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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

EVA SOUZA

DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO DO ALUNO AUTISTA NA PRÉ-ESCOLA


DA REDE REGULAR DE ENSINO

LUCAS DO RIO VERDE - MT


2022
EVA SOUZA

DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO DO ALUNO AUTISTA NA REDE REGULAR


DE ENSINO

Relatório de Estágio apresentado na


disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso: Relatório de Estágio do Curso de
Especialização Lato Sensu em
Psicopedagogia do Programa de Pós-
Graduação Lato Sensu do Centro
Universitário Leonardo da Vinci –
Uniasselvi.

LUCAS DO RIO VERDE - MT


2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................04
1.1 DADOS DA INSTITUIÇÃO E ALUNA ..............................................................04
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................05
1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................05
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................05
3 OBSERVAÇÃO ....................................................................................................08
4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS ........................................08
5 INTERVENÇÕES .................................................................................................09
5.1 REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES .............................................10
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 11
REFERÊNCIAS .......................................................................................................12
ANEXO
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1 INTRODUÇÃO

Este relatório corresponde ao estágio de pós-graduação em Psicopedagogia, no qual


observou-se as dificuldades que o aluno autista enfrenta na adaptação do ambiente escolar,
que vão desde a ambientação, socialização, aceitação, comunicação, aprendizagem dentre
outras. Trabalhou-se também com a hipótese que a criança autista possui dificuldades em
adaptar-se às salas de ensino regular por falta de espaço físico adaptado, o que impede os
professores atendê-los de forma prazerosa e acolhedora; além disso, há outros fatores, como:
material lúdico didático; conhecimento limitado do professor em relação às especificidades
apresentadas pelo aluno; a grande demanda de alunos dentro da sala de aula do ensino regular;
entre outras causas.

1.1 DADOS DA INSTITUIÇÃO E ALUNA

O estágio foi realizado, no Centro Integrado de Educação Infantil Anjo Gabriel


(C.I.E.I ANJO GABRIEL) uma escola da cidade de Lucas do Rio Verde - MT, Avenida Mato
Grosso, 2200, Jardim das Palmeiras. A escola oferece educação infantil para crianças das
faixas etárias entre 04 e 05 anos (pré-escola) a escola possui um total de 648 alunos
matriculados, sendo 320 no período matutino e 328 no período vespertino, dentre os 648
alunos estão presentes 06 alunos com laudos Transtorno do Espectro Autista (TEA), 02
alunos com laudos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e 01 aluno
com laudo Doença Neuromuscular (DNM) além desses a escola tem pelo menos mais 11
alunos com suspeitas e/ou sendo investigados. Os alunos são divididos em turmas entre 22 e
25 alunos por sala, distribuídas da seguinte forma: 05 salas com infantil IV (crianças de quatro
anos) e 09 salas com infantil V (crianças de cinco anos).
A estrutura da escola é composta por 14 salas de aula, 1 sala do AEE (Atendimento
Educacional Especializado) 04 banheiros sendo 2 femininos e 2 masculinos, secretaria,
cozinha, refeitório, biblioteca e áreas para recreação.
O corpo docente da escola e formado por 28 professores, 09 estagiários, a equipe
gestora é composta por 01 diretora, 02 coordenadoras, 01 psicopedagoga, 02 secretários e 02
guardas de patrimônio. As formações e experiências dos profissionais que atuam na escola
estão distribuídas entre: Pedagogia, Psicopedagogia e educação especial com ênfase na
alfabetização.
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Durante o período de estágio acompanhei a aluna Barbara, uma criança do infantil V
sobre a regência da professora Adriana, a Barbara é uma aluna com autismo e apresenta
dificuldades na adaptação escolar e dificuldade na comunicação, pois possui dificuldade na
fala. Para apresentar o laudo médico da Barbara em meu relatório de estagio tive a autorização
de sua mãe a senhora Lília.

1.2 JUSTIFICATIVA

O estágio foi de suma importância no que se refere ao aprendizado prático, pois


através do estágio observou-se de perto as dificuldades de adaptação apresentadas por um
aluno autista, e, com isso criar possibilidades de minimizar essas dificuldades. Pois é vez mais
recorrente a chegada de alunos na escola com transtorno no desenvolvimento neurológico,
mais especificamente o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com isso chega junto às
dificuldades na adaptação escolar e na aprendizagem.
Neste relatório pretendeu-se apresentar estudos sobre a temática da dificuldade de
adaptação do aluno autista na sala de aula na pré-escola do ensino regular, ou em outras
palavras, as dificuldades que os alunos autistas apresentam na adaptação ao ambiente de
ensino inclusivo. Grande parte das crianças autistas apresentam dificuldades para se adaptar
ao novo, e assim, torna-se um desafio para os professores promover à inclusão na sua
realidade e garantir a todos o direito a educação com qualidade.
Diante dessa realidade, surgiu o interesse de compreender melhor as causas dessas
dificuldades de inclusão desses alunos, e assim buscar respostas para o problema de
dificuldade na adaptação escolar.

1.3 OBJETIVOS

 Identificar as dificuldades do aluno autista na adaptação escolar;


 Citar e detalhar essas dificuldades;
 Observar o conhecimento do professor diante das características especifica do aluno
autista;
 Acompanhar a rotina do aluno autista na adaptação escolar;
 Buscar possibilidades para minimizar as dificuldades enfrentadas pelo autista na
adaptação escolar.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Mantoan (2001) explica que a adaptação teve seu surgimento no Brasil em


meados do século XIX, em ações isoladas e particulares para atender indivíduos com
deficiências motoras, cognitivas e sensoriais. Mas, só foi inserida em definitivo no sistema
educacional brasileiro no fim da década de 1950, para cumprir requisitos de “educação dos
excepcionais”.
No século XX deu-se início da obrigatoriedade e expansão da escolarização
básica, detectando-se que numerosos alunos, sobretudo os que apresentavam
deficiências, tinham dificuldades em seguir o ritmo normal da aula e conseguir um
rendimento igual ao restante das crianças de sua idade. É então que se aplica a
divisão do trabalho à educação e nascem espaços diferentes para educar
(PESSOTTI, 1984, p.168).

Tanto a Lei nº 9.394/96 como a Portaria CENESP/MEC nº 69 foram precursoras no


movimento de defender a inclusão das pessoas com deficiência na escola regular. Garantindo
que crianças autistas ingressassem nas escolas regulares, com a finalidade de integrar os
autistas à vida em sociedade. A garantia da entrada na escola já havia sido obtida, agora
faltava garantir sua permanência e aprendizagem.
A partir convivência da criança com autismo na escola, através da inclusão no ensino
comum, torna possível o contato social e favorece não só o seu desenvolvimento, mas o das
outras crianças, na medida em que elas convivam e aprendam com as diferenças.
Silva (2009) aponta a necessidade de orientação aos professores, pois é a falta de
conhecimento a respeito dos transtornos do espectro autista que os impede de identificar
corretamente as necessidades de seus alunos com autismo. Na medida em que o sujeito é visto
somente sob o ângulo de suas limitações, a crença na sua educabilidade e possibilidades de
desenvolvimento estará associada à impossibilidade de permanência deste sujeito em espaços
como o ensino comum.
Estudos sobre autismo demonstram que os professores apresentam ideias distorcidas a
respeito do mesmo, principalmente quanto à incapacidade de comunicação. As dificuldades
dos professores, de um modo geral, se apresentaram na forma de ansiedade e conflito ao lidar
com o “diferente”.
As adaptações que devem ser propostas pelos professores para contemplar o ensino
aprendizagem de alunos autistas ao modo que o currículo deve ser planejado pelos
professores, como preconiza o Parecer CNE/CEB 17/2001:

A adaptação ao nível da sala de aula visa a tornar possível a real


participação do aluno e a sua aprendizagem eficiente no ambiente da escola e do
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tempo de modo a incluir as atividades destinadas ao atendimento especializado fora
do horário normal de aula, muitas vezes necessários e indispensáveis aos alunos. As
modalidades adaptativas, nesse nível, focalizam a atuação do professor na avaliação
e no atendimento do aluno.

A pré-escola é de suma importância na fase de adaptação da criança, pois geralmente é


por ela que a criança tem o primeiro contato com o ambiente escolar, e, principalmente no que
diz respeito à comunicação com outras crianças. A inclusão de crianças autistas nas pré-
escolas regulares permite ao aluno autista a comunicação, socialização e atividades sociais e
culturais típicas para a faixa etária, mas a capacidade de suporte que o ambiente escolar
oferece depende de como o professor se relaciona às habilidades e às limitações das crianças.
Isso significa que os profissionais que estiverem trabalhando com as crianças autistas
precisam de conhecimento suficiente sobre as características do modo de comunicação da
criança e sobre como promover o seu desenvolvimento, bem como sobre as outras
dificuldades que a criança possa apresentar, como distúrbios de motricidade, déficits na fala,
na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e
estereotipados, dificuldade na aprendizagem e na interação com as demais crianças.
Em outras palavras, o professor deve trabalhar onde a inabilidade é maior, identificar
se o aluno autista consegue falar, consegue se comunicar e interagir, e assim, mudar as
concepções, adotando a interação social como meio de facilitar a aprendizagem.
É nesse momento, que devem ocorrer às adaptações. Conforme exposto por Bridi
(2006), a inclusão do autismo precisa de adaptações para garantir que o processo ensino
aprendizagem ocorra, onde o professor usa os recursos a sua disposição e adaptados para cada
caso de aluno autista, com critérios e orientações específicas, como por exemplo:
- Flexibilidade: garantir aos alunos que não se sintam obrigados a aprender no mesmo
tempo que os alunos ditos normais (BAPTISTA; BOSA, 2002);
- Acomodação: o professor deve realizar ações para facilitar a maneira que os alunos
autistas irão realizar suas atividades escolares, preparando os demais alunos da sala para o
modo de se comunicar e de se relacionar com o aluno autista, por exemplo, para que possa se
sentir bem e aprender com qualidade e participação (BAPTISTA; BOSA, 2002);
- Trabalho simultâneo, cooperativo e participativo: o aluno precisa de um direcionamento
pedagógico planejado com critérios e especificidades, ou seja, o professor deve se preocupar
com os alunos normais e com os alunos autistas da mesma forma, com planejamento de
atividades e com a responsabilidade de estar participando do processo de inclusão de alunos
autistas (BAPTISTA; BOSA, 2002).
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Visando assim o bem estar do aluno e viabilizar a experiência da inclusão com alunos
autistas.

3 OBSERVAÇÃO

Neste período de estágio observou-se que na maioria das vezes a dificuldade de adaptação do
aluno autista no ambiente escolar está relacionada à especificidade que cada criança
apresenta, pois o autista não tem um padrão de comportamento, ou seja, cada criança é única e
apresentam características únicas. Com isso o professor quando recebe a notícia que terá em
sua turma um aluno autista a insegurança e ansiedade vem junto, pois o comportamento e
característica dessa criança é uma “caixinha de surpresas” e o professor precisa estar
interligado com a família da criança para juntos consigam trocar experiências, descobrir as
dificuldades que ela apresenta e trabalhar em conjunto para que essas dificuldades sejam
superadas e/ou ao menos minimizadas. Esse processo nem sempre é um processo fácil, pois
não só o professor está apreensivo com a chegada dessa criança, os pais por sua vez também
estão inseguros e apreensivos e também estão aprendendo a lidar com as especificidades do
filho, principalmente na faixa etária da pré-escola que é onde se descobre o autismo ou onde
ele ainda está sendo investigado.

Não temos condições de afirmar o quanto uma criança pode ou não aprender. O
importante é que os professores entendam que existem diferenças individuais entre
quaisquer crianças, existem preferências e ritmos de aprendizagem, e tudo isto deve
ser levado em consideração e ser respeitado no momento da organização de ações
educativas. Estas precisam estar ajustadas às necessidades educacionais dos alunos,
sem que os conteúdos acadêmicos sejam prejudicados. (MANTOAN, 2001, p. 24).

Observou-se que a maior dificuldade está ligada especificamente com a aprendizagem, pois
nos momentos de interação com a turma o relacionamento com os coleguinhas geralmente
acontece de uma forma natural e na maioria dos casos são bem sucedidas.
Notou-se também que o aluno autista depende muito da comunicação visual e esse ponto que
se inicia o grande problema da dificuldade de adaptação dos alunos autista na escola, pois na
maioria das vezes o professor se comunica apenas de forma verbal com os alunos e nesse
momento o autista não se sente totalmente incluído naquele ambiente por não ter conseguido
entender e compreender o comando do professor.
É preciso que o professor esteja sempre buscando formações, se atualizando no que
diz respeito ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) buscando melhorias, ferramentas,
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aprendizado e competência preparando-se para essa nova realidade onde é cada vez mais
comum a chegada de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na escola, e, com
isso criar estratégias eficazes e inovadoras, voltadas para facilitar a adaptação do aluno autista
no ambiente escolar, seja dentro ou fora da sala de aula.

4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS

Para coleta e análise de dados foram utilizados todos os meios disponíveis na escola
anteriormente citada, foram feitas varias reuniões com a professora e psicopedagoga
responsável pela sala do AEE (Atendimento Educacional Especializado), esta sala é toda
equipada e preparada para receber alunos especiais, principalmente autistas. Dentre os
equipamentos a sala disponibiliza mesinhas digitais com jogos educativos, que funcionam
como ferramenta ludopedagógica e apoiam o desenvolvimento cognitivo e motor das crianças,
Neste ambiente pode-se observar e acompanhar o dia a dia de crianças autistas as
características e comportamentos diferentes que cada uma apresenta em sua individualidade.
Em algumas conversas informais com a profissional psicopedagoga ela explica um pouco das
dificuldades de adaptação dessas crianças, pois seus comportamentos são únicos, e, com isso
cada criança que chega a escola é um novo desafio, uma nova descoberta, ou seja, para cada
aluno se aplica uma nova técnica de aprendizado e inclusão.
Acompanharam-se algumas entrevista com os pais e familiares de alunos especiais.
Essa entrevista é na verdade um relatório da criança, esse relatório começa desse o histórico
de vida dos pais e familiares, de relatos da gestação, do momento do parto, e do
desenvolvimento e comportamento da criança desde seu nascimento até a fase em que esta.
Com os dados coletados na entrevista pode-se conhecer melhor o comportamento da criança e
quais atividades serão mais em sucedidas no caso especifico daquele aluno. Na entrevista
constata também a realidade dessas famílias os desafios que enfrentam no dia a dia e as
dificuldades que enfrentar ao tentar incluírem seus filhos no ambiente escolar, uma vez que
essa adaptação é muito difícil, complicada e na maioria das vezes a criança não quer aceitar.
Já na sala de aula pode-se acompanhar a rotina no dia a dia do ambiente escolar, desde
sua chegada a escola, o desenvolvimento das atividades, a interação com os demais
coleguinhas. Neste momento observaram-se as dificuldades apresentadas pelo aluno autista
em conseguir acompanhar o andamento normal da rotina escolar, onde se apresenta uma
figura de estrema importância na no acompanhamento e desenvolvimento do aluno autista
constantemente “o monitor”. O monitor da sala desempenha um papel crucial na inclusão da
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criança autista e precisa estar atento e orientar e/ou auxiliar a criança de uma forma mais
direta para que o mesmo consiga acompanhar os demais nas atividades corriqueiras da escola.

5 INTERVENÇÕES

Durante o período de estagio houve o acompanhamento da aluna Barbara, aluna do


infantil V, a Barbara é uma criança alegre, meiga e muito inteligente, apresenta dificuldade na
comunicação verbal, tem dificuldades em aceitar carinho como, por exemplo, beijos e
abraços, se sente frustrada quando tenta se expressar verbalmente e não é compreendida,
também não gosta de quando por algum motivo é chamada sua atenção.
Neste momento não se teve a oportunidade de intervir com uma metodologia própria e
sim de acompanhar a aluna como monitora em suas atividades corriqueiras normais observou
que a mesma conhece as letras, números, formas e cores.
Ao chegar à sala a professora regente logo mostrou o lugar onde a criança deveria
sentar ao chegar e explicou que aquele era designado a ela, quando a Barbara chegava à sala
se demonstrava triste e era uma luta diária para convencê-la a sentar naquele lugar, na
segunda semana de observação e já uma proximidade melhor com ela perguntei se ela mesma
gostaria de escolher o lugar para sentar e ela respondeu que sim, ao tentar explicar para a
professora a mesma questionou alegando que sempre que estudou sobre o aluno autista era
dito que o mesmo precisaria de uma lugar estipulado para ficar. Frente a essa declaração
sugeri que apenas naquele dia a deixasse escolher seu lugar, e foi nítida sua alegria e
satisfação a partir desse dia ela chegava à sala sorridente observava e apontava um lugar como
se tivesse pendido aprovação para sentar naquele lugar escolhido por ela. Com isso percebeu-
se uma grande evolução em sua interação com os demais coleguinhas.
Outro ponto importante observado foi o fato de que Barbara é uma aluna
extremamente visual e depende do contato visual para desenvolver suas atividades seja
através da monitora mostrando na prática o que a atividade pede ou observando outro
coleguinha. Orienta-se através das plaquinhas com figuras das rotinas que indica o que irá
acontecer naquele momento ou qual atividade será realizada como, por exemplo: é hora do
parque, hora do lanchinho, hora de desenvolver a atividade, hora da historinha, entre outras
plaquinhas com figuras indicativas.

5.1 REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES


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A partir da análise das intervenções foram identificadas e registradas estratégias a fim
de adquirir as habilidades básicas de desenvolvimento do aluno autista. Segundo Baptista
(2002), os objetivos de trabalho com o aluno devem ser definidos tomando o sujeito como
referencia. O conhecimento prévio acerca da intensidade do comprometimento é importante
no sentido de dar prioridade a metas específicas. Quanto à operacionalização, é necessário
compatibilizar, por meio de um quadro flexível de ação, as necessidades do aluno e as
propostas do currículo. Para viabilizar essa articulação, busca-se ampliar o tempo do aluno em
sala de aula, podendo ser atendido individualmente ou com colegas, em pequenos grupos
(neste caso é a sala do AEE).
A família tem papel importantíssimo no acompanhamento e participação das
avaliações pedagógicas e psicopedagógicos do aluno, e assim, juntos (família, professor e
aluno autista) estabelecem meios de compreender a validação e eficácia dos procedimentos
pedagógicos administrados na escola.
Houve desmistificação principalmente no que diz respeito ao lugar (espaço na sala)
que era reservado para a aluna e passou a não mais existir.
Um caminho sugerido para transpor dificuldade da aluna em questão além de trabalhar
mais com a comunicação visual, apresentar a ela atividades lúdicas, pois segundo Piaget
(1971) o desenvolvimento da criança acontece através de lúdico, ela precisa brincar para
crescer.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Crianças autistas possuem dificuldades em serem incluídas com sucesso ao ambiente


escolar de ensino regular por falta de planejamento dos professores para ensiná-la com prazer
e de forma acolhedora, mas essa não é a principal dificuldade, podendo também enumerar as
seguintes: material lúdico e didático que não foram adaptados para facilitar a aprendizagem da
criança autista; falta de conhecimento do professor que mostra a necessidade de formação e
capacitação para entender as especificidades da criança autista; e também, a quantidade de
alunos em sala de ensino regular com demanda, diferente das salas especiais, são pontos que
dificultam a adaptação escolar e o desenvolvimento da aprendizagem do aluno autista.
Através de pesquisas bibliográficas levantaram-se informações importantes para a adaptação e
inclusão da criança autista no ambiente escolar. Dessa forma, o objetivo do estágio foi
atingido, pois se conseguiu enumerar as principais dificuldades que as crianças autistas
enfrentam na adaptação escolar e também os desafios enfrentados pelos professores para
relacionarem adaptação do ensino em salas de ensino regular para alunos autistas.
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Segundo os estudos analisados e a intervenção na escola, a falta de conhecimento dos fatores
inerentes ao autismo caracteriza na principal dificuldade no processo de adaptação escolar, no
ensino aprendizagem e a socialização do aluno autista.

Recomenda-se, aos professores uma melhor administração do tempo de ensino,


diferenciando-o para os alunos autistas, pois eles necessitam de maior tempo para concluir
suas atividades. É importante que o ambiente da sala de aula possa ser estimulante fazendo-o
sentir-se bem e aceito para poder interagir socialmente. Por isso, reitera-se que o
planejamento das atividades é primordial, o professor precisa se dedicar na investigação de
atividades e situações de sala de aula que mais se adéquem a estes alunos.
Portanto, a adaptação escolar para alunos autistas deve fazer parte das práticas de
planejamento dos professores de ensino regular, pois além de contribuir no processo de
aprendizagem, auxilia no desenvolvimento da flexibilidade, da acomodação, bem como do
trabalho simultâneo, cooperativo e participativo.
Por fim, a educação inclusiva é desafiadora, especialmente quando nos referimos à
criança com autismo, pois suas características específicas exigem maior empenho por parte
dos profissionais em conhecê-las bem como uma adaptação das instituições educacionais à
realidade dessas crianças. Dessa forma, conclui-se que há necessidade de mais estudos
voltados para educação inclusiva de crianças com autismo para embasar a atuação dos
profissionais.

7 REFERÊNCIAS

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Caminhos Pedagógicos da Inclusão. São Paulo: Memnon,
edições científicas, 2001.
PESSOTTI, Isaias. Deficiência Mental: da superstição à ciência. São Paulo: EDUSP, 1984.
BRASIL, MEC. Lei de Diretrizes e Bases no 9394/96. Brasília: MEC, 1996.
SILVA, Maria do Carmo Bezerra de Lima; Brotherhood, Rachel de Maya. Autismo e
inclusão: da teoria à prática. Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar.
Maringá, Paraná. 2009. http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/6073 Acesso em 10
de agosto de 2022.
BRIDI, F.R.S. Um breve olhar sobre o início e a história da educação especial. Revista
Litterarius. V.5, n. 2 (jul/dez. 2006). Santa Maria: Biblos Editora, 2006.BAPTISTA, C. R.;
BOSA, C. Autismo e Educação: reflexões e propostas de intervenção. Porto Alegre: Artmed,
2002.
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PIAGET, J. A formação do símbolo na criança, imitação, jogo, sonho, imagem e
representação de jogo. São Paulo: Zanhar, 1971.

ANEXOS:

1. Carta de apresentação.

2. Termo de compromisso.
3. Termo de Consentimento.
4. Declaração de Estágio.
5. Autorização dos Pais.
6. Laudo ou Diagnóstico.
7. Roteiro de Intervenção.

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