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ALFABETIZAÇÃO E TECNOLOGIA EM TEMPOS DE


PANDEMIA (COVID19)
Tania dos Santos1
Marta Costa Beck2

Resumo:Este artigo discorre como ocorreu a alfabetização e utilização de ferramentas


tecnológica sem tempos de pandemia da Covid-19, onde as aulas foram e serão realizadas de
forma remota nas escolas municipais de Bonito-MS. A pesquisa teve como objetivos: 01.
Conhecer as tecnologias disponíveis nas famílias, alvo da pesquisa; 02. Entender as
dificuldades enfrentadas pelos educadores com o ensino remoto; 03. Conhecer como são
desenvolvidas as aulas remotas pelos professores; e 04. Entender como os educadores estão
utilizando a tecnologia neste período de pandemia. Para isso, foram realizadas entrevistas com
professores e pais dos alunos do1º ano e 2º ano do Ensino Fundamental I. A pesquisa foi de
cunho bibliográfico, com entrevista semi- estruturada. Os pesquisados expuseram as
dificuldades do processo de alfabetização, mediado pela tecnologia tanto os professores da
Escola Municipal Professora Durvalina Dornelles Teixeira que precisaram reinventar o seu
trabalho pedagógico, devido ao distanciamento das crianças e a dificuldade de lidar com a
tecnologia, quanto aos pais, que não possuem a tecnologia necessária, tempo e facilidade para
alfabetizar os filhos.

Palavras Chave: Professores. Tecnologia. Aulas remotas. Ensino fundamental.

INTRODUÇÃO
Este estudo foi realizado em um período pandêmico no qual a população mundial,
convive diariamente com a grande contaminação do novo coronavírus ( SARS-COV-2). O
vírus SARS-COV-2, conhecido popularmente como COVID-19 é uma doença infecciosa
causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), e seus principais sintomas são: febre, cansaço,
tosse seca, e alguns indivíduos ainda podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça,
conjuntivite, dor de garganta, diarréia, perda de paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou
descoloração dos dedos das mãos ou dos pés.Segundo a OMS,os indivíduos que apresentaram

1
Acadêmica Tânia dos Santos do Curso de Pedagogia na modalidade à distância, da faculdade de Educação, da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. E-mail :bt_barbosa@outlook.com
2
Marta Costa Beck 2 Doutoradoem meio ambiente e desenvolvimento regional: ProfessoraAdjunta da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sulorientadora. E-mail: marta.beck@ufms.br
2

sintomas respiratórios/gripais, tiveram algum contato com pessoas contaminadas com o


COVID-19.
A sociedade enfrentou uma grande mudança em sua rotina, principalmente nas
práticas de relação e contato com outras pessoas, principalmente no ambiente de trabalho.
A educação precisou ser reinventada, desde a Educação Básica até o Ensino Superior,
o MEC e o sistema Educacional teve a responsabilidade de se adaptar, obedecendo a Portaria
n° 343, de 17 de março de 2020. Autorizando as instituições escolares a substituir as aulas
presenciais para as remotas, durante o período de pandemia.
Libâneo aponta que:
Assumem uma importância crucial ante as transformações do mundo atual. Num
mundo globalizado, transnacional, nossos alunos precisam estar preparados para
uma leitura crítica das transformações que ocorrem em escala mundial. Num mundo
de intensas transformações científicas e tecnológicas, precisam de uma formação
geral sólida, capaz de ajudá-los na sua capacidade de pensar cientificamente, de
colocar cientificamente os problemas humanos (LIBÂNEO, 2011, p. 03).

Com a chegada do vírus da Covid-19 a educação teve que se adaptar a uma nova
realidade, onde a tecnologia foi uma grande aliada e essencial para o desenvolvimento da
educação mundialmente.
As salas de aulas não possuem espaço suficiente para evitar a aglomeração e manter o
afastamento social, recomendada pela OMS – Organização Mundial da Saúde. Neste
momento as aulas migraram da forma presencial para on-line ou atividades remotas do dia
para a noite. Os professores precisaram criar novas práticas pedagógicas, utilizando recursos
diferenciados para possibilitar o acesso de seus alunos à educação.
Os pais precisaram acompanhar as atividades escolares dos seus filhos e alfabetizá-los
o que para muitos é uma tarefa muito difícil. Para que a educação não sofresse muitas perdas
em todos os níveis, foi elaborado o Ensino Remoto Emergencial (ERE). São processo didático
e pedagógico para evitar que impacto que levasse a perda do aprendizado, por causa do
isolamento.
O Ensino Remoto Emergencial foi a forma de oferta da educação utilizada durante
do período de pandemia da COVID19 e caracteriza- se como uma mudança
temporária da entrega de instruções para um modo de entrega alternativo devido a
circunstâncias de crise. Envolve o uso de soluções de ensino totalmente remotas para
instrução ou educação que, de outra forma, seriam ministradas presencialmente ou
como cursos combinados ou híbridos e que retornarão a esse formato assim que a
crise ou emergência tiver diminuído. É fundamental que fique muito claro a todos
que o objetivo principal nessas circunstâncias não é recriar um ecossistema
educacional robusto, mas fornecer acesso temporário a estratégias de ensino-
3

aprendizagem de uma maneira que seja rápida de configurar e entregar de forma


simples e confiável durante uma emergência ou crise (HODGES, 2020).

Análise de Conteúdo que, segundo Bardin (2004),


[...] trata-se de um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter
por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas)
destas mensagens (BARDIN, 2004, p. 37).

Os sujeitos participantes da pesquisa foram os professores e pais dos alunos do 1º e 2º


ano da Escola Municipal Professora Durvalina Dornelles Teixeira do Ensino Fundamental de
Bonito-MS.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO.
A alfabetização de um indivíduo acontece gradualmente, cada dia ele aprende mais, e
a escola orienta seu desenvolvimento e seu aprendizado. O ambiente escolar é o local onde o
individuo consegue absorver o conhecimento repassado pelos educadores, para esse
desenvolvimento acontecer, na maioria das vezes depende do ambiente que o aluno vivencia e
dos estimulos que recebe a fim de desenvolver suas habilidades. Se é visto que cada indivíduo
se torna ativo e seu desenvolvimento sempre está acontecendo.
Quando um indivíduo é alfabetizado ele tem dificuldade compreender melhor o mundo
em que vive, quando cada indivíduo despertar seu conhecimento ele consegue ser mais
participativo na sociedade de forma crítica em seu pensamento sobre o mundo que vive, tendo
consciência que a alfabetização compreende o uso da língua de forma de comunicação
significativa. Magda Soares fala mais demasiadamente sobre a realidade da alfabetização.
Basta afirmar que o processo de alfabetização escolar sofre, talvez mais que
qualquer outra aprendizagem escolar, a marca da discriminação em favor das classes
socioeconomicamente privilegiadas. A escola valoriza a língua escrita e censura a
língua oral espontânea que afaste muito dela; ora, como foi dito anteriormente, a
criança das classes privilegiadas, por suas condições de existência, adapta-se mais
facilmente ás expectativas da escola, tanto com relação ás funções e usos da língua
escrita quanto em relação ao padrão culto de língua oral (SOARES, 2011, p. 22).

A alfabetização é uma forma de ensinar o indivíduo a ler e escrever e agregar esse


conhecimento em um processo de práticas sociais das quais o indivíduo faz parte, na visão de
Ferreiro (2004, p. 36) “Não é a informação, como tal, que cria o conhecimento. O
conhecimento é o resultado da construção de um sujeito consciente conhecido”.
4

O termo alfabetização designa o ensino e o aprendizado de uma tecnologia


de representação da linguagem humana, a escrita alfabético- ortográfica. O
domínio dessa tecnologia envolve um conjunto de conhecimentos e
procedimentos relacionados tanto ao funcionamento desse sistema de
representação quanto às capacidades motoras e cognitivas para manipular os
instrumentos e equipamentos de escrita (SOARES, 2005, p.24).

Quando o indivíduo começa no processo de aprender à escrita ele tem uma certa
dificuldade de adaptação, visto que ele confundirá a ligação das palavras na maioria das
vezes, no início e conforme vai aprendendo, esse processo facilita a aprendizagem e
assimilação na pronúncia, e irá facilitar sua comunicação, sendo que essa etapa da
alfabetização é a seqüência fundamental para o desenvolvimento do estudante e não só no
meio escolar. Essa etapa da alfabetização vai proporcionar seu desenvolvimento
futuramente e onde ele vai conseguir dar continuidade em sua vida escolar.
Conseqüentemente o letramento e alfabetização ocorrem de forma em que cada indivíduo
tem o acesso ao mecanismo de leitura e escrita e aplica estes conhecimentos.
A BNCC (2017), alicerçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96
(LDB), estabelece:
[...]dois conceitos decisivos para todo o desenvolvimento da questão curricular no
Brasil. O primeiro, já antecipado pela Constituição, estabelece a relação entre o que
é básico-comum e o que é diverso em matéria curricular: as competências e
diretrizes são comuns, os currículos são diversos. O segundo se refere ao foco do
currículo (BRASIL, 2017, p.9).

A BNCC aborda o Ensino Fundamental I como anos iniciais e o Ensino Fundamental


II - anos finais, apontando as matérias que compõem o Currículo de cada um e suas
competências. As matérias são: língua escrita, língua portuguesa, arte, educação física, língua
inglesa, matemática, ciências da natureza, geografia e história. A definição do documento a
língua portuguesa leva o indivíduo a melhorar seu desenvolvimento social e sua forma de
comunicação clara.
Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada componente
curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas habilidades estão
relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui entendidos como
conteúdos, conceitos e processos –, que, por sua vez, são organizados em unidades
temáticas (BRASIL, 2017, p.26, grifos no original).

O documento da BNCC (2017) expõe que, ao iniciar o Ensino Fundamental.


[...] todo indivíduo vem com suas vivências de casa e do meio social, com saberes,
interesse próprio eserá construído a partir do ambiente que iráfreqüentar na escola e
na sociedade. Assim ele terá condições de construir “conhecimentos sistematizados
de Ciências” (BRASIL, 2017, p. 283),
5

Em qualquer área de conhecimento, a criança sempre esta desenvolvendo sua


capacidade de aprender, na maioria cada criança aprende em tempo diferente.
Entre as experiências destacadas com a alfabetização SOARES (1999), enfatiza que o
letramento tem sido considerado uma forma de despertar o prazer em vários tipos de leitura, a
autora estabelece que o individuo não pratica o ato de ler só no ambiente escolar, mas
também no meio que vive. Segundo a autora, há diferença entres letramento e alfabetização e
entre as pessoas letradas e alfabetizadas.
[...] um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado;
alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever, já o indivíduo letrado,
indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever,
mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita,
responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita(SOARES 1998,
p.39- 40).

De acordo com Soares (2003), a palavra letramento começou a ser utilizada


recentemente porque expressa o processo de interligação do indivíduo com a escrita, não
existe indivíduo que seja analfabeto, pois todos estão em constante contato com mundo
escrito. A autora explica que há diferentes fases do letramento, que diferencia de acordo com
cada cultura, a palavra letramento passou a ser discutida a partir de uma problemática da
educação, com os estudos realizados por meio de pesquisa, avaliação e análises, se concluiu
que o ato de ler e escrever nem sempre leva à compreensão do que se está lendo.
Letramento é a palavra e conceito recente, introduzido na linguagem da educação e
das ciências linguísticas há pouco mais de duas décadas. Seu surgimento pode ser
interpretado como decorrência da necessidade de configurar e nomear
comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassam o
domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível da aprendizagem da língua escrita
perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização. (SOARES, 2004, p.
20).

Este artigo menciona a modalidade que a alfabetização é ensinada, neste período de


pandemia. Para Magda Soares (2003, p.?),“Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e
escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida
do aluno.” Em que ocasião dissertar que a alfabetização é o ato de se tornar “alfabetizado”
durante o letramento se transpõe como “condição de ser letrado”. A autora relaciona o
letramento como seqüência de uma ação a de “letrar-se” entendido aqui como “tornar-se
letrado”.
[...] essa introdução ao mundo da escrita, na escola, não se caracteriza como um
momento inaugural de entrada em um mundo desconhecido: embora ainda
“analfabeta”, a criança já tem representações sobre o que é ler e escrever, já interage
6

com textos escritos de diferentes gêneros e em diferentes portadores, convive com


pessoas que leem e escrevem, participa de situações sociais de leitura e de escrita
[...] (SOARES, 1999, p. 69).

O processo de alfabetização na instituição pública, na maioria das vezes, são insucesso


e com defasagem grande, a aprendizagem das séries iniciais ainda está muito prejudicada com
salas cheias e muitos educadores sem capacitações, e a maioria dos alguns educados saem das
séries inicias sem saber ler e escrever ou mesmo, interpretar e conseguir produzir pequenos
textos.
Para Soares (2004) a alfabetização é “[...] a ação de ensinar e aprender a ler e a
escrever”, ao tempo que letramento “[...] é estado ou condição de quem não apenas sabe ler e
escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita”. Diante do conhecimento
a utilizando o letramento e alfabetização levam o indivíduo as práticas sociais da leitura e da
escrita.
O letramento, é o uso que se faz da língua escrita com toda sua complexidade, em
práticas sociais de leitura e escrita, é aquele indivíduo que sabe ler e escrever, e que
usa socialmente a leitura e a escrita, que pratica e responde adequadamente às
demandas sociais. (SOARES, 2001, p 39-40).

Para Soares (2001) é a compreensão da alfabetização que torna o letramento mais


adequado para o conhecimento e para aprendizagem, sabemos que o indivíduo é alfabetizado
quando ele conhece o código escrito, se que entende o saber ler e escrever, e todos quando
tem esse conhecimento aprendem o sentido dos pequenos textos, e assim o letramento passa a
ter relação com as principais práticas de escrita e a leitura em uma sociedade que está em
constante mudança.
Hoje se compreende que não basta o indivíduo saber ler e escrever, ele tem que ter a
capacidade de compreensão exigida e imposta pela cultura letrada, esse processo torna cada
vez mais habilitada a utilização da escrita de forma definida nas situações sociais. Segundo
Soares (2003, p. 47): ela reafirma o contexto de ser alfabetizado e ser letrado.
Um adulto poder ser analfabeto e letrado: não sabe ler nem escrever, mas usa a
escrita”. “Uma criança pode não ser alfabetizada, mas ser letrada: convive com
livros, conta e finge escrever uma história etc.. Uma pessoa pode ser alfabetizada e
não ser letrada: sabe ler e escrever, mas não cultiva nem exerce práticas de leituras e
de escrita. Soares (2003, p. 47)

Soares cita em seus estudos que as pessoas inicia seu processo de letramento antes de
freqüentar um ambiente escola, e neste ambiente com orientação escolar eles aprender
desenvolver seu aprendizado.
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1.2 OS PROFESSORES E A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS NA


PANDEMIA
Os educadores e educando tiveram dificuldade para se adequar neste momento
pandêmico, porque na maioria das vezes a utilização de redes sociais ou plataformas digitais
para as aulas era opcional para os educadores. E muitos educadores relataram a dificuldade de
adaptação às aulas online, tiveram conseguiram trabalhar bem de casa.
As tecnologias da informação, que vêm se consolidando com os aperfeiçoamentos
dos meios de comunicação, em conjunto com a informática, fornecem amplas
perspectivas para melhoria das práticas educacionais, disponibilizado novos recursos
para atuação do professor e para que o educando possa reelaborar a informação de
forma ativa e criativa, expressando um trabalho de reflexão pessoal (MACHADO,
2004, p. 27).

Tanto os alunos como os professores, não foram capacitados para a utilização da


tecnologia em prol da aprendizagem específica da escola. Segundo os autores, Goldbach e
Macedo (2007), há necessidade do oferecimento de cursos de capacitação para os docentes,
para que consiga utilizar a tecnologia como estratégia de ensino. Com a Pandemia da
Covid19, os educadores tiveram inesperadamente que ajustar os planejamentos, transmitir as
aulas de suas residências e tendo que adaptar os ensinos presenciais ao ensino remoto, muitos
não tinha a tecnologia necessária para acesso à internet, principalmente, os professores da
zona rural e professores de cidades, onde o oferecimento da internet é caótico.
No início, muitos educadores tiveram medo, tristeza, insegurança, ansiedade, angústia
e incerteza, porque tiveram que se reinventar para dar as aulas. O ensino presencial foi
substituído pelo ensino remoto e, para completar, havia insegurança em contrair a doença,
pois o vírus desconhecido por todos, gerou uma realidade onde ninguém queria sair de sua
residência e manter convívio social.
Os educadores tiveram que buscar formas diferentes para desenvolver as novas
competências e habilidades para aplicação das aulas remotas. A própria escola enfrentou
dificuldade com ensino remoto, pois inicialmente, não sabia de que forma poderia
desenvolver o ensino. Devido à pandemia o ensino mudou da noite para o dia, obrigando as
escolas a repensar metodologias, formas de contato com os alunos e famílias.
A criatividade dos professores brasileiros em se adaptar à nova realidade é
indescritível no que se trata da criação de recursos midiáticos: criação de vídeo aulas
para que os alunos possam acessar de forma assíncrona além das aulas através de
videoconferência para a execução de atividades síncronas como em sala de aula. Uma
revolução educacional sobre o quanto a tecnologia tem se mostrado eficiente e o
quanto as pessoas precisam estar aptas a esse avanço tecnológico (CORDEIRO;
p.06, 2020).
8

Segundo (CORDEIRO; p.06, 2020). Em seu artigo recente ele fala que os professores
se adaptaram suas vidas para melhor ensinar seus alunos, mesmo com dificuldade eles
conseguiram se adaptar os recurso para aprendizado dos alunos, procuram fazer cursos para se
aperfeiçoar. O autor fala do desafio na aprendizagem (VEEN, W.; VRAKKING, B. 2009),
[...] ensinar se tornou algo mais desafiador, os alunos mudaram consideravelmente
em sua aprendizagem e seu comportamento social ao longo das últimas décadas.
Houve uma espécie de ruptura nas escolas, um rompimento com a tradição que pode
representar uma sériaameaça ao sistema educacional em si e um desafio, pelo fato de o
ensinose tornar algo mais empolgante (VEEN, W.; VRAKKING, B. 2009).

De acordo com o posicionamento da doutrina dos autores VEEN, W.; VRAKKING,


B. (2009), as instituições nos dias possuem um grande desafio para auxiliar os alunos, para o
convívio em uma sociedade, uma vez que, o desenvolvimento tecnológico cada vez fica mais
elevado, sendo assim, o papel das instituições é adaptar um aprendizado significante e
relevante junto ao atual ambiente que seus alunos estão introduzidos. Tendo em vista que, os
jovens dessa geração nasceram inseridos no meio tecnológico, o que conseqüentemente
resulta em uma rotina em meio ao uso de computadores, celulares, tablets. Segundo o
entendimento de ARAÚJO (2005),
O valor da tecnologia na educação é derivado inteiramente da sua aplicação. Saber
direcionar o uso da Internet na sala de aula deve ser uma atividade de
responsabilidade, pois exige que o professor preze, dentro da perspectiva
progressista, a construção do conhecimento, de modo a contemplar o
desenvolvimento de habilidades cognitivas que instigam o aluno a refletir e
compreender, conforme acessam, armazenam, manipulam e analisam as informações
que sondam na Internet. (2005, p. 23-24)

Diante da circunstância provocada pela pandemia, percebe-se a importância da


tecnologia para o aprendizado, uma vez que facilita à aplicação do ensino a distância,
facilitando a comunicação e possibilitando a busca de informações de forma imediata. Neste
sentido, é válido considerar que a pandemia conduziu o educador a repensar a metodologia de
ensino, possibilitando que o educando se desenvolva diante da ausência física do professor.
Tornou-se necessário ainda que os professores que atuam com essa geração repensem
a sua formação no uso da tecnologia, uma vez que se deparam diariamente com uso dela, para
embasar o exposto, Moreira e Schlemmer (2020), explicam:
[...] o ensino presencial físico (mesmos cursos, currículo, metodologias e práticas
pedagógicas) é transposto para os meios digitais, em rede. O processo é centrado no
conteúdo, que é ministrado pelo mesmo professor da aula presencial física. Embora
haja um distanciamento geográfico, privilegia-se o compartilhamento de um mesmo
tempo, ou seja, a aula ocorre num tempo síncrono, seguindo princípios do ensino
presencial. A comunicação é predominantemente bidirecional, do tipo um para
muitos, no qual o professor protagoniza vídeo aula ou realiza uma aula expositiva por
meio de sistemas de web conferência. Dessa forma, a presença física do professor e
do aluno no espaço da sala de aula geográfica é substituída por uma presença digital
9

numa sala de aula digital. No ensino remoto ou aula remota o foco está nas
informações e nas formas de transmissão dessas informações (MOREIRA e
SCHLEMMER in SOUZA, 2020, p. 113).

Todas as instituições de ensino foram obrigadas a readaptarem-se na aplicação do


ensino, a fim de evitar o contágio com o vírus da COVID 19. Para isso foi necessário que os
coordenadores e diretores se reinventassem e se organizassem com relação à estrutura e
metodologia de ensino, utilizando Plataformas digitais como o Google Meet® e outras, para
disponibilizar o acesso dos alunos às aulas com os professores.Segundo Kenski (2004),
Estudantes e professores tornam-se desincorporados nas escolas virtuais. Suas
presenças precisam ser recuperadas por meio de novas linguagens, que os
representem e os identifiquem para todos os demais. Linguagens que harmonizem as
propostas disciplinares, reincorporem virtualmente seus autores e criem um clima de
comunicação, sintonia e agregação entre os participantes de um mesmo curso.
(KENSKI, 2004,p. 67)

Para possibilitar um ensino mais adequado para os alunos, os professores


disponibilizam o WhatsApp para a retirada de dúvidas e para as atividades. Com isto, o ensino
foi alterado, o que provocou um desafio aos educadores, alunos e familiares, tendo sido
fundamental para todos se adaptarem a uma nova realidade, utilizando a criatividade para não
paralisar o ensino. De acordo com o Ministério da Educação, a Educação a distância pode ser
considerada como,
A modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados física ou
temporalmente e por isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação
específica e pode ser implantada na educação básica e na educação superior. (MEC,
2018)

Sendo assim, identificamos que o desenvolvimento da tecnologia somente


intensificou,uma vez que, era o único meio disponibilizado para o acesso à educação.

2 PAPEL DOS PAIS NO APOIO EDUCACIONAL DAS


CRIANÇAS EM TEMPOS DE PANDEMIA.
O momento pandêmico não atingiu apenas as escolas, alunos e professores, estendeu-
se às famílias das crianças em idade escolar. As famílias precisaram assumir o papel da
escola, no sentido de ajudar os filhos a fazer as atividades escolares oferecidas nas
plataformas digitais, ou ainda, buscar, semanalmente, na escola, as atividades para os filhos,
considerando que algumas escolas não utilizaram as plataformas digitais. Segundo Moran
(2020),
10

O online não é solução nem problema, é um ambiente que permite tanto a transmissão
como a experimentação, com algumas adaptações. Escolas e universidades que
estimulam o protagonizo do aluno, que trabalham com desafios se adaptaram
rapidamente ao online, incentivando o aluno-pesquisador, a personalização,
atividades em grupo. Mas professores que privilegiam a transmissão de conteúdo,
tornam o processo cansativo, insuportável e pouco produtivo para todos. (MORAN,
2020, P.1.)

Aulas on-line dificultam a participação dos alunos, pois nem todos possuem
equipamentos tecnológicos e internet. Além disso, segundo Moran (2020), aqueles
professores que não utilizavam ferramentas digitais e que são muito teóricos, tornam as aulas
monótonas e nada atrativas para os alunos.
Por outro lado, as famílias estão precisando ocupar o lugar do professor, em casa, no
auxílio aos filhos. Além de não dominarem os processos de alfabetização ou organização de
aulas e de como ensinar, a relação da família com as crianças é diferente do que a do professor
com os alunos. A família precisa ter compreensão e paciência para ensinar seus filhos, e
educadores tem auxiliar o educando para que ele aprenda com autonomia, e assim procurar se
sentir seguro para usarem as ferramentas que possibilitam seu aprendizado, porque os
educando e seus pais tiveram que criar rotinas e hábitos de estudo em suas casas.
O problema não está em aprendermos ou não em plataformas online. O que está
revelando este período é que a maior parte das escolas vem ensinando de uma forma
inadequada, muito conteudista, dependente do professor, com pouco envolvimento,
participação e criatividade dosestudantes. (MORAN, 2020, p.1).

No entanto, para Moran (2020), as atividades ofertadas neste período, tem sido
precárias e conteudistas, o que dificulta o interesse e compreensão pelos alunos. Com a
pandemia os professores passam o conteúdo, e família tem que ensinar seus filhos, pouco da
para que os professores explicaram e fazer um acompanhamento de qualidade, onde os alunos
possam ter uma explicação dos conteúdos repassado pelos os professores.

3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica sobre alfabetização, letramento e
uso da tecnologia. Os autores utilizados foram Magda Soares (2000), Moran (2020),
CORDEIRO; (2020), Ferreiro (2004). Para a coleta de dados foi realizada a entrevista semi-
estruturada, com as famílias dos alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental e professores
da Escola Municipal Professora Durvalina Dornelles Teixeira, do municípiode Bonito , MS.
Tendo em vista que, os professores não estão presencialmente atuando no ambiente
escolar, em razão da pandemia, a comunicação com a escola foi através da tecnologia, por
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meio de e-mail e WhatsApp. O procedimento de autorização da diretoria da escola foi


encaminhado por meio de e-mail, com a liberação da autorização foi repassado um
comunicado para coordenação para o repasse de informações para os pais e professores.
Para estruturar a pesquisa foi formulado um questionário com questões abertas, o qual
foi enviado pelo WhatsApp para quinze professores, contudo, apenas seis responderam, já
com relação aos pais enviamos para vinte e oito pais e apenas nove responderam.

4 RESULTADOS DA PESQUISA
Apresentamos a seguir, as respostas das entrevistas com professores e familiares dos
alunos. Dividimos em duas categorias para melhor entendimento dos leitores. A primeira
categoria refere-se às entrevistas com os familiares dos alunos que estudam no primeiro e
segundo ano da Escola Municipal Professora Durvalina Dornelles Teixeira, do município de
Bonito, MS e a segunda categoria refere-se às entrevistas com os professores. Cada categoria
apresenta as suas subcategorias que se refere às respostas obtidas pelas entrevistas.

4.1 CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DA PESQUISA:


Quadro 1 – Categorias e subcategorias das entrevistas com os pais e professores.
3.1.1 Entrevistas com os pais no ensino remoto.
3.1.1.1 Dificuldades enfrentadas para ensinar os filhos durante o ensino remoto.
3.1.1.2 Concentração das crianças nas atividades escolares.
3.1.1.3 Importâncias da socialização entre as crianças.
3.1.1.4 Acessos à internet e equipamentos tecnológicos.

3.1.2 Entrevistas com professores.


3.1.2.1. Principais obstáculos enfrentamdos durante a pandemia.
3.1.2.2 Participação das famílias nas atividades escolares dos filhos.
3.1.2.3 Participação dos alunos nas atividades escolares.

4.1.1 Entrevistas com os pais no ensino remoto.


4.1.1.1 DIFICULDADES ENFRENTADAS PARA ENSINAR OS FILHOS DURANTE O
ENSINO REMOTO.
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O quadro 1 presenta as dificultadas enfrentadas pelas famílias no acompanhamento


das atividades escolares dos seus filhos durante a pandemia.

Entr Dificuldades Acompanh Reclamação N


evistado s encontradas amento do filho relativa ao ensino . de
filhos
1 .Trabalhar fora Nenhuma .Falta à aula 1
.Fazer a presencial
atividade após o
trabalho
2 .Filho com .Acompanh .Falta de aula 1
TEA. ar eles online
.Experiência .A
em atividade
alfabetizar.
.Nova rotina
3 Nenhuma .Não saber .Criança dispensa 2
ensinar
.Não ter
experiência
4 .Aulas remotas Problemas . Falta de vídeo 3
.Manter Pessoais aula
concentração
5 .conseguir .Questão . Nenhuma 3
realiza horária
r atividade
.não tenho
paciência
13

6 .falta de tempo .Trabalhar . Pouco horário 1


.Trabalho dia fora
todo .
Alfabetizar
7 . Horário .Dificuldad . Participação 3
.Atividade e horária online
repetida .Fazer
atividade
8 .Dois filho um .Leitura . Muita Atividade 3
bebe escolar
.Acompanhar
atividade
9 Conteúdo .Não . Atividade 5
que nunca acompanho complexa
estudei .Ensinar
Não sei
ensinar
Quadro 1: Dificuldades enfrentadas para ensinar os filhos durante o ensino remoto.

Com as restrições das instituições escolares, em decorrência do coronavírus, os alunos e


familiares enfrentam constantes dificuldades, uma vez que, conforme as informações dispostas
pelos entrevistados acima, os maiores obstáculos são encontrados na questão da concentração
dos alunos, o tempo despendidos para o ensino e a ausência de capacitação dos pais.
Identifica-se que o entrevistado 02, ao deparar-se com uma situação de um filho com
TEA (explanar o que siginifica a sigla), em circunstâncias como essa o profissional da educação
já enfrenta graves dificuldades no ambiente escolar para trabalhar o desenvolvimento de um
aluno com TEA, neste sentido, ao pesar a capacitação de um pai com a preparação profissional
de um professor, tende-se que o aluno poderá ter deficiências na aprendizagem.
O obstáculo de maior é dificuldade na aplicação do ensino, conforme relatado pelos
entrevistados está relacionado ao tempo e atenção do aluno. Com base na pesquisa, identifica-se
que é nesse momento de pandemia que toda a sociedade pode enxergar a necessidade de um
ambiente escolar de qualidade para o desenvolvimento do ensino de todo e qualquer aluno.

4.1.1.2 CONCENTRAÇÃO DAS CRIANÇAS NAS ATIVIDADES


ESCOLARES.
O quadro 2 apresenta as respostas dos entrevistados relativas à concentração das crianças
durante o desenvolvimento das atividades escolares em casa.

Entr Desenvolvimento das Acompanha as As


evistado atividades sala de aula, ou em explicações atividade
casa dos s
professores elaboradas
pelo
professor são claras
14

1 .Sala de aula .Não .Sim


.Professora preparada .Pago um
professor
15

2 .Sala de aula .sim .Sim


.Difícil lidar .Atencioso e
dedicado
3 .Sala de aula .Alguma .Muito Boa
.Estudar para ensinar
4 .Escola .sim .Às vezes
.Lugar de Estudar
5 .Sala de aula .sim .Sim
.Professores capacitados
6 .Dentro da sala .sim .Sim
.Desenvolvimento .Atividade
final semana
7 .Sala de aula .sim .Sim
.Aulas Particulares
8 .Sala de aula .Não .Sim
.Capacitado a ensinar Fazer na
apostila
9 .Sala de aula .Não .Não
.Sem horário especifico Chego Tarde
do Trabalho
Quadro 2: Concentração das crianças nas atividades escolares.

Com base nas informações dispostas pelos entrevistados no quadro 2, notamos que a
concentração do aluno apresenta melhores resultados em um ambiente escolar do que no
ambiente residencial.
Tendo em vista que, é necessário considerar que de acordo com os dados da entrevista a
ausência de estrutura no ambiente familiar retarde em sua maioria o desenvolvimento do aluno,
diferente da instituição, uma vez que, no ambiente escolar há mais organização com relação ao
horário, rotina de estudo, capacitação profissional, estrutura para a aplicação do ensino.

4.1.1.3 IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO ENTRE AS CRIANÇAS.


O quadro 3 apresenta as considerações referentes a importância do convívio entre as
crianças, como benefícios para a aprendizagem.

Entrevista Convivência de seu filho com outra criança essencial


do
1 .Sim.
.Brincar, interagir, ser sociável
2 Sim
.Interagir para aprender, Devido TEA
3 .Sim
. Melhor aprendizado
4 .Sim
.Contato com outras crianças
5 .Não
Sozinho aprende melhor
6 . Sim
.Fundamental o Convívio para idade
7 .Sim
. Interagir Não torna egoísta
16

8 .Sim
.Relacionamento
9 .Sim
. Convivo com outras crianças
Quadro 3: Importância da socialização entre as crianças.

No quadro 3, entramos em um assunto complicado, uma vez que, toda a sociedade foi
restringida do seu convívio social, o que de fato afetou de maneira considerável a todos. Pela
entrevista, notamos que os pais consideram que o convívio com outras crianças ajuda o aluno a
adquirir conhecimento de outras culturas e colocar suas habilidades em prática, pela maioria das
respostas dos pais verificamos que o posicionamento é de que o convívio em sociedade é
fundamental.

4.1.1.4 ACESSOS À INTERNET E EQUIPAMENTOS TECNOLÓGICOS.


O quadro 4 demonstra a realidade das famílias em relação aos equipamentos
tecnológicos.

Entrevi Tipo internet tem Material tecnológico


stado compartilhado
1 .Não tenho internet .Sim, do pai
2 .Wiffi .Compartilhado
3 .Não tenho .Compartilhado
4 .Não tenho internet Compartilhado
5 .Sim no celular Compartilhado
6 .Wiffi Compartilhado
7 .Não tenho internet .Não tem celular com internet
8 .Wiffi .Tem Tablet
9 .Não internet .Não tem celular
Respondi no trabalho

Quadro 4: Acessos à internet e equipamentos tecnológicos.

Pela entrevista, identifica-se que no ambiente residencial não há uma estrutura


tecnológica adequada para a aplicação do ensino remoto, verifica-se que na residência da
maioria dos entrevistados não há internet, o aparelho de estudo é compartilhado, muito pais
tiveram dificuldade de ajudar seus filhos assistir às aulas online.

4.1.2 ENTREVISTAS COM PROFESSORES


4.1.2.1. PRINCIPAIS OBSTÁCULOS ENFRENTADOS DURANTE A PANDEMIA
17

O quadro 5 apresenta os principais obstáculos enfrentados pelos professores para


ministrar aulas durante a pandemia.

Entrevistad Desafios Ensino antes e na Dificuldade


os durante pandemia em relação a
Pandemia tecnologia
Entrevistad Alfabeti Antes da Eu tive me
o1 zar aluno forma pandemia a escola já inventar. Contato
plena tinha dificuldade, presencial
agora é desafio
Entrevistad Escola Destruição, a Pouco retorno
o2 fechad população é mais sofre. das aulas, adaptação
a pouco retorno família
Entrevistad Falta Agora é difícil Comunicação rápida,
o3 convívi definir, não sabemos Sanar as dificuldades
o com pessoas amanhã.
Entrevistad Ausênci Ausência de Metodologia
o4 a na conhecimento de online, Não ter
formação tecnologia, habilidade
estratégia de
ensino
Entrevistad Aulas a Em processo Os vídeos
o5 distancia ,pos-pandemia esperança. aulas
Entrevistad Medo Antes A faltade
o6 insegurança acompanhamento internet, Grande
diário,agora só sabemos
pelos pais dificulta
Quadro 5: Principais obstáculos enfrentados durante a pandemia.

No quadro 5 identificamos que os educadores citaram que as aulas à distância impede o


contato presencial, dificultando a aprendizagem na alfabetização, há a dificuldade com a
tecnologia, estratégias metodológicas e principalmente o acompanhamento diário.
A preocupação dos professores entrevistados está relacionada ao retorno do aluno e ao
desenvolvimento educacional, em conseqüência da ausência de acompanhamento presencial,
uma vez que, existem obstáculos como a falta de internet, a ausência de habilidade e adaptação
escolar.
As atividades de alfabetização e letramento devem desenvolver-se de forma integrada.
Caso sejam desenvolvidas de forma dissociada, a criança certamente terá uma visão
parcial e, portanto, distorcida do mundo da escrita. A base será sempre o letramento, já
que leitura e escrita são, fundamentalmente, meias de comunicação e interação,
enquanto a alfabetização deve ser vista pela criança como instrumento, para que possa
envolver-se nas práticas e usos da língua escrita. Assim, a história lida pode gerar várias
atividades de escrita, como pode provocar uma curiosidade que leve à busca de
informações em outras fontes; frases ou palavras da história podem vir a ser objeto de
atividades de alfabetização; poemas podem levar à consciência de rimas e aliterações. O
essencial é que as crianças estejam imersas em um contexto letrado - o que é outra
designação, que também se costuma chamar de ambiente alfabetizador - e que nesse
contexto sejam aproveitadas, de maneira planejada e sistemática, todas as
oportunidades para dar continuidade aos processos de alfabetização e letramento que
elas já vinham vivenciando antes de chegar à instituiçãode educação infantil. (SOARES,
2009, online).
18

O individuo não aprende só na instituição de escolar, ele desenvolve essa metodologia,


de alfabetização sistemática na escola, é neste ambiente a criança desenvolve o mundo da
escrita, não só escrita mais sim alfabetização e letramento por completo, o processo de
letramento e escrita caminham junto para que a suas habilidade sociais se desenvolva na língua
escrita, a alfabetização esta ligada a aprendizagem da escrita e continuamente a leitura, que
muito importante para a comunicação de cada individuo, (Soares, 2002), A dificuldade é
iminente por se tratar de classes de alfabetização, pois alguns alunos iniciam os estudos sem
base anterior nenhuma e no ensino remoto, o contato presencial, que é tão importante nesta fase
de escolarização, pois o mesmo não aconteceu.

4.1.2.2 PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS NAS ATIVIDADES ESCOLARES DOS


FILHOS.
O quadro 6 apresenta o envolvimento das famílias nas atividades escolares dos filhos,
realizadas em casa, durante a pandemia.

Pais auxiliandona Pais Vídeo aula Entrevistado


aprendizagem s
assumira igual sala de aula
m responsabilidade
das
atividades
avaliativa
Têm uns Sempre Desenvolvi Entrevistado
presentes, uns ausentes. tem uns que mento não é 1
fazem pelas mesmo
crianças
Todos os pais Em partes Não Entrevistado
fazem necessário 2
Sendo Depende Não, nem Entrevistado
3
participativo, sem forma aula é todos tem
conhecimento administrados, pais tecnologia
acompanha
filhos.
Inseguro Acredito Em parte Entrevistado
cada um faz sua 4
parte.
Estão vendo Sim Não Entrevistado
dificuldade dos filhos 5
Maioria Assumiram Jamais Entrevistado
desestimulada responsabili 6
dade.
Quadro 6: Participação das famílias nas atividades escolares dos filhos

Nas respostas do quadro 6,os educadores apontam que alguns pais são presentes e outros
ausentes na aprendizagem de seus filhos.
Relatam que as famílias estão realizando as atividades avaliativas no lugar das crianças e
que o ensino remoto não é igual ao ensino presencial. As famílias possuem dificuldades no
acompanhamento das aulas, as crianças estão aprendendo pouco e as lacunas são visíveis.
19

4.1.2.3 PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS NAS ATIVIDADES ESCOLARES.


No quadro 7 apresentamos a percepção dos professores quanto à realização das atividades
propostas de forma on-line ou impressa, pelos alunos.

Entrevista Material Os alunos Os alunos


do didático dos enfrentam têm ensino de
alunos alguma dificuldade qualidade.
Entrevista Na medida do Talvez Não
do 1 possível enfrent
e dificuldade,mas
no
futuro
alcança
conhecimento.
Entrevista Material Sim Temos Não
do 2 didátic repensar atingira
m
o impresso, internet processo
100%,não
ruim alfabetização
é
mesmo
realidade presencial
Entrevista Sim, Depende do Difícil
do 3 Material, professor
precisa
celular
especifico
,, internet ruim
Entrevista Sim Não, na Sem
do 4 volta aula professor, só junto
presenciais se se verifica a
recupera, dificuldade
Entrevista Sim, material Pode ser sim, Sim de acordo com
do 5 adaptado mas a família esta suas possibilidades
junto
Entrevista Não. Em partes, Não, Muitos
do 6 Ele precisa pais têm
bom dificuldade
acompanhamento.
Quadro 7: Participação dos alunos nas atividades escolares.

Conforme as respostas obtidas e apresentadas no quadro 7, os educadores afirmam que


alguns alunos apresentam dificuldades e ficarão com lacunas na alfabetização, mas que será
possível recuperá-las na volta às aulas. Com as volta da aula de forma presencial os professores
irão. Outros acreditam que os alunos estão conseguindo aprender. No entanto, alegam que a
qualidade do ensino, durante a pandemia, não é das melhores.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no estudo realizado a partir do questionário e referencial teórico, relativo às
experiências vividas pelos pais e educadores das escolas públicas da Cidade de Bonito (MS),
durante o período da pandemia, a qual perdura até a presente data, identificamos que os
educadores tiveram suas rotinas escolares alteradas a casa das famílias se tornou a sala de aula,
20

por isso, os educadores tiveram que se reinventar e buscar a participação das famílias na rotina
diária dos alunos.
Nesse sentido, identificamos que, atualmente a sociedade desenvolveu uma consideração
maior pela importância do educador para a aplicação do ensino, uma vez que, os pais
diariamente durante a pandemia procuram estar auxiliando seus filhos nas atividades, e assim
tentando fazer o papel do professor na aprendizagem. Em conseqüência ao tema
desenvolvimento, identificamos a necessidade de o educador estar preparado para ensinar, seja
de maneira presencial ou a distância, por meio da tecnologia.
Com isso, neste estudo indicamos a dificuldade enfrentada pelos professores e familiares
com relação à tecnologia, uma vez que, as famílias em sua maioria não detêm estrutura básica
para aplicação do ensino, como por exemplo, um local adequado, tecnologia e materiais, foram
necessários também destacar a ausência de capacitação.
Por fim, a dificuldade enfrentada tanto pelos professores como pela família com relação
adaptação no início da pandemia, uma vez que, os pais tiveram que praticamente assumir o
papel da escola em ensinar os filhos, deparando-se com as dificuldades diárias do professor,
aquelas como ausência de concentração, dificuldades de aprendizagem e metodologia de ensino.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DOCUMENTAIS

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Autêntica, 1998, 12.

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