do ano 2019 em Wuhan na China, causador da COVID-19, Mário Cézar Amorim de Oliveira
muito tem se falado em práticas de educação inovadoras, quer seja com Marcos Serafim dos Santos
propostas e modelos (re)orientados e (re)pensados em termos de Humberto Lourenção
educação remota ou de ensino híbrido etc. Marcus Vinicius de Melo Oliveira
Tais práticas se revelam nas tentativas implementadas pelas redes Alex Rodolfo Carneiro
de ensino, quer sejam em escolas públicas e privadas, desde o anúncio da Hercules Guimarães Honorato
situação de emergência provocada pela pandemia em março de 2020, William Bezerra Figueiredo
ocasião em que governos em diferentes estados e municípios do Brasil Teresa da Glória Paulo
iniciaram a saga no combate ao inimigo invisível que obrigou mudanças Elias Rocha Gonçalves
nos currículos das instituições, em seu próprio acontecer. Gabriel Gomes de Oliveira
Essas mudanças impuseram aos sujeitos do currículo – governos, Jónata Ferreira de Moura
gestores, professores, estudantes, e comunidades – novos desafios na
manutenção do papel social que as escolas exercem em seus territórios, EDITORA-CHEFE
obrigando, ainda que tímida ou forçadamente, o uso das Tecnologias Fatima Ramalho Lefone
Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), aliadas ao potencial de
REVISÃO E NORMALIZAÇÃO
mobilidade e conexão, em seus contextos.
DE TEXTOS
Até então por muitos demonizada, envolta a críticas basistas e de
Fatima Ramalho Lefone
senso comum, tomada como criatura ameaçadora, em uma relação Rodrigo da Silva Gomes
esquizofrênica entre o medo e a negação, estava agora as TDIC em um
horizonte de possibilidades, perspectivas e oportunidades à educação, a PROGRAMAÇÃO VISUAL E
escola, ao currículo e aos seus sujeitos. DIAGRAMAÇÃO
Ao mesmo passo, a conexão à Internet se torna condição sine qua Fabíola Larissa Tavares
non para a garantia da efetividade do desenvolvimento desse novo
currículo que se (re)desenhava nesses contextos, uma vez que na PROJETO GRÁFICO
educação remota ou ensino híbrido nesse novo contexto, ela se torna Mônica Magalnik
fundamental.
Assim, escuta-se muito falar que esse contexto traz no pano de COPYRIGTH
fundo uma prática inovadora, muito mais associada ao uso das TDIC e o REVISTA MAIS EDUCAÇÃO
acesso (ou não) a Internet, do que ligada ao que o currículo em seu Editora Centro Educacional Sem
desenvolvimento pode trazer no tocante a inovação. Fronteiras (Maio, 2021) - SP
Na etimologia, a palavra inovação do latim innovatĭo,ōnis significa
renovação, inserir o novo, a novidade, innovare. Há quem diga, Publicação Mensal e
equivocamente, que as tecnologias é algo novo, contudo, esquece que as multidisciplinar vinculada a
tecnologias remontam por si só o próprio acontecer humano, desde os Editora Centro Educacional Sem
Fronteiras.
tempos mais remotas de sua história, e o que temos hoje, é um outro
Os artigos assinados são de
momento do desenvolvimento das tecnologias, com as TDIC e uma gama
responsabilidade exclusiva dos
de possibilidades e conexões que elas podem oportunizar aos sujeitos, autores e não expressam,
sobretudo aos sujeitos do currículo, quando incorporadas e integradas às necessariamente, a opinião do
suas práticas e seus projetos pedagógicos. Conselho Editorial
Em educação, a palavra inovação aparece mais com um efeito É permitida a reprodução total ou
cosmético e muito ligada a ideia de melhoria, com o intuito de transmitir parcial dos artigos desta revista,
uma comunicação de qualidade, algo positivo, como sinônimo de mudança desde que citada a fonte.
e reforma educacional, com novas propostas, no senso comum muito Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º
ligada também ao uso de tecnologias. Entretanto, além da falta de um
marco referencial teórico suficientemente robusto desenvolvido no andar sala 313|314 - Centro
campo científico sobre o conceito de inovação, o uso do termo na São Caetano do Sul – SP CEP:
literatura especializada da educação nem sempre vem acompanhado de 09510-111
uma explicação mais profunda sobre o que o autor quer dizer com
inovação.

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Inovação envolve um contexto social, cultura, histórico, político e econômico, o que é muito mais
profundo, abarca aspectos da interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, a pedagogia de projetos, a prática da
dialogicidade sistematizada na epistemologia de Paulo Freire.
Em educação, inovação é sempre algo tão difícil, pois obriga sair do lugar, movimentar-se, desafiar-se,
projetar-se, se jogar num contexto desconhecido em busca do anúncio da novidade. A escola tradicional brasileira
resiste à inovação!
Sempre o velho giz, a velha lousa, as velhas práticas. Inserir o novo, a novidade na educação não quer
dizer necessariamente introduzir tecnologias digitais. Pode-se enriquecer os tempos e espaços do currículo com
tecnologias digitais, mas manter a velha e tradicional prática, no qual as TDIC ganham um fim em si mesmas ou
são utilizadas apenas como ferramenta e não enquanto linguagens estruturantes do próprio acontecer do
currículo em desenvolvimento.
O velho rádio, por exemplo, pode ser utilizado de forma inovadora, oportunizando um contexto no qual
os sujeitos podem ter vez e voz, no exercício da autonomia, da participação, assumindo-se, no anúncio da
novidade, que tem mais que ver com o currículo do que com a tecnologia em si.
É improvável inovação sem inovação pedagógica, quebra de paradigma e exercício de superação das
velhas práticas.
Está aí um convite às redes de ensino, escolas e sujeitos do currículo, o desafio à inovação!

Prof. Dr. Jayson Magno da Silva


Doutor em Educação (PUC-SP); Pesquisador em Currículo, Tecnologias Digitais, Mobilidade e Políticas Públicas;
Professor-Convidado, Curso de Pós-Graduação em Gestão Escolar, Centro Universitário Senac-SP; Consultor em
Educação, entre outras atividades profissionais

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103 A IMPORTÂNCIA CULTURAL DOS JOGOS


SUMÁRIO TRADICIONAIS INFANTIS E AS RELAÇÕES
ENTRE CRIANÇA E CONSUMO
11 A ALFABETIZAÇÃO EM UMA PERSPECTIVA Ariadine Zaramella Nogueira
LÚDICA
Fabiani Poli de Figueiredo 118 A IMPORTÂNCIA DA ARTE NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
23 A APRENDIZAGEM DO DEFICIENTE Carla Abi Nasser Sansão
INTELECTUAL NA ESCOLA REGULAR: A
PARTIR DA LEI DE DIRETRIZES E BASE, Nº 135 A IMPORTÂNCIA DAS ARTES VISUAIS NA
9.394/96 EDUCAÇÃO INFANTIL
Edineide do Carmo de Jesus Carmem Silvia Bispo Sartori

37 A ARTETERAPIA NO CONTEXTO 154 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA


EDUCACIONAL EDUCAÇÃO INFANTIL
Silvia Maria Caiado Vanessa Nascimento de Lucena

47 A CONTRIBUIÇÃO DO SISTEMA BRAILLE 163 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO


PARA A COMUNICAÇÃO ENTRE PESSOAS INFANTIL
COM DEFICIÊNCIA VISUAL Roberto Domingos Minello
Kellison Lima Cavalcante
173 A IMPORTÂNCIA DO VÍNCULO NO
58 A CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA NA PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE ZERO
EDUCAÇÃO INFANTIL A SEIS ANOS
Erica Baraçal Bruno Rita de Cássia Santana

69 A CULTURA AFRO BRASILEIRA NO ÂMBITO 183 A LEITURA E A (RE) CONSTRUÇÃO DE


ESCOLAR SENTIDOS: O NEGRO NA FOTOGRAFIA
Larissa Ribeiro Rezende Francisca Maria de Souza Ramos Lopes
Meiridiana de Oliveira Queiroz
79 A DANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Lúcia de Fátima Araújo dos Santos
Adriana Silva Procopio
198 A NEUROPSICOPEDAGOGIA E O BRINCAR
88 A EDUCAÇÃO FÍSICA: BENEFÍCIOS HEURÍSTICO: CONTRIBUIÇÕES PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL INFANTIL APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Fernando Alves da Silva Claudia Moreira Santiago

97 A ERA DES-INDÍGENA NO BRASIL 212 A PEDAGOGIA EMPRESARIAL


Maria Cristina Corino da Fonseca Ishikawa Luciene Suzarte Santos
Eliane Alves de Souza

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225 A RELEVÂNCIA OS CONTOS DE FADAS NO 315 AS EXPERIÊNCIAS COM A NATUREZA NOS


DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGOGICO NA PROCESSOS PEDAGÓGICOS
EDUCAÇÃO INFANTIL Drika Scarleth de Moura Camargo Ferreira
Gisele Batista Magre de Oliveira
329 AS LINGUAGENS DAS ARTES VISUAIS NO
238 A SAÚDE PÚBLICA VOLTADA AOS ANIMAIS CONTEXTO ESCOLAR: MÚSICA, DANÇA,
DE PEQUENO PORTE: A ATUAÇÃO DA TEATRO E ARTES PLÁSTICAS
MEDICINA VETERINARIA MUNICIPAL Paola Silva Zamarioli
Bruna Lourencette
341 AS TECNOLOGIAS DIGITAIS E A BASE
247 A TECNOLOGIA COMO RECURSO NACIONAL COMUM CURRICULAR DE
FACILITADOR NA APRENDIZAGEM DOS GEOGRAFIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
CONCEITOS MATEMÁTICOS FUNDAMENTAL
Marli Jussara Moreira Josiel Laerte Marcos
Patricia Thoma Eltz
256 A TECNOLOGIA EDUCACIONAL APLICADA NA
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
356 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E MÉDICA
Gisele Marchezetti Petená DE FORMA SEGURA NA PROMOÇÃO DE
REDUÇÃO DE LESÃO RENAL AGUDA
264 A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A ASSOCIADA À PIELONEFRITE NO PERÍODO
CRIANÇA E AO ADOLESCENTE DURANTE A GESTACIONAL
PANDEMIA Jonhnatas de Lima Espíndola
Renata Oliveira da Silva Costa Thaisa Alice Portela da Silva
Mariana Gurbindo Flores
275 ALFABETIZAÇÃO ARTE E LUDICIDADE
Maria Eulália Carneiro Leal
Luciana Ramos Lopes
Giovanni Henrique Barbosa Santos da Silva

285 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DO


361 AUTONOMIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
INFANTIL PARA O SÉCULO XXI Elis Carvalho Ferreira da Silva
Maria Silvana Vila Boas Costa
369 BRINCANDO E JOGANDO COM A
APRENDIZAGEM:UMA CONTRIBUIÇÃO PARA
293 APRENDIZAGEM LÚDICA NA ESCOLA DA
A EDUCAÇÃO INFANTIL
INFÂNCIA
Cristiane Aparecida dos Santos Pereira
Marta Almeida de Oliveira

386 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO IMPACTO DA


302 ARTE NO AMBIENTE ESCOLAR
LITERATURA PARA O DESENVOLVIMENTO
Sirlei Portela dos Santos EMOCIONAL NA INFÂNCIA
Maximina Aparecida Freitas de Souza

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404 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO 519 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA


Aline Martins dos Santos MATEMÁTICA:UM ESTUDO DE
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM
CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL
416 CONTAÇÃO E DA CRIAÇÃO DE HISTÓRIAS NO
CONTEXTO DAS CRIANÇAS Patrícia Viana Brossi
Juliana Minucelli
530 DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
429 CONTEXTO E AS CONTRIBUIÇÕES DO Mônica Ataíde Santos Caire
MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Michele Zarelli Lucas 541 EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS
Jean Carlos Vilas Boas Sasso
441 CONTEXTUALIZANDO A FORMAÇÃO
DOCENTE 555 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OLHAR
Tatiane Pavão Ongaro Borges ACOLHEDOR PARA O ALUNO COM
DEFICIÊNCIA
451 CONTEXTUALIZANDO A LITERATURA NA Lusia Lusilene de Oliveira Santos
EDUCAÇÃO INFANTIL
Silvia Aparecida Braz Rodrigues 570 ENSINANDO POR MEIO DO LÚDICO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
462 CONTEXTUALIZANDO O AUTISMO Erilene Barreto Pacífico
Daniele Frias
578 ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
475 CRÔNICA DA DESILUSÃO OU PERORAÇÃO
SOBRE A DESIGUALDADE Ana Gracia Silva
Altemar Lima
587 ENSINO HÍBRIDO NAS ESCOLAS
Deys Araújo Santana
Daniela Abila Dourado Alves

486 CULTURA, COTIDIANO, ARTE E EDUCAÇÃO


595 ENTRAVES ETNOCRÁTICOS ÀS
Jeruza Santos Souza e Souza NEGOCIAÇÕES DE PAZ ÁRABE-ISRAELENSE:
ANTI-SIONISMO E ANTI-SEMITISMO
500 CURRÍCULO, TEMAS TRANSVERSAIS E CONTEMPORÂNEO
PROJETOS EDUCACIONAIS NA PERSPECTIVA Rui Samarcos Lora
DA GESTÃO ESCOLAR
Janice Aurélio Lopes 609 ESCOLA, PAIS E FILHOS: PARCERIA POSSÍVEL
Marinalva Luiza da Silva Barile
509 DIDÁTICA E DOCÊNCIA PARA O ENSINO
SUPERIOR
620 FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO:
Roneiry Kusznir dos Santos BREVE ANÁLISE DAS POLÍTICAS DA SME-SP
Ilma Tânia Ciriaco Magalhães

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633 HQ EM SALA DE AULA: UMA INOVAÇÃO 747 O DESEMPENHO DA ESCRITA DE PALAVRAS


PEDAGOGICA DE ALUNOS SURDOS DA REDE PÚBLICA
Simone Aparecida Brugugnoli MUNICIPAL DE BAYEUX-PB
Cleoneide Jerônimo de Souza Coura
640 IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA COM TDAH NA
SALA DE AULA: CONCEITOS, DIAGNÓSTICO E 766 O ENSINO DE HISTÓRIA NAS SÉRIES INICIAIS
A POSTURA DO PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL
Paula Tatiane Ferreira de Souza Ligiane Oliveira dos Santos
Carla da Silva Vernancio Gomes
651 INCLUSÃO ESCOLAR E O CONTEXTO DO Mariluce Aparecida de Lima
ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN
Cleidia Helena de Jesus
Maria Cleidy Gouveia
Claudia Rosa Moreira de Souza
Sirley Aparecida Meiato
670 LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL: CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS
REFERÊNCIAS E PRÁTICAS NA LEITURA 773 O PAPEL DA EDUCAÇÃO NO
Kátia Maria de Brito Meneses ENFRENTAMENTO AO ANTIRRACISMO
Josangela Brito Alves da Silva
685 LIBERDADE DE ENSINAR E A PRÁTICA EM
SALA DE AULA 787 O PAPEL DO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO DA
Loide Leite Aragão Pinto CRIANÇA: ANOS INICIAIS
Janaina Moreira Pacheco de Souza Ezia Derly Dias Cangirana
Ezer Wellington Gomes Lima
802 O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO
COORDENADOR PEDAGÓGICO NA ESCOLA
698 LUDICIDADE, CRIATIVIDADE E JOGOS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL Adriana Meira Palma Gomes
Rosemeire Berne Quina
815 O PAPEL SOCIAL DO PROFESSOR DE
HISTÓRIA
710 METODOLOGIAS ATIVAS E ENSINO HÍBRIDO
NA EDUCAÇÃO César Evangelista Fernandes Bressanin
Ana Rosa Noronha Dutra
823 O PODER DA IMAGEM NA ARTE DO
CINEMA: ANÁLISE COMPARADA DE
723 NARRATIVA DE TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO
QUATRO FILMES DE FICÇÃO CIENTÍFICA DE
PROFISSIONAL, ESCOLA E FAMÍLIA
STEVEN SPIELBERG
Tamires Oliveira de Lima
Renato Plínio Romero Sanches

735 O BULLYING E O PAPEL DO PROFESSOR


839 O TRABALHO COM O TEATRO EM LÍNGUA
Tatiana Pereira da Silva Neves INGLESA: UMA QUESTÃO METODOLÓGICA
Rosangela Lima Santos

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859 OLIMPÍADA INTERESCOLAR DE 946 POR UM BRINCAR SIGNIFICATIVO: OS


MATEMÁTICA: UM PROJETO EXITOSO – O ESPAÇOS EXTERNOS E SUAS POTÊNCIAS
MEIO SIMBÓLICAS
Givaldo da Silva Costa Priscila Bezerra Cardoso de Oliveira

878 OS DESAFIOS E AS POSSIBILIDADES DO 957 POSSIBILIDADES E PROTAGONISMO NO


USO DAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS PROCESSSO DE ENSINO E APREDIZAGEM:
NO CONTEXTO DA PANDEMIA EM METODOLOGIAS ATIVAS - ADVENTO DA
INSTITUIÇÕES ESCOLARES EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Evenize Aparecida Dias Sampaio Josefa Gomes dos Santos Melo
Luciane Moraes da Silva Lindalva José de Freitas
Renata Aparecida Martins Romão
Ligiane Oliveira dos Santos 965 PROJETOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Patrícia Araújo Lima Freire
885 OS DESAFIOS DA MODALIDADE DE
EDUCAÇÃO INFANTIL E O TRABALHO DOS 975 REFLETINDO A FORMAÇÃO DOCENTE:
EDUCADORES RELAÇÃO DE TRABALHO COM A SÍNDROME
DO BURNOUT E OUTRAS DOENÇAS
Leila Aparecida Abrahão de Andrade
Taís Cristina Zacarias Bueno
892 OS ESTUDOS EM NEUROPSICOPEDAGOGIA
EM SEUS CONCEITOS E DEFINIÇÕES 988 REFLEXÕES SOBRE AUTONOMIA E
COORDENAÇÃO ESCOLAR
Andrea Pavan Bidin Martins
Valdelia Fandinho Carmona Goulart
902 PARQUE INCLUSIVO
995 REUNIÃO DE POLO COM GESTORES
Elissandra Mendes Costa
ESCOLARES: UMA PRÁTICA DA
SUPERINTENDÊNCIA DAS ESCOLAS DE
912 PATRIMÔNIO IMATERIAL DO RECIFE: UM FORTEZA SEFOR 2 NO PERÍODO DE
TESOURO A SER PRESERVADO PANDEMIA
Narapoam Soares de Souza Priscilla Nayara Ferreira de Souza
Maria das Graças Andrade Adriana Schneider Muller Konzen
Ataíde de Almeida Enoe Cristina Amorim Rodrigues
Lorena Cristina de Queiroz Forte
931 PERCURSOS, DESAFIOS E DAMANDAS À
PRÁTICA DE ACOLHIMENTO, INCLUSÃO E 1006 RUMO LOGÍSTICA/ TREM DO BEM:
PERMANÊNCIA DE INDÍGENAS NO ENSINO MOVIMENTAR O PRESENTE PARA
SUPERIOR TRANSFORMAR O FUTURO
Umberto Euzebio Solange Aparecida de Oliveira Collares

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1026 TODOS, TODAS,TODXS, TODES: PRIVILÉGIO


LINGUÍSTICO, LINGUAGEM NEUTRA NÃO-
BINÁRIA E REPRESENTATIVIDADE
Camila Pontes Calado da Silva

1035 USO DE ÁCIDO HIALURÔNICO EM PARALISIA


UNILATERAL DE CORDAS VOCAIS: REVISÃO
DE LITERATURA
Vitor Dall’Asta Rigo
Henrique Hauck do Nascimento

1043 A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL NA


CIDADE DE SÃO PAULO
Elaine Mara Repullio da Cunha

1052 A EDUCAÇÃO E A INTERVENÇÃO DA


FILOSOFIA PARA O PENSAR
Tayz Lucas de Oliveira Souza

1061 JOGOS COOPERATIVOS


Ana Paula Caparroz Flores

1069 AMBIENTES DINÂMICOS: UM NOVO OLHAR


PARA PROVAS E DEMOSNTRAÇÕES DE
PROPRIEDADES DA GEOMETRIA PLANA
Alexandre Matias Russo

1081 O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DA


LEITURA E DA ESCRITA
Rosângela Silva Lima

1091 A GESTÃO EM SALA DE AULA


Roberta Fonseca Buzo

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A NEUROPSICOPEDAGOGIA E O BRINCAR
HEURÍSTICO: CONTRIBUIÇÕES PARA O
APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Claudia Moreira Santiago1

RESUMO: O artigo objetiva discutir sobre as ferramentas neuropsicopedagógicas para o


desenvolvimento das crianças, utilizadas no diagnóstico e intervenção nas dificuldades de
aprendizagem, abordando também o brincar heurístico. A neuropsicopedagogia, como uma
ciência que estuda o ser que aprende com reflexão e ação sobre o trabalho pedagógico com foco
nos fatores psicológicos do desenvolvimento e da aprendizagem, sem arriscar uma conceituação,
tem como objetivo básico contribuir para que, o sujeito, a escola ou a sociedade seja, dentro de
seus processos de aprendizagem. Sendo assim, busca primeiro fazer uma observação e uma
análise do sintoma no âmbito mais global, por meio de jogos, desenhos, brincadeiras que
contribuam para a criação de vínculo. Com um enfoque do diagnóstico de atuação, a
Psicopedagogia clínica trabalha no sentido de cuidar com que os problemas de aprendizagem
sejam prevenidos, ou seja, antes que aconteçam, ocorra uma ação neuropsicopedagógica,
embora o ponto de partida seja a queixa.

Palavras-Chave: Neuropsicopedagogia; Criança; Escola; Brincar heurístico.

1Professora de Educação Infantil na Rede Municipal de São Paulo.


Graduação: Licenciatura em Pedagogia; Bacharel em Psicologia; Especialização em Psicopedagogia.

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NEUROPSYCHOPEDAGOGY AND HEURISTIC PLAYING:


CONTRIBUTIONS TO LEARNING IN CHILDHOOD EDUCATION

ABSTRACT: The article aims to discuss the neuropsychopedagogical tools for the development of
children, used in the diagnosis and intervention in learning difficulties, also addressing heuristic
playing. Neuropsychopedagogy, as a science that studies the being that learns with reflection and
action on the pedagogical work with a focus on the psychological factors of development and
learning, without risking a conceptualization, has as its basic objective to contribute so that, the
subject, the school or society be, within its learning processes. Therefore, it seeks first to make
an observation and analysis of the symptom at the most global level, through games, drawings,
games that contribute to the creation of bonds. With a focus on performance diagnosis, Clinical
Psychopedagogy works towards taking care that learning problems are prevented, that is, before
they happen, a neuropsychopedagogical action takes place, although the complaint is the starting
point.

Keywords: Neuropsychopedagogy; Child; School; Heuristic play.

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INTRODUÇÃO O uso da expressão musical permite o


desenvolvimento global do educando,
A pesquisa se justifica pela abrangendo e atuando nas capacidades e
neuropsicopedagogia que possui um papel habilidades emocionais, físicas, psicológicas e
importante na educação das crianças. Ela sociais do indivíduo. Por meio da
contribui para o desenvolvimento psicomotor, neuropsicopedagogia as crianças expressam
socioafetivo, cognitivo e linguístico, além de ser seus sentimentos, gostos e afinidades,
facilitadora do processo de aprendizagem. trabalham seus medos e receios, desenvolvem
O objetivo desta investigação é conhecer O sua concentração e capacidade de trabalhar em
acompanhamento neuropsicopedagógico é um grupo, aprimoram o respeito ao outro e ao que
processo de construção do conhecimento, ele tem a dizer e opinar.
favorecendo o desenvolvimento da Para Cunha (2015), compreender o ser
sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do humano na complexidade do seu ser dando-
prazer de ouvir neuropsicopedagogia, da lhes condições de integrar-se ao ambiente
imaginação, memória, concentração, atenção, escolar é fazê-lo crer com atributos para a
do respeito ao próximo, da socialização e cidadania:
afetividade, também contribuindo para uma Em muitas escolas, ainda o aluno com
efetiva consciência corporal e de necessidades especiais é recebido em sala,
movimentação. ficando isolado das demais, porque falta aos
Os resultados conversam com a bibliografia profissionais, a capacitação para exercer esse
confirmando a importância de um papel e, à escola, falta-lhe recursos
neuropsicopedagogo. pedagógicos para propiciar as condições para a
aprendizagem e a inclusão (CUNHA, 2015, p.
A NEURO CONTRIBUIU PARA O 36).
APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL O autor ainda explica que outras escolas se
INCLUINDO NO BRINCAR HEURÍSTICO deparam diante do dilema de incluir o
O trabalho neuropsicopedagógico incentiva educando, optando pela idade biológica ou por
a reflexão e a consciência critica, ou seja, o sua capacidade de aprendizagem: distorção
contato com o imaginar e criar é essencial na idade-série. Há indivíduos que possuem atrasos
vida do ser humano, é um grande contribuidor no desenvolvimento, cuja maturação cognitiva
no desenvolvimento do senso critico. está abaixo das pessoas da mesma idade. No
Segundo Melo a entanto, não se inclui um aluno de doze anos
neuropsicopedagogia é um meio de expressão em um grupo de crianças de 7, mas é adequado
de ideias e sentimentos, mas também uma que ele conviva e aprenda com os outros da
forma de linguagem muito apreciada pelas mesma faixa etária, pois esse é o seu grupo
pessoas, por meio da experiência musical são social. Uma diferença desproporcional
desenvolvidas capacidades que serão certamente traria dificuldades para o processo
importantes durante o crescimento infantil. inclusivo e para a dinâmica da sala de aula. Não
é nossa intenção culpabilizar ou exigir da escola

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

ou do professor o que não foi concedido de realizado nas classes regulares, com alunos
forma ampla e irrestrita à educação: condições com deficiência e ainda:
ideias para que todas as escolas pudessem Os professores alegam (com toda razão) que
estar preparadas e adaptadas, e todos os em seus cursos de formação não tiveram a
profissionais formados e capacitados. Porém é oportunidade de estudar a respeito, nem de
nosso dever não perder as esperanças e, acima estagiar com alunos de educação especial.
de tudo, trabalhar para a legítima inclusão de Muitos resistem negando-se a trabalhar com
nossos alunos. esse aluno enquanto outros os aceitam, para
Carvalho (2011), explica que a sociedade não criarem áreas de atrito com a direção das
inclusiva e a escola inclusiva, como ideais, têm escolas. Mas felizmente há muitos que
obtido a simpatia dos pais, dos educadores e da decidem enfrentar o desafio e descobrem a
sociedade em geral. Afinal, o movimento de riqueza que representa o trabalho na
não excluir está implícito nas ideias diversidade (CARVALHO, 2011, p. 27).
democráticas, aceitas e proclamadas Michels (2006), entende que a escola hoje é
universalmente e continua: convocada a ser democrática “para todos”,
No entanto a história das ideias sobre uma escola inclusiva. No entanto, se não
educação deixa evidente que pouco ou nada levarmos em consideração os aspectos
tinha de inclusiva, seja em termos da apresentados anteriormente, corremos o risco
universalização do acesso, seja em termos da de fazermos uma análise ingênua sobre seu
qualidade do que era oferecido. Hoje em dia, o papel social. Assim sendo, para estudar as
panorama, é felizmente, outro, pois temos escolas e suas organizações, faz-se essencial
mais consciência acerca dos direitos humanos, relacioná-las aos aspectos mais amplos da
embora a prática da proposta de educação sociedade como, por exemplo, a economia e a
inclusiva ainda não conte com o consenso e política, sem perder de vista a troca existente
unanimidade, mesmo entre aqueles que entre esses elementos e o cotidiano escolar.
defendem a ideia (CARVALHO, 2011, p. 27). Levando em conta tais considerações, a
Ainda segundo a autora, qualquer docente, autora, parte da concepção que a atual reforma
desavisado, ao responder sobre o que pensa educacional se esforça para promover
em relação a inclusão, de imediato a associa mudanças, mas não propõe a transformação da
com portadores de deficiência, raramente ou própria escola. A escola passa a ser o ´´foco´´ da
quase nunca se referem aos de altas gestão administrativa e financeira, sendo
habilidades/superdotados; aos que responsabilizada pelo seu sucesso ou fracasso.
apresentam dificuldades de aprendizagem sem Seguindo a mesma linha de pensamento
serem portadores de deficiências e, muito outra autora define a gestão inclusiva da
menos, às outras minorias excluídas, como é seguinte maneira:
caso de negros, ciganos e anões. Ter uma equipe de professores e
Para ela a resistência dos docentes e de funcionários preparados para lidar com
alguns pais é por eles explicado em razão da situações inusitadas. Por exemplo, um aluno
insegurança no trabalho educacional a ser que necessita de ajuda para usar o banheiro ou

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

outro que prefira estar a maior parte do tempo conferência realizada em Jomtien (Tailândia).
fora da sala de aula (RAMOS, 2006, p. 13). Esse documento também faz menção à
Ainda segundo a autora, é preciso, portanto, educação como estratégia para satisfazer as
em uma perspectiva didática inclusiva, necessidades básicas de aprendizagem. Outro
considerar os diferentes modos e tempos de movimento expressivo foi a da conferência
aprendizagem com um processo natural dos mundial sobre necessidades Educativas
indivíduos, sobretudo daqueles com evidentes Especiais (1994) (DUEK, 2014).
limitações físicas ou mentais. É preciso criar espaços nas escolas em que se
Respeitar as diferenças é também respeitar possam desenvolver adequadamente
o ritmo de aprendizagem de cada um. trabalhos com músicas.
Em casos muito extremos como alta A sociedade deve tomar consciência do uso
agressividade ou passividade absoluta da neuropsicopedagogia como uma forma de
aconselhar aos pais que busquem ajuda expressão, percebendo seu valor e benefícios,
médica. Fazer da observação atenta o seu mais não sendo vista como passatempo ou
importante instrumento de tomada de decisão ornamento.
(RAMOS, 2006, p. 15). A neuropsicopedagogia não precisa ser
Para Carvalho (2011), as escolas inclusivas explicada, ela tem um fim em si mesma, ela
são para todos e devem garantir o acesso de causa sensações e desejos, há momentos que
atendimento educacional e sua cidadania. Ela acalma outros causa maior agitação, ela é um
ressalta ainda que as outras modalidades de grande auxiliador no desenvolvimento da
educação inclusiva não devem ser ignoradas. criança, pode ser vista como instrumento de
O movimento pela universalização do ensino aprendizagem, contribui para desenvolvimento
e democratização das práticas escolares visa, total do aluno, que está em constante
dentre outros aspectos a promover e facilitar o formação, de si conhecer e conhecer o mundo,
acesso à escola de grupos de indivíduos que, assim descobrindo e aprendendo lidar com
pelas mais diversas razões, encontram-se seus desejos, conflitos, vontade, opinião e
abolidos do seu esforço. Segundo Bueno, esse sentimentos, por meio da musica a criança
movimento ganhou vulto nos anos 60 e “[...] fez pode se encontrar como parte do mundo.
aflorar, de forma incontestável, os problemas Cabe aos professores, em sua prática
de seletividade escolar, e passou a ser objeto docente, propiciar situações de aprendizagem
de preocupação tanto dos gestores das que levem ao desenvolvimento de habilidades
políticas quanto dos estudiosos e e de conteúdos que possam responder às
pesquisadores da educação nacional” (BUENO, necessidades dos alunos ao meio social que
2000, p.103). habitam.
No Brasil, a discussão em torno da política O grande número de brinquedos que são
educacional começa se delinear na década de produzidos atualmente no mercado, sugere
80 ganhando força nos anos 90. Nesse que há certa compreensão por parte dos
contexto, a importância da Declaração Mundial adultos de que a brincadeira em si é importante
de Educação para Todos, resultando na para seus filhos, ou seja ,as crianças em geral.

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O educador deve ser capaz de mediar sem ser os bebês que estão na fase de descobertas pelo
intrusivo e de acompanhar sem ser omissivo ou mundo. Proporcionar o brincar heurístico em
indiferente, em todas essas ‘organizações de instituições infantis é buscar a resolução
brincadeiras “. o brincar heurístico deve cuidadosa de pequenos detalhes, como:
sempre fazer parte da vida de nossas crianças, tempo, espaço, materiais adequados e
pois é nele que ela vai expor toda sua gerenciamento. O papel do professor é o de
necessidade e sentimentos. organizador e mediador, e não o de iniciador.
O objetivo está em analisar como o brincar Os bebês brincarão com concentração e sem
heurístico contribui para o desenvolvimento conflitos por longos períodos, desde que lhes
social e cognitivo das crianças, diante dos sejam oferecidas quantidades generosas de
dados gerados é possível constatar as reais objetos cuidadosamente selecionados, e
contribuições do brincar heurístico, o organizados para tal brincadeira.
conhecimento cognitivo sempre é muito mais Com diversas transformações sociais
intenso que o social. ocorridas na época da Revolução Francesa, a
Em 1987 Elinor Goldschimied desenvolveu criança finalmente é vista com um novo olhar.
uma pesquisa que chamou de Brincar Umas das principais mudanças da época foram
Heurístico para a aprendizagem e as transformações religiosas; católicas e
desenvolvimento de crianças, em colaboração protestantes e também o surgimento da
com educadoras de vários países. Este olhar afetividade no seio da família, essas
deve-se ao ponto de vista em que a criança afetividades eram demonstradas
explore sua criatividade, se desenvolva e principalmente por meio da valorização que a
consiga se expressar por meio de brincadeiras. educação passou a ter, os trabalhos com os fins
A palavra “heurístico” vem do grego eurisko educativos foram substituídos pela escola.
e significa descobrir, a criança começa a Afirma Oliveira que surge uma preocupação
alcançar a compreensão de algo. no século XVII com a Educação moral das
O foco do brincar está na descoberta que a crianças, e esta educação passa a ser dada pela
criança consegue fazer e também na igreja, acreditava-se que a criança é fruto do
manipulação de objetos como sementes, pecado e ela deveria ser guiada pelo caminho
caixas, tapetes de borracha, bolas de pingue- do bem, de um lado a criança é vista como um
pongue, novelos de lã, etc. Em outras palavras, ser inocente e do outro como um ser fruto do
conforme Goldschmied e Jackson (2006), o pecado, quando a família faltava na correção
brincar heurístico envolve oferecer a um grupo dessa criança a sociedade corrigia desde
de crianças, uma grande quantidade de objetos pequena.
para que elas brinquem, manipulem livremente A educação infantil se insere em um
sem a intervenção dos adultos, sendo eles pais contexto histórico e social decorrente das
ou educadoras. mudanças produzidas pelo capitalismo
Concluímos que o brincar heurístico com o industrial no século XIX, que passou a
uso do Cesto de Tesouros, possa nos oferecer incorporar o trabalho feminino e da criança no
uma experiência de aprendizagem ampla para sistema fabril. Embora, segundo Aranha (2006),

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no período anterior da Revolução Industrial e mais estimulante, interessante e flexível será a


durante ela, a questão da educação já ocupasse brincadeira. A experimentação livre e a certeza
o pensamento de grandes filósofos, que da permissão para criar são decisivos. Nesse
defenderam a importância da educação para ponto, é da maior importância a conduta do
todos os seres humanos. educador e o seu esforço de incentivar as
Que lugar ocupa a brincadeira livre na sala de crianças.
aula na educação infantil? O que pensam os Deve-se apresentar à criança, as várias
educadores a este respeito? Um rápido olhar formas de alteração, escalonamento e
sobre as salas de aulas de educação infantil e combinações das habilidades motoras, de
suas práticas pedagógicas, nos deixa um forma organizada e objetiva. As variações
confronto com a realidade, na qual a devem ser estimuladas. Por exemplo: pode-se
brincadeira livre deixa de ser apenas para seu transformar o andar em pisadas barulhentas ou
próprio aprendizado e passa a ser um em rastejar silencioso; quanto ao ritmo, pode
abandono por parte das educadoras. O deixar a haver variações, desde o andar apressado até a
criança livre para brincar, não quer dizer deixar locomoção lenta e intermitente. Pode- se
pra lá, deixar com que ela se vire sozinha, mas experimentar algumas formas de andar: na
sim é simplesmente obter um olhar voltado ponta dos pés ou agachado sobre os
para que a criança tenha direitos de escolher e calcanhares, para trás, para frente, para os
seu professor deve ser seu mediador, mas não lados, batendo as palmas das mãos ou os pés,
a conduzindo diretamente. mudando de direção, andando em curvas ou
em linhas (cobrinha). O estímulo pode ser dado
CRIATIVIDADE, IMAGINAÇÃO E pela simples pergunta: “Quem sabe andar de
forma diferente?” “Quem tem outra ideia?” e
CAPACIDADE DE IMPROVISAÇÃO as crianças estimulam-se mutuamente e
NA NEUROPSICOPEDAGOGIA comparam as suas ideias.
Brincadeiras e esportes no jardim de A boa qualidade do material empregado nas
infância, devem considerar e promover a brincadeiras contribui de forma decisiva para a
capacidade criadora da criança. ação independente da criança. Aparelhos
Ação criadora significa alteração do rígidos e de difícil manejo, permitem pouca
conhecido, com o surgimento de novas formas atividade e inibem a imaginação. O
por meio da modificação ou combinação de equipamento deve ter várias utilidades e estar
vários elementos. Pode-se observar a à disposição da criança.
capacidade criadora da criança, mesmo quando
ela realiza um simples exercício livre. A LUDICIDADE A FAVOR DA
Superando uma dificuldade de movimento, ela
tenta soluções, variando a experimentação de
APRENDIZAGEM
suas habilidades e procurando novas ideias. De acordo com Sabine (2009), a maior parte
dos homens e mais ainda do que eles a criança
Quanto mais habilidades motoras a criança
tem necessidades de modelos concretos, e
domina e quanto mais entender diferencia-las,

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onde encontrar esses modelos a copiar se não também as descriminações perceptuais que
nos adultos sempre presentes, sempre mais são capazes de realizar, mas abrange também
sábios, sempre mais fortes, sempre melhores? sua formação e a falta do esquema corporal
Os adultos e mais genericamente os mais com conscientização.
velhos, são os deuses que a criança adora De acordo com Sabine (2009), encaixar,
aqueles em cuja direção ela quer se elevar, empilhar, construir, montar um quebra-cabeça
aqueles a quem ela copia em todos os seus é atividade que proporciona exercício e
atos. desenvolvimento de habilidades, que só serão
Entretanto, para Rau (2011), estuda-se brinquedos se realizados com vontade e com
frequentemente a criança sem levar em conta prazer. Caso contrário, será apenas uma tarefa
essa figura grandiosa do pai que permanece no executada com brinquedos.
horizonte de seus pensamentos. Encara-se Para Duprat (2015), o brinquedo é o ponto
quase sempre o pai como um simples adulto de partida para o desenvolvimento do
igual aos demais, só que mais próximo, e cuja pensamento. Quando possibilita participação
vontade condiciona a vida infantil. de mais uma pessoa, ele promove a
Querendo compreender o papel do pai no sociabilidade.
desenvolvimento psicológico da criança, é Entretanto, para Rau (2011), o importante é
preciso também reencontrar o “pai” tal como que a interação preserve o objetivo de ser
ele é na alma infantil, e este pai ultrapassa de prazeroso estimulador, reforçando a
maneira fantástica o pai real e histórico. construção de autoconceito positivo por parte
De acordo com Sabine (2009), nós temos a da criança.
oportunidade de poder participar ativamente De acordo com Sabine (2009), a curiosidade
do processo de desenvolvimento dos seres é natural de toda a criança, aprender coisas
humanos, e que podemos observar de perto a novas poderia ser uma divertida aventura, não
construção do seu conhecimento, hoje tivesse sido transformado em trabalho
sabemos que aprendizagem, assim como o enfadonho.
desenvolvimento, pode ser estimulada, e que Transformar a criança em adulto faz com
essa estimulação pode acontecer de forma rica, que, aprender passe a ser obrigatório e
criativa e agradável, preservando o prazer da sistemático. A criança que desde cedo é
descoberta e alegria contida nas atividades que obrigada a cumprir muitas tarefas, pode perder
contribuem para elevar o auto conceito, a alegria de brincar e a espontaneidade, fica
podem ser feitas pelas crianças sem atentar sem iniciativa e não se autoriza a criar.
contra sua criatividade. De acordo com Sabine (2009), é importante
Para Duprat (2015), a motricidade, o proporcionar atividades que envolvam
desenvolvimento intelectual efetivo é integração das habilidades psicomotoras para
interdependente na criança. Este estudo sobre estimular o processo maturacional e o
a psicomotricidade não está referindo-se desenvolvimento da criança. A experiência
apenas a um desempenho motor da criança, deve ser direta e ativa, capaz de envolver os
mas sim a estruturação de tempo e espaço, e sentidos e a motricidade, possibilitando uma

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

compreensão profunda, a qual ela possa mecanismos que possam estabelecer uma
adquirir novos conhecimentos. estreita relação entre escola e comunidade.
Para Duprat (2015), quando a criança tem Paralelamente a essa participação formal no
dificuldade para colorir desenhos sem sair do processo administrativo, têm a comunidade
espaço delimitado, é necessário averiguar qual escolar e a sociedade assimilado positivamente
a causa do problema: tanto pode ser uma o seu papel nesse processo de mudança, em
simples imaturidade como uma incapacidade que a melhoria da qualidade do ensino é a meta
de movimentar do braço, mão e dedo eficiente. de todos.
Para ter eficiência e habilidades, como Para Duprat (2015), Já se tem observado a
escrever, desenhar, cortar e dobrar e assunção dos pais de sua responsabilidade pela
necessário combinar esses movimentos. cobrança de melhores serviços educacionais
Enquanto a coordenação óculo-manual não para seus filhos, seu processo de realização e
estiver desenvolvida, as dificuldades da seus resultados têm sido fartamente utilizados.
execução das tarefas gráficas dificultarão De acordo com Sabine (2009), uma vez que
aquilo que Piaget (1994), chama de “inteligente democracia é uma forma de vida que cada
pensamento gráfico”. indivíduo conta como pessoa. Para isso, tentou-
Entretanto, para Rau (2011), a habilidade se de forma democrática fomentar a
manual, o pensamento das mãos é uma função autoestima, valorização, cidadania por meio da
básica do ser humano e representa um papel alfabetização.
importante no desenvolvimento intelectual da A biblioteca pode ser vista sobre tudo como
criança. um espaço de interação social e cultural.
De acordo com Sabine (2009), os desenhos Fisicamente, poderá ser local de encontro e
refletem o quanto elas assimilarem das de socialização.
experiências sensoriais e cognitivas vividas, Em Portugal, sobretudo em locais onde
baseiam-se do conhecimento que elas têm do escasseiam espaços públicos deste estilo,
mundo. funcionários desta tiram proveito de
O campo gráfico da leitura e da escrita deve instalações recentes, confortáveis tornando-as
ser uma construção que assimile e que para nós acolhedoras. Atualmente, é espaço de
tenha uma direção esquerda direita, de cima socialização e vida cultural de diferentes etnias.
para baixo que pode ser trabalhada antes do Para Duprat (2015), crianças do ensino
início do processo de alfabetização por meio de básico que, barulhentas e irrequietas, fazem
atividades com brinquedos pedagógicos. repensar esses espaços, e de emigrantes que
De acordo com Sabine (2009), as escolas acorrem à Internet e que encontram seu
devem trabalhar de maneira que atendam as espaço. Além disso, há programas, que se
necessidades dos alunos encaminhando os debruçam sobre a literária computacional.
problemas dos mesmos a possíveis soluções, Querem usar computadores sem ao menos
revendo os valores e desativando os saber ler. Como lidar com contextos e formas
mecanismos inúteis e ativando novos de cognição outras sem ter sido transformado
por processos de aprendizagem? Conceito que,

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

como adiante referirei, ultrapassa em muito as De acordo com Sabine (2009), estamos em
simples capacidades computacionais. uma fase de grandes mudanças no trajeto para
Por outro lado, como estão a exercer os seus uma sociedade da informação, que afetam
direitos culturais, numa sociedade da escrita e também à Educação.
do documento, cidadãos e cidadãs que não Devemos repensar com muita atenção e
possuem as competências de codificação e cuidado os modelos aprendidos até hoje. O
decodificação requeridas. aprendizado com tecnologias são desafios que
Entretanto, para Rau (2011), não há como até agora não foi encarado a fundo, e por isso,
fingir a enorme quantidade da massa adulta é necessário que sejam feitas adaptações do
que não possui competências de litráceas que já conhecíamos.
básicas quanto mais às requeridas para operar Sabemos que tanto a educação presencial
com catálogos automatizados, com quanto a educação a distância está passando a
documentos eletrônicos, com hipertextos. ser modificada e todos nós, estamos sendo
Preocupamos-nos como seres engajados desafiados a encontrar novos modelos em
que somos. Diante de sucessivos relatórios que todas as situações.
apontam para crescentes problemas de Com isso, podemos pensar então na
litráceas também na população jovem e educação como uma roupa que necessita de
recentemente instruída ou que abandona ajustes para servir novamente em alguém,
precocemente a escola. como se com o tempo ela tivesse engordado ou
De acordo com Sabine (2009), quando emagrecido.
falamos em uma mudança em nossa educação Podemos dizer que seria difícil comparar a
atual, estamos falando em juntar elementos mudança necessária na educação com um
que mostrem como é benéfica e necessária conserto de roupa, porém, já sabemos que
essa mudança para o meio social, mesmo tantos são os componentes desse processo que
sabendo que essa mudança pode ser tanto para é produzido por pessoas que possuem vontade
melhor como para pior. própria, ideias e necessidades diferentes para
Para Duprat (2015), o desejo para uma nova uma sociedade tão mudada.
mudança na educação está ligado a sociedade Entretanto, para Rau (2011), o processo de
que pede as escolas uma boa formação aos grandes mudanças na educação ganha
seus filhos e que o espaço escolar ofereça isso destaque à participação pela gestão em nível
aos alunos, pois as instituições de ensino atuais da comunidade escolar e da sociedade como
estão despreparadas e precisam aprender para um todo, no âmbito da escola pública.
então desempenhar sua função social de fato. De acordo com Sabine (2009), as mudanças
Essa sociedade que pede essa mudança na presenciadas pela escola causam uma grande
educação já é uma sociedade bem diferente da preocupação aos dirigentes e profissionais com
sociedade de outros momentos históricos. sua responsabilidade na prestação de contas
Portanto, isso vem colaborando com a aos seus usuários mais próximos.
tomada de consciência quanto à necessidade Para Duprat (2015), o jogo tem um conteúdo
da mudança dentro de uma nova sociedade. pedagógico riquíssimo, e como exemplo

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

simples: no meio do pega-pega, um menino ri Entretanto, para Rau (2011), tornam-se


do colega que não consegue alcançá-lo: esse assim, pessoas novas, com uma nova visão de
seria o momento certo para se falar sobre a mundo. O movimento é uma importante
importância do respeito com as diferenças. É o grandeza do desenvolvimento e da cultura
uso do jogo para passar um conteúdo humana. A criança começa a movimentar-se
pedagógico. desde a sua infância obtendo com isso cada vez
Estabelecer os objetivos antes de planejar as maior controle sobre seu corpo e aprendendo
atividades se faz muito importante para uma as possibilidades de interação com mundo.
boa capacidade, e com isso a transmissão aos Engatinham, caminham, manuseiam objeto,
alunos ficaria mais fácil quando os mesmos correm, saltam, brincam sozinhas ou em
forem cumprir as metas. grupos, com objetos ou brinquedos,
Quando a ideia e despertar a percepção para experimentam sempre novas maneiras de
o corpo, por meio da elasticidade consegue-se utilizar seu corpo e seu movimento.
descobrir formar de superar obstáculos. A partir disto diversas formas dessa
Para Duprat (2015), os jogos podem linguagem foram aparecendo como: os jogos,
provocar diversões entre bons e ruins, isto faz as brincadeiras, as práticas esportivas e a
com que a criança que não está no topo se sinta dança, mas quais se fazem uso de diferentes
desprestigiada. Por isso: garantir a participação gestos, posturas e expressões corporais com
de todos é uma preocupação para nortear o intencionalidade.
planejamento. De acordo com Sabine (2009), diz que, ao
De acordo com Sabine (2009), o professor nascer, a criança traz, por herança, um
deve privilegiar a participação de todos com a equipamento biológico básico em função do
oportunidade de cada um devolver seu qual ela se desenvolverá sob a influência
potencial, este princípio vale para os constante do meio físico e social; desde o início
portadores de necessidades especiais muitas da vida, a criança manifesta necessidade de
vezes no sentido de preservá-los, a escola opta movimento, a qual deve ser atendida de forma
por dispensá-los, esta solução pode ser boa eficaz para possibilitar favoravelmente o seu
para o professor, mas não para o aluno; Antes desenvolvimento psicofísico.
de tomar estas brincadeiras, depois estimulá- Para Duprat (2015), a criança porque é algo
las dentro dos seus limites, ajudando-a a natural dela, sente prazer e procura entender
aumentar sua autoestima e explorar seu as relações por meio do brincar.
potencial. A confecção do próprio brinquedo produz
Para Duprat (2015), é de suma importância, valores que a fabricação em série não é capaz
a brincadeira, as atividades lúdicas, que servem de atingir. Valores dos sentimentos, da
para alterar o crescimento, pois as crianças afetividade, da socialização, da fantasia, das
adquirem maior autoconfiança, maiores experiências, da potencialidade humana etc. O
estimulação para tentar de novo e, fascinante evento que salta das palmas das
principalmente, maior prazer e alegria. mãos para habilitar um mundo concreto,

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

palpável, está inapelavelmente ligado à origem lúdico e brincadeiras não estaremos falando de
humana. algo somente que as crianças gostam e as
Inicialmente deve participar não somente no tornam alegres e sim de algo que a criança faz
ambiente escolar e sim também trabalhar com de forma espontânea e sem a intervenção de
a comunidade e com as famílias dos alunos, na um adulto.
qual possa esclarecer as fases do De acordo com Sabine (2009), o professor
desenvolvimento para que todos possam não joga, mas participa intensa e
entender suas características e evitem assim continuamente do jogo, observando
futuras cobranças ou atitudes que não sejam procedimentos que não somente lhe permitem
próprios de sua idade. uma contínua avaliação do processo de
Para Duprat (2015), os projetos aprendizagem das crianças, mas ainda lhe
desenvolvidos nas escolas mostram que é fornecem as informações necessárias para
possível a realização de uma política publica reordenar e adequar o seu planejamento,
que previna e combata a violência trazendo sugerindo novos conteúdos e atividades. O
melhores condições para todos e para o acesso professor deve:
e convívio na escola. •Deixar as crianças participarem
Portanto, é muito importante que haja ima afetivamente no desenvolvimento dos jogos da
melhoria na escola para que os participantes apresentação do jogo; da discussão das regras;
dessa escola seja todos tratados da mesma das possibilidades de jogar; da sua participação
forma de maneira como todos gostariam de como elemento do conjunto de jogadores;
serem tratados. •Deixar as crianças falarem para saber o que
De acordo com Sabine (2009), todas as elas conhecem a respeito do jogo e,
escolas devem trabalhar para construir consequentemente, criarem diversas
caminhos que resgatem esses alunos violentos, possibilidades de jogar;
sempre observando neles seus potenciais, e •Estar sempre atento aos interesses do
suas limitações para obter um trabalho de grupo, ao ritmo e capacidade de seus
sucesso, pois sabemos que não há receita membros;
pronta para trabalhar a violência. •Criar um clima de desafios, que estimulem
É de conhecimento de todos que é na as crianças a solucionarem seus problemas que
infância em que a criança mais brinca, por isso aparecerem dentro do jogo como o numero de
acredita-se que as brincadeiras satisfazem as participantes e o tempo de duração.
crianças em grande parte de seus desejos É necessário que o professor planeje e
particulares, portanto, o lúdico passa a ser uma análise de forma que saiba ensinar cada coisa,
maneira mais atraente para ensinar as crianças levando em conta as dificuldades da sala.
que passam a refletir e se interessar melhor
pelo conteúdo apresentado a elas.
Para Duprat (2015), é muito importante que
conceituemos o que se entende por lúdico em
nossa educação, pois assim quando falamos em

209
REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A neuropsicopedagogia contribui para a formação de um ser humano completo, valorizado
em todos os aspectos, com uma aprendizagem que envolva sua imaginação, na qual a ação
criadora seja a motivação do aprendizado, visto que a musica traz consigo um conhecimento
histórico do passado e do tempo atual, uma forma de observação da expressão da cultura da
sociedade em que o educando convive, assim como de outras, permitindo comparação de
culturas, podendo desenvolver na criança um olhar critico sobre suas vivencias, possibilitando ao
educando a construção e transformação de conhecimentos significativos para a sua cidadania.
A criança começa a se expressar de outra maneira e é capaz de integrar- se ativamente na
sociedade, porque a neuropsicopedagogia ajuda a ganhar independência nas suas atividades
habituais, assumir o cuidado de si mesma e do meio, e ampliar seu mundo de relações. A
neuropsicopedagogia tem o dom de aproximar as pessoas. A criança que vive em contato com a
neuropsicopedagogia aprende a conviver melhor com outras crianças, estabelecendo uma
comunicação mais harmoniosa. Nesta idade a neuropsicopedagogia as encanta, dá-lhes
segurança emocional, confiança, porque se sentem compreendidas ao compartilhar canções, e
inseridas num clima de ajuda, colaboração e respeito mútuo.
O brincar faz parte do ser criança, e isso é fantástico, pois tem expressivo efeito por si só,
o brincar, além de auxiliar no desenvolvimento infantil, nas esferas emocional, intelectiva, social
e física, demonstrando a sua fundamental importância neste período riquíssimo do ser humano,
ou seja, a sua própria estruturação, a base construtiva do que tenderemos a chegar ao
desencadear de nossas vidas, dando-nos o assegura mento necessário para progressão natural
do ciclo humano. A brincadeira instintivamente é usada pelo bebê para descobrir o mundo.
É brincando que a criança se descobre e consegue se expressar de maneira livre e saudável.
A criança tem uma mentalidade semelhante à do artista, pois ambos ingressam facilmente no
universo do faz de conta, aplicando o dom de fantasiar a tudo e fingindo que algo é, na verdade,
alguma coisa bem diferente, ela inventa, ela constrói, ela faz e desfaz. A brincadeira pode ser
representada por meio de várias formas, uma delas é simplesmente deixar a criança expor seus
movimentos.

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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

REFERÊNCIAS
BRASIL, Atendimento Educacional Especializado: Brasília 2007.

BRASIL, Revista da Educação Especial/Secretaria da Educação Especial v. 1 n. 1 out 2005-


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CORIA-SABINE, Maria Ap.; LUCENA, Regina F. de. Jogos e brincadeiras na Educação


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DUPRAT, Maria Carolina (org.). Ludicidade na educação infantil. São Paulo, Pearson: 2015.

RAU, Maria C. T. D. A ludicidade na educação infantil: uma atitude pedagógica. Curitiba:


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