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Educação Inclusiva

Módulo Complementar
Aula 1

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO


SE 1 - Departamento de Ações Educacionais
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
Silvia de Araújo Donnini

DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS-SE 1


Nueli Olinda Quirino de Souza Vinturini
Patrícia dos Santos Vieira de Oliveira
Rosangela Alves Babinska

DIVISÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL, EDUCAÇÃO INFANTIL E DE JOVENS E


ADULTOS- SE 11
Vanessa de Magalhães Pina

DIVISÃO DE SUPORTE AO ENSINO - SE 12


Regina Maura Mazzari Viegas

SEÇÃO DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES- SE 121


Rosa Maria Monsanto Glória

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- NEAD


Kátia Raquel Viana
COORDENAÇÃO GERAL DO CURSO
Joseleine de Campos Gomes
Olga Kikue Takinami

PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Ana Maria Diniz Canet
Ana Paula Neves Lopes
Andrea Mariz de Medeiros Girardi
Bárbara Lobo Gonçalves Preto
Flávia Alves Lente
Juliana Pereira Lopes
Márcia Azevedo de Sousa Matumoto
Márcia Maria Maiole Carvalho
Maria de Fátima Neves da Silva
Talita Rodrigues da Silva
Colaboradora: Carla Silvestre

PROJETO CRIATIVO, COPIDESQUE E DESIGN INSTRUCIONAL


Katia Raquel Viana
Vinicius Salermo de Lima

EDIÇÃO GRÁFICA E DESENVOLVIMENTO WEB


Vinicius Amorim Belli

ADMINISTRAÇÃO DE DADOS
Bárbara Paz Rodrigues Marques Trovão
Apresentação

Sejam bem-vindos ao Módulo Complementar do


curso Educação Inclusiva.
No Módulo Básico, tivemos acesso às informações
sobre a história, a legislação e a organização dos
sistemas de ensino no que diz respeito às conquistas e
desafios no atendimento dos alunos com deficiência,
levando-se em consideração os conceitos sobre a
Infância.
Neste módulo teremos 7 aulas, uma aula por
semana. Estas aulas retomam os aspectos estudados no
Módulo Básico, porém com abordagem específica nos
diferentes temas e ações inclusivas que podemos
implementar nas escolas nas mais diversas funções.
Iniciamos o módulo com a aula que trata da
Educação para todos e a garantia de direitos. Esta aula
nos levará a refletir sobre a inclusão na rede regular de
ensino dos alunos em situações diferenciadas.
Na sequência teremos as aulas 2,3, 4 e 5 que tratam
da importância da mediação nas ações escolares para o
avanço nas aprendizagens cotidianas nos mais diferentes
aspectos do desenvolvimento humano: constituição
psíquica e da identidade; comunicação e linguagem e o
lúdico como mola propulsora do desenvolvimento.
Nas aulas 6 e 7 o foco estará voltado para a
acessibilidade de materiais, mobiliários, recursos de
tecnologia assistiva para os alunos com deficiência

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considerando-se a rotina, os espaços e tempos escolares.
As aulas são compostas por textos básicos que
apresentam os conceitos e as fundamentações teóricas,
buscando articulação com as ações cotidianas que nos
aproximam da realidade vivenciada e das possibilidades
de novas reflexões. Há indicação de materiais
complementares para ampliar o conhecimento básico
apresentado na aula. No item “Consolidações” haverá
um breve resumo dos pontos mais significativos. Desta
forma, o cursista poderá revisar aqueles que por algum
motivo não estão claros.
Ao final de cada aula haverá também a validação de
aprendizagem através da resposta a questões que
verificam se os conteúdos foram assimilados de forma
satisfatória pelo cursista. A realização desta atividade fará
parte da certificação. No final do módulo (na última aula),
além da validação da aprendizagem da aula, haverá um
formulário obrigatório para avaliação do curso. Ele é
nosso recurso para avaliarmos a linguagem , os
conteúdos e as estratégias utilizadas, pois queremos
propor novos temas para formação.
É importante que todos estejam atentos aos
conteúdos e às orientações propostas em cada aula.
Esperamos que este curso traga novos e efetivos
conhecimentos para sua atuação profissional.

Bons estudos!

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Introdução

Educação para todos e a garantia de direitos

Uma Educação para Todos é uma educação universal


e pressupõe um olhar para as diferenças de todos os
alunos, não apenas daqueles com deficiência. Precisamos
incluir os alunos que de alguma forma, seja por classe
social, raça, vulnerabilidade, violência ou por qualquer
outra questão, estão marginalizados e com o direito à
educação violado. Sabemos que não é uma tarefa fácil,
mas é importante destacar que garantir uma educação
para todos pressupõe além da flexibilidade da escola e do
modo de ensinar, a parceria na construção de políticas
públicas.
Nesta perspectiva, iremos conversar sobre os direitos
humanos no cotidiano escolar, a proteção social na escola,
o sistema de garantia de direitos de crianças e
adolescentes e as redes de proteção do território para
juntos entendermos mais sobre este universo complexo e
sobre o nosso papel de educador nesse contexto.

Imagem:https://pixabay.com/images/id-5450025/

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Direitos Humanos no Cotidiano Escolar

O que são
Direitos Os direitos humanos são
Humanos direitos inerentes a todos os
mesmo? seres humanos,
independentemente de raça,
nacionalidade, etnia, sexo,
idioma, religião ou qualquer
outra condição
Imagem:https://pixabay.com/images/id-1844435/

“A escola é um espaço privilegiado para a construção


da cidadania, onde um convívio harmonioso deve ser
de garantir o respeito aos Direitos Humanos e educar
a todos no sentido de evitar as manifestações da
violência “ (Faceiros, 2007, p.7).

Falar de Direitos Humanos na Educação significa


ultrapassar a simples dimensão informativa sobre a
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e a
contemplação das vitórias dos movimentos sociais sobre
as crueldades cometidas na trajetória da Humanidade.É
imperativo um esforço maior de cada um de nós para
reconhecer sua importância para o desenvolvimento da
humanidade e para a vida em sociedade de forma plena.
Trata-se, portanto, de reconhecer e viver sua realização,
ou seja, conhecer os direitos humanos implica em
transformar-se a ponto de mudar as atitudes, posturas,
escolhas e decisões.

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“Os Direitos inscritos nesta declaração constituem um
conjunto indissociável e interdependente de direitos
individuais e coletivos, civis, políticos, econômicos,
sociais e culturais, sem os quais a dignidade da
pessoa humana não se realiza por completo”
(Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH,
1996).

Para Refletir
A realização de um direito implica na realização de
outro, como por exemplo, o direito à Educação
implica no direito à Saúde, Alimentação, etc.,
consequentemente, violar um direito traz
consequência a outros.

Direitos humanos na escola, o que você precisa


saber?
A escola é responsável por atuar na formação dos alunos
para valorização e respeito aos Direitos Humanos, conforme
estabelecido na Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012, que
estabelece as diretrizes nacionais para a educação em
direitos humanos:
Art. 3º A Educação em Direitos Humanos, com a
finalidade de promover a educação para a mudança e
a transformação social, fundamenta-se nos seguintes
princípios:
I - dignidade humana;
II - igualdade de direitos;
III - reconhecimento e valorização das diferenças e
das diversidades;
IV - laicidade do Estado;
V - democracia na educação;

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VI - transversalidade, vivência e globalidade; e
VII - sustentabilidade socioambiental.

Art. 6º A Educação em Direitos Humanos, de modo


transversal, deverá ser considerada na construção dos
Projetos Político-Pedagógicos (PPP); dos Regimentos
Escolares; dos Planos de Desenvolvimento
Institucionais (PDI); dos Programas Pedagógicos de
Curso (PPC) das Instituições de Educação Superior;
dos materiais didáticos e pedagógicos; do modelo de
ensino, pesquisa e extensão; de gestão, bem como
dos diferentes processos de avaliação.

Você Sabia?
Direitos Humanos - são aqueles conferidos à pessoa
e devem ser respeitados em todos os países, são
universais.
Direitos Fundamentais - são os direitos
estabelecidos para serem respeitados dentro de um
determinado país e podem não valer para outros.

A educação para todas as pessoas, efetivada pela Lei


de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)
desde 1996, abre espaço para a discussão sobre o direito a
ser diferente, sem preconceitos e discriminação. A
diversidade humana ganhou relevância à medida que
alguns marcos legais, como a Constituição Federal de
1988, garantiu os direitos fundamentais dos cidadãos
brasileiros.
A partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação de 1996, efetiva-se o acesso à Educação

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para todos, amplia-se o ensino obrigatório, atendendo
jovens e adultos não alfabetizados e com baixa
escolaridade; garante-se a escolarização de pessoas com
deficiência no sistema comum de ensino, configurando
avanços para a superação da histórica da violação de
direitos destes e de outros segmentos segregados.

SAIBA MAIS

O que acha de ler o Plano Nacional de


Educação em Direitos Humanos agora?

Vamos lá?
Você não vai se arrepender, pois ampliará seu
conhecimento sobre o tema!
Acesse através do link:
http://portal.mec.gov.br/docman/2191-plano-n
acional-pdf/file ou utilize o leitor de QR Codes
do seu smartphone:

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Proteção Social na Escola

Proteção Social é um conjunto de


medidas de prevenção que visa criar
e sustentar condições que
mantenham um grupo fora de perigo,
que ofereça isolamento sobre algum
risco, seja físico ou simbólico. Estado,
indivíduos, sociedade civil e outros
https://publicdomainvectors.org
grupos podem ser chamados a
dirigir esforços nesse sentido.

Muitos de nós já ouvimos a afirmação de que a escola é


um fator de proteção das crianças e dos adolescentes. De
fato, a escola é protetora não só por sua característica
física, ou seja, um espaço com profissionais comprometidos
com as finalidades do serviço público que pode oferecer
abrigo e acolhimento aos cidadãos que a utilizam. Ela
exerce proteção pelo poder que é conferido a esta
instituição, objetiva e subjetivamente, a constância do
encontro aliada a relação de confiança que se constrói. Os
recursos e possibilidades oferecidos pela escola podem
conferir as ideais condições para se estabelecer círculos de
amizades, grupo de apoio emocional, construção de sua
identidade, cidadania ativa, participação social, acesso ao
conhecimento e outros bens culturais construídos pela
humanidade.

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O Estado é convocado a oferecer aportes por meio de
serviços, ajuda material e benefícios em situações que
requerem a regulação ou intervenção governamental,
como nas calamidades, violência e ataques a indivíduos ou
grupos, miséria extrema, entre outras. Também indivíduos
ou grupos e sociedade civil organizada podem ser
chamados a dirigir esforços nesse sentido, reivindicando,
desenvolvendo ações, reagindo a consequências ou
apoiando outras tantas ações.
A Educação e o conhecimento propiciam a crítica, a
autonomia, o valor da liberdade e da igualdade entre as
pessoas e, portanto, dizemos que ela protege do ciclo,
muitas vezes, recursivo do abandono emocional e social;
da influência e manipulação; do domínio das tramas da
exploração sexual; do trabalho infantil; da exclusão ou
inserção precária no trabalho e emprego; do tráfico de
drogas; da marginalidade; do signo da desqualificação;
ignorância e da alienação.

A escola exerce papel fundamental tanto na


prevenção quanto no combate às violações de
direito. Em primeiro lugar, o papel preventivo se
dá à medida que desenvolve sua função
educativa, intervindo junto aos alunos na
construção de formas de convivência baseadas
na lógica de defesa dos indivíduos e da
preservação da dignidade individual e dos
valores sociais como liberdade, pluralismo,
democracia, tolerância, solidariedade, entre
outros.

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Cabe ainda à escola garantir o direito subjetivo à
educação às crianças, adolescentes, jovens e adultos que
não tiveram acesso à escola na idade própria. Essa
diversidade de usuários lhe confere condição privilegiada
favorecendo a identificação de violações de direitos.
Violações geradas ou ocorridas nas famílias ou na
sociedade, que podem trazer prejuízos ao desenvolvimento
dos estudantes e seus reflexos são percebidos no cotidiano
escolar.

Como posso romper o


ciclo da violência?

Imagem:http://www.projetocalcada.org.br/o-impacto-da-violencia-domestica
-em-criancas-e-adolescentes/

O educador além de exercer papel relevante na tarefa


de identificar, também deve contribuir para a articulação
de um conjunto de ações que visem a interrupção da
situação de violência vivida. Coloca-se aqui então, o
postulado da preservação dos vínculos familiares e
comunitários como principal caminho para superação de
riscos e vulnerabilidades sociais.

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“O que se enfatiza, em síntese, é que, embora seja
afetada pelas formas de violência presentes na
sociedade em que está inserida, a escola, por se tratar
de uma instituição que trabalha com o conhecimento,
pode produzir também as condições para seu
enfrentamento e superação, seja na identificação e
denúncia de situações de violência, seja no modo
como conduz, por meio da escuta e do diálogo, as
situações de conflito que são vivenciadas em seu
interior, seja no exercício de seu papel formativo e de
proteção”. (SETÚBAL, 2009)

O primeiro passo para que possamos contribuir para


que estas situações não ocorram com nossos alunos, é
conhecer quais são as situações de vulnerabilidade. São
aquelas que podem colocar o ser humano em risco, que
afetam principalmente as minorias, como dos que
precisam defender e afirmar suas preferências e opções
pessoais; daqueles que estão fragilizados e com seus
vínculos familiares e comunitários afetados e que
requerem a ação e a intervenção do Estado e da
sociedade, porém sempre considerando a centralidade da
família no planejamento e consecução de estratégias,
mecanismos e recursos para restauração dos direitos
ameaçados ou violados.
É certo que para o sucesso dessa proposta é
imprescindível que os serviços de apoio estejam
estruturados e ao alcance desses potenciais usuários.
Também é correto lembrar que a intervenção em
situações de crise deve ser qualificada para possibilitar
aquisição de meios dialógicos de construção de novas
formas de relação entre os membros, para que assumam

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suas responsabilidades nos cuidados e seus papéis
no grupo ou núcleo familiar. A intervenção se mostrará
eficiente à medida que se perceba a superação de
padrões autoritários, do uso da força física ou da
opressão, reconhecendo os sinais e consequências da
violência – que pode ser o abandono, a negligência ou
qualquer outra. Caso isso não ocorra, será necessário
utilizar outros recursos e buscar novas estratégias de
intervenção.
Enfatizamos a importante contribuição dos mais
diferentes órgãos de Proteção como: Conselhos
Tutelares, Justiça da Infância e da Juventude, Ministério
Público e todo Sistema de Garantia de Direitos. Na esteira
da estrutura que o Estado deve prover está o
acompanhamento para a reintegração, assim como para
uma rápida intervenção diante de recaídas e obstáculos
que precisarão ser superados por todos os envolvidos..

Qual a importância da Educação na elaboração


das políticas públicas para a infância?
Como vimos, a Educação é tão importante na luta
pela ampliação dos Direitos Humanos, que é considerada
como um indicador nos planejamentos, avaliações, e
implantação de metas em outra políticas, inclusive
aquelas consignadas em nível internacional. Ora
apresentando-se como protagonista, ora
transversalizando outras políticas, a Educação contribui
na realização e na consecução de objetivos.

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Convém citarmos aqui alguns exemplos importantes:
acesso ao conhecimento e ao desenvolvimento urbano,
diminuição das desigualdades sociais, trabalho, meio
ambiente, esporte e cultura, combate à violência, inclusive
entre suas piores formas como exploração do trabalho
infantil, abuso e exploração sexual, entre outras.

Podemos afirmar que a escola é um fator


de Proteção Social, pois é parte de um
sistema articulado e de
corresponsabilidade entre Estado, família
e sociedade para promoção, proteção e
defesa dos Direitos Humanos.

Hoje é imperativo para a escola buscar compreender


melhor seus alunos, suas famílias, seu contexto histórico,
social, econômico, objetivando significar os conteúdos
pedagógicos e materializar a função social da escola.

Que tal assistir um vídeo sobre como


viver os Direitos Humanos na escola? Não
perca tempo! Acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=NJH9
PSVUgf4 ou utilize o leitor de QR Code
do seu smartphone,

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Sistema de Garantia de Direitos

A partir do Estatuto da Criança e do Adolescente


(ECA – Lei 8069/90), que reconheceu a criança e o
adolescente como pessoas em condição peculiar de
desenvolvimento, temos um sistema que nos orienta na
tarefa de protegê-los.
O Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente (SGDCA) é referência para políticas públicas
voltadas ao público infantojuvenil, seu processo inicial é
marcado pela Constituição Federal de 1988 e pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente.

“Art. 2º - Compete ao Sistema de Garantia dos Direitos


da Criança e do Adolescente promover, defender e
controlar a efetivação dos direitos civis, políticos,
econômicos, sociais, culturais, coletivos e difusos, em
sua integralidade, em favor de todas as crianças e
adolescentes, de modo que sejam reconhecidos e
respeitados como sujeitos de direitos e pessoas em
condição peculiar de desenvolvimento; colocando-os
a salvo de ameaças e violações a quaisquer de seus
direitos, além de garantir a apuração e reparação
dessas ameaças e violações” (CONANDA, 2006).

O Sistema de Garantia de Direitos está organizado em


três eixos:

Promoção Controle
Defesa de direitos social

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Defesa: entidades e instituições com meios
legais de garantir a realização da política,
como Conselho Tutelar, Vara da Infância,
Ministério Público.

Promoção de direitos: entidades e instituições


responsáveis pela formulação e execução de
políticas que materializam os direitos
universais e fundamentais, tais como o direito
à saúde e a educação.

Controle social: reúne sociedade civil,


Conselhos Municipais, entidades e instituições
com o dever de fiscalizar a efetivação dos
direitos.

A escola, uma das instituições fundamentais no


exercício de cidadania, localiza-se no Sistema de Garantia
de Direitos, tanto no eixo de Promoção quanto de
Controle Social, e constitui-se como um parceiro de
destaque na identificação de situações de violação de
direitos, inclusive aquelas mais complexas.

Ficou alguma dúvida?


Assista o vídeo A Rede de Garantias de
Direitos das Crianças e Adolescentes pois
dará uma noção melhor sobre o que foi
apresentado acima. Acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=bSHjK
jgES4k ou utilize o leitor de QR Code do
seu Smartphone.

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Cabe destacar que na mesma linha de garantia de
direitos da criança e do adolescente estão outras
legislações que asseguram direitos de outros grupos
excluídos como, por exemplo, os adultos com deficiência
e os idosos e que a família, o Estado e a sociedade
precisam ajudar a protegê-los. Para isso, seria importante
aprofundar o conhecimento junto ao Estatuto da Pessoa
com Deficiência e o Estatuto do Idoso, pois temos em
nossa rede alunos incluídos nestas legislações, portanto,
precisamos conhecer, respeitar e, sobretudo, ajudar a
protegê-los.
SAIBA MAIS

Então, vamos aprofundar o conhecimento


sobre os Estatutos mencionados?
Leia os artigos 27 e 28, referentes ao
direito à Educação, do Estatuto da Pessoa
com Deficiência, lei nº 13.146/2015. Você
poderá acessar através do link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_at
o2015-2018/2015/lei/l13146.htm

Leia os artigos 20, 21 e 22 , referentes ao


direito à Educação, do Estatuto do Idoso,
lei nº 10.741/2003. Acesse através do link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis
/2003/l10.741.htm

Imagem:https://pixabay.com/images/id-5422767/

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A Escola e a Organização do
Trabalho em Rede

“Uma nova realidade, mais complexa e


multifacetada tem provocado mudanças na forma
como a sociedade se organiza: a articulação em
parcerias e redes é um desses novos arranjos que
afloraram fortemente nos últimos anos, mesclando
ações da sociedade civil organizada, órgãos de
governo e empresas privadas” (Gonçalves e Guará,
2010, p.1).

O trabalho em rede constitui-se hoje uma grande


ferramenta para Rede de Proteção, principalmente em
um contexto em que a exclusão social é marcante.
A esta rede, formada em torno da defesa, ampliação e
garantia de direitos, chamamos de Rede de Proteção
Social, que pode se dirigir a diferentes faixas etárias,
diferentes segmentos, diferentes vitimizações, enfim, aos
sujeitos de direitos em suas diversas representações.

Como materializar o trabalho da


rede de proteção, com a participação
da escola?

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A necessidade de fazer mais e melhor frente à
violação dos Direitos Humanos e Sociais da população
local impulsionou a busca por articulações com os
diversos setores das políticas sociais e organizações da
sociedade civil instalados nos territórios do município.
Assim surgiu a estratégia de trabalho em rede
utilizada pelas escolas com a realização de reuniões
intersetoriais para fortalecer o diálogo entre os serviços
que atuam com os mesmos núcleos familiares no
território.
O sentido de “rede” pode ser entendido como
sistemas organizacionais capazes de articular indivíduos
e instituições de maneira democrática para resolução de
questões comuns, sendo que cada um em sua
especificidade traz contribuições para resolução conjunta
do problema, avançando no sentido de evitar ações
burocratizadas e contribuir com a eficiência no
encaminhamento das soluções.
A aplicação desta estratégia implica na pactuação de
ações, comprometendo os profissionais, os serviços e as
instituições.

“As redes de proteção social “são tecidos sociais que


se articulam em torno de objetivos e focos de ação
comuns, cuja teia é constituída num processo de
participação coletiva e de responsabilidades
compartilhadas, assumidas por cada um e por todos
os partícipes” (FALEIROS, 2007, p. 79).

20
Nos casos em que o órgão responsável por assegurar
os direitos não estiver cumprindo seu papel e suas
responsabilidades, é possível comunicar, por meio de
relatório devidamente assinado, à Secretaria de
Educação, que encaminhará ao respectivo Conselho,
solicitando providências:

CONSELHOS DE DIREITOS

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente( CMDCA)
Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa
Portadora de Deficiência (CMAPPD)
Conselho Municipal de Educação (CME)
Conselho Municipal de Saúde (CMS)
Conselho do Idoso (CI)
Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS)

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Breve Panorama de
Organizações em Rede

“Pode-se dizer que no Brasil o fenômeno da


organização dos movimentos sociais em rede inicia-se
nos anos 60, em função da necessidade de
articulação dos atores políticos democráticos em luta
contra a ditadura, pela democratização e pelos
direitos humanos” (WWF, 2003).

Conforme consta no documento de “Proteção


Integral: Qualificando o cotidiano escolar” (2016, p.16)
ilustramos como se compõe a parceria na Rede de
Proteção local das instituições e dos respectivos
serviços:

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A rede pode se constituir a partir da iniciativa de um
profissional ou instituição no território. Na estratégia do
trabalho em rede os objetivos e metas são definidos
pelos próprios integrantes, bem como a inserção de
outras políticas, conforme a demanda. Não há hierarquia,
a participação é voluntária e democrática.
É no território, espaço das interações sociais, onde os
serviços acontecem.
Aqui, neste recorte geográfico que transcende os
limites físicos e alcança a dimensão do espaço e tempo,
da construção de modos e culturas, alianças, desejos,
necessidades e estratégias comuns que a escola busca
articular-se com os outros serviços para encontrar
contribuições e interações para problemas e
necessidades comuns, desde pequenas pendências
burocráticas até o planejamento de ações e indicações
basilares para as demais políticas.
Diante deste significado de “território”, o seu conceito
ultrapassa o contorno convencional da geografia política:
rua, vila ou bairro. É um processo sócio-histórico,
marcado pelas relações de poder, cooperação,
dependência, associações e outros arranjos, carregando
saberes populares e as lutas locais. Influencia e é
influenciado pelo meio ambiente de maneira dinâmica,
conforme expectativas, necessidades e conquistas.

23
Representação da Rede de Proteção Social

24
Avançando nas Reflexões

Convidamos você a fazer a leitura dos textos a seguir


para complementar o que foi apresentado anteriormente,
pois estão relacionados aos temas discutidos.
Vamos lá! Acesse os links ou utilize o leitor de QR
Code do seu Smartphone.

Rede de Proteção da Criança e do adolescente


.
(Livro do MEC): Escola que Protege: enfrentando
a violência contra crianças e adolescentes:
http://educacaointegral.mec.gov.br/images/p
df/bibioteca/escqprote_eletronico.pdf

Proteção Integral: Qualificando o cotidiano


escolar, páginas 34 a 62. Você poderá acessar
através do link:
https://drive.google.com/file/d/1g975pEX3iFX
9AZcFHDCwSV97sn9gOTpf/view?usp=sharing

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do


Adolescente. Resolução nº 113 CONANDA 19 DE
ABRIL DE 2006.pdf, dispõe sobre os parâmetros
para a institucionalização e fortalecimento do
Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do
Adolescente, disponível em
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=1
04402

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Consolidações

Nessa aula iniciamos o módulo “Educação para todos


na garantia de direitos”, com a perspectiva de refletir
sobre a função social da escola como instituição
fundamental no exercício da cidadania que auxilia na
construção de sujeitos críticos, conscientes de seus
deveres e direitos, tornando-os aptos a viver em
sociedade.
Os textos e os vídeos abordam a necessidade da
prática dos direitos humanos na escola para a garantia da
democracia assim como a importância do respeito à
diversidade, porém para tal, é essencial que as equipes
escolares tenham consciência da função formativa e
protetiva que a escola possui e estejam envolvidas em
projetos que valorizem a educação em direitos humanos.
A partir disso, será possível desenvolver estratégias de
prevenção no combate às violações de direitos aliadas,
muitas vezes, com as demais políticas públicas do
território, formando assim a rede de proteção que
articulada forma o sistema de garantia de direitos.
Destacamos aqui a escola como local de proteção
social, que possibilita a criação de meios de convivência
firmados na defesa dos sujeitos, da dignidade humana e
do fortalecimento dos valores sociais como, por exemplo:
solidariedade, respeito e tolerância. Enfim, numa conduta
de promover a educação para a transformação social, ou

26
seja, para o combate à pobreza, para a redução da
violência e para a garantia de acesso a outros direitos
como Saúde e Assistência Social, entre outros.
Nesta perspectiva, o trabalho de todos da escola é de
suma importância, principalmente no sentido de ter um
olhar mais atento aos alunos, no que se refere a
construção de confiança e acolhimento de suas
necessidades, bem como de encaminhar situações que
percebam envolver a violação de algum direito ou
alguma forma de violência que esteja ocorrendo. Nossa
atuação precisa ser mais humanizada que considera o
contexto social que o aluno está inserido no sentido de
reforçar os alicerces de uma construção de escola que
inclui a todos, conforme estabelece as nossas
legislações.

Ufa! Quantas coisas estudamos nesta aula.


Vamos agora ver o que você aprendeu ?

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Validando as Aprendizagens

A atividade de validação das aprendizagens desta


aula é um questionário e está disponível no ícone
TAREFAS deste curso na plataforma AVAMEC.
Antes de começar, certifique-se de ter visto
cuidadosamente todo o conteúdo desta aula.
Ao iniciar, o cronômetro da plataforma é acionado e
você terá 60 minutos para completar seu envio. Caso
saia do questionário, ou hajam interrupções no sinal de
internet e energia elétrica, o cronômetro continua
contando o tempo, não sendo possível responder
depois, portanto certifique-se de iniciar o questionário
apenas quando for realizá-lo até o fim,

Até a próxima!

28
Referências Bibliográficas

BRASIL. Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei Federal n°


13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência. Brasília, 2015.
Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/201
5/lei/l13146.htm>. Acesso em: 19 mai. 2020.

______. Estatuto do Idoso, Lei Federal n° 10.741, de 01 de


outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá
outras providências. Brasília, 2003. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.h
tm>. Acesso em: 19 mai. 2020.

_______. Ministério da Educação. Plano Nacional de


Educação em Direitos Humanos. Brasília, 2006. Disponível
em:
http://portal.mec.gov.br/docman/2191-plano-nacional-pd
f/file

_______. Ministério da Educação. Rede de Proteção da


Criança e do adolescente. Escola que Protege: enfrentando
a violência contra crianças e adolescentes. Brasília, 2007.
Disponível em: <portal.mec.gov.br>. Acesso em: 19 mai.
2020.

______. Resolução n.º 113, de 19 de abril de 2006. Dispõe


sobre os parâmetros para a institucionalização e
fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da
Criança e do Adolescente. Brasília, SEDH/CONANDA, 2006

29
Disponível
em:<https://www.direitosdacrianca.gov.br/conanda/res
olucoes/113-resolucao-113-de-19-de-abril-de-2006/vie
w>. Acesso em: 19 mai. 2020.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. A Rede de


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