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Material Didático

INFORMÁTICA NA FORMAÇÃO
DOCENTE

Impressão e Editoração
FORMAÇÃO DOCENTE NO SÉCULO XXI

Fonte: http://zelmar.blogspot.com.br/2012/09/alunos-do-seculo-21_3.html

No primeiro módulo do nosso curso traçamos um caminho de conhecimento sobre a


introdução das tecnologias na sala de aula e na educação em geral. Neste módulo trataremos do
principal profissional responsável pela implementação das mudanças, @ professor@, e quais são as
exigências do mundo e do mercado para este profissional.
As perspectivas para o milênio que iniciamos indicam a educação como suporte aos ideais
de justiça, paz, solidariedade e liberdade. A Comissão Internacional sobre a Educação do Século
XXI, constituída pela UNESCO, sugere como princípios para o processo de aprendizagem:
aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Segundo Gonçalves (2003), o primeiro princípio; aprender a aprender diz respeito ao
processo da comunicação e da informática, a generalização das fontes de informação e do acesso a
elas.
O segundo princípio; aprender a fazer une a ciência e a tecnologia com o mesmo propósito,
melhorar a qualidade de vida das pessoas, elevando o padrão e promovendo bem-estar para todos.
Ainda de acordo com Gonçalves (2003) a educação para o terceiro milênio deve articula-se com a
realidade, com o viver social e com o mercado de trabalho, unindo o conhecimento à técnica, sendo
capaz de efetuar e ao mesmo tempo de conhecer.
O terceiro princípio – Aprender a conviver traz a ideia e a necessidade de a educação
trabalhar a aprendizagem da convivência. No mundo contemporâneo há uma dependência mútua
entre indivíduos. Na era da globalização, conflitos de quaisquer naturezas interferem nas condições
de vida de todo o planeta.
O quarto princípio – Aprender a ser significa a importância de conhecer-se a si mesmo e ao
outro, a superioridade do ser em detrimento do ter. Confere ao indivíduo a capacidade de
autonomia e julgamento e de achar saídas que levem a um crescimento da pessoa e do coletivo.
A formação do professor não deve ficar restrita à sala de aula e o currículo não pode manter-
se estagnado. Não dá para pensar o docente totalmente avesso às inovações tecnológicas e alheio ao
que acontece nas redes sociais virtuais.
Estes princípios refletem a preocupação crítico humanista referente aos processos de
preparação dos professores para a docência no século atual, com uma sociedade marcada por
mudanças.
É cada vez mais importante que o professor se qualifique não apenas aumentando o conteúdo
específico da disciplina que leciona, mas antes de tudo, mantenha-se atualizado ao que acontece no
mundo, pois seus alunos sempre estão levando à sala de aula novidades oriundas das redes sociais
virtuais.
Scrhum em 1997, ao elaborar um relatório sobre o desenvolvimento de tecnologias para
educadores destaca a importância do preparo dos educadores para trabalharem com tecnologias:

Ainda é o professor, como indivíduo, que faz a diferença em sala de aula. Antes que
alguém possa identificar o que cada educador está fazendo para implementar a
tecnologia, é essencial identificar as habilidades, os conhecimentos e as experiências
que todos os educadores devem possuir para serem capazes, com sucesso, de utilizar
a tecnologia para ensinar. Todas as profissões têm padrões para garantir a qualidade
e manter o controle dos que entram para a profissão. Infelizmente para os
educadores, pouco foi feito para criar padrões que orientem o uso da tecnologia.
(p:26)
É importante lembrar que mesmo quando os cursos de formação para professores possuem
disciplinas que trabalhem especificamente com o tema das novas tecnologias, muitos professores
ainda se formam despreparados para conseguirem fazer uma real ligação entre as disciplinas que
ministram e como utilizar as TIC.
A emergência das novas tecnologias vem representando, também, a possibilidade de
alterações cognitivas, sociais, afetivas e culturais na vida do indivíduo, recolocando o debate
pedagógico sobre o papel da educação no início deste novo milênio, numa sociedade em que as
informações estão disponibilizadas de forma quase que permanente e potencialmente acessíveis a
qualquer cidadão. (GONÇALVES, 2003; p.11)
Do ponto de vista teórico, a formação de professores, tanto para Educação a Distância, como para
ensino presencial, adequado ao presente e ao futuro deve organizar-se de forma a atender a
necessidades de atualização em três grandes dimensões: pedagógica, tecnologia e didática.
A dimensão tecnológica abrange as relações entre tecnologia e educação em todos os seus
aspectos: a utilização dos meios técnicos disponíveis, que inclui avaliação, a seleção de materiais e
a elaboração de estratégias de uso, bem como a produção de materiais pedagógicos utilizando estes
meios, isto é, o conhecimento das suposições metodológicas que a utilização destes meios implica e
a capacidade de tomar decisões sobre o uso e a produção de tais materiais. (BELLONI, 1999, p.88)
A contribuição pedagógica para a inclusão do aprendiz em nosso contexto sociotécnico
demanda formação atenta do professor. Nessa formação, ele precisará se dar conta de pelo menos
seis exigências da cibercultura situadas como desafio comunicacional à docência:
1. Ter boa formação – Necessidade de manter-se atualizado, de continuar estudando mesmo ao
fim da graduação, pois a rotina em sala de aula sempre traz desafios didáticos e os
professores devem estar preparados para este enfrentamento.
2. Usar as novas tecnologias - O fato é os alunos são formados dentro da cultura digital e
profundamente influenciados por ela. Com a democratização do uso da internet, o
crescimento do número de lanhouses, o barateamento dos computadores e mesmo a
implantação de programas de governo destinados à informatização das escolas, não há por
que trabalhar usando somente o quadro e o giz. É necessário que os professores entendam
como se dá esse processo e se atualizem de forma a desafiar os estudantes.
3. Atualizar-se das novas didáticas – diante de tantosdesafios da vida docente, faz-se
necessário a atualização constante sobre abordagens didáticas. Faz toda diferença o contato
constante com autores consagrados e se aprofundar em didáticas específicas.
4. Trabalhar em equipe – A troca de experiências entre professores, direção e coordenação,
além de trocar ideias com os demais componentes da comunidade escolar enriquece o
processo de ensino aprendizagem. Juntos todos da comunidade colaboram com aquilo que
pode ser melhorado no processo. Ao ouvir os pais, os professores tem a oportunidade de
conhecer um pouco mais dos seus alunos e conhecer algumas características deles que os
ajudarão na adoção da melhor abordagem.
5. Planejar e avaliar sempre – Necessidade de sondagem do conhecimento dos alunos e pensar
na melhor maneira de trabalhar com o grupo de alunos. A avaliação deve ser constante e não
apenas baseada em provas e testes. Mais do que nunca é necessário saber valorizar todos os
aspectos dos alunos.
6. Ter atitude e postura profissionais–Saber o seu papel na sala de aula e na vida dos
estudantes, buscando soluções para dificuldades que se apresentam no curso da carreira.
Quase nunca o professor se depara com a turma ideal e tem que saber lidar com problemas
que estão além da sala de aula; muitas vezes alunos com sérios problemas familiares e que
por isso não conseguem se desenvolver com afinco.

Pensando em todas estas características expostas acima, não dá para imaginar um curso de
licenciatura ou outro curso de formação docente que não dê a atenção devida à preparação destes
profissionais, diante de tamanhas mudanças culturais, tecnológicas e sociais.
As reformas atuais confrontam os professores com dois desafios de envergadura: reinventar sua
escola enquanto local de trabalho e reinventar a si próprios enquanto pessoas e membros de uma
profissão. Assumir desafios intelectuais e emocionais muito diversos daqueles que caracterizavam o
contexto escolar no qual aprenderam seu ofício. (PERRENOUD, 2002).
SAIBA MAIS!!!

Conheça os relatos de seis professores que colocaram em prática as exigências expostas acima:

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/seis-caracteristicas-professor-seculo-
21-602329.shtml

BREVE ANÁLISE DOS CURRÍCULOS DOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE


PROFESSORES

Fonte: http://librasealinguagemmatematica.blogspot.com/2010/11/disciplina-libras-no-curriculo-do-
curso.html

De acordo com Silva (2003) o currículo corresponde a um conjunto de experiências e


conhecimentos que a instituição oferece aos estudantes e pode ser um elemento de transformação ou
manutenção das relações de poder, pois privilegia um tipo de conhecimento.
Segundo Sacristán (2000), o currículo costuma refletir um projeto educativo globalizador,
que agrupa diversas facetas da cultura, do desenvolvimento social e pessoal das necessidades vitais
dos indivíduos para seu desempenho em sociedade, aptidões e habilidades consideradas
fundamentais.
As discussões sobre as questões curriculares não podem se limitar às concepções sobre o
ensino e aprendizagem, mas sim em como organizar as situações de aprendizagem na instituição,
levando em consideração o espaço/tempo destinado ao trabalho com o conhecimento. Essa
organização curricular não é neutra e deve envolver um olhar crítico para o aluno, reflexão coletiva
dos coordenadores e professores para repensarmos os currículos e as práticas pedagógicas.
Para suprirmos as necessidades do nosso tempo precisamos refletir sobre as propostas
curriculares que permeiam o cotidiano das universidades para que possibilite à construção de um
projeto que tenha como ponto de partida, a reflexão crítica da instituição sobre seus processos de
aprendizagem. Assim, é importante refletirmos sobre os diferentes modelos teóricos de currículo em
sua abordagem conceitual e histórica, paraentendermos a prática atual. Não podemos atribuir ao
currículo à visão limitada que prevaleceu até a década de 60, como uma grade curricular, um
conjunto de disciplinas. (VAGULA & GONÇALVES, 2012)
É importante dizer que a reforma curricular pela qual vem passando a formação de
professores no Brasil, desde os anos 1990, tem traduzido em seu discurso pedagógico uma série de
afirmações, entre as quais a de que é necessário mudar o modelo de formação dos professores no
país. Justifica-se ser necessária uma nova concepção para a formação de professores brasileiros
capaz de superar a formação insuficiente que vem sendo observada no desempenho do seu quadro
docente, reforçando dessa forma a ideia de uma estreita relação entre desempenho do professor e
dos seus alunos. (DIAS, 2002)
As licenciaturas são cursos que, pela lei, têm por objetivoformar professores para a educação
básica: educação infantil (creche epré-escola); ensino fundamental; ensino médio; ensino
profissionalizante; educação de jovens e adultos; educação especial. Sua institucionalização e
currículos vêm sendo postos em questão, e isso não é dehoje. Estudos de décadas atrás já
mostravam vários problemas na consecução dos propósitos formativos a elas atribuídos. Hoje, em
função dos graves problemas que enfrentamos no que respeita às aprendizagens escolares em nossa
sociedade, a qual se complexifica a cada dia, avoluma-sea preocupação com as licenciaturas, seja
quanto às estruturas institucionais que as abrigam, seja quanto aos seus currículos e
conteúdosformativos. Deve ser claro para todos que essa preocupação não querdizer reputar apenas
ao professor e à sua formação a responsabilidadesobre o desempenho atual das redes de ensino.
Diversos fatores convergem para isso: as políticas educacionais postas em ação, o financiamento da
educação básica, aspectos das culturas nacional, regionais elocais, hábitos estruturados, a
naturalização em nossa sociedade da situação crítica das aprendizagens efetivas de amplas camadas
populares,as formas de estrutura e gestão das escolas, formação dos gestores, ascondições sociais e
de escolarização de pais e mães de alunos das camadas populacionais menos favorecidas e, também,
a condição do professorado: sua formação inicial e continuada, os planos decarreira e salário dos
docentes da educação básica, as condições de trabalho nas escolas.
Visualizando algumas grades curriculares de cursos de formação de professores, cursos de
pedagogia e licenciaturas em geral, podemos perceber que mesmo depois de instruções da
UNESCO, do MEC e outras instituições os currículos da formação dos professores pouco tem
contemplado a formação para o terceiro milênio, principalmente no que se refere a construção de
habilidades e competências para inserção de tecnologias em sala de aula, no processo de ensino
aprendizagem dos docentes em formação.
A Fundação Vitor Civita divulgou em seu site a pesquisa sobre currículos de cursos de
formação de professores. Nesta pesquisa foram identificadas disciplinas comuns aos cursos
formadores de docentes, como resultado obteve-se o seguinte diagnóstico sobre como se organiza
os currículos dos cursos de formação de professores:
A. Fundamentos teóricos da educação - nessa categoria, estão presentes as disciplinas
que cumprem a função de dar embasamento teórico ao aluno a partir de outras áreas do
conhecimento: Antropologia, Estatística, História, Psicologia, Sociologia, entre outras, e
suas correlatas no campo da Educação. Didática Geral foi destacada em um subgrupo
passível de ser analisado separadamente, em função de sua estreita ligação com a
profissão de docente;

B. Conhecimentos relativos aos sistemas educacionais - esse agrupamento comporta


todas as disciplinas que trazem conhecimentos sobre o campo de atuação do professor,
bem como de outros profissionais da educação. Inserem-se nessa categoria as matérias
referentes à estrutura e funcionamento do ensino, ao currículo, à gestão escolar, ao ofício
docente;

C. Conhecimentos relativos à formação profissional específica - nesse grupo,


concentram-se as disciplinas que fornecem fundamentos e instrumentos para atuação do
professor, como: conteúdos e atividades curriculares da Educação Básica para o
respectivo nível e disciplina; didáticas específicas; metodologias e práticas de ensino;
saberes relacionados às tecnologias em educação;

D. Conhecimentos relativos ao nível da Educação Infantil e modalidades de ensino


específicas - essa categoria reúne as disciplinas relacionadas às áreas de atuação junto a
segmentos determinados e ao nível da Educação Infantil, Educação Especial, Educação
de Jovens e Adultos (EJA), educação em contextos não escolares;

E. Outros saberes - disciplinas que ampliam o repertório do professor, como temas


transversais, religião etc.;

F. Pesquisa e trabalho de conclusão de curso (TCC) - abarca todas as disciplinas que


abordam as metodologias de pesquisa e a elaboração dos trabalhos de conclusão de
curso, incluindo sua orientação;

G. Atividades complementares - referem-se às atividades integradoras, recomendadas


pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Observou-se que suas denominações nos
currículos são variadas e as ementas muito vagas, não permitindo uma visão clara sobre
o que contemplam de fato. Como exemplo, registram-se os rótulos: "Atividades
Científico-Culturais", "Atividades Complementares", "Estudos Independentes",
"Seminário Cultural" etc.

Observa-se pelos dados expostos acima, que apenas no item C verifica-se algum exemplo de
disciplinas que sugerem a capacitação do professor para uso de tecnologias em sala de aula, todas as
outras linhas de conhecimento parecem negligenciar um item educacional totalmente necessário
para o educador do terceiro milênio.
Os currículos dos cursos de formação dos docentes devem contemplar diversos aspectos da
vida em sala de aula inclusive as TIC, pois os estudantes já chegam cheios de novidade a cada dia
comentando o que “bombou” na internet, qual o mais novo jogo online e conversas afins. Os
professores precisam usar essas informações e esses conhecimentos em prol da aprendizagem
formal desses estudantes. Para que este processo aconteça, o currículo dos cursos de formação
inicial devem contemplar estes assuntos. Quando não foi possível faze-lo através da graduação, os
cursos de capacitação continuada não podem ser relapsos em relação ao uso das TIC em sala de
aula.

Assistam ao vídeo-resenha sobre o livro Cotidano Escolar, Formação de Professores e Currículo.

http://www.youtube.com/watch?v=q23qikTO6No

Também tem um vídeo mediado pela pesquisadora em Educação Renata Aquino utilizando ferramentas
de vídeo conferência para capacitação de professores. Neste vídeo é possível inclusive, perceber as
dificuldades do uso das tecnologias, devido a baixa qualidade das conexões e problemas afins.

http://www.youtube.com/watch?v=vtjSpK_tRNE
A FORMAÇÃO D@ PROFESSOR@ PARA O USO PEDAGÓGICO DO COMPUTADOR

Fonte: http://ntesaojoaquimsc.blogspot.com.br/2012/05/curso-formacao-do-professor-para-o-uso.html

Percebe-se que os estudantes não estão mais interessados nas aulas com formato tradicional,
cansam-se e entediam-se em ouvir o professor falando por horas, não gostam da rigidez dos
horários e reclamam dos conteúdos escolares que eles não conseguem fazer ligação com a “vida
real”.
Conforme abordado do capítulo anterior, nos currículos dos cursos que formam os
professores existem disciplinas que abordam o uso das tecnologias na educação, no entanto,
continua o de sempre – o professor falando e o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade. As
tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar novos
desafios didáticos.
Moran (2002) diz que o cinema, o rádio, a televisão trouxeram desafios, novos conteúdos,
histórias, linguagens. Esperavam-se muitas mudanças na educação, mas as mídias sempre foram
incorporadas marginalmente. A aula continua predominantemente oral e escrita, com pitadas de
audiovisual, como ilustração. Alguns professores utilizam vídeos, filmes, em geral como ilustração
do conteúdo, como complemento. Eles não modificam substancialmente o ensinar e o aprender,
apenas utilizam a tecnologia como um verniz de novidade, de mudança, mas era mais na
embalagem.
O computador trouxe uma série de novidades, de fazer mais rápido, mais fácil. Mas durante
anos continuou sendo utilizado mais como uma ferramenta de apoio ao professor e ao aluno. As
atividades principais ainda estavam focadas na fala do professor e na relação com os textos escritos.
A formação de educadores para a incorporação das TIC à prática em sala de aula parte de
pressupostos voltados para a mudança da escola favorecida pela apropriação e utilização
pedagógica dessa tecnologia, de forma a propiciar ao formando condições de desenvolver crítica e
reflexivamente um estilo próprio de atuar com a tecnologia baseado na espiral de aprendizagem
descrita por Valente como descrição-execução-reflexão-depuração (VALENTE, 1999), na qual a
intervenção de um agente de aprendizagem é essencial para provocar a reflexão e a depuração do
processo em desenvolvimento e propiciar a aprendizagem.
A construção do conhecimento solicita que o professor trabalhe sob a ótica da aprendizagem
ativa. “A interação que se estabelece entre as ações do aluno e a resposta [que surge na tela] do
computador promove a participação ativa do aluno” (ALMEIDA, 2000, p.34), buscando sua
autonomia no processo de aprendizagem.
Os professores treinados apenas para o uso de certos recursos computacionais são
rapidamente ultrapassados por seus alunos, que tem condições de explorar o computador de forma
mais criativa e isso provoca diversas indagações referentes ao papel do professor na educação. A
formação do professor para atender às novas exigências da “cultura da informática” na educação
precisa refletir esses aspectos. O mais importante deles é perceber que a atualização constante é
fundamental para o bom exercício profissional. (KENSKI, 2004, p.88).
Além disso, o educador do novo milênio precisa compreender e investigar temas ou
questões que surgem no contexto e que se transformam em desafios para sua prática- uma vez que
nem sempre são de seu pleno domínio, tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto à estrutura. A
formação continuada não pode estar dissociada da ação, nem a formação inicial pode ser definida a
priori da ação. Mas isso só se faz possível quando há o rompimento da hierarquia dos processos de
formação tradicionais e se constrói um movimento que em uma só rede a ação, a formação
continuada e a formação inicial.
Para que este rompimento aconteça, é necessário que os formadores de professores
favoreçam a tomada de consciência dos professores formandos sobre como se aprende, e como se
ensina; que os conduza a entender a própria prática e a transformá-la em prol de seu
desenvolvimento pessoal e profissional, e em benefício do desenvolvimento de seus alunos.
(ALMEIDA, 2000).
Na educação costuma-se apresentar propostas pedagógicas fechadas ou semelhantes para
todos. Diante da diversidade de posturas profissionais e motivações diferentes dos profissionais,
seria interessante que as propostas pedagógicas apresentadas fossem mais flexíveis.
De toda maneira, a preparação do professor para o uso do computador com seus alunos deve ser
no intuito de incitar professores e estudantes a:
 Aprender a aprender;
 Ter autonomia para selecionar as informações pertinentes à sua ação;
 Refletir sobre uma situação-problema que se instala e escolher a alternativa adequada de
resolução;
 Refletir sobre os resultados obtidos e analisar seus procedimentos, refazendo suas ações;
 Buscar compreensão dos conceitos envolvidos ou levantar e testar outras possibilidades.
É necessário que, no processo formativo, exista vivências e reflexões com as duas abordagens
de uso do computador no processo pedagógico: instrucionista e construcionista (lembrar módulo I).
E que sejam analisados seus limites e seu potencial de maneira a proporcionar ao professor
independência para decidir qual a abordagem com que ele vai trabalhar.
Tudo isso implica que o professor seja autônomo para vivenciar a dialética própria da sua
aprendizagem e da aprendizagem dos seus alunos e faça uma reconstrução contínua das teorias
estudadas, em um processo de preparação que se desenvolve de acordo com o ciclo descrição-
execução-reflexão-depuração. Isso sem dúvida exigirá dele maior qualificação, tanto acadêmica
quanto pedagógica.
Descrição do ciclo descrição-execução-reflexão-depuração no blog de um professor de
matemática:
Em uma aula expositiva sobre resolução de equação do 2º grau, por exemplo, seguida de exercício
de aprendizagem pode haver esse ciclo. Ao identificar os coeficientes de uma equação completa do
2º grau, mostrar a fórmula de Báskhara, substituir os termos, fazer os cálculos aritméticos o aluno
pode cometer alguns erros. Ao identificar esse erro sozinho ou com ajuda do colega ou do professor
e buscar corrigi-los através da reflexão e dos pré-requisitos básicos - ao qual o professor deve estar
atento - até encontrar o conjunto-solução o ciclo se completa várias vezes. (fonte:
http://diariodoisaac.blogspot.com.br/2006/07/ciclo-descrio-execuo-reflexo-depurao.html)

Segundo Mitsuko&Anair (2008), as ações pedagógicas do ciclo na ação do professor utilizando


a mediação do computador são:

a) Descrição da resolução do problema: O aluno utiliza todas as estruturas dos conhecimentos


que possui para representar e explicitar as etapas da resolução do problema em termos da
linguagem de programação do computador.

b) Execução dessa descrição pelo computador: ao realizar a execução da atividade, o aluno


consegue um ‘feedback’ fiel e imediato, com um resultado obtido somente daquilo que foi
solicitado ao computador.

c) Reflexão sobre o que foi produzido pelo computador: O aluno, ao refletir sobre o que foi
executado no computador, nos diversos níveis de abstração, pode provocar alterações em
sua estrutura mental. No nível de abstração empírica, que é o nível mais simples, o aluno
age sobre o objeto, extraindo informações tais como: a cor e a forma do mesmo. No nível de
abstração pseudo-empírica o aluno pode deduzir algum conhecimento da sua ação ou do
objeto. Na abstração reflexionante o aluno pensa sobre suas próprias ideias. O processo de
reflexão sobre o resultado do programa pode acarretar uma das seguintes ações: o aluno não
modifica seu procedimento porque sua ideias inicialsobre a resolução do problema
corresponde ao resultado apresentado pelo computador e, então, o problema está resolvido;
ou ele depura o procedimento, quando o resultado apresenta-se diferente da sua intenção
inicial.

d) Depuração dos conhecimentos por intermédio da busca de novas informações ou do pensar:


O processo de depuração acontece quando o aluno busca novas informações (conceitos,
convenção de programação) em outros locais e essa informação é assimilada pela estrutura
mental, passando a ser conhecimento e pode ser utilizada no programa para modificar a
descrição definida anteriormente. Nesse momento repete-se o ciclo descrição-execução-
reflexão-depuração-descrição. O computador é visto como uma ferramenta para resolver
problemas.

Além da própria formação, Moran destaca mudanças na postura dos profissionais de educação
do terceiro milênio. Moran vê o educador como um orientador, um sinalizador de possibilidades
onde ele também está envolvido, onde ele se coloca como um dos exemplos das contradições e da
capacidade de superação que todos possuem.
O educador é um testemunho vivo de que podemos evoluir sempre, ano após ano, tornando-nos
mais humanos, mostrando que vale a pena viver.
Numa sociedade em mudança acelerada, além da competência intelectual, do saber específico, é
importante termos muitas pessoas que nos sinalizem com formas concretas de compreensão do
mundo, de aprendizagem experimentada de novos caminhos, de testemunhos vivos –embora
imperfeitos- das nossas imensas possibilidades de crescimento em todos os campos.
Ensinar e aprender estão sendo desafiados como nunca antes. Há informações demais,
múltiplas fontes, visões diferentes de mundo. Educar hoje é mais complexo porque a sociedade
também é mais complexa e também o são as competências necessárias. As tecnologias começam a
estar um pouco mais ao alcance do estudante e do professor. Precisamos repensar todo o processo,
reaprender a ensinar, a estar com os alunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer
para aprender, juntos ou separados.
Diversos especialistas em educação, estudiosos da formação docente e os próprios
professores em suas falas nas pesquisas utilizadas para este módulo reconhecem a importância das
TIC no processo educacional. Há de se concordar com Moran (2002; p 63) afirmando que na
sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar;
reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Nos
mais diversos cursos, nós educadores, devemos aprender a lidar com a informação e o
conhecimento de formas novas, pesquisando bastante e comunicando-nos constantemente. Dessa
maneira, poderemos aprender a mudar nossas ideias, sentimentos e valores onde assim se fizer
necessário.
Partindo do princípio que a formação inicial é condição essencial para o bom desempenho
da função, o que chama atenção é o tipo de formação que tem sido dada aos professores, inclusive
pela falta de relação entre a formação recebida e as condições que o docente encontra na realidade
escolar, que exige habilidade e conhecimento para os quais ele não está preparado. A formação
docente desta nova era é praticamente a mesma de décadas atrás, pois ignora a maioria dos avanços
científicos ocorridos no mundo e a evolução das tecnologias que podem ser usadas na educação,
aumentando a motivação dos alunos em sala de aula e a eficiência da aprendizagem.
Há resistências para a formação docente para tecnologias visto que, além do investimento
exigido para compra de equipamentos, há falta de professores capazes de superar preconceitos, e
que continuam a adotar práticas que rejeitam a tecnologia.
Portanto, a formação do educador procura propiciar-lhe condições de mergulhar na própria
aprendizagem, refletir sobre como se aprende e se ensina e como inserir a tecnologia computacional
em sua prática pedagógica com vistas à aprendizagem do aluno. Daí a abordagem de formação
contextualizada nas problemáticas existentes no tempo e no espaço da instituição educacional.
Porém, isso não significa necessariamente que a formação deva se realizar fisicamente na escola e
sim que as necessidades da formação emergem do contexto educacional no qual se busca
desenvolver uma cultura que permita ao educador tornar-se usuário crítico da tecnologia, incorporá-
la à práticapedagógica e assumir-se como um agente de mudança de sua própria atuação e de seu
contexto. (ALMEIDA, 2003).
SAIBA MAIS!!!!

Conheça outros textos de José Manuel Moran sobre educação e tecnologias e sobre a postura do novo
educador. Através deste link, você terá acesso aos textos, artigos, notícias e publicações sobre novidades
na área educacional.

http://www.eca.usp.br/prof/moran/

Aproveite e assista dois vídeos com entrevistas deste educador:

http://www.youtube.com/watch?v=vEXeevWJANE

&

http://www.youtube.com/watch?v=UONY0Nz3fP4

A INFORMÁTICA COMO SALVADORA DA EDUCAÇÃO?


Fonte:http://ba.quebarato.com.br/salvador/aulas-de-informatica-a-domicilio__37BAA3.html

No Campus Party deste ano (maior evento de tecnologia, internet e entretenimento


eletrônico do mundo), o pesquisador indiano Sugata Mitra, professor de Tecnologia Educacional da
Newcastle University, da Inglaterra defendeu o uso da tecnologia na educação. Para ele países em
desenvolvimento como Brasil, Índia e China devem instalar em locais públicos computadores com
telas grandes para tentar suprir a falta de escolas no interior ou em cidades no deserto. “Se a criança
é exposta a uma tela grande de computador em lugar público – um muro, um mercado – há um
desenvolvimento muito rápido do entendimento da tecnologia. Isso é seguido por melhoras na
capacidade de leitura e compreensão e na capacidade das crianças de responder questões”, explica
Mitra.
No entanto, para muitos outros estudiosos de tecnologia na educação, essa sugestão é muito
simplista e certamente não favorece o desenvolvimento tão grande quanto sugerido por Mitra.
Promessas e expectativas de que a tecnologia vai transformar o sistema educacional tradicional,
criado há 800 anos, não faltam. Mas, para Eugenio Severin, reconhecido especialista em tecnologia
e educação, ela sozinha não pode fazer milagre. “Vejo uma oportunidade de reformulação, em que
as tecnologias são importantes, não porque elas vão fazer a mudança, mas porque serão parte do
fenômeno que vai obrigar a mudança e também serão parte da solução”, defende Severin, que foi
consultor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em TIC na educação para a América
Latina.
De acordo com Severin, “Colocar a tecnologia em sala de aula sem pensar novas práticas
educativas e sem capacitar os professores é a mesma coisa de comprar um piano, colocá-lo na sala e
esperar que as crianças se tornem músicos.” Ele sugere que sejam repensadas novas práticas
educacionais.
O Brasil durante muito tempo foi displicente com a educação. Atualmente com o mercado
de trabalho sofrendo em busca de mão de obra qualificada e os presídios superlotados, existe uma
real preocupação com a educação da população brasileira.
No intuito de tentar resolver rapidamente problemas que se arrastam há décadas, as
instituições responsáveis pelo setor educativo tem jogado esta responsabilidade de salvação da
educação nos equipamentos tecnológicos. A primeira saída milagrosa proposta por alguns de nossos
líderes é simplesmente a distribuição de hardware nas escolas. O tablet criado por Jobs é uma das
ondas do momento: nosso Ministério da Educação vai gastar 150 milhões de reais neste ano na
distribuição de 600.000 engenhocas a professores.
Quando o MEC foi indagado sobre quais os estudos que embasam a ideia de que a
distribuição desse material terá algum impacto sobre a qualidade do ensino, mas não houve
resposta. Nem poderia. Praticamente toda a pesquisa sobre o assunto, não apenas no Brasil como no
exterior, mostra que não há relação entre a presença de computadores na escola e o aprendizado do
aluno. Imagine então um aparelho dado ao professor.
O programa surgiu por vias tortas. A primeira intenção era distribuir laptops a todos os
alunos da rede pública. Mas a experiência internacional tem mostrado que essa medida é muito
custosa e pouco eficaz, a ponto de cidades americanas que a implementaram já a terem cancelado
há anos. Os alunos estavam usando os computadores para colar em provas e baixar pornografia.
Mesmo no Brasil, o estudo sobre o impacto do programa Um Computador por Aluno em sua fase
piloto mostrou que só se beneficiavam do laptop aqueles alunos que o levavam para casa; aqueles
usados apenas na escola não produziam melhorias no aprendizado. O MEC fez então essa mudança
de curso e resolveu destinar a verba aos professores, em uma medida que certamente agradará à
categoria, mas não tem sustentação na pesquisa nem na lógica.
Uma área em que a tecnologia pode ajudar a educação é através de redes sociais, para que
alunos e professores se auxiliem mutuamente. Existem poucas pesquisas a respeito, dada a novidade
da tecnologia, mas o potencial é tremendo. Porém, o fundamental certamente não é a tecnologia, e
sim a decisão que a antecede: na China, professores se reúnem constantemente em suas escolas e,
depois, em seu distrito para trocar ideias e melhores práticas. O Brasil poderia fazer o mesmo.
A tecnologia pode facilitar e potencializar esse convívio, mas não é necessária nem
suficiente para o seu surgimento. Outra área que tem mostrado resultados positivos em educação é a
da utilização de softwares específicos para o aprendizado, especialmente no campo da matemática.
As intenções dessa utilização não são revolucionárias, nem os resultados, mas pelo menos aí há
evidências positivas.
Não podemos dizer que não há benefícios do uso das TIC em sala de aula, muito pelo
contrário, mas o primeiro passo é ter claro o objetivo de colocar essa tecnologia na experiência
educativa. O alvo tem que estar no desenvolvimento do aluno e de suas habilidades. O segundo
ponto é saber qual a melhor estratégia para se chegar nesse objetivo e, só depois, qual a melhor
tecnologia para o processo. É preciso saber se a tecnologia ajuda ou não a cumprir esse objetivo.
Ninguém espera que os professores sejam experts em tecnologia, eles têm que ser especialistas em
educação, pensar experiências de aprendizagem enriquecedoras usando tecnologia.
Existem vários projetos e experiências de sucesso de utilização das TIC no processo
educativo. Mas o que fazer para que esse processo dê certo? Vamos usar aqui as palavras do
pesquisador chileno Eugênio Severin: “Quando falamos de tecnologia na educação, estamos falando
de milhares de soluções distintas: celulares, tablets, computadores etc. Mas, mesmo sendo distintas,
o que temos visto em pesquisas é que os projetos bem-sucedidos têm algumas características em
comum. Primeiro, eles se propõem a melhorar a aprendizagem dos estudantes numa turma ou
matéria, têm objetivos pedagógicos claros. Segundo, incorporam plenamente os professores no
projeto, no desenho, na implementação. Outro fator é o acesso à internet e também o suporte para
manutenção das tecnologias. Nada disso é original, mas por 20 anos não demos atenção a todos
esses elementos. Por isso, existe hoje um consenso de que o uso de tecnologia precisa ser parte de
políticas educativas integrais e não entrar na escola como parte adicional, como equipamento”.
Mais uma vez pesquisadores afirmam que não é apenas colocando computadores em salas de aula,
ou instalando laboratórios de informática que os problemas educacionais se resolverão.
É necessário preparar o corpo docente para utilizar as tecnologias no favorecimento do
aprendizado dos alunos. A revolução da informação acontece o tempo todo, e, como uma revolução,
trouxe seus benefícios e problemas, mas veio para ficar, e nós, principalmente os professores,
devemos abrir nossas mentes para receber essa nova realidade. Existe a consciências de que não é
fácil, pois parece que as regras do jogo foram mudadas no meio da partida, ou seja, o professor
estudou, se formou e passou em um concurso público; pronto acabou, agora ele poderia colher os
frutos do seu esforço, mas de repente surge uma coisa chamada computador, surge a internet, coisas
que ameaçam a sua posição de destaque dentro da sociedade. Antes falavam: ‘pergunta para o
professor’; agora falam: ‘pesquisa no Google’.

A máquina nunca vai substituir o homem, principalmente o professor. A informática pode


ser utilizada como um facilitador do trabalho do professor; ou seja, no lugar de quadro e giz hoje
pode ser usado o datashow; no lugar da biblioteca tradicional, podemos usar a internet; ao invés de
usarmos os livros de papel, podemos usar os livros digitalizados.
Não apenas com soluções simplistas como as citadas acima, mas existem outras
possibilidades muito interessantes de uso das TIC em sala de aula, não com o intuito de salvar a
educação, mas para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e fazer a inclusão das tecnologias
na sala de aula.
A socióloga Helena Singer, com pós-doutorado em Educação e diretora pedagógica da
Associação Cidade Escola Aprendiz, nos alerta que as crianças e os jovens encontram nas novas
tecnologias os recursos necessários para o processo de aprendizagem. Não se trata de conteúdos,
mas sim de estímulo à curiosidade, de diversão, de oportunidades para que se percebam autores, de
diálogos múltiplos, de desafios constantes, de aventura. É assim que saem da passividade da sala de
aula para o engajamento nas redes sociais.
O potencial das tecnologias para a inovação na educação está no reconhecimento desta
inversão radical no papel do estudante, de objeto para sujeito da aprendizagem. Quando a
tecnologia entra no sistema de ensino sem isso, torna-se panaceia, remédio para a cura de todos os
males, uma forma de dourar a pílula amarga da escola: o ambiente onde predomina a hostilidade
entre estudantes e professores, os conteúdos descontextualizados, o ensino burocratizado, o
desânimo generalizado.
A tecnologia na educação é panaceia quando, ao invés de apostar na revolução empreendida
pela hipermídia, com sua estrutura reticular, transversal, que favorece a exploração e a curiosidade,
reproduz no mundo digital a forma enciclopédica, com sua coletânea de verbetes e fascículos que se
empilham e acumulam mantendo a estrutura linear das notas, séries, disciplinas e aulas.
A tecnologia é inovadora na educação quando potencializa o autoaprendizado e as formas
colaborativas de produção de conhecimento. A tecnologia é pílula dourada quando usada como
ferramenta para reter conteúdos definidos externamente, ou para reproduzir no ambiente virtual um
simulacro do real, assim como se faz em sala de aula. Nesta medida, quando reduzida a vídeos de
aulas ou games de determinados conteúdos, a tecnologia aplica-se perfeitamente adoçar os amargos
exames baseados em testes de múltipla escolha, por exemplo, tornando menos desagradável a tarefa
de estudar conteúdos que não interessam às crianças e aos jovens. Mas, a tecnologia será inovadora
quando for usada para avaliação da aprendizagem significativa em outras bases, que favoreçam a
criatividade, o pensamento e a atitude críticos.
Em resumo, a tecnologia é inovadora na educação quando promove a transformação nas
dimensões de tempo, espaço e relacionamento humano no ambiente educativo. Se as tecnologias da
informação são usadas dentro das quatro paredes da sala de aula, nos horários fracionados das aulas,
na abordagem especializada das disciplinas, sob autoridade do professor e voltadas para avaliações
lineares e episódicas, então elas não aportam inovação e sim, reforço da mesma estrutura desgastada
e distante das novas gerações.
Hoje são milhões de pessoas conectadas no mundo todo, inclusive no Brasil, e novos
aplicativos estão possibilitando cada vez mais o desenvolvimento da criação colaborativa, sob
demanda, online, digital, móvel e inteligente. As decisões a serem tomadas na educação devem
considerar este fato e suas decorrências: as desigualdades em termos de autoria e difusão de ideias
entre os que programam e os que não programam; a questão da validação dos conteúdos – se é um
corpo editorial ou a comunidade de usuários, o que implica a necessidade de criação de uma massa
crítica para fontes difusas; o uso da tecnologia para a promoção em escala da educação de
qualidade. Estas são as questões decorrentes dos aspectos realmente inovadores das tecnologias na
educação.

Assista ao vídeo da entrevista do pesquisador chileno Eugênio Severin e aproveite para ver os outros da
Série de Diálogos: Tecnologia na educação.

http://www.youtube.com/watch?feature=player embedded&v=lMt2lM5MhUU
EXPERIÊNCIAS EM CURSOS DE FORMAÇÃO DOCENTE

Fonte: http://www.nre.seed.pr.gov.br/doisvizinhos/modules/noticias/article.php?storyid=446

Nos últimos anos houve um crescente interesse pelo trabalho na área de Informática na
Educação, impulsionado pelo barateamento dos microcomputadores pessoais, hoje utilizados por
boa parte da classe média brasileira, aliado a fatores como: necessidade de modernização da escola,
formação de profissionais com um perfil condizente com as necessidades de uma sociedade ágil e
em constante modificação. As escolas procuram instituições que possam colaborar nessa
empreitada: muitas terceirizam essa iniciativa e outras optam por uma parceria que tanto pode
significar uma assessoria para compra de equipamentos e escolha de software, quanto um
acompanhamento pedagógico detalhado.
Há alguns anos, as escolas não sabiam ao certo o que desejavam. Sabiam que precisavam
iniciar um trabalho, usando computadores por uma demanda da própria comunidade escolar
(principalmente alunos e pais de alunos), mas não tinham esclarecimento a respeito das diferentes
formas de implantar o computador no meio educacional. Esse quadro vem se modificando nos
últimos anos, devido ao "know-how" acumulado por pesquisadores, professores e demais
profissionais envolvidos com a Informática na Educação. Hoje, as unidades escolares interessadas
em investir nessa área, discutem as diferentes maneiras de se conceber o computador na educação e
começam a se posicionar diante das mesmas com base naquilo que propõem enquanto instituições
educacionais.
Neste capítulo vamos citar algumas experiências, relatos do uso da Informática na Formação
Docente, tanto formação inicial como em cursos de capacitação e educação continuada. São os mais
variados cursos que pretendem promover a formação dos professores de forma que nesta formação
seja contemplada a questão da tecnologia e da informática.
Pensando que os cursos de formação de professores são cursos voltados para população
adulta e muitas vezes para adultos que já possuem experiência e vivência de sala de aula, o ensino
deve ser voltado para prática e não à teoria, a não ser que a intenção do curso seja de fazer um curso
de informática, o quê é bem diferente de formar o professor para o uso da informática em sala de
aula.
Especificamente no caso do adulto, é imperioso que a aprendizagem estejavoltada para
situações práticas. A literatura aponta que a aprendizagem na faseadulta é caracterizada por
diferentes estilos e, conforme Knowles (1984), há nomínimo cinco aspectos que caracterizam e são
cruciais, na aprendizagem doadulto, e que diferem dos ocorrentes na aprendizagem de crianças.
São eles:
1. Autoconceito: O adulto evolui de uma situação de dependência para aautonomia;
2. Experiência: O adulto acumula uma ampla variedade de experiênciasque pode ser um recurso
muito rico para sua aprendizagem;
3. Prontidão para aprender: A evolução das atividades que representam oseu papel social está inter-
relacionada com o propósito do adulto paraaprender;
4. Orientação para aprendizagem: O adulto está mais interessado naaprendizagem que considera os
problemas do cotidiano do que naaprendizagem de conteúdo específico;
5. Motivação para aprender: A motivação para aprender de uma pessoaadulta é interna.Partindo
desses pressupostos, a formação de um profissional com taiscaracterísticas exige o planejamento de
processos de crescimento/desenvolvimento profissional, uma vez que a aprendizagem da docência
ocorre continuamente, ao considerar-se a complexidade das tarefas de ensinar e de ser professor.

Segundo Moura (online) o objetivo dos programas de introdução da informática na educação


é aproximar a cultura escolar dos avanços que a sociedade vem desfrutando com a utilização das
redes técnicas de armazenamento, transformação, produção e transmissão de informações. Mas,
para que essa aproximação ocorra, não basta a simples introdução de computadores nas escolas. A
introdução é necessária, mas não é suficiente para que o sistema educacional seja coerente com o
momento histórico e social que estamos vivendo. Também não é suficiente, estando os
computadores na escola, que os professores se disponham a levar os alunos para os laboratórios e lá
trabalhem os mesmos conteúdos, utilizando velhos métodos, agora, revestidos de uma nova forma,
a eletrônica.
Diante da proposta de cursos, percebe-se que ao fim dos cursos de qualificação de
professores para o uso de informática e tecnologias, há sim um grande ganho de experiência e abre-
se aos professores cursistas um leque de possibilidades de utilização do computador em sala de
aula.
No artigo “No Discurso De Professores, A Formação Para O Trabalho Com Computadores No
Contexto Escolar” da pesquisadora Mirtes Zoé da Silva Moura da Universidade Federal de Juiz de
Fora, ela observou relatos dos professores que são comuns a outros artigos estudados.
Segundo esta pesquisadora, a introdução das novas tecnologias nas escolas cria cenários
modificados no seu interior, mas os atores da educação continuam atuando em seus “velhos” papéis,
gerando, assim, um sentimento de “mal estar” quanto à profissão/professor:

A gente anda muito angustiada, sem saber o que fazer com esses
alunos, entendeu? (...) você vê a necessidade da coisa, mas você é
impotente, você não consegue fazer. Então, a gente, assim, fica até
angustiado mesmo. É difícil. (MARINA)
Porque, na verdade, o computador, ele quase que me complica, sabe?
(...) me complica porque é um momento que eu me sinto, assim,
impotente perante o aluno. (ROSELI).
Fica evidente a angústia dos professores ao não saberem como utilizar o computador em sala
de aula, antes de cursos de capacitação e educação continuada. Se analisarmos relatos de
professores que utilizam as tecnologias em sala de aula veremos outro horizonte, de aulas mais
dinâmicas com mais interesse por parte dos estudantes.
O que não se pode perder de vista é que mesmo com as dificuldades o docente deve buscar
sempre manter-se qualificado, lendo artigos sobre o assunto e sempre que possível participar de
cursos de reciclagem que trarão novidades à sua prática pedagógica. Além disso, os responsáveis
pela gestão escolar; diretores e coordenadores devem possibilitar que seus colegas professores
realizem atividades com tecnologias da informação.
Os programas de introdução da informática na educação estão promovendo cursos de
capacitação para professores, durante um determinado período, com uma carga horária e uma
programação previamente definidas. Os professores que participaram desses cursos revelam o
seguinte:

O curso me abriu uma outra visão do computador, de trabalhar com o


computador. Não aquela maneira que eu estava trabalhando, de fazer uma
cartilha.... (risos) uma cartilha pelo computador mesmo... Eu vi a imensidão
de coisas que eu posso... que eu posso fazer para atender os alunos, para me
ajudar, para me auxiliar, dentro de cada conteúdo. (LÚCIA)
Então, eu acho que serviu mais até pra... pra aguçar a curiosidade em torno
da informática na educação e acreditar que ela possa realmente ser um
instrumento muito bom na escola. (SÔNIA)

Podemos perceber através destes relatos existentes no artigo supracitado o quanto as TIC em
sala de aula só tem a somar ao processo de ensino aprendizagem e ao processo educacional como
um todo.

Leia a entrevista de uma das maiores autoridades brasileiras sobre Informática e Formação de
Professores para a revista Educar para Crescer:
http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/tecnologia-na-escola-618016.shtml
SUGESTÕES DE ESPECIALISTAS PARA UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO

Fonte: http://porvir.org/porpessoas/mundo-da-tecnologia-diferenca-e-capital-humano/20120909

Finalizaremos este módulo com dicas e sugestões de utilização da informática para melhorar
a qualidade das aulas e sair da rotina de lousa, caderno e caneta.
Inicialmente traremos alguns dados advindos do núcleo de pesquisa da Fundação Vitor Civita
que analisou “O uso dos computadores e da internet nas escolas públicas de capitais brasileiras”.
Esta pesquisa obteve a conclusão exposta abaixo:
 Quanto maior o tamanho da escola e os recursos e infraestrutura disponíveis mais
proficiente é a utilização do computador e internet no processo de aprendizagem.
 A presença do professor orientador de Informática Educativa influi na utilização da
tecnologia como ferramenta de aprendizagem.
 A tecnologia deve ser integrada ao Projeto Político Pedagógico da escola, no seu
monitoramento e avaliação, e ao planejamento de atividades pelo professor.
 A maioria das escolas tem recursos materiais para fazer algum tipo de uso pedagógico do
computador.
 Apesar dos dados levantados sobre recursos e infraestrutura serem favoráveis, as escolas
percebem como principais problemas: infraestrutura (43%), formação de professores (28%),
problemas com acesso à internet (17%).
 A formação oferecida não é percebida como suficiente e adequada, pois falta preparo para o
uso da tecnologia focado na aprendizagem de conteúdos e no desenvolvimento de
competências e habilidades dos alunos.
 O número de professores que usam a tecnologia com seus alunos é ainda pequeno e este uso
se dá eminentemente no laboratório de informática.
 Na maioria das escolas as atividades que utilizam tecnologia e são realizadas com os alunos
tem pouca complexidade ou usam de recursos simples.
 Após a análise dos relatos das escolas pesquisadas, não foi verificado nenhum exemplo de
utilização de tecnologia para o ensino e aprendizagem de um conteúdo específico que
mereça destaque.
 O levantamento revela que o número de computadores faz diferença. As escolas que
possuem mais de 20 computadores, professores e alunos usam os aparelhos com fins
pedagógicos em atividades mais complexas. Até 20 máquinas, os alunos usam os
computadores com seus professores, mas apenas para atividades simples. Unidades
escolares que têm até 15 micros usam os computadores para fins administrativos e
pedagógicos, sem a presença dos alunos. E as que possuem de um a 12 computadores, o uso
limita-se a atividades administrativas e/ou em atividades pedagógicas pouco complexas,
também sem a presença dos estudantes.

Com certeza após lermos o horizonte exposto por esta pesquisa fica impossível não nos
assustarmos, no entanto, podemos vislumbrar mudanças interessantes. É crescente o número de
professores que buscam se qualificarem no setor tecnológico, tem aumentado o número de sites e
blogs que possuem como tema geral a Educação e muitos deles especializados nas subáreas da
educação; currículo, avaliação, aprendizagem, didática, TIC, etc.
No blog professordigital.wordpress.com há dicas para utilização das TIC no ambiente escolar,
mas vamos citar aqui os 10 tópicos inspirados das competências conforme Perrenoud, e que
representam a proposta de mudança de paradigma de acordo com autor do blog, José Carlos
Antonio, sobre o tema: As TICs, a Escola e o Futuro.

1. Aprender enquanto utiliza, e utilizar enquanto aprende!


A maioria dos aplicativos e ferramentas de internet não necessitam de algum curso específico
para serem aprendidos, basta começar a usá-las e então precisa entender que é utilizando-as que
aprenderá a usá-las cada vez melhor.
2. Aprender errando e corrigindo!
As ferramentas da Web 2.0 e as TICs em geral “admitem o erro como parte da aprendizagem”,
por isso não se preocupe em fazer tudo certo já da primeira vez (ou da segunda, ou da terceira).
Se você errar, não tem problema, não tem punição, você aprendeu! Se não der certo na primeira
vez, tente de novo.
3. Explorar novas maneiras de aprender!
A aprendizagem das novas tecnologias e suas ferramentas não é linear. Não há mais “um passo
antes do outro”. Assim como você pode navegar na internet por links (hipertexto!), você
também pode aprender em pequenas doses, em passos não sequenciais, explorando o que lhe
parecer melhor naquele momento e criando seu próprio percurso de aprendizagem. Entenda isso
como uma hiperaprendizagem.
4. Integrar-se às redes sociais e aprender colaborativamente!
Há livros, manuais, tutoriais e mesmo cursos para se aprender qualquer coisa que você quiser, e
todos eles estão disponíveis na internet, mas a forma mais eficiente de aprender algo que você
ainda não sabe, e nem sabe onde encontrar a resposta, consiste simplesmente em “perguntar
para outras pessoas”! Quer dar seus primeiros passos no Twitter e não sabe por onde começar?
Comece perguntando para alguém que já sabe! O conhecimento não está mais apenas nos livros,
ele também está nas pessoas!
5. Explorar possibilidades e ser criativo!
Você pode ler muitos livros sobre o uso de certa ferramenta ou TIC, pode assistir a palestras,
participar de simpósios, congressos, redes sociais, etc., e trocar ideias com pessoas que já
utilizam essa ferramenta ou tecnologia. Tudo isso irá lhe ajudar bastante a aprender sobre o uso
das TICs, mas você poderá obter resultados ainda melhores se o tempo todo perguntar para si
mesmo coisas como: “o que eu posso fazer com isso? Como eu posso usar o Twitter para mim
mesmo? E com os meus alunos?”. Só você conhece melhor que todos os outros a sua realidade,
as suas necessidades e os seus próprios desejos.
6. Ser autônomo, não esperar passivamente por ajuda e nem desistir sem antes tentar!
Há pessoas que desistem de algo sem nem mesmo tentar antes. Ficam eternamente à espera de
alguém que lhes mostre todos os caminhos, que lhes dê todas as respostas (corretas!). Não seja
uma delas. Respostas perfeitas e pessoas que as saibam dar já não existem mais. Se tiver umas
ideias que “gostaria que desse certo”, tente implementá-la. Se algumas tentativas falharem, não
desista, isso não se chama “fracasso”, chama-se “aprendizagem”!
7. Aprender a ter prazer na aprendizagem!
Assim como os alunos não aprendem facilmente aquilo que eles desgostam, os professores
também reagem da mesma forma. Só aprendemos coisas que queremos aprender, coisas que nos
dão alguma satisfação, algum prazer, quando a aprendemos. Por isso, se você não aprender a ter
prazer em dar uma aula melhor usando um novo recurso, nunca vai aprender a usar o recurso, e
nem vai melhorar sua aula. E o que é pior: se você não aprende com prazer, então também não
ensina com prazer e, por isso mesmo, não desperta o prazer no seu aprendiz. Tudo o que
fazemos apenas por obrigação acaba caindo na vala comum da mediocridade. Ensino é paixão e
o professor apaixonado pelo bom ensino é a melhor tecnologia que existe para ensinar.
8. Aprender a compartilhar conhecimento, dúvidas e sonhos!
Não basta aprender, não basta ser capaz de fazer; é preciso “fazer de fato” e compartilhar o
conhecimento para que outros aprendam e façam. É preciso sonhar grande! Se você aprendeu
como usar o Twitter, experimentou usá-lo e até já colecionou algumas dicas, então é hora de
usar o potencial dessa ferramenta para compartilhar! Compartilhar seu conhecimento sobre a
ferramenta, mas não só isso, pois agora você poderá compartilhar uma infinidade de outros
conhecimentos usando essa ferramenta como instrumento de ensino. Você também faz parte da
construção dos novos conhecimentos.
9. Aprender a ensinar o outro a aprender a aprender!
Para “estar atualizado” não é preciso ter “todas” as informações, mas é preciso aprender a
encontrá-las, compreendê-las, utilizá-las, modificá-las, expandi-las e compartilhá-las. E é
exatamente isso que precisamos ensinar às novas gerações! E não é nada fácil ensinar ao outro
aquilo nem nós mesmos sabemos; por isso precisamos aprender a aprender antes de tentar
ensinar isso aos nossos alunos. Se você mesmo não se sentir capaz de aprender, nunca vai
desenvolver essa competência em seus alunos.
10. Aprender a estar eternamente insatisfeito!
Se você acha que esses “novos” paradigmas vão resolver o seu problema, se acha que eles
bastam, ou apenas concorda com eles, sem ressalvas, então, talvez você não tenha entendido
nada! Todos esses paradigmas juntos significam apenas que cabe a você compreendê-los,
aplicá-los, reformulá-los, ampliá-los, reconstruí-los e, então, compartilhar com outros a “sua
versão” deles. Aceite-os apenas como um desafio para que você mesmo possa reescrevê-los e
compartilhá-los com outras pessoas.

Podemos perceber a partir das sugestões expostas que os segredos para o bom uso das TIC no
ambiente escolar são a curiosidade e a ousadia. Usando as palavras de José Manuel Moran:
“É hora de partir para soluções mais adequadas para o aluno de hoje. Os adultos
mantemos o status quo, em nome da qualidade, mas na verdade nos apavoramos
diante da mudança, do risco do fracasso. Mas o fracasso não está bem na nossa
frente? Quantos alunos iriam a nossas aulas se não fossem obrigados? Há maior
fracasso do que este?
A escola pode ser um espaço de inovação, de experimentação saudável de novos
caminhos. Não precisamos romper com tudo, mas implementar mudanças e
supervisioná-las com equilíbrio e maturidade.
Manter o currículo e as normas, tal como estão, na prática é insustentável. As
secretarias de educação precisam ser mais proativas e incentivar mudanças,
flexibilização, criatividade.
Professores, alunos e administradores podem avançar muito mais em organizar
currículos mais flexíveis, aulas diferentes. A rotina, a repetição, a previsibilidade é
uma arma letal para a aprendizagem. A monotonia da repetição esteriliza a
motivação dos alunos.”

Por isso, diante dessas percepções se faz urgente a inclusão real das TIC na realidade
escolar, para promover uma educação de qualidade que instigue os alunos e professores ao processo
dinâmico da aprendizagem exigido no século XXI e na Sociedade da Informação.
Saiba mais acessando o link abaixo, nele você encontrará Um Guia Sobre o Uso de Tecnologias em
Sala de Aula.
http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml

RESUMO DO MÓDULO II

O terceiro milênio chegou com muitas mudanças para a sociedade. Várias tecnologias novas
e muita velocidade de comunicação. Diante disso é cada vez mais importante que o professor se
qualifique não apenas aumentando o conteúdo específico da disciplina que leciona, mas antes de
tudo, mantenha-se atualizado ao que acontece no mundo, pois seus alunos sempre estão levando à
sala de aula, novidades oriundas das redes sociais virtuais.

Os professores e professoras precisam qualificar-se e ser multitarefas para conseguirem


acompanhar a velocidade das mudanças na sociedade. Os estudantes chegam à sala de aula com
várias demandas que devem ser atendidas pela instituição educacional, em especial pelos docentes.

A formação inicial dos professores, nos cursos de licenciatura e demais cursos de formação
ainda deixam a desejar no que se refere à inclusão das tecnologias da informação e comunicação
nos sistemas educacionais. Os currículos destes cursos são omissos na qualificação dos professores
para as demandas tecnológicas.

Pode-se observar nos discursos dos professores que passaram por cursos de qualificação em
informática educativa, que eles sentem-se mais seguros para introduzir o computador e demais
tecnologias em suas aulas.

De toda maneira não se pode jogar a responsabilidade de uma educação de qualidade na


inserção das TIC no ambiente escolar, e mais especificamente na sala de aula. A informática é
apenas um fator que pode ajudar no favorecimento de uma boa aula, de um ensino mais atual e
dinâmico. No entanto, não é o fato de uma escola possuir um laboratório de informática que
acontecerá a promoção da tecnologia no contexto escolar.

São as mais variadas maneiras de utilização da informática em salas de aula. Desde o


surgimento da informática que existem softwares educativos e ainda muitos projetos que utilizam os
programas comuns para levar outras formas de conhecimento aos estudantes, principalmente da
educação básica. O próprio MEC possui em seu site várias plataformas e programas para serem
utilizados pelos professores que desejarem trabalhar suas disciplinas de maneira mais tecnológica.
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Formação De Professores Para Inserção Do


Computador Na Escola: Interrelações Entre Percepções Evidenciadas Pelo Uso Do Software
Chic.Revista do Programa de Estudos Pós Graduação em Educação Matemática. São Paulo, v.4,
n.2, p.125-143.

______________________Informática e Formação de Professores. MEC, Secretaria de


Educação a Distância PROINFO, 1999. Disponível em <
http://softwarelivrenaeducacao.wordpress.com/2009/06/06/livros-eproinfo-formacao-de-
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ANTONIO, José Carlos. As TICs, a Escola e o Futuro, Professor Digital, SBO, 20 jan. 2011.
Disponível em: <http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-futuro/&gt;.
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DIAS, Rosanne Evangelista. Competências – Um Conceito Recontextualizado No Currículo


Para A Formação De Professores No Brasil. (Dissertação)Rio de Janeiro, 2002.

MOURA, Mirtes Zoé da Silva. No Discurso De Professores, A Formação Para O Trabalho Com
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NOGAI, Mariza Mitsuko& ALTOÉ, Anair. Formação De Professores E O Uso Do Computador


No Processo De Alfabetização. Anais Educere, Maringá, 2008

PERRENOUD, Ph.,GatherThurler, M., De Macedo, L., Machado, N.J. eAllessandrini, C.D. (2002)
As Competências para Ensinar no Século XXI. A Formação dos Professores e o Désafio da
Avaliação, Porto Alegre, Artmed Editora.

PRADO, Maria Elisabette. B. Brito, O uso do computador na formação do professor - Um


enfoque reflexivo na prática pedagógica. MEC, Secretaria de Educação a Distância PROINFO,
1999. Disponível em < http://softwarelivrenaeducacao.wordpress.com/2009/06/06/livros-eproinfo-
formacao-de-professores-para-tics/ > Acesso em 01 de março de 2011

SACRISTAN, J.G. O Currículo: Uma Reflexão sobre a Prática. 3 ed. Artmed. Porto Alegre. 2000

VAGULA, Edilaine & GONÇALVES, Carlos Eduardo de Souza. As Teorias Curriculares E As


Concepções Sobre O Ensinar E O Aprender Na Educação À Distância. Seminário de Pesquisa
em Educação da Região Sul, Caxias do Sul, 2012
OUTROS SITES ACESSADOS DURANTE A CONFECÇÃO DO MÓDULO II

http://www.oeducador.net/index.php/artigos/86-formacao-e-invencao-do-professor-no-seculo-21
http://www.propp.ufms.br/ppgedu/geppe/sonia-filiu.pdf
http://www.unoeste.br/site/pos/enapi/2011/suplementos/documentos/Humanarum-
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http://www.revistaescola.abril.com.br/formacao-continuada/novo-perfil-professor-carreira-
formacao-602328.shtml
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/ao-mesmo-tempo-tao-perto-tao-longe-
423173.shtml
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/a-tecnologia-nao-nos-salvara-por-enquanto
http://porvir.org/porpessoas/tecnologia-e-so-parte-da-solucao-diz-eugenio-severin/20120726
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2012/10/08/tecnologias-na-educacao-entre-inovacao-e-panaceia/
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/viewFile/629/512
http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-futuro/
RUA GEORGINA ERISMAN, 205 – CENTRO
CEP: 44001-448 - FEIRA DE SANTANA – BA
75 3604-9950 | 0800-282 8812
www.institutoprosaber.com.br

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