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INFORMÁTICA NA FORMAÇÃO
DOCENTE
Impressão e Editoração
FORMAÇÃO DOCENTE NO SÉCULO XXI
Fonte: http://zelmar.blogspot.com.br/2012/09/alunos-do-seculo-21_3.html
Ainda é o professor, como indivíduo, que faz a diferença em sala de aula. Antes que
alguém possa identificar o que cada educador está fazendo para implementar a
tecnologia, é essencial identificar as habilidades, os conhecimentos e as experiências
que todos os educadores devem possuir para serem capazes, com sucesso, de utilizar
a tecnologia para ensinar. Todas as profissões têm padrões para garantir a qualidade
e manter o controle dos que entram para a profissão. Infelizmente para os
educadores, pouco foi feito para criar padrões que orientem o uso da tecnologia.
(p:26)
É importante lembrar que mesmo quando os cursos de formação para professores possuem
disciplinas que trabalhem especificamente com o tema das novas tecnologias, muitos professores
ainda se formam despreparados para conseguirem fazer uma real ligação entre as disciplinas que
ministram e como utilizar as TIC.
A emergência das novas tecnologias vem representando, também, a possibilidade de
alterações cognitivas, sociais, afetivas e culturais na vida do indivíduo, recolocando o debate
pedagógico sobre o papel da educação no início deste novo milênio, numa sociedade em que as
informações estão disponibilizadas de forma quase que permanente e potencialmente acessíveis a
qualquer cidadão. (GONÇALVES, 2003; p.11)
Do ponto de vista teórico, a formação de professores, tanto para Educação a Distância, como para
ensino presencial, adequado ao presente e ao futuro deve organizar-se de forma a atender a
necessidades de atualização em três grandes dimensões: pedagógica, tecnologia e didática.
A dimensão tecnológica abrange as relações entre tecnologia e educação em todos os seus
aspectos: a utilização dos meios técnicos disponíveis, que inclui avaliação, a seleção de materiais e
a elaboração de estratégias de uso, bem como a produção de materiais pedagógicos utilizando estes
meios, isto é, o conhecimento das suposições metodológicas que a utilização destes meios implica e
a capacidade de tomar decisões sobre o uso e a produção de tais materiais. (BELLONI, 1999, p.88)
A contribuição pedagógica para a inclusão do aprendiz em nosso contexto sociotécnico
demanda formação atenta do professor. Nessa formação, ele precisará se dar conta de pelo menos
seis exigências da cibercultura situadas como desafio comunicacional à docência:
1. Ter boa formação – Necessidade de manter-se atualizado, de continuar estudando mesmo ao
fim da graduação, pois a rotina em sala de aula sempre traz desafios didáticos e os
professores devem estar preparados para este enfrentamento.
2. Usar as novas tecnologias - O fato é os alunos são formados dentro da cultura digital e
profundamente influenciados por ela. Com a democratização do uso da internet, o
crescimento do número de lanhouses, o barateamento dos computadores e mesmo a
implantação de programas de governo destinados à informatização das escolas, não há por
que trabalhar usando somente o quadro e o giz. É necessário que os professores entendam
como se dá esse processo e se atualizem de forma a desafiar os estudantes.
3. Atualizar-se das novas didáticas – diante de tantosdesafios da vida docente, faz-se
necessário a atualização constante sobre abordagens didáticas. Faz toda diferença o contato
constante com autores consagrados e se aprofundar em didáticas específicas.
4. Trabalhar em equipe – A troca de experiências entre professores, direção e coordenação,
além de trocar ideias com os demais componentes da comunidade escolar enriquece o
processo de ensino aprendizagem. Juntos todos da comunidade colaboram com aquilo que
pode ser melhorado no processo. Ao ouvir os pais, os professores tem a oportunidade de
conhecer um pouco mais dos seus alunos e conhecer algumas características deles que os
ajudarão na adoção da melhor abordagem.
5. Planejar e avaliar sempre – Necessidade de sondagem do conhecimento dos alunos e pensar
na melhor maneira de trabalhar com o grupo de alunos. A avaliação deve ser constante e não
apenas baseada em provas e testes. Mais do que nunca é necessário saber valorizar todos os
aspectos dos alunos.
6. Ter atitude e postura profissionais–Saber o seu papel na sala de aula e na vida dos
estudantes, buscando soluções para dificuldades que se apresentam no curso da carreira.
Quase nunca o professor se depara com a turma ideal e tem que saber lidar com problemas
que estão além da sala de aula; muitas vezes alunos com sérios problemas familiares e que
por isso não conseguem se desenvolver com afinco.
Pensando em todas estas características expostas acima, não dá para imaginar um curso de
licenciatura ou outro curso de formação docente que não dê a atenção devida à preparação destes
profissionais, diante de tamanhas mudanças culturais, tecnológicas e sociais.
As reformas atuais confrontam os professores com dois desafios de envergadura: reinventar sua
escola enquanto local de trabalho e reinventar a si próprios enquanto pessoas e membros de uma
profissão. Assumir desafios intelectuais e emocionais muito diversos daqueles que caracterizavam o
contexto escolar no qual aprenderam seu ofício. (PERRENOUD, 2002).
SAIBA MAIS!!!
Conheça os relatos de seis professores que colocaram em prática as exigências expostas acima:
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/seis-caracteristicas-professor-seculo-
21-602329.shtml
Fonte: http://librasealinguagemmatematica.blogspot.com/2010/11/disciplina-libras-no-curriculo-do-
curso.html
Observa-se pelos dados expostos acima, que apenas no item C verifica-se algum exemplo de
disciplinas que sugerem a capacitação do professor para uso de tecnologias em sala de aula, todas as
outras linhas de conhecimento parecem negligenciar um item educacional totalmente necessário
para o educador do terceiro milênio.
Os currículos dos cursos de formação dos docentes devem contemplar diversos aspectos da
vida em sala de aula inclusive as TIC, pois os estudantes já chegam cheios de novidade a cada dia
comentando o que “bombou” na internet, qual o mais novo jogo online e conversas afins. Os
professores precisam usar essas informações e esses conhecimentos em prol da aprendizagem
formal desses estudantes. Para que este processo aconteça, o currículo dos cursos de formação
inicial devem contemplar estes assuntos. Quando não foi possível faze-lo através da graduação, os
cursos de capacitação continuada não podem ser relapsos em relação ao uso das TIC em sala de
aula.
http://www.youtube.com/watch?v=q23qikTO6No
Também tem um vídeo mediado pela pesquisadora em Educação Renata Aquino utilizando ferramentas
de vídeo conferência para capacitação de professores. Neste vídeo é possível inclusive, perceber as
dificuldades do uso das tecnologias, devido a baixa qualidade das conexões e problemas afins.
http://www.youtube.com/watch?v=vtjSpK_tRNE
A FORMAÇÃO D@ PROFESSOR@ PARA O USO PEDAGÓGICO DO COMPUTADOR
Fonte: http://ntesaojoaquimsc.blogspot.com.br/2012/05/curso-formacao-do-professor-para-o-uso.html
Percebe-se que os estudantes não estão mais interessados nas aulas com formato tradicional,
cansam-se e entediam-se em ouvir o professor falando por horas, não gostam da rigidez dos
horários e reclamam dos conteúdos escolares que eles não conseguem fazer ligação com a “vida
real”.
Conforme abordado do capítulo anterior, nos currículos dos cursos que formam os
professores existem disciplinas que abordam o uso das tecnologias na educação, no entanto,
continua o de sempre – o professor falando e o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade. As
tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar novos
desafios didáticos.
Moran (2002) diz que o cinema, o rádio, a televisão trouxeram desafios, novos conteúdos,
histórias, linguagens. Esperavam-se muitas mudanças na educação, mas as mídias sempre foram
incorporadas marginalmente. A aula continua predominantemente oral e escrita, com pitadas de
audiovisual, como ilustração. Alguns professores utilizam vídeos, filmes, em geral como ilustração
do conteúdo, como complemento. Eles não modificam substancialmente o ensinar e o aprender,
apenas utilizam a tecnologia como um verniz de novidade, de mudança, mas era mais na
embalagem.
O computador trouxe uma série de novidades, de fazer mais rápido, mais fácil. Mas durante
anos continuou sendo utilizado mais como uma ferramenta de apoio ao professor e ao aluno. As
atividades principais ainda estavam focadas na fala do professor e na relação com os textos escritos.
A formação de educadores para a incorporação das TIC à prática em sala de aula parte de
pressupostos voltados para a mudança da escola favorecida pela apropriação e utilização
pedagógica dessa tecnologia, de forma a propiciar ao formando condições de desenvolver crítica e
reflexivamente um estilo próprio de atuar com a tecnologia baseado na espiral de aprendizagem
descrita por Valente como descrição-execução-reflexão-depuração (VALENTE, 1999), na qual a
intervenção de um agente de aprendizagem é essencial para provocar a reflexão e a depuração do
processo em desenvolvimento e propiciar a aprendizagem.
A construção do conhecimento solicita que o professor trabalhe sob a ótica da aprendizagem
ativa. “A interação que se estabelece entre as ações do aluno e a resposta [que surge na tela] do
computador promove a participação ativa do aluno” (ALMEIDA, 2000, p.34), buscando sua
autonomia no processo de aprendizagem.
Os professores treinados apenas para o uso de certos recursos computacionais são
rapidamente ultrapassados por seus alunos, que tem condições de explorar o computador de forma
mais criativa e isso provoca diversas indagações referentes ao papel do professor na educação. A
formação do professor para atender às novas exigências da “cultura da informática” na educação
precisa refletir esses aspectos. O mais importante deles é perceber que a atualização constante é
fundamental para o bom exercício profissional. (KENSKI, 2004, p.88).
Além disso, o educador do novo milênio precisa compreender e investigar temas ou
questões que surgem no contexto e que se transformam em desafios para sua prática- uma vez que
nem sempre são de seu pleno domínio, tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto à estrutura. A
formação continuada não pode estar dissociada da ação, nem a formação inicial pode ser definida a
priori da ação. Mas isso só se faz possível quando há o rompimento da hierarquia dos processos de
formação tradicionais e se constrói um movimento que em uma só rede a ação, a formação
continuada e a formação inicial.
Para que este rompimento aconteça, é necessário que os formadores de professores
favoreçam a tomada de consciência dos professores formandos sobre como se aprende, e como se
ensina; que os conduza a entender a própria prática e a transformá-la em prol de seu
desenvolvimento pessoal e profissional, e em benefício do desenvolvimento de seus alunos.
(ALMEIDA, 2000).
Na educação costuma-se apresentar propostas pedagógicas fechadas ou semelhantes para
todos. Diante da diversidade de posturas profissionais e motivações diferentes dos profissionais,
seria interessante que as propostas pedagógicas apresentadas fossem mais flexíveis.
De toda maneira, a preparação do professor para o uso do computador com seus alunos deve ser
no intuito de incitar professores e estudantes a:
Aprender a aprender;
Ter autonomia para selecionar as informações pertinentes à sua ação;
Refletir sobre uma situação-problema que se instala e escolher a alternativa adequada de
resolução;
Refletir sobre os resultados obtidos e analisar seus procedimentos, refazendo suas ações;
Buscar compreensão dos conceitos envolvidos ou levantar e testar outras possibilidades.
É necessário que, no processo formativo, exista vivências e reflexões com as duas abordagens
de uso do computador no processo pedagógico: instrucionista e construcionista (lembrar módulo I).
E que sejam analisados seus limites e seu potencial de maneira a proporcionar ao professor
independência para decidir qual a abordagem com que ele vai trabalhar.
Tudo isso implica que o professor seja autônomo para vivenciar a dialética própria da sua
aprendizagem e da aprendizagem dos seus alunos e faça uma reconstrução contínua das teorias
estudadas, em um processo de preparação que se desenvolve de acordo com o ciclo descrição-
execução-reflexão-depuração. Isso sem dúvida exigirá dele maior qualificação, tanto acadêmica
quanto pedagógica.
Descrição do ciclo descrição-execução-reflexão-depuração no blog de um professor de
matemática:
Em uma aula expositiva sobre resolução de equação do 2º grau, por exemplo, seguida de exercício
de aprendizagem pode haver esse ciclo. Ao identificar os coeficientes de uma equação completa do
2º grau, mostrar a fórmula de Báskhara, substituir os termos, fazer os cálculos aritméticos o aluno
pode cometer alguns erros. Ao identificar esse erro sozinho ou com ajuda do colega ou do professor
e buscar corrigi-los através da reflexão e dos pré-requisitos básicos - ao qual o professor deve estar
atento - até encontrar o conjunto-solução o ciclo se completa várias vezes. (fonte:
http://diariodoisaac.blogspot.com.br/2006/07/ciclo-descrio-execuo-reflexo-depurao.html)
c) Reflexão sobre o que foi produzido pelo computador: O aluno, ao refletir sobre o que foi
executado no computador, nos diversos níveis de abstração, pode provocar alterações em
sua estrutura mental. No nível de abstração empírica, que é o nível mais simples, o aluno
age sobre o objeto, extraindo informações tais como: a cor e a forma do mesmo. No nível de
abstração pseudo-empírica o aluno pode deduzir algum conhecimento da sua ação ou do
objeto. Na abstração reflexionante o aluno pensa sobre suas próprias ideias. O processo de
reflexão sobre o resultado do programa pode acarretar uma das seguintes ações: o aluno não
modifica seu procedimento porque sua ideias inicialsobre a resolução do problema
corresponde ao resultado apresentado pelo computador e, então, o problema está resolvido;
ou ele depura o procedimento, quando o resultado apresenta-se diferente da sua intenção
inicial.
Além da própria formação, Moran destaca mudanças na postura dos profissionais de educação
do terceiro milênio. Moran vê o educador como um orientador, um sinalizador de possibilidades
onde ele também está envolvido, onde ele se coloca como um dos exemplos das contradições e da
capacidade de superação que todos possuem.
O educador é um testemunho vivo de que podemos evoluir sempre, ano após ano, tornando-nos
mais humanos, mostrando que vale a pena viver.
Numa sociedade em mudança acelerada, além da competência intelectual, do saber específico, é
importante termos muitas pessoas que nos sinalizem com formas concretas de compreensão do
mundo, de aprendizagem experimentada de novos caminhos, de testemunhos vivos –embora
imperfeitos- das nossas imensas possibilidades de crescimento em todos os campos.
Ensinar e aprender estão sendo desafiados como nunca antes. Há informações demais,
múltiplas fontes, visões diferentes de mundo. Educar hoje é mais complexo porque a sociedade
também é mais complexa e também o são as competências necessárias. As tecnologias começam a
estar um pouco mais ao alcance do estudante e do professor. Precisamos repensar todo o processo,
reaprender a ensinar, a estar com os alunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer
para aprender, juntos ou separados.
Diversos especialistas em educação, estudiosos da formação docente e os próprios
professores em suas falas nas pesquisas utilizadas para este módulo reconhecem a importância das
TIC no processo educacional. Há de se concordar com Moran (2002; p 63) afirmando que na
sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar;
reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Nos
mais diversos cursos, nós educadores, devemos aprender a lidar com a informação e o
conhecimento de formas novas, pesquisando bastante e comunicando-nos constantemente. Dessa
maneira, poderemos aprender a mudar nossas ideias, sentimentos e valores onde assim se fizer
necessário.
Partindo do princípio que a formação inicial é condição essencial para o bom desempenho
da função, o que chama atenção é o tipo de formação que tem sido dada aos professores, inclusive
pela falta de relação entre a formação recebida e as condições que o docente encontra na realidade
escolar, que exige habilidade e conhecimento para os quais ele não está preparado. A formação
docente desta nova era é praticamente a mesma de décadas atrás, pois ignora a maioria dos avanços
científicos ocorridos no mundo e a evolução das tecnologias que podem ser usadas na educação,
aumentando a motivação dos alunos em sala de aula e a eficiência da aprendizagem.
Há resistências para a formação docente para tecnologias visto que, além do investimento
exigido para compra de equipamentos, há falta de professores capazes de superar preconceitos, e
que continuam a adotar práticas que rejeitam a tecnologia.
Portanto, a formação do educador procura propiciar-lhe condições de mergulhar na própria
aprendizagem, refletir sobre como se aprende e se ensina e como inserir a tecnologia computacional
em sua prática pedagógica com vistas à aprendizagem do aluno. Daí a abordagem de formação
contextualizada nas problemáticas existentes no tempo e no espaço da instituição educacional.
Porém, isso não significa necessariamente que a formação deva se realizar fisicamente na escola e
sim que as necessidades da formação emergem do contexto educacional no qual se busca
desenvolver uma cultura que permita ao educador tornar-se usuário crítico da tecnologia, incorporá-
la à práticapedagógica e assumir-se como um agente de mudança de sua própria atuação e de seu
contexto. (ALMEIDA, 2003).
SAIBA MAIS!!!!
Conheça outros textos de José Manuel Moran sobre educação e tecnologias e sobre a postura do novo
educador. Através deste link, você terá acesso aos textos, artigos, notícias e publicações sobre novidades
na área educacional.
http://www.eca.usp.br/prof/moran/
http://www.youtube.com/watch?v=vEXeevWJANE
&
http://www.youtube.com/watch?v=UONY0Nz3fP4
Assista ao vídeo da entrevista do pesquisador chileno Eugênio Severin e aproveite para ver os outros da
Série de Diálogos: Tecnologia na educação.
http://www.youtube.com/watch?feature=player embedded&v=lMt2lM5MhUU
EXPERIÊNCIAS EM CURSOS DE FORMAÇÃO DOCENTE
Fonte: http://www.nre.seed.pr.gov.br/doisvizinhos/modules/noticias/article.php?storyid=446
Nos últimos anos houve um crescente interesse pelo trabalho na área de Informática na
Educação, impulsionado pelo barateamento dos microcomputadores pessoais, hoje utilizados por
boa parte da classe média brasileira, aliado a fatores como: necessidade de modernização da escola,
formação de profissionais com um perfil condizente com as necessidades de uma sociedade ágil e
em constante modificação. As escolas procuram instituições que possam colaborar nessa
empreitada: muitas terceirizam essa iniciativa e outras optam por uma parceria que tanto pode
significar uma assessoria para compra de equipamentos e escolha de software, quanto um
acompanhamento pedagógico detalhado.
Há alguns anos, as escolas não sabiam ao certo o que desejavam. Sabiam que precisavam
iniciar um trabalho, usando computadores por uma demanda da própria comunidade escolar
(principalmente alunos e pais de alunos), mas não tinham esclarecimento a respeito das diferentes
formas de implantar o computador no meio educacional. Esse quadro vem se modificando nos
últimos anos, devido ao "know-how" acumulado por pesquisadores, professores e demais
profissionais envolvidos com a Informática na Educação. Hoje, as unidades escolares interessadas
em investir nessa área, discutem as diferentes maneiras de se conceber o computador na educação e
começam a se posicionar diante das mesmas com base naquilo que propõem enquanto instituições
educacionais.
Neste capítulo vamos citar algumas experiências, relatos do uso da Informática na Formação
Docente, tanto formação inicial como em cursos de capacitação e educação continuada. São os mais
variados cursos que pretendem promover a formação dos professores de forma que nesta formação
seja contemplada a questão da tecnologia e da informática.
Pensando que os cursos de formação de professores são cursos voltados para população
adulta e muitas vezes para adultos que já possuem experiência e vivência de sala de aula, o ensino
deve ser voltado para prática e não à teoria, a não ser que a intenção do curso seja de fazer um curso
de informática, o quê é bem diferente de formar o professor para o uso da informática em sala de
aula.
Especificamente no caso do adulto, é imperioso que a aprendizagem estejavoltada para
situações práticas. A literatura aponta que a aprendizagem na faseadulta é caracterizada por
diferentes estilos e, conforme Knowles (1984), há nomínimo cinco aspectos que caracterizam e são
cruciais, na aprendizagem doadulto, e que diferem dos ocorrentes na aprendizagem de crianças.
São eles:
1. Autoconceito: O adulto evolui de uma situação de dependência para aautonomia;
2. Experiência: O adulto acumula uma ampla variedade de experiênciasque pode ser um recurso
muito rico para sua aprendizagem;
3. Prontidão para aprender: A evolução das atividades que representam oseu papel social está inter-
relacionada com o propósito do adulto paraaprender;
4. Orientação para aprendizagem: O adulto está mais interessado naaprendizagem que considera os
problemas do cotidiano do que naaprendizagem de conteúdo específico;
5. Motivação para aprender: A motivação para aprender de uma pessoaadulta é interna.Partindo
desses pressupostos, a formação de um profissional com taiscaracterísticas exige o planejamento de
processos de crescimento/desenvolvimento profissional, uma vez que a aprendizagem da docência
ocorre continuamente, ao considerar-se a complexidade das tarefas de ensinar e de ser professor.
A gente anda muito angustiada, sem saber o que fazer com esses
alunos, entendeu? (...) você vê a necessidade da coisa, mas você é
impotente, você não consegue fazer. Então, a gente, assim, fica até
angustiado mesmo. É difícil. (MARINA)
Porque, na verdade, o computador, ele quase que me complica, sabe?
(...) me complica porque é um momento que eu me sinto, assim,
impotente perante o aluno. (ROSELI).
Fica evidente a angústia dos professores ao não saberem como utilizar o computador em sala
de aula, antes de cursos de capacitação e educação continuada. Se analisarmos relatos de
professores que utilizam as tecnologias em sala de aula veremos outro horizonte, de aulas mais
dinâmicas com mais interesse por parte dos estudantes.
O que não se pode perder de vista é que mesmo com as dificuldades o docente deve buscar
sempre manter-se qualificado, lendo artigos sobre o assunto e sempre que possível participar de
cursos de reciclagem que trarão novidades à sua prática pedagógica. Além disso, os responsáveis
pela gestão escolar; diretores e coordenadores devem possibilitar que seus colegas professores
realizem atividades com tecnologias da informação.
Os programas de introdução da informática na educação estão promovendo cursos de
capacitação para professores, durante um determinado período, com uma carga horária e uma
programação previamente definidas. Os professores que participaram desses cursos revelam o
seguinte:
Podemos perceber através destes relatos existentes no artigo supracitado o quanto as TIC em
sala de aula só tem a somar ao processo de ensino aprendizagem e ao processo educacional como
um todo.
Leia a entrevista de uma das maiores autoridades brasileiras sobre Informática e Formação de
Professores para a revista Educar para Crescer:
http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/tecnologia-na-escola-618016.shtml
SUGESTÕES DE ESPECIALISTAS PARA UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO
Fonte: http://porvir.org/porpessoas/mundo-da-tecnologia-diferenca-e-capital-humano/20120909
Finalizaremos este módulo com dicas e sugestões de utilização da informática para melhorar
a qualidade das aulas e sair da rotina de lousa, caderno e caneta.
Inicialmente traremos alguns dados advindos do núcleo de pesquisa da Fundação Vitor Civita
que analisou “O uso dos computadores e da internet nas escolas públicas de capitais brasileiras”.
Esta pesquisa obteve a conclusão exposta abaixo:
Quanto maior o tamanho da escola e os recursos e infraestrutura disponíveis mais
proficiente é a utilização do computador e internet no processo de aprendizagem.
A presença do professor orientador de Informática Educativa influi na utilização da
tecnologia como ferramenta de aprendizagem.
A tecnologia deve ser integrada ao Projeto Político Pedagógico da escola, no seu
monitoramento e avaliação, e ao planejamento de atividades pelo professor.
A maioria das escolas tem recursos materiais para fazer algum tipo de uso pedagógico do
computador.
Apesar dos dados levantados sobre recursos e infraestrutura serem favoráveis, as escolas
percebem como principais problemas: infraestrutura (43%), formação de professores (28%),
problemas com acesso à internet (17%).
A formação oferecida não é percebida como suficiente e adequada, pois falta preparo para o
uso da tecnologia focado na aprendizagem de conteúdos e no desenvolvimento de
competências e habilidades dos alunos.
O número de professores que usam a tecnologia com seus alunos é ainda pequeno e este uso
se dá eminentemente no laboratório de informática.
Na maioria das escolas as atividades que utilizam tecnologia e são realizadas com os alunos
tem pouca complexidade ou usam de recursos simples.
Após a análise dos relatos das escolas pesquisadas, não foi verificado nenhum exemplo de
utilização de tecnologia para o ensino e aprendizagem de um conteúdo específico que
mereça destaque.
O levantamento revela que o número de computadores faz diferença. As escolas que
possuem mais de 20 computadores, professores e alunos usam os aparelhos com fins
pedagógicos em atividades mais complexas. Até 20 máquinas, os alunos usam os
computadores com seus professores, mas apenas para atividades simples. Unidades
escolares que têm até 15 micros usam os computadores para fins administrativos e
pedagógicos, sem a presença dos alunos. E as que possuem de um a 12 computadores, o uso
limita-se a atividades administrativas e/ou em atividades pedagógicas pouco complexas,
também sem a presença dos estudantes.
Com certeza após lermos o horizonte exposto por esta pesquisa fica impossível não nos
assustarmos, no entanto, podemos vislumbrar mudanças interessantes. É crescente o número de
professores que buscam se qualificarem no setor tecnológico, tem aumentado o número de sites e
blogs que possuem como tema geral a Educação e muitos deles especializados nas subáreas da
educação; currículo, avaliação, aprendizagem, didática, TIC, etc.
No blog professordigital.wordpress.com há dicas para utilização das TIC no ambiente escolar,
mas vamos citar aqui os 10 tópicos inspirados das competências conforme Perrenoud, e que
representam a proposta de mudança de paradigma de acordo com autor do blog, José Carlos
Antonio, sobre o tema: As TICs, a Escola e o Futuro.
Podemos perceber a partir das sugestões expostas que os segredos para o bom uso das TIC no
ambiente escolar são a curiosidade e a ousadia. Usando as palavras de José Manuel Moran:
“É hora de partir para soluções mais adequadas para o aluno de hoje. Os adultos
mantemos o status quo, em nome da qualidade, mas na verdade nos apavoramos
diante da mudança, do risco do fracasso. Mas o fracasso não está bem na nossa
frente? Quantos alunos iriam a nossas aulas se não fossem obrigados? Há maior
fracasso do que este?
A escola pode ser um espaço de inovação, de experimentação saudável de novos
caminhos. Não precisamos romper com tudo, mas implementar mudanças e
supervisioná-las com equilíbrio e maturidade.
Manter o currículo e as normas, tal como estão, na prática é insustentável. As
secretarias de educação precisam ser mais proativas e incentivar mudanças,
flexibilização, criatividade.
Professores, alunos e administradores podem avançar muito mais em organizar
currículos mais flexíveis, aulas diferentes. A rotina, a repetição, a previsibilidade é
uma arma letal para a aprendizagem. A monotonia da repetição esteriliza a
motivação dos alunos.”
Por isso, diante dessas percepções se faz urgente a inclusão real das TIC na realidade
escolar, para promover uma educação de qualidade que instigue os alunos e professores ao processo
dinâmico da aprendizagem exigido no século XXI e na Sociedade da Informação.
Saiba mais acessando o link abaixo, nele você encontrará Um Guia Sobre o Uso de Tecnologias em
Sala de Aula.
http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml
RESUMO DO MÓDULO II
O terceiro milênio chegou com muitas mudanças para a sociedade. Várias tecnologias novas
e muita velocidade de comunicação. Diante disso é cada vez mais importante que o professor se
qualifique não apenas aumentando o conteúdo específico da disciplina que leciona, mas antes de
tudo, mantenha-se atualizado ao que acontece no mundo, pois seus alunos sempre estão levando à
sala de aula, novidades oriundas das redes sociais virtuais.
A formação inicial dos professores, nos cursos de licenciatura e demais cursos de formação
ainda deixam a desejar no que se refere à inclusão das tecnologias da informação e comunicação
nos sistemas educacionais. Os currículos destes cursos são omissos na qualificação dos professores
para as demandas tecnológicas.
Pode-se observar nos discursos dos professores que passaram por cursos de qualificação em
informática educativa, que eles sentem-se mais seguros para introduzir o computador e demais
tecnologias em suas aulas.
ANTONIO, José Carlos. As TICs, a Escola e o Futuro, Professor Digital, SBO, 20 jan. 2011.
Disponível em: <http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-futuro/>.
Acesso em: 20 de dezembro de 2012
MOURA, Mirtes Zoé da Silva. No Discurso De Professores, A Formação Para O Trabalho Com
Computadores No Contexto Escolar. UFJF. Minas Gerais, 2005
PERRENOUD, Ph.,GatherThurler, M., De Macedo, L., Machado, N.J. eAllessandrini, C.D. (2002)
As Competências para Ensinar no Século XXI. A Formação dos Professores e o Désafio da
Avaliação, Porto Alegre, Artmed Editora.
SACRISTAN, J.G. O Currículo: Uma Reflexão sobre a Prática. 3 ed. Artmed. Porto Alegre. 2000
http://www.oeducador.net/index.php/artigos/86-formacao-e-invencao-do-professor-no-seculo-21
http://www.propp.ufms.br/ppgedu/geppe/sonia-filiu.pdf
http://www.unoeste.br/site/pos/enapi/2011/suplementos/documentos/Humanarum-
PDF/CDEduca%C3%A7%C3%A3o.pdf
http://www.revistaescola.abril.com.br/formacao-continuada/novo-perfil-professor-carreira-
formacao-602328.shtml
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/ao-mesmo-tempo-tao-perto-tao-longe-
423173.shtml
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/a-tecnologia-nao-nos-salvara-por-enquanto
http://porvir.org/porpessoas/tecnologia-e-so-parte-da-solucao-diz-eugenio-severin/20120726
http://portal.aprendiz.uol.com.br/2012/10/08/tecnologias-na-educacao-entre-inovacao-e-panaceia/
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/viewFile/629/512
http://professordigital.wordpress.com/2011/01/20/as-tics-a-escola-e-o-futuro/
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