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APRESENTAÇÃO
A partir de agora, você terá a oportunidade de adentrar no universo das discussões acerca da Educação
Especial, para, assim, repensar as concepções, posturas e as (re)ações que você possa ter no âmbito
educativo. A Unidade de Aprendizagm trará também o Plano de Atendimento Educacional Especializado -
AEE, a fim de possibilitar que você perceba sua significância e importância neste cenário. Você verá, ainda,
uma compreensão sobre o currículo escolar frente às questões que envolvem a pessoa com deficiência. É
conhecimento para todo lado!
Bons estudos.
DESAFIO
Imagine que você é um(a) professor(a) de determinada escola e necessita elaborar um Plano de Atendimento
Educacional Especializado - AEE de maneira que este precise possibilitar recursos pedagógicos necessários
para que a aluna Gabriela Maria de Miranda, de 10 anos, seja incentivada a se expressar, pesquisar,
inventar hipóteses e reinventar o conhecimento partindo de suas próprias experiências, como também se
tornar independente, autônoma nas atividades escolares e da vida diária e aprender a conviver e interagir
com seus pares.
No Infográfico a seguir, você terá a chance de aprender um pouco mais sobre algumas características
importantes para a elaboração de um currículo escolar inclusivo, para, assim, descobrir que a escola deve
ocupar-se da formação do sujeito e estimular o desenvolvimento das habilidades e competências de cada
aluno. É preciso levá-los/as a aperfeiçoar as próprias características e descobrir recursos para lidar com suas
dificuldades e/ou inabilidades.
CONTEÚDO DO LIVRO
PSICOLOGIA E
A PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
Vania Aparecida
Maques Leite
O plano de atendimento educacional especializado
e os desafios para a inclusão do aluno com
deficiência, no currículo geral
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A matrícula de alunos com necessidades especiais na escola regular não é
garantia de educação inclusiva, apesar de ser um passo importante
nessa direção. Estar incluído implica apropriar-se do saber e das
oportunidades educacionais oferecidas à totalidade dos alunos. Isso
requer dos governos e gestores escolares ações que façam valer os
direitos resguardados pela política nacional de educação especial na
perspectiva da educação inclusiva. Mas o que precisa ser feito para
que a educação inclusiva se efetive nas escolas? O que caracteriza
um currículo inclusivo? Como as necessidades educacionais desses
alunos podem ser atendidas?
Neste capítulo, você vai encontrar respostas para essas
questões. Inicialmente, abordaremos as diretrizes nacionais para a
inclusão desses alunos no currículo regular; em seguida, trataremos
das diretrizes para o atendimento educacional especializado (AEE).
Por fim, apresentaremos alguns elementos que devem compor um
Plano de Atendimento Edu-
2 O plano de atendimento educacional especializado e os
desafios...
Para ler mais casos como este, acesse o documento “Educação inclusiva: o que
o professor tem a ver com isso?”, disponível no link a seguir.
https://goo.gl/jPbHiQ
Acessibilidade atitudinal
Uma das demandas mais prementes no atual cenário da educação é a cons-
trução de uma cultura curricular comprometida com a ética e o respeito aos
direitos humanos. Para Sassaki (2009), a acessibilidade atitudinal se insere
no modo como a escola oportuniza a construção dessa cultura. Nesse
sentido, é importante que o currículo escolar contemple a formação humanista,
por meio da abordagem de conteúdos atitudinais, que possam combater a
discriminação e o preconceito, assim como valorizar atitudes mais inclusivas
e abertas ao acolhimento da diversidade em todas as suas formas de
expressão.
Para promover o desenvolvimento de atitudes mais humanitárias, combater a discrimi- nação e pro
Acessibilidade arquitetônica
Ao tratar dessa dimensão, Sassaki (2009) reitera os dispositivos da Portaria
nº. 3.284, de 7 de novembro de 2003 (BRASIL, 2003), que dispõe sobre
requi- sitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências. Da mesma
forma, o Decreto nº. 5.296, de 2 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004)
estabelece as normas gerais e os critérios básicos para a promoção da
acessibilidade das
O plano de atendimento educacional especializado e os 9
desafios...
Acessibilidade comunicacional
Em conformidade com a Resolução CNE/CEB nº. 2/2001, art. 12, § 2º
(BRA- SIL, 2001), o autor chama atenção para a necessidade de a escola
eliminar as barreiras comunicacionais, servindo-se de recursos e serviços
que propiciem e/ou ampliem habilidades funcionais de pessoas com
deficiência nessa área.
Para assegurar a acessibilidade dos estudantes com dificuldades de comunicação ao processo educati
capacitação do corpo técnico-administrativo e dos professores em noções básicas da Língua Brasileira
contratação de tradutor-intérprete para acompanhamento do aluno surdo nas atividades curriculare
instalação de softwares sintetizadores de voz e ampliadores de telas nos compu- tadores da bibliotec
10 O plano de atendimento educacional especializado e os
desafios...
Acessibilidade metodológica
Segundo Sassaki (2009), a acessibilidade metodológica indica a supressão das
barreiras nos métodos e nas técnicas de ensino. Essa forma de acessibilidade
defende como princípio a diferenciação dos dispositivos de aprendizagem,
adequando estratégias e recursos para ensinar de forma diferente aqueles que
necessitam de algumas diferenciações para aprender com equidade.
Acessibilidade instrumental
De acordo com Sassaki (2009), a acessibilidade instrumental se refere à pro-
visão de recursos materiais específicos para atender às necessidades de
apren- dizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais. Tais
materiais podem ser adquiridos ou adaptados, conforme a demanda
pedagógica. Em ambos os casos, a escola deve contar com o apoio do
atendimento educacio- nal especializado, que ajudará os professores na
identificação dos recursos necessários, bem como na sua aquisição.
O plano de atendimento educacional especializado e os 11
desafios...
Acessibilidade programática
Sassaki (2009) afirma que a acessibilidade programática diz respeito à eli-
minação de barreiras relacionadas às políticas públicas e à legislação. Para
que essas barreiras sejam rompidas, faz-se necessária a conscientização de
todos os agentes responsáveis direta e indiretamente pela educação, sobre os
direitos assegurados à inclusão educacional.
Como exemplo de acessibilidade programática, podemos citar a recorrência de casos em que os alun
Embora os alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes de altas habilidades ou super
Alunos com altas habilidades/superdotação apresentam desempenho acima da média ou elevada pote
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desafios...
O professor do AEE
A Política Nacional de Educação Especial (2008b) reafirma a necessidade de
que as duas modalidades de ensino — educação especial e educação regular
— dialo- guem. Nesse sentido, o professor do AEE tem um papel de
articulação e suporte ao projeto pedagógico da escola, e deve buscar
constantemente esse diálogo.
Em seu artigo 12º, a Resolução CNE/CEB 04/2009 indica que esse pro-
fissional deve ser habilitado para o exercício da docência e possuir formação
específica na educação especial. O documento destaca ainda as atribuições
desse profissional, descritas a seguir (BRASIL, 2009):
devem atender alguns critérios e realizar um cadastro, que será avaliado pela
Secretaria de Educação e encaminhado para as providências junto ao MEC.
[...] com base nos dados coletados na avaliação, o professor é capaz de planejar
e oferecer respostas educativas específicas adequadas e diversificadas, que
proporcionam para o aluno, formas de superar ou compensar as barreiras de
aprendizagem existentes nos diferentes âmbitos (POKER et al., 2013, p. 22).
Saiba mais sobre a avaliação do aluno com deficiência nos tópicos a seguir.
Condições gerais de saúde: verificar se há presença de deficiência ou problemas de saúde, indi
Necessidades educacionais específicas: identificar e avaliar indicadores que possivelmente ap
Desenvolvimento: para avaliar o desenvolvimento do aluno, devem ser observa- dos aspectos co
O plano de atendimento educacional especializado e os 19
desafios...
A Dica do Professor está trazendo orientações de como avaliar e perceber o desenvolvimento de alunos com
deficiência intelectual, quais ferramentas e quais estratégias utilizar neste processo, no contexto escolar. É
mais uma possibilidade de aprendizagem que irá contribuir com o seu catálogo de diferentes conhecimentos!
Então vamos lá!
EXERCÍCIOS
A) Políticas públicas.
B) Adequação curricular.
D) Exclusão.
E) Diversidade.
B) A autoridade da escola.
B) Educação Especial.
C) Acessibilidade.
E) Adaptações curriculares.
4) Propicia ao aluno com necessidades especiais a apropriação do conhecimento escolar junto com
os demais e, para isso, faz-se necessário um planejamento inclusivo e coerente.
O texto se refere a:
A) inclusão socia
C) Inclusão escolar.
B) Integração sociall
D) Formação continuada.
E) Acessibilidade.
A) Acessibilidade.
B) Formação continuada.
D) Avaliação diagnóstica.
E) Apoio pedagógico.
NA PRÁTICA
Adaptações e inclusão do aluno com deficiência no currículo geral Geralda Timóteo Ribeiro é mãe de Júlio
Rômulo Ribeiro, de 7 anos, e diz que o filho, matriculado em uma escola municipal na região
metropolitana de São Paulo, exige mais atenção e paciência para aprender.
Júlio tem síndrome de Down e está na escola desde os 4 anos de idade. Ele está integrado aos outros colegas
e tem as mesmas exigências que eles.
Geralda diz o seguinte: “A evolução de Júlio [em uma instituição só para alunos especiais] teria sido
mínima, ele é muito esperto e inteligente.” Para a mãe, a convivência com as outras crianças só traz
vantagens. Ela diz que não é comum o filho sofrer preconceito ou bullying por parte dos colegas. Pelo
contrário, é querido pelos amigos, que se oferecem para ajudá-lo em várias situações e se preocupam quando
ele falta à escola. O garoto reconhece todas as letras do alfabeto, lê e escreve algumas palavras e aprendeu a
dizer as cores em inglês.
Além da escola, Letícia faz atividades na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São
Paulo para estimular raciocínio e coordenação motora. Com anos de experiência no trato com crianças e
jovens com deficiência intelectual, Valquíria Barbosa, gerente de serviço sócioassistencial da Apae de São
Paulo, afirma que a criança com deficiência exige aulas mais lúdicas, repetições e um currículo flexível. Na
ausência desses itens, a verdadeira inclusão fica comprometida.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: