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UNIDADE II
Sumário
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TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
UNIDADE II
Você deve ter observado que nessa disciplina estamos desenvolvendo o estudo do uso das Tecnologias da
Informação e Comunicação no processo de ensino e de aprendizagem. A intenção é oferecer subsídios para
a construção de alternativas viáveis para a otimização do uso das tecnologias em contextos educacionais.
Continuando o estudo, vamos propor leituras e atividades que mobilizem a reflexão-ação acerca das
potencialidades das tecnologias no processo educativo, inclusive no Ensino Superior.
Ao final da leitura dos materiais, realize as atividades avaliativas. Caso tenha alguma dúvida, seu
tutor (a) ajudará você! Entre em contato com ele (a)!
Vamos em frente!
Orientações da Disciplina
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O USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR E A RELAÇÃO COMO O
PARADIGMA EDUCACIONAL DOMINANTE
Palavras do Professor
Meu caro (a) é fato que vivemos em um contexto de grandes inovações tecnológicas que se renovam
com grande velocidade, e dinamizam os processos sociais, dentre esses, o educativo, em todas as suas
esferas e níveis. É um processo irreversível, presente nas mais diversas situações e contextos.
Tais inovações têm como fundamento as possibilidades de facilitar a prática educativa, vislumbrando um
processo educativo mais crítico, criativo e coerente com as demandas da contemporaneidade social.
Nessa perspectiva, os espaços “de ensinar” e “de aprender” extrapolam a sala de aula, pois incluem
diferentes contextos presenciais e/ou virtuais com variadas tecnologias que anunciam, modificam e
ampliam a prática profissional docente. Isso não decorre apenas da evolução tecnológica em si, mas
da própria atualização do ambiente de ensino. Formas novas de interagir surgem, e o docente precisa
estar “antenado” para utilizar essas novas formas eficientemente, com ganhos em todo o processo de
aprendizado.
Desse modo, abrem-se novos campos na educação para a ação docente, requerendo do professor a
tarefa de mediar, gerenciar e integrar, o processo formal de ensinar e aprender. Ele deixa de ser um mero
“jogador de conteúdo”, o “depósito de conhecimento” que “descarrega” o saber nos seus alunos, meros
agentes passivos no processo de aprendizado. Isso mudou, e seguirá mudando.
Nesse sentido, novas competências docentes que envolvem o domínio técnico-pedagógico são
exigidas, vislumbrando novas aprendizagens no âmbito da escola. O processo de aprendizado mudou, o
docente precisa mudar. Não faz muito tempo que o docente tinha apenas quadro e giz para transmitir o
conhecimento. Agora ele tem youtube, lousa, internet, recursos diversos.
E agora como conciliar tudo isso com um perfil de aluno cada vez mais conectado?
Então, o Ensino Superior, enquanto um dos níveis formais de ensino, também se insere nessa mudança
paradigmática que desenha um novo panorama educacional, marcado pela presença da tecnologia e da
informação em todos os ramos da atividade humana. Não tinha como ser diferente, afinal a tecnologia
tem se imiscuído no dia a dia das mais variadas profissões.
EXEMPLO
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O professor de Ensino Superior se vê, então, frente às exigências sociais que chegam à sala de aula,
também requisitando novas formas de se fazer educação no âmbito da prática acadêmica.
Assim, o Ensino Superior se depara com a necessidade de redefinição de sua didática, ao considerar que
as tecnologias de informação e comunicação, têm influenciado a forma de produção e disseminação do
conhecimento.
Prezado (a) estudante, nesse item iniciaremos a reflexão a partir da leitura indicada abaixo.
LEITURA COMPLEMENTAR
Num contexto marcado pelo uso exacerbado das tecnologias, especialmente as digitais que permitem o
acesso e o processamento de informações e conhecimento de modo compartilhado e interativo, em todas
as esferas da vida humana, é imprescindível que os docentes do Ensino Superior também estejam aptos
a lidar com esses artefatos de modo a favorecer sua prática profissional.
Nesse sentido, essa nova realidade impõe à didática o reconhecimento de que o conhecimento é construído
na coletividade e que, nesse processo, a tecnologia favorece a mediação pedagógica, intermediando e
contribuindo com as intercalações do sujeito com o objeto de conhecimento e com seus pares no contexto
de aprendizagem.
É suscitada, então, a inovação pedagógica nas práticas educativas, inclusive no ensino superior,
vislumbrando novas possibilidades de ação didática no contexto educativo, mediadas também pelas
tecnologias disponíveis.
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EXEMPLO
Assim, meu caro (a), o professor tem papel de mediador do processo educativo, orientando as situações de
aprendizagem de modo a favorecer a aprendizagem colaborativa e compartilhada, bem como significativa,
para os sujeitos envolvidos. Ele não é mais um mero “repassador de conhecimentos” mas um aglutinador
e orientador do processo pedagógico.
A partir desse entendimento, se requer um professor com postura investigativa, pesquisador, que se lança
continuamente na reflexão das práticas educativas cotidianas e que vislumbra a perspectiva de novos
cenários para o processo de ensino e de aprendizagem. Mas um professor que saiba integrar os recursos
tecnológicos cada vez mais abundantes de forma adequada, respeitando a disponibilidade, viabilidade e
aceitação dele pelos discentes.
Palavras do Professor
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DICA
Nesse contexto, é imprescindível a colaboração e a interação entre os sujeitos, pois estas trocas permitem
a construção e o compartilhamento de saberes significativos e referendados no contexto social.
Então, ao discutirmos sobre as novas perspectivas de ação docente no Ensino Superior, vem à tona a
questão de sua formação profissional para esse novo cenário sócioeducacional que se descortina.
As instituições educativas vêm, cada vez mais, utilizando artefatos tecnológicos em seu cotidiano,
no sentido de desenvolverem novas possibilidades educativas de qualificação da construção de
conhecimentos em suas práticas cotidianas. Assim, atividades diversificadas, envolvendo a pesquisa,
reflexão e sistematização, anunciam uma perspectiva educativa emancipatória que entende o sujeito
como participante ativo na construção de suas aprendizagens.
Antes irradiadora de conhecimento, a escola passa a receber de outras fontes, como canais do youtube,
por exemplo, novos materiais, novas formas de ensino que, muitas vezes, acabam sendo implantadas
por demanda dos próprios discentes, cada vez mais atores impulsionadores e construtores do próprio
processo de aprendizado.
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A interação, inclusive, passa a se processar tanto dentro quanto fora da sala de aula. Fóruns, grupos
de whatsapp, sites, wikis, enfim, diversas novidades que têm sido trazidas pelo mundo digital. Com os
aspectos de mobilidade trazidos pelos smartphones (que são computadores que realizam ligações e não
telefones com capacidade de rodar aplicativos), o universo interativo chegou às mãos dos nossos alunos
com muito mais rapidez do que o próprio computador.
Palavras do Professor
É considerando esses fatores que a formação docente aparece como elemento central
do processo educativo, dada as possibilidades de qualificação deste. É preciso investir
na formação docente (inicial e continuada) instrumentalizando-os para atuarem no
contexto atual de forma competente e significativa. Isso não dispensa, contudo, a
necessidade do próprio docente buscar a sua atualização utilizando os diversos canais
nos quais ela está disponível. Claro que a formação promovida pela própria instituição
é sempre muito bem vinda, mas nesses novos tempos o docente tem sido encorajado a
buscar essa nova formação e ser um agente modificador dentro da própria instituição,
trazendo novas demandas e indicando novos caminhos a serem seguidos pela
instituição. Isso é da natureza do docente, essa busca incessante pelo conhecimento e
sua agregação ao processo de aprendizado.
Com a formação docente qualificada, o professor pode melhorar sua prática, bem como
criar alternativas viáveis à resolução de situações de vivência intra e extraescolar, além
de adquirir conhecimentos suficientes para saber selecionar o que efetivamente pode
e deve ser utilizado e descartar os modismos vazios que às vezes se impõem como as
“grandes novidades” (a “última palavra em recurso tecnológico ou pedagógico”) tão
descartáveis quando se analisa os recursos na sua essência. Só sobrevivem aqueles
que realmente são úteis. Modismos passam.
Para isso, a própria tecnologia tem facilitado e trazido novas possibilidades de formação,
como os próprios cursos EAD, que por serem caracterizados pela flexibilidade, trazem
novas oportunidades de aprendizado e atualização docente. E essa atualização traz ao
professor novas formas de atuar, criando uma conexão entre o que ele faz atualmente
e o que poderá fazer no futuro com a agregação dessas novas tecnologias ao seu
processo de ensino.
Desse modo, se requer do professor uma contínua reflexão sobre suas práticas
profissionais, vislumbrando a ampliação de seus conhecimentos, bem como o
aprimoramento de sua habilidade docente - num mundo conectado, onde a difusão de
conhecimentos se torna cada dia mais veloz, não teria mesmo como ser diferente.
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DICA
Atividades como palestras, oficinas, estudo de caso, debates, dentre outras, envolvendo as tecnologias,
podem fornecer subsídios teórico-práticos que ajudem o professor a desenvolver e melhorar o seu
trabalho, permitindo também uma maior e melhor interação com os estudantes que, frequentemente já
fazem uso e dominam as tecnologias.
É importante que estudantes e professores busquem conjuntamente aprendizagens, bem como soluções
de situações cotidianas que, por vezes, dificultam a construção de conhecimentos.
Obviamente, esse processo de formação docente deverá ser realizado em parceria, pois não somente as
redes de ensino, mas principalmente o próprio docente é sujeito de sua formação. Requer-se assim, a
figura de um professor pesquisador, de postura crítica e investigativa e que, por entender a dinamicidade
do conhecimento humano busca sempre o aprender a aprender.
E, se a tecnologia é conhecida e bem dominada por eles, a chance de sucesso é bem concreta. Não dá
pra descartar, atualmente, recursos como o Youtube. Mas é óbvio que o seu uso deve ser bem pensado e
controlado, para que a atenção não se transforme em distração. E nesse caso a tecnologia passa a atuar
não a favor, mas contra o processo de aprendizado.
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??? VOCÊ SABIA?
Você sabia que a autonomia docente, tanto em termos de sua formação quanto de
sua prática profissional, aparece como elemento chave, possibilitando o enfrentamento
às demandas socioeducacionais para além da técnica e dos artefatos, mas focada na
efetivação de aprendizagens?
Em muitas localidades, as autoridades locais resolveram proibir, em qualquer caso, o uso de celulares
em salas de aula. É claro que o seu uso, se indiscriminado e descontrolado, traz muitos malefícios ao
processo de aprendizado. Mas se utilizados de forma parcimoniosa, com controle e conhecimento pelo
docente, tais dispositivos podem trazer um grande ganho no processo de aprendizagem.
O problema, mais uma vez, não é a tecnologia em si, mas o uso que se faz dela. Nesse sentido, a tecnologia
não é o principal no processo de ensino e aprendizagem - aliás, jamais deve ser - a tecnologia é meio e
não fim. Nesse caso, a tecnologia funciona como um suporte à consolidação da mediação pedagógica e
das interações no processo de ensino e de aprendizagem para a construção de conhecimentos.
Lembre-se: tecnologia é meio, não é fim. Ela é um facilitador, e não o objetivo principal.
Sob esse aspecto, é preciso fazer uso consciente e ético das tecnologias, para que esses não apareçam
como foco central e único no processo de ensino, mas como auxiliares ao processo de construção de
saberes no âmbito escolar - ressaltando que devemos manter a mente aberta e receptiva às novidades,
mantendo um olhar crítico para não sermos capturados pelos modismos que teimam em surgir.
Assim, mais que dominar a técnica, é preciso desenvolver a reflexão, a criticidade e autonomia, tanto de
docentes quanto de discentes, instrumentalizando-os para a construção de alternativas viáveis para o uso
eficiente e coerente das tecnologias da prática docente profissional, especialmente no ensino superior.
As instituições educativas, portanto, precisam desenvolver em coautoria com seus docentes a formação
continuada, bem como a vivência de programas e projetos que permitam a reflexão e a criação de novas
perspectivas educativas condizentes com o contexto social, mas sem perder de vista a função da escola.
Naturalmente, devemos manter a humildade e entender que nossos alunos têm muito a nos ensinar nesse
aspecto em particular - muitos de nós atuam com essa chamada geração “y”, de alunos que apresentam
grande desenvoltura no uso de tecnologia. Daqui a pouco estaremos lidando com a geração “z”, que
parece ter contato com tecnologia já do berço!!! Experimente entregar um smartphone a uma criança
de um ano e se dará conta rapidamente do que estamos falando. É uma geração considerada como
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“nativa digital”, que tem uma espantosa capacidade de uso, absorção e descobrimento de novas funções,
aplicativos e usos para a tecnologia de uma forma geral.
Nesse sentido, é importante desenvolver o diálogo contínuo e a interação entre os pares para a
consolidação e ampliação de conhecimentos, o que repercute na própria metodologia e didática de sala
de aula. São postas em jogo atividades de trocas, debates, produções coletivas, dentre outras mediadas
por tecnologias digitais que se evidenciam no contexto presencial ou na educação a distância.
Palavras do Professor
É nessa direção que ratificamos ser imprescindível uma formação docente comprometida
com as práticas sociais e com a formação do cidadão, instrumentalizando para o uso
competente das tecnologias digitais em todas as áreas e níveis de ensino.
Prezado (a) aluno (a), a prática docente mediada pelas tecnologias, especialmente as digitais, tem sido um
imperativo da contemporaneidade - a demanda tem sido cada vez maior, seja por parte das instituições,
seja por parte dos nossos alunos. Assim, seu uso requer formação diferenciada como discutimos há
pouco. Por outro lado, a sua disponibilidade e o seu uso simplificado, em muitos dos casos, são fatores
encorajadores para o seu uso.
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DICA
Não dá pra usar tudo! Naturalmente, saber analisar e selecionar as melhores opções
é, sem dúvida, um grande diferencial que separa o docente comum daquele “ligado”
nas novas tecnologias e, principalmente, no seu uso racional no ambiente de ensino.
É nesse sentido que é preciso pensar e construir possibilidades acerca da qualificação e/ou otimização
da prática pedagógica. Faz-se, necessário desenvolver continuamente troca de experiências e grupos
de estudo e de trabalho, no sentido de construir um novo cenário educativo. Esse novo cenário chegou
para ficar. Para o aluno de hoje em dia, olhar para o quadro é pouco! Ele quer participar do processo de
aprendizado e da construção do conhecimento.
Quem não se lembra de alguma prática que foi feita em sala que nunca foi por nós esquecida?
É disso que estamos falando - do uso da tecnologia como algo permanente, perene, que traz uma
internalização dos conceitos através da experimentação potencializada pelo uso de tecnologia. Cabe
ressaltar mais uma vez (como as tantas outras que já fizemos neste texto), que a tecnologia é um apoio
nesse processo de construção em grupo.
Nesse contexto, é preciso ampliar o espaço de aprendizagem e de construção de saberes, pois as
tecnologias permitem novos meios de interação, de interlocução e construção de conhecimentos, inclusive
mediatizados pelas redes digitais.
As redes sociais (facebook, youtube, twitter, instagram, dentre outras) podem fornecer
caminhos para uma aprendizagem que, ao romper a barreira tempo-espaço cria novas
possibilidades de construção de conhecimentos. Cabe, assim, adequar o novo ao
pertinente, objetivando o alcance dos objetivos educacionais previstos.
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As Tecnologias da Informação e da Comunicação representam possibilidades a uma prática docente
“tecnologizada” não apenas em termos técnicos, mas especialmente em aspectos conceituais. Desse
modo, é importante construir conhecimento teórico-prático e desenvolver competências profissionais
específicas para o correto manuseio das tecnologias, sem perder de vista o desenvolvimento de as
aprendizagens.
Cabe ao docente ser flexível, mediador, incentivador, investigador conforme as demandas sociais. Todavia,
é fundamental que ocorra reflexão profunda e contínua sobre a práxis educativa, bem como uma formação
continuada que viabilize o acompanhamento pedagógico da evolução e metodologias que envolvem a
tecnologia na educação.
ASSISTA AO VÍDEO
Palavras Finais
Não existe receita pronta! É a formação docente que pode fornecer subsídios teórico-
práticos para que, de fato, sejam consolidadas de forma competente a otimização do
uso das tecnologias para a consolidação e ampliação de conhecimentos no processo de
ensino e aprendizagem escolar.
Espero que tenha gostado de mais um encontro. Lembre-se de realizar suas atividades
avaliativas!
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