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Produto 2
Sistematização de dados
socioeconômicos e Análise do setor
produtivo da Música no DF
Projeto 914BRZ4020
Fortalecimento e Modernização das Políticas
Públicas de Cultura no DF.
Esta obra é licenciada sob uma licença Creative Commons - Atribuição-Não Comercial-
Sem Derivações. 4.0 Internacional.
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 2
DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................... 7
1. Marcos Teóricos da Cadeia Produtiva da Música ......................................................... 7
2. O Mercado de Música Global e Brasileiro .................................................................. 28
3. Levantamento e Análise de Dados Socioeconômicos da Música no DF ..................... 39
3.1. Aspectos Metodológicos Gerais ...................................................................................................... 39
3.2. Resultados ....................................................................................................................................... 47
a) CEMPRE – Cadastro Central de Empresas - IBGE ......................................................................... 48
b) RAIS – Relação Anual de Informações Sociais – Ministério do Trabalho ...................................... 55
c) PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar – Contínua - IBGE ......................... 92
d) MUNIC / ESTADIC – Pesquisa de Informações Básicas Municipais / Estaduais – IBGE .............. 104
e) FinBra - Finanças do Brasil – Secretaria do Tesouro Nacional .................................................... 110
f) Fundo de Apoio à Cultura – FAC – Secretaria de Cultura do Distrito Federal ............................. 116
g) Lei de Incentivo à Cultura – LIC – Secretaria de Cultura do Distrito Federal .............................. 153
4. Diagnóstico dos Agentes da Música do DF através do método “Diagnóstico Rápido
Participativo” (DRP) .................................................................................................. 160
4.1. Aspectos Metodológicos Gerais do DRP ....................................................................................... 160
4.2. As etapas do Diagnóstico Rápido Participativo ............................................................................ 163
4.3. Resultados .................................................................................................................................... 168
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 176
RESUMO
Este trabalho é o Produto 2 do Projeto “914BRZ4020 – Fortalecimento e
Modernização das Políticas Públicas de Cultura no DF”, ligada ao Programa Território
Criativo da SEC DF, e visa fornecer um diagnóstico quantitativo com a sistematização dos
dados socioeconômicos do setor da música no DF a partir de diversas pesquisas e fontes de
dados. O diagnóstico inclui uma discussão preliminar sobre os marcos teóricos para análise
da cadeia produtiva da música, e uma breve discussão sobre os números do mercado global
de música gravada e as perspectivas do mercado brasileiro nesse cenário. Em seguida,
retomamos alguns aspectos da metodologia utilizada para o levantamento e análise dos
dados quantitativos, especialmente quanto às classificações de atividades econômicas e
ocupações, e os respectivos códigos utilizados nos levantamentos junto às bases de dados.
Em seguida são apresentados os resultados do levantamento junto a sete bases de dados
diferentes, que juntas apresentam um panorama diversificado de dados quantitativos e a
partir do qual são feitas as análises dos aspectos mais relevantes apontados pelos dados.
Além do levantamento quantitativo, tivemos o cuidado de fazer uma oitiva junto à
sociedade civil para agregar a tais resultados a perspectiva dos agentes do setor da música
do DF.
1
INTRODUÇÃO
1
Por exemplo, Januzzi (2012, 2013 e 2016), IPEA (2009 e 2010) e Barbosa da Silva (2007 e 2016).
2
com incidência direta na amostragem da base de dados aqui utilizadas. Estas questões foram
exploradas em detalhes no item “Aspectos Metodológicos Gerais”.
Nesse sentido, o esforço aqui empreendido é válido, mas não se encerra em si,
tampouco resolve sozinho as questões que o demandaram. Ainda que estejam previstos
outros produtos que agreguem informações qualitativas a este levantamento, o trabalho de
avaliação de políticas públicas, conforme aponta a bibliografia específica ao tema, deve se
referir não apenas a gargalos estruturais da cadeia produtiva (diagnosticados a partir de
levantamentos quantitativos) mas também aos objetivos das políticas e ao ciclo de sua
realização (JANNUZZI, 2012). O esforço de aperfeiçoamento de políticas públicas não pode
abrir mão de incorporar ao desenho de novos e aprimorados instrumentos o resultado de
pesquisas qualitativas de monitoramento e avaliação (IPEA, 2009).
Tendo isso em mente, cabe ressaltar os aspectos positivos trazidos por este
levantamento, a despeito das limitações metodológicas estruturais a ele impostas. Dois
pontos são fundamentais nesse sentido: os esforços mobilizados para a qualificação das
políticas no DF e os ganhos trazidos pelos resultados reunidos neste levantamento.
2
Aproveitamos a oportunidade para agradecer nominalmente a ajuda de Cristina Lins e Leonardo Athias com
as tabulações especiais das bases de dados, e a ajuda de Ana Mesquita com a organização de partes do
relatório.
3
sentido de potencializar o esforço de agentes econômicos (privados e públicos) no
desenvolvimento da economia criativa local. Essa estrutura institucional, construída ao longo
dos anos antes mesmo da estruturação do Sistema Nacional de Cultura - SNC, possibilitou: a)
continuidade nas políticas; b) o desenvolvimento de programas de referência na área das
políticas culturais (como o Fundo de Apoio à Cultura - FAC, cuja base de dados é de
fundamental importância para este levantamento; o premiado Conexão Cultura DF; e o
recente programa Território Criativo, desde já uma referência na inovação em políticas
culturais); e c) a demanda por informações qualificadas como argumento republicano para a
gestão cultural em seu território. Sem esse tipo de estrutura continuada e comprometida
com a gestão democrática e de qualidade, não seria possível chegar a lugar algum, muito
menos a um levantamento como este. Além disso, o comprometimento com a participação
social no desenvolvimento das políticas culturais e com a apropriação social das informações
produzidas sobre a área é um fator fundamental para o controle social das políticas
culturais.
Em relação ao segundo ponto, parece razoável dizer que este levantamento vem
cumprir importante papel na sistematização de dados e informações para a gestão cultural
local do DF. O Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais - SNIIC, componente
do SNC, vem trabalhando há diversos anos na tentativa de estruturação de uma ecologia de
coleta e difusão de informações da área cultural. Estados e Municípios têm importante papel
da coleta de informações, especialmente através dos Mapas Culturais, mas têm menor papel
estratégico na condução da política em nível nacional. A iniciativa da SEC DF em organizar as
informações culturais de seu território é certamente pioneira em relação à atuação dos
entes federados que aderiram ao SNC, pois não se têm notícias de estudos dessa natureza –
sobretudo com o importante aporte da UNESCO – em Estados e Municípios.
O MinC, por sua vez, não tem tradição no levantamento de informações sobre os
hábitos culturais da população assim como há na Argentina e no Chile4. Aqui as pesquisas
nessa área estratégica são feitas pela gestão privada da cultura5, ou por empresas que se
especializaram nesse tipo de pesquisa para realizar melhor seu trabalho na área de produção
cultural – e que evidentemente têm uma capacidade limitada em atender as demandas de
todo o território nacional6. O Sebrae DF realizou uma pesquisa de hábitos culturais específica
3
Citamos, a título de exemplo, o convênio entre MinC e IBGE firmado em 2004, que possibilitou a publicação
das duas edições do SIIC (2006 e 2013). Sobre o convênio, vide: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-
novoportal/multidominio/cultura-recreacao-e-esporte/9388-indicadores-culturais.html?=&t=o-que-e; outro
exemplo é o Plano de Economia Criativa (BRASIL-MinC, 2012), que colocava a área da cultura no centro das
articulações com outras áreas políticas (disponível em:
http://www.cultura.gov.br/documents/10913/636523/PLANO+DA+SECRETARIA+DA+ECONOMIA+CRIATIVA/81
dd57b6-e43b-43ec-93cf-2a29be1dd071).
4
Vide Argentina (2017) e Chile (2018).
5
Vide SESC (2013). A pesquisa é nacional, e recortes territoriais menores não são possíveis de serem extraídos
sem a base de dados, que não é pública. Mesmo que fosse disponibilizada, o cálculo amostral não permite
extrações menores do que os da UF. A amostra para o DF equipara-se a de um município, e não seria possível
obter dados para este recorte.
6
Nos referimos ao importante trabalho realizado pela JLeiva Cultura e Esporte, que realizou, através de leis de
incentivo fiscal, as pesquisas “Hábitos Culturais dos Paulistas” (disponível em http://www.pesquisasp.com.br) e
“Hábitos Culturais dos Cariocas” (disponível em http://www.culturanorio.com.br). A empresa está realizando
pesquisas de mesma natureza sobre os hábitos dos cidadãos das capitais dos Estados, ainda sem lançamento
previsto.
5
para o DF, cujos resultados encontram-se disponíveis na internet7, mas aparentemente não
houve continuidade do projeto. O caráter necessariamente censitário de pesquisas de
hábitos e práticas culturais demanda esforços institucionais para sua continuidade e
possibilidade de realização de séries históricas que captem de fato as mudanças nos hábitos
culturais da sociedade. Esforços pontuais como esse, apesar de interessantes, costumam cair
no esquecimento sem ser úteis como instrumento de planejamento de políticas culturais.
Espera-se, enfim, que os dados trazidos em relação a estes pontos todos contribuam
para o aperfeiçoamento de instrumentos de política cultural e econômica a ser empreendido
pela SEC DF a partir de então. É nesse sentido que os dados aqui reunidos devem ser lidos,
interpretados e utilizados.
7
http://intranet.df.sebrae.com.br/download/uacs_2011/Acervo_documental_sebrae_df/Perfil%20do%20Cons
umidor%20Cultural%20do%20DF%202011.pdf. (sem data de publicação).
6
DESENVOLVIMENTO
Introdução
7
principalmente por conta do desenvolvimento tecnológico; b) a necessidade de avaliação
das decisões culturais por governos, principalmente; c) no plano teórico, a evolução da
economia política para campos novos (economia das atividades sem fins lucrativos, revisão
do pressuposto da racionalidade, economia das organizações, economia da informação e da
incerteza).
8
aplaudi-los. Novos bens requerem diferentes ambientes e, consequentemente, inovações
sociais”. (KLAMER, 2016, p.10)
8
Relevante citar as pesquisas de William Baumol e de William Bowen (1966) sobre a economia dos espetáculos
da Broadway nos Estados Unidos, e a pesquisa de Alan Peacok e a Escola Public Choice. Foram os
institucionalistas americanos os primeiros a realizar análises da cadeia produtiva da cultura, abrindo caminho
para todo um campo de pesquisa na economia da cultura.
9
percorrer o caminho de mensuração da atividade industrial, e não ficar restrito aos fluxos
comerciais; 2) Círculos Concêntricos - modelo analítico criado por por Thorsby, amplamente
utilizado por diversos organismos internacionais e que coloca a economia da cultura como
foco central de suas análises; 3) Textos Simbólicos - modelo analítico que também coloca a
economia da cultura como centro da pesquisa, desenvolve categorias hierarquizadas que
considera os processos de produção, veiculação e consumo; 4) Direitos autorais da OMPI -
metodologia criada pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, é baseada em
taxonomias industriais, as limitações desse modelo são as restrições do escopo de
mensuração e seu alto custo; 5) Eurostat - que tem como referencial a Convenção de
Proteção e Promoção da Diversidade de Expressões Culturais da Unesco, e tem como foco
da análise o comércio internacional de produtos culturais; 6) UNESCO - que a partir de um
conceito amplo de cultura (6 domínios e 12 subgrupos) articula cinco processos do ciclo
cultural; 7) UNCTAD - no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento o método propõe estrutura analítica similar à proposta pela UNESCO,
utilizando dados do comércio já sistematizados, sendo que sua amplitude de escopo e o
barateamento de sua aplicação podem atender países em desenvolvimento; 8) ESS-Culture
(Eurostat) - refinamento do método Eurostat, ampliando o escopo de bens culturais
mensuráveis e maior possibilidade de comparabilidade; 9) CAB (Conta Satélite) - convênio
Andres Bello, que adota uma metodologia bem similar à da UNESCO, cujo ganho é uma
perspectiva sul-americana ao incorporar especificidades de países em desenvolvimento; e
10) Atlas Econômico da Cultura Brasileira – que possui grande influência do modelo UNESCO
e CAB, no entanto não apresenta um conceito de domínios relacionados e não utiliza
hierarquização dos setores.9
10
O Centro Internacional Celso Furtado de Políticas Para o Desenvolvimento compilou os textos de Celso
Furtado sobre cultura, inclusive seu discurso de posse quando assumiu o Ministério da Cultura do Brasil em
11
desenvolvimentista acerca da economia criativa está associada aos estudos sobre as APLs
(Arranjos Produtivos Locais) com destaque para a REDESIST - Rede de Pesquisa em Arranjos
e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais, uma rede que existe desde 1997 no Instituto de
Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. APLs são aglomerações de empresas
com a mesma especialização produtiva e que se localizam em um mesmo espaço geográfico.
As empresas dos APLs mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e
aprendizagem entre si, contando também com apoio de instituições locais como Governo,
associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Um conceito muito
similar ao utilizado pelos Hubs criativos citados por Karina Poli.
Este panorama retoma alguns dos marcos teóricos e metodológicos relevantes para o
diagnóstico em questão. É este panorama que origina os modelos analíticos destacados no
Referencial Teórico Metodológico e Comparabilidade Internacional apresentado
anteriormente no Produto 1. E, conforme destacado também naquele documento, os
aspectos mensuráveis da cadeia produtiva da música podem ser enquadrados, do ponto de
vista da análise, na ideia de ciclo cultural definido pela UNESCO: criação, produção,
1986. Em 1978 Celso Furtado já abordava o tema da criatividade em seu livro “Criatividade e Dependência na
Civilização Industrial”, referência para os estudiosos que abordam cultura na obra de Celso.
12
disseminação, exposição/recepção/transmissão e consumo/participação. Feito este
panorama, apresentamos a seguir questões específicas à música e às transformações que a
área passou nas últimas décadas.
11
Esse cenário descrito refere-se especificamente aos Estados Unidos, mas a forma de desenvolvimento da
cadeia produtiva na música em outros países aconteceu de forma similar, guardados os devidos processos
históricos de cada país. Assim como a indústria cinematográfica, a majors americanas expandiram seus
negócios para países em desenvolvimento.
12
Uma boa síntese das análises de Peterson e Berger encontra-se em Vicente (2014, p. 25-35).
14
cera de origem animal utilizada até então – fizeram os custos de produção despencarem. Tal
barateamento possibilitou que pequenos produtores pudessem investir para ter seus
próprios estúdios de gravação, e nos anos 50 começaram a aparecer diversas gravadoras
independentes no mercado.
A resposta das majors, fazendo jus ao seu poderio econômico, foi começar a comprar
essas gravadoras menores, num movimento de concentração econômica. No entanto,
entendendo que o principal ativo das indies era o talento em detectar as novidades e
tendências do mercado consumidor, a liberdade criativa das indies foi preservada, pois isso
atendia aos interesses das majors em dominar todos os nichos de mercado que iam se
configurando. Contudo, o controle sobre a produção física do suporte, assim como sua
distribuição e divulgação, foram mantidos sob o controle das majors. Desta forma, as
13
Tal relação já foi abordada por diversos estudos. Vide, por exemplo, Vicente (2014, p. 38-42) e Ghezzi (2003).
15
grandes gravadoras do setor mantiveram seu controle sobre a cadeia produtiva: ampliaram
seu leque de gêneros ofertados e atingiram novos segmentos do mercado através dos selos
indies, que, contando com estrutura produtiva menor que as majors, serviam como
experimentação de modelos de negócios e como instrumento de minimização dos riscos de
investimento em novos artistas (NAKANO, 2010; LEÃO & NAKANO, 2009; NAKANO, 2017).
16
Tecnologia e desmaterialização da indústria da música
Se numa etapa inicial o importante era ter a cópia digital do fonograma (em que o
download era a prática cultural predominante), no momento atual a tendência é de
expansão do consumo via streaming (em que é necessário um player instalado em
dispositivo que disponibilize as faixas/discos/artistas demandados através da
internet). Vende-se não a posse do fonograma, mas a facilidade de ouvir quando e
onde quiser via internet, gratuitamente ou sob assinatura mensal do serviço (numa
forma em que as assinaturas “Premium”, em expansão mundialmente, financiam a
forma “Freemium”)” (GHEZZI, 2016).
17
A disponibilização de faixas para escuta se dá entre gravadoras (detentoras dos
fonogramas, e responsáveis pelo pagamento aos artistas), players de streaming, e agentes
chamados agregadores digitais (que fazem contratos de licença entre as gravadoras e os
players). O ouvinte renova sua licença de acesso às faixas a cada sincronização do dispositivo
com o software, mecanismo que contabiliza quantas vezes a faixa foi reproduzida. As
escutas só geram rendimentos a partir de 30 segundos, e as assinaturas “Premium” geram,
por faixa, remunerações maiores do que a modalidade “Freemium”.
Diversas questões podem ser observadas a partir desta nova realidade com a qual as
gravadoras tiveram de lidar. A distribuição deixa de ser um monopólio, já que há uma
18
desmaterialização e a música não depende mais de um suporte físico para chegar aos
consumidores, praticamente a custo zero e driblando as legislações sobre propriedade
autoral. As majors tentaram reverter esse quadro, a princípio, através de processos judiciais,
do desenvolvimento de tecnologia contra cópias ilegais DRM - Digital Rights Management, e
do estabelecimento de canais de venda de fonogramas on-line (LEÃO & NAKANO, 2010, p.
19). No entanto essas tentativas se mostraram fracassadas.
Nakano (2017) realiza uma análise relevante sobre a situação da indústria da música
dezoito anos após o surgimento do Napster e das redes P2P, utilizando dois modelos
analíticos para isso. O primeiro é o Modelo de Produção da Cultura de Peterson que: “Em
síntese, propõe que o conteúdo da produção cultural é dirigido pelas condições de sua
produção” (NAKANO, 2017, p. 26). O segundo é o Modelo Estrutura-Conduta-Desempenho
(ECD), utilizado para analisar a dinâmica e o comportamento (como concentrações e
barreiras de entrada no mercado) de alguns setores econômicos.
Estrutura do setor: Outro aspecto que impactou a cadeia produtiva da música foi a
dispersão de recursos de criação, a partir do barateamento dos equipamentos para a
produção musical ocasionada pelo desenvolvimento tecnológico. No canal de distribuição
direto o artista pode criar seu próprio site e comerciar sua música diretamente, com o
auxílio das redes sociais para a realizar a divulgação. Já o canal do varejo possui dois
estágios: os agregadores e os varejistas. Os primeiros possuem caráter de intermediadores,
ofertando pacotes de artistas para os consumidores (que não são os consumidores finais,
mas sim as plataformas através das quais consumo digital é feito, como Youtube e Spotify).
Os segundos, os varejistas, são as grandes lojas de vendas de fonogramas on-line, como a
Amazon, Apple Music, etc. Esses dois fatores reduziram o papel e as atividades das majors.
20
Estratégias da empresa: As majors passam a arriscar menos no mercado. Com a
aumento da pressão por resultados as majors passaram a arriscar menos, que resultou na
redução de obras lançadas e o enfoque em gêneros musicais com retorno garantido. Para as
independentes o processo aconteceu de outra forma: sem capital para investimentos de
risco, o custo da produção passou a onerar diretamente os artistas, que passaram a financiar
por conta própria o processo de criação (utilizando para isso a estrutura de produção,
distribuição e divulgação das gravadoras). Destaque para a mudança de perfil do produtor
musical, que deixa de ser um funcionário contratado da empresa e passa a ser um freelancer
contratado por projetos.
21
setor, as majors continuam com o monopólio do mercado em nível global, e os dois
principais fatores para isso continuar ocorrendo são, de um lado, a legislação de direitos
autorais (com grande parcela dedicada aos direitos conexos de produção fonográfica); e o
acesso privilegiado dessas empresas aos canais de divulgação de massa. No Brasil a situação
não é muito distinta em relação ao cenário exposto acima.
Nos anos 90, o panorama sofre um estrondoso abalo com a implantação das
tecnologias digitais. As mudanças estão em viva operação, perpassam todas as
pontas de um processo ainda não identificado em sua inteireza. Algumas de suas
dimensões são, contudo, bastante claras. O digital, trazido para a esfera da
produção inicialmente como mais um aprimoramento técnico, permitiu, por suas
características próprias, a fragilização daquilo que garantia o domínio das grandes
companhias fonográficas: a exclusividade na produção material de conteúdos
musicais específicos e sua difusão. A partir de meados da década de 90 a realidade
do setor começou a mudar rápida, profunda e constantemente em termos
econômicos, políticos, organizacionais, jurídicos e culturais. Os lucros caem
drasticamente; as empresas se reestruturam; as relações de poder são abaladas e
outros agentes entram em cena – artistas pertencentes ou não aos quadros das
gravadoras, pequenos empresários dos setores de comércio/ distribuição de discos,
de estúdios, de shows, vendedores ambulantes, produtores piratas e, sobretudo, o
ouvinte; o aparato jurídico, legal e institucional existente é fortemente atingido e
imediatamente posto em questão; outras formas de organização econômica das
empresas passam a ser gestadas. Os impactos de tais mudanças para a vida cultural
são de amplo espectro e de difícil verificação. Mas evidências fundamentais são
percebidas, sobretudo, no aumento e na diversidade da oferta de música gravada a
partir das facilidades e da descentralização da produção; na geração de formas
alternativas de difusão e no contato direto artista-público; na ampliação da
inserção digital e popularização das mídias portáteis e da telefonia celular. Práticas
e hábitos culturais estão sendo gerados, ao mesmo tempo em que novos padrões
de sociabilidade vão sendo instituídos. (DIAS, 2012, p. 63-64).
Plano de Economia da Música: uma proposta de política para a cadeia produtiva da música
no Brasil
22
(...) o mercado de música gravada no Brasil movimentou, em 2014 mais de R$ 580
milhões (ABPD, 2015). Ele é marcado por uma forte expansão nos últimos anos,
10,6% apenas em 2015, principalmente ao observarmos a relação com o ambiente
digital, que cresceu 45,1% neste último ano no país e já representa um mercado
nacional de mais de R$ 316 milhões (IFPI, 2016). Um mercado de trabalho que nos
últimos 10 anos acumulou uma expansão mais de 60% de número de empregados
(FIRJAN, 2014) (...). (BRASIL, 2016, p.8)
Um dos dados mais significativos relacionados ao mercado musical da América
Latina, e do Brasil especificamente, diz respeito ao crescimento do streaming, que
comentaremos mais adiante com dados atualizados para o ano de 2017.
Mas apesar do crescimento dos mercados global e brasileiro nos últimos anos, há,
paralelamente, uma grande precariedade no âmbito trabalhista. Segundo a Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), houve um crescimento de 60% nos postos de trabalho
formais na música nos últimos 10 anos, apesar dos índices de informalidade serem cerca de
14% superiores se comparados ao restante das ocupações no mercado de trabalho.
A prática de escutar música pelo rádio ainda é a mais difundida no país, chegando a
ser a preferência de 73% dos brasileiros (SEBRAE, 2015, p. 63). Os últimos dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do início de 2018, realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE, 2018) mostram que cerca de 64% dos brasileiros
possuem acesso à internet. Em contraposição, 90% dos brasileiros ouvem rádio (IBOPE
Media). A música brasileira é a mais ouvida com 72% do mercado (SEBRAE, 2015, p. 63). A
concentração das majors está no controle da divulgação, mas também no domínio dos
direitos autorais. Outras questões ainda devem ser levadas em consideração, como a
distribuição de patrocínios via leis de incentivo, que também é concentrada em gêneros
(instrumental e erudita) e região do país (sudeste). (BRASIL apud POLI, 2016, p.28-29)
23
O modelo analítico utilizado para este plano foi o Framework for Cultural Statistics,
modelo desenvolvido pela UNESCO (2009) que utiliza o conceito de domínios culturais (ver
Produto 1). A organização dos dados e a análise realizada pelo Ministério da Cultura é o
panorama mais completo já produzido no país. Ainda que realize um diagnóstico com dados
precários (pois não há uma metodologia única e há poucas séries históricas para a
realização de comparabilidades na área), é um primeiro passo fundamental para tentar
aplicar um método de mensuração para a cadeia produtiva na música, balizando assim as
decisões a serem tomadas pelos gestores públicos.
Apesar dos esforços empreendidos para a construção deste plano, não se tem
informações concretas sobre sua aplicabilidade na atual conjuntura de um governo interino.
No entanto, o documento é um estudo relevante se considerados aspectos de mercado, do
governo e da sociedade civil.
(...) a ausência de valor monetário incita uma série de discussões éticas e jurídicas
principalmente a respeito da apropriação de direitos autorais. Novos modelos de
negócio, todavia, precificando o conteúdo digital, também começam a emergir
(como o iTunes). De qualquer forma, é evidente a ausência de uma entidade como
o fator preço, na grande maioria dos casos de consumo, para orientar a dinâmica
de comercialização entre distribuidores digitais e consumidores internautas.
(ALMEIDA & NAKANO, 2013, p.29)
27
2. O Mercado de Música Global e Brasileiro
Em 2013 a indústria fonográfica começava a se recuperar de uma grande crise – mais
uma dentre as inúmeras crises cíclicas pelas quais já passou14. Segundo dados do relatório
anual da Federação Internacional da Indústria Fonográfica – IFPI 2014 relativo ao ano de
2013, o mercado europeu de música gravada (vendas físicas e receitas digitais combinadas)
apresentou crescimento pela primeira vez em 12 anos (+0,6%). Nos EUA, maior mercado
mundial em 2013, o crescimento foi de 0,5%, e na América Latina foi de 1,4%. A América
Latina foi a região que liderou a expansão do consumo mundial pelo segundo ano
consecutivo. Contudo o desempenho global do mercado foi negativo se comparado a 2012 (-
3,9%), puxado pela forte retração de 16,7% no Japão, que em 2013 era o segundo maior
mercado mundial (e o maior mercado se tomadas apenas as mídias físicas CDs, DVDs e Blu-
Rays). Excluindo-se o Japão, o cenário foi de queda de apenas 0,1% em relação a 2012, o que
representa um cenário de estabilidade em relação ao ano anterior. Em 2013, 57% das
receitas globais vieram de formatos físicos, contra 35% dos meios digitais. Apesar da
proporção do mercado digital ser minoritária, as receitas nessa área cresceram 4,3% em
2013 em relação a 2012, impulsionadas principalmente pelo incremento extraordinário na
categoria “subscrição a serviços de streaming”, que registrou crescimento mundial de 51%.15
14
Vide por exemplo Dias (2012) e Vicente (2014).
15
Fonte: http://www.ifpi.org/downloads/Digital-Music-Report-2014.pdf
16
Do total do faturamento, quase R$238 milhões em valores do atacado, 66,36% corresponderam às vendas de
repertório brasileiro, 30,63% a repertório internacional e 3,01% a música clássica. Também deste total, 66,36%
foram de CDs (áudio) e 33,64%, DVDs e discos de Blu-Ray (audiovisual). Fonte: Pró-Música Brasil, disponível
em: http://pro-musicabr.org.br/2014/03/20/mercado-fonografico-mundial-e-brasileiro-em-2013/.
28
que consta no relatório da IFPI.17 Contudo, o bom resultado no digital não foi suficiente para
compensar a queda nos formatos físicos pelo segundo ano consecutivo, já que combinados
os formatos físico e digital houve recuo de 4,75% em relação a 2012.18
17
Em 2013, a ABPD usava metodologia diversa da IFPI, pois não considerava no cômputo o mercado
independente, nem os direitos dos produtores fonográficos na arrecadação por execução pública. Em 2014 as
metodologias foram ajustadas. Vide: http://pro-musicabr.org.br/2015/05/19/mercado-fonografico-mundial-e-
brasileiro-em-2014-2/.
18
Fonte: http://pro-musicabr.org.br/2014/03/20/mercado-fonografico-mundial-e-brasileiro-em-2013/.
19
Fonte: IFPI Digital Music Report 2015, disponível em: http://www.ifpi.org/downloads/Digital-Music-Report-
2015.pdf
29
crescimento do mercado fonográfico geral (físico + digital), com um aumento de 7,3% em
relação a 2013 – que já registrava alta de 1,4% em relação a 2012.
Em 2014 houve uma adaptação da metodologia utilizada pela ABPD à utilizada pela
IFPI, que passou a incorporar, assim como a federação internacional, o mercado
independente, o mercado de sincronizações (licenciamento prévio de obras musicais para
uso em produtos audiovisuais) e os valores relativos à parte cabida aos produtores
fonográficos das receitas de direitos de execução pública. Isso exigiu que os percentuais
brasileiros anunciados em 2013 fossem redimensionados para se tornarem comparáveis aos
de 2014, ano em que a mudança foi feita.
22
Idem.
23
Vicente (2014).
31
e o digital) tiveram crescimento de 3,2% em relação a 2014, confirmando a tendência de
crescimento registrada a partir de 2013 – quando pela primeira vez em mais de uma década
houve crescimento de 0,6% nas vendas totais. O crescimento do mercado em 2015 deveu-se
às receitas na área digital, que cresceram 10,2% e passaram a representar mais da metade
do faturamento com música gravada em 19 países, incluindo o Brasil. Dentre os formatos
digitais o streaming foi o que cresceu mais rapidamente, representando, em 2015, 19% do
total das receitas da indústria fonográfica mundial. Um dado relevante é o aumento de
65,8% de assinantes “Premium” das plataformas, somando 68 milhões de assinantes em
todo o mundo. Contudo, a tendência de queda nas vendas físicas se confirma, e em 2015
houve uma queda de 4,5% em relação ao ano anterior24.
24
Fonte: IFPI. http://www.ifpi.org/downloads/GMR2016.pdf.
25
Fonte: ABPD/Pró-Música. http://pro-musicabr.org.br/2016/04/18/mercado-fonografico-mundial-e-
brasileiro-em-2015/
32
Em 2016 e 2017 os números do mercado mundial reforçaram as tendências acima
descritas26, tornando indiscutível o caráter duradouro das mudanças tanto nos modelos de
negócio da indústria como nos hábitos de escuta da música gravada por streaming. Em 2017,
as receitas geradas pelos vários modelos de negócio do setor de música gravada cresceram
8,1% na comparação com 2016, tendo o faturamento global do setor atingido o montante de
US$ 17,3 Bilhões. Desse montante, 38% são provenientes do streaming (maior fonte de
receitas no momento), 30% das vendas físicas, 16% de formatos digitais exceto streaming,
14% de direitos de execução pública pagos a produtores fonográficos; e 2% de sincronização
para uso audiovisual. Todas as regiões do globo tiveram crescimento, mas a América Latina
foi a que mais cresceu, apresentando 17,7% de crescimento em relação a 2016. Os Estados
Unidos são o maior mercado, seguido por Japão, Alemanha, Reino Unido e França.
Abaixo o gráfico da IFPI que demonstra a evolução das receitas (em bilhões de
dólares) da indústria global entre 1999 e 2017, considerando as 5 modalidades aferidas:
formatos físicos, ambiente digital exceto streaming (desde 2004), streaming (desde 2005),
direitos de execução pública pagos a produtores fonográficos (desde 2005) e sincronização
(desde 2010)27:
26
Sobre o mercado mundial de música gravada em 2016 e 2017 ver os relatórios da IFPI disponíveis em:
http://www.ifpi.org/news/IFPI-GLOBAL-MUSIC-REPORT-2017 e http://www.ifpi.org/downloads/GMR2018.pdf.
27
Fonte: https://cdn.mbw.44bytes.net/files/2018/04/Screen-Shot-2018-04-24-at-13.46.33.jpg.
33
Os números mostram que apesar da retomada do crescimento impulsionada pelo
streaming, as receitas ainda não chegaram aos níveis observados em 1999.
28
Fonte: http://www.digitalmusicnews.com/wp-content/uploads/2018/04/Global-Recorded-Music-Revenues-
by-Segment-2017-Julie-Bergan-Courtesy-of-Warner-Music-Group.png.
29
Fonte: https://cdn.mbw.44bytes.net/files/2018/02/IMG_0835.jpg
34
Algumas análises feitas com base nas receitas das três majors mais importantes do
mercado (Universal Music Group, Sony e Warner) indicam uma importante participação do
segmento independente no mercado: Calculando a diferença entre, de um lado, as receitas
somadas das três corporações (US $ 12,13 bilhões), e de outro, o valor total do mercado (US
$ 17,3 bilhões), teríamos US$ 5,17 bilhões, correspondente à participação de todos os outros
selos – os independentes – no faturamento da indústria (ou 29,88% do bolo total em 2017).
Os mesmos cálculos em 2016 mostram que o segmento independente foi responsável por
US $ 4,91 bilhões, ou 30,68% do total do mercado de música gravada. Apesar de a
participação do segmento independente no mercado ter caído um pouco em relação ao ano
anterior (de 30,68% para 29,88%), o percentual em 2017 é maior do que a fatia de mercado
da Universal, major que obteve a maior receita em 2017 (US $ 5,15 bilhões ou 29,78% do
mercado). Ou seja, o segmento de música independente foi o maior player no mercado
global de música em 2017, considerando as receitas em todas as cinco categorias
mensuradas.30 Os percentuais majors versus indies no mercado global incluindo as 5
categorias podem ser vistos no gráfico abaixo31:
30
Vide: https://www.musicbusinessworldwide.com/independents-ruled-global-market-share-in-2017-but-
universal-was-king-of-streaming/.
31
Fonte: https://cdn.mbw.44bytes.net/files/2018/04/IMG_0938.jpg
35
Já se o mesmo cálculo (total – majors = indie) for feito apenas para a categoria
streaming, teríamos a seguinte proporção32:
32
https://cdn.mbw.44bytes.net/files/2018/04/IMG_0941.jpg
33
https://cdn.mbw.44bytes.net/files/2018/04/IMG_0940.jpg
36
34
Fonte: ABPD/Pró-Música: http://www.pro-musicabr.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Mercado-de-
Música-Global-e-Brasileiro-em-2016-FINAL.pdf.
37
ambiente digital; 34% execução pública; 5,3% mercado físico; e 0,3% sincronização para
audiovisual. Em 2017, o Brasil passa a ser o 9o mercado mundial.35
35
Fonte: ABPD/Pró-Música: http://pro-musicabr.org.br/2018/04/25/mercado-fonografico-mundial-e-
brasileiro-em-2017/. Link para o Top 200 Streaming 2017 Brasil: http://pro-musicabr.org.br/wp-
content/uploads/2018/04/TOP200- STREAMING-2017.pdf.
36
http://www.digitalmusicnews.com/wp-content/uploads/2018/04/YouTube-Value-Gap-IFPI.jpg.
38
3. Levantamento e Análise de Dados Socioeconômicos da Música no
DF
Contudo, não foi possível trabalhar com todos os códigos CNAE em todas as fontes
de dados utilizadas neste levantamento. Explicamos os principais motivos a seguir.
Na maioria das pesquisas realizadas pelo IBGE (como CEMPRE e PNAD Contínua, por
exemplo) e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (como a RAIS), a divulgação de resultados
é para o nível de classe na CNAE - 4 dígitos (por exemplo, 32.20-5 Fabricação de
instrumentos musicais). Sendo assim, não há condição de atender demandas, mesmo de
tabulações especiais, de CNAES de 7 dígitos, como por exemplo a CNAE 1830-0/01. Nesse
sentido, os códigos CNAE selecionados no Plano de Economia da Música (PEM) não poderão
ser utilizados, pois todos se apresentam com 7 dígitos.
Não obstante, alguns dos códigos CNAE de 4 dígitos listados como relevantes no
Produto 1 não foram utilizados no levantamento por não serem específicos à música – o que
poderia inchar os resultados do levantamento da música com dados referentes a outros
setores produtivos. De qualquer maneira, a exclusão desses códigos não produziu impacto
no diagnóstico apresentado a seguir, pois os resultados para o DF não contaram com
representatividade amostral suficiente.
40
Tabela 1: CNAEs 2.0 (2010) relacionadas ao setor produtivo da Música consideradas
neste levantamento
Os códigos CBO utilizados neste levantamento são os mesmos que já haviam sido
relacionados no Produto 1. Reproduzimos abaixo os códigos em questão:
Tabela 2: CBOs 2002 relacionadas ao setor produtivo da Música37
Fonte: Programa de Economia da Música (MINC, 2016, p. 16-17)
Classificação
Descrição
CBO
2263-05 Musicoterapeuta
2349-15 Professor de música no ensino superior
2621-30 Tecnólogo em produção fonográfica
2626-05 Compositor
2626-10 Músico arranjador
2626-15 Músico regente
2626-20 Musicólogo
2627-05 Músico intérprete cantor
2627-10 Músico intérprete instrumentista
37
No Produto 1 desta Consultoria, esta tabela corresponde à Tabela 5 alocada entre as páginas 26 e 28,
idêntica a esta.
41
3741-05 Técnico em gravação de áudio
3741-10 Técnico em instalação de equipamentos de áudio
3741-15 Técnico em masterização de áudio
3741-20 Projetista de som
3741-25 Técnico em sonorização
3741-30 Técnico em mixagem de áudio
3741-35 Projetista de sistemas de áudio
3741-40 Microfonista
3741-45 DJ (Disc Jockey)
7401-10 Supervisor de fabricação de instrumentos musicais
7421-05 Afinador de instrumentos musicais
7421-10 Confeccionador de acordeão
7421-15 Confeccionador de instrumentos de corda
7421-20 Confeccionador de instrumentos de percussão (pele, couro ou plástico)
7421-25 Confeccionador de instrumentos de sopro (madeira)
7421-30 Confeccionador de instrumentos de sopro (metal)
7421-35 Confeccionador de órgão
7421-40 Confeccionador de piano
9152-05 Restaurador de instrumentos musicais (exceto cordas arcadas)
9152-10 Reparador de instrumentos musicais
9152-15 Luthier (restauração de cordas arcadas)
42
Existem tabelas de correspondência entre as versões das classificações que podem ser
acessadas na página da CONCLA/IBGE38. As correspondências entre CNAE 2.0 e CNAE-Dom e
entre a CBO e COD utilizadas neste levantamento encontram-se em anexo (Anexo 2), e
serão comentadas no item relativo à apresentação dos resultados da pesquisa sobre a base
de dados da PNAD Contínua -– Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (Contínua), mais à
frente.
Uma observação importante deve ser feita em relação aos dados obtidos a partir dos
códigos CNAE e CBO, no sentido de indicar as limitações impostas a este levantamento.
Ainda que todas as pesquisas nacionais se baseiem nessas classificações – que contam com
rigorosa compatibilidade internacional – para a coleta de informações, elas têm se mostrado
insuficientes para dar conta da complexidade do universo cultural. O principal motivo é que
as atividades e ocupações do campo da cultura não estão espelhadas nessas classificações.
Muitas das atividades e ocupações típicas da área cultural não contam com códigos
específicos, e portanto seus impactos econômicos não são mensurados por tais pesquisas.
Além disso, o setor cultural é fortemente marcado por empreendimentos não formalizados e
pela economia informal, e que certamente demorarão a serem incorporados nas pesquisas
que se utilizam dessas classificações voltadas às atividades o ocupações formalizadas.
Nesse sentido, o rol de códigos CNAE e CBO da área da cultura, e por conseguinte do
setor da música, não é representativo da ampla gama de atividades econômicas e ocupações
que constituem os diversos segmentos sócio-produtivos da área cultural. As classificações
necessitam ser constantemente atualizadas para serem representativas do setor que as
pesquisas buscam mensurar, contudo este trabalho não é simples nem rápido de ser feito:
as comparabilidades internacionais devem ser respeitadas à risca e só podem ser feitas por
38
Vide: https://concla.ibge.gov.br/classificacoes/correspondencias/atividades-economicas.html. Para mais
informações sobre a COD e a CNAE-Domiciliar 2.0 ver na Metodologia do Censo Demográfico 2010, páginas 340
a 348, que está disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=295987.
43
profissionais competentes, que devem se basear em pesquisas qualitativas para realizar tal
trabalho39.
Como os códigos CNAE foram totalmente reformulados da versão 1.0 (do ano 2000)
para a versão 2.0 (do ano de 2010) para a incorporação de novas atividades, todas as
pesquisas que utilizaram a CNAE 1.0 não possuem comparabilidade com as pesquisas que
utilizaram a versão 2.0. A PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, realizada pelo
IBGE, é uma dessas pesquisas: a última publicação de seus resultados (2015)40 utiliza a CNAE
1.0, e não é comparável aos dados mais recentes da PNAD Contínua. Por este motivo, este
levantamento trás apenas dados da PNAD Contínua (e não da PNAD 2015), para que se
possa fazer comparações entre 2016 e anos anteriores. Tal procedimento de comparação
39
Neste momento, a consultora está realizando uma pesquisa para o Instituto de Economia Econômica
Aplicada – IPEA que contribui exatamente com esta discussão. A pesquisa não está concluída, mas os primeiros
resultados apontam para uma sub-representação das inúmeras atividades relacionadas à produção musical e à
gestão de carreiras.
40
A publicação dos dados de todas as PNADs já realizadas encontram-se no link:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9127-pesquisa-nacional-por-amostra-de-
domicilios.html?&t=o-que-e%20%20Acesso%20em%20jan.%202018.
44
com anos anteriores enriquecem a análise no sentido de se identificar tendências. Caso
contrário os resultados ficariam restritos a um quadro relativo a 2015 sem análises com
variabilidade no tempo. De qualquer modo, os dados da PNAD 2015 constam da pesquisa
Sistema de Informações e Indicadores Culturais SIIC 2007-201041, em que todas as pesquisas
usam a CNAE 1.0.
41
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/multidominio/cultura-recreacao-e-
esporte/9388-indicadores-culturais.html e em PDF no link
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv65974.pdf.
45
Diante do exposto, o levantamento dos dados quantitativos do setor sócio-produtivo
da música do DF apresentado a seguir, para além de suas limitações estruturais, é uma
importante iniciativa para a compreensão mais aprofundada sobre o setor. Estes dados
certamente contribuirão muito para o aperfeiçoamento e atualização de políticas setoriais
vigentes, assim como para a proposição de novos instrumentos de política setorial no DF. A
iniciativa é exemplar, e deveria ser um padrão a ser adotado na gestão pública da cultura,
pois não é possível fazer prognósticos sem realizar antes um diagnóstico, ainda que ele
contenha limitações. Esforços como este podem, inclusive, dar subsídios para a superação
dessas limitações estruturais ao documentar o uso qualificado dos dados em questão pela
gestão pública.
46
3.2. Resultados
47
a) CEMPRE – Cadastro Central de Empresas - IBGE
42
Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6450.
43
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/comercio/9016-estatisticas-do-
cadastro-central-de-empresas.html?&t=resultados.
48
Tabela 3 - Unidades locais, pessoal ocupado total e assalariado em 31.12.2015, salários e
outras remunerações, por seção, divisão, grupo e classe da classificação de atividades
(CNAE 2.0) - UF DF – 2015
Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas (CEMPRE)
32.20-5 Fabricação de 1 X X X X
instrumentos musicais
O percentual de empreendimentos dedicados ao ensino de arte e cultura no DF (55%
os empreendimentos) é expressivo se comparado ao percentual do Brasil (36%), da região
Centro-Oeste (39%) e estado de São Paulo (36%), conforme demonstram os gráficos:
23%
90.03-5 Gestão de espaços para
artes cênicas, espetáculos e
outras atividades artísticas
51
Em comparação a estes três cenários, o DF tem, proporcionalmente, mais
empreendimentos ligados ao ensino de arte e cultura. Nestes três cenários, as atividades de
gravação e comércio varejista juntas somam praticamente metade dos empreendimentos,
mas no DF apenas cerca de 35%. Por outro lado, as três atividades com menor participação
nos três cenários (reprodução, fabricação de instrumentos e gestão de espaços) encontram-
se relativamente equilibradas entre si, mas no DF apresentam configuração diferente: a
fabricação de instrumentos é praticamente inexpressiva (1%), mas a participação dos
empreendimentos ligados à gestão de espaços para espetáculos é maior do que em
qualquer outro cenário. No DF eles representam 7% dos empreendimentos, no Brasil 4%, no
Centro-Oeste 6% e no Estado de São Paulo 3%. Além disso, comparativamente, o DF tem
poucos empreendimentos ligados à gravação e edição de música: a participação de estúdios
e editoras no total de empreendimentos é de apenas 19% no DF, contra 24% no Brasil, 23%
no Centro-Oeste e 26% no estado de São Paulo.
Consideradas as limitações dos dados, esses números podem indicar uma provável
vocação do DF, em que são expressivas as iniciativas de ensino de artes (que formam tanto
profissionais como público) e de espaços dedicados à fruição artística, podendo, inclusive,
uma coisa estar relacionada à outra – mas para isso seriam necessárias pesquisas adicionais
que se dedicassem às relações causais. Nesse sentido, investir nessa área poderia reforçar
tal vocação e fazer dela um forte elemento para a consolidação de uma economia criativa. A
relativa falta de estúdios e editoras diante do número expressivo de artistas formados no DF,
por exemplo, aponta que a demanda por serviços de gravação e edição musicais pode estar
se dirigindo a outros mercados (a ser confirmado por pesquisa específica), sendo necessário
investir nessa área para reter receitas no DF.
53
Do quadro de pessoal ocupado, a proporção entre assalariados e não assalariados é
representada pelo gráfico abaixo, e não apresenta grande variação em relação aos outros
cenários destacados. Em todos os cenários, a maior parte do pessoal ocupado é em regime
de assalariamento (exceto para atividades de gravação, em que o número de trabalhadores
formais não assalariados é maior no Brasil e no estado de São Paulo). No DF, em todas as
atividades o vínculo formal assalariado é maior do que o vínculo formal não assalariado).
Deve-se observar, contudo, que a base de dados CEMPRE refere-se aos vínculos formais (CLT
ou outras formas contratuais formais), e não captura os vínculos informais – o que
certamente alteraria muito o quadro abaixo.
54
b) RAIS – Relação Anual de Informações Sociais – Ministério do Trabalho
o Tipo de dados: Ocupação (número de vínculos empregatícios formalmente
registrados e a quantidade de unidades locais atuando no Brasil)
o Característica: Informações Sociais das empresas
o Indicadores: número de vínculos por ocupação; saldo de movimento por
vínculos; vínculos por tamanho do estabelecimento; vínculo por horas
contratadas; vínculo por tempo de serviço; distribuição dos ocupados por
faixa etária, grau de instrução, faixa salarial, sexo;
o Ano de Referência: 2016
o Versão CBO: 2002
o Comparações
• 2014 a 2016
• DF e Brasil
o Anexo: Planilhas com a tabulação especial para Música-DF45 (Anexos 5 a 15)
A base de dados RAIS aprofunda a visão sobre os vínculos formais, mas agora não
mais pela lógica das empresas (como no caso do CEMPRE com as classificações CNAE), mas
pela ótica das informações sociais prestadas pelas empresas, que revelam o enquadramento
formal (ou ocupações) dos agentes nas empresas. Dessa forma, a classificação utilizada pela
pesquisa é a da CBO.
Em primeiro lugar, deve-se dizer que em função da amostra reduzida para o recorte
específico do DF não foi possível verificar vínculos em 8 das 30 ocupações de interesse para
este levantamento. São elas: Compositor; Microfonista; Supervisor de Fabricação de
Instrumentos Musicais; Confeccionador de Instrumentos de Corda; Confeccionador de
Instrumentos De Percussão (Pele, Couro Ou Plástico); Confeccionador de Instrumentos de
Sopro (Madeira); Confeccionador de Instrumentos de Sopro (Metal); Confeccionador de
45
Para os dados Música-DF se faz necessária a elaboração de uma tabulação especial a partir do microdado e
tabulação da malha. A tabulação só pode ser feita por profissional competente. Link:
http://www.rais.gov.br/sitio/sobre.jsf.
55
Órgão. Isso não significa que não haja tais profissionais no DF. Significa que dentre os
vínculos relatados pelas empresas sediadas no DF não há vínculos formais nessas áreas.
56
Tabela 4 – Vínculos formais por CBO – UF DF e Brasil – 2014 a 2016
Fonte: MTE – Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)
57
CONFECCIONADOR
DE ACORDEAO
1% LUTHIER
AFINADOR DE (RESTAURACAO DE
INSTRUMENTOS CORDAS ARCADAS)
MUSICAIS 1%
PROJETISTA 1%
DE SISTEMAS
TECNICO EM DE AUDIO RESTAURADOR DE
MIXAGEM INSTRUMENTOS
2%
DE AUDIO MUSICAIS (EXCETO
DJ (DISC CORDAS ARCADAS)
1%
JOCKEY) 1% MUSICOTERAPEUT
PROJETISTA 1% A (A)
DE SOM 0% TECNÓLOGO EM
1% PRODUÇÃO
TECNICO EM FONOGRÁFICA
PROFESSOR DE 1%
MASTERIZACAO DE
MUSICA NO
AUDIO TECNICO EM ENSINO SUPERIOR
0% SONORIZACAO 9%
7% MUSICO
ARRANJADOR
5%
MUSICO REGENTE
6%
MUSICO
INTERPRETE
CANTOR
5%
TECNICO EM
INSTALACAO DE
EQUIPAMENTOS
DE AUDIO TECNICO EM MUSICO
40% GRAVACAO DE INTERPRETE
AUDIO INSTRUMENTISTA
15% 4%
58
Outra conclusão importante é a de que o número de vínculos formais nas ocupações
relacionadas à música decresceu entre 2014 e 2016, tanto no DF (-21%) como no Brasil (-
10%). No DF, os 497 vínculos formais nas ocupações de interesse registrados em 2014
caíram para 392 vínculos formais em 2016. As ocupações que, em função do plano amostral
para o DF, contam com ocorrências inferiores a uma dezena (como musicólogo, por
exemplo), apresentam variações altas que não devem ser levadas em consideração, pois o
resultado está enviesado pela amostra restrita. Feita a ressalva e consideradas apenas as
ocupações que contam com ocorrências significativas, a maior queda no DF foi no número
de técnicos em mixagem de áudio (-84%), seguido de projetista de sistema de áudio (-57%),
e só então técnico em instalação de equipamentos de áudio (-35%). No cenário brasileiro,
tomando-se o mesmo cuidado em relação às ocorrências em função da amostra, e
considerando-se apenas as ocupações com mais de mil ocorrências, a maior queda foi no
número de músicos regentes (-20%), seguido de técnico em instalação de equipamentos de
áudio (-14%), e técnicos em gravação de áudio (-13%). Vale notar ainda que ao passo que os
músicos regentes tiveram queda de 20% no cenário brasileiro entre 2014 e 2016, a ocupação
contou com crescimento de 92% no DF no mesmo período. Ainda que a amostra para o DF
traga viés ao resultado, é significativo o crescimento de 12 ocorrências em 2014 para 23
ocorrências em 2016 num cenário decréscimo nas ocupações de interesse tanto no cenário
nacional (-10%) como no local (-21%), e diante do fato que esta foi a ocupação que mais
decaiu em número de vínculos no cenário nacional.
As variações acima descritas podem ser acompanhadas no quadro logo abaixo, sendo
a linha laranja a variação no Brasil e a linha azul a variação no DF. Os picos (positivos ou
negativos) na linha relativa ao DF devem ser relativizados em função do plano amostral
reduzido.
O segundo gráfico, feito com base na Tabela que corresponde ao Anexo 6, mostra o
saldo de movimentação de empregados no DF e no Brasil (para a soma de todas as trinta
ocupações de interesse) mês a mês entre os anos de 2014 e 2017, tendo como fonte o
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho, sendo
novamente a linha laranja a variação no Brasil e a linha azul a variação no DF.
59
60
10
20
30
40
-30
-20
-10
Total
Jan-14
Feb-14
Mar-14
Apr-14
May-14
Jun-14
Jul-14
Aug-14
Sep-14
Oct-14
Nov-14
Dec-14
Jan-15
Feb-15
Mar-15
Sep-15
Oct-15
Ocupações Música DF
Nov-15
Dec-15
Jan-16
Feb-16
Mar-16
Apr-16
May-16
Jun-16
Jul-16
Aug-16
Sep-16
Oct-16
Ocupações Música BR
Nov-16
Dec-16
Jan-17
Feb-17
Mar-17
Apr-17
May-17
Jun-17
Jul-17
Aug-17
Sep-17
Oct-17
Gráfico 10 - Saldo de Movimentação de Empregados mês a mês - 2014 a 2017
Nov-17
Dec-17
0
100
200
300
-600
-500
-400
-300
-200
-100
61
Conforme informações do CEMPRE, em 2015 havia 180 empreendimentos com
ocupações ligadas à música no DF. A RAIS 2016 não informa o número de empreendimentos,
apenas os vínculos nesses empreendimentos, e a fonte indica que em 2016 havia 392
vínculos formais em ocupações relacionadas à música nos empreendimentos do DF. Em que
tipo de empreendimentos (pequenos, médios, grandes) estes vínculos estão alocados? A
RAIS fornece qual a participação de cada um dos vínculos em ocupações ligadas à música nos
diferentes tipos de empreendimentos segundo seu tamanho. Considera-se que
empreendimentos pequenos têm de 1 a 9 funcionários; médios têm 10 a 99 funcionários;
grandes têm de 100 a 499 funcionários; e os muito grandes têm acima de 500 funcionários.
62
Acima Acima
de 500 De 1 a 9
De 1 a 9 de 500
15% 22%
De 100 a 26% 23%
499
15%
De 100
De 10 a
De 10 a a 499
99
99 21%
34%
44%
63
40% De 10 a 99
De 100 a 499
35% 36%
Acima de 500
30%
28%
26% 26%
25%
24%
20%
19%
15% 16%
13% 15%
10% 11%
5%
0%
3 2 1
64
Tabela 5 – Participação Vínculos formais por CBO (números relativos) e Tamanho de Estabelecimento – UF DF e Brasil – 2014 a 2016
(Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
65
66
Distrito Federal Brasil
2014 Participação Tamanho Estabelecimento Participação Tamanho Estabelecimento
De 10 a De 100 a Acima De 10 a De 100 a Acima
CBO Ocupação De 1 a 9 99 499 de 500 De 1 a 9 99 499 de 500
MUSICOTERAPEUTA (A) 0% 0% 0% 100% 6% 31% 9% 54%
PROFESSOR DE MUSICA NO ENSINO SUPERIOR 3% 81% 14% 3% 6% 38% 16% 41%
TECNÓLOGO EM PRODUÇÃO FONOGRÁFICA 0% 0% 0% 100% 21% 40% 12% 26%
MUSICO ARRANJADOR 48% 52% 0% 0% 10% 19% 12% 59%
MUSICO REGENTE 33% 25% 42% 0% 9% 23% 18% 50%
MUSICOLOGO 0% 100% 0% 0% 8% 23% 14% 55%
MUSICO INTERPRETE CANTOR 26% 5% 5% 63% 21% 45% 16% 18%
MUSICO INTERPRETE INSTRUMENTISTA 7% 87% 7% 0% 5% 18% 44% 33%
TECNICO EM GRAVACAO DE AUDIO 13% 40% 19% 27% 26% 40% 18% 17%
TECNICO EM INSTALACAO DE EQUIPAMENTOS DE AUDIO 30% 22% 45% 3% 34% 43% 17% 6%
TECNICO EM MASTERIZACAO DE AUDIO 33% 67% 0% 0% 41% 48% 6% 4%
PROJETISTA DE SOM 0% 0% 0% 100% 27% 55% 9% 9%
TECNICO EM SONORIZACAO 13% 65% 13% 10% 37% 40% 10% 13%
TECNICO EM MIXAGEM DE AUDIO 5% 21% 0% 74% 39% 40% 7% 15%
PROJETISTA DE SISTEMAS DE AUDIO 21% 79% 0% 0% 25% 61% 12% 3%
DJ (DISC JOCKEY) 33% 67% 0% 0% 38% 59% 3% 0%
AFINADOR DE INSTRUMENTOS MUSICAIS 100% 0% 0% 0% 52% 31% 9% 8%
CONFECCIONADOR DE ACORDEAO 0% 100% 0% 0% 11% 71% 14% 4%
CONFECCIONADOR DE PIANO 0% 100% 0% 0% 20% 80% 0% 0%
RESTAURADOR DE INSTRUMENTOS MUSICAIS (EXCETO
CORDAS ARCADAS) 100% 0% 0% 0% 70% 16% 14% 0%
LUTHIER (RESTAURACAO DE CORDAS ARCADAS) 100% 0% 0% 0% 68% 29% 4% 0%
Total 24% 36% 28% 13% 20% 35% 22% 24%
67
A tendência geral apontada acima pode ser complementada por um retrato mais
específico ao DF e mais detalhado no que se refere à participação de cada uma das
ocupações nas quatro categorias de estabelecimentos em 2016.
68
Tabela 6 – Participação Vínculos formais por CBO (números absolutos e relativos) por Tamanho de Estabelecimento – DF 2016
(Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
69
Os quadros abaixo (derivados das bases de dados do Anexo 8) trazem informações
sobre a faixa de horas semanais contratadas em cada um dos tipos de vínculos/ocupações.
Na maior parte deles, tanto do DF como no Brasil, prevalece a carga horária completa de 40
horas ou mais: no DF o percentual de vínculos contratados por 40 horas ou mais é de 67% e
no cenário Brasil o percentual é de 53%. A formalidade dos vínculos registrados na base
amostral da RAIS certamente favorece esse resultado.
31 a 40
horas
20%
41 a 44
horas
67%
16 a 30
horas
16%
41 a 44
horas 31 a 40
53% horas
20%
70
Quando se coloca o DF em perspectiva temporal, observa-se que entre 2014 e 2016
houve um aumento de vínculos registrados por 31 a 40 horas semanais de trabalho (de 16%
para 20%) e uma diminuição de vínculos registrados por mais de 40 horas semanais de
trabalho (de 75% para 67%). Pesquisas qualitativas podem ajudar na compreensão dos
motivos que geraram tal diminuição de horas semanais nos contratos de trabalho
formalizados. Os motivos podem ser interessantes para se pensar a natureza e as
características do trabalho na contemporaneidade, marcado por processos de
desterritorialização, desmaterialização, flexibilização, empreendedorismo e aumento da
importância do capital intelectual na produção de bens e prestação de serviços culturais e
não culturais – processos típicos da economia criativa.
Também é interessante refletir sobre quais as ocupações que fogem à faixa 41-44h, ou
que apresentam percentuais significativos para outras faixas horárias. Nesse sentido, ainda
que os resultados constantes no Anexo 8 possam ser enviesados pela amostra e pela baixa
ocorrência de vínculos em determinadas ocupações (caso de musicoterapeuta e tecnólogo
em produção fonográfica), nota-se que o grupo de professores de música no ensino superior
e o de técnico em gravação de áudio fogem à faixa horaria majoritária e têm maior
71
participação na faixa de 16 a 30 horas semanais. Músicos intérpretes cantores também têm
significativa participação na faixa de 31 a 40h, conforme se vê na Tabela 7 (constante
também do Anexo 8) a seguir:
Tabela 7 - Participação dos Vínculos por Ocupação e Faixa Horas Contratadas DF – 2016
(Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
72
Em relação ao tempo que os trabalhadores formalizados da área da música
permanecem vinculados aos estabelecimentos, a base da RAIS informa que no DF os vínculos
mais duradouros cresceram entre 2014 e 2016, mas ainda predominam os vínculos
inferiores a 5 anos de serviço. No cenário Brasil os vínculos são discretamente mais
duradouros que no DF. Por exemplo: no Brasil em 2016, os vínculos menos duradouros de
até 5 anos de tempo de serviço somam 64%, ao passo que no DF somam 75% dos vínculos
formais. Já o tempo de vínculo na categoria intermediária de 5 a 10 ano, o Brasil registra
18% dos vínculos, enquanto o DF registra 12%. E na categoria cujos vínculos são mais
longevos (acima de 10 anos), o cenário brasileiro contabiliza 18% dos vínculos formais da
música, e o DF 13%. Os números relativos apresentam-se nos gráficos abaixo elaborados
com base nos dados do Anexo 9.
13%
12%
75%
18%
18% 64%
73
No DF os vínculos mais duradouros (acima de 10 anos) cresceram entre 2014 e 2016,
indo de 9% para 13% dentre os vínculos formais da música, provavelmente às custas do
contingente de vínculos mais fugazes de até 5 anos, que diminuíram de 81% em 2014 para
74% em 2016 mas ainda predominam dentre as demais faixas de tempo de serviço,
conforme quadros abaixo. O mesmo cenário se repete no Brasil: os vínculos na faixa de
tempo de serviço até 5 anos caíram de 72% para 64%, mas permanecem predominantes. Os
dados completos para DF e Brasil podem ser consultados no Anexo 9.
81% 78%
74%
74
Tabela 8 - Participação dos Vínculos por Ocupação e Tempo de Serviço DF – 2016
(Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
75
Desconsiderando as ocupações que não têm representatividade amostral, pode-se
dizer que a ocupação professor de música no ensino superior é bastante suscetível a vínculos
inferiores a 5 anos, assim como a de músico intérprete instrumentista, ambas com mais de
90% de vínculos nessa faixa. Já a ocupação músico intérprete cantor tem vínculos melhor
distribuídos dentre as três faixas de tempo de serviço. As razões, contudo, devem ser
investigadas por pesquisas específicas.
No que diz respeito ao perfil socioeconômico (faixa etária, escolaridade, renda, sexo)
dos 392 vínculos formais que compõem a base amostral da RAIS no recorte DF, pode-se
dizer genericamente que a faixa etária é jovem (com maior concentração na faixa entre 25 a
39 anos), a escolaridade é elevada (com maior concentração nas faixas ensino médio
completo ou superior incompleto, seguida por ensino superior completo), os rendimentos
médios não são tão elevados concentrando-se na faixa entre 1 e 3 salários mínimos, e a
participação masculina é muito mais elevada que a feminina. Tal cenário no DF em 2016
praticamente reproduz as proporções do cenário brasileiro.
Em relação às faixas etárias dos vínculos da área da música, a base de dados da RAIS
indica que o DF acompanha a tendência do cenário brasileiro. A maior parte dos vínculos em
2016 se concentra na faixa etária entre 25 e 39 anos (57%), seguida por 18 a 24 anos (16%),
40 a 49 anos (14%), 50 a 64 anos (11%) e 65 anos ou mais (2%), conforme gráfico abaixo. Tais
percentuais não diferem significativamente dos anos anteriores (cujos dados completos para
DF e Brasil podem ser consultados no Anexo 10).
76
50 a 64 18 a 24
11% 16%
40 a 49
14%
25 a 39
57%
A participação de cada uma das ocupações da música nas cinco faixas etárias no DF
em 2016 pode ser consultada na Tabela 9 a seguir, que também consta no Anexo 10. Grosso
modo, todas as ocupações contam com maior número de ocorrências na faixa etária com
maior peso (25 a 39 anos), não havendo exceções que mereçam ser aprofundadas.
77
Tabela 9 – Faixa etária nos vínculos formais por CBO (números absolutos) – DF 2016 (Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
78
Dos 392 vínculos em ocupações da música no DF em 2016, 64% tem Ensino Médio
Completo ou Ensino Superior Incompleto; e 21% tem Ensino Superior Completo. Em 2014, a
proporção entre essas categorias era de 69% para Ensino Médio Completo ou Ensino
Superior Incompleto; e 16% para Ensino Superior Completo, o que aponta para um
crescimento da participação de pessoas com Ensino Superior Completo nos vínculos em
ocupações ligadas à música no DF entre 2014 e 2016. Mas quando estes dados são
comparados ao cenário Brasil em 2016, percebe-se que no DF há um contingente menor de
vínculos na música com Ensino Superior Completo em relação à média nacional (21% DF
contra 30% no Brasil), e, por outro lado, um contingente maior de vínculos na música com
Ensino Médio Completo ou Ensino Superior Incompleto em relação à média nacional (64%
DF contra 55% no Brasil). Os vínculos que mais contribuem para a participação da
escolaridade Ensino Superior Completo são justamente aqueles cuja existência da ocupação
depende de diploma universitário, como professor de música no ensino superior e tecnólogo
em produção fonográfica, músico regente, projetista de som e projetista de sistema de
áudio. Outras ocupações que exigem trabalho altamente qualificado, como músico
arranjador e luthier, também contribuem nesse sentido. Vejamos essas proporções nos
gráficos a seguir, e os números completos em relação a 2016 na Tabela 10 (Anexo 11, que
contém a série histórica para DF e Brasil):
79
22% 21%
11% 11% 12% 16%
3% 3% 3%
80
Tabela 10 – Escolaridade nos vínculos formais por CBO (números absolutos e relativos) – DF 2016
(Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
81
PROJETISTA DE SOM 0 0 2 2 4 0% 0% 50% 50%
TECNICO EM SONORIZACAO 3 3 18 3 27 11% 11% 67% 11%
TECNICO EM MIXAGEM DE
AUDIO 0 0 3 0 3 0% 0% 100% 0%
PROJETISTA DE SISTEMAS
DE AUDIO 0 1 2 3 6 0% 17% 33% 50%
DJ (DISC JOCKEY) 0 0 4 0 4 0% 0% 100% 0%
AFINADOR DE
INSTRUMENTOS MUSICAIS 0 0 2 0 2 0% 0% 100% 0%
CONFECCIONADOR DE
ACORDEAO 1 0 3 0 4 25% 0% 75% 0%
RESTAURADOR DE
INSTRUMENTOS MUSICAIS
(EXCETO CORDAS ARCADAS) 1 1 0 0 2 50% 50% 0% 0%
LUTHIER (RESTAURACAO DE
CORDAS ARCADAS) 0 1 1 1 3 0% 33% 33% 33%
Total 11 47 251 83 392 3% 12% 64% 21%
82
Quanto à remuneração média, a base de dados da RAIS indica que o DF também
acompanha a tendência do cenário brasileiro. A maior parte dos vínculos em 2016 se
concentra na faixa salarial entre 1 e 3 salários mínimos (68%), seguida pela faixa 3 a 5
salários mínimos (14%), 5 a 10 salários mínimos (8%), 50 a 64 anos (11%); até 1 salário
mínimo (6%), e acima de 10 salários mínimos (3%), conforme gráfico abaixo. Tais percentuais
não diferem significativamente dos anos anteriores, cujos dados completos para DF e Brasil
podem ser consultados no Anexo 12.
Acima de 3 a 5
SM
14%
Acima de 1 a 3
SM
69%
A participação de cada uma das ocupações da música nas cinco faixas salariais no DF
em 2016 pode ser consultada na Tabela 11 a seguir, que também consta no Anexo 12.
Grosso modo, todas as ocupações contam com maior número de ocorrências na faixa
salarial com maior peso (1 a 3 salários mínimos), não havendo exceções que mereçam ser
aprofundadas.
83
Tabela 11 – Remuneração Média nos vínculos formais por CBO (números absolutos) – DF 2016 (Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
Distrito Federal
Faixa Remun Média (SM)
Acima
Até 1 de 1 a de 3 a de 5 a de 10
CBO Ocupação SM 3 SM 5 SM 10 SM SM Total
MUSICOTERAPEUTA (A) 0 0 1 0 0 1
PROFESSOR DE MUSICA NO ENSINO SUPERIOR 7 15 10 3 0 35
TECNÓLOGO EM PRODUÇÃO FONOGRÁFICA 0 0 0 1 4 5
MUSICO ARRANJADOR 0 12 2 3 0 19
MUSICO REGENTE 0 11 7 3 0 23
MUSICO INTERPRETE CANTOR 0 17 0 0 2 20
MUSICO INTERPRETE INSTRUMENTISTA 0 15 1 0 0 16
TECNICO EM GRAVACAO DE AUDIO 0 33 11 15 1 60
TECNICO EM INSTALACAO DE EQUIPAMENTOS DE AUDIO 16 128 8 4 0 157
TECNICO EM MASTERIZACAO DE AUDIO 0 1 0 0 0 1
PROJETISTA DE SOM 0 2 1 1 0 4
TECNICO EM SONORIZACAO 0 17 7 2 1 27
TECNICO EM MIXAGEM DE AUDIO 0 2 1 0 0 3
PROJETISTA DE SISTEMAS DE AUDIO 0 0 4 0 2 6
DJ (DISC JOCKEY) 0 4 0 0 0 4
AFINADOR DE INSTRUMENTOS MUSICAIS 0 2 0 0 0 2
CONFECCIONADOR DE ACORDEAO 0 4 0 0 0 4
RESTAURADOR DE INSTRUMENTOS MUSICAIS (EXCETO CORDAS
ARCADAS) 0 2 0 0 0 2
LUTHIER (RESTAURACAO DE CORDAS ARCADAS) 0 3 0 0 0 3
Total 23 268 53 32 10 392
84
A participação feminina nesse mercado formal da música é baixíssima, tanto no DF
como no Brasil, e tem se mantido relativamente estável entre 2014 e 2016. A participação
feminina nas ocupações relativas à música em âmbito brasileiro foi de 18% em 2016, e no DF
foi de 12% no mesmo ano – o que em números absolutos representa apenas 47 mulheres
com vínculos formais nas ocupações relativas ao setor. Essa proporção pode ser visualizada
nos gráficos abaixo. Os números absolutos e relativos do DF podem ser observados na
Tabela 12 mais adiante (Anexo 13, que apresenta também os números para o cenário Brasil).
Homens
88%
Homens
82%
85
Tabela 12 – Participação por gênero nos vínculos formais por CBO (números absolutos e relativos) – DF 2014 a 2016
(Fonte: (RAIS) / Ministério do Trabalho)
86
A baixa representatividade feminina (de apenas 12% ou 47 mulheres) na amostra da
RAIS para o recorte DF-música faz com que as análises de números relativos fiquem
enviesadas, sendo necessário trabalhar com números absolutos para se ter uma melhor
compreensão da participação feminina nas diversas ocupações. Das 47 mulheres
formalmente vinculadas a essas ocupações, 14 (ou 30% delas) são professoras de música no
ensino superior. Ou seja, no DF uma única ocupação concentra 30% dos vínculos femininos,
e os 70% restantes de ocorrências no sexo feminino se dividem entre as outras 11 ocupações
com percentuais diferentes de zero. No cenário brasileiro a ocupação professora de música
no ensino superior também concentra a maior parte dos vínculos femininos. A concentração
das mulheres na área da educação musical não é uma surpresa, e pode ser interpretada de
duas formas não excludentes entre si. De um lado, tal concentração pode ser herdeira das
relações patriarcais que marcaram a história brasileira, em que as mulheres, sobretudo as da
elite branca e escolarizadas, eram as responsáveis pela transmissão cultural às novas
gerações, tanto no campo educacional como no musical. Por outro lado, a concentração
pode representar uma dificuldade de acesso a profissões tradicionalmente desempenhadas
por homens, como por exemplo as carreiras mais técnicas.
87
52
21 25
14 16 21 15 15
4 1 3 5 8 6 5 1 4 0 4 0
1 0 2 0 0 1 1 0 1 3 2 3 0 2 0 0 0 2 0 0 0 2 1
88
No cenário DF, diferentemente do cenário Brasil, a ocupação projetista de som vem
ganhando participações femininas: em termos absolutos, para não recair em viés amostral,
2014 eram 4 homens e 0 mulheres; em 2015 eram 10 homens e 3 mulheres; e em 2016 os
números se alteraram para 1 homem e 3 mulheres, que se mantiveram estáveis nessa
ocupação a despeito da forte queda da participação masculina nessa ocupação. Apesar de o
número de ocorrências enviesar a interpretação, ela não deixa de ser interessante por ser a
exceção no quadro geral da participação feminina nas ocupações relativas à música.
89
é uma barreira de acesso importante e bastante comum em diversas áreas da economia,
mas pode ser contornada por políticas específicas.
100% 0 0 0 0 0 17
90% 4 45
80% 24
70%
60%
50% 1 1 9 23 24 198
40% 18 324
30% 50
20%
10%
0%
Masculino Feminino
EM
completo
ou ES ES
Sexo Trabalhador incompleto completo
Masculino 2,1 4,6
Feminino 2,0 3,2
Sem EF EM
instrução completo completo
ou EF ou EM ou ES ES
Sexo Trabalhador incompl incompl incompl compl
Masculino 1,98 1,93 2,58 4,97
Feminino 1,94 1,73 2,39 4,61
A PNAD Contínua utiliza a adaptação dos códigos CNAE 2.0 (2010) para a agregação a 4
dígitos, convertida para CNAE-Dom. 2.0 2010, que é uma adaptação da Classificação
46
Para acessar microdados divulgados acessar: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-
novoportal/sociais/populacao/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-
mensal.html?&t=microdados. A presente tabulação, de caráter especial, só pode ser feita por profissional
competente, através de software R.
92
Nacional de Atividades Econômicas 2.0 - CNAE 2.0 para as pesquisas domiciliares. Também
utiliza a Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares – COD, adaptação da CBO
2002 para pesquisas domiciliares.47 As classificações utilizadas em pesquisas domiciliares são
mais agregadas devido à dificuldade do informante prestar informações detalhadas sobre a
atividade econômica da empresa ou da ocupação (cargo ou função) do trabalhador.
Nesse sentido, os 6 códigos CNAE 2.0 e 30 códigos CBO que haviam sido selecionados
para este levantamento foram reagrupados de forma a garantir representatividade amostral
mínima. O procedimento de conversão, assim como os códigos resultantes reproduzidos
abaixo, estão registrados e podem ser consultado no Anexo 2, e o resumo figura na Tabela
15 a seguir:
CNAE-Domiciliar 2.0
Código Denominação Musical
32002 Fabricação de instrumentos musicais Sim
Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares – COD
Código Denominação Musical
2354 Outros professores de música Sim
2652 Músicos, cantores e compositores Sim
7312 Confeccionadores e afinadores de instrumentos musicais Sim
3521 Técnicos de radiodifusão e gravação audiovisual Sim (parcial)
47
Para mais informações sobre a COD e a CNAE-Domiciliar 2.0 ver na Metodologia do Censo Demográfico 2010,
páginas 340 a 348, que está disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-
catalogo?view=detalhes&id=295987.
93
Nesta tabulação especial para Música no DF, apresentamos resultados para
indicadores relativos a sexo do trabalhador principal, grupos de idade, cor ou raça, nível de
instrução, posição na ocupação e número de trabalhos. Para outros indicadores é necessário
novo procedimento de reagrupamento de classes, para garantir base amostral mínima, mas
a precisão dos resultados seria ainda mais prejudicada em função de questões estatísticas.
Para mitigar tal viés amostral, utilizamos a comparação dos dados mais recentes
(2016) com a série histórica constituída a partir de 2012, ao invés da estimativa pontual de
2016. Ainda assim, não é possível afirmar que houve aumento ou queda nos indicadores em
função da precisão das estimativas.
94
tabulação música DF não é possível afirmar que houve aumento ou queda nos indicadores.
As oscilações anuais expressas nos gráficos, portanto, devem ser interpretadas nessa chave.
Tabela 16 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por Sexo –
Distrito Federal - 2012-2016
Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal
Masculino Feminino
100 100
94
86
78
22
14
06
95
Tabela 17 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho
principal,
por Grupos de idade - Distrito Federal - 2012-2016
Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho
principal
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua
84
70
56
41 45 45 42
39
21 17 16
09 13
03 00
96
Tabela 18 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por Cor ou raça -
Distrito Federal - 2012-2016
60 58
54 53
46 48 45
38
22 17 24
12 07 09
07
00 00 00 00 00
97
Tabela 19 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por Nível de instrução -
Distrito Federal - 2012-2016
60 55 61
38 39 37
31 27 25
20 14 14 20
11 14 12 13
00 06 05
98
Tabela 20 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por Posição na
ocupação - Distrito Federal - 2012-2016
78 72 77
61 66
39 34
22 28 23
99
Tabela 21 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Número de trabalhos - Distrito Federal - 2012-2016
00 00 00 11 12
100
Os resultados gerais da tabulação da PNAD Contínua 2016 mostram que os
trabalhadores da música do DF são majoritariamente homens (93,8%), entre 18 e 39 anos
(83,8%), brancos (52,6%), com ensino médio ou superior (75,5% somadas as duas faixas),
trabalhadores por conta própria (76,7%), com somente 1 trabalho (87,6% da amostra). Estes
resultados referem-se aos trabalhadores formais e informais da Música no DF.
A Pesquisa Distrital por Amostra Domiciliar – PDAD, de natureza mais próxima à PNAD
do que pesquisas como CEMPRE e RAIS, não pôde ser incluída neste levantamento por não
trazer informações relativas à música, nem mesmo em aspectos gerais relativos à área
cultural. A pesquisa apresenta duas bases de dados, uma relativa aos domicílios e outra
relativa aos moradores dos domicílios.
101
expresso na pergunta “há centros culturais nos arredores”?), aspectos de segurança,
participação social dos moradores (com pergunta sobre participação em conselhos), veículos
do domicílio, empregados domésticos e eletrodomésticos (com perguntas relativas à
existência ou não no domicílio de reprodutor portátil de música, computador, notebook,
tablete, celular e TV).
Estas variáveis não permitem que nenhuma das duas bases de dados da pesquisa seja
incorporada a este levantamento, pois os moradores dos domicílios não são classificados
segundo os códigos CNAE ou CBO, tampouco a área cultural é uma das opções dentre os
setores de atividade – as áreas mais próximas seriam “comunicação e informação” ou
“educação”.
102
• Explorar mais a pergunta sobre o acesso pessoal à internet no questionário da
base moradores, no sentido de captar qual o uso principal que faz na internet
(trabalho, educação, notícias, agenda cultural, comunicação, outros)48;
• Explorar o uso que os moradores fazem dos centros culturais e da
infraestrutura urbana próximos ao domicílio (por exemplo, quantas vezes vai
por semana, em quais horários, o que vai fazer, como se informa da
programação, quanto tempo permanece, com quem vai, etc);
• Explorar aspectos culturais no item relativo à participação social (por exemplo,
se conhece ou tem interesse em participar de conselhos participativos da
cultura, mais ou menos na linha de perguntas relativas à educação, escola,
pedagogia);
• Explorar aspectos de consumo cultural na seção sobre eletrodomésticos (por
exemplo, qual uso principal faz de cada um dos eletrônicos do domicílio);
• Inserir nova pergunta sobre assinaturas de serviços por streaming (audiovisual
e música);
• Compatibilização, tanto quanto possível, com a estrutura da PNAD Contínua,
especialmente quanto à utilização de códigos CNAE e CBO para a classificação
das respostas, para possibilitar comparações e cruzamentos.
Essas são apenas algumas perguntas que poderiam ser inseridas na metodologia da
pesquisa e que certamente a tornariam muito relevante para a compreensão do universo
cultural no DF, tanto do ponto de vista das atividades econômicas e ocupações dos
trabalhadores da cultura, como do ponto de vista dos hábitos culturais da população.
48
Sobre o uso pessoal da internet e a importância desse tipo de informação para a área cultural, consultar, por
exemplo, a pesquisa TIC Domicílios (NIC.BR, 2016).
103
d) Pesquisa de Informações Básicas Municipais / Estaduais – MUNIC / ESTADIC - IBGE
104
indicadores a oferta e a qualidade dos serviços públicos locais. A Pesquisa de Informações
Básicas Estaduais – ESTADIC segue a mesma lógica, com pesquisa nas 27 unidades da
federação. A publicação física destas pesquisas em 2014 divulga em conjunto os resultados
de ambas as pesquisas, uma vez que parte dos temas investigados lhes é comum. Nelas, o
Distrito Federal é considerado, por sua peculiaridade no conjunto dos entes federados, tanto
município como estado. Em virtude disso, apresentamos resultados para o DF em ambas as
pesquisas.
Os resultados que constituem a base de dados são constituídos por respostas “sim”
ou “não” (e algumas variações) a perguntas específicas, já que a pesquisa não se destina a
medir percentuais da oferta institucional de serviços. As planilhas do Anexo 17 trazem as
respostas a todas as questões que nos parecem importantes para a área da música no DF na
MUNIC e na ESTADIC, e comentamos a seguir alguns aspectos que nos parecem relevantes
nessas respostas (e que estão grifados em amarelo nas planilhas do Anexo 17).
A base MUNIC aponta que das 6 modalidades de mecanismos utilizados pela gestão
municipal para fomentar iniciativas da sociedade na área da cultura, apenas a modalidade
“Prêmio” não é oferecida pelo DF. O DF promove cursos de capacitação livre ou
profissionalizante em música e em outras 5 áreas; apoiou financeiramente nos últimos 12
meses apresentações musicais, programa radiofônico, desfile de carnaval, eventos e festas
populares (todos relacionados à área de música). Quanto aos grupos artísticos, o DF relata
que há grupos de música no DF e pelo menos algum deles é mantido, patrocinado ou
financiado pelo poder público. Relata haver Fundo Municipal de Cultura exclusivo da Cultura
(que no caso do DF é o Fundo de Apoio à Cultura). Dentre as 12 opções de respostas de
objetivos do Fundo oferecidas pelo questionário da pesquisa, o Fundo do DF teria como
objetivos específicos 7 das 12 opções. A seleção de projetos é feita por editais. E o DF relata
manter 30 teatros ou salas de espetáculos sob sua administração. A base ESTADIC, por sua
estrutura, repete alguns dados trazidos pela base MUNIC. Dos itens constantes na planilha
do Anexo 17 destacamos que na pesquisa ESTADIC o DF relata apoiar financeiramente a
preservação, conservação e recuperação de acervos audiovisuais.
105
106
Tabela 22 – Dimensões Agrupadas da ESTADIC e índices por UF. Fonte: ESTADIC 2014/IBGE
107
APOIO ATIV. APOIO A ÍNDICE
POLÍTICAS DIVERSIDADE MANUT. EQUIP. GESTÃO EQUIP.
UF CULTURAIS GRUPOS GERAL
(0 a 6) (0 a 13) (0 a 8) (0 a 7)
(0 a 11) (0 a 20) (base 100)
RJ 6 7 5 11 19 5 80,5
SP 5 13 7 8 11 6 80,7
PR 5 6 4 1 3 3 41,1
SC 5 9 4 8 s/ resp. 5 57,8
RS 5 11 2 6 15 5 65,7
MS 6 10 3 8 11 6 71,3
MT 6 10 3 7 10 4 64,2
GO 6 7 5 8 11 5 69,3
DF 6 9 4 9 15 7 79,3
Total 5,0 7,4 3,9 6,8 9,0 5,4 62,1
108
109
e) Finanças do Brasil – Dados Contábeis dos Municípios - FinBra – Secretaria do
Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda
Os dados mostram que o investimento médio municipal com Cultura feito pelo
Governo do DF entre 2013 e 2016 corresponde a 5,9% do total do investimento público em
cultura no país no mesmo período, o que equivale à 4a posição em investimento bruto
(despesas liquidadas) na função Cultura no ranking nacional. São Paulo vem em 1o lugar
(com 32,5% do gasto médio municipal com Cultura, em função da importância do estado
para o PIB nacional), Bahia em 2o (com 9,2%), Rio de Janeiro em 3o (com 7,1%), e em seguida
ao DF vem o Amazonas (com 5,8%). Quando tais valores brutos são colocados em
perspectiva comparada à população de cada UF, o ranking do gasto médio municipal per
capita com Cultura em cada uma das UF’s se altera significativamente: considerando que a
média nacional de gasto médio municipal per capita com Cultura (referente a 2016) em cada
uma das UF’s é de R$ 48,34, o DF fica em 1o lugar (com um gasto médio municipal per capita
com Cultura de R$ 197,82, mais de quatro vezes acima da média nacional). Em 2o lugar vem
o Amazonas (com R$ 143,45), em 3o o Acre (R$ 108, 83), em 4o o Amapá (R$ 80, 57) –
posições explicadas pela baixa densidade populacional desses estados – em 5o São Paulo (R$
71,63), em 6o o Pará (R$ 61,22), em 7o a Bahia (R$ 59,23) e em 8o o Espírito Santo (R$ 50,51).
Os demais estados estão abaixo da média nacional.
111
UF 2013 2014 2015 2016 total (13-16) %total pop14 pop16 TT per-capita (2016)
RO 5.544.165 890.228 1.171.984 1.669.338 9.275.715 0,1% 1.748.531 1768204 5,25
AC 23.417.683 25.404.431 18.337.077 20.284.806 87.443.998 0,9% 790.101 803513 108,83
AM 191.853.217 165.470.082 112.490.817 95.153.552 564.967.668 5,8% 3.873.743 3938336 143,45
RR 4.435.335 4.625.034 7.119.807 6.455.426 22.635.603 0,2% 496.936 505665 44,76
PA 114.602.202 120.852.073 128.672.510 136.348.535 500.475.320 5,1% 8.073.924 8175113 61,22
AP 19.533.751 17.407.227 15.415.551 9.418.305 61.774.835 0,6% 750.912 766679 80,57
TO 6.010.499 11.707.664 15.330.341 20.152.845 53.201.348 0,5% 1.496.880 1515126 35,11
MA 75.227.249 92.599.912 85.887.027 78.435.151 332.149.338 3,4% 6.850.884 6904241 48,11
PI 8.097.687 15.223.813 12.585.575 35.268.248 71.175.323 0,7% 3.194.718 3204028 22,21
CE 62.868.106 80.041.446 62.811.866 76.122.556 281.843.974 2,9% 8.842.791 8904459 31,65
RN 26.557.335 35.511.939 28.352.955 30.990.925 121.413.154 1,2% 3.408.510 3442175 35,27
PB 13.504.169 13.552.823 16.652.642 12.009.872 55.719.506 0,6% 3.943.885 3972202 14,03
PE 92.298.867 111.141.112 91.439.592 83.446.836 378.326.407 3,9% 9.277.727 9345173 40,48
AL 11.064.960 15.673.249 9.459.895 12.458.083 48.656.187 0,5% 3.321.730 3340932 14,56
SE 12.261.055 10.700.774 11.705.296 12.340.576 47.007.701 0,5% 2.219.574 2242937 20,96
BA 222.751.739 246.101.958 227.095.184 204.529.738 900.478.618 9,2% 15.126.371 15203934 59,23
MG 150.979.967 149.035.438 141.472.210 127.238.210 568.725.826 5,8% 20.734.097 20869101 27,25
ES 53.420.776 93.420.893 29.828.032 21.842.741 198.512.442 2,0% 3.885.049 3929911 50,51
RJ 177.595.389 220.932.532 173.872.086 118.746.283 691.146.290 7,1% 16.461.173 16550024 41,76
SP 910.749.503 838.107.694 743.970.007 687.339.595 3.180.166.799 32,5% 44.035.304 44396484 71,63
PR 65.610.607 66.161.857 75.163.177 85.225.858 292.161.499 3,0% 11.081.692 11163018 26,17
SC 37.215.806 28.152.653 39.372.229 36.739.110 141.479.798 1,4% 6.727.148 6819190 20,75
RS 78.586.013 91.597.470 78.157.430 73.601.306 321.942.219 3,3% 11.207.274 11247972 28,62
MS 18.340.093 16.904.315 14.028.955 25.157.844 74.431.207 0,8% 2.619.657 2651235 28,07
MT 28.972.430 29.294.776 28.689.504 22.049.168 109.005.878 1,1% 3.224.357 3265486 33,38
GO 13.077.406 32.078.873 34.291.907 10.595.605 90.043.791 0,9% 6.523.222 6610681 13,62
DF 171.170.016 164.528.634 118.673.848 122.237.393 576.609.892 5,9% 2.852.372 2914830 197,82
112
-
50000000.0
100000000.0
150000000.0
200000000.0
250000000.0
300000000.0
Rondônia
Acre
Amazonas
Roraima
Pará
Amapá
Tocantins
Maranhão
2013
Piauí
Ceará
Rio Grande do Norte
2014
Paraíba
Pernambuco
Alagoas
2015 Sergipe
Bahia
Minas Gerais
Espírito Santo
2016
Rio de Janeiro
São Paulo
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Goiás
Distrito Federal
Gráfico 35 - Despesa estadual e distrital em cultura - Unidades da Federação – valores brutos 2013-2016
113
3000000000.0
200.00
2000000000.0
1500000000.0 100.00
1000000000.0
50.00
500000000.0
- -
Rondônia
Acre
Amazonas
Roraima
Pará
Amapá
Tocantins
Maranhão
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Pernambuco
Alagoas
Sergipe
Bahia
Minas Gerais
Espírito Santo
Rio de Janeiro
São Paulo
Paraná
Santa Catarina
114
No tocante ao investimento público em cultura, o DF está muito bem ranqueado,
tanto em números absolutos (4o lugar) como em números relativos (1o lugar). Esta posição
se deve à dotação orçamentária definida em lei de 0,3% da receita corrente líquida do DF ser
destinada anualmente ao Fundo de Apoio à Cultura do DF. O DF é um exemplo de como a
dotação orçamentária definida em lei, somada aos mecanismos de controle social, são
instrumentos essenciais à institucionalização das políticas setoriais e ao desenvolvimento
dos diversos mercados artísticos, além de ser estratégico como elemento de
desenvolvimento humano e social52. Esta base de dados será explorada no próximo item.
52
Brasília IDH 0,824 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/df/brasilia/pesquisa/37/0?tipo=ranking . DF IDH 0,824
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/df/pesquisa/37/0; https://cidades.ibge.gov.br/brasil/df/brasilia/panorama
115
f) Fundo de Apoio à Cultura – FAC – Secretaria de Cultura do Distrito Federal
o Tipo de dados: informações relativas a projetos aprovados no FAC
o Característica: base de dados não uniformizada com grande heterogeneidade
de cadastros e informações aportadas, com informações relativas às
características dos projetos, perfil dos proponentes, áreas culturais e linhas de
apoio, área de realização e valor concedido.
o Indicadores: (tópicos correspondem às abas nas planilhas em anexo)
1) investimento público anual e evolução através do FAC
2) investimento público por região administrativa do DF, anual e evolução
3) perfil socioeconômico dos proponentes contemplados (natureza jurídica
dos proponentes, sexo, cor ou raça, escolaridade)
3.1) perfil socioeconômico dos proponentes contemplados (RA de
residência/cidade do proponente, exceto pessoas jurídicas)
4) Modalidade/linha de apoio e Bem Cultural Desenvolvido
o Ano de Referência: 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017
o Comparações: 2010-2017.
o Anexo: Anexo 19
o Observações:
• A base de dados não é pública. As planilhas referentes a cada um dos
anos, com formatos e critérios diversos, foram disponibilizadas pela
SEC-DF exclusivamente para os fins desta Consultoria, sendo vedado
seu uso para outros fins. Para maiores informações sobre o FAC
consultar o site53.
• Além da análise que se segue, a Consultoria devolve à SEC-DF uma
base de dados unificada, que poderá guiar os novos cadastros anuais
no sentido de facilitar análises futuras.
O Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF) foi criado em 1991 e alterado pela Lei
Complementar 267 de 1997. O FAC constitui-se no principal instrumento de fomento às
atividades artísticas e culturais da Secretaria de Cultura do DF, que oferece apoio financeiro
53
http://www.fac.df.gov.br/?page_id=61.
116
a fundo perdido e seus projetos são selecionados por Editais públicos. O histórico de
execução orçamentária do Fundo pode ser consultado no site54, e reproduzimos o resumo
abaixo:
Fonte: FAC-DF. Disponível em: http://www.fac.df.gov.br/?page_id=61
Antes de procedermos à análise das bases de dados fornecidas para este diagnóstico,
deve-se dizer que os registros administrativos relativos ao FAC-DF seguem uma lógica anual,
com planilhas separadas ano a ano. A análise revelou que as planilhas são consistentes,
confiáveis e possuem todos os dados necessários para a presente análise. Contudo, as
mudanças de quadros gestores e o próprio aperfeiçoamento dos registros administrativos
implicam numa falta de homogeneidade desses registros. Por exemplo, em 2010, 2012 e
2014 há informações incompletas sobre as Regiões Administrativas (RAs) de execução dos
projetos, o que torna impossível calcular a média de quantas RAs foram atendidas por
projeto. Isso só seria possível em 2011, 2013 e 2015. Além disso, as planilhas referentes a
54
http://www.fac.df.gov.br/?page_id=13904.
117
2016 e 2017 não trazem a RA de realização ou concernidas ao projeto, apenas a RA de
residência do proponente, o que exclui estes dois anos desse tipo de análise sobre
distribuição territorial de projetos. Seria interessante manter a captação da informação
sobre a(as) RAs de execução dos projetos nos anos vindouros, para que essa interessante
análise de atendimento sócio-econômico possa ser continuada. Além disso, as RAs foram
desmembradas de 30 (2010-2013) para 33 (2014) e 35 (2015), então tiveram de ser
abordadas separadamente na análise antes de se tentar uma consolidação. Outra questão:
para os anos de 2011, 2016 e 2017 só é possível realizar a comparação entre o número de
proponentes do sexo masculino e feminino a partir de suposições a partir da análise do
nome dos proponentes, pois o dado ou não foi captado na fonte ou não foi transposto para
as planilhas.
A consolidação dos dados é uma etapa prévia à analise, sem a qual não se pode
proceder a nenhum tipo de interpretação dos dados, sob o risco de a análise incorrer em
erros grosseiros. As bases já consolidadas deveriam ser instrumento de trabalho da gestão, e
exigiu tempo de dedicação e recursos desta Consultoria, centrada principalmente no
diagnostico do setor sócio-produtivo da música no DF. Nesse sentido, a entrega da
Consultoria não só provê a gestão com análises sobre as bases de dados disponibilizadas
(planilhas anuais), mas fornece também a consolidação das bases anuais num único banco
de dados. Isto permite não apenas as análises apresentadas a seguir, como também provê a
gestão com um instrumento de trabalho mais adequado.
118
Demais Abas:
• Dados de todas as linguagens
• Base 2010
• Base 2011
• Base 2012
• Base 2013
• Base 2014
• Base 2015
• Base 2016
• Base 2017
• Bases unificadas conforme preenchimento original
• Considerações sobre as mudanças de Ras ano a ano [*RAs foram
desmembradas de 30 (2010-2013) para 33 (2014) e 35 (2015)]
• Base unificada com valor em $ de RA (substituição de x por 1)
• Tabela Dinâmica para outras análises
Entre 2010 e 2017 foram apoiados 714 projetos na área da música, em diferentes
categorias, de um total de 2661 projetos apoiados em todas as linguagens. Ou seja, em 8
anos os projetos de música corresponderam a 26,8% do total de projetos apoiados – o que
significa que a música representa mais de um quarto das manifestações artísticas apoiadas
pelo fundo. Esta proporção faz sentido se considerados os Agentes e Espaços cadastrados no
Mapa Nas Nuvens55: são ao todo 598 agentes e 295 espaços cadastrados em todas as
linguagens, ao passo que na música são cadastrados 218 agentes (36,45% do total) e 84
espaços (28,47% do total), conforme apontam as imagens a seguir.
55
http://mapa.cultura.df.gov.br. Dados referentes à consulta em 05/05/2018.
119
Legenda: 598 Agentes; 295 Espaços (Total)
Legenda: 218 Agentes Música (36,45%); 84 Espaços Música (28,47%)
120
Contudo, para definirmos a categoria “Música” a ser analisada, foi necessário agrupar
algumas categorias, conforme tabela abaixo:
LINGUAGEM/ÁREA
ÓPERA E
MÚSICA MÚSICA, ÓPERA E MUSICAIS MUSICAL Total
ano 2010 87 0 0 87
2011 58 0 0 58
2012 67 0 0 67
2013 97 0 0 97
2014 90 36 0 126
2015 87 0 14 101
2016 98 0 10 108
2017 64 0 6 70
Total 648 36 30 714
91% 5% 4% 100%
A partir desse entendimento e dessa organização dos dados foi possível contabilizar o
total de projetos “Música” apoiados ano a ano, o valor anual destinado à área, em
comparação ao total de projetos apoiados e valores a eles destinados em todas as
linguagens artísticas entre 2010 e 2017:
121
Tabela 25 – Valor liberado para projetos, total e na área Música - 2010-2017
NUM.
TOTAL
NUM. PROJETOS
ANO MÚSICA (todas as %
PROJETOS (todas as
linguagens)
linguagens)
2010 4.116.354 87 25.903.215 346 25,1%
2011 4.322.118 58 25.036.125 283 20,5%
2012 4.871.565 67 34.199.281 326 20,6%
2013 9.087.830 97 36.184.020 272 35,7%
2014 10.328.707 126 39.713.693 396 31,8%
2015 10.361.330 101 32.845.966 315 32,1%
2016 8.280.744 108 35.469.511 436 24,8%
2017 5.156.983 70 22.857.665 287 24,4%
Total 56.525.631 714 252.209.476 2.661 26,8%
Fonte: FAC-DF - projetos contemplados e não arquivados.
25903214.680
25036125.050
22857665.260
122
Análise quanto às RA’s de realização do projeto:
Conforme dissemos anteriormente, as RA’s foram desmembradas de 30 (em 2010-
2013) para 33 (em 2014) e 35 (em 2015)56, o que inviabiliza uma análise do conjunto todo de
RA’s de realização do projeto de uma só vez. Por este motivo, os apoios concedidos por RA
ano a ano são apresentadas respeitando a divisão anual das RA’s. Além disso, as planilhas
referentes a 2016 e 2017 não trazem a RA de realização do projeto, apenas a RA de
residência do proponente, o que exclui estes dois anos desse tipo de análise sobre
distribuição territorial de projetos e recursos. Os destaques estão em vermelho, e as novas
RAs estão pintadas de cinza:
Tabela 26 – Investimento público em Reais por Região Administrativa de realização do
Projeto, nominal e percentual, anual e evolução. 2010 a 2013
Fonte: FAC-DF
soma %
Ras 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013
Águas Claras 0 45735 1600 40995 0% 1% 0% 0%
Brasília 944536 892592 1513285 3142679 23% 21% 31% 35%
Brazlândia 0 6429 38340 8000 0% 0% 1% 0%
Candangolândia 0 14394 3450 29898 0% 0% 0% 0%
Ceilândia 74030 421511 796653 1365696 2% 10% 16% 15%
Cruzeiro 39800 54000 122578 215623 1% 1% 3% 2%
Estrutural 0 197312 86840 84989 0% 5% 2% 1%
Gama 100000 84959 130140 410577 2% 2% 3% 5%
Guará 59958 205144 28450 487824 1% 5% 1% 5%
Itapoã 0 34327 109878 82232 0% 1% 2% 1%
Lago Norte 0 26852 63297 114667 0% 1% 1% 1%
Lago Sul 158807 24783 38297 16155 4% 1% 1% 0%
Núcleo Bandeirante 15000 28487 28450 298483 0% 1% 1% 3%
Paranoá 39220 135703 76116 75705 1% 3% 2% 1%
Park Way 0 0 3450 9958 0% 0% 0% 0%
Planaltina 14750 77129 82359 78309 0% 2% 2% 1%
56
A lista de quais RA’s foram adicionadas em cada ano encontram-se no Anexo 19 na aba “sobre RA’s”.
123
Recanto das Emas 4030 58382 61575 83150 0% 1% 1% 1%
Riacho Fundo I 44030 30883 34190 50969 1% 1% 1% 1%
Riacho Fundo II 0 0 3450 0 0% 0% 0% 0%
Samambaia 0 118679 83834 103000 0% 3% 2% 1%
Santa Maria 4030 8537 10930 32976 0% 0% 0% 0%
São Sebastião 208780 172904 186748 156173 5% 4% 4% 2%
SIA 0 4545 3450 0 0% 0% 0% 0%
Sobradinho I 0 212869 184976 509737 0% 5% 4% 6%
Sobradinho II 0 13345 33979 54891 0% 0% 1% 1%
Taguatinga 0 1063986 763106 1208031 0% 25% 16% 13%
Varjão 0 277657 92679 201056 0% 6% 2% 2%
Vicente Pires 0 0 38297 0 0% 0% 1% 0%
Vila Planalto 0 4545 67450 163633 0% 0% 1% 2%
Vila Telebrasília 0 106429 23726 62423 0% 2% 0% 1%
sem informação 2409383 0 159992 0 59% 0% 3% 0%
TOTAL 4116354 4322118 4871565 9087830 100% 100% 100% 100%
Tabela 27 – Investimento público em Reais por Região Administrativa de realização do
Projeto, nominal e percentual, anual e evolução. 2014
Fonte: FAC-DF
soma %
Ras 2014 2014
Aguas Claras 12454 0%
Brasília 2252844 22%
Brasilândia 28947 0%
Candangolândia 46594 0%
Ceilândia 1444898 14%
Cruzeiro 39895 0%
Estrutural 114228 1%
Fercal 0 0%
Gama 276844 3%
Guará 352269 3%
Itapoã 149814 1%
Jardim Botânico 84080 1%
Lago Norte 217007 2%
Lago Sul 40000 0%
124
Núcleo Bandeirante 262542 3%
Paranoá 202862 2%
Park Way 0 0%
Planaltina 377767 4%
Recanto das Emas 178066 2%
Riacho Fundo I 128696 1%
Riacho Fundo II 84511 1%
Samambaia 194158 2%
Santa Maria 52806 1%
São Sebastião 474293 5%
SIA 0 0%
Sobradinho I 331283 3%
Sobradinho II 188354 2%
Sudoeste/Octogonal 103247 1%
Taguatinga 1182926 11%
Varjão 231914 2%
Vicente Pires 51204 0%
Vila Planalto 0 0%
Vila Telebrasília 230422 2%
sem informação 993783 10%
TOTAL 10328707 100%
125
Lago Sul 0 0%
Núcleo Bandeirante 67910 1%
Paranoá 43750 0%
Park Way 15000 0%
Planaltina 190077 2%
Recanto das Emas 96965 1%
Riacho Fundo I 0 0%
Riacho Fundo II 26660 0%
Samambaia 221616 2%
Santa Maria 44980 0%
São Sebastião 416226 4%
SIA 4995 0%
SCIA 0 0%
Sobradinho I 341933 3%
Sobradinho II 40000 0%
Sudoeste/Octogonal 0 0%
Taguatinga 802822 8%
Varjão 10000 0%
Vicente Pires 158873 2%
Vila Planalto 0 0%
Vila Telebrasília 0 0%
Fora do Distrito Federal 967199 9%
sem informação 310000 3%
TOTAL 10361329,78 100%
Como se pode observar, Brasília (ou Plano Piloto a partir de 2015) é a RA que mais
recebeu recursos (pois foi a região onde mais foram realizados projetos), com 23% do total
em 2010, 21 % em 2011, 31% em 2012, 35% em 2013, 22% em 2014 e 44% em 2015 (e a
base de dados não permite aferir o resultado para 2016 e 2017). Mas observa-se significativa
importância de Ceilândia como território de realização de projetos (com oscilações entre 10
e 15% dos recursos ao longo dos anos) e também, embora em menor proporção, de
Taguatinga. Este indicador, portanto, diz respeito à divisão territorial de recursos a partir da
realização territorial dos projetos – que é diverso do indicador abaixo, que mostra a divisão
territorial dos recursos a partir do domicílio do proponente. Ambos são critérios válidos para
se avaliar a descentralização dos recursos.
126
Análise quanto às RA’s de residência do proponente:
Para esta análise, foram excluídos da base os registros de proponentes Pessoas
Jurídicas, pois o entendimento é o de que, em se tratando de indicador de cunho social e de
característica individual, as informações da empresa não são de cunho individual e não
expressam as assimetrias sociais que se deseja medir. A base foi montada sobre projetos
contemplados.
Logo após os gráficos anuais, apresentamos a tabela de todos os anos (Tabela 29,
referente ao período 2011-2017) com o percentual de projetos em cada RA de residência do
proponente, seguida de um gráfico ilustrando tais percentuais (Gráfico 48). Os dados são os
mesmos, apenas a visualização muda: primeiro ela é feita ano a ano, e depois é feita através
da compilação de todos os anos.
127
7.431% 6.318% 6.075% 5.540% 3.663% 3.239% 3.008% 2.776% 2.207% 1.383% .978%
16.188%
11.448%
6.562% 4.945% 3.676%
3.079% 2.777% 2.463% 2.461% 2.450% 2.238% 2.192% 1.610% .956% .822% .739% .408%
128
13.216%
9.084%
7.319% 6.960% 6.644% 6.202%
5.617%
3.204% 2.950% 2.806% 2.608% 2.215% 2.033% 1.828%
1.613% .968% .811% .678% .550% .387% .339% .331% .188%
129
130
14.839%
12.333%
9.541%
5.998% 5.904% 4.654%
3.878% 3.232% 3.103% 3.062% 2.315%
1.939% 1.551% 1.551% 1.549% .912% .776% .776% .776%
131
Tabela 29 – Percentual de projetos apoiados por RA de residência do proponente – 2011-2017.
Fonte: FAC-DF
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Brasília 34% 35% 34% 21% 0% 31% 21%
Sobradinho I 0% 2% 8% 3% 0% 0% 15%
Guará 6% 1% 7% 7% 6% 10% 12%
Cruzeiro 2% 11% 5% 1% 5% 11% 10%
Ceilândia 1% 2% 6% 7% 6% 4% 6%
Recanto das Emas 0% 2% 0% 1% 0% 4% 6%
Taguatinga 3% 16% 9% 9% 4% 5% 5%
Lago Norte 0% 3% 5% 2% 7% 2% 4%
São Sebastião 6% 4% 1% 7% 3% 3% 3%
Lago Sul 7% 5% 5% 6% 1% 4% 2%
Núcleo Bandeirante 3% 0% 0% 6% 0% 2% 2%
Gama 3% 2% 4% 1% 2% 2% 2%
Águas Claras 6% 0% 3% 2% 3% 0% 1%
sem informação 23% 7% 0% 13% 1% 0% 0%
Park Way 4% 2% 3% 0% 3% 0% 0%
Sobradinho 0% 0% 0% 0% 3% 11% 0%
Plano Piloto 0% 0% 0% 0% 46% 0% 0%
Outros (<=3%) 1% 7% 9% 15% 9% 12% 12%
132
133
Dando continuidade à análise do perfil socioeconômico dos proponentes, em relação à
natureza jurídica destes (Pessoa Física-PF/Pessoa Jurídica-PJ) pode-se dizer que a grande
maioria é PF, ainda que o número de PJs tenha aumentado (o que evidencia maior
profissionalização do meio). Os percentuais constantes do gráfico a seguir (Gráfico 49) se
referem ao montante de recursos investidos em cada modalidade, e o número de projetos
encontra-se na Tabela 30:
0%
2012 2013 2014 2015 2016
Pessoa Física Pessoa Jurídica
Tabela 30 – Número de projetos de música por natureza jurídica do proponente - 2012 -2016
No. Projetos
2012 Pessoa Física 66
Pessoa Jurídica 1
Total 67
2013 Pessoa Física 92
Pessoa Jurídica 5
Total 97
2014 Pessoa Física 118
Pessoa Jurídica 8
Total 126
2015 Pessoa Física 95
Pessoa Jurídica 6
Total 101
2016 Pessoa Física 100
Pessoa Jurídica 8
Total 108
Total Pessoa Física 471
Pessoa Jurídica 28
Total 499
Considerando que os projetos têm valores diversos entre si, os percentuais dos
recursos investidos em PFs/PJs não correspondem exatamente aos percentuais da contagem
134
do número de projetos em cada modalidade. Por exemplo: os 5 projetos PJ de 2013
correspondem a 9% dos recursos totais do mesmo ano. Nesse sentido, coube calcular qual o
valor médio em Reais concernido a cada projeto, por natureza do proponente. O resultado
foi que projetos PJ recebem, individualmente, mais recursos do que projetos PF. Este seria o
custo adicional da profissionalização do setor:
58% 66%
79% 80% 71% 76% 74%
50%
42% 34%
21% 20% 29% 24% 26%
0%
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Feminino Masculino
Nota: Sexo suposto foi codificado a partir do nome do requerente em 2011 e 2016.
135
Tabela 32 – Número de projetos de música por sexo do proponente - 2012 -2016
No. Projetos
2011 14
Feminino 10
Masculino 34
Total 58
2012 1
Feminino 22
Masculino 44
Total 67
2013 5
Feminino 18
Masculino 74
Total 97
2014 8
Feminino 27
Masculino 91
Total 126
2015 11
Feminino 23
Masculino 67
Total 101
2016 8
Feminino 25
Masculino 75
Total 108
Total 47
Feminino 125
Masculino 385
Total 557
136
Em relação à cor/raça dos proponentes contemplados em 2015 (único ano em que
essa informação foi captada e registrada), pode-se dizer que a maioria com projetos
contemplados são negros ou pardos (56%), cenário mais inclusivo do que o mercado de
trabalho costuma ser. Os percentuais constantes do gráfico a seguir (Gráfico 51) se referem
ao montante de recursos investidos em projetos apresentados de acordo com a cor/raça dos
proponentes em 2015, e o número de projetos contemplados nesse ano encontra-se na
Tabela 33:
2%
13%
Amarela
Branca
42%
Parda
43% Preta
Tabela 33 – Número de projetos de música por cor/raça do proponente - 2015
No. Projetos
2015 14
Amarela 2
Branca 39
Parda 33
Preta 13
Total 101
137
Em relação à escolaridade dos proponentes contemplados em 2015 (único ano em
que essa informação foi captada e registrada), pode-se dizer que a maioria com projetos
contemplados tem alta escolaridade, e a maioria dos proponentes tem ensino superior
completo (38%). Esse dado corrobora a tendência nacional de que o setor cultural tem mão
de obra com escolaridade acima da média de outros setores. Os percentuais constantes do
gráfico a seguir (Gráfico 52) se referem ao montante de recursos investidos em projetos
apresentados de acordo com a escolaridade dos proponentes em 2015, e o número de
projetos contemplados nesse ano encontra-se na Tabela 34:
19%
13%
7% 9%
4% 3% 5%
1% 0% 0% 1%
Tabela 34 – Número de projetos de música por escolaridade do proponente - 2015
No. Projetos
2015 11
Analfabeto 1
Doutorado completo 1
Doutorado incompleto 2
Ensino médio completo 14
Ensino médio incompleto 1
138
Ensino superior completo 30
Ensino superior incompleto 20
Especialização completa 8
Especialização Incompleta 2
Fundamental completo 2
Mestrado completo 6
Mestrado Incompleto 3
Total 101
Por fim, apresentamos duas análises que levam em conta a oferta cultural à
população através da ação da SEC DF: uma sobre a relação entre recursos investidos e linhas
de apoio em que os projetos foram inscritos; e outra sobre a relação entre recursos
investidos e bem cultural desenvolvido.
Os dados apresentados a seguir são um primeiro passo para uma reflexão qualitativa
sobre o papel social e cultural da política empreendida pelo órgão. Esta reflexão será
retomada no próximo produto da Consultoria (Produto 3), que vai discutir elementos de
política cultural a partir de uma perspectiva qualitativa comparada. Sinteticamente, a
relação entre recursos investidos e linhas de apoio em que os projetos foram inscritos
forneceria à análise a dimensão de qual etapa produtiva é a mais apoiada pela SEC DF
(criação, circulação ou fruição), e a relação entre recursos investidos e bem cultural
desenvolvido forneceria à análise a dimensão de qual produto final chega à população a
partir das políticas. Ambas as análises remetem à avaliação de políticas públicas e à ideia de
direito à cultura, e exigem posicionamentos teóricos e procedimentos de interpretação
diversos. Por exemplo, dentre as “Modalidades” ofertadas, quais se referem
especificamente à criação, à difusão e à fruição cultural? Se essas etapas muitas vezes se
139
sobrepõem, como classificá-las e interpretá-las adequadamente? Tendo em vista os
objetivos da política cultural em questão, quais teriam sido os ganhos a partir do
investimento a cada uma das etapas produtivas? Essas são questões que merecem ser
discutidas de uma perspectiva qualitativa e com referência aos marcos teóricos e
metodológicos que envolvem a questão, e não podem ser aprofundadas num levantamento
quantitativo como este, sob o risco de se instrumentalizar a discussão para apresentar
tabelas e gráficos descontextualizados em relação ao debate teórico e aos próprios objetivos
da política cultural desenvolvida pela SEC-DF.
140
Tabela 35 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio”
– 2011. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2011 Apoio para montagem de operetas e
musicais: até R$ 160.000,00 319.964 7%
Circulação DF e Entorno
54.010 1%
Gravação de DVD
718.824 17%
Gravação de videoclipe
235.907 5%
Lançamento de CD/DVD
29.168 1%
141
Tabela 36 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio”
– 2012. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2012
Circuito de Feiras
150.000 3%
Circulação DF e Entorno
228.407 5%
142
Tabela 37 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio”
– 2013. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2013 Apoio para montagem de Óperas e
Musicais – Módulo I 464.999 5%
Circulação DF e Entorno
1.036.379 11%
Circulação Nacional
1.123.044 12%
Eventos Módulo I
265.881 3%
Gravação de DVD
1.617.659 18%
Gravação de Videoclipe
338.500 4%
143
Tabela 38 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio”
– 2014. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2014 sem informação 297.615 3%
Capacitação nacional e/ou
internacional 100.000 1%
144
Tabela 39 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio”
– 2015. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2015 Capacitação, oficinas ou ações para
formação de plateia 139.990 1%
Circulação 450.000 4%
Circulação - Módulo I
774.702 7%
Circulação - Módulo II 337.629 3%
Circulação - Módulo III
539.925 5%
Montagem Ópera
600.000 6%
145
Tabela 40 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio”
– 2017. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2017 sem informação 99.998 2%
Bibliotecas - Rede de Bibliotecas
Públicas do DF 40.000 1%
Capacitação - Módulo I
146.972 3%
Casa Abrigo do DF
50.000 1%
Casa do Cantador - Ceilândia
199.371 4%
Circulação - Módulo I
394.100 8%
Circulação - Módulo II
326.970 6%
Circulação Ópera
300.000 6%
Gravação
879.888 17%
Linha de Apoio I
159.758 3%
Linha de Apoio II
238.600 5%
146
As mudanças nas categorias ao longo dos anos já dariam, por si só, uma excelente
reflexão sobre o papel do estado na garantia de direitos culturais e na estruturação de
mercados artísticos emergentes, tarefa que deixaremos para o Produto 3. Do ponto de vista
estritamente quantitativo, salta aos olhos o investimento em ações de criação e difusão
artísticas.
Tabela 41 – Valor anual investido em projetos musicais por “Bem Cultural Desenvolvido” –
2012. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2012 Apoio a Grupos e Espaços
317.656 7%
Bens Audiovisuais (cinema e vídeo) 1.143.341
23%
Bens Audiovisuais (música e rádio) 1.080.878
22%
Circulações e Temporadas 917.644 19%
Espetáculos e Exposições 1.412.046 29%
Total 4.871.565 100%
147
Tabela 42 – Valor anual investido em projetos musicais por “Bem Cultural Desenvolvido” –
2013. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2013 Ações de Formação e Capacitação
99.996 1%
Bens Audiovisuais (música e rádio)
2.838.080 31%
Circulações e Temporadas 2.902.502
32%
Espetáculos 667.482 7%
Festivais, Mostras e Concursos 739.734 8%
Óperas e Musicais 1.339.185 15%
Projetos Multiárea 299.000 3%
Shows
201.851 2%
Total 9.087.830 100%
Tabela 43 – Valor anual investido em projetos musicais por “Bem Cultural Desenvolvido” –
2014. Fonte: FAC-DF
Valor (R$) %
2014 sem informação 297.615
3%
Ações de Formação e Capacitação 100.000
1%
Bens Audiovisuais (música) 3.657.903 35%
Circulações e Temporadas 1.024.092 10%
Festivais, Mostras e Concursos 1.278.355 12%
Óperas e Musicais 825.669 8%
Pesquisas 249.476 2%
Projetos Educativos de Formação de
236.712
Plateia 2%
Projetos Multiárea 619.406 6%
Publicações 24.787 0%
Shows 2.014.691 20%
Total 10.328.707 100%
148
Mais uma vez, do ponto de vista estritamente quantitativo e deixando de lado as
interpretações relativas aos objetivos da política cultural, salta aos olhos o investimento em
ações de criação e difusão artísticas. Observa-se, contudo, que as categorias de “Bem
Cultural” vão se diversificando, com a inclusão de categorias relativas a
Formação/Capacitação e Formação de Plateia, o que indica uma nascente preocupação em
investir numa política da demanda (não apenas de oferta, centrada em ações de criação e
difusão artísticas). Porém a interrupção na captação desse tipo de informação cadastral e/ou
a não conversão dessa informação em registros administrativos impossibilita a continuidade
desse tipo de análise.
Os resultados gerais apontam que 26% dos entrevistados são músicos, cantores e
compositores, seguidos de produtores artísticos e culturais (16%) e atores e atrizes (13%). A
maior parte dos entrevistados afirmou participar de todas as etapas do Ciclo da Cultura, com
destaque para criação e produção (78% e 77%, respectivamente). A maioria (54%) dos
trabalhadores da cultura informou que seu trabalho artístico é a principal fonte de renda.
Entre os entrevistados, 34% são artistas há mais de 25 anos e 39% entre 11 e 24 anos; e 47%
150
dedicam até 20h semanais a sua atividade artística. 59% dos entrevistados realizaram
atividades remuneradas não artísticas e, desses, 80% ainda mantêm esse vínculo. Esses
profissionais atuam majoritariamente no setor de serviços, sendo 26% no funcionalismo
público. Esse perfil dedica a essa atividade não artística entre 20 e 40 horas semanais. 37%
dos artistas recebem remuneração apenas ocasionalmente, enquanto outros 7% afirmaram
receber quase nunca e 12% nunca são remunerados. Ao avaliarem os valores recebidos, 21%
os classificaram como bons, 2% ótimos. Razoável, ruim e péssimo somam 77%. Com relação
ao vínculo de trabalho, 61% são autônomos e 41% sem contrato. A renda declarada de suas
atividades aponta que 29% recebem até aproximadamente 1 salário mínimo. 50% trabalham
em sua própria casa, 44% em imóvel pró- prio. Esses dados indicam a ausência de locais
específicos ao desempenho da atividade artística. Essas etapas (criação e produção), bem
como as de difusão, exibição e transmissão têm realização concentrada na RA I, Brasília
(criação/produção: 28% e difusão: 59%). Há notável concentração de demanda por serviços
artísticos no segundo semestre do ano. Além disso, de sexta a domingo e período noturno
são períodos de maior importância para os artistas inseridos no mercado do DF. Esses dados
indicam a centralidade da vida noturna para a movimentação do mercado cultural no DF,
num período de intensa discussão em torno da aplicação da Lei do Silêncio e o fechamento
de espaços destinados a apresentações musicais. 87% atribuem ao público o
reconhecimento de suas atividades como importante e muito importante. 35% dos
entrevistados declaram que o GDF considera seu trabalho artístico importante. Nesse
sentido, o FAC pode ser um dos fatores que influenciou positivamente essa percepção,
especialmente se comparados os resultados entre GDF e Governo Federal. Ainda que o
maior número de trabalhadores da cultura tenha ligação com algum grupo ou associação
artístico-cultural, é notável o percentual de artistas que não fazem parte de grupos de
qualquer natureza (38%). Quanto ao financiamento público, 62% dos entrevistados
afirmaram empregar recursos próprios na composição do financiamento de sua atividade
artística e, complementarmente, 56% informaram empregar financiamento público. A
contratação direta representa 69% da renda obtida de sua atividade cultural. 77% deles já se
inscreveram em editais do Governo do Distrito Federal e, destes, 73% foram contemplados.
(FUENZALIDA, 2016, p. 84-86).
151
Os resultados da pesquisa não deixam de ser interessantes, pois suscitam uma série de
questões que merecem ser melhor investigadas ou por pesquisa quantitativa com maior
base amostral, ou por pesquisa qualitativas. A amostra reduzida de apenas 408 respostas,
colhidas num período de 17 meses (FUENZALIDA, 2016, p. 26), impede que esses
interessantes resultados sejam representativos da totalidade dos trabalhadores da cultura
do DF. Isso evidencia a dificuldade em se trabalhar com surveys de amostras reduzidas: os
resultados acabam sendo tão pontuais e específicos que dificilmente se consegue extrair
indicadores precisos e de grande abrangência.
152
g) Lei de Incentivo à Cultura – LIC – Secretaria de Cultura do Distrito Federal
o Tipo de dados: investimento público através de renúncia fiscal
o Característica: base de dados com informações sobre projetos aprovados
o Indicadores: recursos investidos através de renúncia fiscal em projetos
apresentados por PF e PJ;
o Ano de Referência: 2014; 2015; 2016; 2017.
o Comparações: 2014-2018
o Anexo: Anexo 20
o Observações: Informações adicionais podem ser encontradas no site da LIC-
DF: http://www.cultura.df.gov.br/lic/
A Lei de Incentivo à Cultura do DF é regida pela Lei Complementar Nº 934, de 07 de
Dezembro de 2017 (Lei Orgânica da Cultura); pelo Decreto nº 38.933, de 15 de março de
2018; pela Portaria nº 50, de 15 de fevereiro de 2018; e pela Instrução Normativa nº 01, de
18 de abril de 2016.57 Seu funcionamento é muito semelhante às diversas Leis de Incentivo
existentes país a fora: parte dos valores de ICMS ou ISS que seriam arrecadados por
atividade de pessoas jurídicas sediadas no Distrito Federal é revertido em financiamento de
projetos culturais previamente aprovados pela Secretaria de Estado da Cultura do Distrito
Federal. Se no FAC o Estado é o próprio indutor do desenvolvimento cultural através do
aporte de recursos a fundo perdido, na LIC o Estado é o mediador e regulador das relações
entre a comunidade cultural e a iniciativa privada. Juntos, os recursos do FAC e da LIC são
responsáveis pelo aporte de recursos à área cultural no DF.
57
http://www.cultura.df.gov.br/lei-de-incentivo-a-cultura-df/.
153
(PF) ou Micro Empreendedor Individual (MEI). Outros tetos para valores dentro do projeto
podem ser consultados na internet58.
47%
53%
58
http://www.cultura.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-
proponentes.pdf.
154
O universo da base 2014-2017 (86 projetos ao todo, sendo 46 projetos da música) é
relativamente pequeno se comparado ao universo do FAC, mas a importância da área da
música é significativa nessa base.
PF PJ
2014 0 3
2015 4 9
2016 9 8
2017 0 13
TOTAL 13 33
PF PJ
13
9 9 8
3 4
0 0
155
Homens Mulheres
8
3
1 1
2015 2016
Mulheres
15%
Homens
85%
Estas são as únicas informações de cunho social que se pode extrair da base de dados
LIC DF, centrada nos recursos investidos em projetos culturais através de renúncia fiscal
sobre ICMS e ISS. A amostra não permites maiores extrapolações estatísticas.
156
Tabela 45 – Valores relativos a projetos de Música de proponentes Pessoa Física – 2014-2017. Fonte: LIC-DF
PERCENTUAL PERCENTUAL
CAPTAÇÃO CAPTAÇÃO
VALOR TOTAL DO VALOR VALOR APROVADO (rel. Valor (rel. Valor TT
PROPONENTE PESSOA FÍSICA PROJETO SOLICITADO LIC LIC (CARTA) VALOR CAPTADO aprov) projs)
2014 -- -- -- -- -- --
2015 R$360.000,00 R$360.000,00 R$352.500,00 R$352.500,00 100,0% 97,9%
2016 R$713.938,00 R$712.633,58 R$712.633,58 R$645.450,37 90,6% 90,4%
2017 -- -- -- -- -- --
TOTAL MÚSICA PF R$1.073.938,00 R$1.072.633,58 R$1.065.133,58 R$997.950,37 93,7% 92,9%
TOTAL TODAS AS LINGS. (PF) R$2.033.247,00 R$2.022.942,58 R$2.020.497,93 R$1.903.504,96 94,2% 93,6%
Tabela 46 – Valores relativos a projetos de Música de proponentes Pessoa Jurídica – 2014-2017. Fonte: LIC-DF
PERCENTUAL PERCENTUAL
CAPTAÇÃO CAPTAÇÃO
VALOR TOTAL DO VALOR VALOR APROVADO (rel. Valor (rel. Valor TT
PROPONENTE PESSOA JURÍDICA PROJETO SOLICITADO LIC LIC (CARTA) VALOR CAPTADO aprov) projs)
2014 R$6.911.288,35 R$3.953.030,00 R$3.245.361,72 R$3.144.506,72 96,9% 45,5%
2015 R$8.224.722,98 R$4.328.277,59 R$4.314.025,65 R$3.657.679,52 84,8% 44,5%
2016 R$5.967.521,54 R$4.336.199,67 R$4.305.162,04 R$3.980.794,71 92,5% 66,7%
2017 R$19.957.746,50 R$8.370.192,07 R$8.432.366,42 R$5.327.667,28 63,2% 26,7%
TOTAL MÚSICA PJ R$41.061.279,37 R$20.987.699,33 R$20.296.915,83 R$16.110.648,23 79,4% 39,2%
TOTAL TODAS AS LINGS. (PJ) R$71.501.031,79 R$37.727.346,23 R$35.309.683,99 R$28.102.828,09 79,6% 39,3%
157
Tabela 47 – Valores relativos a projetos de Música (Total PF + PJ) – 2014-2017. Fonte: LIC-DF
PERCENTUAL PERCENTUAL
CAPTAÇÃO CAPTAÇÃO
VALOR TOTAL DO VALOR VALOR APROVADO (rel. Valor (rel. Valor TT
TODOS OS PROPONENTES PROJETO SOLICITADO LIC LIC (CARTA) VALOR CAPTADO aprov) projs)
2014 R$6.911.288,35 R$3.953.030,00 R$3.245.361,72 R$3.144.506,72 96,9% 45,5%
2015 R$8.584.722,98 R$4.688.277,59 R$4.666.525,65 R$4.010.179,52 85,9% 46,7%
2016 R$6.681.459,54 R$5.048.833,25 R$5.017.795,62 R$4.626.245,08 92,2% 69,2%
2017 R$19.957.746,50 R$8.370.192,07 R$8.432.366,42 R$5.327.667,28 63,2% 26,7%
TOTAL MÚSICA (PF+PJ) R$42.135.217,37 R$22.060.332,91 R$21.362.049,41 R$17.108.598,60 80,1% 40,6%
TOTAL TODAS AS LINGS. (PF+PJ) R$73.534.278,79 R$39.750.288,81 R$37.330.181,92 R$30.006.333,05 80,4% 40,8%
158
As tabelas foram divididas por natureza jurídica do proponente: PF, PJ e as duas
modalidades conjuntamente. Os valores da primeira coluna referem-se aos custos totais do
projeto, informado pelo proponente a partir de planejamento orçamentário. A segunda
coluna refere-se aos valores solicitados como apoio ao projeto. Após análise e emissão de
carta da SEC, o projeto está apto a captar junto às empresas cadastradas os recursos
autorizados pela SEC (valores constantes da terceira coluna). E a quarta coluna refere-se ao
valor efetivamente captado. Estas são as informações captadas junto à inscrição do projeto.
Por fim, cabe ressaltar que os 46 projetos da música entre 2014 e 2017 que
conseguiram captar recursos (que correspondem a 53% dos projetos) captaram juntos 57%
dos recursos captados no período, mostrando um bom desempenho dos projetos de música
na etapa de captação de recursos.
159
4. Diagnóstico dos Agentes da Música do DF através do Método
“Diagnóstico Rápido Participativo” (DRP)
4.1. Aspectos Metodológicos Gerais do DRP
A ferramenta que apresentamos a seguir busca contribuir justamente para isto: para
que os fazedores culturais, sejam eles artistas ou não, tenham condições de identificar tais
barreiras e também as formas de sua superação. Para que os processos e políticas
aperfeiçoados, é necessário refletirmos sobre estes processos em constante construção.
Mas não basta localizar no “outro” a origem e a resposta às dificuldades do presente. É
necessário ver-se como parte do problema e também como corresponsável por sua
solução.
É essa reflexão que tornará o meio cultural capaz de demandar de maneira qualificada
ações e políticas necessárias para que toda a sociedade possa ter uma vida cultural plena, se
colocando não apenas na posição de demandante como também como parte ativa do
processo. Assim, os convidamos a refletirem coletivamente sobre os processos culturais
vivenciados em seus territórios de ação, de uma maneira fácil, empírica e organizada.
Um cuidado, no entanto, deve ser tomado: caberia à ação pública, e não à sociedade, a
responsabilidade da tomada de decisões estratégicas em política cultural, embora a
participação social seja desejável e qualifique o processo. Com isso queremos dizer que há
questões relevantes levantadas na oficina, mas elas devem ser filtradas antes de serem
160
adotadas. Oficinas de diagnósticos como o DRP são instrumentos de coletas de dados
qualitativos para agregar perspectivas de análise diversificadas ao levantamento
quantitativo feito a partir de bases de dados oficiais, e não instrumentos da política de
participação social. Pesquisa aplicada não pode ser confundida com instrumento de controle
social, sob o risco de se enviesarem os resultados. Nesse sentido, ampliar a base do número
de participantes de diagnósticos, sejam eles qualitativos ou quantitativos adotando um tipo
ou outro de metodologia, não amplia o nível de participação social em relação à construção
de políticas setoriais.
O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), adaptado à área cultural por Isaura Botelho e
José Marcio Barros, é uma técnica de diagnóstico que permite a realização de reflexões
críticas e propositivas sobre a realidade, considerando as experiências e as percepções dos
participantes da atividade. Estimula a capacidade de reflexão e a busca de soluções a partir
da interlocução, da construção de consensos e compromissos.
Por ser uma técnica rápida (cerca de 8 horas de trabalho para a realização de todas as
etapas inclusive a apresentação de resultados) ela pode ser realizada a qualquer momento:
antes da realização de uma ação (sendo útil como técnica de planejamento), durante o
desenvolvimento de um trabalho (atuando como elemento de avaliação processual capaz de
corrigir rotas antes do término da ação), e ao fim de um trabalho ou etapa (podendo ser
usada como avaliação final com vistas à continuidade do projeto ou ao planejamento de
uma nova ação).
Seja qual for o momento de sua aplicação, esta técnica permite a realização de
reflexões críticas e propositivas sobre a realidade. Como se verá a seguir, a reflexão vem
necessariamente acompanhada de uma proposição, fazendo com que o trabalho coletivo
não redunde apenas em críticas ou lamentações. O objetivo da reflexão é a proposição, e o
papel da oficina foi o de agregar as percepções dos agentes aos resultados da Consultoria,
num esforço de agregar pontos de vista diversos ao levantamento.
É necessário haver uma mediação para a condução dos trabalhos, tarefa que foi
exercida pela própria consultora.
Fonte: https://www.facebook.com/dfsecult/photos/a.271766529598233.61060.271219862986233/1615507985224074/?type=3&theater
162
O foco da atividade, portanto, não era a comunidade cultural como um todo. O
método, assim como a tradicional e validada técnica de Grupos Focais59, pressupõe a
participação qualificada de um grupo reduzido de pessoas para que os trabalhos possam ser
conduzidos e encaminhados de maneira adequada. Isso significa que a participação de um
grupo qualificado de cerca de 30 pessoas é o ideal para a realização plena da atividade. Um
grupo maior de pessoas demandaria outras seções de trabalho, o que não significaria maior
qualidade dos resultados, pois a metodologia do instrumento não tem caráter censitário,
tampouco constitui-se em política de participação e controle social (objetivo que foge do
escopo desta Consultoria). Dito de outra maneira, o que importa para a constituição do
grupo de trabalho não é a quantidade ou volume de participantes, mas sim que as pessoas
ali presentes realizem atividades relacionadas ao segmento musical, artísticas ou não.
59
Grupo focal é “uma situação de conversação criada artificialmente, como um laboratório, com a finalidade de
captar e compreender concepções e percepções. (...), com o objetivo de explorar as ideias e opniões sobre um
tema específico” de maneira mediada. (ALMEIDA In GHEZZI et alli, 2016, p. 43-44). A técnica tem resultados
muito produtivos na pesquisa em ciências humanas e a descrição acima não dá conta de sua complexidade e
efetividade. As duas técnicas, Grupo Focal e DRP, mantém semelhanças e diferenças entre si.
163
Etapa 2. Divisão em Grupos:
• O grupo deve então organizar uma lista única com 5 itens gerais do grupo
• O grupo deve escolher 1 relator para organizar a lista, que deve ser PACTUADA entre
todos
• Problemas muito específicos devem ceder lugar aos PROBLEMAS COMUNS à maioria
dos integrantes do grupo
164
Quadro A
• Somatória de pontos (F+G+S): cada item levantado anteriormente deverá ter uma
pontuação total entre 3 e 9 pontos, a ser preenchida na coluna 5
Quadro B
Pontuação
Soma de
Problema detectado das Variáveis Prioridade nº:
pontos
F G S
165
Etapa 6. Soluções
• Preencher no Quadro C
Quadro C
Problema detectado
Solução
(por prioridade)
166
• 3 – “muito positivo”
• 2 – “importante”
• 1 – perceptível, mas não tão importante
• Preencher no Quadro D
Quadro D
Pontuação
Pontos Positivos (marcar com X)
1 2 3
167
4.3. Resultados
Fonte: http://www.cultura.df.gov.br/secretaria-de-cultura-ouve-demandas-da-musica-em-brasilia/
168
Grupo 1
Pontuação
(marcar com
Pontos Positivos
X)
1 2 3
Abundância, diversidade e alta qualidade da cadeia autoral X
169
Grupo 2
Pontuação
Pontos
(marcar com X)
Positivos
1 2 3
FAC X
LOC X
LIC X
170
Grupo 3
Pontuação
Pontos Positivos (marcar com X)
1 2 3
Conexão DF X
FAC/Financiamento X
EMB / Formação X
171
Grupo 4
Pontuação
(marcar com
Pontos Positivos
X)
1 2 3
Enorme diversidade da cena musical, em especial da música instrumental X
Não obstante, alguns pontos parecem realmente depender da ação pública. A Lei do
Silêncio parece ser um obstáculo efetivo ao desenvolvimento de um mercado artístico
sustentável, a cabe ao poder público atuar no sentido de concerto estratégico de interesses
entre as diversas partes interessadas. Esta é uma pauta que certamente merece a atenção
do poder público.
174
investindo equitativamente recursos a fundo perdido em projetos mais frágeis do ponto de
vista comercial. Mas também caberia ao poder público evitar a dependência do mercado
artístico (sobretudo aqueles em vias de uma maior estruturação) em relação a esses fundos.
Para tanto é necessário articular duas formas de atuação, uma pautada por princípios
regidos pela ideia de equidade e acesso, e outra tentando estruturar mercados artísticos
com condições de se desenvolverem de maneira sustentável. Para isto, é necessário investir
em capacitação para a atuação no mercado de bens culturais – e é a isto que os agentes que
participaram da oficina se referem. A diminuição da dependência de fundos públicos só é
possível desenvolvendo mecanismos de mercado que não firam a questão da diversidade
das manifestações culturais, e este delicado arranjo depende da ação pública no sentido de
limitar a ação de oligopólios da indústria cultural e de capacitar os agentes para atuar num
mercado competitivo.
Por fim, os pontos positivos indicam questões relevantes a serem levadas em conta
no redesenho da política setorial. Por exemplo: a diversidade e qualidade da cena musical
local; alto poder aquisitivo do público; e existência de diversas instituições de ensino musical
(percepção corroborada pelos dados trazidos pelas bases de dados CEMPRE e RAIS). Os
pontos positivos parecem avaliar bem os principais mecanismos de fomento e incentivo
mantidos pela SEC DF.
175
CONSIDERAÇÕES FINAIS
60
Tivemos notícia de uma pesquisa realizada com músicos do DF e que foi apresentada no FestFAC em 2012
(http://www.cultura.df.gov.br/vem-ai-o-1-festfac/), mas não localizamos os dados da pesquisa tampouco mais
notícias sobre a iniciativa além desta, que não apresenta maiores informações:
http://www.overmundo.com.br/overblog/mapeamento-da-musica-no-df-aponta-novos-rumos.
61
Fonte: http://www.sesc.com.br/portal/site/publicosdecultura/habitosculturais/p20.
176
Os estilos musicais mais ouvidos no Brasil em 201362 também compõem o quadro
geral aqui apresentado:
178
O recurso nesse site que compara as cidades por gosto musical indica as cidades mais
próximas ao gosto musical brasiliense, quais são os estios mais ouvidos nesse conjunto de
cidades e indica uma playlist com as músicas mais tocadas dentro desses estilos:
179
Esse resultado varia dia a dia e não é um retrato fiel da realidade em função da
amostra, mas não deixa de ser interessante para analisar o consumo musical em Brasília.
Outra fonte que não apresenta dados para música no DF mas que compõe o
levantamento aqui apresentado é a de Comércio Exterior de Bens e Serviços Culturais. As
informações, disponíveis no site do SNIIC65, foram coletadas junto ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os bens e serviços levantados
foram selecionados no âmbito do compartilhamento de informações com o SICSUR (Sistema
de Informações Culturais do Mercosul). Os dados referem-se aos anos de 2014 e 2015. O site
do SNIIC apresenta uma pequena e genérica análise para o Brasil, que revela que o Brasil
mais compra do que vende bens e serviços culturais, e que na venda é importante a
participação da música ao vivo. Contudo, as bases de dados não permitem tabulações
especiais para música no DF. De qualquer modo, as bases (idênticas às disponibilizadas pelo
SNIIC) constam dos anexos deste relatório (Anexos 25 e 26).
Um estudo muito importante que merece ser apontado, ainda que não diga respeito
especificamente à música, é “Microempreendedores da Cultura no Distrito Federal”,
realizado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal - CODEPLAN DF (NOCKO &
SCHLABITZ, 2018), com dados da Secretaria de Estado de Fazenda do DF. A partir do tributo
de contribuição dos MEI (que pode ser ISS - Imposto Sobre Serviço ou ICMS - Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) é indicada a atividade econômica ou código CNAE na
qual o empreendedor atua. O estudo apresenta resultados sob duas metodologias:
considerando as CNAEs propriamente culturais e as CNAEs relacionadas à cultura (como nos
círculos concêntricos de Thorsby); e considerando as CNAEs segundo os domínios culturais
da UNESCO.
65
http://sniic.cultura.gov.br/indicadores/comercio-exterior-de-bens-e-servicos-culturais/ .
181
culturais e 3.518 (4,07%) em atividades indiretamente relacionadas à cultura. Para um
detalhamento das atividades desenvolvidas pelos MEI diretamente culturais, foram
selecionadas algumas das atividades que mais concentram esses empreendedores, e os
resultados são apresentados abaixo:
182
Estudos locais como este, assim como o já citado “Perfil dos Trabalhadores da Cultura
no DF” (FUENZALIDA, 2016), são muito importantes para a composição de um levantamento
do setor sócio-produtivo da música no DF. Em primeiro lugar porque adicionam
condicionantes e elementos propriamente locais aos macro levantamentos filtrados a partir
de recortes territoriais. Sem dúvida estes macro levantamentos são importantes, mas
estudos locais são capazes de revelar dinâmicas muito específicas impossíveis de serem
apreendidas em levantamentos nacionais. Em segundo lugar porque são feitos com tempo e
183
metodologias adequadas, com objetivos bem delineados e com amostra dimensionada de
acordo com metodologia.
Como se pode perceber, a demanda por dados na área da gestão cultural é imensa.
Esperamos que este levantamento, que é uma primeira iniciativa nesse sentido, venha a
contribuir com tal propósito, especialmente ao mostrar quais pontos são relevantes e quais
pontos são cegos nas estatísticas nacionais. No Produto 4 desta consultoria, dedicado a
propostas de projetos e ações para a política setorial da música no DF, retomaremos os
temas aqui apresentados no sentido de identificar quais seriam as pesquisas prioritárias
numa agenda de pesquisa pensada de maneira articulada à política pública de cultura do DF.
66
http://www.cultura.df.gov.br/cultura-e-codeplan-firmam-acordo-de-cooperacao-tecnica/.
184
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VICENTE, Eduardo. Da Vitrola ao IPod – uma história da indústria fonográfica no Brasil. São
Paulo: Alameda, 2014.
188
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – CNAEs 2.0 (2010) relacionadas ao setor produtivo da Música consideradas neste
levantamento (p. 41)
Tabela 2 – CBOs 2002 relacionadas ao setor produtivo da Música (p. 41)
Tabela 3 – Unidades locais, pessoal ocupado total e assalariado em 31.12.2015, salários e
outras remunerações, por seção, divisão, grupo e classe da classificação de atividades (CNAE
2.0) - UF DF – 2015 (p. 49)
Tabela 4 – Vínculos formais por CBO – UF DF e Brasil – 2014 a 2016 (p. 57)
Tabela 5 – Participação Vínculos formais por CBO (números relativos) e Tamanho de
Estabelecimento – UF DF e Brasil – 2014 a 2016 (p. 65)
Tabela 6 – Participação Vínculos formais por CBO (números absolutos e relativos) por
Tamanho de Estabelecimento – DF 2016 (p. 69)
Tabela 7 – Participação dos Vínculos por Ocupação e Faixa Horas Contratadas DF – 2016 (p.
72)
Tabela 8 – Participação dos Vínculos por Ocupação e Tempo de Serviço DF – 2016 (p. 75)
Tabela 9 – Faixa etária nos vínculos formais por CBO (números absolutos) – DF 2016 (p. 78)
Tabela 10 – Escolaridade nos vínculos formais por CBO (números absolutos e relativos) – DF
2016 (p. 81)
Tabela 11 – Remuneração Média nos vínculos formais por CBO (números absolutos) – DF
2016 (p. 84)
Tabela 12 – Participação por gênero nos vínculos formais por CBO (números absolutos e
relativos) – DF 2014 a 2016 (p. 86)
Tabela 13 – Média de Valores de Remuneração Média (Salário Mínimo) por escolaridade
agregada – DF após 2005 (p. 90)
Tabela 14 – Média de Valores de Remuneração Média (Salário Mínimo) por escolaridade
agregada e Coeficiente de Média Salarial – DF e Brasil após 2005 (p. 91)
189
Tabela 15 – Códigos CNAE-Dom e COD utilizados na PNAD-Contínua tabulação Música DF (p.
93)
Tabela 16 – Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Sexo – Distrito Federal - 2012-2016 (p. 95)
Tabela 17 – Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal,
por Grupos de idade - Distrito Federal - 2012-2016 (p. 96)
Tabela 18 – Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Cor ou raça - Distrito Federal - 2012-2016 (p. 97)
Tabela 19 – Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Nível de instrução - Distrito Federal - 2012-2016 (p. 98)
Tabela 20 – Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Posição na ocupação - Distrito Federal - 2012-2016 (p. 99)
Tabela 21 – Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Número de trabalhos - Distrito Federal - 2012-2016 (p. 100)
Tabela 22 – Dimensões Agrupadas da ESTADIC e índices por UF. Fonte: ESTADIC 2014/IBGE
(p. 107)
Tabela 23 – Despesa (executivo estadual) liquidada na função 13 – Cultura – 2013-2016.
Fonte: FinBra / Secr. Tesouro Nacional e IBGE (p. 111)
Tabela 24 – Contagem de Projetos nas Sub-categorias que compõe a categoria “Música” na
análise da base de dados FAC-DF. Fonte: FAC-DF (p. 121)
Tabela 25 – Valor liberado para projetos, total e na área Música - 2010-2017. Fonte: FAC-DF -
projetos contemplados e não arquivados (p. 122)
Tabela 26 – Investimento público em Reais por Região Administrativa de realização do
Projeto, nominal e percentual, anual e evolução. 2010 a 2013. Fonte: FAC-DF (p. 123)
Tabela 27 – Investimento público em Reais por Região Administrativa de realização do
Projeto, nominal e percentual, anual e evolução. 2014. Fonte: FAC-DF (p. 124)
Tabela 28 – Investimento público em Reais por Região Administrativa de realização do
Projeto, nominal e percentual, anual e evolução. 2015. Fonte: FAC-DF (p. 125)
Tabela 29 – Percentual de projetos apoiados por RA de residência do proponente – 2011-
2017. Fonte: FAC-DF (p. 132)
190
Tabela 30 – Número de projetos de música por natureza jurídica do proponente - 2012 -
2016. Fonte: FAC-DF (p. 134)
Tabela 31 – Valores médios de projetos PF e PJ – 2012-2016. Fonte: FAC-DF (p. 135)
Tabela 32 – Número de projetos de música por sexo do proponente - 2012 -2016. Fonte:
FAC-DF (p. 136)
Tabela 33 – Número de projetos de música por cor/raça do proponente - 2015. Fonte: FAC-
DF (p. 137)
Tabela 34 – Número de projetos de música por escolaridade do proponente – 2015. Fonte:
FAC-DF (p. 138)
Tabela 35 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio” –
2011. Fonte: FAC-DF (p. 141)
Tabela 36 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio” –
2012. Fonte: FAC-DF (p. 142)
Tabela 37 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio” –
2013. Fonte: FAC-DF (p. 143)
Tabela 38 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio” –
2014. Fonte: FAC-DF (p. 144)
Tabela 39 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio” –
2015. Fonte: FAC-DF (p. 145)
Tabela 40 – Valor anual investido em projetos musicais por “Modalidade/Linha de Apoio” –
2016. Fonte: FAC-DF (p. 146)
Tabela 41 – Valor anual investido em projetos musicais por “Bem Cultural Desenvolvido” –
2012. Fonte: FAC-DF (p. 147)
Tabela 42 – Valor anual investido em projetos musicais por “Bem Cultural Desenvolvido” –
2013. Fonte: FAC-DF (p. 148)
Tabela 43 – Valor anual investido em projetos musicais por “Bem Cultural Desenvolvido” –
2014. Fonte: FAC-DF (p. 148)
Tabela 44 – Proporção de Projetos PF X PJ entre 2014 e 2017. Fonte: LIC-DF (p. 155)
191
Tabela 45 – Valores relativos a projetos de Música de proponentes Pessoa Física – 2014-
2017. Fonte: LIC-DF (p. 157)
Tabela 46 – Valores relativos a projetos de Música de proponentes Pessoa Jurídica – 2014-
2017. Fonte: LIC-DF (p. 157)
Tabela 47 – Valores relativos a projetos de Música (Total PF + PJ) – 2014-2017. Fonte: LIC-DF
(p. 158)
192
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Percentual de unidades locais por CNAE – DF (p. 50)
Gráfico 2 - Percentual de unidades locais por CNAE – Brasil (p. 50)
Gráfico 3 - Percentual de unidades locais por CNAE – CO (p. 51)
Gráfico 4 - Percentual de unidades locais por CNAE – SP (p. 51)
Gráfico 5 - Pessoal ocupado total por CNAE – DF (p. 53)
Gráfico 6 - Pessoal ocupado total por CNAE – Brasil (p. 53)
Gráfico 7 - Proporção Pessoal ocupado Assalariado X Não-Assalariado por CNAE – DF (p. 54)
Gráfico 8 - Participação dos Vínculos Formais (CBO) do DF em 2016 (p. 58)
Gráfico 9 - Saldo de movimentação de empregados no DF e no Brasil por Ocupação - 2014-
2016 (p. 60)
Gráfico 10 - Saldo de Movimentação de Empregados mês a mês - 2014 a 2017 (p. 61)
Gráfico 11 - Participação dos Vínculos Formais RAIS (CBO) no tamanho do Estabelecimento -
DF – 2016 (p. 63)
Gráfico 12 - Participação dos Vínculos Formais RAIS (CBO) no tamanho do Estabelecimento -
BR – 2016 (p. 63)
Gráfico 13 - Evolução da Participação dos Estabelecimentos por Tamanho - DF – 2014-2016
(p. 64)
Gráfico 14 - Participação dos Vínculos por Faixa Horas Contratadas - DF 2016 (p. 70)
Gráfico 15 - Participação dos Vínculos por Faixa Horas Contratadas - Brasil 2016 (p. 70)
Gráfico 16 - Participação dos Vínculos por Faixa Horas Contratadas DF - 2014-2016 (p. 71)
Gráfico 17 - Participação dos Vínculos por Tempo de Serviço - DF 2016 (p. 73)
Gráfico 18 - Participação dos Vínculos por Tempo de Serviço - Brasil 2016 (p. 73)
193
Gráfico 19 - Participação dos Vínculos por Tempo de Serviço DF - 2014-2016 (p. 74)
Gráfico 20 - Faixa Etária Vínculos Música DF – 2016 (p. 77)
Gráfico 21 - Escolaridade dos Vínculos Música - DF 2014 a 2016 (p. 80)
Gráfico 22 - Escolaridade dos Vínculos Música - Brasil 2014 a 2016 (p. 80)
Gráfico 23 - Remuneração Média Vínculos Música DF – 2016 (p. 83)
Gráfico 24 - Participação por gênero nos vínculos formais - DF – 2016 (p. 85)
Gráfico 25 - Participação por gênero nos vínculos formais - Brasil – 2016 (p. 85)
Gráfico 26 - Proporção Homens X Mulheres nas Ocupações Música - DF - 2016
(números absolutos) (p. 88)
Gráfico 27 - Escolaridade X Sexo X Vínculos - Música DF - após 2005 (p. 90)
Gráfico 28 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Sexo - Distrito Federal - 2012-2016 (valores relativos) (p. 81)
Gráfico 29 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Grupos de idade - Distrito Federal - 2012-2016 (valores relativos) (p. 96)
Gráfico 30 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Cor ou Raça - Distrito Federal - 2012-2016 (valores relativos) (p. 97)
Gráfico 31 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Nível de instrução - Distrito Federal - 2012-2016 (números relativos) (p. 84)
Gráfico 32 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Posição na Ocupação - Distrito Federal - 2012-2016 (números relativos) (p. 99)
Gráfico 33 - Pessoas ocupadas em ocupação ou atividade musical no trabalho principal, por
Número de trabalhos - Distrito Federal - 2012-2016 (números relativos) (p. 100)
Gráfico 34 - Índices DF X Média Nacional em Dimensões Agrupadas ESTADIC. Fonte: ESTADIC
2014/IBGE (p. 109)
Gráfico 35 - Despesa estadual e distrital em cultura - Unidades da Federação – valores brutos
2013-2016. Fonte: FinBra / Secr. Tesouro Nacional e IBGE (p. 113)
194
Gráfico 36 - Despesa estadual e distrital em cultura - Unidades da Federação - consolidado
2013-2016. Fonte: FinBra / Secr. Tesouro Nacional e IBGE (p. 114)
Gráfico 37 – Valor liberado para projetos, total e na área Música – 2010-2017 (p. 122)
Gráfico 38 – Valores liberados para projetos de música por RA de residência – 2011 (p. 128)
Gráfico 39 – Valores liberados para projetos de música por RA de residência – 2012 (p. 128)
Gráfico 40 – Valores liberados para projetos de música por RA de residência – 2013 (p. 129)
Gráfico 41 – Valores liberados para projetos de música por RA de residência – 2014 (p. 129)
Gráfico 42 – Valores liberados para projetos de música por RA de residência – 2015 (p. 130)
Gráfico 43 – Valores liberados para projetos de música por RA de residência – 2016 (p. 130)
Gráfico 44 – Valores liberados para projetos de música por RA de residência – 2017 (p. 131)
Gráfico 45 – Percentual de projetos apoiados por RA de residência do proponente – 2011-
2017 (p. 133)
Gráfico 46 – Percentual de valores liberados para projetos de música por natureza jurídica
do proponente - 2012 -2016 (p. 134)
Gráfico 47 – Valores liberados para projetos de música por sexo - 2011 -2016 (p. 136)
Gráfico 48 – Valores liberados para projetos de música por cor ou raça – 2015 (p. 137)
Gráfico 49 – Valores liberados para projetos de música por escolaridade – 2015 (p. 138)
Gráfico 50 - Número de projetos que captaram recursos 2014-2017. Fonte: LIC-DF (p. 154)
Gráfico 51 - Proporção Projetos PF X PJ 2014-2017. Fonte: LIC-DF (p. 155)
Gráfico 52 - Proporção Projetos (PF) Homens X Mulheres 2015 e 2016. Fonte: LIC-DF (p. 156)
Gráfico 53 - Participação Projetos (PF) Homens X Mulheres 2015 a 2016. Fonte: LIC-DF (p.
156)
195
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 9 - RAIS Faixa de Tempo de Emprego por Vínculos DF-BR 2016 Música
197