Você está na página 1de 25

FACULDADE DE ELESBÃO VELOSO - FAEVE

CENTRO DE COORDENAÇÃO DO CURSO DE PÓS


GRADUAÇÃO PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA GESTÃO EDUCACIONAL COM DOCÊNCIA DO
ENSINO SUPERIOR, LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

LENITA ALVES DE SOUSA RODRIGUES

OS DESAFIOS EDUCACIONAIS EXISTENTES NAS ESCOLAS NO


PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS SURDOS EM
TEMPO DE PANDEMIA

ELESBÃO VELOSO - PIAUÍ

2021
2

LENITA ALVES DE SOUSA RODRIGUES

OS DESAFIOS EDUCACIONAIS EXISTENTES NAS ESCOLAS NO PROCESSO


DE ENSINO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS SURDOS EM TEMPO DE
PANDEMIA

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós -


graduação da Faculdade Elesbão Veloso
– FAEVE, como requisito parcial à
obtenção do grau de Especialista em
Educação Especial e Inclusiva; Gestão
Educacional com docência do Ensino
Superior; Língua Brasileira de Sinais.

Profº. Dr. Estélio Silva Barbosa

ELESBÃO VELOSO- PIAUÍ


2021
3

OS DESAFIOS EDUCACIONAIS EXISTENTES NAS ESCOLAS NO


PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DOS ALUNOS SURDOS EM
TEMPO DE PANDEMIA

Lenita Alves de Sousa Rodrigues1


1
Estélio Silva Barbosa 2

Resumo
Os desafios educacionais existentes nas escolas no processo de ensino
aprendizagem de alunos surdos em tempo de pandemia tem sido um tema de
discussão no meio acadêmico. Visto que o cenário educacional brasileiro ainda é
falho em relação a garantia, e acessibilidade e ao cumprimento da lei de inclusão
do surdo na comunidade escolar. De caráter bibliográfico este estudo busca
investigar os desafios educacionais existentes nas escolas no processo de ensino
e aprendizagem de alunos surdos em tempo de pandemia, mostrar o cenário
educacional durante a pandemia, a importância do intérprete de libras nas aulas
remotas, ressaltar o uso das tecnologias nas escolas e no ensino de libras, refletir
sobre a parceria entre família e escola, bem como a formação continuada
dos profissionais da educação, falar a respeito de metodologias e adaptação
curricular. Para a construção do artigo fez-se necessário valer as recomendações
de autores como: Abreu 2020, Fernandes 2006, Lacerda 2006, Zanata 2004 e entre
outros, quetratam da educação em tempo de pandemia e ensino de Libras. Espera-
se que este trabalho de pesquisa venha contribuir de maneira significativa na
compreensão dos desafios educacionais, e levar o leitor a refletir sobre práticas
pedagógicas capaz de diminuir os entraves relacionados ao sujeito surdo, e a
urgente necessidade de se investir em formação continuada, para que as escolas
ofertem um ensino de qualidade.

Palavras-chave: Libras; Surdo; Ensino; Tecnologia; Desafios; Pandemia.

THE EDUCATIONAL CHALLENGES EXISTING IN SCHOOLS IN THE


TEACHING AND LEARNING PROCESS OF DEAF STUDENTS IN TIME OF A
PANDEMIC2
Abstract
The educational challenges that exist in schools in the teaching-learning process of
deaf students during a pandemic has been a topic of discussion in the academic
world. Since the Brazilian educational scenario is still lacking in terms of guarantee,
accessibility and compliance with the law of inclusion of the deaf in the school

1Aluna do Curso de Pós- Graduação em Educação Especial e Inclusiva Gestão Educacional Com Docência Do
Ensino Superior, Língua Brasileira De Sinais da FAEVE;
2 Professor Doutor da FAEVE.
4

community. Bibliographically, this study seeks to investigate the educational


challenges that exist in schools in the process of teaching and learning deaf students
during a pandemic, show the educational scenario during the pandemic, the
importance of the interpreter of pounds in remote classes, highlight the use of
technologies in schools and in Libra teaching, reflect on the partnership between
family and school, as well as the continuing education of education professionals,
talk about methodologies and curriculum adaptation. For the construction of
thearticle, it was necessary to apply the recommendations of authors such as: Abreu
2020, Fernandes 2006, Lacerda 2006, Zanata 2004 and among others, which deal
with education in a time of pandemic and teaching of Libras. It is expected that this
research work will significantly contribute to the understanding of educational
challenges, and lead the reader to reflect on pedagogical practices capable of
reducing barriers related to the deaf subject, and the urgent need to invest in
continuing education, to that schools offer quality education.

Keywords: Pounds; Deaf; Teaching; Technology; Challenges; Pandemic.

1INTRODUÇÃO
5

O ano de 2020 ficará registrado nos livros de história como um ano


desafiador, onde o mundo inteiro parou por conta de um vírus letal, que ceifou
muitas vidas, além disso fez com que os indivíduos mantivessem com o
distanciamento social, impedindo o contato entre as pessoas. Neste contexto, sabe-
se que as pessoas tiveram que se adaptarem a uma nova forma de viver, e mediante
a esse acontecimento, as escolas por conta de medidas de biosseguranças teve que
fechar as suas portas, mudando totalmente a maneira de ofertar o ensino.
Essa nova realidade fez com que os problemas aumentassem em relação à
educação na perspectiva inclusiva. Sobre esse olhar voltados às necessidades
educativas dos alunos com deficiência auditiva, a pergunta norteadora deste
trabalho é: Quais os desafios educacionais existentes nas escolas no processo de
ensino e aprendizagem de alunos surdos em tempo de pandemia?
Sabe-se que durante a pandemia as escolas se depararam com muitos
entraves, alguns deles foram: a ausência de professores ou intérpretes em libras para
atender os alunos surdos durante as aulas remotas, isso se dá pela falta de formação
continuada de especialistas na área de libras, e por último o desconhecimento das
ferramentas tecnológicas.
Desta forma este artigo científico, tem como objetivo geral: investigar os
desafios educacionais existente nas escolas no processo de ensino e aprendizagem
de alunos surdos em tempo de pandemia. E os objetivos específicos são: mostrar o
cenário educacional durante a pandemia, a importância do intérprete de libras nas
aulas remotas, ressaltar o uso das tecnologias nas escolas e no ensino de libras,
refletir sobre a parceria entre família e escola, bem como a formação continuada dos
profissionais da educação, e discursar sobre metodologias e adaptação curricular.
Para fundamentação teórica deste trabalho, escolheu-se utilizar a
pesquisa bibliográfica, fez-se uso de obras de autores das áreas de Educação
Inclusiva, LIBRAS, e surdez na educação, bem como artigos científicos, revistas,
periódicos on-line, que tratam desta temática, a fim de esclarecer os desafios da
educação voltada para o sujeito surdo.
6

2 METODOLOGIA

Para realização deste artigo, utilizou-se de pesquisa bibliográfica de


abordagem qualitativa, buscando fontes principais para a delimitação do tema de
autores dedicados a esta temática. Chueke e Lima (2012) citam que a abordagem
qualitativa é aquela que apresenta a realidade de forma subjetiva e com diversas
facetas, podendo o objeto de pesquisa ser construído de várias formas por cada
pessoa.
A pesquisa bibliográfica é realizada "a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros,
artigos científicos, páginas de web sites". (FONSECA, 2002, p.32)
As contribuições metodológicas obtidas foram de suma importância para
esclarecer os desafios que as escolas têm enfrentado para ofertar o ensino em tempo
de pandemia. Baseou-se em análise de literatura que trouxe informações relevantes
para entender o cenário educacional, bem como as mudanças das práticas
pedagógicas durante a pandemia.
Seguindo de conformidade as técnicas de pesquisas por meio de teoria, a
leitura foi feita de forma organizada selecionando as fontes pertinentes que se
adequaram para obtenção de resposta a questão norteadora. Acrescentando-lhe
novos significados para compreensão de um novo fazer pedagógico.

3 O CENÁRIO EDUCACIONAL DURANTE A PANDEMIA

Sabe-se que 2020 foi um ano extremamente cheio de desafios e turbulência,


pois o mundo todo foi pego de surpresa por um vírus letal. O COVID-19, ceifou
váriasvidas, trazendo, para ciência o desespero e angústia, a luta para combatê-lo foi
gigantesca, e em meio ao caos obrigou-se que as pessoas se distanciassem uma das
outras, a viverem isoladas, as instituições, e empresas públicas e privadas fecharam
as portas, tudo teve que parar de funcionar, exceto serviços essenciais, como saúde,
farmácia, posto de gasolinas, entre outros.
7

Dentro desse contexto a escola também teve que se manter de portasfechadas,


diretores, supervisores, professores, pararam de ensinar, pois tinham que cumprir
com o decreto de isolamento social, fazendo com que os discentes ficassem longe da
sala de aula e dos colegas, pois não era possível estarem juntos como outrora, pois era
preciso esperar a situação ser controlada. Nesse sentio Amaral (2020) traz seu
argumento em relação a pandemia e os impactos educacionais:

A pandemia deixou sequelas para o setor educacional, afetando alunos e


professores, impossibilitando-os de estarem juntos na escola, estes tiveram que
se adequar a uma nova realidade, reaprendendo novas formas deensinar
e de conviver em sociedade. O ano de 2020 será marcado noslivros de
história com múltiplas cicatrizes. Mais de 1,5 bilhão de alunosforam afetados
diretamente com o fechamento das escolas e mais de 60 milhões de professores
estão sem respostas às múltiplas indagações que surgem diariamente com os
novos desafios. Desde que a pandemia da Covid-19 se instalou no mundo,
inúmeros países adotaram o fechamento total das escolas e iniciaram medidas
emergenciais para tentar conter a proliferação de um vírus desconhecido. Em
meio a uma crise sem precedentes, com proporções globais, educadores,
educandos e suas famílias passaram a lidar cotidianamente com as múltiplas
implicações da palavra imprevisibilidade e, em prol da manutenção da vida,
estamos (re)aprendendo formas de ensinar, conviver em sociedade (AMARAL,
2020, p.13).

Com base na citação acima, compreende-se que a Covid-19 deixou sequelas


no âmbito educacional, afetando o ensino e aprendizagem de muitos alunos, além disso
trouxe uma nova forma de convivência, onde discentes e docentes se viram obrigados,
a se adequar a um novo cenário, trazendo outras maneiras de ensinar, e de aprender,
portanto as rotinas das escolas foram mudadas, os professores estavam envolto de
incertezas em relação ao seu fazer pedagógico.
As pessoas não esperavam a chegada do Coronavírus, e as escolas tão pouco
estavam preparadas para enfrentarem situações desafiadoras impostas por este vírus,
e para que o ensino e aprendizagem dos estudantes não fosse interrompido, fez-se
necessário que as escolas ofertassem o ensino de forma remota, utilizando novas
estratégias e metodologias, baseadas na realidade a qual estavam vivenciando.
Em relação as mudanças causadas pelo novo coronavírus, Silva et al (2020),
cita que:

[...] do novo coravírus-COVID-19 foi uma surpresa para o mundo, no qual


apresentou situações bem desafiadora para a vida pessoal e profissional da
humanidade. Um dos desafios ocorrido em março do corrente ao até o momento
da execução deste artigo foi suspenção das aulas presenciais e a proposta para
as aulas remotas. Conforme previsto na portaria nº 343,publicada, no dia 18
de março de 2020, no Diário Oficial da União (DOU), a qual “dispõe sobre a
8

substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar
a situação de pandemia do Novo Coronavirus- COVID-19”, autorizado, e seu
artigo 1º aulas que utilizem as Tecnologias de Comunicação e de Informação
(TIC) (SILVA et al., 2020, p.2)

Desta forma, para que os estudantes não fossem prejudicados no que diz
respeito ao ensino e aprendizagem, foi preciso que todas as escolas aderissem ao
ensino remoto, onde as aulas seriam transmitidas através dos meios digitais. E para
corresponder as necessidades educativas dos alunos, os docentes foram buscar
entender as ferramentas tecnológicas, bem como se apoiarem em aplicativos de
gravação, e transmissão como Youtube, Google Meet, Zoom, entre outros.
Foi bastante desafiador para todos os professores, principalmente para aqueles
que não tinha nenhuma familiaridade com a tecnologia, ou seja algunsainda
estavam alheios a era digital, e foi preciso em pouco tempo aprender como manusear
as ferramentas, a fim de pudessem ensinar seus alunos de uma maneira mais clara e
objetiva. Para Abreu (2020, p.156):

A flexibilização do percurso de ensino começou a ocorrer on-line, de forma


assíncrona e toda a comunidade escolar (profissionais de educação, alunos e
famílias) está tendo que adequar suas práticas educativas, de alguma forma e
com certa rapidez. (ABREU, 2020, p.156)

Desta maneira entende-se que diante do cenário pandêmico, o ensino foi se


tornando flexível para que os estudantes pudessem acompanhar as atividades
escolares, sendo assim, a escola teve que se ajustar às necessidades educativas dos
alunos, possibilitando aos professores um novo jeito de ensinar, bem como
disponibilizar aos educandos conteúdos que poderiam ser acessados em diferentes
horários.
Evidencia portanto que a pandemia, fez com que os sujeitos envolvidos
procurassem maneiras para participar do processo educacional, educadores fizeram de
suas casas uma sala de aula, e as famílias exerceram o papel de professor, pois estes
precisavam acompanhar os filhos durantes as aulas e ajudá-los a responderas tarefas
juntamente com seus filhos.
9

3.1REFLEXÃO SOBRE A TECNOLOGIA NAS ESCOLAS

No ano de 2021, a pandemia começou a ser controlada através das medidas


tomadas pelo ministério da saúde e da população consciente, e devido a diminuição
de mortes, foi tomando as medidas para o retorno das aulas presenciais ou híbridas,
o mundo aos pouco está voltando a sua normalidade, mas com a certeza de que ficou
uma lição grandiosa para os educadores, de que é preciso se investir na educação
digital.
Mediante a estes acontecimentos, faz-se necessário que as escolas sejam
inseridas no mundo tecnológico, buscar inovar suas metodologias de ensino, unir
suas práticas pedagógicas ao uso de ferramentas tecnológicas de fácil acesso, para
que o papel do professor seja pautado em uma mediação colaborativa, permitindo
aos educandos a interação em sala de aula, por meio da tecnologia utilizada.
Sobre isso Barcelos (2006), afirma:

Através do uso da tecnologia, é possível descentralizar o papel do


educador, passando-se para uma prática colaborativa, em que o foco é a
construção do conhecimento e não no conteúdo, a interação exerce um
papel central nas relações sociais dos jovens do século XXI. Por isso, as
redes sociais são utilizadas como espaço pedagógico para as mais diversas
funções: desde um envio de recado até a realização de uma prova. O
trabalho tem por objetivos apresentar possibilidades de uso das redes
sociais para o favorecimento da interação educador- educando e educador-
educador. (BARCELOS,2006 p.2).

Com base na citação acima, compreende-se que o uso da tecnologia permite


uma prática colaborativa entre professor e aluno, onde estes sujeitos poderão
aprender e ensinar juntos, bem como realizar atividades e enviar mensagens
pedagógicas por meios de redes sociais, sendo estas um canal onde o saber será
transmitido de maneira dinâmica e prazerosa. Essas interações irão desfocar
apenas a atuação do professor, promovendo aos estudantes uma participação
significativa durante as aulas.
Sendo assim o professor deve deixar de lado o apego pelas velhas práticas,
e se incluir ao novo meio de transmitir o saber, fazendo da tecnologia um suporte
pedagógico, entender que as redes sociais é parte da vida desses educandos, e
que é preciso que sejam orientados sobre a necessidade de dominar estas
ferramentas com responsabilidade e como fins pedagógicos, para o aprimoramento
de seus conhecimentos.
10

3.1 AS AULAS REMOTAS E OS DESAFIOS DE INCLUSÃO DA PESSOA SURDA

Nota-se que com o período de isolamento, as instituições educacionais


sofreram grandes impactos, pois tiveram que se adequar ao novo normal de forma
imediata, foi decretado que as aulas voltassem, pois os alunos não podiam mais
perder aula, e muito menos deixar de aprender. Com essa proposta, as equipes
pedagógicas de todo o Brasil, começaram a entrar em cena em curto prazo, teriam
que ensinar os conteúdos de uma maneira totalmente diferente de sua realidade de
outrora.
Durante as aulas remotas, os docentes carregavam em seus ombros a
grande responsabilidades de passar o conhecimento, levando em consideração a
realidade de todos os seus educandos, pois é assegurado por lei que todos os
estudantes recebam uma educação de qualidade.
Dessa forma, Quadros e Schmiedt (2006, p.07) afirmam que: "a educação
constitui direito de todosos cidadãos brasileiros, surdos ou não, e cabe ao sistema
de ensino viabilizar as condições de comunicação, que garanta o acesso ao
currículo e à informação" (QUADROS; SCHMIEDT, 2006, p.07).
Sendo assim compreende-se que a educação é por direito ser garantida a
todas as pessoas, sendo ela deficiente auditiva ou não. Mas cabe salientar, que
paragarantir um ensino de qualidade, a escola deve dispor de recursos pedagógicos
e adequação curricular para atender a todos os educandos, e quando se trata
de aluno com surdez a comunicação deve ser baseada na língua de sinais.
Pois pensar no aluno surdo durante as aulas remotas é visualizar inúmeras
barreiras de aprendizagem, sendo a comunicação uma das primeiras que o
professor e aluno irão enfrentar, pois é notório que em muitas escolas ainda não
têm profissionais habilitados para ensinar Libras, se a exclusão já existia mesmo
antes da pandemia nas aulas presenciais, imagina agora com um novo sistema de
ensino, onde requer meios e estratégias ainda mais estimulantes, neste sentido
compreende-se que os alunos ditos normais se sentem desestimulados a aprender
com as aulas remotas, ou talvez tenha dificuldade para assimilar um conteúdo, e
trazendo a pessoa surdo para esse contexto, sabe-se que sem sombra de dúvidas
este sujeito enfrentará entraves ainda bem superiores ao dos alunos sem
necessidade.
11

Portanto é de suma importância que o aluno surdo tenha acesso a língua de


sinais, e que as atividades propostas pelos docentes estejam voltadas à sua
necessidade linguística, afim de se evitar que o estudante surdo tenha um ensino
defasado, descontextualizado de sua realidade, pois a ausência da língua de sinais
permitirá ao aluno a falta de compreensão, má interpretação do que foi lhe foi
ensinado, uma vez que as atividades estão totalmente fora de seu contexto
linguístico.
Sobre essa questão das práticas pedagógicas em relação ao domínio da
língua de sinais, Shimazak, Menegassi e Fellini (2020) evidenciam que:

Sem o conhecimento e domínio da língua de sinais, práticas pedagógicas


descontextualizadas da realidade dos surdos se perpetuam, a repercutir
negativamente em sua formação e identidade linguística, por conseguinte,
arelatar uma aquisição do português escrito de maneira fragmentada. Os
surdos não conseguem se apropriar da língua materna tampouco, adquirir
uma segunda língua- L2, a tornar-se desafiador para si decodificar,
compreender, interpretar e reter qualquer informação ou conhecimento.
(SHIMAZAK; MENEGASSI; FELLINI,2020, p.4)

Em consonância com os autores entende-se que se a língua de sinais não é


conhecida e tão pouca dominada, as práticas pedagógicas serão
descontextualizadas, ou seja a aprendizagem do estudante surdo será de maneira
fragmentada, este aluno terá dificuldade para entender o que foi ensinado e
interpretar qualquer informação que lhe foi passada, pois esta não vem ao encontro
de sua língua materna.
Sabe-que ainda muitas instituições pensam que estão incluindo os discentes
surdos durante a pandemia, pelo simples fato de os tê-los ali matriculados, ou até
mesmo por disponibilizar as videoaulas, essas ações não são suficientes para,
mas é preciso entender que a inclusão só acontece quando a escola disponibiliza
todos os recursos necessários para promover sua aprendizagem, como atividades
elaboradas conforme a necessidade do educando, priorizando a sua língua
materna, pois não adianta propor atividades superficiais, pois estas devem
aproximar osujeito surdo de sua realidade linguística.
Com isso, Fernandes (2006) diz:

[...] o contexto educacional está organizado de forma que todas as


interações são realizadas pela oralidade, o que coloca os alunos com
surdez em extrema desvantagem nas relações de poderes e saberes
instaurados em sala de sala, relegando-os a ocupar o eterno ‘lugar’ do
12

desconhecimento, do erro, da ignorância, do eternizado não saber nas


práticas linguísticas. (FERNANDES, 2006, p.112).

Em consonância com a fala do autor nota-se que as instituições têm falhado,


no sentido de que durante as interações que acontecem dentro do contexto
educacional, estas são baseadas unicamente nas pessoas ouvintes, ou seja as
atividades ali executadas visam somente priorizar o sistema linguístico dessa maioria,
esquecendo que os sujeitos surdos também tem sua própria língua e necessitam se
apropriar dela.
Compreende-se que no período pandêmico essa necessidade de usar língua
de sinais aumentam ainda mais, pois faz-se necessário que essas barreiras sejam
amenizadas, pois para que haja resultados no ensino e aprendizagem, é preciso
valorizar as duas comunidades, bem como utilizar a comunicação bilíngue para poder
satisfazer as necessidade tanto dos alunos ouvintes como dos deficientes auditivos,
para que assim todos sejam incluídos com igualdade.

3.2 A IMPORTÂNCIA DO INTÉRPRETE DE LIBRAS NAS AULAS REMOTAS

De acordo com a lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. É regulamentado


a profissão de tradutor e de intérprete de Libras, esta que por sua vez, traz à
comunidade surda um suporte profissional, capaz de traduzir a Língua Portuguesa
para Língua de Sinais. Sendo assim, os estudantes surdos também podem contar
com ajuda de um professor, ou intérprete durante as atividades escolares.
Conforme está em seus artigos Arts. 1° e 2°:

Esta Lei regulamenta o exercícios da profissão de Tradutor e Intérprete da


Língua Brasileira de Sinais. O tradutor e intérprete terá competência para
realizar interpretação das duas línguas de maneira simultânea ou consecutiva
e proficiência em tradução e interpretação da Libras e da língua (BRASIL,
2010, p.1).

Entende-se que depois da regulamentação da lei para a atuação do intérprete


de Libras, a comunidade surda vem ganhando espaço na sociedade e dentro da
comunidade escolar, e sabe-que durante a pandemia é indispensável o auxílio deste
profissional, uma vez que o trabalho direcionado aos deficientes auditivos deve ser
feito com a mediação de profissionais formados em Libras, afim de oportunizar a
estes educandos o contato entre ouvintes e estimulá-los a aprender.
13

Segundo o documento do Ministério da Educação (2006, p.101), o interprete é


o mediador na comunicação entre surdos e ouvintes, nas diferentes situações de
interação social. Esse profissional tem como função traduzir e interpretar a língua de
sinais para a língua portuguesa e vice-versa.
É nesse sentido, torna-se necessário refletir sobre o papel do intérprete de
Libras exerce durante as aulas remotas, pois sem o auxílio deste profissional será
impossível que o aluno surdo consiga interagir entre colegas e professores, e que
desenvolva suas habilidades cognitivas, uma vez que é necessário que haja a,
interpretação de tudo que o professor regente está ministrando, e o intérprete será o
canal até o aluno surdo, fazendo com que este seja participante do processo
interacional, e não tenha prejuízos no ensino e aprendizagem.
Para os autores Lacerda et al. (2011, p. 5), "o objetivo principal não é apenas
traduzir, mas buscar, juntamente com o professor, meios diferenciados de ensino para
que o aluno surdo possa ser favorecido por uma aprendizagem especificamente
elaborada e pensada, e, consequentemente, eficiente."
Compreende-se portanto que a atuação do intérprete de libras durante as
aulas remotas é essencial para o desenvolvimento cognitivo do deficiente auditivo, e
que este tem a incumbência de não só traduzir o que lhe foi passado, mas também
buscar juntamente com o professor da turma, metodologias de ensino, e alternativas,
que facilitem a compreensão dos conteúdos, trazer estratégias de mediação, bem
como levar para este aluno propostas de atividades que desenvolva suas
competências e habilidades, diminuindo portanto os entraves impostos pelas aulas
remotas.
Cabe ressaltar que somente a presença de um intérprete de libras na escola
não é o bastante, para que o discente surdo seja incluído, pois há muito o que se
fazer, e entraves para superar, um deles é falta de adequação curricular, elaboração
de didáticas capaz de alcançar as necessidades educativas deste aluno, e
principalmente a ausência do conhecimento sobre a surdez e língua de sinais dentro
da comunidade escolar. Lacerda (2006) traz a seguinte afirmação:

A presença do interprete de língua de sinais não é suficiente par a inclusão


satisfatória, sendo necessária uma série de outras providências para que
este aluno possa ser atendido adequadamente: adequação curricular,
aspectos didáticos e metodológicos, conhecimentos sobre a surdez e sobre
língua de sinais, entre outros (LACERDA, 2006. p.176)
14

Desta maneira compreende-que a escola precisa se ajustar as dificuldades do


sujeito surdo, trazendo novas alternativas, no que diz respeito a metodologia
empregada, e adequação do currículo, afim de alcançá-lo, e fazer com que ele
aprenda, diminuindo todas as barreiras que o impossibilite de assimilar, e aprender os
conteúdos de todas as disciplinas, e principalmente nesta fase a qual o mundo está
passando devido a Covid-19, entendendo que a comunidade escolar deverá aproximar
os alunos e não distanciar ainda mais.

3.4 O USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE LIBRAS

Em meio a esses acontecimentos, os centros educacionais para tentar


minimizar os danos causados pela Covid-19, aderiram ao uso das (TICs), Tecnologia
de Informação. Como a internet é o meio mais viável, onde as informações chegam
com mais rapidez, ela tem sido uma grande aliada das escolas para transmitir o saber,
pois esta tem ajudado muitos professores a desempenharem o seu trabalho dentro de
suas casas, pois estavam impedidos de ir para a sala de aula, e foi através da
tecnologia que muitos estudantes puderam aprender sem sair de seus lares, tirar suas
dúvidas e interagir com a escola e colegas.
Dessa maneira, Abreu (2020), complementa:

No momento de pandemia, para a educação tornar-se inclusiva os materiais,


prioritariamente, são os suportes tecnológicos, como equipamentos
eletrônicos e acesso a internet, para estabelecer a interatividade e acessar
aas atividades disponibilizadas nos ambientes virtuais (ABREU,2020, p.156).

Entende-que o suporte tecnológico, bem como a internet, ajudou a escola


manter o contato, e a interação entre os educadores, alunos ouvintes e surdos. Pois
foi através das ferramentais digitais que os professores ou intérpretes puderam
ensinar, ou disponibilizar atividades nos ambientes virtuais, promovendo a inclusão e
diminuindo as barreiras impostas pela pandemia.

De acordo com Silva (2019), as Tecnologias Digitais estão ampliando a cada


dia e alcançando mais pessoas e com isso trazem vários benefícios para a sociedade,
pois facilitam a comunicação entre as pessoas e dessa form na didática educacional
15

vem se destacando no processo ensino-aprendizagem.


Constata-se que este alcance chegou até o professor de Libras, que utiliza
estes recursos a fim de tornar seu trabalho mais dinâmico e atrativo, pois pode
transmitir as aulas de forma que os estudantes participem significativamente, e
com o auxílio de aplicativos de vídeo chamada, como por exemplo o Google Meet, e
Zoom,o aluno e professor pôde interagir em tempo real, fazer breves apresentações,
e conversações em Língua de sinais, diminuindo os entraves que contribuem para a
exclusão dos alunos em tempo de pandemia.
Conforme Santos Junior e Monteiro (2020) o Google Meet e o aplicativo
ZOOM são exemplos de ferramentas que podem ajudar nas aulas remotas, pois são
ferramentas síncronas onde as aulas acontecem com horário marcado via
transmissão em tempo real. Dessa maneira, o aluno é convidado para participar da
aula por meio de um link, que o direciona para o encontro virtual com o professor no
exato momento em que é transmitido.

4. PARCERIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

A escola nunca precisou tanto do apoio família como no período pandêmico,


pois é fundamental que esta tenha o compromisso para com a jornada estudantil de
seus filhos, pois a comunidade escolar tem se desdobrado durante a pandemia para
levar um ensino de qualidade, e por mais que esta se esforce e busque estratégias
de melhorias de ensino, sozinha ela não terá condições de fazer um bom trabalho.
De acordo com Mittler (2003, p. 237): "nenhuma escola é uma ilha e nenhuma
escola pode ter sucesso sem desenvolver redes de parcerias com sua comunidade
local, com pais de alunos passados, presentes e futuros, com outras escolas e outras
agências."
Em consonância com a fala do autor, nota-se que a participação familiar é
essencial para a escola e de grande proveito, pois juntas poderão fazer com que os
alunos cheguem ao seu desenvolvimento pleno, unidos poderão vencer as barreiras
impostas pela pandemia, e diminuir os impactos negativos na educação.
16

Neste contexto é importante que os pais e responsáveis dos deficientesauditivos,


os estimulem a querer estudar, incentivando a assistir as aulas, pois sabe-se que com
as aulas remotas muitos alunos se sentem desmotivados a estudarem,e quando o foco
é estudante com surdez entende-se que pode haver mais falta de interesse ainda, pois
se estes não tiverem um acompanhamento da família com certeza não terão vontade
de participar das aulas e nem executar tarefas propostas pelos professores.
Neste sentido, é imprescindível a participação familiar durante as aulas remotas,
fazer o acompanhamento da jornada estudantil de seu filho, pois os pais ou responsáveis
devem estar ciente de tudo que acontece durante as atividades, e sem sombras de
dúvidas o diálogo entre aluno e família é fundamental para o desenvolvimento do
estudante, uma vez que informada do que está acontecendo, a família poderá auxiliar
os filhos a cumprirem com as obrigações escolares. Evidenciando mais essa
questão da importância da família, Melo (2017) traz:

[...] é papel da família dialogar com a criança ou o jovem para se manter a par
dos conteúdos que estão sendo trabalhados na escola; cumprir e orientar o
estudante para que cumpra as regras estabelecidas pela escola de forma
consciente e espontânea; participar das reuniões e da entrega de resultados,
informando-se das dificuldades apresentadas pelo/a seu/suafilho/a, bem como
seu desempenho; acompanhar e orientar as atividades de casa, entre outras.
(MELO, 2017, p.1).

Entende-se que o diálogo deve existir entre aluno e família, pois é muito
importante, que os pais saibam através dos filhos o que a escola ensina, uma vez que
essas informações podem contribuir para os pais, no que diz respeito a maneira de
orientar os filhos, como estes devem proceder e respeitar os prazos estipulados das
entregas de tarefas, bem como informar a escola sobre as dificuldades que o aluno tem
para realizar atividades ou aprender os conteúdos.
Ainda sobre o acompanhamento familiar, os autores Hollerweger e Catarina
(2014) ressaltam que:

O trabalho com a família e o estímulo ao seu envolvimento constitui um fator


decisivo no processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais,
sendo indispensável para a construção da individualidade do sujeito como
participante ativo da sociedade. Contudo, esse processo requer, para sua
efetivação, a ação de múltiplos esforços e a participação de todos os segmentos
da sociedade, de modo a se promover uma verdadeira mudança cultural em
relação à diversidade e às potencialidades humana (HOLLERWEGER;
CATARINA, 2014, p.11)
17

Desta maneira compreende-se que a escola terá sucesso em seu trabalho


pedagógico voltados aos alunos com necessidades ou não, quando houver a
participação significativa das famílias durante os processos educativos, pois juntos
encontrarão maneiras de superar os problemas ligados ao atraso das habilidades e
competências dos alunos, fazendo com que estes sejam incluídos e vençam suas
limitações.

4.1 BREVE REFLEXÃO SOBRE FORMAÇÃO CONTINUADA DOSPROFISSIONAIS


DA EDUCAÇÃO

Muitos se fala em educação inclusiva, alguns educadores até citam as leis para
fomentar seus argumentos, mas sabe-se que, para que a educação inclusiva aconteça
ela precisa ir muito além de concepções ideológicas, na verdade, as escolas necessitam
se equiparar para realizar o atendimento especializado, e comoo tema em discussão é
o sujeito surdo, cabe fazer uma breve reflexão sobre a formação continuada dos
profissionais de educação, onde percebe-se que são poucas as instituições que têm em
seu corpo docente um professor de libras ou intérprete.
Pensar na ausência desses profissionais em tempo de pandemia é visualizar
grandes entraves, que são bastante preocupantes para a educação, desta forma a
escola não pode ofertar um ensino voltado para o aluno com surdez, porque não tem
nenhum professor habilitado para ministrar as aulas em língua de sinais. De acordo com
Zanata (2004, p.6):

a formação continuada para educadores de pessoas surdas, garante aos


estudantes práticas de ensino que irão permitir um processo educacional
contínuo e eficaz, uma vez que os professores poderão refletir, e se auto
avaliarem, permitindo-os o desenvolvimento de práticas pedagógicasassertivas
para praticarem no ambiente escolar (ZANATA, 2004, p.6).

Compreende-se que quando o professor vai em busca de capacitação, ele de


certa forma poderá contribuir para potencializar as habilidades dos alunos surdos,
através de metodologias assertivas que venham a facilitar o ensino e aprendizagem.
Sabe-se que em muitas escolas a inclusão do deficiente auditivo acontece
superficialmente, e em relação ao conhecimento da língua de sinais por parte dos
professores é mínimo, alguns ainda resistem em querer aprender, ou fazer formação
continuada, acrescentando em seus discursos que não sabem a língua de sinais, e
18

que já estão sobrecarregados com suas atividades pedagógicas, e que não têmmais
tempo para estudar uma nova língua.
Wrigley (1996, p.4) afirma: que “na maioria das vezes falta empenho, dedicação
para conhecer, aprender outra língua, é mais fácil dizer que não sabe e assim “mascarar”
a inclusão.
Infelizmente ainda há resistência por parte de muitos profissionais da educação,
permitindo então a exclusão do aluno surdo. É perceptível que em muitas situações,
alguns professores se sentem desmotivados a estudar uma nova língua,e não têm a
mínima vontade de se especializar em ensinar alunos que carecem de atendimento
especializado, preferindo declarar que não têm conhecimento sobre a LIBRAS, e nem
tem capacidade de ensiná-la, ao invés de buscar compreendê-la.
Esse tipo de problema faz com que se pense sobre a urgente necessidadedas
escolas e governantes a investirem em formação continuada, pois faz-se precisoque os
docentes busquem se aperfeiçoar para melhor incluir alunos surdos que são matriculados
nas redes de ensino regular.
E cabe a comunidade escolar, bem como os professores refletirem sobre seu
papel frente à educação inclusiva, como este pode ajudar a construir uma sociedademais
justa, exercendo práticas inclusivas

4.2 METODOLOGIAS E ADAPTAÇÃO CURRICULAR

Para que o aluno surdo tenha acesso ao ensino igualitário e de qualidade em


tempo de pandemia, é de suma importância que a escola tenha um professor de Libras
ou um intérprete de Libras disponíveis para mediar o conhecimento desse indivíduo, além
disso a instituição deve fazer adequação do currículo, disponibilizarmateriais adaptados,
que vão ao encontro das necessidades dos educandos surdos, por isso é importante
que os docentes tragam metodologias para aproximar o discente de sua realidade.
De acordo com Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001, p. 33), as
adaptações curriculares, são definidas como:

[...] possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem


dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação docurrículo regular, quando
necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com
necessidades especiais. Não um novo
19

currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que


atenda realmente a todos os educandos. Nessas circunstâncias, as adaptações
curriculares implicam a planificação pedagógica e as ações docentes
fundamentadas em critérios que definem o que o aluno deveaprender; como e
quando aprender; que formas de organização do ensino são mais eficientes para
o processo de aprendizagem; como e quando avaliar o aluno (BRASIL, 2001, p.
33).

Com base na citação acima é, essencial que a escola faça as adaptações


curriculares necessárias, de acordo com a necessidade educativa do estudante, criando
critérios de aprendizagem, onde sejam planejadas a maneira como e quando o aluno
deve aprender, no intuito de atingir o bom desempenho do educando.
É dessa forma que a inclusão dos sujeitos surdos na comunidade escolar
acontece, quando de fato a escola busca formas de adaptações, pensando num currículo
flexível, que seja capaz de atender o estudante com necessidade, oportunizando-o a
aquisição tanto da língua de sinais como da língua portuguesa, cabe ressaltar que neste
contexto é muito importante que o professor seja totalmente preparado para o ofício, ou
seja, tenha conhecimento na área, a fim de que possa ensinar com qualidade.
Nessa perspectiva, Silva (2013) traz o seguinte:

Por fim, o dispositivo da inclusão escolar salienta a diversidade, a disponibilidade


e a abertura do professor na adaptação do currículo que favoreça a aquisição da
língua de sinais simultaneamente com o aprendizado do português evocando
ainda a necessidade da competência do professor na utilização da Libras (SILVA,
2013, p. 08).

Neste sentido entende-se que a inclusão do sujeito surdo para ser efetuada com
êxito é preciso que haja as adaptações que venham a favorecer a sua expressão
linguística, bem como priorizar a utilização da língua de sinais durante as interações
escolares, pois este interage, expõe suas ideias e pensamento por meio de uma
comunicação espaço-visual, sendo assim a LÍBRAS, é indispensável para a sua
formação e desenvolvimento.
20

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inesperada chegada do Coronavírus, fez com o mundo enxergasse uma


nova forma de ver as coisas ao seu redor, as instituições pensou num novo jeito de
ofertar o ensino, mesmo em meio ao medo e incertezas, escolas tiveram que fazer
adequações curriculares e se valer do apoio tecnológico, para que seu trabalho
pudesse continuar, e beneficiar os alunos.
Em relação aos objetivos deste trabalho, o primeiro objetivo buscava falar sobre
o cenário educacional durante a pandemia e a importância do intérprete de libras nas
aulas remotas foi alcançado, pois neste tópico apresentou-se as reflexões e sobre
este objetivo encontrou-se como resultado que a escola pública inclusiva precisa se
modernizar, se preparar em termos de conhecimentos tecnológicos, pois quando
houver situações semelhantes não sofrerão tanto para acompanhar o ritmo imposto
já que vivenciamos a era digital e tudo se resolve atualmente pela tecnologia.
Quanto ao segundo objetivo buscava falar sobre a importância do uso das
tecnologias nas escolas e também no ensino de libras, com isso é possível afirmar
que é necessário haver mais oferta de formação continuada na área da Educação
Especial, Libras e para o uso de recursos tecnológicos na docência, principalmente
na inclusão tecnológica de alunos e professores, até porque o ensino e as tecnologias
ainda são muito direcionados somente para o aluno ouvinte, torna-se importante que
o intérprete de libras esteja presente nas escolas tanto nas aulas presenciais como
também nas aulas a distância para ampliar o repertório de habilidades e competências
de crianças e jovens surdos que chegam nas salas de aulas nas escolas buscando
conhecimento.
O terceiro objetivo traz a importância de se refletir sobre a parceria entre família
e escola, bem como a formação continuada dos profissionais da educação, nesse
sentido constata-se que a família não deve ser dissociada do processo ensino-
aprendizagem, ela precisa acompanhar e interagir com a escola a todo momento, não
somente no que diz respeito aos conteúdos escolares, mas na ambientação e nas
vivências sociais e interpessoais que o estudante desenvolve neste espaço. Em
relação a formação continuada de professores, agora que houve uma flexibilização na
pandemia, observa-se que estes profissionais serão protagonistas para tentar
realinhar os processos educacionais, por isso devem buscar mais aperfeiçoamento,
pois o novo normal exige adaptações, já que o mundo anda em constante mudança.
21

Sobre o último objetivo que traz a contextualização e a relação a respeito de


metodologias e adaptação curricular para o aluno surdo, percebe-se que neste
período de pandemia a educação tentou se adaptar ao uso das tecnologias,
principalmente na utilização das ferramentas síncronas como plataformas de
videoconferência para promoção da aprendizagem, dessa forma evidencia-se que
apesar de se vivenciar um momento onde praticamente todas as pessoas tem acesso
a Internet, ainda são poucos os recursos que priorizam a língua de sinais como
linguagem para o desenvolvimento escolar desse público.
E assim é possível concluir que as pesquisas realizadas para nortear este
estudo, foram de suma importância para compreender os desafios existentes nas
escolas, em relação ao ensino e aprendizagem do aluno surdo. E por fim constatou-
se a importância do uso das tecnologia para o ensinar o estudante com surdez, bem
como a atuação do professor e intérprete de Libras nas aulas remotas adequações
curriculares e se valer do apoio tecnológico, para que seu trabalho pudesse continuar,
e beneficiar os alunos.

REFERÊNCIAS
22

ABREU, B. de M.Inclusão e acessibilidade em tempos de pandemia.Pedagogia em


Ação, Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p. 155-65, 2020. Disponível em:
http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/23705. Acesso
em: 10 set. 2021.

AMARAL, M. A. F. Um olhar sobre a educação contemporânea: abrindo


horizontes, construindo caminho. Vol. 1. Cruz Alta:Ilustração, 2020. Disponível em:
https://editorailustracao.com.br/livro/um-olhar-sobre-a-educacao-contemporanea.
Acesso em: 10 out. 2021.

BARCELOS, R. S. O uso da tecnologia na aula de língua portuguesa.Cadernos do


CNLF, Vol. XIX, Nº 03. Minicursos e Oficinas. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2015.
Disponível em: http://www.filologia.org.br/xix_cnlf/cnlf/min_ofic/011.pdf. Acesso em:
10 set. 2021.

BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial


na educação básica. Secretaria de Educação Especial – MEC/SEESP, 2001.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf. Acesso em:
12 set.2021.

BRASIL. Lei nº 12.319, de 1° de setembro de 2010. Regulamenta a profissão de


tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais - Libras. Brasília: Diário
Oficial da União, 2010. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12319.htm. Acesso
em: 16 set 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Federal Lei


8069/90 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi criado e dispõe sobre
a proteção dos mesmos, refere-se em seu IV Capítulo à educação. Disponível em:
http:/portal.mec.gov.Br/Seeesp- Portal Seesp>. Acesso em: 12 set.2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Saberes e


práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às
necessidades educacionais especiais de alunos surdos. 2.ed. Brasília: MEC/SEESP,
2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/alunossurdos.pdf.

CHUEKE, G. V.; LIMA, M. C. Pesquisa qualitativa: Evolução e Critérios. Revista


Espaço Acadêmico, ed 11(128), 63-69. Disponível em:
https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/12974.
Acesso em: 05 mai 2022.

FERNANDES, S. Metodologia da Educação Especial. 1ª ed. Curitiba. IBPEX,


2006.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: Apostila UEC,


2002.
23

HOLLERWEGER, S., CATARINA, M. B. S. A importância da família na aprendizagem


da criança especial. Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai,
IDEAU. Revista de Educação do IDEAU, v. 9, n. 19, 2014. Disponível em:
https://www.getulio.ideau.com.br/wpcontent/files_mf/179d2c41544fbc17412e67a39d
3476d39_1.pdf. Acesso em: 12 set. 2021.

LACERDA, C. B. F. de. A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos,


professores e intérpretes sobre esta experiência. Cadernos cedes, v.26, n. 69, p.
163-184, 2006. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v26n69/a04v2669.pdf. Acesso em: 10 set. 2021.

LACERDA, C. B. F., DOS SANTOS, L.F., CAETANO, J. F. Estratégias metodológicas


para o ensino de alunos surdos.In: Língua brasileira de sinais Libras: uma introdução.
Coleção UAB− UFSCar, p. 101, 2011.Disponível em:
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Files/19394.pdf. Acesso em: 10 set.
2021.

MELO, R. A. Família e escola, responsabilidades compartilhadas nagarantia de uma


educação de qualidade. Plataforma do Letramento. Disponível em:
http://www.plataformadoletramento.org.br/em-revista-coluna- detalhe/1163/familia-e-
escola-responsabilidades-compartilhadas-na-garantia-de- uma-educacao-de-
qualidade.html. Acesso em: 10 set. 2021.

MITTLER, P. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre, Artmed:2003.

QUADROS, R. M. SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar portuguêspara alunos


surdos. – Brasília: MEC, SEESP, 2006. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf. Acesso em: 10 set.
2021.

VELOSO, É., MAIA FILHO, V. Aprenda LIBRAS com eficiência e rapidez. Vol.1.
Curitiba, PR: Mãos Sinais, 2009.

DOS SANTOS JUNIOR, V. B., DA SILVA MONTEIRO, J.C. Educação e covid-19: as


tecnologias digitais mediando a aprendizagem em tempos de pandemia. Revista
Encantar-Educação, Cultura e Sociedade, v. 2, p. 01-15, 2020. Disponível em:
https://www.revistas.uneb.br/index.php/encantar/article/view/8583. Acesso em: 12
set. 2021.

SILVA, V. et al. Educação de surdos: Uma Releitura da Primeira Escola Públicapara


Surdos em Paris e do Congresso de Milão em 1880. In: QUADROS, R. M. (Org.).
Estudos surdos I. Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2006. Disponível em:
https://www.editora-arara-azul.com.br/ParteA.pdf. Acesso em: 12 set. 2021.

SILVA, A. P. de S., ARRUDA, F. de A.P.V. Diagnóstico do uso das TDICs nas


escolas públicas da zona urbana do município de Angicos/RN. Orientador:
Luana Dantas Chagas. 2019. 51p. Monografia (Licenciatura em Computação e
Informática) - Universidade FederalRural do Semi-Árido, ANGICOS, 2019.
24

SILVA, L. et al. Educadores Frente à Pandemia: Dilemas e Intervenções


alternativas para Coordenadores e Docentes. Boletim de Conjuntura (BOCA), v.3,
n. 7, p. 53-64, 2020.

SILVA, et al., M. Z. M., SOUZA, J. M. S. S.; LIMA, J. P., AUGUSTA, M. C., SILVA,
W. N. Desafios no ensino remoto para alunos surdos durante a pandemia:
possíveis estratégias em dias de quarentena. Disponível em:
https://editorarealize.com.br/editoraanais/conedu/2020/TRABALHO_EV140_MD1_S
A11_ID6273_01102020223146.pdf. Acesso em: 12 set. 2021.

SHIMAZAKI, E. M., MENEGASSI, R. J., FELLINI D.G. N. Ensino remoto para


alunos surdos em tempos de pandemia. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 15,
e2025476, p.1-17, 2020 Disponível em:
https://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa. Acesso em: 12 set. 2021

WRIGLEY, O. The politics of deafness. Washington. Gallaudet Universty Press.


1996.

ZANATA, E. M. Práticas pedagógicas inclusivas para alunos surdos numa


perspectiva colaborativa. Orientador: Enicéia Gonçalves Mendes. 2004. 201 p.
Tese (Doutorado em Educação Especial) - Universidade Federal de São Carlos,São
Carlos, 2004.
25

Você também pode gostar