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Projeto 914BRZ4020

Fortalecimento e Modernização das Políticas Públicas de


Cultura no DF

Produto 1 - Conjunto de Referenciais Conceituais e


Técnicos do Projeto 914BRZ4020

Escopo, metodologia, referencial teórico, modelo analítico e fontes de


informação

Daniela Ribas Ghezzi

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL


SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA

Produto 1

Conjunto de Referenciais Conceituais e


Técnicos do Projeto 914BRZ4020

Fortalecimento e Modernização das Políticas


Públicas de Cultura no DF.

Documento técnico contendo detalhamento do escopo,


metodologia de estudo, referencial teórico, modelo analítico
do setor sócio-produtivo e fontes de informação a serem
acessadas para a realização da Consultoria.

GHEZZI, Daniela Ribas

Produto 1 – Conjunto de Referenciais Conceituais e


Técnicos do Projeto 914BRZ4020 – Fortalecimento e
Modernização das Políticas Públicas de Cultura no DF:
Escopo, metodologia, referencial teórico, modelo analítico
e fontes de informação / 2018.

Total de folhas: 50

Supervisor/a: Gustavo Pereira Vidigal

Subsecretaria de Políticas de Desenvolvimento e Promoção


Cultural - SPDPC

Secretaria de Estado de Cultura – Governo do Distrito Federal


Palavras-chave: Diagnóstico; Setor Musical; Distrito Federal;


Políticas Públicas; Cultura; Desenvolvimento.

Esta obra é licenciada sob uma licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-


SemDerivações. 4.0 Internacional.





SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................................. 1

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 2

2. DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 5

2.1 Escopo ................................................................................................................................ 5

2.2 Referencial Teórico-Metodológico e Comparabilidade Internacional ............................... 7

2.3 Fontes de Informação ..................................................................................................... 32

2.4 Modelo Analítico para o Setor da Música no Distrito Federal ......................................... 41

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 44

ÍNDICE DE QUADROS, TABELAS E FIGURAS ................................................................ 49

ANEXOS ................................................................................................................................ 50






RESUMO


Este trabalho é o Produto 1 do Projeto “914BRZ4020 – Fortalecimento e
Modernização das Políticas Públicas de Cultura no DF”, ligada ao Programa Território
Criativo da SEC DF, e visa fornecer um conjunto de referenciais conceituais e técnicos para as
próximas etapas da Consultoria (cujo objetivo é a realização de um diagnóstico avaliativo do
cenário socioeconômico do setor produtivo da música do DF, com vistas à proposição de
instrumentos locais de política cultural e econômica). O Produto 1 é constituído de escopo,
referencial teórico-metodológico, fontes de informação e marco lógico do projeto. Espera-se
que ele possa orientar os próximos passos da Consultoria, fornecendo tanto um quadro
referencial e de planejamento das atividades como uma proposta de acompanhamento do
desenvolvimento do projeto.

Palavras-Chave: Diagnóstico; Setor Musical; Distrito Federal; Políticas Públicas; Cultura;


Desenvolvimento.

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1. INTRODUÇÃO

Esta Consultoria, intitulada “Projeto 914BRZ4020 – Fortalecimento e Modernização


das Políticas Públicas de Cultura no DF” se soma aos esforços da UNESCO em promover
ações locais de desenvolvimento social e humano. Através de Consultorias na modalidade
Prodoc, a UNESCO têm contribuído para que ação pública possa contar com aportes de
informações especializadas, o que favorece o acúmulo de debate necessário para tomadas
de decisão mais qualificadas.

A Consultoria também se soma aos esforços da Subsecretaria de Políticas de


Desenvolvimento e Promoção Cultural (SPDPC) da Secretaria de Estado de Cultura do
Governo do Distrito Federal em propor e dar impulso a uma agenda de projetos estratégicos
para a cultura. O Programa Território Criativo tem sido a principal iniciativa dessa agenda, e
além da contratação desta Consultoria, desenvolve iniciativas em 4 eixos: Formação;
Financiamento; Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; e Estruturação do Ambiente
Econômico (DODF, no. 169, 01/09/2017, p. 14-16). Esta agenda de projetos estratégicos do
DF sem dúvida está articulada à ideia de desenvolvimento cultural e econômico da região,
perspectiva completamente aderente aos objetivos da atuação da UNESCO no país.

A Consultoria tem como objetivo geral realização de um diagnóstico avaliativo do


cenário socioeconômico do setor produtivo da música do DF, com vistas à proposição de
instrumentos locais de política de desenvolvimento cultural e econômico. Para tanto estão
previstas etapas correspondentes a entregas de 4 produtos e suas respectivas atividades. O
Produto 1, que é constituído por este relatório, contém o escopo, referencial teórico-
metodológico, fontes de informação e Matriz de Marco Lógico. O resultado esperado para
este produto é que ele oriente os próximos passos da Consultoria, fornecendo tanto um
quadro referencial e de planejamento das atividades subsequentes como uma proposta de
acompanhamento do desenvolvimento do projeto até seu término.

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Os próximos três produtos contém um diagnóstico, uma avaliação e um prognóstico
para o setor produtivo da música do DF. O Produto 2 deve conter a sistematização dos
dados socioeconômicos da música no DF com foco na identificação de comportamento e
tendência do ambiente de negócios, atividade empresarial, mercado de trabalho, comércio
exterior, consumo, investimento e impacto econômico, além de análise comparada à
realidade nacional, com foco na identificação de gargalos. O resultado esperado é a
constituição de um painel de informações de referência para o subsídio das etapas
subsequentes da Consultoria e para a elaboração de políticas voltadas ao setor da música no
DF.

O Produto 3 deve conter uma prospecção e análise de políticas, programas e


projetos, nas esferas local, nacional e internacional, voltadas à dinamização do sistema da
música. Espera-se que este Produto seja capaz de trazer experiências nacionais e
internacionais de fomento e regulação do setor produtivo da música, para estabelecer
comparação com os mecanismos locais de política setorial, de forma a subsidiar a
proposição a ser feita no Produto final da Consultoria.

O Produto 4 deve conter propostas de ações, projetos e programas de fomento e


regulação do setor da música do DF. Espera que as proposições contribuam para a o
aperfeiçoamento e atualização das políticas locais voltadas ao desenvolvimento cultural do
DF, de forma a propiciar a expansão dos processos de criação, produção, distribuição,
circulação e fruição do setor musical do DF.

A metodologia, a ser descrita em item específico, é composta de etapas que preveem


levantamento quantitativo de caráter socioeconômico enquadrado teoricamente
acompanhado de análise dos dados obtidos; pesquisa qualitativa com agentes
representativos do setor; levantamento qualitativo de experiências de políticas e arranjos
econômicos do setor; análise e avaliação dos dados obtidos; e proposição de estratégias,
ações e mecanismos de políticas de fomento ao setor musical no DF. As fontes de
informação referem-se principalmente a macro-levantamentos realizados por órgãos como
o IBGE; bases de dados locais; Pesquisas de Hábitos Culturais; Pesquisas de Mercado;

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Relatórios; Notas Técnicas; Entrevistas; sites institucionais da administração pública e
institutos de pesquisa; legislação direta e indiretamente relacionada ao setor; trabalhos
acadêmicos sobre gestão cultural e economia criativa, cultura e desenvolvimento, material
bibliográfico sobre gestão e avaliação de políticas públicas, análise de cadeias produtivas,
política cultural comparada e políticas setoriais para a música, governança e benchamark;
além de outras consultorias já realizadas para a sistematização desse tipo de informação em
nível nacional.

Ao final, espera-se como propósito superior o desenvolvimento cultural e econômico


do DF a partir de ações voltadas ao setor musical, qualificando a capacidade institucional da
SEC/DF em criar metodologias de pesquisa voltadas à ação pública no setor cultural, e em
implementar políticas atualizadas em relação às dinâmicas culturais contemporâneas com
potencial de se tornarem referência nesta área.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Escopo

Esta Consultoria tem por objetivo realizar um diagnóstico avaliativo do cenário


socioeconômico do setor produtivo da música do Distrito Federal (DF) do Brasil, com vistas à
proposição de instrumentos locais de política cultural e econômica.

O diagnóstico tem caráter setorial (música) e local (DF). É composto de duas frentes:
uma quantitativa de caráter socioeconômico, e outra qualitativa de levantamento de
experiências de políticas e arranjos econômicos do setor. Mantém comparabilidade
internacional e tem perspectiva comparada ao território nacional. Eventualmente, em
pontos específicos e a depender da disponibilidade de dados, a perspectiva comparada
poderá se dar em nível estadual ou municipal. No caso do diagnóstico das políticas voltadas
ao setor, a perspectiva comparada internacional ganha especial relevância.

O diagnóstico socioeconômico será realizado a partir de bases de dados quantitativos


pré-existentes (e não prospectiva de novas bases de dados a partir de pesquisa de campo),
centrados na oferta, demanda e características da população ocupada em atividades
relacionadas direta e indiretamente à cultura, em função das características da malha de
dados. Quanto à oferta, as bases de dados selecionadas se organizam em torno do número
de empresas formalmente constituídas, pessoal ocupado, salários e outras remunerações,
salario médio, custo do trabalho, custos totais e receita líquida, e valor adicionado. Quando
à demanda, elas se organizam em torno dos gastos da administração pública, gastos das
famílias e hábitos culturais. Os dados serão extraídos tendo como referência as classificações
nacionais CNAE e CBO (a serem especificadas mais adiante no item relativo às referências
teórico-metodológicas), procurando chegar à maior desagregação territorial e setorial
possível em cada uma das bases de dados. Em alguns casos poderão ser propostas novas
tabulações sobre os micro-dados dessas bases já constituídas. Em outros casos, poderá ser
indicada a necessidade de novos levantamentos complementares, no intuito de apontar com
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precisão quais as principais demandas de pesquisas na área. Também está prevista a
utilização de bases de dados locais.

Já o diagnóstico das políticas voltadas direta ou indiretamente ao setor terá caráter


qualitativo. Serão buscados, listados e descritos os principais instrumentos de política
pública para o setor musical em nível nacional e distrital, podendo haver comparação a
modelos praticados por outros estados e municípios da federação, ou ainda outros países
com ação púbica de referência na área. As fontes serão os sites institucionais da
administração pública e institutos de pesquisa, legislação direta e indiretamente relacionada
ao setor, trabalhos acadêmicos sobre gestão cultural e economia criativa, e outras
consultorias já realizadas para a sistematização desse tipo de informação em nível nacional.
Não estão descartadas entrevistas com gestores públicos de políticas de referência, a
depender da disponibilidade para entrevistas on-line. Para adensar a compreensão sobre
como Estado e mercado se relacionam, estão previstas entrevistas com agentes que
articulam estas duas posições, como usuários/destinatários de políticas públicas e agentes
promotores de ações situadas no mercado de bens simbólicos. Os agentes serão
selecionados a partir de pesquisa preliminar e do método bola-de-neve, e as metodologias
de coleta de dados combinarão entrevistas em profundidade dirigidas (on-line) e grupos
focais, que poderão ser on-line e/ou presenciais, a depender da disponibilidade de agenda e
para deslocamento. Espera-se ainda nesta etapa compreender os modelos de negócio
praticados no DF, que poderão ser comparados a outros modelos mapeados no território
nacional.

Com base nos diagnósticos e na avaliação realizada a partir deles, as proposições


deverão se referir a estratégias, ações e mecanismos de políticas de fomento ao setor
musical no DF, contemplando as etapas de criação, produção, distribuição, circulação e
fruição do ciclo cultural. As proposições terão o intuito de propiciar a expansão do setor
produtivo da música no DF como um todo, visando tanto o desenvolvimento cultural e
econômico do DF como o fortalecimento e modernização das políticas públicas de cultura
locais.

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Assim, o escopo da Consultoria é avaliativo (a partir dos diagnósticos) e propositivo, e
embora o trabalho se nutra de conhecimentos teóricos sobre as metodologias de análise e
sobre o setor produtivo da música, seu objetivo é ter aplicabilidade empírica e ser
operacionalizável pelas políticas públicas de cultura e desenvolvimento econômico do DF.


2.2 Referencial Teórico-Metodológico e Comparabilidade Internacional

Tendo em vista o escopo da Consultoria, de natureza aplicada e não eminentemente


teórica, os referenciais aqui mobilizados visam fornecer um painel conceitual-metodológico
para o levantamento dos dados quantitativos. Este painel tem por objetivo apontar quais
pontos de vista serão úteis para formular as questões avaliativas adequadas aos propósitos
do projeto, e que permitam captar aspectos significativos da realidade do setor da música no
DF. O objetivo principal, portanto, não é problematizar questões de natureza sociológica
sobre a dimensão econômica da cultura1, mas sim fornecer um quadro conceitual através do
qual se poderá operacionalizar os dados levantados. Nesse sentido, as referências são
menos teóricas e mais metodológicas, dada a natureza deste trabalho.

Assim como em outras sistematizações quantitativas feitas no Brasil, as referências


aqui utilizadas tomam como parâmetros alguns esforços nacionais e internacionais no
sentido de se construir uma adequada classificação, sistematização e interpretação da
dimensão socioeconômica da cultura.

A parametrização das medições e levantamentos, contudo, é questão controversa e de


grande complexidade. A profusão, nos últimos 15 anos, de metodologias internacionais para
aferição econômica dos setores culturais demonstra, em primeiro lugar, que não há um
consenso em relação à adoção de uma metodologia única para se mensurar a dimensão
econômica das atividades culturais. Isto porque cada ângulo de análise (que implica em
posicionamentos teóricos particulares) é capaz de revelar apenas parte da realidade que se

1
Sobre o assunto, vide a síntese de autores e seus debates, taxonomia e perspectivas adotadas por estes
estudos em VALIATI, L.; MIGUEZ, P.; CAUZZI, C.; & SILVA, P. (2017, p. 12-15).

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quer observar – e nesse sentido nenhuma metodologia é completa o suficiente, pois cada
opção ilumina pontos e turva outros. Ademais, os modelos metodológicos adotados pelos
países se articulam à disponibilidade de dados em cada lugar. O custo elevado dos macro
levantamentos e as dificuldades na constituição de equipes estáveis e preparadas, além das
descontinuidades nas políticas públicas, impõem-se como principais desafios à
disponibilização de dados na área cultural nos países da América Latina e África, e isso têm
impacto direto na adoção de metodologias globais pelos países desses continentes. Isso
adiciona complexidade à compatibilização entre metodologias e parametrização dos
levantamentos.

Um segundo ponto que pode ser levantado a partir da recente profusão de


metodologias internacionais é a necessidade de permanente adaptação das metodologias
em relação à plasticidade do universo cultural. Tais metodologias precisam ser
frequentemente revisadas para contemplar as transformações do universo cultural,
constantemente redimensionado em função dos usos das tecnologias digitais em todas as
etapas do ciclo cultural, desde a produção até o consumo. Um terceiro ponto a ser levantado
ainda é o nível de especialização necessário aos profissionais de cada país na gestão das
classificações nacionais e no trabalho de compatibilização destas com as classificações
internacionais.

Feitas tais considerações, cabe dizer que esta Consultoria não pretende “fechar” a
questão. O objetivo aqui não é o de apresentar um novo modelo metodológico de validade
universal, tarefa perseguida por grandes instituições multilaterais sem que tenha havido
consenso até o momento. Também não é objetivo construir um modelo metodológico
específico para o DF que não dialogue com as fontes de informações disponíveis, ficando
num plano meramente ideal. Se o objeto da contratação é a realização de um diagnóstico a
partir do qual serão sugeridos mecanismos de políticas para o setor musical no DF, o
levantamento quantitativo deve ser realista, para que possam ser identificados gargalos e
sugeridas ações de desenvolvimento do setor. Algumas lacunas nos dados existentes
poderão ser indicadas para que, no futuro, passem a ser coletados e sistematizados pelas
instâncias competentes. Reiteramos que o diagnóstico será operacionalizável (ou seja, as
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questões teóricas estarão implícitas para dar visibilidade às problemáticas empíricas),
realista (em diálogo com as malhas de dados existentes), e buscando indicar possibilidades
de novas extrações e tabulações das bases de dados já levantadas.

A seguir apresentamos um quadro com as principais referências metodológicas


internacionais, para que fiquem evidentes tanto suas possibilidades analíticas como também
suas principais limitações. Cabe dizer que ainda que estas metodologias, embora estejam em
constante aperfeiçoamento para incorporar as mudanças do universo cultural, elas
fornecem um quadro confiável para a organização das informações deste setor.

Quadro 1 – Comparativo Resumido de Metodologias Internacionais de Medições


Estatísticas da Cultura
Fontes: UNCTAD (2010); UNESCO (2009); IBGE (2010); Valiati & Fialho (2017); Elaboração própria


METODOLOGIA ANO CONSIDERAÇÕES
O DCMS (Departamento de Cultura, Mídia e Esporte) do Reino
Unido baseia-se no trabalho criativo e exploração de
propriedade intelectual, que é protegida por lei de direitos
autorais. Propõe um modelo que classifica as indústrias
criativas a partir de análise ocupacional dos setores da
economia, que se baseia na intensidade criativa de cada grupo
relacionado ao mercado de trabalho. Essa intensidade é
medida pela proporção de trabalhadores em ocupações
criativas sobre o total das ocupações de cada setor. Dessa
DCMS - Reino forma, são consideradas criativas as indústrias que possuem
2001
Unido uma intensidade criativa superior a 30% e mais de 6.000
empregos totais. Segmenta-se em quatro níveis: indústrias-
núcleo, indústrias interdependentes, indústrias parciais e
indústrias de apoio. Uma vantagem é ter escopo mais amplo
que abordagem das Indústrias Culturais Europeias (Eurostat),
pois inclui categorias além das artes tradicionais (como
propaganda, moda, jogos). Mede atividades industriais, e não
o fluxo de comércio, o que leva a considear coisas além da
atividade criativa e superdimensionar o peso do setor cultural
diante das demais atividades econômicas.

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Estrutura as indústrias criativas em níveis que se diferenciam
pela sua intensidade de conteúdo cultural, quando comparado
com seu conteúdo comercial. Assim estão dispostos os
núcleos: 1) Núcleo Criativo: artes visuais, performáticas e
Círculos Throsby
patrimônio / herança; 2) Setores Culturais: indústria cultural;
Concêntricos 2001
3) Setores Criativos: indústrias e atividades criativas; 4) Outros
Setores: indústria criativa relacionada. É modelo teórico
importante pois coloca a atividade cultural propriamente dita
no centro das atenções.
Categorias hierarquizadas, que considera o processo de
produção, veiculação e consumo de textos simbólicos (artes
mais legitimadas). A divisão estrutural é feita a partir de três
Hesmondhalgh
Textos Simbólicos grupos: núcleo das indústrias culturais, atividades culturais
2002
periféricas e atividades culturais fronteiriças. Também é
modelo teórico importante pois coloca a atividade cultural
propriamente dita no centro das atenções.
Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Metodologia
da OMPI (em Inglês WIPO) é baseada nas taxonomias
industriais (International Standard Industrial Classification of
all Economic Ativities – ISIC; ou em espnhol Clasificación
Direitos autorais da Industrial Internacional Uniforme de actividades económicas
2003 culturales – CIIU) e, portanto, tem um escopo limitado. O seu
OMPI
principal obstáculo é o seu alto preço, já que conta com uma
infraestrutura sofisticada e bem desenvolvida de coleta e
análise, que raramente se encontra disponível nos países em
desenvolvimento.
Concentra-se nos produtos das atividades culturais mais
legitimadas. A abordagem da UE em relação ao comércio
internacional dos produtos culturais se baseia na Convenção
de Proteção e Promoção da Diversidade de Expressões
Eurostat 2007
Culturais da UNESCO (2005). Em 2007, a Eurostat publicou um
‘livro de bolso de estatísticas culturais’ que identificou sete
categorias principais de produtos culturais comerciados na
Europa.
Em 2009, a UNESCO propôs uma nova estrutura (Framework)
ambiciosa para estatísticas culturais, que ela espera que se
torne um padrão internacional capaz de registrar todas as
atividades
UNESCO 2009
culturais humanas. A estrutura atualizada articula cinco
processos do ciclo cultural: criação, produção, disseminação,
exposição/recepção/transmissão e consumo/participação. A
sua definição de cultura inclui 6 domínios e 12 subgrupos.

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Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento - UNCTAD. A última delas gerou o Relatório
Creative Economy Report de 2010 (há relatórios anteriores).
Propõe este modelo como mundial pois os dados do comércio
já são levantados (e nesse sentido seria mais barata que outras
metodologias). O modelo da UNCTAD se concentra nas
metodologias estatísticas para produtos e serviços comerciais.
As estruturas da UNESCO e da UNCTAD compartilham uma
filosofia similar em relação à categorização de produtos
criativos/culturais e produtos relacionados e equipamentos.
UNCTAD 2010
Ao incluirem os conjuntos ‘central’ e ‘opcional’ de produtos
criativos/culturais (na proporção 60/40 na UNESCO e de 20/80
na UNCTAD), abordam uma maior variedade de grupos de
produtos que as outras, já que elas visam a fornecer uma
referência universal. Como o conjunto ‘central’ de produtos
criativos/culturais é dominado pelas economias desenvolvidas,
e o conjunto ‘opcional’ oferece aos países em
desenvolvimento mais oportunidades de exportação, a
UNCTAD argumenta que sua classificação é melhor do que a da
UNESCO para capturar a experiência dos países do sul global.
Entre 2009 e 2011 a Eurostat reviu as definições estatísticas
que o bloco passaria a utilizar, passando a denominar-se
European Statistical System Network on Culture – ESSnet-
ESS-Culture Culture do Eurostat, que estabeleceu o novo quadro de
2012
Eurostat atividades culturais europeias e a harmonização de métodos,
capazes de responder às novas necessidades do universo
cultural e de garantir a melhor comparabilidade possível.

O Convênio Andrés Bello (CAB) apresenta uma perspectiva sul-


americana em relação às indústrias culturais; ela se utiliza da
abordagem europeia, mas avança uma etapa para diferenciar
os produtos culturais (fonográfico, editorial e audiovisual) e
produtos relacionados. O CAB diferencia os produtos culturais
em três tipos, de acordo com a sua função no ciclo de
CAB (Conta
2009 e 2015 produção cultural. A descrição dos códigos aplicados a essa
Satélite)
classificação reside na Nomenclatura Comum do SICSUR-
MERCOSUL, que corresponde completamente à Nomenclatura
Combinada utilizada pelos países europeus. É uma variação do
Framework UNESCO. Ela é a única a incorporar uma
perspectiva de países em desenvolvimento.

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As contribuições metodológicas dos Textos Simbólicos, do
DCMS, dos Círculos Concêntricos, da WIPO, da UNCTAD foram
importantes para discussão e formulação de modelos de
economia da cultura e criativa. A UNESCO procurou padronizar
a economia da cultura a fim de facilitar a estatística
internacional, colocar um marco teórico. O CAB apresentou
uma variação da UNESCO para ser implantado na América
Atlas Econômico da Latina. Tal perspectiva norteou as metodologias da Conta
2017
Cultura Brasileira Satélite da Cultura (CSC) do CAB. O Atlas Brasileiro de
Economia da Cultura fez a escolha dos setores por meio das
contribuições metodológicas realizado pelos estudos da
UNESCO, do CAB e, principalmente, da CSC. Contudo não há o
conceito de domínios relacionados, nem de domínios
transversais na formação das classificações nas metodologias
da CSC e do CAB. Logo, o Atlas de Economia Cultura distancia-
se da UNESCO ao não utilizar-se da hierarquização dos setores.

O comparativo expõe que as tentativas de parametrização das estatísticas culturais são


diversas, e que as decisões pelos ângulos de análise têm consequências concretas.

Não há consenso quanto à forma de mensuração dos processos culturais e criativos na economia.
As diferenças nas metodologias remontam à discussão de enfoques e terminologias. Enquanto
alguns modelos estão mais ligados às questões simbólicas e de expressões culturais
características de uma nação, outros estão centrados em processos como a criatividade, o
conhecimento e o desenvolvimento de novas tecnologias. (VALIATI, MIGUEZ, CAUZZI & SILVA in
VALIATI & FIALHO, 2017, p. 15-16).

Para os autores, as metodologias acima apresentadas se dividem em três grupos: i)


modelos centrados na economia da cultura (caso do modelo de Círculos Concêntricos e
Textos Simbólicos); ii) modelos centrados na economia criativa (caso da WIPO e DCMS); e iii)
modelos-síntese de organismos internacionais (como o da UNCTAD, UNESCO e CAB).

A referência que confere a necessária comparabilidade internacional a este estudo é o


Framework for Cultural Statiscs – FCS (ou Marco de Estatísticas Culturais – MEC) da UNESCO
de 2009, que atualiza o documento anterior de 1986 que não refletia as atuais configurações
do universo cultural. O novo Marco é uma ferramenta padrão que organiza estatísticas
culturais em nível nacional e internacional, pois adota uma concepção de cultura que
permite medir um amplo espectro de praticas e atividades ligadas às crenças e valores de
uma sociedade (UNESCO, 2009, p. 9). É um referencial padronizado de metodologia

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pragmática, mas que se apresenta de maneira flexível e adaptável às diversas configurações
e prioridades nacionais, permitindo a produção de estatísticas culturais internacionalmente
comparáveis. Incorpora todos os sistemas internacionais standards relevantes de
classificações em vigência:

El MEC representa un instrumento de clasificación que incorpora el uso de sistemas


internacionales de clasificación vigentes, tales como: la Clasificación Industrial Internacional
Uniforme (CIIU) de actividades económicas culturales; la Clasificación Central de Productos (CPC)
para bienes y servicios culturales; la Clasificación Internacional Uniforme de Ocupaciones (CIUO)
de empleos culturales; el Sistema Armonizado para la Descripción y Codificación (SA) de flujos
internacionales de bienes culturales; y la Clasificación Internacional de Actividades para
Estadísticas de Uso del Tiempo de las Naciones Unidas (ICATUS) en participación cultural
2
(UNESCO, 2009, p. 9).

O Marco propõe que os dados relativos às atividades culturais sejam sistematizados


em cada realidade local segundo a centralidade da atividade em questão para o universo
cultural. Haveria três domínios: um core, ou “domínio cultural” que, grosso modo, engloba
as linguagens artísticas e um conjunto comum de atividades econômicas (bens e serviços) e
sociais (como participação e acesso à cultura) que constituem as atividades estritamente
culturais; um “domínio relacionado”, que apenas tangencia o universo cultural em pontos
específicos e que diz respeito a outras esferas da vida social, como turismo e esporte; e
ainda um terceiro “domínio transversal” a estes dois, que envolve atividades relacionadas à
cultura e sua transmissão (como a educação, arquivística, preservação e patrimônio
imaterial). Tal concepção em três domínios inter-relacionados mostra a importância dos
ciclos de produção e transmissão da cultura, para além das atividades de criação artística,
para a aferição da sua dimensão socioeconômica. Os três “domínios” podem ser assim
classificados:


2
Para maiores detalhes sobre a medição da dimensão econômica da cultura o uso de classificações
internacionais pelo MEC vide: UNESCO, 2009, p. 33-50. Para ver os códigos internacionais adotados pelo MEC,
vide: UNESCO, 2009, p. 51-81.
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• Domínio cultural: patrimônio, artes performáticas3, artes visuais e artesanais, edição e
impressão, audiovisual e mídia interativa, design e serviços criativos; (UNESCO, 2009, p.
25-27)
• Domínio transversal: educação/capacitação, patrimônio imaterial, arquivística e
preservação, equipamentos e materiais de apoio/suporte; (UNESCO, 2009, p. 27-30)
• Domínio relacionado: turismo e esporte. (UNESCO, 2009, p. 30-32)

Figura 1: Domínios Culturais UNESCO


Fonte: UNESCO (2009, p. 24)

DOMÍNIOS CULTURAIS DOMÍNIOS RELACIONADOS

A. PATRIMÔNIO B. C. D. E. AUDIOVISUAL F. DESIGN e G. TURISMO H. ESPORTES e


CULTURAL E ESPETÁCULOS ARTES VISUAIS LIVROS e MÍDIA SERVIÇOS LAZER
NATURAL ˗ Serviços de
e CELEBRAÇÃO e ARTESANATO e PERIÓDICOS INTERATIVA CRIATIVOS viagens e turis- ˗ Esportes
˗ Museus (inclu- ˗ Filme e vídeo ˗ Moda mo
˗ Artes perfor- ˗ Belas Artes ˗ Livros ˗ Condiciona-
sive virtuais) ˗ TV e Rádio ˗ Hospitalidade mento físico e
máticas (desenho, pin- ˗ Design gráfico
˗ Sítios arqueo- ˗ Jornais e Re- (inclusive Inter- e acomodação bem-estar
lógicos e locais ˗ Música tura, escultura) vistas ˗ Decoração de
net show e interiores ˗ Parques de
históricos ˗ Festivais, fei- ˗ Fotografia ˗ Outros impres- streaming) diversão e par-
˗ Paisagens na- ras e festas ˗ Artesanato sos ˗ Internet pod- ˗ Paisagismo ques temáti-
turais ˗ Bibliotecas casting ˗ Arquitetura cos
˗ Patrimônios (inclusive digi- ˗ Videogames ˗ Publicidade e ˗ Jogos de azar
culturais tais) (inclusive joga- propaganda
˗ Feiras de livros dos online)

HERANÇA CULTURAL INTANGÍVEL HERANÇA CULTURAL


(expressões e tradições orais, rituais, linguas, práticas sociais) INTANGÍVEL

EDUCAÇÃO e CAPACITAÇÃO EDUCAÇÃO e CAPACITAÇÃO

REGISTRO, MEMÓRIA e PRESERVAÇÃO REGISTRO, MEMÓRIA e


PRESERVAÇÃO

EQUIPAMENTOS e MATERIAL DE APOIO EQUIPAMENTOS e MATERIAL


DE APOIO

Além dos “domínios”, que organizam as atividades relacionadas à cultura, outra


contribuição importante do Marco é a de “ciclo cultural”, que compreende cinco etapas


3
A música, enquanto linguagem artística alvo deste enfoque setorial, estaria incluída na categoria das artes
performáticas do domínio cultural, mas também pressupõe atividades ligadas aos domínios transversal (como
o ensino de música) e relacionado.
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inter-relacionadas não hierarquizadas que dão conta dos processos e relações entre as
atividades culturais listadas nos “domínios”. Os domínios aludem à “produção da cultura
como resultado de uma série de processos ou etapas interconectadas que, de maneira
coletiva, dão origem à cadeia de valores ou de oferta” (UNESCO, 2009, p. 86). Na prática tais
relações são complexas, muitas vezes estão plasmadas e não podem ser reduzidas a um
esquema analítico como este, mas a ideia de “ciclo” ajuda a identificar as principais etapas
que marcam estas complexas relações e sugere a existência de interconexões entre elas. O
ciclo seria composto pelas fases de criação >>> produção >>> difusão >>>
exibição/recepção/transmissão >>> consumo/participação (UNESCO, 2009, p. 19-20), que se
retroalimentam. Este modelo, permeável à importância das tecnologias na fusão dessas
etapas, mostra a que origem da produção cultural reside no âmbito social, e por isso devem
considerar desde a produção até a recepção culturais. A ideia de ciclo é útil ainda à
elaboração de políticas públicas, que idealmente devem cobrir o ciclo cultural completo para
uma maior efetividade.

Optamos por utilizar o MEC UNESCO (2009) não apenas em função da amplitude de
cobertura e de comparabilidade internacional dos dados a serem levantados, mas também
porque os principais estudos quantitativos realizados em âmbito nacional também o tomam
como referência. É o caso das mais recentes publicações dos estudos Cultura em Números
(MINC, 2009, 2a edição) e Sistema de Informações e Indicadores Culturais - SIIC (IBGE, 2010,
3a edição). Os dados trazidos pelo SIIC mantém comparabilidade também com o European
Statistical System Network on Culture – ESSnet-Culture do Eurostat4 e com o documento
Cuentas Satélites de cultura: manual metodológico para su implementación en
Latinoamérica do Convênio Andrés Bello (2009) (IBGE, 2010, p. 11), este último sendo
modelo também para o Atlas Econômico da Cultura Brasileira (2017).


4
Entre 2009 e 2011 o Eurostat, através de grupo de trabalho, reviu as definições estatísticas que o bloco
passaria a utilizar. Foram revistas as nomenclaturas de francesa (Revisão 2 da Nomencature d’Activités
Française – NAF, de 2008) e a europeia (Revisão 2 da Statistical Classification of Economic Ativities in the
European Community – NACE, de 2008). Dessa redefinição a partir da NAF e da NACE nasceu o ESSnet-Culture
do Eurostat, que estabeleceu o novo quadro de atividades culturais europeias e a harmonização de métodos,
capazes de responder às novas necessidades do universo cultural e de garantir a melhor comparabilidade
possível. Vide: SIIC (IBGE, 2010, p. 12).
15




O Atlas Econômico da Cultura Brasileira, que em seus volumes I e II publicados até o
momento, também delimita as atividades culturais a serem mensuradas pelo projeto
enquadrando-as de acordo com o MEC da UNESCO de 2009 (VALIATI & FIALHO, 2017, p. 9).
Ainda segundo a mesma iniciativa:

(...) a conta satélite da cultura optou por seguir o modelo metodológico da Unesco e do CAB.
Assim, a iniciativa do Atlas Econômico da Cultura Brasileira adota a mesma linha metodológica,
tanto porque os condicionantes são os mesmos, quanto porque é importante que tais iniciativas
possuam uma base comum de diálogo. Isso implica, portanto, que a terminologia a ser adotada
emprega o termo setores culturais e criativos (SCC), em linha com os trabalhos da Unesco (2009b,
2013, 2015), adequando-se ao escopo que objetiva operacionalizar a mensuração da cultura (...).
(...) Isso implica, portanto, que a terminologia a ser adotada emprega o termo setores culturais e
criativos (SCC), cobrindo dez grupos de atividades econômicas: arquitetura, artes, audiovisual,
design, editoração, entretenimento, formação, gestão, música, e patrimônio. VALIATI, L.;
MIGUEZ, P.; CAUZZI, C.; & SILVA, P. (2017, p. 27).

Seguindo o mesmo raciocínio, não haveria sentido em adotar outra perspectiva nesta
Consultoria, já que ela objetiva subsidiar a formulação de politicas do DF e não a criação de
novos modelos de mensuração estatística.

Algumas das principais fontes a serem utilizadas para o levantamento quantitativo


aqui proposto são pesquisas macroeconômicas, não específicas ao universo cultural,
realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, conforme
apresentaremos de maneira mais detalhada no item “Fontes de Informação” deste relatório.
Os aspectos culturais de tais pesquisas já foram sistematizados e apresentados nas
publicações Cultura em Números e SIIC, de um ponto de vista nacional e multi-linguagens.
Para o presente estudo, de caráter setorial e de escopo local, utilizaremos as bases de dados
das mesmas pesquisas do IBGE, mas com o menor nível de desagregação possível e com
recorte mais próximo possível à cadeia produtiva da música. Dessa maneira, para fins de
comparabilidade e coerência entre os resultados, utilizaremos aqui as mesmas referências
conceituais dessas duas publicações nacionais.

Nas pesquisas do IBGE, as atividades do “domínio cultural” identificado pelo Marco da


UNESCO (2009) são consideradas como atividades diretamente relacionadas à cultura. Já o
conjunto mais amplo identificado pela UNESCO, denominado domínio “transversal”, é

16




considerado indiretamente relacionado à cultura, que agrega atividades propriamente
culturais e outras que não podem ser caracterizadas como tais. (IBGE, 2010, p. 15)

Um exemplo da delimitação do campo da cultura praticado nas pesquisas do IBGE, que


prevê atividades direta e indiretamente relacionadas à cultura, poderia ser resumido
conforme quadro abaixo:


Quadro 2: Delimitação do Campo da Cultura nas pesquisas do IBGE
Fonte: IBGE (2010, p. 15). Elaboração da autora

IBGE: EXEMPLO DE
UNESCO: DOMÍNIOS IBGE: RELAÇÃO COM A CULTURA
ATIVIDADE

DOMÍNIO CULTURAL
atividades DIRETAMENTE atividades Ex.: composição
Ex.: Criação/Produção
relacionadas à cultura culturais musical
artísticas

Ex: fabricação e
atividades
comércio de
culturais
DOMÍNIO TRANSVERSAL reprodutores de CD
Ex.: Fabricação e
atividades INDIRETAMENTE
Comercialização de Ex: fabricação e
relacionadas à cultura
Equipamentos de suporte às comércio de
atividades
atividades culturais. equipamentos de
NÃO
informática, escritório,
culturais
telefonia e
comunicações

A partir do MEC UNESCO 2009 passa-se a se considerar o ciclo de produção de uma


forma mais abrangente, integrando não só a criação, a fabricação de produtos culturais e o
consumo, como também os equipamentos de suporte de informática e os equipamentos
que permitem uma ampliação de opções de acesso à cultura, arte e lazer relacionados às
práticas culturais (IBGE, 2010, p. 14-15).

Não obstante, o SIIC 2010 adota os sistemas nacionais de classificação atividades


econômicas (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0) e de ocupações
(Classificação Brasileira de Ocupações – CBO), que mantém comparabilidade e estão

17




diretamente relacionada às classificações internacionais de bens e serviços (Central Product
Classification – CPC) e de atividades econômicas (Revisão 4 da International Standard
Industrial Classification of all Economic Ativities – ISIC)5 (IBGE, 2010, p. 12), estas duas
também utilizadas pelo MEC (UNESCO, 2009).

Cabe ressaltar que o SIIC do IBGE (2010) restringe-se a captar as estatísticas que
refletem a participação na economia das atividades culturais das empresas formalmente
constituídas na indústria, comércio e serviços. Isso implica dizer que a publicação não traz
outros segmentos informais (ou a totalidade do setor cultural) que deveriam ser
contabilizados na Conta Satélite da Cultura, que mensura “a participação do setor cultural no
total dos agregados macroeconômicos do Sistema Nacional de Contas”. (IBGE, 2010, p. 8)
Esta limitação se reflete na presente Consultoria, que também não procederá a um
levantamento quantitativo dos setores culturais informais em função da inexistências desses
dados nas pesquisa do referido órgão. Nesse sentido, tanto o SIIC como o presente trabalho
trazem informações sobre: Oferta (número de empresas formalmente constituídas, pessoal
formalmente ocupado, salários e outras remunerações em atividades direta ou
indiretamente culturais, salario médio em atividades culturais, custo do trabalho em
atividade cultural, custos totais e receita líquida das atividades culturais, valor adicionado
aos bens e serviços culturais); Demanda (gastos da administração pública com cultura,
gastos das famílias com bens e serviços culturais, hábitos culturais); e Características da
população ocupada em atividades relacionadas direta e indiretamente à cultura (IBGE, 2010,
p. 9).

Para delimitar quais seriam as atividades culturais, o SIIC utiliza a Classificação


Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, que as define como atividades realizadas por
empresas que produzem ao menos um produto cultural. É, portanto, uma classificação que
reflete mais a ótica das empresas do que as dinâmicas do universo cultural. O SIIC 2010
utiliza-se da CNAE 2.0, motivo pelo qual o presente estudo utiliza-a também para


5
Ou, em espanhol, Clasificación Industrial Internacional Uniforme de actividades económicas culturales – CIIU.
18




sistematizar os dados referentes à contribuição das atividades culturais identificadas para a
economia.

A CNAE 2.0, em vigor desde 2008, é uma revisão da classificação anterior (1.0) que
alterou todos os códigos das atividades (para evitar ao máximo a repetição de códigos entre
as duas versões), com o intuito de: a) manter comparabilidade internacional e dotar o país
com uma classificação atualizada de atividades econômicas; b) incorporar atividades
emergentes, como por exemplo aquelas redimensionadas pelas tecnologias de informação e
comunicação (TIC’s) que podem ampliar o acesso à cultura; c) de proporcionar um nível
maior de desagregação das atividades e informações a elas relacionadas6; e d) de
compatibilizar as atividades culturais com as mudanças na estrutura da economia brasileira.
Isso proporcionou uma ampliação das atividades culturais, já incorporando aquelas que
poderão ser futuramente consideradas na Conta Satélite (IBGE, 2010, p. 13) e assimilando a
proposição conceitual do MEC da UNESCO de 2009 (IBGE, 2010, p. 14). Excluem-se as
atividades relacionadas ao turismo, esporte, meio ambiente e religião, embora outros países
compreendam-nas como atividades culturais.

A CNAE é gerida pelo IBGE através da Comissão Nacional de Classificação (CONCLA).


No sítio da internet7 é possível realizar buscas por termos, download das diversas
classificações (incluindo a CNAE), e acessar a documentação que atesta a correspondência
da CNAE 2.0 com a Classificação Industrial Internacional Uniforme/International Standard
Industrial Classification CIIU/ISIC 4.08. Anexamos a este relatório a planilha extraída do site
do IBGE com tal correspondência (Anexo 1).

Portanto, ao utilizarmos no presente estudo as mesmas CNAEs e bases de dados do


SIIC (IBGE, 2010), ainda que com recorte setorializado e mais desagregadas territorialmente,
pode-se afirmar que os resultados a serem obtidos no presente estudo manterão a
comparabilidade com as classificações nacionais e internacionais disponíveis como o

6
Ainda assim persistem limitações relacionadas à desagregação de certas atividades, já que os critérios que
orientam a agregação das categorias na CNAE obedecem aos objetivos da contribuição de atividades
homogêneas e previamente identificadas para a economia, e não a lógicas estritamente culturais.
7
https://cnae.ibge.gov.br.
8
https://concla.ibge.gov.br/documentacao/documentacao-cnae-2-0.html.
19




CIIU/ISIC, com o sistema europeu de estatísticas culturais (Eurostat), com o MEC UNESCO
2009, e com os países latino-americanos que adotaram a delimitação de setores e
subsetores proposta pelo Convênio Andrés Bello, além de não perder comparabilidade com
pesquisas nacionais que utilizaram a CNAE 2.0 como referência.

Das 74 atividades culturais da CNAE 2.09 identificadas no SIIC (IBGE, 2010, p. 15-18),
apresentamos abaixo aquelas que se relacionam à música e que constam do Programa de
Economia da Música – PEM do Ministério da Cultura – MINC:


Tabela 1: Sub-classes CNAE 2.0 relacionadas ao setor produtivo da Música
Fonte: Programa de Economia da Música – PEM (MINC, 2016, p. 15-16)

Classificação
Descrição
CNAE 2.0
1830-0/01 Reprodução de som em qualquer suporte
3220-5/00 Fabricação de instrumentos musicais, peças e acessórios
4756-3/00 Comércio varejista especializado em instrumentos musicais e acessórios
4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e fitas
5920-1/00 Gravação de som e edição de música
8592-9/03 Ensino de Música
9001-9/02 Produção Musical
9001-9/06 Atividades de sonorização e de iluminação
9003-5/00 Gestão de espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas
9329-8/01 Discotecas, danceterias, salões de dança e similares

Outra possibilidade é trabalhar com os códigos agrupados (ou classes) das atividades
econômicas, sem os últimos dois dígitos (que correspondem às subclasses que
proporcionam maior desagregação e especialização das atividades). Isto porque algumas das
bases de dados a serem utilizadas neste estudo não chegam ao último nível de desagregação
das atividades:


9
https://cnae.ibge.gov.br.
20




Tabela 2: Classes da CNAE 2.0 (agrupadas), classificadas de acordo com os Domínios


Culturais da UNESCO (2009)
10
Fonte: Estudo experimental SPDPC e CODEPLAN DF (Adaptação própria)

CÓD.
CNAE DESCRIÇÃO AGRUPAMENTO DOMÍNIO
Agrupado
Reprodução de materiais Eq & Mat Apoio ao
1830-0 B
gravados em qualquer suporte Dom Cult
Fabricação de aparelhos de
recepção, reprodução, Eq & Mat Apoio ao
2640-0 B
gravação e amplificação de Dom Cult
áudio e vídeo

Fabricação de instrumentos
3220-5 Domínios Culturais B
musicais
Fabricação de escovas, pincéis Eq & Mat Apoio ao
3291-4 B
e vassouras Dom Cult
Fabricação de equipamentos e
Eq & Mat Apoio ao
3292-2 acessórios para segurança e B
Dom Cult
proteção pessoal e profissional

Fabricação de produtos
Eq & Mat Apoio ao
3299-0 diversos não especificados B
Dom Cult
anteriormente
Comércio varejista de discos,
4762-8 Domínios Culturais B
cds, dvds e fitas
Atividades de gravação de som
5920-1 Domínios Culturais B
e de edição de música
Domínios Educação e
8531-7 Educação superior - graduação
Transversais Capacitação
Educação superior - graduação Domínios Educação e
8532-5
e pós-graduação Transversais Capacitação
Educação superior - pós- Domínios Educação e
8533-3
graduação e extensão Transversais Capacitação
Educação profissional de nível Domínios Educação e
8541-4
técnico Transversais Capacitação


10
A Subsecretaria de Políticas de Desenvolvimento e Promoção Cultural – SPDPC da Secretaria de Cultura
conjuntamente ao CODEPLAN do DF realizou um estudo, em caráter experimental, que agrupa as CNAEs
identificadas à Cultura no SIIC (IBGE, 2010) em função dos agrupamentos (cultural, transversal e relacionado) e
domínios (A a H) da UNESCO (Anexo 2).
21




Educação profissional de nível Domínios Educação e
8542-2
tecnológico Transversais Capacitação
Domínios Educação e
8592-9 Ensino de arte e cultura
Transversais Capacitação
Artes cênicas, espetáculos e
9001-9 Domínios Culturais B
atividades complementares
9002-7 Criação artística Domínios Culturais B
Gestão de espaços para artes
9003-5 cênicas, espetáculos e outras Domínios Culturais B
atividades artísticas

Combinando as duas seleções de atividades acima, teríamos as seguintes categorias:


Tabela 3: Classes da CNAE 2.0 (agrupadas), Sub-Classes da CNAE 2.0 (desagregadas)
classificadas de acordo com os Domínios Culturais da UNESCO (2009), em perspectiva
comparada
Fonte: Estudo experimental SPDPC e CODEPLAN DF; PEM (2016); (Adaptação própria)

CÓD. CNAE
CÓD. CNAE
Agrupado (Nível
Desagregado
Classe)
DESCRIÇÃO (Nível Sub- DESCRIÇÃO AGRUPAMENTO DOMÍNIO
Fonte:
classe)
SPDPC/CODEPLAN
Fonte: PEM
DF
Reprodução de Reprodução de
materiais gravados som em Eq & Mat Apoio
1830-0 em qualquer 1830-0/01 qualquer B
ao Dom Cult
suporte suporte

Fabricação de não se aplica não se aplica


aparelhos de
recepção,
reprodução, Eq & Mat Apoio
2640-0 B
gravação e ao Dom Cult
amplificação de
áudio e vídeo

Fabricação de Fabricação de
instrumentos instrumentos Domínios
3220-5 musicais 3220-5/00 B
musicais, peças Culturais
e acessórios

22




Fabricação de não se aplica não se aplica
escovas, pincéis e Eq & Mat Apoio
3291-4 B
vassouras ao Dom Cult

Fabricação de não se aplica não se aplica


equipamentos e
acessórios para
Eq & Mat Apoio
3292-2 segurança e B
ao Dom Cult
proteção pessoal e
profissional

Fabricação de não se aplica não se aplica


produtos diversos Eq & Mat Apoio
3299-0 não especificados B
ao Dom Cult
anteriormente

não se aplica não se aplica Comércio não se aplica não se aplica


varejista
especializado
4756-3/00 em
instrumentos
musicais e
acessórios
Comércio varejista Comércio
de discos, cds, dvds varejista de Domínios
4762-8 4762-8/00 B
e fitas discos, CDs, Culturais
DVDs e fitas
Atividades de
gravação de som e Gravação de
Domínios
5920-1 de edição de 5920-1/00 som e edição de B
Culturais
música música

Educação superior - não se aplica não se aplica Domínios Educação e


8531-7 graduação Transversais Capacitação
Educação superior - não se aplica não se aplica
graduação e pós- Domínios Educação e
8532-5
graduação Transversais Capacitação

Educação superior - não se aplica não se aplica


pós-graduação e Domínios Educação e
8533-3
extensão Transversais Capacitação

Educação não se aplica não se aplica


profissional de Domínios Educação e
8541-4
nível técnico Transversais Capacitação

Educação não se aplica não se aplica


profissional de Domínios Educação e
8542-2
nível tecnológico Transversais Capacitação

Ensino de arte e Ensino de Domínios Educação e


8592-9 cultura 8592-9/03
Música Transversais Capacitação

23




Artes cênicas,
espetáculos e Atividades de
Domínios
9001-9 atividades 9001-9/06 sonorização e de B
Culturais
complementares iluminação

Criação artística não se aplica não se aplica Domínios


9002-7 B
Culturais
Gestão de espaços Gestão de
para artes cênicas, espaços para
espetáculos e artes cênicas,
Domínios
9003-5 outras atividades 9003-5/00 espetáculos e B
Culturais
artísticas outras
atividades
artísticas
não se aplica não se aplica Discotecas, não se aplica não se aplica
danceterias,
9329-8/01
salões de dança
e similares

Outra possibilidade seria cruzar as CNAEs selecionadas no PEM com aquelas


selecionadas pelo CEGOV para utilização no Atlas da Economia da Cultura11, todos os códigos
chegando aos dois dígitos finais correspondentes à subclasse:

Tabela 4: Sub-Classes da CNAE 2.0 no PEM e no Atlas Econômico da Cultura Brasileira


Fonte: PEM (2016); VALIATI & FIALHO (2017); (Adaptação própria)

CLASSIFICAÇÃO
CÓDIGOS DESCRIÇÃO PEM
CEGOV
1830-0/01 Reprodução de som em qualquer suporte Editorial sim
Fabricação de aparelhos de recepção,
2640-0/00 reprodução, gravação e amplificação de áudio Audiovisual não
e vídeo
Fabricação de mídias virgens, magnéticas e
2680-9/00 Audiovisual não
ópticas
Fabricação de instrumentos musicais, peças e
3220-5/00 Música sim
acessórios
Comércio atacadista de filmes, CDs, DVDs, fitas
4649-4/07 Audiovisual não
e discos

11
Seleção retirada de um estudo realizado em parceria entre CEGOV/UFRGS, IPEA, MinC e Instituto Jones dos
Santos Neves do estado do Espírito Santo, em função dos esforços para a publicação do Atlas Econômico da
Cultura Brasileira (VALIATI & FIALHO, 2017), em caráter experimental, que classificam as CNAEs da Cultura de
acordo com as respectivas conceituações institucionais e as comparam. A planilha completa, com todos os
códigos CNAE utilizados extrapolando o setor musical, encontra-se no Anexo 3 deste relatório.
24




Comércio varejista especializado de
4753-9/00 eletrodomésticos e equipamentos de áudio e Audiovisual não
vídeo
Comércio varejista especializado de
4756-3/00 Música sim
instrumentos musicais e acessórios
4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e fitas Música sim
Serviços de mixagem sonora em produção
5912-0/02 Audiovisual não
audiovisual
Atividades de gravação de som e de edição de
5920-1/00 Música sim
música
6010-1/00 Atividades de rádio Audiovisual não
7319-0/01 Criação de estandes para feiras e exposições Publicidade não
Agenciamento de profissionais para atividades
7490-1/05 EC EC não
esportivas, culturais e artísticas
Aluguel de palcos, coberturas e outras
7739-0/03 estruturas de uso temporário, exceto EC EC não
andaimes
Serviços de organização de feiras, congressos,
8230-0/01 EC EC não
exposições e festas
8592-9/03 Ensino de música Formação sim
9001-9/02 Produção musical Artes sim
9001-9/06 Atividades de sonorização e de iluminação Artes sim
Artes cênicas, espetáculos e atividades
9001-9/99 complementares não especificados Artes não
anteriormente
Gestão de espaços para artes cênicas,
9003-5/00 Artes sim
espetáculos e outras atividades artísticas
Discotecas, danceterias, salões de dança e
9329-8/01 Entretenimento sim
similares
Outras atividades de recreação e lazer não
9329-8/99 Entretenimento não
especificadas anteriormente
Atividades de organizações associativas ligadas
9493-6/00 Artes não
à cultura e à arte

A classificação proposta no Atlas Econômico da Cultura Brasileira traz 23 códigos de


sub-classes CNAE. Já o PEM (estudo setorial específico à música) traz 10 códigos de sub-
classes CNAE ligados ao setor. Verificados na divisão proposta no Atlas, esses 10 códigos de
atividades do setor musical que constam no PEM dividem-se entre outras áreas: Editorial (1);
Formação (1); Artes (2); Entretenimento (1), além dos 4 códigos ligados à Música.

No nível dos códigos mais agregados das classes, o estudo da SPDPC/CODEPLAN DF


traz 17 códigos de classes da CNAE distribuídos segundo o modelo da UNESCO, sendo 11
desses códigos circunscritos às Artes Performáticas (6 deles especificados como parte do

25




Domínio Cultural e 5 deles como parte do Domínio Transversal Equipamentos e Materiais de
Apoio ao Domínio Cultural), e 6 códigos circunscritos ao Domínio Transversal Educação e
Capacitação. A correspondência dessas 17 classes da SPDPC/CODEPLAN com as 10 sub-
classes constantes do PEM encontra-se na tabela 3. Assim, teríamos um conjunto de 10
códigos de sub-classes no PEM, contemplados pela proposta do Atlas (ainda que com
outra classificação temática), que nos parecem centrais para esta análise. Além disso,
como as bases de dados relevantes para este diagnóstico nem sempre trabalham ao nível
das sub-classes, os códigos a serem utilizados para os levantamentos quantitativos desta
Consultoria devem ser expandidos para as 17 classes trazidas pelo estudo da
SPDPC/CODEPLAN DF. Esta é a opção prioritária da Consultoria, salvo haja eventuais
sugestões ou posicionamentos diversos da Secretaria de Cultura do DF, a quem cabe a
decisão final.

Observa-se, por fim, que a ampliação dessas atividades demandaria um estudo à


parte12, realizado por especialistas em classificações como esta, para que tais atividades
transversais a várias linguagens artísticas não causem desvios amostrais e vieses analíticos
na organização das estatísticas do setor, ou ainda a superestimação do peso da música na
dimensão econômica da cultura.

Se a CNAE expressa a lógica das empresas e da contribuição das atividades musicais


para os agregados macroeconômicos, por outro lado a Classificação Brasileira de Ocupações
– CBO revela o enquadramento formal dos agentes nas empresas. Mais uma vez

12
Ciente da necessidade de um estudo aprofundado para a seleção de novas atividades indiretamente
relacionadas ao setor, poderíamos citar, a título de exemplo, os seguintes códigos e descrições (retirados da
CNAE 2.2) que poderiam ser revisitados num estudo específico para o setor da música: 2640-0/00 Fabricação
de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo; 2680-9/00 Fabricação de
mídias virgens, magnéticas e ópticas; 6010-1/00 Atividades de rádio; 6021-7/00 Atividades de televisão aberta;
6022-5 Programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura; 6190-6 Outras atividades de
telecomunicações; 6311-9/00 Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de
hospedagem na internet; 6319-4/00 Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na
internet; 6399-2/00 Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas
anteriormente; 7312-2/00 Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação;
7319-0/01 Criação estandes para feiras e exposições; 7722-5 Aluguel de fitas de vídeo, DVDs e similares; 9002-
7 Criação artística; 9329-8/02 Exploração de boliches; 9329-8/03 Exploração de jogos de sinuca, bilhar e
similares; 9329-8/04 Exploração de jogos eletrônicos recreativos; 9329-8/99 Outras atividades de recreação e
lazer não especificadas anteriormente; 9493-6/00 atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à
arte. Vide: https://cnae.ibge.gov.br.
26




recorreremos ao conjunto de ocupações específicas diretamente relacionadas à música
identificadas anteriormente no Programa de Economia da Música (MINC, 2016, p. 16-17),
salientando que a seleção de ocupações indiretamente relacionadas carece de estudos
específicos.

Tabela 5: CBOs relacionadas ao setor produtivo da Música


Fonte: Programa de Economia da Música (MINC, 2016, p. 16-17)

Classificação
Descrição
CBO
2263-05 Musicoterapeuta
2349-15 Professor de música no ensino superior
2621-30 Tecnólogo em produção fonográfica
2626-05 Compositor
2626-10 Músico arranjador
2626-15 Músico regente
2626-20 Musicólogo
2627-05 Músico intérprete cantor
2627-10 Músico intérprete instrumentista
3741-05 Técnico em gravação de áudio
3741-10 Técnico em instalação de equipamentos de áudio
3741-15 Técnico em masterização de áudio
3741-20 Projetista de som
3741-25 Técnico em sonorização
3741-30 Técnico em mixagem de áudio
3741-35 Projetista de sistemas de áudio
3741-40 Microfonista
3741-45 DJ (Disc Jockey)
7401-10 Supervisor de fabricação de instrumentos musicais
7421-05 Afinador de instrumentos musicais
7421-10 Confeccionador de acordeão
7421-15 Confeccionador de instrumentos de corda
7421-20 Confeccionador de instrumentos de percussão (pele, couro ou plástico)
7421-25 Confeccionador de instrumentos de sopro (madeira)
7421-30 Confeccionador de instrumentos de sopro (metal)
7421-35 Confeccionador de órgão
7421-40 Confeccionador de piano
9152-05 Restaurador de instrumentos musicais (exceto cordas arcadas)
27




9152-10 Reparador de instrumentos musicais
9152-15 Luthier (restauração de cordas arcadas)

Dado o caráter diagnóstico desta Consultoria, os levantamentos quantitativos que


comporão o trabalho serão centrados na oferta, demanda e características da população
ocupada, em função das características da malha de dados. Tal diagnóstico será extraído a
partir de bases de dados pré-existentes e tendo como referência as CNAEs e CBOs acima
destacadas, procurando chegar à maior desagregação territorial e setorial possível em cada
uma das bases de dados. Em alguns casos poderão ser propostas novas tabulações sobre os
micro-dados dessas bases já constituídas, tarefa a ser feita por profissional estatístico
especializado. Em outros casos, poderão ser indicados novos levantamentos
complementares, no intuito de apontar com precisão quais as principais demandas de
pesquisas na área. Não estão dentre os objetivos propostos a realização de levantamentos
quantitativos originais obtidos a partir de pesquisas de campo.

Pensando na publicização e uso social dos dados quantitativos a serem levantados,


cremos ser importante ter em mente a estrutura através da qual os Mapas Culturais13,
ligados ao Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais – SNIIC14, poderão
organizar os dados na plataforma. Tendo em vista que o Distrito Federal conta com a
instalação Mapa nas Nuvens15 da referida plataforma, propomos que os dados, após
levantados e sistematizados, possam ser reagrupados e publicizados no Mapa de acordo
com a estrutura de meta-dados que subsidia o sistema: a Ontologia da Gestão Cultural16.

Ontologias são sistemas computacionais de categorização e organização das


informações, que fornecem uma camada de meta-dados que dispõem as informações de


13
Vide https://institutotim.org.br/project/mapas-culturais/ e
https://institutotim.org.br/solucoes/mapasculturais/.
14
Vide: http://sniic.cultura.gov.br, http://sniic.cultura.gov.br/sobre/mapas-culturais-apoio-para-estados-e-
municipios/ e http://mapas.cultura.gov.br.
15
http://mapa.cultura.df.gov.br.
16
Nos referimos a Ontologia da Gestão Cultural - MinC - Vs. 1.0, construída de maneira participativa. Ainda não
implantada na estrutura dos Mapas Culturais. Vide a versão 1.0 em
http://acervos.culturadigital.br/minc/ontologia-da-gestao-cultural-minc-vs-1-0/. Para maiores detalhes sobre o
processo de elaboração da Ontologia da Gestão Cultural, vide http://i.cultura.gov.br/vocabulario/.
28




maneira estruturada (através de classes e propriedades) e as torna recuperáveis de maneira
a mostrar a árvore do conhecimento que está por trás da informação. Também permite o
estabelecimento de relações (por meio da descrição de relações, restrições e axiomas) entre
os seus elementos (instâncias). E o resultado mais imediato é a otimização da recuperação
da informação. Dito de outra maneira, menos técnica, Ontologias são estruturas de
organização do conhecimento que, por meio de conceitos, suas propriedades e
relacionamentos, podem ser usados para descrever algum domínio do conhecimento.
Ontologias fornecem um vocabulário para a representação estruturada do conhecimento.
Esse vocabulário tem por trás uma conceituação que o sustenta, evitando assim
interpretações ambíguas desse vocabulário. A diversidade de termos que a cultura utiliza e a
diversidade de relações que eles estabelecem entre si tornam a Ontologia uma ferramenta
adequada para a organização do conhecimento na área. A Ontologia, enquanto recurso
computacional, viabiliza a representação de relacionamentos complexos entre dois ou mais
termos, e por este motivo sua utilização na área da cultura representa um ganho em relação
a Glossários e Tesauros – ferramentas estanques que não são capazes de representar
relações entre os termos. (VIGNOLI SOUTO & CERVANTES, 2013).

Conforme apresentado na Matriz do Marco Lógico do Projeto (Quadro 4), a


publicização das informações e a participação social são elementos condicionantes da
perenidade das políticas culturais e de desenvolvimento com as quais esta Consultoria
pretende contribuir. Nesse sentido, é importante que se pense desde já em como as
informações coletadas e organizadas pela Consultoria serão estruturadas em plataformas
que contribuam tanto para a construção de um sistema de informações e indicadores locais
como para a transparência e participação social.

A título de comparabilidade, a Ontologia da Gestão Cultural levou em conta o MEC


UNESCO (2009) para a parametrização de suas categorias, além de outras fontes de

29




informação17. Portanto, a previsão de uso da Ontologia para a publicização das informações
não implica em perda de comparabilidade internacional.

Figura 2: Estrutura Preliminar da Ontologia da Gestão Cultural versão 1.0 do MinC


18
Fonte: Elaboração própria


17
Para ver as fontes de informação mencionadas pelo GT Glossário e levadas em consideração para a
construção da Ontologia vide o material da Etapa 2 disponível em: http://i.cultura.gov.br/vocabulario/.
18
http://acervos.culturadigital.br/minc/ontologia-da-gestao-cultural-minc-vs-1-0/
30




Para o levantamento qualitativo do trabalho, composto fundamentalmente por
entrevistas (presenciais e/ou on-line) realizadas com agentes emblemáticos do mercado
musical do DF e das relações entre Estado, mercado e sociedade civil, os marcos teórico-
metodológicos dizem respeito a técnicas de pesquisa provenientes das Ciências Sociais e
Humanas. Os principais deles, neste caso, seriam entrevistas em profundidade, entrevistas
dirigidas semi-estruturadas, grupos focais e questionários on-line (LIMA; ALMEIDA In GHEZZI,
et allii, 2017). Alguns desses agentes serão pré-selecionados a partir das redes de contato da
consultora, e outros comporão o quadro de entrevistados a partir do método “bola-de-
neve”, em que os próprios entrevistados indicam os novos agentes a serem consultados a
partir da relevância destes em determinados assuntos ou questões. A outra parte do
levantamento qualitativo, referente à prospecção de experiências relevantes de políticas
públicas para o setor musical, será feita principalmente através de pesquisas sistematizadas
na internet, em sites oficiais e institucionais de entes responsáveis pelas políticas e pesquisas
avaliativas sobre elas.

Para a análise do material de natureza qualitativa, permanece como material de


referencia o MEC da UNESCO (2009), especialmente o instrumento do ciclo cultural. O Ciclo
de Políticas públicas e seus métodos de avaliação (JANNUZZI, 2012; 2013; 2016) também são
referências importantes. Já para a interpretação dos fenômenos sociais relacionados ao
universo da produção de bens simbólicos, conceitos de muitos autores diferentes poderão
ser mobilizados. Citamos, a título de exemplo, os trabalhos de Pierre Bourdieu (para a
análise sistêmica das redes de relações entre os agentes do campo) e Nestor Garcia Canclini
(para a compreensão da lógica do consumidor de produtos culturais na atualidade). Mas
ressaltamos que a lista de autores de referência é longa, e os instrumentos conceituais
necessários à adequada interpretação dos fenômenos sociais em questão serão mobilizados
a partir da observação da realidade e à medida em que os levantamentos possibilitarem a
construção de problemáticas e a busca por interpretações.

31




2.3 Fontes
Para o levantamento de dados dos Produtos e para as proposições a serem feitas a
partir do diagnóstico tomaremos como referência o Painel de Indicadores elaborado pela
SPCDC-SEC DF (Anexo 4). Lá encontram-se as perguntas avaliativas mais importantes para a
orientação das políticas culturais vigentes e futuras do DF, e são resultado de processos de
amadurecimento da reflexão e acúmulos qualitativos sobre a realidade local. Assim, não só
tais questões não podem ser ignoradas, como nos parecem fundamentais para a construção
de um levantamento quantitativo adequado às demandas da gestão cultural do DF. A
estrutura desse Painel de Indicadores, divididos em Grupos e Subgrupos, traz para cada uma
das perguntas avaliativas a proposição de criação de um indicador (acompanhado da
descrição) e as fontes através das quais eles poderão ser obtidos. Esse Painel será a matriz
referencial do levantamento quantitativo do Produto 2, bem como norteará as análises e
proposições a serem feitas nos Produtos 3 e 4.

O trabalho de mapeamento completo de fontes relativas a cada uma das etapas da


Consultoria será realizado em cada um dos Produtos previstos, pois entende-se que tal
mapeamento é parte dos resultados de pesquisa. No entanto, algumas das fontes
imprescindíveis a este trabalho são bastante conhecidas, e podem ser listadas desde já. É o
caso da malha de dados do IBGE, cujos meta-dados estão organizados e encontram-se
disponíveis19. As bases do IBGE constarão do Produto 2, que prevê a sistematização dos
dados socioeconômicos da música no DF e análise comparada à realidade nacional, com foco
na identificação de gargalos estruturais. Os meta-dados dessas pesquisas compõem os
Anexos (5 a 16) deste relatório. Serão ainda consultados o Banco de Metadados Geográficos
do IBGE20 e o Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA21. Abaixo apresentamos as
bases que compõem a malha do IBGE que serão acessadas.



19
Banco de Meta-dados Estatísticos do IBGE: https://metadados.ibge.gov.br/.
20
http://www.metadados.geo.ibge.gov.br/.
21
https://sidra.ibge.gov.br/.
32




Quadro 3: Bases de Dados do IBGE
Fonte: IBGE. Elaboração própria

Última Maior Nível de


Base de Dados pesquisa Periodicidade Abrangência Desagregação
disponível Geográfica
CEMPRE 2015 Anual Nacional Município da Capital
CENSO Demográfico 2010 Decenal Nacional Área de Ponderação
ESTADIC 2014 Anual Nacional UF
Estatísticas do Empreendedorismo 2015 Anual Nacional UF
MUNIC 2016 Anual Nacional Município
PAC 2016 Anual Nacional UF
PAS 2015 Anual Nacional UF
PIA-Empresa 2015 Anual Nacional UF
PIB dos Municípios 2015 Anual Nacional Município
PNAD 2015 Anual Nacional RM
PNAD-Contínua 2017 Trim. / Mensal Nacional Município da Capital
POF 2008 Quinquenal Nacional UF e Capitais UF

Essas bases já foram bastante trabalhadas em publicações de referencia como o SIIC,


citado anteriormente. Mas gostaríamos de ressaltar que há diversas possibilidades para sua
utilização, e nem todas foram ainda exploradas. Muitas dessas possibilidades foram listadas
num documento técnico resultado de uma consultoria específica financiada pela UNESCO.
Nos referimos ao Produto II do Projeto BRABRZ4013 (Anexo 17) elaborado pela consultora
Cristina Lins, contendo mapeamento detalhado sobre as informações complementares e
indicadores a serem construídos para subsidiar o monitoramento do Plano Nacional de
Cultura e a elaboração da Conta Satélite da Cultura. Esta será outra referência fundamental
para o levantamento quantitativo a ser feito a partir das bases de dados do IBGE.

Abaixo, a estrutura dos Produtos previstos para a Consultoria:

• PRODUTO 2: Levantamento quantitativo e análise de gargalos estruturais


- 2.1: sistematização dos dados socioeconômicos da música no DF com foco na
identificação de comportamento e tendência do ambiente de negócios, atividade
empresarial, mercado de trabalho, comércio exterior, consumo, investimento e
impacto econômico.
- 2.2: análise comparada à realidade nacional, com foco na identificação de gargalos

33




• PRODUTO 3: Diagnóstico e análise de experiências em políticas
prospecção e análise de políticas, programas e projetos, nas esferas local, nacional e
internacional, voltadas à dinamização do sistema da música

• PRODUTO 4: Prognóstico
proposição de projetos e ações de fomento e regulação do setor da música do DF

Tendo em vista tal estrutura, propomos, em caráter ainda provisório a depender do


desenvolvimento do diagnóstico durante os 245 dias restantes para a realização da
Consultoria, e de maneira complementar ao Painel de Indicadores da SPCDC-SEC DF, a
seguinte organização de Fontes em relação aos Produtos 2 e 3, que preveem prospecção de
dados22:

PRODUTO 2: Levantamento quantitativo e análise de gargalos estruturais

1) AMBIENTE DE NEGÓCIOS

a_ Institucionalidade da Gestão Pública da Cultura

o Fontes: MUNIC/ESTADIC IBGE


o Objetivo: identificar mecanismos da gestão Municipal/Estadual em outras
Capitais/Estados, para identificar status do DF em relação às demais Capitais/Estados
o Itens:
• SNC
• Órgão Gestor
• Política Municipal
• PMC
• FMC
• Legislação de Fomento
• Recursos destinados por origem
• Turismo Cultural


22
Novas fontes poderão surgir com o desenvolvimento do trabalho de mapeamento de fontes a ser realizado
ao longo da Consultoria, assim como as bases listadas aqui podem se revelar inadequadas para os objetivos
propostos. Nesse sentido, a lista apresentada a seguir, assim como sua disposição nos subitens, poderão sofrer
alterações.
34




b_ Oferta Cultural

o Fontes: MUNIC (a partir das tabelas Cultura em Números 2010) e ESTADIC IBGE
o Objetivo: fazer levantamento do percentual de Municípios/Estados que ofertam os
itens abaixo, para identificação do comportamento do DF em relação à totalidade de
Municípios/Estados
o Itens:
• Música
- Festivais
- Grupos
- Lojas
- Escolas de Música
- Cursos de Graduação
• Meios de Comunicação
- Jornais
- Revistas
- Rádio
- TV
- Provedores Internet

c_ Potencial de Investimento Público

o Fonte (1): MUNIC/ESTADIC IBGE


o Objetivo: estabelecer comparação 2006-2014 em investimentos municipais de outras
Capitais e estaduais de outros Estados, para identificar tendências de investimentos
do DF em relação a outras Capitais e Estados
o Itens:
- eventos
- festas populares
- outras manifestações em que a música pode se inserir de maneira transversal

o Fonte (2): Estatísticas Econômicas da Administração Pública23

o Fonte (3): IDCult – Índice de Desenvolvimento Cultural dos Municípios – IPEA24
o Itens: permite uma visualização do desenvolvimento da economia da cultura em
nível de cada município e de suas relações com outros índices – a exemplo do Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) – e com outras variáveis, como renda, educação
e esforço institucional – gasto público ou privado com cultura e presença de
equipamentos.



23
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/financas-publicas/9083-estatisticas-de-
financas-publicas-e-conta-intermediaria-de-governo.html?edicao=10720&t=o-que-e.
24
http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/3265.
35




d_ Potencial de Investimento Privado

o Fontes: VERSALIC - portal de visualização do sistema de apoio às leis de incentivo à


cultura (Sistema MinC)25, e Bases de Dados do Sistema Cultural do DF (LIC e FAC)26.
o Objetivo: Levantar o número e tipo de empresas que investem em projetos musicais
no DF
o Itens:
- Empresas do DF que investiram no DF
- Empresas de outros estados que investiram no DF

e_ Potencial de Consumo

o Fontes (1): Censo 2010


o Objetivo: Levantar variáveis socioeconômicas do DF e das demais capitais que
tenham impacto na propensão em consumir cultura, para identificar potencial do
mercado consumidor do DF
o Itens:
- renda
- escolaridade
- tamanho do município de residência

o Fontes (2): Sistema de Indicadores de Percepção Social SIPS – IPEA (2015 no prelo)27
o Objetivo: Verificar dados relativos às saídas culturais para espetáculos musicais

o Fonte (3): Públicos da Cultura (Sesc / FPA 2013)28
o Objetivo: referência sobre hábitos culturais em nível nacional (extrações chegam ao
nível da UF)

o Fonte (4): Pesquisas Hábitos Culturais JLeiva (São Paulo 201429 e Rio de Janeiro
201530)
o Objetivo: fazer cruzamento entre consumo musical (acesso) e o interesse pela
atividade nas duas capitais em que a pesquisa foi realizada, para indicar a tendência
de crescimento do mercado musical nos dois maiores mercados do país

o Itens nas Fontes 3 e 4:
- acesso (práticas de atividades musicais)

25
http://versalic.cultura.gov.br/#/home.
26
http://www.fac.df.gov.br/?page_id=7086.
27
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=26072&catid=342. A
Pesquisa 2015 inda não está pública, mas a Consultora tem acesso aos dados pois foi convidada para analisar
os dados relativos à música. Já foi feito um Workshop de apresentação dos resultados, e a publicação deve ser
lançada em breve.
28
http://www.sesc.com.br/portal/site/publicosdecultura.
29
http://www.pesquisasp.com.br/index.html.
30
http://www.culturanorio.com.br/
36




- interesse por atividades musicais

2) MODELOS DE NEGÓCIO

o Metodologia: entrevistas direcionadas semi-estruturadas, por telefone, com
prospecção de nomes candidatos a partir do método “bola de neve”
o Fontes:
- Festival Móveis Convida
- Festival Coma
- Festival Satélite 061
- Festival Porão do Rock
- Ferrock
- Festival Bananada (Goiânia)
- Cadastros LIC e FAC DF
- Outros a serem identificados
- Arranjo Produtivo Música Plano da Secretaria de Economia Criativa 201131

3) ATIVIDADE EMPRESARIAL

o Fontes:
- PIA IBGE
- PAS IBGE
- PAC IBGE
- CEMPRE IBGE
- RAIS – MTE32

4) MERCADO DE TRABALHO

o Fontes:
- PNAD IBGE
- PNAD Contínua IBGE
- PDAD DF (Pesquisa Distrital por Amostra Domiciliar)33
- RAIS - MTE
- Estatísticas Unesco (para referência internacional)34
- Pesquisa Perfil dos Trabalhadores da Cultura do DF (Fato Pesquisa Social,
2016)

31
http://www.cultura.gov.br/documents/10913/636523/PLANO+DA+SECRETARIA+DA+ECONOMIA+CRIATIVA/8
1dd57b6-e43b-43ec-93cf-2a29be1dd071
32
http://pdet.mte.gov.br/rais?view=default.
33
http://www.codeplan.df.gov.br/component/content/article/261-pesquisas-socioeconomicas/319-pdad-
2015.html
34
http://data.uis.unesco.org
37





5) COMÉRCIO EXTERIOR

o Fontes
- IPEA – Nota Técnica Projeto Nacional de Exportação de Música35
- SNIIC36
- Atlas Econômico da Cultura Brasileira Vol. 2
- SEBRAE37
- Brasil Music Exchange BM&E38 e Brasil Musica e Artes BM&A39 ligados à APEX
- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)40
- Sistema de Indicadores Culturais do Mercosul (SICSUR)41
- Base de dados do Programa Conexão Cultura DF42

6) CONSUMO

o Fontes
- POF
- Pesquisas Hábitos Culturais listadas anteriormente (SESC e JLeiva)
- Dados de audiência musical monitorados pela Playax43
- Dados do Spotify na plataforma Every Noise at Once44

7) IMPACTO ECONÔMICO

o Fontes
- Malha de dados IBGE
- Relatórios Sistema FIRJAN45
- Metodologia Cadeias Produtivas Atlas Econômico da Cultura Brasileira vol1.
- Programa Nacional de Economia da Cultura PNEC46
- Programa de Economia da Música PEM47

35
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=5566
36
http://sniic.cultura.gov.br/indicadores/comercio-exterior-de-bens-e-servicos-culturais/.
37
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/musica-do-brasil-para-o-
mundo,722a33ecc3156510VgnVCM1000004c00210aRCRD
38
http://brmusicexchange.com/
39
http://bma.org.br/
40
http://www.mdic.gov.br/
41
http://sicsur.mercosurcultural.org/comex_bienes.html
42
http://www.cultura.df.gov.br/conexao-cultura-abre-novos-mercados-para-o-df
43
https://www.playax.com/
44
http://everynoise.com/engenremap.html
45
http://www.firjan.com.br/economiacriativa/download/mapeamento-industria-criativa-sistema-firjan-
2016.pdf
46

http://www.cultura.gov.br/documents/10883/1337477/PROGRAMA+NACIONAL+DE+ECONOMIA+DA+CULTUR
A_PNEC_RELAT%C3%93RIO+FINAL.compressed.pdf/8b6dec76-9a6c-4992-acaf-b11e2e94e6a6
38




PRODUTO 3: Diagnóstico e análise de experiências em políticas

As fontes serão os sites institucionais da administração pública (em nível nacional,


estadual/distrital, municipal); institutos de pesquisa como o IPEA; instituições como o
BNDES; serviços como o Sebrae; legislação direta e indiretamente relacionada ao setor
(como a Lei das Licitações 8.666, Lei do Silêncio, etc); trabalhos acadêmicos sobre políticas
culturais buscados em repositórios como os da Universidade Federal da Bahia – UFBA, da
Fundação Casa de Rui Barbosa relativo ao Seminário Internacional de Políticas Culturais e do
Observatório do Itaú Cultural; além de outras consultorias já realizadas para a sistematização
desse tipo de informação em nível nacional.

Não estão descartadas entrevistas com gestores públicos de políticas de referência, a


depender da disponibilidade para entrevistas on-line. Para adensar a compreensão sobre
como Estado e mercado se relacionam, estão previstas entrevistas com agentes que
articulam estas duas posições, como usuários/destinatários de políticas públicas e agentes
promotores de ações situadas no mercado de bens simbólicos. Os agentes serão
selecionados a partir de pesquisa preliminar e do método bola-de-neve, e as metodologias
de coleta de dados combinarão entrevistas em profundidade dirigidas (on-line) e grupos
focais, que poderão ser on-line e/ou presenciais, a depender da disponibilidade de agenda e
para deslocamento. Espera-se ainda nesta etapa compreender os modelos de negócio
praticados no DF, que poderão ser comparados a outros modelos mapeados no território
nacional.

Em âmbito internacional, listamos as experiências do Sound Diplomacy/Music Cities


do Reino Unido; Creative Footprint/Night Camp da Alemanha; Austin (EUA); European
Agenda for Music; Street Music Map, e outras experiências a serem mapeadas.

Além destas experiências, listamos abaixo algumas fontes que poderão ser úteis de
em todas as etapas do trabalho e dispostas transversalmente nos três produtos
subsequentes:


47
http://culturadigital.br/pna/files/2016/05/economiadamusica_relatorio-5.pdf
39




• FGV Projetos
• BNDES
• Relatórios Nacionais sobre atividade do Setor Musical e Criativo
o ABPD – Pró Música Brasil
o ABMI
o FIRJAN
o British Council Brasil
• Relatórios Internacionais sobre atividades do Setor Musical e Criativo
o IFPI
o CISAC
o WINTEL – Wordwide Independent Market Report 2017
o Austin Music Census (EUA)
o Cultural Times 2015 – Global Map of Cultural and Creative Industries
o Mapping the Creative Value Chains – a study on the economy of culture in
the digital age - European Comission 2017
• Sites com informações sobre Mercado Musical
o Music Business Wordwide
o Indústria Musical Espanhola
o Nielsen
o Pollstar
o Pitchfork
o PWC Pesquisas de Mercado
• Sites de Associações Profissionais
o MMF Latam
o Associação de Managers Argentina
• Sites de Festivais Internacionais
o SXSW (Austin, EUA)
o Womex (Europa)
o Mama (Paris)
o Reeperbahn (Alemanha)
o Imesur (Chile)
o Fimpro (México)

Ressaltamos mais uma vez que tal organização de fontes em relação aos Produtos é
provisória, pois o diagnóstico a ser feito pela Consultoria inclui a etapa de mapeamento de

40




fontes e organização da estrutura dos Produtos. Nesse sentido, estas são sugestões iniciais
que serão melhor desenvolvidas ao longo do processo.

2.4 Marco Lógico do Projeto

O Marco Lógico é uma das metodologias mais consolidadas para o planejamento,


monitoramento e avaliação do programas e projetos. O Marco Lógico tem como seu
principal produto a Matriz do Marco Lógico, que estabelece uma estrutura de implicações
lógicas de causa-efeito com relação a um problema ou demanda, e de meios versus fins em
relação à intervenção proposta para superar o problema ou contemplar a demanda.
Consiste, portanto, em um conjunto de conceitos inter-relacionados que definem as causas
de uma intervenção (projeto), bem como o que deve ser feito (estratégia) para alcançar o
resultado desejado.

Abaixo apresentamos a Matriz do Marco Lógico do Projeto “914BRZ4020 –


Fortalecimento e Modernização das Políticas Públicas de Cultura no DF”, que prevê desde as
atividades iniciais da Consultoria até as etapas de Avaliação do Ciclo de Políticas Públicas e
Planejamento Orçamentário necessários à continuidade e sustentabilidade das políticas que
se pretende construir.

Quadro 4: Matriz do Marco Lógico do Projeto 914BRZ4020 - Fortalecimento e


Modernização das Políticas Públicas de Cultura no DF

Fonte: Elaboração própria.

41




RESUMO DESCRITIVO DE CONDIÇÕES
METAS MEIOS DE VERIFICAÇÃO
OBJETIVOS EXTERNAS / RISCOS
OBJETIVO *Expansão dos processos de criação, (FONTES INFORM. APÓS O FIM DO PROJETO) *Planejamento
SUPERIOR/PROPÓSITO produção, distribuição, circulação e *Pesquisas quali e quantitativas diversas Orçamentário;
Desenvolvimento cultural e fruição do setor musical do DF (hábitos culturais; macro-levantamentos *Publicização,
econômico do DF a partir de *Aperfeiçoamento e atualização das socioeconômicos; etnografias; sondagens Política de Dados
ações voltadas ao setor políticas locais voltadas ao específicas) para cada etapa do ciclo cultural; Abertos, Governo
musical desenvolvimento cultural e econômico *Monitoramento e avaliação permanentes; Digital;
do DF *Avaliação do Ciclo de Políticas; *Participação Social
*Criação de Sistema de Indicadores

OBJETIVO DO PROJETO *Painel diagnóstico com indicadores (FONTES INFORMAÇÃO AO FIM DO PROJETO) *Implantação das
Diagnóstico avaliativo do quantitativos e qualitativos do setor *Implantação de sistema de avaliação políticas;
cenário socioeconômico do produtivo da música no DF contemplando os principais aspectos: *Ampliação da
setor produtivo da música do * Comparação entre experiências de insumos, processos, produtos, impactos abrangência dos
DF, com vistas à proposição políticas setoriais *Aplicação de questionários on-line e para programas;
de instrumentos locais de *Avaliação das políticas vigentes gestores e usuários das políticas *Avaliação
política cultural e econômica *Aprimoramento dos mecanismos de *Sistematização de memoriais descritivos dos processual;
política cultural novos processos e procedimentos com *Aferição de
*Proposição de novos instrumentos de registros precisos desenvolvimento
política cultural econômico
*Impacto socioeconômico

COMPONENTES 1) levantamento e análises a partir de (FONTES DE INFORMAÇÃO DURANTE PROJ.) *Enquadramento
1) levantamento bases de dados quantitativos pré- 1) Macro-levantamentos IBGE; Bases locais; teórico-
quantitativo de caráter existentes, centrados na oferta, Pesquisas Hábitos Cult; Pesq. de Mercado; metodológico do
socioeconômico e análise demanda e características da população Relatórios; Legislação; Entrevistas (ver item levantamento quanti
dos dados obtidos; pesquisa ocupada; realização de entrevistas com 2.3 deste relatório) (PRODUTO 2) *Compreensão dos
qualitativa com agentes agentes representativos da relação 2) sites institucionais da administração gargalos da cadeia
representativos do setor entre estado, mercado e sociedade do pública e institutos de pesquisa, legislação produtiva no DF
(PRODUTO 2) setor da música do DF (PRODUTO 2); direta e indiretamente relacionada ao setor, *Compreensão das
2) levantamento qualitativo 2) busca, lista e descrição e comparação trabalhos acadêmicos sobre gestão cultural e relações entre
de experiências de políticas dos principais instrumentos de política economia criativa, e outras consultorias já Estado, mercado
e arranjos econômicos do pública para o setor musical (PROD. 3); realizadas para a sistematização desse tipo musical e sociedade
setor; (PRODUTO 3) 3) Verificação de gargalos apontados de informação em nível nacional. (PROD. 3) no DF
3) análise e avaliação dos pelos diagnósticos, elaboração de 3) material bibliográfico sobre avaliação de *Comparação entre
dados obtidos; (PRODUTO 4) árvore de problemas e possibilidades de políticas públicas; análise de cadeias os mecanismos de
4) proposição de estratégias, superação (PRODUTO 4) produtivas; política cultural comparada; política setorial do
ações e mecanismos de 4) Elaboração de prognóstico e carteira políticas setoriais para a música (PRODUTO 4) DF e outras
políticas de fomento ao de ações, projetos e programas 4) material bibliográfico sobre gestão de experiências
setor musical no DF (PRODUTO 4) políticas públicas; governança; benchamark; nacionais e
(PRODUTO 4) economia da cultura e criativa; cultura e internacionais bem
desenvolvimento (PRODUTO 4) sucedidas

ATIVIDADES Produto 1: escopo, referencial teórico- (DATAS DE ENTREGAS E PAGAMENTOS) *Disponibilidade de
A) Sistematizar referencial metodológico, modelo analítico e Produto 1: 20 dias (30/01) - R$ 6.000,00 dados
teórico- metodológico; fontes Produto 2: 120 dias (10/05) - R$ 30.000,00 parametrizados
B) Definir malha de dados; Produto 2: (2.1) sistematização dos Produto 3: 170 dias (29/06) - R$ 15.000,00 *Possibilidade de
C) Realizar coleta de dados; dados socioeconômicos da música no Produto 4: 235 dias (02/09) - R$ 19.500,00 correspondência e
D) Análise quali/quanti; DF com foco na identificação de comparabilidade dos
E) Identificar e qualificar comportamento e tendência do dados
gargalos estruturais; ambiente de negócios, atividade *Possibilidade de
F) Analisar o conjunto de empresarial, mercado de trabalho, maior desagregação
políticas locais; comércio exterior, consumo, das bases de dados
G) Identificar e analisar investimento e impacto econômico. existentes
experiências locais, nacionais (2.2) Análise comparada à realidade *Adequação dos
e internacionais de nacional, com foco na identificação de custos da pesquisa
desenvolvimento do setor gargalos ao orçamento
produtivo; Produto 3: prospecção e análise de proposto
H) Elaborar proposta de políticas, programas e projetos, nas * Disponibilidade de
ações e estratégias. esferas local, nacional e internacional, agenda dos
voltadas à dinamização do sistema da interlocutores
música
Produto 4: propostas de projetos e
ações de fomento e regulação do setor
da música do DF

42




3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esperamos ter apresentado o conjunto de referenciais conceituais e técnicos do


projeto, bem como as linhas gerais do que será feito e apresentado nos próximos meses. O
objetivo final é realizar um diagnóstico do setor produtivo da música no DF que seja capaz
de instruir a concepção e o aperfeiçoamento dos instrumentos de política cultural. Para
tanto foram apresentados o escopo do trabalho, os marcos teórico-metodológicos que serão
utilizados como referências, e as principais fontes de dados a serem utilizadas. Quanto à
metodologia destaca-se o uso de CNAEs e CBOs como parâmetros do levantamento
quantitativo, e a opção será a pelos 17 códigos de classes trazidos pelo estudo
SPDPC/CODEPLAN DF. Também será utilizado o Painel de Indicadores elaborado pela SPCDC-
SEC DF (Anexo 4), tanto para nortear as perguntas avaliativas a que o diagnóstico deve
responder como para encaminhar as proposições ao final da Consultoria. Esperamos que
este Produto 1 possa contribuir para que as tomadas de decisão sejam ainda mais
qualificadas, rumo ao desenvolvimento cultural e econômico do DF a partir de ações
voltadas ao setor musical.

43




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30 de Janeiro de 2018.

48




ÍNDICE DE QUADROS, TABELAS E FIGURAS

Quadro 1 – Comparativo Resumido de Metodologias Internacionais de Medições Estatísticas


da Cultura ................................................................................................................................. 9

Figura 1 – Domínios Culturais UNESCO .................................................................................. 14

Quadro 2 – Delimitação do Campo da Cultura nas pesquisas do IBGE .................................. 17

Tabela 1 – Sub-classes CNAE 2.0 relacionadas ao setor produtivo da Música ...................... 20

Tabela 2 – Classes da CNAE 2.0 (agrupadas), classificadas de acordo com os Domínios


Culturais da UNESCO (2009) .................................................................................................. 21

Tabela 3 – Classes da CNAE 2.0 (agrupadas), Sub-Classes da CNAE 2.0 (desagregadas)


classificadas de acordo com os Domínios Culturais da UNESCO (2009), em perspectiva
comparada ............................................................................................................................. 22

Tabela 4 – Sub-Classes da CNAE 2.0 no PEM e no Atlas Econômico da Cultura Brasileira .... 24

Tabela 5 – CBOs relacionadas ao setor produtivo da Música ................................................ 27

Figura 2 – Estrutura Preliminar da Ontologia da Gestão Cultural versão 1.0 do MinC .......... 30

Quadro 3 – Bases de Dados do IBGE ...................................................................................... 33

Quadro 4 – Matriz do Marco Lógico do Projeto 914BRZ4020 - Fortalecimento e


Modernização das Políticas Públicas de Cultura no DF .......................................................... 41

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ANEXOS

Anexo 1 – Correspondência da CNAE 2.0 com a Classificação Industrial Internacional


Uniforme/International Standard Industrial Classification CIIU/ISIC 4.0 – IBGE.

Anexo 2 – Estudo SPDPC e CODEPLAN DF sobre CNAEs e Domínios UNESCO.

Anexo 3 – Classificação Temática das CNAEs CEGOV e Instituto Jones dos Santos Neves do
Estado do Espírito Santo.

Anexo 4 – Painel de Indicadores SPCDC-SEC DF

Anexo 5 – Meta-dados CEMPRE

Anexo 6 – Meta-dados CENSO Demográfico

Anexo 7 – Meta-dados ESTADIC

Anexo 8 – Meta-dados Estatísticas do Empreendedorismo

Anexo 9 – Meta-dados MUNIC

Anexo 10 – Meta-dados PAC

Anexo 11 – Meta-dados PAS

Anexo 12 – Meta-dados PIA-Empresa

Anexo 13 – Meta-dados PIB dos Municípios

Anexo 14 – Meta-dados PNAD

Anexo 15 – Meta-dados PNAD Contínua - Anual

Anexo 16 – Meta-dados POF

Anexo 17 - Produto II do Projeto BRABRZ40 (UNESCO), por Cristina Lins

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