ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA:

POSSIBILIDADES E DIFICULDADES

Mário Lúcio de Lima Nogueira1

RESUMO: O ensino a distância, ao apropriar-se da tecnologia

informática, vem cada vez mais aumentando as possibilidades de
promover uma socialização do conhecimento proporcionando, de
um modo sistemático, às camadas mais necessitadas, o acesso às
mais recentes informações em suas áreas de atividade. No entanto,
há necessidade de que sejam exploradas estratégias alternativas de
ensino, contextualizadas ao ambiente tecnológico. Os alunos, em
programas de ensino a distância, vivenciam a aprendizagem de
maneira diferente do ensino presencial, portanto têm, uma pers-
pectiva diferente daqueles que não estão separados do local das
aulas. A construção do conhecimento, de uma forma não-linear e
não-seqüencial, possibilitados pelos sistemas de hipertexto e
hipermídia, requer dos atuais professores novas aprendizagens, prin-
cipalmente no que diz respeito ao planejamento, desenvolvimento e
avaliação de programas de ensino a distância via rede, particular-
mente se falarmos de ensino superior. São necessárias diferentes
habilidades de apresentação da informação e de planejamento, de-
senvolvimento e avaliação de estratégias de ensino nas quais profes-
sor e aluno estejam distantes fisicamente.
PALAVRAS-CHAVE: educação a distância – formação de professores
ABSTRACT: Taking advantage of the Information Technology,
distance education is increasing more and more the possibilities to
spread out knowledge to every level of populations. People an
quickly access late information to apply on their local activities.

1) Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Tecnologia Educacional – v. 31 (157/158) Abr/Set – 2002 77

 However, it is necessary to explore
alternatives for educational strategy that
will fit to the local technological
environment. On distance educational
programs, students experience the learning
process on a different way to those in the
classroom. Therefore, they might have a
different outlook being far from the
classroom. Building knowledge in a non-
linear and non-sequential method-making
use of hypermedia and hypertext-requires
new learning techniques from current
teachers. On regard to graduate learning
programs, the planning, development and
evaluation are even more dramatic steps
when they occur through the web.
Different skills and learning strategies are
necessary to present information where
teachers and students are not physically in
the same room.
Key–words: distance education –
teachers formation
A sociedade moderna, em virtude de
seu crescente desenvolvimento técnico-
científico, vem buscando a excelência na
formação de profissionais em todas as áreas
e, neste particular, a importância da
educação, em todos os seus matizes,
particularmente no Ensino Superior, vem
sendo cada vez mais sendo ressaltada. As
atuais tendências pedagógicas dirigem-se
com muito acerto à concepção de uma nova
atitude docente, em que o professor é visto
como facilitador em um processo no qual
o aluno é objeto de influências educacionais,
mas sobretudo, sujeito ativo na construção
de seu próprio conhecimento.
A sociedade contemporânea tem
como premissa fundamental conceder uma
78 Tecnologia Educacional – v. 31 (157/158) Abr/Set – 2002
grande importância à atividade do aluno
como sujeito, para que se forme e se
desenvolva em toda a sua potencialidade
sob a direção segura de um professor
capacitado, por meio de um processo
dialógico que tem lugar em um meio
cooperativo onde todos têm direito a voz.
Pela primeira vez na história da
humanidade, devido à velocidade de
renovação do saber e do saber fazer,
gerada pelo advento de novos aparatos
tecnológicos, a maior parte dos
conhecimentos adquiridos por uma pessoa
no início de sua formação profissional,
será obsoleta ao iniciar sua carreira e, em
virtude disto, acreditamos ser preciso
preparar, continuadamente, os
profissionais para estes novos tempos, em
que eles estarão frente à criação dos outros
rumos, implantando e desenvolvendo o
uso das novas tecnologias da informação
e de comunicação em suas áreas de atuação.
Frente à chamada Sociedade da
Informação, onde há a criação constante
do novo, em que a singularidade e a
pluralidade se tecem de uma forma
articulada, os novos processos educacionais
desencadeados pela tecnologia informática,
passam a ser redefinidos continuamente,
exigindo uma preparação e especialização
contínua por parte de todos os profissionais,
ocasião em que o ensino a distância passa a
ocupar um lugar de destaque como uma
das poucas possibilidades que estas pessoas
possuem para fazer frente aos múltiplos
obstáculos que as impedem de acessar as
novas metodologias e, conseqüentemente,
de se aprimorar em seus afazeres do
cotidiano profissional.
 Isto nos leva a inferir que um dos
princípios básicos que justificam a
necessidade da constante atualização de
conteúdos e métodos docentes é,
precisamente, a velocidade com que o
conhecimento e os procedimentos
educacionais se tornam ultrapassados.
Com esta mesma lógica, pode-se afirmar
que o professor que se mantém aplicando
conteúdos e métodos obsoletos,
freqüentemente enclausura-se em sua
metodologia, sucumbindo às suas
próprias limitações.
Neste sentido, a formação do profis-
sional, para atuar nessa nova
sociedade, implica em entender a
aprendizagem como uma maneira
de representar o conhecimento,
provocando um redimensionamento
dos conceitos já conhecidos e possibi-
litando a busca e compreensão de
novas idéias e valores. Entender a
aprendizagem, sob este enfoque,
requer a análise cuidadosa do que
significa ensinar e aprender e, conse-
qüentemente, rever o papel da escola
e, principalmente, do professor. (VA-
LENTE 1999, p.152)
A educação é um processo pelo qual
adquirimos não só conhecimentos sobre
a natureza, a sociedade e a cultura dos
povos, mas também competências técnicas
para o desenvolvimento de tarefas
profissionais e valores considerados
importantes para a sociedade em que
vivemos, onde o professor deve ser o
mediador natural deste processo de
Tecnologia Educacional – v. 31 (157/158) Abr/Set – 2002
educação for mal. Assim sendo,
acreditamos que em educação, é de suma
importância o investimento na formação
do professor que, para ser eficaz, precisa
ser contínua, pois do contrário, a instituição
escolar, entendida como local de
transmissão do saber e construção do
conhecimento, perde o sentido, porque é
evidente que outros locais e tecnologias
avançadas podem melhor e mais
rapidamente trabalhar a informação.
(SILVA & AZEVEDO, 2001, p.194).
Há um esforço muito grande dos
educadores e pesquisadores em mostrar que
os problemas da educação brasileira não se
concentram somente no interior do sistema
educacional, mas, antes de tudo, refletem uma
situação de desigualdade e polaridade social,
produto de um sistema econômico e político
perverso e desequilibrado.
Certamente que a educação, nas
suas mais diversas modalidades, não
tem condições de sanear nossos
múltiplos problemas nem satisfazer
nossas mais variadas necessidades.
Ela não salva a sociedade, porém,
ao lado de outras instâncias sociais,
ela tem um papel fundamental no
processo de distanciamento da
incultura, da acriticidade e na cons-
trução de um processo civilizatório
mais digno do que este em que
vivemos (LUCKESI, 1990, p.10).
Em todas as etapas da história da
humanidade, os avanços tecnológicos fo-
ram responsáveis por alterações em
processos nos mais diversos campos da
79
atividade humana e sempre trazendo
consigo múltiplas mudanças nas atitudes
socioculturais dos povos, particularmente
nos processos educacionais.
Um aspecto ainda mais complexo diz
respeito ao fato da educação a
distância requerer que as instituições
alterem significativamente sua
rotina de trabalho, como por
exemplo: políticas e procedimentos
de inscrição de alunos em disciplinas,
horário de aulas, procedimentos de
avaliação, formaturas e presença nas
atividades de ensino (LEITE & SILVA,
2000, p.4)
Nesse sentido, o ensino a distância pode
contribuir de forma significativa para o
desenvolvimento educacional de um país,
notadamente de uma sociedade com as
características brasileiras, onde o sistema
educacional não consegue desenvolver as
múltiplas ações que a cidadania requer. Não
sendo considerado como substituto da
educação presencial, o ensino a distância,
no Brasil, pode ser utilizado como forma
complementar de educação.
O ensino a distância, no Brasil, tem a
sua utilização acadêmica prevista na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei no. 9.394/96) que nos diz:

Art. 80 – O Poder Público incentivará

A Internet vem modificando o ensino e
a pesquisa, dando novos caminhos para a
educação. Mas, para que este crescimento
seja positivo, o professor precisa alterar sua
postura diante destes avanços tecnológicos
e compreender que a inteligência humana
não é outra coisa senão a síntese das ações e
emoções humanas integradas em um sujeito
individual, em um determinado momento
histórico, dos indivíduos em particular ou
da humanidade como um todo. Se o pro-
fessor sabe disso, todo esforço, coerente
com esse saber, será orientado na direção
da criação de situações em que os indivíduos
(alunos e o próprio professor) serão
desafiados a recriarem a vida nos seus
múltiplos aspectos: cognitivos, afetivos e
psicossociais. Assim, ensinar deixa de ser
uma simples oportunidade de passagem de
informação para ser a vivência de uma
experiência que contextualiza
conhecimento que o professor constrói.
(VALENTE, 1999, p.140).
o desenvolvimento e a veiculação de
programas de ensino a distância, em
todos os níveis e modalidades de ensino,
e de educação continuada.
Esta modalidade de ensino, no entanto,
não pode ser encarada como um remédio
milagroso para todos os males da educação
brasileira e não podemos considerá-la tão
importante enquanto espaço de
aprendizagem que nos leve a negar outros
espaços já consagrados em nosso fazer
pedagógico. (LEITE & SILVA, 2000, p.10).
O ensino a distância, ao apropriar-se
da tecnologia informática, vem cada vez
mais aumentando as possibilidades de
promover uma socialização do
conhecimento proporcionando, de um
modo sistemático, às camadas mais
o necessitadas, o acesso às mais recentes
informações em suas áreas de atividade,
já que as modernas tecnologias oferecem

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elementos para a solução de um problema
crucial da educação a distância, que é a
interatividade. (LITWIN, 2001, p.16).
Para Grispun (1999) há um caráter
educacional na tecnologia, assim como um
caráter social. Trabalhar estes dois pólos é
o compromisso de uma educação de
qualidade que tem na tecnologia a base
tanto de um saber-fazer, como de um
fazer-saber-para-quê. (p .55).
O ensino a distância, com a apropriação
das novas tecnologias de informação,
particularmente a Internet, tem propiciado
mecanismos educacionais que vem sendo
usados por diversos países, na busca de
solucionar os problemas de formação e
capacitação de recursos humanos, por meio
de processos de ensino-aprendizagem que,
de modo geral, tem apresentado resultados
muito positivos.
No entanto, muitas das instituições, hoje
interessadas em ensino a distância, ainda
procuram caminhos mais fáceis que
possibilitem a redução do custo de seus
cursos. Isto acontece por não perceberem
que há uma diferença fundamental entre a
preparação dos materiais para a educação
presencial e o ensino a distância. O que
infelizmente se vê, é que estas instituições
empregam predominantemente a
reprodução de textos que são distribuídos
por meio da Internet (com um custo
relativamente pequeno, tanto no
desenvolvimento como na entrega). Além
disso, estes textos não são adaptados ao novo
meio e consistem, muitas vezes, de materiais
que, originariamente, não foram elaborados
para este fim, mas sim, para serem publicados
2) E-mail é uma forma de comunicação assíncrona, enquanto o chat é uma forma de comunicação síncrona.
Tecnologia Educacional – v. 31 (157/158) Abr/Set – 2002
sob forma impressa. Esta utilização
indiscriminada do material didático
dificilmente se dá sem que haja uma queda
na qualidade do ensino. Deve-se ter cuidado
em não reaplicar métodos tradicionais em
situações de ensino a distância, pois eles,
normalmente, não são compatíveis.
O professor, para atuar
efetivamente, precisa reconhecer
essa mudança no ambiente e sua
influência no contexto. Mais
especificamente, o professor precisa
trabalhar com as potencialidades
do meio e adaptá-lo às limitações
impostas à sua abordagem
educacional. (NOGUEIRA &
CASTRO, 2001. p .78).
Assim, deve-se estar atento para que o
ensino a distância, quando se utilizar dos
recursos da tecnologia informática, não
reproduza o ensino por correspondência.
A utilização de textos impressos deve ser
combinada com uma ampla variedade de
outros meios e recursos. Quando o ensino
a distância é entendido apenas como a
disponibilidade remota de textos, ainda que
acompanhado por e-mail e chat2, é de crer
que a sua razão custo/benefício, quando
comparada à do ensino presencial, seja
bastante favorável, mas há uma potencial
queda de qualidade no processo que
necessita ser avaliado e minimizado.
Há necessidade de que sejam exploradas
estratégias alternativas de ensino,
contextualizadas ao ambiente tecnológico.
É importante que estes materiais sejam
81
preparados por equipes multidisciplinares/
transdisciplinares que levem em conta, (i) o
processo de auto-instrução característicos
do ensino a distância, (ii) a incorporação e
adequação das ferramentas tecnológicas que
serão utilizadas, (iii) a colaboração de tutores,
e (iiii) o estudante como centro do processo
de ensino-aprendizagem.
É preciso registrar aqui, entretanto, que,
se os textos disponiveis forem prepara-
dos para se adequar ao meio, sendo enri-
quecidos por estruturas de hipertexto, ano-
tações, comentários, glossários, mapas de
navegação, referências (links) para outros
textos igualmente disponíveis, que possam
servir como discussões ou complemen-
tos dos textos originais, a eficácia do ensi-
no a distância aumenta consideravelmen-
te. Certamente, esse tipo de construção de
conhecimento não-linear, não-seqüencial,
possibilitados pelos sistemas de hipertexto
e hipermídia, requer dos atuais professo-
res novas aprendizagens, principalmente no
que diz respeito ao planejamento, desen-
volvimento e avaliação de programas de
ensino a distância via rede.
A seleção da mídia pedagógica é de
extrema importância em um pro-
cesso de EAD. Esta seleção consi-
dera que o mais relevante é a qua-
lidade da mensagem e não o meio
utilizado para enviá-la. (MORAN,
1998, p.17).
A utilização de diferentes materiais jus-
tifica-se, ainda, pelas diferenças individu-
ais quanto às necessidades pessoais, aos ob-
jetivos de cada aprendiz, ao estilo cognitivo
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de cada um, suas estratégias e ritmo de
aprendizagem. Acrescente-se a isto o tem-
po que cada um dispõe para a realização
do estudo e a sua determinação pessoal.
Estas são características que devem nos
orientar e não nos assustar. Os alunos, em
programas de ensino a distância, vivenciam
a aprendizagem de maneira diferente do
ensino presencial, portanto têm uma pers-
pectiva diferente daqueles que não estão
separados do local das aulas.
“O aluno não é um receptor passi-
vo de mensagens educativas. Ao es-
tudar e ao aprender 5a distância,
terá que percorrer a maior parte
do processo de forma autônoma e
independente, desenvolvendo o
autodidatismo.” (LANDIM,
1997, p.38).
Portanto, o planejamento das tarefas
para o ensino a distância, visando a obter
os resultados positivos esperados, confor-
me enunciou Roca (1997), devem levar em
conta, minimamente, os seguintes itens:
• o que se quer ou se precisa aprender:
currículo, programa, matéria, conteúdo,
área, tema;
• a pessoa que sabe sobre o que se quer ou
se precisa aprender: professor, forma-
dor, monitor, orientador, assessor;
• a pessoa que quer ou precisa aprender:
aluno, estudante, aprendiz;
• o sistema que é seguido para produzir a
aprendizagem: metodologia, enfoque,
modelo didático, sistema de ensino;
• os instrumentos usados para facilitar a
aprendizagem: tecnologias, materiais, téc-
nicas, recursos, atividades, exercícios;
• e o sistema organizador de todo o pro-
cesso de ensino -aprendizagem.
A tecnologia informática não deve ser
utilizada apenas como mais um recurso
didático na educação a distância, mas sim
como um agente de transformação do
processo ensino-aprendizagem. “O que se
busca é uma ação pedagógica com base
nas disponibilidades tecnológicas.”
(MORAN,1998, p.23) capaz de propiciar
um maior alcance social para uma educa-
ção verdadeiramente inclusiva.
As características da formação continu-
ada e a distância combinaram perfeitamen-
te com o paradigma construtivista em apren-
dizagem. Princípios como a concepção da
educação como “mola propulsora” de uma
visão transformadora de mundo, o con-
fronto entre teoria e prática, tendo a prática
social como ponto de partida e de chegada
e o estabelecimento da reflexão e da dúvi-
da como constantes do trabalho docente,
articularam-se rapidamente entre si.
A educação inclusiva, entendida como
uma garantia de oportunização a todos, atri-
buindo as mesmas chances e direitos – num
conceito pleno de cidadania ativa, assim
como o respeito às diversidades culturais,
completaram esse amplo referencial.
Ao elegermos a tecnologia informática
em nosso projeto de educação a distância,
sabemos que trazemos junto uma pesada
carga psicológica e cultural que não pode
Tecnologia Educacional – v. 31 (157/158) Abr/Set – 2002
ser esquecida em nossos planejamentos, sob
pena de termos perdas não intencionais de
importantes valores educacionais. (NO-
GUEIRA & CASTRO, 2001, p .78).
Certamente esse tipo de construção de
conhecimento, não-linear, não-seqüencial,
possibilitados pelos sistemas de hipertexto
e hipermídia, requer dos atuais professo-
res novas aprendizagens, principalmente no
que diz respeito ao planejamento, desen-
volvimento e avaliação de programas de
ensino a distância via rede, particularmen-
te se falarmos de ensino superior.
Apesar de tudo, podemos afirmar que
não é a tecnologia que garante o sucesso
do ensino. Os professores precisam saber
como, para que e por que fazer ensino a
distância. Ensinar a distância é muito dife-
rente de ensinar presencialmente, mesmo
para professores com larga experiência em
ensino. São necessárias diferentes habilida-
des de apresentação da informação e de
planejamento, desenvolvimento e avaliação
de estratégias de ensino nas quais professor
e aluno estejam distantes fisicamente. Além
do mais, é necessário dominar o meio ou o
sistema de transmissão da informação ado-
tado. Nas próximas décadas, veremos uma
nova geração de professores que terá real-
mente se graduado a distância e adquirido
experiência real para realizar cursos via en-
sino a distância.
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