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TRABALHO DE CAMPO
Autor: Tutor:
Leonel João
Tete
2022
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3
1.1. Objectivos.....................................................................................................................5
1.1.1. Geral.............................................................................................................................5
1.1.2. Específicos....................................................................................................................5
1.2. Metodologias................................................................................................................6
1.2.1. Classificação da pesquisa.............................................................................................6
1.2.2. Etapas da pesquisa........................................................................................................6
1.2.3. Métodos e fonte de informação....................................................................................6
2. PLANEAMENTO URBANO VERSUS FORMAÇÃO DE ASSENTAMENTOS
URBANOS INFORMAIS..................................................................................................................7
2.1. Generalidade.................................................................................................................7
2.2. Área de estudo..............................................................................................................7
2.2.1. Cenário demográfico-urbano da cidade de Tete...........................................................8
2.3. Instrumentos de planeamento urbano aplicáveis na cidade de Tete...........................10
2.3.1. A nível distrital...........................................................................................................10
2.3.2. A nível municipal.......................................................................................................10
2.4. Factores de formação de assentamentos informais na cidade de Tete e sua análise
crítica………………………………………………………………………………………….11
2.5. Estratégias para conter o crescimento dos assentamentos informais..........................13
2.5.1. Plano de Estrutura Urbana da cidade de Tete (PEUT)...............................................14
2.5.1.1. Programa de melhoramento de bairros.............................................................................14
2.5.1.2. Projectos de habitação social.............................................................................................15
3. CONCLUSÃO............................................................................................................................16
4. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO
A temática da formação de assentamentos urbanos informais é bastante verificada nos centros
urbanos do nosso país, causando um desequilíbrio a urbanização, no entanto, torna-se
emergente a implementação de planos exequíveis que possam reverter a situação, assim
sendo, o planeamento urbano resolveria os problemas do meio envolvente, apresentando
soluções com os recursos existentes e com danos ambientais minimizados, contribuindo para
o desenvolvimento social a nível regional.
Este trabalho, foi desenvolvido com base no estudo de campo realizado na cidade de Tete
pertencente a província com o mesmo nome na zona centro do país. É notório a criação de
assentamentos urbanos informais nesta parcela do país, devido a atracção económica desde a
criação de empresas no sector mineiro que operam na província.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
A presente pesquisa tem como objectivo geral debruçar sobre o planeamento urbano versus
formação de assentamentos urbanos informais na cidade de Tete.
1.1.2. Específicos
Para que o objectivo geral seja alcançado, foram traçados os seguintes objectivos específicos:
Contextualizar abordagens referentes ao planeamento urbano versus formação de
assentamentos urbanos informais na cidade de Tete.
Apresentar os instrumentos de planeamento urbano aplicáveis na cidade de Tete;
Descrever e analisar os factores de formação de assentamentos informais na cidade de
Tete;
Enumerar as estratégias para conter o crescimento dos assentamentos informais na
cidade de Tete.
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1.2. Metodologias
1.2.1. Classificação da pesquisa
Quanto aos objectivos: entende-se aquilo que se deseja atingir com a pesquisa. Nesse
contexto, a pesquisa é classificada como sendo pesquisa exploratória.
Visa proporcionar maior familiaridade com o assunto, com o problema, para maior
conhecimento ou para construir hipóteses (Gil, 1999).
Quanto aos procedimentos técnicos e colecta de dados: classifica-se esta, como sendo
pesquisa bibliográfica.
Também, esta pesquisa é classificada como um estudo de campo, na qual faz-se a pesquisa na
cidade de Tete, lugar alvo de estudo. O procedimento de colecta de dados, baseou-se na
observação directa e sistemática e levantamento bibliográfico.
Diário de Campo
Os dados essenciais para a análise da situação urbanística foram registados em diário. A partir
da observação directa dos fenómenos, na qual possibilitou a compreensão da realidade vivida
na cidade de Tete, no caso particular dos bairros informais.
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2. PLANEAMENTO URBANO VERSUS FORMAÇÃO DE ASSENTAMENTOS
URBANOS INFORMAIS
2.1. Generalidade
De acordo com (Rosa, 2011), o planeamento urbano é um processo metódico, ordenado e
sequencial de acções, que se desenrola e ganha forma no tempo de modo a atingir um
determinado objectivo e estratégias de desenvolvimento.
Foi tomada como objecto de estudo a cidade de Tete, localizada na região do baixo Zambeze,
Província de Tete, região que constitui um dos principais vectores de crescimento da
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província. Observa-se nos bairros Francisco Manyanga, Filipe Sansão Mutemba, Josina
Machel, Chingodzi, Matundo, Canongola, estabelecimentos de diversos assentamentos
informais, a qual grande concentração de moradias sem área de circulação entre as mesmas e
o traçado urbano fragmentado e desarticulado.
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Figura 1. Evolução da Área Urbana da Cidade de Tete
Fonte: (MITADER, 2015)
Nos últimos quatro anos foram atribuídas apenas 614 licenças de Direito de Uso e
Aproveitamento de Terra (DUAT). Em igual período, a autarquia recebeu 4.357 pedidos de
demarcações e só reconheceu 4.028 talhões. Sucede, porém, que os talhões são ocupados por
uma classe média emergente e que nem sequer é natural da província (MITADER, 2015).
Ainda, o (MITADER, 2015), afirma que há uma grande densidade populacional na periferia
da Cidade de Tete resultado, essencialmente, dos hot-spots em termos de emprego na qual a
questão dos assentamentos informais merece atenção especial nas áreas periurbanas da Cidade
de Tete.
Deste modo, devido a fluxos internos, constituem factores que têm desafiado a administração
pública urbana sob forma de fazer, em face desta de novas realidades de gestão da cidade,
pelo facto da velocidade da expansão e crescimento das formações urbanas informais da
segregação nas áreas urbanas na qual constitui a principal ameaça a gestão urbana.
A situação das áreas precárias sendo agravadas pela falta de implementação e controlo dos
instrumentos de planeamento urbano, e consequentemente resultou na maior parte da
população urbana, residir em áreas com escassos acessos a infra-estruturas básicas e
saneamento.
Observa-se na cidade de Tete, cada vez mais sendo construídas habitações precárias em
bairros de expansão informal, ampliando assim os assentamentos urbanos informais, onde
apenas pequena percentagem destes assentamentos é projectada e gerenciada. Um facto
fundamental para a ascensão dos projectos de planeamento urbano, é a requalificação e o
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reconhecimento dos mesmos planos locais como o único instrumento capaz de resolver os
problemas das cidades.
2.3. Instrumentos de planeamento urbano aplicáveis na cidade de Tete
Os instrumentos de planeamento urbano aplicáveis na cidade de Tete, correspondem nas
elaborações reguladoras e normativas do uso do espaço nacional, urbano ou rural,
vinculativos para as entidades públicas e para os cidadãos, conforme o seu âmbito e
operacionalizados segundo o sistema de gestão territorial.
Estes instrumentos são vinculados aos sistemas de gestão territorial na qual foi definido em 2
(dois) âmbitos (Artigo 8, Lei nº19/2007).
As intervenções são integradas às políticas e aos planos tanto no nível nacional e corresponder
as legítimas metas de melhoria dos assentamentos, sejam eles associados às intervenções
sociais, físicas (construção e/ou reabilitação de ruas e valas de drenagem, reordenamento de
talhões, abastecimento de água, saneamento básico, iluminação pública, entre outros) e de
regularização de fundos para concessão de títulos de direito de uso e aproveitamento da terra
(DUATs).
Acrescenta ainda (Sicola, 2014), os Planos Gerais de Urbanização (PGU) e Planos Parciais de
Urbanização (PPU) - que determinam a estrutura e qualifica o solo urbano, tendo em
consideração o equilíbrio entre os diversos usos e funções urbanas, definem as redes de
transporte, comunicações, energia e saneamento, os equipamentos sociais, com especial
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atenção às zonas de ocupação espontânea como base sócio espacial para a elaboração do
plano.
Tais factores são observáveis nos assentamentos informais existentes na cidade de Tete, em
que a informalidade tem gerado inúmeras mudanças sociais, económicas, territoriais e
ambientais.
Como resultado, a maioria dos moradores vive com serviços limitados ou inexistentes,
incluindo, sobretudo, a precariedade no abastecimento de água, electricidade, saneamento,
falta de infra-estruturas viárias adequadas, drenagem, segurança e saúde (Banco Mundial,
2012).
Os assentamentos informais também são afectados pela natureza e pelo âmbito das políticas
públicas de habitação. A produção insuficiente de moradias de interesse social é agravada
pelas condições inadequadas dos projectos de habitação existentes (muitos dos quais são
ilegais de alguma forma, muitas vezes por causa da falta de registo ou licenças municipais, ou
violações de zoneamento e normas de construção). Além disso, as credenciais exigidas por
diversas instituições de crédito para aprovar os candidatos à hipoteca excluem a maioria das
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pessoas pobres do acesso a empréstimos e até mesmo a muitos programas de habitação
popular.
Este é instrumento estratégico, seria fundamental para que se possa dispor de instruções e
metas claras, bem como de uma estratégia de investimento que propicie o equilíbrio e
sustentabilidade à intervenção dos vários agentes envolvidos no planeamento urbano.
A questão da resolução dos problemas dos assentamentos informais teve o seu início no
período colonial, surge como forma de segregação racial e socioeconómica, persistiu e se
exacerbou continuamente, no período pós-independência (1975), com a expansão urbana em
assentamentos desordenados e precários nos anos da década de 1980.
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O desenho das propostas de intervenção é centrado na participação cidadã, desde o
planeamento e desenho das estratégias até a avaliação posterior à intervenção. Embora tenha
contribuído para melhorar a qualidade de vida da população, os projectos não costumam
incluir acções de combate à situação de pobreza e indigência que se permanecem depois da
urbanização.
Por outro lado e apesar dos impactos positivos, em termos de urbanização e de acesso aos
serviços e aos equipamentos, a regularização produziu a readequação cidadã à condição de
consumidores com obrigações de pagamentos periódicos pelos serviços, gerando um processo
de gentrificação e novas ocupações de outros locais informais e ausentes de urbanização.
Do mesmo modo, a falta de dados e informações estatísticas formais acerca cidade, assim
como a rapidez com que se processam as mudanças, representam impedimentos ao
planeamento e à execução de projectos de políticas urbanas mais consistentes, multifocais e
sustentáveis.
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3. CONCLUSÃO
Apos as investigações desenvolvidas nesta pesquisa, e tendo alcançado a meta traçada,
conclui-se que:
O planeamento urbano surge como resposta aos problemas enfrentados pelas cidades,
tanto aqueles não resolvidos pelo urbanismo moderno quanto aqueles causados por
ele, e a formação de assentamentos urbanos informais é por consequência das
mudanças económicas e tecnológicas, que se encontram bastante vincadas na maior
parte das cidades em desenvolvimento, na qual geram a atracção do público para os
grandes centros urbanos;
Os instrumentos de planeamento urbano aplicáveis na cidade de Tete compreendem o
nível distrital e municipal, sendo o principal traçado em 2011 pelo conselho municipal
da cidade denominado Plano de Estrutura Urbana da cidade de Tete (PEUT) cujo
principal foco é reordenamento dos assentamentos informais e o melhoramento de vias
de acesso na cidade de Tete;
O factor de formação de assentamentos informais na cidade de Tete é o económico
que se comporta como principal influenciador na formação dos assentamentos
informais na cidade de Tete, a existência de demanda contribuiu à consolidação
gradual dos espaços, sendo comum, também, a presença de mais de um núcleo
familiar compartilhando uma mesma residência.;
As estratégias para conter o crescimento dos assentamentos informais na cidade de
Tete, proliferam-se no programa de melhoramento de bairros que se compõe por
projectos de intervenção que pretendem integrar os espaços de assentamentos
informais à cidade formal através da implantação de serviços de água, energia,
saneamento, vias de acesso, na qual ajudará na mitigação de riscos ambientais, por
outro lado tem se a segunda estratégia política se refere à construção de habitações
sociais dentro de grandes conjuntos, na qual, se espera reduzir os défices por meio de
subsídios ou reassentamentos de grupos vulneráveis.
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4. BIBLIOGRAFIA
Decreto no 23/2008. (2008). Regulamento da Lei de Ordenamento do Território. Maputo:
Publicada na 1ª série do b.r. nº 26 de 1 de Julho.
Amador, C. A. (2020). Aglomerados urbanos informais e o papel do Estado. Porto: FEUP.
Anjo, A. (2009). A Reabilitação de Áreas Urbanas “Informais” em Moçambique. Aveiro:
Uni. Aveiro-SACSJP.
Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.
Lei no 19/2007. (2007). Lei de Ordenamento do Território. Maputo: publicada na 1ª série
do b.r. n° 29 de 18 de Julho.
MITADER. (2015). Perfil ambiental Distrital da cidade de Tete. Maputo: MEF-ADVZ.
Rosa, I. P. (2011). Factores determinantes para o planeamento urbano sustentável de
zonas com risco de cheia. Lisboa: FCT-Dep. Eng. Civil.
Santos, C. R. (2018). Assentamentos informais: melhoramento de bairros e habitações
sociais. Chile: UCC-IETP.
Sicola, R. F. (2014). Ordenamento territorial e planificação estratégica no âmbito local:
os sistemas de gestão do território. Minas Gerais: UFVJM.
Tasca, L. (2014). Planeamento urbano e regional. Juiz de Fora: UFJF-Dep. Arq. e Urb.
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