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INTRODUÇÃO
Este estudo foi realizado em um período pandêmico no qual a população mundial,
convive diariamente com a grande contaminação do novo coronavírus ( SARS-COV-2). O
vírus SARS-COV-2, conhecido popularmente como COVID-19 é uma doença infecciosa
causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), e seus principais sintomas são: febre, cansaço,
tosse seca, e alguns indivíduos ainda podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça,
conjuntivite, dor de garganta, diarréia, perda de paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou
descoloração dos dedos das mãos ou dos pés.Segundo a OMS,os indivíduos que apresentaram
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Acadêmica Tânia dos Santos do Curso de Pedagogia na modalidade à distância, da faculdade de Educação, da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. E-mail :bt_barbosa@outlook.com
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Marta Costa Beck 2 Doutoradoem meio ambiente e desenvolvimento regional: ProfessoraAdjunta da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sulorientadora. E-mail: marta.beck@ufms.br
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Com a chegada do vírus da Covid-19 a educação teve que se adaptar a uma nova
realidade, onde a tecnologia foi uma grande aliada e essencial para o desenvolvimento da
educação mundialmente.
As salas de aulas não possuem espaço suficiente para evitar a aglomeração e manter o
afastamento social, recomendada pela OMS – Organização Mundial da Saúde. Neste
momento as aulas migraram da forma presencial para on-line ou atividades remotas do dia
para a noite. Os professores precisaram criar novas práticas pedagógicas, utilizando recursos
diferenciados para possibilitar o acesso de seus alunos à educação.
Os pais precisaram acompanhar as atividades escolares dos seus filhos e alfabetizá-los
o que para muitos é uma tarefa muito difícil. Para que a educação não sofresse muitas perdas
em todos os níveis, foi elaborado o Ensino Remoto Emergencial (ERE). São processo didático
e pedagógico para evitar que impacto que levasse a perda do aprendizado, por causa do
isolamento.
O Ensino Remoto Emergencial foi a forma de oferta da educação utilizada durante
do período de pandemia da COVID19 e caracteriza- se como uma mudança
temporária da entrega de instruções para um modo de entrega alternativo devido a
circunstâncias de crise. Envolve o uso de soluções de ensino totalmente remotas para
instrução ou educação que, de outra forma, seriam ministradas presencialmente ou
como cursos combinados ou híbridos e que retornarão a esse formato assim que a
crise ou emergência tiver diminuído. É fundamental que fique muito claro a todos
que o objetivo principal nessas circunstâncias não é recriar um ecossistema
educacional robusto, mas fornecer acesso temporário a estratégias de ensino-
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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO.
A alfabetização de um indivíduo acontece gradualmente, cada dia ele aprende mais, e
a escola orienta seu desenvolvimento e seu aprendizado. O ambiente escolar é o local onde o
individuo consegue absorver o conhecimento repassado pelos educadores, para esse
desenvolvimento acontecer, na maioria das vezes depende do ambiente que o aluno vivencia e
dos estimulos que recebe a fim de desenvolver suas habilidades. Se é visto que cada indivíduo
se torna ativo e seu desenvolvimento sempre está acontecendo.
Quando um indivíduo é alfabetizado ele tem dificuldade compreender melhor o mundo
em que vive, quando cada indivíduo despertar seu conhecimento ele consegue ser mais
participativo na sociedade de forma crítica em seu pensamento sobre o mundo que vive, tendo
consciência que a alfabetização compreende o uso da língua de forma de comunicação
significativa. Magda Soares fala mais demasiadamente sobre a realidade da alfabetização.
Basta afirmar que o processo de alfabetização escolar sofre, talvez mais que
qualquer outra aprendizagem escolar, a marca da discriminação em favor das classes
socioeconomicamente privilegiadas. A escola valoriza a língua escrita e censura a
língua oral espontânea que afaste muito dela; ora, como foi dito anteriormente, a
criança das classes privilegiadas, por suas condições de existência, adapta-se mais
facilmente ás expectativas da escola, tanto com relação ás funções e usos da língua
escrita quanto em relação ao padrão culto de língua oral (SOARES, 2011, p. 22).
Quando o indivíduo começa no processo de aprender à escrita ele tem uma certa
dificuldade de adaptação, visto que ele confundirá a ligação das palavras na maioria das
vezes, no início e conforme vai aprendendo, esse processo facilita a aprendizagem e
assimilação na pronúncia, e irá facilitar sua comunicação, sendo que essa etapa da
alfabetização é a seqüência fundamental para o desenvolvimento do estudante e não só no
meio escolar. Essa etapa da alfabetização vai proporcionar seu desenvolvimento
futuramente e onde ele vai conseguir dar continuidade em sua vida escolar.
Conseqüentemente o letramento e alfabetização ocorrem de forma em que cada indivíduo
tem o acesso ao mecanismo de leitura e escrita e aplica estes conhecimentos.
A BNCC (2017), alicerçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96
(LDB), estabelece:
[...]dois conceitos decisivos para todo o desenvolvimento da questão curricular no
Brasil. O primeiro, já antecipado pela Constituição, estabelece a relação entre o que
é básico-comum e o que é diverso em matéria curricular: as competências e
diretrizes são comuns, os currículos são diversos. O segundo se refere ao foco do
currículo (BRASIL, 2017, p.9).
Soares cita em seus estudos que as pessoas inicia seu processo de letramento antes de
freqüentar um ambiente escola, e neste ambiente com orientação escolar eles aprender
desenvolver seu aprendizado.
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Segundo (CORDEIRO; p.06, 2020). Em seu artigo recente ele fala que os professores
se adaptaram suas vidas para melhor ensinar seus alunos, mesmo com dificuldade eles
conseguiram se adaptar os recurso para aprendizado dos alunos, procuram fazer cursos para se
aperfeiçoar. O autor fala do desafio na aprendizagem (VEEN, W.; VRAKKING, B. 2009),
[...] ensinar se tornou algo mais desafiador, os alunos mudaram consideravelmente
em sua aprendizagem e seu comportamento social ao longo das últimas décadas.
Houve uma espécie de ruptura nas escolas, um rompimento com a tradição que pode
representar uma sériaameaça ao sistema educacional em si e um desafio, pelo fato de o
ensinose tornar algo mais empolgante (VEEN, W.; VRAKKING, B. 2009).
numa sala de aula digital. No ensino remoto ou aula remota o foco está nas
informações e nas formas de transmissão dessas informações (MOREIRA e
SCHLEMMER in SOUZA, 2020, p. 113).
O online não é solução nem problema, é um ambiente que permite tanto a transmissão
como a experimentação, com algumas adaptações. Escolas e universidades que
estimulam o protagonizo do aluno, que trabalham com desafios se adaptaram
rapidamente ao online, incentivando o aluno-pesquisador, a personalização,
atividades em grupo. Mas professores que privilegiam a transmissão de conteúdo,
tornam o processo cansativo, insuportável e pouco produtivo para todos. (MORAN,
2020, P.1.)
Aulas on-line dificultam a participação dos alunos, pois nem todos possuem
equipamentos tecnológicos e internet. Além disso, segundo Moran (2020), aqueles
professores que não utilizavam ferramentas digitais e que são muito teóricos, tornam as aulas
monótonas e nada atrativas para os alunos.
Por outro lado, as famílias estão precisando ocupar o lugar do professor, em casa, no
auxílio aos filhos. Além de não dominarem os processos de alfabetização ou organização de
aulas e de como ensinar, a relação da família com as crianças é diferente do que a do professor
com os alunos. A família precisa ter compreensão e paciência para ensinar seus filhos, e
educadores tem auxiliar o educando para que ele aprenda com autonomia, e assim procurar se
sentir seguro para usarem as ferramentas que possibilitam seu aprendizado, porque os
educando e seus pais tiveram que criar rotinas e hábitos de estudo em suas casas.
O problema não está em aprendermos ou não em plataformas online. O que está
revelando este período é que a maior parte das escolas vem ensinando de uma forma
inadequada, muito conteudista, dependente do professor, com pouco envolvimento,
participação e criatividade dosestudantes. (MORAN, 2020, p.1).
No entanto, para Moran (2020), as atividades ofertadas neste período, tem sido
precárias e conteudistas, o que dificulta o interesse e compreensão pelos alunos. Com a
pandemia os professores passam o conteúdo, e família tem que ensinar seus filhos, pouco da
para que os professores explicaram e fazer um acompanhamento de qualidade, onde os alunos
possam ter uma explicação dos conteúdos repassado pelos os professores.
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica sobre alfabetização, letramento e
uso da tecnologia. Os autores utilizados foram Magda Soares (2000), Moran (2020),
CORDEIRO; (2020), Ferreiro (2004). Para a coleta de dados foi realizada a entrevista semi-
estruturada, com as famílias dos alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental e professores
da Escola Municipal Professora Durvalina Dornelles Teixeira, do municípiode Bonito , MS.
Tendo em vista que, os professores não estão presencialmente atuando no ambiente
escolar, em razão da pandemia, a comunicação com a escola foi através da tecnologia, por
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4 RESULTADOS DA PESQUISA
Apresentamos a seguir, as respostas das entrevistas com professores e familiares dos
alunos. Dividimos em duas categorias para melhor entendimento dos leitores. A primeira
categoria refere-se às entrevistas com os familiares dos alunos que estudam no primeiro e
segundo ano da Escola Municipal Professora Durvalina Dornelles Teixeira, do município de
Bonito, MS e a segunda categoria refere-se às entrevistas com os professores. Cada categoria
apresenta as suas subcategorias que se refere às respostas obtidas pelas entrevistas.
Com base nas informações dispostas pelos entrevistados no quadro 2, notamos que a
concentração do aluno apresenta melhores resultados em um ambiente escolar do que no
ambiente residencial.
Tendo em vista que, é necessário considerar que de acordo com os dados da entrevista a
ausência de estrutura no ambiente familiar retarde em sua maioria o desenvolvimento do aluno,
diferente da instituição, uma vez que, no ambiente escolar há mais organização com relação ao
horário, rotina de estudo, capacitação profissional, estrutura para a aplicação do ensino.
8 .Sim
.Relacionamento
9 .Sim
. Convivo com outras crianças
Quadro 3: Importância da socialização entre as crianças.
No quadro 3, entramos em um assunto complicado, uma vez que, toda a sociedade foi
restringida do seu convívio social, o que de fato afetou de maneira considerável a todos. Pela
entrevista, notamos que os pais consideram que o convívio com outras crianças ajuda o aluno a
adquirir conhecimento de outras culturas e colocar suas habilidades em prática, pela maioria das
respostas dos pais verificamos que o posicionamento é de que o convívio em sociedade é
fundamental.
Nas respostas do quadro 6,os educadores apontam que alguns pais são presentes e outros
ausentes na aprendizagem de seus filhos.
Relatam que as famílias estão realizando as atividades avaliativas no lugar das crianças e
que o ensino remoto não é igual ao ensino presencial. As famílias possuem dificuldades no
acompanhamento das aulas, as crianças estão aprendendo pouco e as lacunas são visíveis.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no estudo realizado a partir do questionário e referencial teórico, relativo às
experiências vividas pelos pais e educadores das escolas públicas da Cidade de Bonito (MS),
durante o período da pandemia, a qual perdura até a presente data, identificamos que os
educadores tiveram suas rotinas escolares alteradas a casa das famílias se tornou a sala de aula,
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por isso, os educadores tiveram que se reinventar e buscar a participação das famílias na rotina
diária dos alunos.
Nesse sentido, identificamos que, atualmente a sociedade desenvolveu uma consideração
maior pela importância do educador para a aplicação do ensino, uma vez que, os pais
diariamente durante a pandemia procuram estar auxiliando seus filhos nas atividades, e assim
tentando fazer o papel do professor na aprendizagem. Em conseqüência ao tema
desenvolvimento, identificamos a necessidade de o educador estar preparado para ensinar, seja
de maneira presencial ou a distância, por meio da tecnologia.
Com isso, neste estudo indicamos a dificuldade enfrentada pelos professores e familiares
com relação à tecnologia, uma vez que, as famílias em sua maioria não detêm estrutura básica
para aplicação do ensino, como por exemplo, um local adequado, tecnologia e materiais, foram
necessários também destacar a ausência de capacitação.
Por fim, a dificuldade enfrentada tanto pelos professores como pela família com relação
adaptação no início da pandemia, uma vez que, os pais tiveram que praticamente assumir o
papel da escola em ensinar os filhos, deparando-se com as dificuldades diárias do professor,
aquelas como ausência de concentração, dificuldades de aprendizagem e metodologia de ensino.
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em processo/ Emilia Ferreiro: (tradução Sara Cunha Lima,
Marisa do Nascimento paro). – 15. Ed. – São Paulo: Cortez, 2004.
HODGES, Charles et al. The difference between emergency remote teaching and online
learning.EDUCAUSE. Review.27 mar. 2020.Disponível em:
https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergencyremote-teaching-and-
online-learning.Acesso em:15 de out 2020.
MEC.2020. Portaria 343. 17.03.2020. Brasília. Disponível em: Acesso em: 10 mai 2020
SOARES, Magda. Letramento um tema em três gêneros. Editora Autêntica, 2005. p.39.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
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