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POSSIBILIDADES E DIFICULDADES PARA A INSERÇÃO DAS MÍDIAS COMO

APOIO ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO PROFESSOR EM UMA ZONA


RURAL DE FEIRA DE SANTANA·

Janice Macêdo da Matta Simões·

RESUMO:

A inserção das Novas Tecnologias em sala de aula tão importantes ao processo de ensino e
aprendizagem sofre obstáculos que as tornam ineficazes nos ambientes educativos. O cenário
escolhido para este estudo foi uma escola rural de Feira de Santana, espaço onde os recursos,
em geral, são precários. O objetivo foi provocar um debate sobre os procedimentos
desempenhados pelos professores e estudantes com relação ao uso racional das novas
tecnologias, a fim de alcançar uma aprendizagem significativa a partir de ações estruturadas e
colaborativas com o desses instrumentos. Outro aspecto focado foi o patamar em que se encontra
o preparo acadêmico de profissionais que dominem esta nova tecnologia. Assim, é necessário
compreender os seguintes fatores, conhecimento da técnica de planejamento, espaço físico
disponível, estrutura e apoio logístico adequado para este fim, bem como o papel atual do
professor como um mediador das Novas Tecnologias. Esses fatores são apresentados como
elementos necessários ao estimular à interação e autonomia tanto do professor e do aluno,
proporcionando um ensino justo e de aprendizagem empolgante e dinâmica.

PALAVRAS-CHAVE: Mídias. Novas Tecnologias. Formação de Professores.

Abstract:

The insertion of new technologies in classroom as important to the process of teaching and
learning suffer obstacles that make them ineffective in educational environments. It was suggested
that we understand the reasons for these barriers, as well as the possibilities for its effective use in
the direction of the expected results. The scenario chosen was a rural school of Feira de Santana,
space where resources, in general, are more precarious. The purpose is to provoke a debate about
the perfoming procedures by schools, teachers and students on the possibilities offered by new
technologies in order to achieve a meaningful learning from structured collaborative actions with
the help of these instruments. Another aspect is focused on the plateau that lies before the
academic demands of this new technology. Thus, it is necessary to understand how they are
administered: the need for physical space, structure and logistical support suitable for this purpose
as well as the teacher's role and its relationship as a mediator of the New Technologies. These
factors are presented as necessary elements to stimulate interaction and autonomy both the
teacher and student, ensuring access to tools that provide a teaching and learning fair, just and
dynamic, as well as call upon the demands of modernity.

KEY WORDS: Media. New Technologies. Teacher Training.


2

1. INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos acompanham a demanda do cenário mundial


pela apropriação de aparatos cada vez mais sofisticados. Neste contexto
precisamos readequar o processo de ensino e aprendizagem de forma
acompanhar a velocidade com a qual estas mudanças ocorrem.
Especialmente diante da nova geração digital: crianças e jovens imersos em
eventos de alta complexidade tecnológica.

O apego ao tradicionalismo pedagógico, zona de conforto, em oposição


à configuração sócio-tecnológica atual, faz com que o ambiente educacional
se torne enfadonho, desmotivador e ao mesmo tempo obstáculo aos
resultados necessários ao contexto atual, tanto para o estudante quanto para
o professor.

Entretanto, se por um lado assim é, por outro a formação do professor


parece ocorrer descontextualizada em relação à realidade da sala de aula, no
que diz respeito à apropriação das Novas Tecnologias. Vale destacar que, o
número de estudantes atendidos e a carga excessiva de trabalho a que este
profissional é submetido comprometem suas práticas, objetivos e meios, tanto
no planejamento quanto no acompanhamento das ações pedagógicas. 

Algumas escolas da zona rural já dispõem de recursos como


computadores, lousa digital, tvs, data show, dvd player que estão se
transformando em sucata antes mesmo que possam ter o uso adequado ao
qual se destinam. Assim, é necessário saber se estes recursos realmente
existem e estão disponíveis. Se existem: por que ainda não estão inseridos na
prática pedagógica? se estão inseridos, de qual forma esta inserção ocorre:
como instrumento acessório ou mediador e interativo no processo de
aprendizagem? o que falta para que o estudante seja alfabetizado
digitalmente e incorpore a tecnologia à sua rotina nos procedimentos de
aprendizagem, proporcionando assim sua autonomia digital? Com o intuito de
elucidar estas questões, buscamos caminhos norteassem estas dúvidas,
3

partindo da ótica do próprio professor cujas falas são refletidas nos resultados
desta pesquisa.

2. USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NAS ESCOLAS DA ZONA RURAL

Aos olhos da abordagem construcionista 1, o professor é o responsável


por promover ambientes passíveis de construção do conhecimento através de
situações que desafiem e motivem a criatividade do estudante. Esta
constatação se fundamenta nas concepções do conhecimento e aprendizagem
trazidas pelas teorias da epistemologia genética 2 e sócio-histórica 3 que nos
levam a expectativas em relação à necessidade de um professor cada vez
mais apto ao uso racional das inovações tecnológicas, tornando-o, assim, um
eterno aprendiz de constantes releituras reflexivas da sua própria prática
pedagógica.

Este cenário requer um professor sempre preparado para lidar com esta
questão através de alternativas que permitam superar a falta de condições,
que por vezes ocorrem nos ambientes escolares. Para tanto é necessário que
sua prática pedagógica seja readequada aos parâmetros tecnológicos. Já que
este seu despreparo é um dos principais fatores que inviabiliza o encontro do
estudante com a tecnologia, não como um mero passatempo sócio-virtual,
mas como instrumento acessório à aprendizagem autônoma, interativa,
significativa que o motive e promova seu desenvolvimento diante da gama de
informações que o espaço virtual possibilita vivenciar.

1
Teoria Construtivista de Piaget: o conhecimento não nasce com o indivíduo, a despeito da
imensa carga genética, nem este conhecimento é dado pelo meio social. O conhecimento é
construído na interação tanto com o meio físico quanto com o social. Dependendo das condições
do sujeito e dos fatores de mediação ao qual este tem alcance.
2
A Epistemologia Genética de Jean Piaget sintetiza o apriorismo e o empirismo, através de uma
interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas já existentes.
3
Vygotsky traz a mediação como chave de sua teoria, particularizando o processo de ensino e
aprendizagem no qual aquele que aprende e aquele que ensina se interligam, já que o ser
humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro.
4

É sabido que os professores ainda não conseguiram desatar o nó que


obstacula o processo e práticas pedagógicas mediados pelas Novas
Tecnologias, a despeito de ter tais instrumentos ao seu alcance. E, os
estudantes seguem confusos, cada vez mais imersos em inovações que se
apresentam sob diversas formas como TVs HDMI, LCD, playstations,
celulares, Ipod, Ipad, tablets, notebooks, sem falar na diversidade de
softwares multimídias no espaço virtual, recursos que poderiam ser usados
como ferramenta pedagógica contextualizada às suas necessidades
educativas. Além disto, na rede pública da zona rural os estudantes convivem
com um desequilíbrio duplo, são vítimas tanto do tradicionalismo pedagógico,
quanto da privação de conhecimentos sobre o uso adequado destes recursos,
aumentando cada vez mais a distância digital.

A questão não está na validade dos meios tecnológicos ou nos


benefícios ao ensino-aprendizagem, mas como estes meios estão
incorporados à prática pedagógica de forma a promover uma educação
autônoma e crítico-interativa dentro das rotinas cotidianas do estudante para
que assim se promova a formação de cidadãos mais reflexivos, capacitados e
preparados para a realidade dentro e fora do espaço escolar.

Neste sentido, a apropriação das tecnologias nos espaços pedagógicos


oferece a possibilidade de uma interação mais efetiva, direcionada e
promotora de mudanças. Isto, para que haja dialogicidade 4 entre professor x
tecnologia x estudante, na dinâmica ressignificativa do saber, de forma
efetiva, constante e prazerosa beneficiando todos os envolvidos. Enfim, uma
apropriação desta “nova” forma de aprender a ensinar, e ensinar a aprender,
através da mediação tecnológica computacional.

2.1 Novas Tecnologias na zona rural: o que fazer com elas?

4
Processo capaz de construir, por meio da lógica intrínseca ao diálogo. Para Freire “ao
encontrarmos a palavra, na análise do diálogo, somos levados a buscar seus elementos
constitutivos”. A dialogicidade é uma das maiores contribuições de Bakhtin para análise da
construção do pensamento humano (FIGUEIREDO, 2009).
5

A inserção das tecnologias à prática pedagógica é um dos requisitos ao


cumprimento das legislações 5 que asseguram a isonomia 6 e igualdade no
acesso aos direitos educacionais. Porém, o próprio contexto impõe obstáculos
à efetiva inserção destas tecnologias nos espaços educativos, especialmente
na zona rural tão carente de infraestrutura educacional.

A comunidade do entorno apresentava diversidade cultural decorrente de


suas raízes indígenas, africanas e européias. A principal fonte de renda da região
era a agricultura, apesar de não ser relevante para a economia da localidade,
ainda se fazia presente. Não havia organização e planejamento da agricultura
familiar, o que não oportunizava trabalho para os jovens que acabavam migrando
para o centro de Feira de Santana ou regiões mais prósperas, cuja demanda era
por profissionais mais capacitados cultural e tecnologicamente falando.

Importante se faz destacar que apesar de serem espaços diversos:


zona urbana e zona rural, as novas tecnologias já se fazem presentes através
dos celulares, playstations e redes sociais, apesar de só haver 2 Lan Houses
no distrito. Além do que, como todos os demais estudantes, estes também têm
uma vocação natural para a tecnologia, superando os professores que muitas
vezes usam a tecnologia (celular/computador) de maneira mais rudimentar
possível sem explorar os recursos disponíveis.

5
[...] O direito à educação, como instrumento de transformação social, compreende a própria
dignidade da pessoa humana como direito anterior à própria formação do Estado. A educação no
Brasil deve ser pautada nos princípios da igualdade e liberdade, [...]garantindo [...] prestação do
serviço educacional de forma isonômica entre alunos provenientes da escola pública e da escola
particular- arts. 205 e 206 da CF de 188 (SILVA:2008)
6
O Direito à Isonomia segundo o art. 5º. da Constituição Federal (CF/88), tem como
princípio a igualdade de aptidão, de possibilidades virtuais: consiste em tratar igualmente
os iguais, com os mesmo direitos e obrigações, e desigualmente os desiguais. [...]quando
tal desigualdade for estabelecida pela própria Constituição, [...] enquanto exigência natural
para a consecução da efetiva igualdade (FIOCA e GRAU:2001).
6

3. REFERENCIAL TEORICO

As inovações tecnológicas na educação não são práticas recentes. Já


em 1600, Comenius 7 propôs o uso de recursos audiovisuais ressaltando a
importância das ilustrações na aprendizagem. Mas, só em 1905, surgiu nos
Estados Unidos os primeiros museus de recursos visuais destinados a fins
pedagógicos, em treinamento militar, contando com acervo de materiais como
slides e filmes (BARATO, 2010).

Nas décadas de 70 à 80 foram desenvolvidas na UFRGS8 experiências


fundamentadas nas teorias de Piaget e estudos de Papert com a intenção de
promover a aprendizagem autônoma a partir do uso do computador como
ferramenta de intervenção, na mediação da aprendizagem e estímulo do
raciocínio lógico-matemática de crianças de escolas públicas com dificuldades
de aprendizagem (EDUCOM, 1983).

A partir deste período, o Brasil iniciou seu processo de informatização


buscando desenvolver sua própria capacidade produtiva tecnológica para
alcançar autonomia e desenvolvimento político, econômico e social. Neste
lastro, a partir do momento em que inovações surgiram, começaram a ser
criadas diversas legislações e infraestrutura para a utilização das tecnologias
da informação no processo de ensino-aprendizagem, com objetivos e
diretrizes alinhados ao Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto da
Política Nacional de Informática e do Plano Básico de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico do país (GUIMARÃES, 2007).

Em 1973 surgiram as primeiras iniciativas de inserção do computador


como recurso pedagógico, inclusive, na Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, onde esta tecnologia foi introduzida de forma experimental em
processos de avaliação e formação (FUGIMOTO, 2010). Em 1975,  Seymour

7
Joahann Amos Comenius (28/3/1592-15/11/1670), um dos primeiros grandes teóricos do
ensino, nasce em 1592 de uma remota família da Morávia (atualmente correspondente a uma
parte da Tchecoslováquia). Organizou reformas curriculares e um modelo de ensino na Hungria.
8
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
7

Papert9 e Marvin Minsky 10 durante uma visita à Unicamp deram início a uma
nova perspectiva baseada na inteligência artificial (EDUCOM, 1983).

Segundo Oliveira (1981), o computador proporcionou ao professor


possibilidades de usar estratégias motivadoras e favoráveis à construção do
aprimoramento e autonomia do estudante no desenvolvimento de sua
aprendizagem. Com esta motivação surgiu como um trunfo, devendo ser
aproveitada pelo professor para resgatar o desempenho daqueles que,
porventura, precisem melhorar, bem como dos que podem superar sua atuação
atual.

É a partir da aquisição das informações e dos conhecimentos


que os indivíduos têm uma visão de mundo diferenciado, pois
na medida em que se adquirem novos conhecimentos também
se tornam diferentes. Nesta perspectiva, as tecnologias podem
tornar-se elementos integradores dos ambientes de
aprendizagem desde que sejam pensadas, discutidas e
planejadas com base nos reais contextos educacionais com
seus limites e possibilidades. Não se pode ter a ilusão de que
serão a “salvação da pátria”, pois, dependendo do seu uso
podem ou não contribuir para uma aprendizagem que
realmente responda aos desafios da sociedade atual
(Idem:1981).
Neste cenário, em 1983, foi criada a Secretaria Especial de
Informática 11 para regulamentar, supervisionar, fomentar e assegurar o
desenvolvimento e progresso tecnológico da sociedade brasileira. Assim,
começaram a surgir programas de capacitação científico-tecnológica.

Assmann (1998) enfatiza que a aparente inclusão global nos processos


tecnológicos, de certa forma, acaba causando uma exclusão. Isto porque a
grande maioria da população brasileira, independente de sua localização,
ainda não alcançou a alfabetização funcional, muito menos a alfabetização
digital, apesar dos recursos tecnológicos serem supostamente acessíveis,
Conforme afirma Lévy:

9
Seymour Papert, concebeu a computação e matemática como instrumentos fundamentais à
aprendizagem das crianças.(http: //www.neaad.ufes.br/subsite/psicologia/obs08papert.htm).
10
Marvin Lee Minsky, se destacou pela construção do primeiro computador baseado em redes
neurais (http://www.nce.ufrj.br/GINAPE/VIDA/ia.htm)
11
Secretaria Especial de Informática e a Comissão Especial nº 11/83 - Informática na
Educação pela Portaria SEI/CSN/PR nº 001/83 como órgão executivo do Conselho de
Segurança Nacional da Presidência da República
8

O paradoxo dos sistemas de comunicação de vocação


universal consiste em que estes geram quase automaticamente
exclusão. Por exemplo, a invenção do alfabeto criou, ao
mesmo tempo o analfabetismo, o qual não está obviamente,
nas culturas puramente orais(1999,p.205).
Este cenário demanda não apenas de um professor apto a utilizar as
tecnologias como um mero recurso às suas pretensões pedagógicas, mas sim
como meio potencializador e instigador de uma aprendizagem autônoma,
transformando o estudante de sujeito passivo à sujeito ativo, responsável e
co-participante do processo de sua própria aprendizagem. Esta motivação
provocada pelas inovações segue a passos largos rumo a superações
tecnológicas inimagináveis, com novas metodologias e possibilidades
educacionais que não podem ser desconsideradas (VESCE, 2009).

Em 1996, a Universidade Federal do Rio de Janeiro introduziu o


computador em suas atividades acadêmicas dando origem ao Núcleo de
Computação Eletrônica – NCE (MORAES, 1999).

O PROINFO 12 foi incorporado ao PRONINFE em 1997, ocasião em que


foram distribuídos para as escolas brasileiras cem mil computadores
interligados à Internet para capacitar professores e atender estudantes. Estas
ações13 tinham como finalidade a melhoria da qualidade do ensino voltada ao
desenvolvimento científico para possibilitar estudos sobre o comportamento
dos indivíduos em ambientes escolares (PRATA, 2005).

Segundo Fileno (2007), o uso do computador, naquela ocasião, era


defendido como instrumento com foco no ensino e aprendizagem a partir da
computação, para assim atender as perspectivas e expectativas em relação à
informática educativa. Este contexto gerou uma demanda por professores com
conhecimentos e habilidades voltadas às Novas Tecnologias, especialmente
em Softwares e Hardware – processadores de texto, planilhas eletrônicas,
navegadores, dentre outros.

12
Programa Nacional de Informática na Educação
13
Parceria com as Secretarias de Educação Estaduais, municípios e Ministério de Educação
e Cultura - MEC
9

Em relação às teorias existentes, as inovações tecnológicas


revolucionaram o ensino-aprendizagem trazendo novas possibilidades de
fomentação de conhecimento, como opção, dentro das diferentes modalidades
e metodologias de ensino e aprendizagem (VILARINHO & GOMES, 2004).

A “acessibilidade tecnológica” trouxe possibilidades diversas como uma


redução das diferenças sociais, aumentando a possibilidade de êxito tanto
para o professor quanto para o estudante, além de proporcionar soluções para
uma sociedade que precisa de profissionais que atendam a demanda
tecnológica da modernidade (MORAES, 1999).

Os professores, porém, ainda não estão bem preparados para a


incorporação tecnológica à prática pedagógica e este preparo não ocorrerá
sem um investimento em recursos tecnológicos e humanos (MORAN, 2009).
Em geral, na Educação, as leis, propostas e projetos são de extrema valia,
porém a logística, na hora de se colocar em prática, não segue a mesma
sequência racional. Ou seja, no boom do momento a proposta é lançada ao
público sem que antes se prepare professores, gestores e se adeque os
espaços educativos. Consequentemente, antes que o público e usuários se
acostumassem com a prática, esta já caiu em desuso, por falta de ações
contínuas e acompanhadas que a sustentem.

Importante destacar que a tecnologia não é salvadora de ninguém,


muito menos da educação, ela é apenas mais um suporte que se bem
utilizado poderá potencializar condições favoráveis à aprendizagem através da
autonomia, empenho e entusiasmo, porém, o sucesso deste processo
depende, principalmente, do próprio estudante (PASSERINO & LIMA: 2002).
10

4. METODOLOGIA

O estudo foi desenvolvido em uma escola municipal no Distrito de Maria


Quitéria na cidade de Feira de Santana-Ba, com atividades voltadas para um
público de crianças, Fundamental II (6º ao 9º ano) e Educação de Jovens e
Adultos, com 26 professores e 796 estudantes nos turnos matutino, vespertino e
noturno.

Após autorização da escola para realização da pesquisa, a coleta de dados


se deu com a entrevista dos professores que concordaram em participar e
assinaram o Termo de Livre Consentimento e Esclarecido – TCLE, durante o
horário letivo. Foi usado o Instrumento de Coleta de Dados para obter
informações e identificar se havia uso da tecnologia computacional e de que
forma isto ocorria no ambiente. Em caso negativo, a intenção seria entendermos
os empecilhos à concretização do fato e a visão que os professores tinham do
computador no processo de aprendizagem de seus estudantes dentre outras
questões que poderiam surgir. O Roteiro de Entrevista foi construído em
linguagem simples e objetiva, direcionado à busca de substrato para a pesquisa.

Optamos pela pesquisa qualitativa exploratória com critério participante na


coleta de dados, conforme Holloway e Wheller (1999, apud LIMA), por esta
proporcionar uma melhor interação com os entrevistados no local no qual estes
desenvolvem suas atividades. Assim, tanto o fluxo quanto o entendimento
detalhado das informações foram facilitados em relação aos aspectos novos
sobre o tema ou problema (LUDKE, 1986). Para tanto, utilizamos o Roteiro
destinado à seleção das informações válidas aos objetivos desta pesquisa, o que
favoreceu o entendimento do processo partindo das questões e hipóteses
conforme preconizado por Gauthier:

Trata-se de um método de coleta de dados que elimina, ao menos em


parte, a eventualidade de qualquer influência – presença ou
intervenção do pesquisador – do conjunto das interações,
acontecimentos ou comportamentos pesquisados, anulando a
possibilidade de reação do sujeito à operação de medida (1984:296).
11

Observamos 05 (cinco) professores da escola pública da zona rural de


Feira de Santana-Ba, acima mencionada, que trabalhavam com jovens de
faixa etária entre 10 a 14 anos, no 6º ano do ensino fundamental II. Nosso
objetivo foi analisar a inserção das Novas Tecnologias computacional como
embasamento e suporte tanto nas práticas pedagógicas quanto na inserção
destas nas rotinas de ensino-aprendizagem do estudante com o objetivo de
desenvolver a autonomia, interatividade e competência digital.

Buscou-se focar no desempenho do professor e em suas dificuldades no


aporte das Novas Tecnologias como instrumento de desenvolvimento da
aprendizagem autônoma do estudante sob a sua mediação nos espaços
educativos. O embasamento teórico ocorreu a partir de literatura específica, bem
como da coleta de dados partindo de entrevistas, a princípio gravadas, transcritas
e semiestruturadas de acordo à própria intencionalidade deste objeto de estudo.

Segundo a reflexão de Levy (1993), Marques (2003) e Valente (1999), o


estudo da realidade do cotidiano escolar e das possibilidades de mudanças são
imprevisíveis, por interferirem nos objetivos preestabelecidos pelos atores do
cenário pedagógico, melhor se concretizando a partir do momento em que o
pesquisador se encontra inserido na situação pesquisada. Os dados
bibliográficos, além de nortearem a pesquisa, serviram de embasamento teórico e
marco primordial para busca de elementos que comprovassem ou oferecessem
novos horizontes nas possibilidades de inserção positiva da tecnologia aliada à
prática pedagógica de forma significativa nos ambientes de aprendizagem
observados.

5. DISCUSSÃO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:

A importância do preparo do professor para o uso racional da tecnologia


nos processos educativos, tanto como elemento acessório à sua prática, quanto
como promotor da autonomia do estudante é inquestionável no cenário
educacional e no contexto atual.
12

Sem este preparo o professor dificilmente poderá romper com o


tradicionalismo, vez que, os processos de aprendizagem são mediados por
situações que provoquem de forma reflexiva a construção de conhecimentos
sólidos, contextualizados. Levando-se em conta que esta técnica é parte
indispensável para que o professor alcance uma prática pedagógica mais
contextualizada com as demandas tecnológicas.

Neste tipo de estudo, buscamos, a partir da análise das informações


coletadas, traçar um perfil do cenário educativo em relação às demandas
tecnológicas. Assim, poderíamos descobrir quais as dificuldades sentidas pelos
professores na inserção das mídias como apoio às práticas no espaço escolar
em seus planejamentos globais/diário. O focamos, como fatores principais, a
habilidade, estratégia e domínio do recurso a ser utilizado. Também foi
investigado qual a opinião dos professores acerca dos pontos positivos e
negativos do uso das Novas Tecnologias em sala de aula nas escolas da zona
rural. O contexto sócio-histórico foi outro indispensável ao melhor entendimento e
análise dos dados coletados.

Constatamos que as salas de aula não possuíam ventilação e iluminação


natural e eram insuficientes para atender a demanda de estudantes,
principalmente nos turnos matutino e vespertino. Não havia áreas para lazer,
esportes, biblioteca, nem refeitório. Em 2010 a escola foi contemplada com 30
computadores que estavam inoperantes por falta de espaço, mobiliário e pessoal
habilitado. A maioria dos professores mal conseguia operar basicamente o
computador (e-mail/redes sociais), não possuindo noções estratégicas para
conduzir suas práticas pedagógicas aliadas às novas tecnologias. Na sala dos
professores havia um computador que dificilmente funcionava e na sala da
diretoria havia um computador ativo com impressora e acesso à Internet, lenta, e
de uso exclusivo do departamento.

A obtenção dos dados deu-se a partir de coleta de informações no Roteiro


de Entrevista cujo resultado apresentamos abaixo:
13

Apenas 33,33% dos professores entrevistados informaram usar as


tecnologias novas e tradicionais, 66,67% declararam não utilizar. Quanto à forma
de utilização, 33,33% informaram usar de forma descontextualizada, 66,67% de
forma contextualizada. Já a respeito ao planejamento do uso da tecnologia na
escola 100% informaram planejar dentro dos conteúdos programáticos. Com
relação à forma com a qual os professores associavam a mídia à prática apenas
50 % afirmaram partir do contexto.

Quanto às dificuldades no uso da tecnologia em sala de aula, 16,67%


afirmaram não encontrar dificuldades, enquanto 83,33% afirmaram encontrar
dificuldades de diversas tipologias, como problemas na logística. A respeito do
uso 100% afirmaram ocorrer de forma unilateral (como reprodutor de mídias).

100% deles informaram ter conhecimento do uso do computador, lousa


digital, datashow, stereoplayer, as novas tecnologias e as tradicionais como
estratégias pedagógicas; Mas, em contraponto, apenas 66,67% informaram usar
todas as tecnologias disponíveis. Entretanto, todos foram consensuais em afirmar
que, diante da falta de infraestrutura da escola, ainda é prematuro o uso das
mídias de forma a alcançar a autonomia digital do estudante. Apesar que, todos
pretendem usar objetos de aprendizagem, blogs, wiki, facebook, com a
participação interativa dos alunos, assim que a escola esteja adaptada a este fim.

Os resultados demonstraram que a prática pedagógica na escola necessita


ser aprimorada através de cursos e reciclagens que promovam maior
conhecimento sobre o desenvolvimento de projetos através do uso da tecnologia
dentro e fora do espaço escolar. Algumas informações foram contrastantes,
enquanto inicialmente alguns afirmaram não utilizar, mais adiante informações
pertinentes ao uso foram positivas, o contrário também ocorreu, o que demonstra
uma insegurança em assumir a necessidade de buscar o conhecimento para que
assim se possa incorporar à prática pedagógica. Foi constatado que só há uma
sala onde é possível o uso de computador, televisão e datashow, as demais não
são adequadas a nenhum uso de equipamentos.
14

6. CONCLUSÃO

Como resultado desta pesquisa, constatamos que a implantação de


mudanças no espaço educacional, como diz Hargreaves (1995) se constitui em
um dos maiores desafios educacionais. Isto porque, o ente primordial no início do
processo é o professor, que, supostamente, possui autonomia para tomar
decisões, alterar currículo, desenvolver propostas, quando na realidade se ignora
que além do preparo do professor, a falta de infraestrutura e apoio logísticos
comprometem os resultados das práticas deste profissional.

A estrutura organizacional da escola, de forma geral, necessita ser


repensada em relação aos objetivos estabelecidos no Projeto Político Pedagógico
da Escola, inclusive não apenas nas necessidades estruturais, mas no sentido de
focar na introdução das tecnologias de forma efetiva nas práticas pedagógica a
partir de cursos de formação, reciclagens, adequação ambiental, estratégias nos
planejamentos pedagógicos, levantamento das possibilidades e entraves,
procedimentos no uso das práticas mediadas pela tecnologia, buscando antever
imprevistos para se antepor a eles.

A chave de tudo, ao nosso ver, está no estabelecimento de parcerias


dentro e fora do ambiente escolar e, muito mais ainda entre professores,
coordenadores e gestores. Uma boa articulação promove grandes e significativas
mudanças.

Em relação às dificuldades encontradas na utilização das mídias no espaço


reservado (já que em sala de aula é inviável), a maioria informou que a
disponibilidade é incerta (defeitos, falta de equipamentos, falta de suporte), existe
freqüência de danos nos equipamentos, falta de controle da localização dos
periféricos (cabos, mouses, teclados), falta de manutenção, que depende, não da
escola, mas da administração da secretaria de educação. Também falta controle
logístico, não existem pessoas disponíveis para administrar o local, material e dar
suporte ao professor, ficando a cargo dele providenciar espaço, montar
equipamentos, operá-los, se responsabilizar pela desmontagem do espaço
15

(desconectar cabos, devolver equipamentos) o que torna por vezes inviável o uso,
diante da responsabilidade em ministrar a aula e controlar os estudantes.

Todos os professores entrevistados demonstraram interesse em estar


adequadamente preparados para inserir as novas tecnologias, em especial o
computador de forma interativa em sala de aula, através de blogs, produções
textuais, criação e exibição de vídeos. Porém, confessaram necessitarem de
formação direcionada a este fim e apoio logístico da escola não apenas como
controle do espaço físico e manutenção, mas de pessoal disponível durante o
uso, para que o professor possa se dedicar a sua função de mediador.

Conforme destaca Silva (2005), somente a inclusão da informática na


escola com o uso efetivo do computador pelo estudante, na realização de
atividades de aprendizagem significativas e motivadoras é que o estudante
adquirirá sua autonomia acadêmica. Pois, a compreensão é fruto de como o
computador é utilizado e como o estudante está sendo desafiado na atividade de
uso desse recurso.

Há tempos atrás as Novas Tecnologias eram um sonho, algumas


mostradas em desenhos animados (os jetsons) e filmes de ficção (Stardust;
Jornadas nas Estrelas/ Perdidos no Espaço). Hoje, nos deparamos com muitas
destas ficções em nosso cotidiano. Esquentamos nossos alimentos em
microondas, usamos o que na ficção era chamado de telecomunicadores,
celulares, usamos controles que ligam, desligam, acionam alarmes, fecham
portas, janelas, controlam temperatura, iluminação, som-ambiente, monitoram
ambientes promovendo mais segurança, abrem portões... No espaço escolar
também não temos como fugir, sob pena de sermos atropelados pela esteira da
modernidade.
Assim, o computador se destaca por suas possibilidades de promover a
interatividade em tempo real, não apenas de forma externa, mas também
internamente, porque promove e facilita tanto a aprendizagem individualizada,
quanto a colaborativa. Além disto, não prescinde dos demais recursos da
tecnologia educacional como lápis, lousa, livros, cadernos, nem das discussões
pessoais no ambiente educacional.
16

Porém, os resultados esperados pelo uso do computador só se efetiva se


inserido num contexto de atividades que desafiem o crescimento do grupo para
que, assim, o estudante desenvolva sua aprendizagem em relação a si próprio, ao
outro (professor e colegas) e com a máquina (computador). Papert (1986) nos diz
que a criança se apropria, para si mesmo, de materiais que ela encontra e, mais
significativamente, de modelos e metáforas sugeridos pela cultura que a rodeia.
Neste processo, é importante que a escola reflita seu papel diante da
aprendizagem de seus estudantes, sujeitos atuantes, reflexíveis e responsáveis
por suas próprias aprendizagens. Desta forma, as Novas Tecnologias utilizadas
apenas como ferramentas no processo educativo, sem o preparo do professor
para sua aplicação adequada, serão apenas repetição de procedimentos
descontextualizados e, por isto mesmo, ineficazes.
As práticas educativas necessitam da tecnologia de forma a valorizar o
potencial, a motivação e o empenho do aprendiz na busca pela integração de
conteúdos programáticos significativos. Para isto, há necessidade de se rever o
layout e se promover construção de espaços que estejam adequados à
implantação, ao menos de um laboratório de informática e biblioteca.
17

REFERÊNCIAS

ANDRADE, P.F; Albuquerque Lima, M.C.M. PROJETO EDUCOM. Brasília:


MEC/OEA, 1993
ASSMANN, H. Reencantar a Educação: Rumo à sociedade aprendente.
Petrópolis. RJ.Vozes, 1998.
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http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2011/11/geracao-digital-nao-sabe-
navegar.html
20

RESULTADOS DA ENTREVISTA DO PROFESSOR ANTES DAS OFICINAS


SUJEITO 1
IDADE A – 20 à 30 B – 31 à 40 C – 41 à 50 PROFISSÃO PROFESSORES
1 QUAIS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA EM SALA DE AULA
Computador (internet, mídias, etc). Data-show, tv, aparelho de sm, etc.
2. COMO VOCÊ OS UTILIZA
Depois de planejada a aula, confirmada a disponibilidade da escola e programo o conteúdo com
o recurso a ser utilizado.
3. DE QUE FORMA VOCÊ SE PROGRAMA PARA UTILIZÁ-LOS
Confirmo a disponibilidade e programo o conteúdo a ser utilizad com o objetivo de analisar na
compreensão do conteúdo dado.
4. COMO VOCÊ ASSOCIA A MÍDIA UTILIZADA, NO CASO O COMPUTADOR, À NA SUA
PRÁTICA PEDAGÓGICA
Visto que as escolas não possuem sala de informática com computadores suficienes para o uso
eles não tem aula que usem o computador, são apenas observadores.
5. VOCÊ ENCONTRA DIFICULDADES NO USO DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA?
Sim, pois não há disponibilidade suficiente para todos os professores e as salas não estão
apropriadas.
6. ESTE USO SE DÁ DE FORMA UNILATERAL (PROFESSOR) OU
INTERATIVA(PROF./ALUNOS)?
Unilateral.
7. QUAIS OS RECURSOS TECNOLÓGICOS QUE VOCÊ TEM CONHECIMENTO QUE
POSSAM SER ÚTEIS À SUA PRÁTICA?
Todos, desde que se adeque ao conteúdo estudado.
8. QUAIS VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU PESSOALMENTE?
Internet, “computador”, data-show, televisão, som, etc...
9. VOCÊ CHEGOU A PROMOVER O USO PELOS SEUS ALUNOS? SE AFIRMATIVO:
QUAIS OS RESULTADOS E DIFICULDADES PERCEBIDOS, SE NEGATIVO: POR QUÊ?
Não, as escolas não possuem tal capacidade ainda.
VOCÊ PRETENDE UTILIZAR AS TECNOLOGIAS, EM ESPECIAL O COMPUTADOR DE
FORMA INTERATIVA EM SALA DE AULA? DE QUE FORMAM, OU POR QUE NÃO?
Depende da instituição de ensino.
SUJEITO 2
IDADE A – 20 à 30 B – 31 à 40 C – 41 à 50 PROFISSÃO PROFESSORES
QUESTIONÁRIO SOBRE INFORMAÇÕES DO USO DA TECNOLOGIA COMPUTACIONAL
NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE FORMA A PROMOVER AUTONOMIA DIGITAL E
ALAVANCAR OS PROCESSOS DE APRENDIZAGENS NOS ALUNOS ATRAVÉS DA
MEDIAÇÃO DO PROFESSOR.
1 QUAIS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA EM SALA DE AULA
JORNAIS, REVISTAS, LIVROS.
2. COMO VOCÊ OS UTILIZA? LENDO E DISCUTINDO
3. DE QUE FORMA VOCÊ SE PROGRAMA PARA UTILIZÁ-LOS
ELES SÃO SEMPRE UTILIZADOS.
4. COMO VOCÊ ASSOCIA A MÍDIA UTILIZADA, NO CASO O COMPUTADOR, À NA SUA
PRÁTICA PEDAGÓGICA? NÃO USO
5. VOCÊ ENCONTRA DIFICULDADES NO USO DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA?
SIM
21

6. ESTE USO SE DÁ DE FORMA UNILATERAL (PROF) OU INTERATIVA(PROF./ALUNOS)?


NÃO SE DÁ
7. QUAIS OS RECURSOS TECNOLÓGICOS QUE VOCÊ TEM CONHECIMENTO QUE
POSSAM SER ÚTEIS À SUA PRÁTICA? TV, DATASHOW, DVD.
8. QUAIS VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU PESSOALMENTE?
TV, DVD
9. VOCÊ CHEGOU A PROMOVER O USO PELOS SEUS ALUNOS? SE AFIRMATIVO:
QUAIS OS RESULTADOS E DIFICULDADES PERCEBIDOS, SE NEGATIVO: POR QUÊ?
NÃO. TEMOR QUE ELES DANIFIQUEM.
VOCÊ PRETENDE UTILIZAR AS TECNOLOGIAS, EM ESPECIAL O COMPUTADOR DE
FORMA INTERATIVA EM SALA DE AULA? DE QUE FORMAM, OU POR QUE NÃO?
SIM. ASSISTINDO A VÍDEOS, FAZENDO BLOGS PARA POSTAR PRODUÇÕES TEXTUAIS.
SUJEITO 3
IDADE A – 20 à 30 B – 31 à 40 C – 41 à 50 PROFISSÃO PROFESSORES
1 QUAIS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA EM SALA DE AULA
Folhetos, jornais.
2. COMO VOCÊ OS UTILIZA
Geralmente para uso estatístico.
3. DE QUE FORMA VOCÊ SE PROGRAMA PARA UTILIZÁ-LOS
Plano de aula.
4. COMO VOCÊ ASSOCIA A MÍDIA UTILIZADA, NO CASO O COMPUTADOR, À NA SUA
PRÁTICA PEDAGÓGICA
Nunca uso.
5. VOCÊ ENCONTRA DIFICULDADES NO USO DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA?
Sim.
6. ESTE USO SE DÁ DE FORMA UNILATERAL (PROFESSOR) OU
INTERATIVA(PROF./ALUNOS)?
Não se dá. (ver resposta 4).
7. QUAIS OS RECURSOS TECNOLÓGICOS QUE VOCÊ TEM CONHECIMENTO QUE
POSSAM SER ÚTEIS À SUA PRÁTICA?
Inúmeros programas disponíveis na rede (Internet) em minha área.
8. QUAIS VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU PESSOALMENTE?
A grande maioria. Mas, não em sala de aula.
9. VOCÊ CHEGOU A PROMOVER O USO PELOS SEUS ALUNOS? SE AFIRMATIVO:
QUAIS OS RESULTADOS E DIFICULDADES PERCEBIDOS, SE NEGATIVO: POR QUÊ?
Não. A escola não dispõe de sala de informática.
VOCÊ PRETENDE UTILIZAR AS TECNOLOGIAS, EM ESPECIAL O COMPUTADOR DE
FORMA INTERATIVA EM SALA DE AULA? DE QUE FORMAM, OU POR QUE NÃO?
Gostaria muito, se na escola houvesse espaço.
SUJEITO 4
IDADE A – 20 à 30 B – 31 à 40 C – 41 à 50 PROFISSÃO PROFESSORES
1 QUAIS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA EM SALA DE AULA
Tv, datashow, computador.
2. COMO VOCÊ OS UTILIZA
Com a exposição de imagens, slides, vídeos.
3. DE QUE FORMA VOCÊ SE PROGRAMA PARA UTILIZÁ-LOS
As aulas expositivas necessitam de imagens e conteúdos escritos.
22

4. COMO VOCÊ ASSOCIA A MÍDIA UTILIZADA, NO CASO O COMPUTADOR, À NA SUA


PRÁTICA PEDAGÓGICA
As aulas multimídias são mais interessantes para o aluno/professor e aumentam a curiosidade
do aluno para o assunto..
5. VOCÊ ENCONTRA DIFICULDADES NO USO DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA?
Não.
6. ESTE USO SE DÁ DE FORMA UNILATERAL (PROFESSOR) OU
INTERATIVA(PROF./ALUNOS)?
Não.
7. QUAIS OS RECURSOS TECNOLÓGICOS QUE VOCÊ TEM CONHECIMENTO QUE
POSSAM SER ÚTEIS À SUA PRÁTICA?
Computadores, aparelhos:dvd, vídeo, lousa digital, tv.
8. QUAIS VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU PESSOALMENTE?
Lousa, computador, tv, dvd.
9. VOCÊ CHEGOU A PROMOVER O USO PELOS SEUS ALUNOS? SE AFIRMATIVO:
QUAIS OS RESULTADOS E DIFICULDADES PERCEBIDOS, SE NEGATIVO: POR QUÊ?
Não, falta material e estrutura da escola para promoção da aula.
VOCÊ PRETENDE UTILIZAR AS TECNOLOGIAS, EM ESPECIAL O COMPUTADOR DE
FORMA INTERATIVA EM SALA DE AULA? DE QUE FORMAM, OU POR QUE NÃO?
Sim. Com aulas interativas.
SUJEITO 5
IDADE A – 20 à 30 B – 31 à 40 C – 41 à 50 PROFISSÃO PROFESSORES
QUESTIONÁRIO SOBRE INFORMAÇÕES DO USO DA TECNOLOGIA COMPUTACIONAL
NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE FORMA A PROMOVER AUTONOMIA DIGITAL E
ALAVANCAR OS PROCESSOS DE APRENDIZAGENS NOS ALUNOS ATRAVÉS DA
MEDIAÇÃO DO PROFESSOR.
1 QUAIS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA EM SALA DE AULA
Livros, jornais, revistas e filmes.
2. COMO VOCÊ OS UTILIZA
Leitura, estudo dirigido e aula explicativa.
3. DE QUE FORMA VOCÊ SE PROGRAMA PARA UTILIZÁ-LOS
De acordo com os assuntos.
4. COMO VOCÊ ASSOCIA A MÍDIA UTILIZADA, NO CASO O COMPUTADOR, À NA SUA
PRÁTICA PEDAGÓGICA Não associo, pois pouco, ou quase nada utilizo.
5. VOCÊ ENCONTRA DIFICULDADES NO USO DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA?
Todas, pois não existe computadores nas salas de aulas.
6. ESTE USO SE DÁ DE FORMA UNILATERAL (PROFESSOR) OU
INTERATIVA(PROF./ALUNOS)?
Não ocorre.
7. QUAIS OS RECURSOS TECNOLÓGICOS VOCÊ CONHECE QUE POSSAM SER ÚTEIS À
SUA PRÁTICA?
O computador, a tv, etc.
8. QUAIS VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU PESSOALMENTE? A tv e a lousa.
9. VOCÊ JÁ PROMOVEU O USO DO COMPUTADOR POR SEUS ALUNOS? QUAIS OS
RESULTADOS E DIFICULDADES PERCEBIDOS, SE NEGATIVO: POR QUÊ?
Sim, mas dentro do trabalho de pesquisa so houve cópia do assunto.
VOCÊ PRETENDE UTILIZAR AS TECNOLOGIAS, EM ESPECIAL O COMPUTADOR DE
23

FORMA INTERATIVA EM SALA DE AULA? DE QUE FORMAM, OU POR QUE NÃO?


Sim de forma + presente possível.
SUJEITO 5
IDADE A – 20 à 30 B – 31 à 40 C – 41 à 50 PROFISSÃO PROFESSORES
1 QUAIS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA EM SALA DE AULA
Livro didático, som, revistas, jornais, panfletos, paradidáticos.
2. COMO VOCÊ OS UTILIZA De forma contextualizada ao planejamento e à necessidade do
momento.
3. DE QUE FORMA VOCÊ SE PROGRAMA PARA UTILIZÁ-LOS
Partindo do planejamento à pesquisa de material. Algumas vezes, aulas expositivas, ou
interativamente, por parte dos alunos, discussão e exposição para os colegas.
4. COMO VOCÊ ASSOCIA A MÍDIA UTILIZADA, NO CASO O COMPUTADOR, À NA SUA
PRÁTICA PEDAGÓGICA
De grande importância, porém em nossa realidade ainda apresenta problemas.
5. VOCÊ ENCONTRA DIFICULDADES NO USO DO COMPUTADOR EM SALA DE AULA?
Sim e muitas.
6. ESTE USO SE DÁ DE FORMA UNILATERAL (PROFESSOR) OU
INTERATIVA(PROF./ALUNOS)?
Raramente. A lousa digital na maioria das vezes quebrada), o uso do datashow é muito
concorrido. O uso acaba sendo unilateral observativa pelos alunos. Faltam computadores.
7. QUAIS OS RECURSOS TECNOLÓGICOS QUE VOCÊ TEM CONHECIMENTO QUE
POSSAM SER ÚTEIS À SUA PRÁTICA?
TV, reprodutor de dvd, rádio, datashow, stéreo, lousa digital, computador, (enfim, são tantos).
8. QUAIS VOCÊ JÁ EXPERIMENTOU PESSOALMENTE? Todos os acima, porém não aqui na
zona rural.
9. VOCÊ CHEGOU A PROMOVER O USO PELOS SEUS ALUNOS? SE AFIRMATIVO:
QUAIS OS RESULTADOS E DIFICULDADES PERCEBIDOS, SE NEGATIVO: POR QUÊ?
Até o momento não. Por falta de infraestrutura.
VOCÊ PRETENDE UTILIZAR AS TECNOLOGIAS, EM ESPECIAL O COMPUTADOR DE
FORMA INTERATIVA EM SALA DE AULA? DE QUE FORMA, SE NEGATIVO: POR QUE
NÃO?
Pretendo a partir do ano que vem. Estou construindo um blog e uma página wiki, para facilitar o
acesso e interatividade.
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