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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

GESTÃO AMBIENTAL

3º Ano

Disciplina: GESTÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES


Código: ISCED31- ECOLCFE003
Total Horas/1o Semestre: 125
Créditos (SNATCA): 5
Número de Temas: 7

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED


ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED),


e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infrator é passível a aplicação de processos judiciais
em vigor no País.

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


Direção Académica
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa
Beira - Moçambique
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Cel: +258 82 3055839

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Website:www.isced.ac.mz

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Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor António Arlindo Mendess, Engenheiro Ambiental

Coordenação Direção Académica do ISCED

Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)

Revisão Científica Hélio Ernesto Divage, Msc em Gestão Ambiental

Revisão Linguística IAPED

Ano de Publicação 2016

Local de Publicação ISCED – BEIRA

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Índice

VISÃO GERAL ..................................................................................................................... 1

BEM-VINDO À DISCIPLINA/MÓDULO DE GESTÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES .................................... 1


QUEM DEVERIA ESTUDAR ESTE MÓDULO ........................................................................................... 1
COMO ESTÁ ESTRUTURADO ESTE MÓDULO......................................................................................... 2
ÍCONES DE ACTIVIDADE .................................................................................................................. 3
HABILIDADES DE ESTUDO ............................................................................................................... 3
PRECISA DE APOIO? ...................................................................................................................... 5
TAREFAS (AVALIAÇÃO E AUTO-AVALIAÇÃO) ........................................................................................ 6
AVALIAÇÃO ................................................................................................................................. 7
TEMA – I: LEGISLAÇÃO AMBIENTAL SOBRE OS PADRÕES DE LANÇAMENTOS E PROCESSOS
DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES...................................................................................... 9

Unidade temática 1.1. Definição da legislação ambiental sobre os padrões de lançamento e


identificação dos processos de tratamento de efluentes. ...................................................... 9
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 9
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................. 10
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS ............................................................................................... 10
SUMÁRIO .................................................................................................................................. 51
EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................................... 52
EXERCICIOS INTEGRADOS DO TEMA ................................................................................................. 55
TEMA II: PARÂMETROS DE LANÇAMENTO DOS EFLUENTES INDUSTRIAIS, CRITÉRIOS DE
CONTROLE DA QUALIDADE DE ÁGUA. .............................................................................. 59

Unidade temática 2.1. Identificação de padrões de qualidade ambiental e critérios de


controle de qualidade de água .............................................................................................. 59
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 59
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................. 59
DESENVOLVIMENTO DE CONTEUDOS ............................................................................................... 59
SUMÁRIO .................................................................................................................................. 78
EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................................... 79
EXERCICIOS INTEGRADOS DO TEMA ................................................................................................. 80
TEMA III: PROCESSOS FÍSICO-QUIMICOS ENVOLVIDOS NAS OPERAÇÕES DE TRATAMENTO
DE EFLUENTES INDUSTRIAIS............................................................................................. 83

Unidade temática 3.1. Análise de processos físico-quimicos usados nas operações de


tratamento de efluentes ....................................................................................................... 83
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 83
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................. 83
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS ............................................................................................... 84
SUMÁRIO .................................................................................................................................. 92
EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................................... 93

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EXERCICIOS INTEGRADOS DO TEMA ................................................................................................. 94


TEMA IV: TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS, CARACTERÍSTICAS
BÁSICAS DA ACTIVIDADE INDUSTRIAL.............................................................................. 98

Unidade temática 4.1. Identificação de técnicas de tratamento de efluentes industriais e


suas características básicas. .................................................................................................. 98
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 98
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................. 98
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS ............................................................................................... 98
SUMÁRIO ................................................................................................................................ 104
EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................................. 104
EXERCICIOS INTEGRADOS DO TEMA ............................................................................................... 105
TEMA V: SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES. .................................................... 108

Unidade temática 5.1. Definição de sistemas de tratamento de efluentes. ...................... 108


INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 108
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................ 108
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS ............................................................................................. 108
SUMÁRIO ................................................................................................................................ 115
EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................................. 115
EXERCICIOS INTEGRADOS DO TEMA ............................................................................................... 117
TEMA VI: TÉCNICAS DE REUTILIZAÇÃO DA ÁGUA............................................................ 120

Unidade temática 6.1. Identificação de técnicas de reutilização da água .......................... 120


INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 120
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................ 121
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS ............................................................................................. 121
SUMÁRIO ................................................................................................................................ 130
EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................................. 130
EXERCICIOS INTEGRADOS DO TEMA ............................................................................................... 132
TEMA VII: LEIS REGULAMENTADORAS DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO AO PÚBLICO E DE
EFLUENTES LÍQUIDOS .................................................................................................... 135
Unidade temática 7.1. Análise de leis que regulam o abastecimento de água ao público e
de efluentes liquidos ........................................................................................................... 135
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 135
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................ 136
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS ............................................................................................ 136
SUMÁRIO ............................................................................................................................... 143
EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................................ 143
EXERCICOS INTEGRADOS DO TEMA ............................................................................................... 145
EXERCICOS INTEGRADOS DO MANUAL ........................................................................................... 147

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Visão geral

Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Gestão de


Tratamento de Efluentes

Objetivos do Módulo
Ao terminar o estudo deste módulo de Gestão de tratamento de
efluentes deverá ser capaz de: Perceber a importância do
tratamento de efluentes industriais e reuso da água, bem como
conceitos, tecnologias, operação e monitoramento de sistemas de
tratamento.

 Interpretar os conceitos e fundamentos da legislação


ambiental sobre os padrões de lançamentos; Identificar os
processos de tratamento;

 Fornecer ao aluno os fundamentos envolvidos nos


Objectivos parâmetros de lançamentos dos efluentes industriais,
Específicos incluindo os critérios de Controlo de Qualidade de Água;
 Introduzir os processos físico-químicos envolvidos nas
operações tratamento de efluentes industriais;
 Proporcionar aos alunos o conhecimento das técnicas de
tratamento de efluentes industriais consideradas
características básicas de cada actividade industrial;
 Dispor de conceitos e conhecimentos dos sistemas de
tratamento;
 Proporcionar aos alunos o conhecimento das técnicas de
reuso da água.

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de


licenciatura em Gestão Ambiental do ISCED. Poderá ocorrer,
contudo, que haja leitores que queiram se atualizar e consolidar
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o
manual.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Gestão de tratamento de efluentes, para


estudantes do 3º ano do curso de licenciatura em Gestão
Ambiental, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado
como se segue:
Páginas introdutórias

 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.

Conteúdo desta disciplina/módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades, cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objetivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas, incluído estudo de caso.

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didáticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou eletrónico
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
module para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.

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Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objeto dos trabalhos de campo
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correção
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspetos, quer de natureza científica, quer de natureza didático-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venham a
ser melhoradas.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova atividade ou tarefa,
uma mudança de atividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objetivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos


estudos, procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e


assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou


as de estudo de caso se existir.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando...,estudar, como foi
referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos
de estudo reflita sobre o ambiente de estudo que seria ideal para
si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido


estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler


e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de atividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das atividades obrigatórias.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras atividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.

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Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes


(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, atividades e


autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es).
Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de
avaliação.
O trabalho de campo por si realizado, durante estudo se
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas atividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objetivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

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TEMA – I: LEGISLAÇÃO AMBIENTAL SOBRE OS PADRÕES DE


LANÇAMENTOS E PROCESSOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES.

Unidade temática 1.1. Definição da legislação ambiental sobre os


padrões de lançamento e identificação dos processos de tratamento
de efluentes.

Introdução

A legislação ambiental é muito complexa, mesmo aquela somente


aplicada à indústria. Como estamos estudando o tratamento dos
efluentes industriais necessitamos conhecer os padrões de
lançamento dos efluentes (GIORDANO, 2004). Conforme Young et al
(sd), a questão ambiental é hoje uma preocupação para toda a
humanidade. Com a explosão populacional, os problemas sociais e
ambientais de certa forma aumentaram. Esse desenvolvimento acaba
resultando na geração, em larga escala, de resíduos e efluentes, que,
na maioria dos casos, não são geridos corretamente e muito menos
destinados de forma adequada retornando para a natureza sem o
mínimo de cuidado (GIORDANO, 2004). Devido a este crescimento
populacional exagerado e a grande ocorrência de migrações do campo
para a cidade, é necessária a produção cada vez maior de alimentos e
também de produtos industrializados, que geram muitos resíduos e
usufruem muito rapidamente os recursos naturais tornando-os, assim,
cada vez mais escassos.
O êxodo rural, para além de aumentar as populações nas áreas
urbanas, também acaba gerando um grande problema social que se
relaciona também com o precário sistema de coleta e destino dos
resíduos e efluentes nos grandes centros. De acordo com Alberguini
(2005), citado por Feldkircher (2010), quando é realizado o
tratamento de efluentes, estará a se resolver uma parte do problema
ambiental.

Efluente (do latim effluens) é um resíduo líquido resultante de


processos indústriais, dos esgotos e das redes pluviais, que são
lançados no meio ambiente, na forma de líquidos ou de gases. Define-
se ainda como efluente qualquer líquido ou gás gerado nas diversas
atividades humanas e que são descartados na natureza. Cada efluente
possui característica própria inerente à sua procedência, podendo
conter as mais variadas substâncias de origem química ou orgânica,
seja ela para reuso, biodegradável, poluente, tóxica etc.
Na química define-se dois tipos de efluentes líquidos, os gerados na
planta, a partir de processos como reações, separações ou reciclagem
dos restolhos e os provenientes de utilidades, como águas de lavagem,
resfriamento etc.

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A gestão de tratamento de efluentes tem como objetivo principal,


permitir que os estudantes e outros leitores percebam a importância
do tratamento de efluentes industriais e reuso da água, bem como
conceitos, tecnologias, operação e monitoramento de sistemas de
tratamento. É importante que o estudante tenha uma noção da
importância de estudar o tratamento de efluentes, pois o estudo desta
disciplina fornece informações de utilidade para a tomada de decisão
face a proteção do meio ambiente e na saúde das pessoas.

Objectivos específicos

No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:


Definir a legislação Ambiental
Identificar os tipos de efluentes
Descrever os processos de tratamento de efluentes

Desenvolvimento de conteúdos

Efluente Industrial e Domésticos

Efluentes Industriais
Efluentes industriais são os resíduos líquidos ou os gases provenientes
das indústrias e que são descartados na natureza. A composição
destes efluentes variam de acordo com o ramo de atividade exercida,
podendo resultar em efluentes reutilizáveis ou em substâncias
carregadas de produtos químicos, poluentes que devem ser tratados.

A grande diversidade de indústrias e a crescente geração de efluentes


e seu descarte na natureza vem cada vez mais despertando a
preocupação da sociedade. A legislação vigente e a conscientização da
preservação do meio ambiente levam as indústrias a desenvolverem
processos de tratamento de seus efluentes para evitar a contaminação
do solo, do ar, dos rios lagos e oceanos. A figura 1 abaixo, mostra o
efluente industrial.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Figura 1: Efluente industrial

Fonte: CARRILHO, 2012

Efluentes domésticos

Para além dos efluentes industriais existem os efluentes domésticos


ou esgotos sanitários que provém do processo de dejetos produzidos
na cozinha ou no banheiro das casas, edifícios e indústrias, composto
de 99,9% de água, e o restante de sólidos orgânicos e inorgânicos e de
micro-organismos. A figura 2 abaixo ilustra a composição de esgotos
domésticos.

Figura 2: Esgoto doméstico

Fonte: CARRILHO, 2012

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Os efluentes, tanto da indústria quanto os domésticos, libertados na


natureza sem o devido tratamento provocam sérios desequilíbrios ao
ecossistema e causam consequências drásticas à vida dos seres vivos.
O esquema abaixo ilustra a composição de esgotos domésticos.

Figura 3: Composição de esgotos domésticos

Esgoto Domestico

Agua 99.9% Sólidos 0.1%

Orgânico 70% Inorgânico 30%

Proteína 65% Detritos de minerais


pesados

Carboidratos 25% Sais

Gordura 10% Metais

Fonte: Adaptado a MENDONÇA, 1990

Efluentes líquidos
Efluentes líquidos são os resíduos provenientes dos esgotos sanitários,
das indústrias, dos lixões, das redes pluviais e da agricultura, resultado
das atividades humanas.

O efluente líquido de origem doméstica refere-se aqueles formados


pela utilização da água para fins domésticos, como nas descargas de
vasos sanitários, no banho, em lavagens de utensílios de cozinha,
lavagem de pisos e de roupas, não só, mas também formados por
águas de chuva, de águas provenientes das diversas indústrias, do
comércio, entre outras.

Águas residuárias ou esgoto

Esgoto é um líquido conduzido pelas canalizações de esgotamento das


comunidades. Possui características variáveis, em função de sua
origem, da hora de produção ou amostragem, da extensão da rede
coletora e do estado de conservação da mesma (BORGES, 2003). O
esgoto industrial é proveniente de processos industriais. A composição

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

e função de tecnologia e do produto podendo variar de orgânico a


mineral, geralmente é composto de sólidos dissolvidos.

Legislação ambiental sobre padrões de lançamento de efluentes

Os fundamentos, ou a base de razões que levam as empresas a adotar


e praticar a gestão ambiental, são vários (GIORDANO, 2004). Estes
fundamentos podem ser procedimentos obrigatórios de atendimento
da legislação ambiental até a fixação de políticas ambientais que visem
a conscientização de todo o pessoal a respeito da legislação ambiental.
De acordo com o Barros (2002), a Legislação ambiental é um poderoso
instrumento colocado à disposição da sociedade, a fim de que se faça
valer o direito constitucionalmente assegurado a todo o cidadão de
viver em condições dignas de sobrevivência, num ambiente saudável e
ecologicamente equilibrado.

A busca de procedimentos corretos sobre a gestão ambiental, inclui-se


aí a adopção de um Sistema de gestão Ambiental (SGA), capaz de
encontrar razões que justificam a sua adopção. Os fundamentos
predominantes podem variar de uma organização para outra. No
entanto, eles podem ser resumidos em recursos naturais e bens
naturais.

Recursos naturais

Os recursos naturais ou matérias-primas, os que são limitados e estão


sendo fortemente afetados pelos processos de utilização e degradação
decorrentes de actividades públicas ou privadas, portanto encontram-
se cada vez mais escassos, relativamente mais caros ou se encontram
legalmente mais protegidos.

Bens naturais

Os bens naturais (água, ar), estes já não são mais bens livres ou grátis.
Ora vejamos, por exemplo, a água possui um valor econômico, ou seja,
paga-se, e cada vez se pagará mais por esse recurso natural.
Determinadas indústrias, principalmente com tecnologias avançadas,
necessitam de áreas com relativa pureza atmosférica. Ao mesmo
tempo, uma residência num bairro com ar puro custa bem mais do
que uma casa em região poluída.

O crescimento da população humana, principalmente em grandes


regiões metropolitanas e nos países menos desenvolvidos, exerce
forte consequência sobre o meio ambiente em geral e os recursos
naturais em particular.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o


meio ambiente, exigência essa que conduz coercitivamente a uma
maior preocupação ambiental.

Pressões públicas de cunho local, nacional e mesmo internacional


exigem cada vez mais responsabilidades ambientais das empresas. Os
Bancos, financiadores e seguradoras dão privilégios a empresas
ambientalmente sadias ou exigem taxas financeiras e valores de
apólices mais elevadas de firmas poluidoras.

A sociedade em geral e a vizinhança em especial, está cada vez mais


exigente e crítica no que diz respeito a danos ambientais e à poluição
provenientes de empresas e actividades. Organizações não-
governamentais estão sempre mais vigilantes, exigindo o
cumprimento da legislação ambiental, a minimização de impactos, a
reparação de danos ambientais ou impedem a implantação de novos
empreendimentos ou actividades.

Compradores de produtos intermediários estão exigindo cada vez mais


produtos que sejam produzidos em condições ambientais favoráveis. A
imagem de empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aceita
por acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas.
Acionistas conscientes da responsabilidade ambiental preferem
investir em empresas lucrativas sim, mas ambientalmente
responsáveis.

A gestão ambiental empresarial está na ordem do dia, principalmente


nos países ditos industrializados e também já nos países considerados
em vias de desenvolvimento. A demanda por produtos cultivados ou
fabricados de forma ambientalmente compatível cresce
mundialmente, em especial nos países industrializados. Os
consumidores tendem a dispensar produtos e serviços que agridem o
meio ambiente.

Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão


exigindo a certificação ambiental, nos moldes da ISO 14.000, ou
mesmo certificados ambientais específicos como, por exemplo, para
produtos têxteis, madeiras, cereais, frutas, etc. Tais exigências são
voltadas para a concessão do “Selo Verde”, mediante a rotulagem
ambiental. Acordos internacionais, tratados de comércio e mesmo
tarifas alfandegárias incluem questões ambientais na pauta de
negociações culminando com exigências não tarifárias que em geral
afetam produtores de países exportadores. Esse conjunto de
fundamentos não é conclusivo, pois os quesitos apontados continuam
em discussão e tendem a se ampliar. Essa é uma tendência
indiscutível, até pelo fato de que apenas as normas ambientais da
família ISO 14.000 que tratam do Sistema de Gestão Ambiental e de
Auditoria Ambiental encontram-se em vigor.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Processos de tratamentos de efluentes


A água pode ser usada na indústria de diversas formas, como por
exemplo na incorporação ao produto, lavagens de máquinas, nos
sistemas de resfriamento e geradores de vapor, no próprio processo
industrial e nos vasos sanitários. Esses efluentes quando são
despejados diretamente nos cursos hídricos, provocam uma poluição
significativa ao meio ambiente, razão pela qual quando há uma
contaminação com resíduos dos processos produtivos, os efluentes
líquidos industriais ou as águas residuais precisam ser tratados.

De acordo com Mustafa (1998), a água captada diretamente da


natureza, através de estações de bombeamento em rios, barragens,
lagoas, aquíferos subterrâneos ou oceanos, normalmente, possui
impurezas que impedem o seu uso direto nos processos industriais.
Assim, é necessário que ela seja tratada adequadamente, de forma a
atender às especificações exigidas por esses processos.

O tipo do tratamento necessário para a purificação da água em função


do seu uso final, reflete na qualidade específica para a aplicação.
Quando a água é utilizada em condições normais de temperatura e
pressão, como por exemplo, para selagem de equipamentos rotativos,
a remoção de sólidos suspensos e de matéria orgânica, que conferem
cor e turbidez a água, é suficiente para evitar deposições no sistema.
Para essa finalidade, entre os processos existentes o mais utilizado é a
clarificação (MUSTAFA, 1998).

Consequências por falta de tratamento de efluentes


As indústrias que possuem resíduos líquidos precisam classificá-los e
sepreparar para seu armazenamento, transporte e tratamento de
modo a evitar a poluição do meio ambiente e atender a legislação.
Existem diversos problemas que podem ocorrer caso os resíduos
líquidos não sejam tratados corretamente a saber:
 Ambiental
 Crime ambiental
 Prejuízo a saúde
 Perda a financiamentos
 Clientes insatisfeitos
Ambiental
A maior parte dos resíduos industriais líquidos apresentam
características tóxicas e perigosos. Quando estes resíduos são
descartados incorretamente provocam modificações nas
características do solo e da água, visto que eles poluem e contaminam
o meio ambiente.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Crime ambiental
As leis que ditam a conservação do meio ambiente são muito rígidas,
para os despejam resíduos líquidos em rios ou na rede de esgoto nas
zonas urbanas e suburbanas, sem tratamento é considerado crime. O
não cumprimento dessas leis será caracterizado como crimes
ambientais.
Prejuízo a saúde
O tratamento dos efluentes favorece não só para o meio ambiente,
visto que para além de contaminar a água, os resíduos prejudicam a
vida presente nos rios e, sendo assim, influenciam também a rotina do
ser humano, podendo causar doenças e, em casos mais graves, até a
morte.
Perda a financiamentos
As instituições financeiras exigem o licenciamento ambiental de
projetos financiados, além de princípios de responsabilidade social e
ambiental na execução das obras e uma série de certidões para
contratos de financiamentos e liberação de recursos.

Clientes insatisfeitos

Os clientes estão cada dia mais preocupados com o meio ambiente e


começam a dar preferência a empresas que se preocupam com a
sustentabilidade ambiental do seu negócio. É claro que o investimento
no tratamento de resíduos líquidos tem um custo, mas ele é pequeno
em comparação aos problemas e aos benefícios que a empresa pode
ter se não houver um planeamento nesse sentido.
Tratamentos de efluentes líquidos
Um dos principais problemas que qualquer cidade enfrenta é o da
coleta e tratamento dos resíduos que estas cidades produzem dia pós
dia. Quanto maior o número de pessoas que vivem em uma
determinada cidade, maior será a sua geração de resíduos. Cada
resíduo possui características específicas, que levam à necessidade de
diferentes formas de coleta, tratamento e disposição. Na maioria dos
casos, o volume de resíduos gerados supera, em grande medida a
capacidade natural da assimilação do meio que circunda esses centros
urbanos.

O resultado é uma crescente deterioração nas condições ambientais


com o aumento visível dos níveis de poluição. Com relação aos
resíduos provenientes de esgotos sanitários, durante muito tempo os
investimentos foram realizados apenas para a construção dos sistemas
de coleta. Em geral, ainda hoje, a maioria dos sistemas de esgotos
existentes nas variadas cidades limita-se a despejar os resíduos brutos

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

nos corpos de água, sendo responsáveis pelo agravamento dos


problemas de poluição.

Essa crescente quantidade de esgoto urbano, gerado pelos grandes


centros e depois lançados nas águas dos rios, representa um grande
desafio para os pesquisadores e as autoridades no sentido de
proporem alternativas seguras, socialmente aceitáveis e
economicamente viáveis para o tratamento e a destinação final dos
produtos gerados a partir dos esgotos sanitários.

Características dos Efluentes Industriais

Nas atividades industriais, existem dois grupos de características, as


quantitativas e qualitativas. Quanto a natureza de despejos industriais
existem características físicas, químicas e microbiológicas.

Características físicas
De acordo com Metcalf & Eddy (2003), a característica física mais
importante dos efluentes é o teor de sólidos totais, que é composto de
matéria flutuante, materiais sedimentáveis, matéria coloidal e matéria
em solução. Outras importantes características físicas são o tamanho
das partículas, turbidez, cor, temperatura, odor, condutividade e
densidade, gravidade e peso específico.
Para Costa (2007), citado por Feldkircher (2010), essas características
são relativas aos sólidos presentes no efluente, geralmente são tidas
como características de menor importância, já que envolvem aspectos
de ordem estética e subjetiva.
 Temperatura
 Sólidos totais
 Turbidez,
 pH
 Cor e
 Odor.
Cor
Refere-se cor a capacidade de uma amostra em transmitir luz visível
em um comprimento de onda sensível ao olho humano. É o grau de
redução de intensidade que a luz sofre ao atravessar um líquido,
devido à presença de sólidos dissolvidos, tais como:

 Colóides Orgânicos, Poluição Natural (ácido húmico, ácido


fúlvico), Efluentes Industriais (Indústrias de Celulose e Papel,
lignina e celulose, Indústrias Têxteis – anilinas, Curtumes
tanino)
 Colóides Inorgânicos, Ferro e Manganês

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Conforme Mota (2003) e Costa (2007), a cor resulta da existência, na


água, de substâncias em solução, podendo ser causada por ferro ou
manganês, pela decomposição da matéria orgânica, pelas algas ou
pela introdução de efluente. A água pura é virtualmente sem cor, mas
a presença de materiais em suspensão altera a cor da mesma. O pH
(potencial hidrogeniônico) influencia na remoção da cor, no momento
q u e estiver com o pH baixo a remoção fica facilitada, porém, quanto
maior o pH, mais intensa é a cor (RICHTER, 2007).

Cor Real ou Verdadeira é a cor devida unicamente ao material


dissolvido. Cor Aparente é a cor resultante do material dissolvido mais
em suspensão. Cor Verdadeira faz a eliminação prévia da turbidez por
sedimentação, filtração ou centrifugação. Segundo Rishter (2007),
quando, na água, for apresentada uma turbidez adicional que pode ser
removida por centrifugação, diz-se que a cor é aparente. Com a
remoção da turbidez, o residual medido é considerado a cor
verdadeira. Dessa forma, a cor pode ser facilmente removida por
coagulação química ou, nos casos de cor elevada, a remoção é
realizada através de uma oxidação química.

Temperatura
A temperatura tem uma importância sanitária, visto que faz uma
alteração no teor de O2 dissolvido (0°C – 14 mg/L ; 35°C – 7mg/L), nos
processos biológicos de tratamento e na alteração na actividade
biológica do recurso hídrico, pois influi no O2 dissolvido.
De acordo com Mota (2003) e Richter (2007), a temperatura é a
medida de intensidade de calor, sendo considerada um importante
parâmetro, pois influencia diretamente nas propriedades da água e
seu aumento provoca alterações, acelerando reações químicas,
reduzindo a solubilidade dos gases e acentuando as sensações de
sabor e odor.
A temperatura do esgoto é geralmente maior do que o abastecimento
de água local, devido à adição de água quente em habitações e em
atividades industriais. Como o calor específico da água é muito maior
que do ar, as temperaturas das águas residuais são maiores do que as
temperaturas do ar durante a maior parte do ano. Para a actividade
bacteriana em lodos ativados, o óptimo de temperatura se encontra
na faixa de 25 a 35ºC, se a temperatura for superior a 50ºC, a digestão
aeróbia e a nitrificação param (METCALF & EDDY, 2003).

Turbidez
Denomina-se turbidez a capacidade de interferência de passagem de
luz em uma amostra em função da presença de material coloidal e em
suspensão. Fornece informações acerca da concentração de partículas
em suspensão e coloidal presente na fase líquida.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

A turbidez, tem como importância sanitária o abastecimento de água


ao Público, o prejuízo estético da água, estações de tratamento de
água a desinfeção e a poluição das águas naturais, redução na
penetração de luz com desequilíbrios ecológicos. A Turbidez é pouco
usada nas estações de tratamento de esgotos.

A turbidez é uma característica da água causada pela presença de


materiais em suspensão, com variações de tamanho das partículas,
dependendo do grau de turbulência. A presença dessas partículas
acarreta numa aparência nebulosa na água, podendo ser causada por
diversos materiais (partículas de lodo ou argila, presença de grande
quantidade de microorganismos) (RICHTER, 2007).

Potencial Hidrogeniônico (pH)


O pH refere-se ao potencial hidrogeniônico, que representa o
equilíbrio entre os íons H+ e os íons OH-. Sua variação é expressa em
uma escala de 0 a 14, sendo considerada uma água ácida a que possui
pH abaixo de 7, neutra quando apresenta pH igual a 7 e alcalina
quando tem pH acima de 7. Com a introdução de qualquer tipo de
efluente, o pH de um recurso hídrico é facilmente modificado, e a vida
aquática depende diretamente do pH, que deve estar na faixa de 6 a 9
(MOTA, 2003).
Para Richter (2007), o pH pode ser medido pelo método colorimétrico,
porém sua utilização fica difícil quando houver uma água turva ou
colorida, sendo assim necessária a utilização de um método mais
preciso, através de peagâmetros, que são equipamentos com um
eletrodo que consegue medir o pH sem a interferência de cor ou
turbidez. O controle do pH é muito importante em todas as etapas do
tratamento, podendo auxiliar até na remoção de certos poluentes que
se complexam e assim precipitam, conforme a faixa de pH.

Odor
Presença de compostos orgânicos sintéticos originados a partir de
fontes antropogénicas, denomina-se odor. Presença de compostos
orgânicos naturais extracelulares originados a partir de fontes
biogênicas (MIB, Geosmin, etc..) (algas). Presença de compostos
inorgânicos originados a partir do próprio manancial (Ferro, SDT,
sulfetos, etc..., oriundo do processo de tratamento (presença agentes
oxidantes residuais - cloro livre e combinado, dióxido de cloro, etc...).

O gosto e odor gerado na rede de distribuição de água, geralmente


quando a circulação da mesma é deficiente ao longo do sistema. O
odor tem uma importância sanitária, na manutenção da característica
estética da água tratada, possibilitando a sua aceitação para fins de
consumo humano. O odor é característico para cada tipo de água ou
esgoto.
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Na água encontramos um cheiro de mofo/BHC, presença de algas


anabeanas (geosmina e MIB) e cheiro de peixe podre devido à
presença de clorofenóis. Nos esgotos encontramos um cheiro de “ovo
podre”, para esgotos velhos, cheiro de mofo para esgotos frescos e
cheiros característicos para efluentes industriais.

Sólidos totais

Solido refere-se ao material remanescente da evaporação de uma


amostra líquida a uma temperatura de 103 0C. Eles têm uma
importância sanitária na quantificação indireta das características
estéticas e físico-químicas da fase líquida (Pereira, sd). A figura 4
ilustra a sedimentação em cone Imhoff.

Figura 4: Sedimentação em cone Imhoff (1h) SS: Sólidos sedimentáveis


mL/L)

Fonte: PEREIRA, SD
Classificação dos Sólidos
Os sólidos renascentes em efluentes industriais classificam-se em:
• Sólidos sedimentáveis
• Sólidos em suspensão totais
• Sólidos dissolvidos totais
• Teor de sólidos
• Fração de fixos e voláteis

Matéria sedimentável, a que sedimenta em um período razoável de


tempo (entre 1 e 2 horas). Matéria não sedimentável, aquela que não
sedimenta no tempo arbitrário de 2 horas, só será removida por
processos de oxidação biológica e de coagulação, seguida de
sedimentação. Os odores característicos dos esgotos são causados
pelos gases formados no processo de decomposição, a cor e a turbidez

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indicam o estado de decomposição do esgoto, as características


químicas são de origem de matéria orgânica e inorgânica.

A forma mais utilizada para se medir a quantidade de matéria orgânica


presente é através da determinação da Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO), que indica o grau de poluição de uma água residual.
Quanto maior o grau de poluição orgânica, maior a DBO do corpo
d'água. A variação da vazão dependerá do tipo de rede, dos despejos
admitidos, qualidade do material empregado e principalmente da
natureza da indústria.

Características Químicas
De acordo com Richter (2007), as análises químicas da água ou de
efluentes, determinam mais precisamente as características da
amostra, revelando de forma mais exata as suas propriedades. As
análises químicas são realizadas seguindo métodos padronizados e
adequados, podendo ser utilizadas para avaliar o grau de poluição de
um meio. Os resultados geralmente são dados em mg.L-1 ou mg/L
(miligramas por litro).

Alcalinidade
Designa-se alcalinidade aquela que é causada por sais alcalinos, pela
presença de bicarbonatos (HCO-3), carbonatos (CO-3) ou hidróxidos
(OH-) e tem bastante influência nos processos de tratamento, estando
diretamente relacionada com a coagulação, redução de dureza e
prevenção de corrosão nas canalizações. Os indicadores utilizados para
identificar a alcalinidade são a fenolftaleína e o metil orange (MOTA,
2003 e RICHTER, 2007).

Cloretos
Os cloretos duma forma geral provêm da dissolução de minerais ou da
intrusão de águas do mar, mas também podem advir da poluição, por
esgoto doméstico, industrial ou agrícola, conferindo à água um sabor
salgado e até mesmo propriedades laxativas (METCALF & EDDY, 2003).

Dureza
De acordo com Richter (2007), citado por Feldkircher (2010), a dureza
é uma característica conferida à água pela presença de alguns íons
metálicos, principalmente de Cálcio (Ca++) e Magnésio (Mg++). As
principais características de uma água com alta dureza são a
propriedade de impedir a formação da espuma com o sabão e
promover a alta ocorrência de incrustações nas tubulações e em
caldeiras que utilizam águas para aquecimento.
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Fósforo
O fosforo é um elemento essencial para o crescimento das algas e de
outros microorganismos, porém, em excesso, pode causar a
eutroficação. Ele pode ser encontrado nas formas ortofosfato,
polifosfato e fósforo orgânico. As principais fontes desse material são
a decomposição da matéria orgânica, excrementos animais,
detergentes, fertilizantes, esgotos domésticos ou industriais e
dissolução de compostos do solo (MOTA, 2003 e METCALF & EDDY,
2003).

Nitrogénio
De acordo com Mota (2003) e Nuvolari (2003), o nitrogênio pode estar
presente na água sob forma molecular, amônia, nitrito e nitrato. Assim
como o fósforo, é um elemento indispensável para o crescimento de
microorganismos e algas, mas em excesso também causa a
eutrofização. Para o tratamento biológico de efluentes é necessário
que o nitrogênio esteja presente; caso a quantidade seja insuficiente,
é necessário inserí-lo para uma maior eficiência no tratamento.

Oxigênio dissolvido
Segundo Metcalf & Eddy (2003), o oxigênio dissolvido é indispensável
para os microorganismos aeróbios e qualquer forma aeróbia de vida,
no entato é pouco solúvel em água. A quantidade real de oxigênio que
pode estar presente em uma solução é regida pela solubilidade do gás,
a pressão parcial do gás na atmosfera, a temperatura e a concentração
de impurezas na água. Como a taxa de reações bioquímicas aumenta
nos meses mais quentes, a tendência é que os níveis de oxigênio
diminuam no verão, causando assim a eliminação de alguns
organismos aeróbios.

A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)


A DBO é a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria
orgânica presente no efluente, através de bactérias aeróbias, ou seja,
é a quantidade de oxigênio utilizada pelas bactérias para consumir a
matéria orgânica presente no efluente. Esse parâmetro pode ser
determinado em laboratório, observando a quantidade de oxigênio
consumido pela amostra, no período de 5 dias, a uma temperatura de
20ºC (MOTA, 2003). Segundo Nuvolari (2003), num efluente, quanto
maior a quantidade de matéria orgânica biodegradável maior é a DBO.

Segundo Cavalcanti (2009), todo material oxidável existente através de


lançamento em um curso d'agua, será oxidado através de reações

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químicas ou bioquímicas (microrganismos) resultando no consumo do


oxigénio dissolvido na massa liquida, o que irá ocasionar uma depleção
do oxigénio ao longo do rio. O mesmo autor vai mais além dizendo que
estes compostos oxidáveis em presença de nutrientes e
microrganismos são oxidados a CO2+ H20 + compostos inorgânicos
oxidados.

A DBO mede o O2 dissolvido utilizado pelos microrganismos para


consumir a matéria orgânica. A DBO tem como importância sanitária a
avaliação quantitativa da concentração de material orgânico presente
na fase líquida (rios, lagos, reservatórios, esgotos sanitários e efluentes
industriais), avaliação da eficiência de sistemas de tratamento de
esgotos sanitários e efluentes industriais e a Legislação de 80 % de
redução ou 60 mg/L. A DBO cria sua execução na ordem de 5 dias
reações bioquímicas, não precisas.

A oxidação da matéria carbonácea (DBO de primeiro estágio) é


representada pela seguinte equação:

CxHyOz CO2 H2O

Já a oxidação do material nitrogenado (DBO de 2° estágio) é


representada da seguinte forma:
NH3 NO2 NO3

As duas reações podem ser verificadas simultaneamente e a DBO será


resultado das duas reações, visto que a nitrificação somente se realiza
quando toda a demanda carbonácea tiver sido satisfeita. A demanda
bioquímica de oxigénio encontra-se ilustrada na figura 5 abaixo.

Figura 5: Demanda Bioquimica de Oxigenio

Fonte: PEREIRA, SD

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A DBO faz ainda a avaliação indireta da quantidade de material


orgânico biodegradável presente na fase líquida, conforme a figura 6
ilustrada abixo.

Figura 6: Avaliação indireta da quantidade de material orgânico


biodegradável na fase líquida

Fonte: PEREIRA, SD

A Demanda Química de Oxigênio (DQO)

A DQO é a quantidade de oxigénio necessária para oxidar o conteúdo


orgânico total de um despejo (não apenas a parcela biodegradável ou
parcialmente biodegradável) que é oxidado por dicromato ou
permanganato de potássio em uma solução acida. Mede o carbono
orgânico total a exceção de certos compostos aromáticos como o
benzeno, que são totalmente oxidáveis na reação. O teste de DQO é
na realidade uma reação de oxi-redução e, desta forma outras
substâncias reduzidas como sulfetos, sulfitos e ferro ferroso serão
oxidadas e computadas como DQO (CAVALCANTI, 2009).
Para Mota (2003), a DQO é a quantidade de oxigênio necessária para
oxidar a matéria orgânica, com o auxílio de um agente químico. Essa
análise também é realizada em laboratório, mas como é utilizado um
reagente químico e catalisador, o resultado pode ser conhecido mais
rapidamente que na DBO.

A DQO mede o O2 equivalente da matéria orgânica oxidada por um


agente oxidante ou por outra, refere-se a quantidade equivalente de
oxigênio requerida por processo de oxidação química para a oxidação
de compostos orgânicos presentes na fase líquida. A sua importância
sanitária reside na avaliação quantitativa da concentração de material
orgânico bio e não biodegradável, presente na fase líquida (rios, lagos,

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reservatórios, esgotos sanitários e efluentes industriais). A execução


da DQO realiza-se na ordem de 3 horas, reações químicas, necessárias.

Os valores obtidos na DQO são uma medida indireta do teor de


matéria orgânica presente. A DQO mede o consumo de oxigênio para
oxidar compostos orgânicos, biodegradáveis e não biodegradáveis,
com oxidação exclusivamente química (NUVOLARI, 2003).

Metais Pesados

Metais pesados refere-se à aqueles metais que possuem densidades


altas em comparação a outros metais leves, como por exemplo o
Mercúrio, chumbo e cadmio, que apresentam, densidades de 13,5
g/cm3, 11,3 g/cm e 8,7 g/cm, respectivamente, quando comparados
com, o alurninio e magnésio que apresentam densidades de 2,7 g/crn!
e 1,7 g/cm3 (CAVALCANTI, 2009).

De acordo com Cavalcanti (2009), metais pesados apresentam um


risco enorme ao meio ambiental, pois fixam-se numa primeira fase aos
solos sedimentares, além da fauna aquática através de fenómeno da
bioconcentração. Eles possuem uma grande mobilidade, sendo
transportados por via aérea sob forma de gases ou adsorvidos em
partículas em suspensão. Uma parte ou alguns metais pesados como o
mercúrio, bioacumulam-se de modo que a sua concentração possa
aumentar ao longo da cadeia alimentar.

Os metais pesados são tóxicos aos seres humanos visto que os catiões
destes aliam-se com o enxofre ou pelos grupos sulfídrica (SH) que
ocorrem nas enzimas que controlam a velocidade de reações
metabólicas. Os metais são considerados componentes inorgânicos,
também classificados como poluentes prioritários. Entre os principais
metais encontrados na água podemos citar: alumínio (Al), cobre (Cu),
cromo (Cr), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), prata (Ag), zinco (Zn), arsênio
(As), entre outros. A maioria destes é necessária para o crescimento da
vida biológica, e a ausência de quantidades suficientes deles poderia
limitar o crescimento de algas. Porém, a presença de qualquer desses
metais em quantidades excessivas pode interferir, de forma negativa,
na toxicidade da água. Logo, é desejável medir e controlar as
concentrações dessas substâncias (METCALF & EDDY, 2003).

Segundo Nuvolari (2003), os metais, quando na forma solúvel, podem


entrar na cadeia alimentar humana e de outros animais ao serem
absorvidos primariamente por plantas ou microorganismos. Em
pequenas concentrações eles são necessários, mas em grandes
concentrações, são tóxicos. No esgoto sanitário os metais aparecem
em pequenas concentrações, no entanto quando ocorre o despejo de
efluentes industriais e de laboratórios sem tratamento, as
concentrações dos mesmos aumentam de forma significativa.

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Caso os metais ainda estejam presentes na etapa biológica do


tratamento, os mesmos podem ser tóxicos e inibir a reprodução dos
microrganismos responsáveis pela biodegradação da matéria orgânica,
por isso, preferencialmente devem ser retirados do efluente através
de processos químicos, como a precipitação (NUVOLARI, 2003). Um
dos metais que causam maior preocupação é o mercúrio, que de
acordo com Nuvolari (2003) e Azevedo (2003), pode causar disfunções
renais e afeta irreversivelmente o sistema nervoso central, podendo
ocasionar a morte.

De acordo com Azevedo (2003), o mercúrio figura na lista da


Environmental Protection Agency (EPA) dos Estados Unidos, como um
dos poluentes nocivos conhecidos ou suspeitos de causar sérios danos
a saúde. A preocupação com a poluição por mercúrio é reforçada por
conta dos efeitos a saúde humana decorrentes da exposição ao metal
encontrado na água ou em efluentes. O mercúrio resiste a processos
naturais de degradação, podendo permanecer por muitos anos sem
perder sua toxicidade.

As causas naturais (erupções vulcânicas ou mudanças de temperatura


e pressão) podem acarretar a contaminação ou o aumento da
concentração de mercúrio, gerando assim riscos a saúde. Porém,
atualmente a contaminação de origem antrópica é muito mais
impactante, já que diversas actividades industriais, tais como
laboratório de análises, hospitais, práticas agrícolas, entre outras são
fontes de poluição com mercúrio (AZEVEDO, 2003).

Sólidos

Para Nuvolari (2003) a presença de sólidos no efluente, leva a um


aumento da turbidez do líquido, assim influenciando diretamente na
entrada de luz e diminuindo o valor de saturação do oxigênio
dissolvido.

De acordo com Metcalf & Eddy (2003), um efluente contém uma


grande variedade de materiais sólidos, geralmente proveniente de
material coloidal. Os sólidos mais grosseiros são retirados antes
mesmo da coleta de amostra para análise de sólidos. O teste padrão
para sólidos sedimentáveis é realizado no Cone de Imhoff e consiste
na colocação de uma amostra do efluente em um cone e, após um
período de tempo, geralmente uma hora, avalia-se o volume de
sólidos sedimentáveis presentes através da altura em que os sólidos se
encontram no cone.
Os mesmos autores referem que cerca de 60% dos sólidos em
suspensão em um efluente doméstico são sedimentáveis. Os sólidos
totais (ST) podem ser obtidos por evaporação de uma amostra de
efluente até sua secagem e a posterior medição de sua massa. Para

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separação dos sólidos suspensos totais (SST) dos sólidos totais


dissolvidos (STD) é realizada uma etapa de filtração.

Óleos e graxas
Segundo Nuvolari (2003) e Costa (2007), as gorduras, as graxas, os
óleos, tanto de origem vegetal quanto animal e principalmente os
produtos derivados do petróleo, podem ser classificados como óleos e
graxas. Essas substâncias são provenientes de cozinhas, restaurantes,
postos de lavagem e lubrificação de veículos, garagens e também de
efluentes industriais.
Em grande concentração esses materiais podem causar entupimento
das redes de esgoto. Sua remoção em ETE’s, duma forma geral é
realizada nos decantadores primários, se isso não for realizado pode
ocorrer a formação de escuma e essa gordura pode influenciar
negativamente no tratamento (NUVOLARI, 2003). Duma forma
resumida nas características químicas encontramos a materia orgânica
e inorganica.

Matéria orgânica
Matéria orgânica refere-se a compostos orgânicos resultantes da
combinação de C, H e O (e em alguns casos N). Nestes compostos
podem estar ainda presentes o S, P e Fe. Para além destes compostos
encontramos como principais produtos orgânicos em águas residuais
as proteínas, carboidratos, gorduras, óleos, assim como inúmeras e
diferentes moléculas orgânicas sintéticas (p. ex.:surfactantes, fenóis, e
pesticidas agrícolas) (GIORDANO, 2004).

Matéria Inorgânica
Para além de matéria orgânica temos a inorganica onde encontramos
o pH, oxigênio dissolvido, compostos Tóxicos (p.ex: arsênio, cianetos,
etc), metais pesados (níquel, chumbo, cromo, cádmio, zinco, mercúrio,
ferro e manganês), fósforo, nitrogênio, metano altamente explosivo
no ar, H2S substância que apresenta um cheio característico de ovo
podre, material solúvel em n-hexano (Óleos e graxas), alcalinidade e
dureza (GIORDANO, 2004).

Porque tratar os efluentes


Olhando os factores que afetam as cidades, precisa-se fazer um
tratamento dos efluentes que são gerados para permitir que se faça a:
 Remoção de matéria orgânica e inorgânica
 Remoção de nutrientes

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 Remoção de sólidos em suspensão


 Remoção de Organismos patogênicos

Níveis de tratamento de efluentes


Conforme Sperling (2005) e Nunes (2004), o tratamento dos esgotos
pode ser classificado nos seguintes níveis ou fases: preliminar,
primário, secundario e terciário. A figura 7 abaixo ilustra os vários
níveis de tratamento de efluentes liquidos.
Figura 7: Niveis de tratamento de efluentes

Tratamento Tratamento Tratamento


Preliminar Primário Secundário

Tratamento
terciário ou
pós-tratamento
Fonte: Adaptado a PINTO, 2009
Tratamento preliminar

De acordo com Feldkircher (2010), o tratamento preliminar tem por


objetivo, fazer a remoção de sólidos grosseiros e areia, isto é, consiste
em proteger as unidades subsequentes, as bombas e tubulações e os
corpos receptores. Para além disso, evita que haja obstrução em
tubulações e facilitar o transporte do líquido. Esta etapa é constituída
por processos físicos, onde é feita a remoção dos materiais em
suspensão, através da utilização de grelhas e de crivos grossos,
conhecidos como grades, e a separação da água residual das areias a
partir da utilização de canais de areia atraves da desarenação.

Gradeamento

O gradeamento consiste em fazer a remoção de sólidos grosseiros,


onde o material de dimensões maiores do que o espaçamento entre as
barras é retido. As grades mais grossas têm um espaçamento de 5,0 a
10,0 cm, as médias entre 2,0 a 4,0 cm e as finas entre 1,0 e 2,0 cm que
têm pôr objetivo reter o material sólido grosseiro em suspensão no
efluente, conforme as figuras 8 e 9.

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Figura 8: Grades grossos

Fonte: GIORDANO, 2004

Figura 9: Grades finos

Fonte: GIORDANO, 2004

Desarenação

A desaeração é uma etapa na qual ocorre a remoção da areia por


sedimentação. Este mecanismo ocorre da seguinte maneira: os grãos
de areia, devido às suas maiores dimensões e densidade, vão para o
fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica, de sedimentação bem
mais lenta, permanece em suspensão, seguindo

Tratamento primário
O tratamento primário compreende a decantação, flotação
(substâncias mais leves que a água), geralmente bolhas de ar ou
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compostos químicos, digestão e secagem do lodo e sistemas


compactos (decantação e digestão) (FELDKIRCHER, 2010). A separação
sólido-líquido por decantação centrífuga é semelhante a sedimentação
por gravidade, as partículas são aceleradas por uma força centrífuga,
maior que a aceleração da gravidade. O tratamento primário tem
como principal objetivo a remoção de sólidos em suspensão
sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos e graxas) e parte da matéria
orgânica em suspensão.

Este tratamento é constituído por processos físico-químicos, onde


procede-se a equalização e neutralização da carga do efluente a partir
de um tanque de equalização e adição de produtos químicos. Apos
este etapa, ocorre a separação de partículas líquidas ou sólidas através
de processos de floculação e sedimentação, utilizando floculadores e
decantador (sedimentador) primário.

Floculação
O processo de coagulação, ou floculação, consiste na adição de
produtos químicos que promovem a aglutinação e o agrupamento das
partículas a serem removidas, tornando o peso específico das mesmas
maior que o da água, facilitando a decantação.

Decantação Primária
A decantação consiste na separação do lodo na forma solida e o
líquido, que forma o efluente bruto por meio da sedimentação das
partículas sólidas, atraves de tanques de decantação circulares ou
retangulares. Os efluentes fluem vagarosamente através dos
decantadores, de modo que os solidos em suspensao que apresentam
densidade maior do que a do líquido circundante, possam sedimentar
gradualmente no fundo, conforme a figura 10.

Figura 10: Decantador primário

Fonte: CARRILHO, 2012


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Peneira Rotativa

As peneiras podem substituir o sistema de gradeamento ou serem


colocadas em substituição aos decantadores primários, dependendo
da natureza a da granulometria do solido, com a finalidade de separar
sólidos com granulometria superior à dimensão dos furos da tela. O
fluxo atravessa o cilindro de gradeamento em movimento, de dentro
para fora, sendo retidos em função da perda de carga na tela,
removidos continuamente. A figura 11 abaixo ilustra as peneiras
rotativas.

Figura 11: Peneira rotativa

Fonte: GIORDANO, 2004


Tratamento secundário

O tratamento secundário é um tratamento intermedio que é feito


através de filtração biológica, processo de lodos ativados, decantação
intermediária, lagoas de estabilização. Neste tratamento permite que
haja uma remoção de matéria orgânica dissolvida e da matéria
orgânica em suspensão não removida no tratamento primário, como
ilustra a figura 12.

Figura 12: Esquema do tratamento secudário

contato entre os
Participação de microrganismos e o
microrganismos material organico
contido no esgoto

Matéria
Orgânica + bactérias H2O+ CO2 + Mais bactérias
Fonte: Adaptado a PINTO, 2009

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Nesta etapa, a remoção da matéria orgânica, é feita por meio de


reações bioquímicas, usando processos Aeróbicos ou Anaeróbicos. Os
processos aeróbios simulam o processo natural de decomposição, com
eficiência no tratamento de partículas finas em suspensão, onde o
oxigênio é obtido por aeração mecânica (agitação) ou por insuflação
de ar. Para além disso nos processos aerobicos faz-se a mineralização
das substâncias orgânicas pelo biofilme, formação de CO2, nitrato,
sulfato, fosfato, filtro de armadilha, câmara de sedimentação e
aeração, cloração (evita a contaminação posterior ao tratamento) e
baixa altos índices de DBO para (95%).

Os processos anaeróbios consistem na estabilização de resíduos feita


pela ação de microorganismos, na ausência de ar ou oxigênio
elementar, conhecido como fermentação mecânica. É neste processo
que ocorre utilização de bactérias, reações digestiva e fermentativas
(anaeróbicas), quebra de polímeros em monômeros simples,
fermentação gerando CH4 ou CH4+CO2, baixa altos índices de DBO,
indústrias de fibras (celulose) e alimentos (Laticínios).

Tanque de Aeração

O tanque de aeração é o tanque no qual a remoção da matéria


orgânica é efetuada por reações bioquímicas, realizadas por
microrganismos aeróbios (bactérias, protozoários, fungos etc). O
contato efetivo entre esses organismos e o material orgânico contido
nos efluentes, de tal forma que esse possa ser utilizado como alimento
pelos microrganismos, tem como base o processo biologico.

Os microrganismos convertem a matéria orgânica em gás carbônico,


água e material celular, referente ao crescimento e reprodução dos
microrganismos (SILVA E CARVALHO, SD). A figura 13 abaixo mostra
um tanque de aeração.

Figura 13: Tanque de aeração.

Fonte: CARRILHO, 2012

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Decantação Secundária e Retorno do Lodo

A decantação é uma etapa em que ocorre a clarificação do efluente e


o retorno do lodo. Estes decantadores secundários exercem um papel
fundamental no processo de lodos ativados. O efluente do tanque de
aeração é submetido à decantação, onde o lodo ativado é separado,
voltando para o tanque de aeração. O retorno do lodo é necessário
para suprir o tanque de aeração com uma quantidade suficiente de
microrganismos e manter uma relação alimento/microrganismo capaz
de decompor com maior eficiência o material orgânico (SILVA E
CARVALHO, SD).

O efluente líquido oriundo do decantador secundário pode ser


descartado diretamente para o corpo receptor, pode ser oferecido ao
mercado para usos menos nobres, como lavagem de ruas e rega de
jardins, ou passar por tratamento para que possa ser reutilizado
internamente (SILVA E CARVALHO, SD).

Elevatória do Lodo Excedente ou Descarte do Lodo

Nesta etapa faz-se o descarte do lodo excedente, onde ss sólidos


suspensos, lodo produzido diariamente correspondente à reprodução
das células que se alimentam do substrato, possam ser descartados do
sistema para que este permaneça em equilíbrio, ou continuem a
produzir solidos que serão dirigidos para a seção de tratamento de
lodo.
Tratamento do lodo

Este tratamento refere-se ao espessamento, digestão anaeróbia,


centrifugação, filtração a vácuo, filtração por prensagem,
condicionamento químico, condicionamento térmico, incineração,
oxidação húmida. O grau de tratamento necessário será sempre em
função do corpo receptor e das características do uso da água,
condicionada ao uso da água a jusante do ponto de lançamento.

A característica da vida de um rio é expressa pela quantidade de


oxigênio dissolvido no seu meio e por sua capacidade de reduzir a
poluição orgânica através de processos naturais, físicos e bioquímicos,
os microrganismos, em particular, as bactérias que necessitam de
oxigênio dissolvido da água para sua sobrevivência (decomposição
biológica) chamada autodepuração.

Adensamento do Lodo

O adensamento do lodo consiste na redução do volume do lodo, tendo


em conta que o lodo contém uma quantidade muito elevada de água,
razão pela qual deve-se realizar a redução do seu volume, atraves de
adensadores e nos flotadores. Para além disso o adensamento
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aumenta o teor de sólidos do lodo e, conseqüentemente, reduzir o seu


volume. Desta forma, a digestão, desidratação e secagem, beneficiam-
se desta redução.

Digestão Anaeróbia

A digestão anaerobica é uma etapa que ocorre a estabilização de


substâncias instáveis e da matéria orgânica presente no lodo fresco. A
digestão é realizada com finalidades de destruir ou reduzir os
microrganismos patogênicos; estabilizar total ou parcialmente as
substâncias instáveis e matéria orgânica presentes no lodo fresco,
reduzir o volume do lodo através dos fenômenos de liquefação,
gaseificação e adensamento, dotar o lodo de características favoráveis
à redução de umidade e permitir a sua utilização, quando estabilizado
convenientemente, como fonte de húmus ou condicionador de solo
para fins agrícolas.

A estabilização de substâncias instáveis e da matéria orgânica presente


no lodo fresco também pode ser realizada através da adição de
produtos químicos. Esse processo é denominado estabilização química
do lodo. Existem alguns factores que influenciam a digestão
anaerobica, nomeadamente a temperatura, o pH e alcalinidade de
nutrientes, substancias toxicas, sobrecarga hidraulica e tempo de
retenção celular.

Condicionamento Químico do Lodo

Esta etapa ocorre a estabilização do lodo pelo uso de produtos


químicos como cloreto férrico, cal, sulfato de alumínio e polímeros
orgânicos. O condicionamento químico, usado antes dos sistemas de
desidratação mecânica, tais como filtração, centrifugação, etc, resulta
na coagulação de sólidos e liberação da água adsorvida.

Tratamento terciário

O tratamento terciário ou simplesmente o pós-tratamento tem como


objetivo a remoção de poluentes específicos e/ou remoção
complementar de poluentes não suficientemente removidos no
tratamento secundário, como por exemplo nutrientes ou organismos
patogênicos.

Este tratamento também é chamado de lagoas de maturação, cloração


para desinfeção, ozonização para desinfeção, remoção de nutrientes,
remoção de complexos orgânicos, eletrodiálise, osmose reversa, troca
iônica, remoção de nutrientes.

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Sistemas de Tratamento de Efluentes Líquidos

Os sistemas de tratamentos de efluentes tem como objectivo principal


atenderem à legislação ambiental e em alguns casos ao reuso de
águas. Para a definição do processo de tratamento dos efluentes
industriais são testadas e utilizadas diversas operações unitárias. Os
processos podem ser classificados em físicos, químicos e biológicos em
função da natureza dos poluentes a serem removidos e ou das
operações unitárias utilizadas para o tratamento (GIORDANO, 1999).

De referir que estes processos, podem ser usados para remover


material coloidal, isto é, a cor e turbidez, odor, ácidos, álcalis, metais
pesados e óleos. Além disso, os reagentes químicos são utilizados para
neutralizar ácidos ou álcalis (E-MEIOAMBIENTE, 2003). A neutralização
dos efluentes industriais pode ser necessária para adequar o efluente
a ser lançado à legislação ou como medida necessária para proteção
de sistemas de tratamento posteriores.

Processos químicos

O processo químico refere-se aqueles que utilizam produtos químicos,


tais como por exemplo agentes de coagulação, floculação,
neutralização de pH, oxidação, redução e desinfecção em diferentes
etapas dos sistemas de tratamento, através de reações químicas
promovendo a remoção dos poluentes ou condicionam a mistura de
efluentes a ser tratada aos processos subseqüentes. Os principais
processos encontram-se listados a seguir:
• Clarificação química (remoção de matéria orgânica coloidal,
incluindo os coliformes);
• Eletrocoagulação (remoção de matéria orgânica, inclusive de
compostos coloidais, corantes e óleos/ gorduras);
• Precipitação de fosfatos e outros sais (remoção de nutrientes),
pela adição de coagulantes químicos compostos de ferro e ou
alumínio;
• Cloração para desinfecção;
• Oxidação por ozônio, para a desinfecção;
• Redução do cromo hexavalente;
• Oxidação de cianetos;
• Precipitação de metais tóxicos;
• Troca iônica.
Clarificação de efluentes

Os processos físico-químicos aplicados com o objetivo de clarificar


efluentes são baseados na desestabilização dos colóides por
coagulação seguido da floculação e separação de fases por
sedimentação ou flotação. Os colóides podem ser formados por
microorganismos, gorduras, proteínas, e argilas, estando o diâmetro
das partículas coloidais na faixa de 0,1 de 0,01μm.

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A desestabilização de colóides pode ser conseguida através de


diversos meios como o calor, a agitação, agentes coagulantes
químicos, processos biológicos, passagem de corrente elétrica
(eletrocoagulação), ou ainda a eletrocoagulação com a adição de
coagulantes químicos. A adição de agentes coagulantes (sais de ferro
ou alumínio) é muito utilizada, sendo também eficaz para a remoção
de fósforo, tendo como desvantagens o custo dos produtos químicos e
o maior volume de lodo formado. As grandes vantagens são a
praticidade e a boa qualidade dos efluentes obtidos. A figura 14 abaixo
ilustra a amostra de indústria de papel.

Figura 14: Amostra de indústria de papel

Fonte: GIORDANO, 2004

De acordo com Giordano (1999), a eletrocoagulação é a passagem da


corrente elétrica pelo efluente em escoamento pela calha eletrolítica,
sendo responsável por diversas reações que ocorrem no meio: a
oxidação dos compostos; a substituição iônica entre os eletrólitos
inorgânicos e os sais orgânicos, com a conseqüente redução da
concentração da matéria orgânica dissolvida na solução, a
desestabilização das partículas coloidais.

A separação das fases sólida e líquida (efluente tratado) ocorre na


própria calha. O arraste para a superfície, dos coágulos e flocos
formados, devido à adsorção desses ao hidrogênio gerado por
eletrólise, a fase tratada é escoada pela parte inferior da calha. A
separação de fases pode ser melhorada por sedimentação posterior,
por ocasião da dessorção do hidrogênio. A figura 15 ilustra a vista de
calhas eletrolíticas.

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Figura 15: Vista de calhas eletrolíticas

Fonte: GIORDANO, 2004

Precipitação química

A precipitação de metais ocorre pela formação de hidróxidos


metálicos, devendo ser verificada a curva de solubilidade dos metais
(pH x solubilidade). A maior dificuldade é a precipitação concomitante
de diversos metais, sem que as curvas de solubilidade apresentem
coincidências entre as concentrações mínimas, não só, mas também
deve-se observar as concentrações mínimas obtidas pelo tratamento
quando a precipitação ocorre em um pH comum a diversos metais são
inferiores aos limites estabelecidos para lançamento nos corpos
receptores ou na rede coletora.

Oxidação de cianetos

Devido à toxicidade inerente ao íon cianeto é necessária a oxidação


desses íons, para destruir as ligações formadas entre os cianetos e os
metais tóxicos a esses ligados. Deve-se ressaltar que se os metais
estiverem complexados pelos cianetos, torna-se impossível a sua
precipitação. Os metais mais comumente ligados ao cianeto são o
zinco, o cobre, o níquel, a prata e o cádmio.

A oxidação dos cianetos ocorre pela reação do íon hipoclorito em meio


alcalino, com a formação do gás carbônico e nitrogênio. Os metais
após a oxidação dos cianetos tornam-se insolúveis na forma de
hidróxidos. O tempo da reação é de aproximadamente 1 hora, para as
duas etapas.

As reações típicas de oxidação são:

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NaCN + NaOCl ⇒NaOCN + NaCl (primeira etapa)

As reações parciais da primeira etapa são:


NaCN + NaOCl + H2O ⇒ClCN + 2 NaOH
ClCN + 2 NaOH ⇒NaCl + NaOCN + H2O
2 NaOCN + 3 NaOCl + H2O ⇒3 NaCl + 2 NaHCO3 + N2 (Segunda etapa)

O pH deve ser mantido na faixa superior a 11,5 para evitar a liberação


de cloreto de cianogênio (ClCN), gás extremamente tóxico.

Tabela 1 : Vantagens e desvantagens de oxidação de cianetos


Vantagens Desvantagens
Controle de produtos químicos Aumento da salinidade
residual
Pode ter controlo automático Ajuste de pH a valores
superiores a 11,5
Controlada pela medida de POR e pH O excesso de cloro na etapa
(automatismo) de neutralização pode oxidar
o cromo +3
Eficácia comprovada pela grande Reação lenta
utilização e atendimento à legislação
Baixo custo do tratamento
Fonte: GIORDANO, 2004

Redução do cromo hexavalente

A utilização de cromo hexavalente nos banhos de galvanoplastias e


curtumes é a principal origem do cromo nos efluentes industriais. O
cromo ainda é utilizado como componente de tintas anticorrosivas e
em tratamento de águas para sistemas de resfriamento. O cromo na
forma hexavalente é solúvel em pH ácido ou alcalino. Para que ocorra
a sua remoção é necessário que o mesmo seja reduzido para a forma
de cromo trivalente e precipitado como hidróxido.

No caso do íon cromato o Cromo +6 é reduzido para o estado de


oxidação +3 pela ação do dióxido de enxofre ou compostos derivados
(bissulfitos). A redução do cromo ocorre em pH ácido, inferior a 2,5. A
velocidade da reação diminui rapidamente se o pH for superior a 3,5,
estando as reações apresentadas a seguir:
2 H2CrO4 + 3 SO2 ⇒Cr2 (SO4)3 + 2 H2O
As reações de redução com a utilização de bissulfito são apresentadas
a seguir:
4 H2CrO4 + 6 NaHSO3 + 3 H2SO4 ⇒2 Cr2 (SO4)3 + 3 Na2SO4 + 10 H2O
ou
H2Cr2O7 + 3 NaHSO3 + 3 H2SO4 ⇒Cr2 (SO4)3 + 3 NaHSO4 + 4 H2O

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Tabela 2: Vantagens e desvantagens de redução do cromo


hexavalente
Vantagens Desvantagens
Controle de produtos químicos Aumento da salinidade residual
Pode ter controle automático Ajuste de pH a valores inferiores a
2,5
Controlada pela medida de POR Necessidade de ventilação dos
(automatismo) produtos estocados e dos reatores,
devido a exalação de vapores
tóxicos de SO2
Eficácia comprovada pela O excesso de bissulfito no efluente
grande utilização e tratado interfere positivamente na
atendimento à legislação DQO
Baixo custo do tratamento
Reação muito rápida
Fonte: GIORDANO, 2004

Pelas reações apresentadas 3 g de bissulfito de sódio podem reduzir 1


g de cromo hexavalente. Deve-se considerar o consumo de bissulfito
devido à presença de compostos orgânicos oriundos dos banhos da
galvanoplastia, o que na prática pode aumentar em até 15 % o
consumo do bissulfito.

Precipitação do fósforo

A coagulação química e posteriormente a precipitação do fósforo é o


método mais eficaz para a remoção deste nutriente dos esgotos
sanitários ou efluentes industriais. Outro processo igualmente eficaz é
a eletrocoagulação. Em ambos os casos a reação mais comum ocorre
entre o íon férrico e o íon fosfato, com a conseqüente precipitação do
fosfato férrico. A reação ocorre também com o íon alumínio, por
coagulação ou por eletrocoagulação. A reação entre estes íons está
apresentada a seguir:

Fe+3 + [PO4] -3 ⇒FePO4 insolúvel

Al+3 + [PO4] -3 ⇒AlPO4 insolúvel

No caso dos efluentes industriais, quando há clarificação dos efluentes


à montante das etapas biológicas de tratamento, ocorre também a
remoção do fósforo. Assim esse nutriente fica indisponível para a
etapa biológica do processo, sendo necessária a sua adição conforme a
proporção com a carga orgânica (relação DBO: N: P). Pode ocorrer
também a precipitação química do fósforo pela reação com o cálcio e
o magnésio presentes nos efluentes (dureza).

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Processos Físicos

Os processos físicos, consistem na remoção de sólidos flutuantes de


tamanhos relativamente grandes, de sólidos em suspensão, de areias,
de óleos e gordura (E-MEIOAMBIENTE, 2003). Os tratamentos físicos
caracterizam-se pelos processos separação de fases (sedimentação,
decantação, flotação e centrifugação), transição de fases (destilação,
evaporação e cristalização), transferência de fases (adsorção, stripping
e extração) e separação molecular (microfiltração, ultrafiltração,
nanofiltração, osmose reversa e eletrodiálise).

Para além destas fases, considera-se como métodos físicos as:


• Gradeamento ou peneiramento
• Sedimentação
• Separação por gravidade diferencial
• Flotação
• Filtração
• Aeração
• Stripping
• Adsorção e
• Eletrodiálise

As actividades acima mencionadas permitem que os processos físicos


sejam capazes de remover a matéria orgânica e inorgânica em
suspensão coloidal e reduzir ou eliminar a presença de
microrganismos tais como a filtração em areia, em membranas (micro
filtração e ultrafiltração), assim como os utilizados com a finalidade de
desinfeção, tais como a radiação ultravioleta.

Gradeamento

As grades no processo físico tem como objetivo a remoção de sólidos


grosseiros capazes de causar entupimentos e especto desagradável
nas unidades do sistema de tratamento e elas podem ser mecânicas
ou de limpeza manual, com um espaçamento entre as barras que
variam normalmente entre 0,5 e 2 cm (GIORDANO, 1999). O
gradeamento permite que não haja obstrução e danos as unidades e
equipamentos a jusante e são usados diferentes tipos de grades ou
peneiras, classificadas quanto espaçamento das barras que podem ser
do tipo grossa ou fina ou ainda mecanizadas referentes a grades finas.

Segundo Cavalcanti (2009), as peneiras podem ser inclinadas ou de


tambor rotativo, com objetivo de remover de sólido normalmente com
diâmetros superiores a 1mm, capazes de causar entupimentos ou com
considerável carga orgânica são utilizadas peneiras. As peneiras mais
utilizadas têm malhas com barras triangulares com espaçamento

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variando entre 0,5 a 2mm, podendo a limpeza ser mecanizada (jatos


de água ou escovas) ou ser estática. No caso de serem utilizadas
peneiras em efluentes gordurosos ou com a presença de óleos
minerais deve-se utilizar as peneiras com limpeza mecanizada por
escovas.

A utilização de peneiras é imprescindível em tratamentos de efluentes


de indústrias de refrigerantes, têxtil, pescado, abatedouros e
frigoríficos, curtumes, cervejarias, sucos de frutas e outras indústrias
de alimentos. Para Giordano (1999), as peneiras devem ser aplicadas
também em outros efluentes que apresentem materiais grosseiros,
tais como, fiapos; plásticos; resíduo de alimentos, etc, como ilustra a
figura 16.

Figura 16: Peneira mecânica

Fonte: GIORDANO, 2004

Sedimentação

A sedimentação é a decantação por gravidade, de parte dos sólidos em


suspensão, contidos nos despejos, de formato retangular ou circular.
Tanto para um ou o outro caso, o arraste de lodo acumulado no fundo
do decantador, para uma remoção posterior, pode ser manual ou
mecanizada, feita por gravidade através de descarga hidrostática
(CAVALCANTI, 2009).

O processo de sedimentação é uma das etapas de clarificação,


devendo ser aplicado conforme as características de cada efluente e
do processo de tratamento. No caso dos processos que gerem lodos
orgânicos deve-se evitar a permanência exagerada desses no fundo
dos decantadores para reduzir a sua anaerobiose e a consequente
formação de gases que causam a flutuação de aglomerados de lodos.
Isto pode ocorrer por simples anaerobiose com a formação de metano
e gás carbônico e pela desnitrificação com a redução dos íões nitratos
a gás nitrogênio. Pode ocorrer também a formação de gás sulfídrico
pela redução do íon sulfato.
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A sedimentação é um processo físico, logo se deve evitar nos


decantadores as condições para ocorrência da atividade microbiana
(GIORDANO, 2004). Nos casos de lodos originados nos processos
químicos ou com efluentes originados em processos industriais
inorgânicos pode-se admitir um tempo de retenção maior dos lodos
no fundo dos decantadores. Os decantadores apresentam diversas
formas construtivas e de remoção de lodo, com ou sem mecanização.

Os decantadores podem ser circulares ou retangulares, com limpeza


de fundo por pressão hidrostática ou com remoção de lodo
mecanizada por raspagem ou sucção. No caso da presença de escumas
(materiais flutuantes), é necessário um removedor de espuma. Como
qualquer outra unidade de tratamento os tanques de decantação são
projetados para um equipamento específico ou sistema de limpeza,
não sendo viáveis alterações posteriores ao projeto.

Separação água/ óleo ou por gravidade diferencial

A separação por gravidade diferencial em tanques sifonados é aplicada


a despejos que correm materiais com uma densidade real ou aparente
menor que a água, como por exemplo dos materiais flutuantes (óleo e
graxas não solúveis e não emulsionados (CAVALCANTI, 2009).
O processo de separação é um processo físico que ocorre por
diferença de densidade, sendo normalmente as frações oleosas mais
leves recolhidas na superfície. No caso de óleos ou borras oleosas mais
densas que a água, esses são sedimentados e removidos por limpeza
de fundo do tanque. O processo é muito utilizado na indústria do
petróleo, postos de serviço, oficinas mecânicas e outras atividades que
utilizam óleo. Este processo não é capaz de remover óleo
emulsionado, sendo utilizado na etapa preliminar dos sistemas de
tratamento. A figura 17 abaixo mostra as caixas separadores e posto
de serviços.

Figura 17: Caixas separadoras e posto de serviço

Fonte: GIORDANO, 2004

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Flotação a ar dissolvido (DAF)

A flotação é usada para a remoção de sólidos em suspensão com


densidade aparente menor que a agua tais como fibras, óleos solúveis
e emulsionados tambérn podem ser removidos por flotação desde que
previamente floculados com produtos químicos. O processo de
flotação consiste na saturação de parte do despejo ou do recic1ado
tratado com ar sob pressão com cerca de 4 kg/cm2 apos um tempo de
detenção de cerca de 3minutos (CAVALCANTI, 2009).

Filtração

A filtração é uma operação de separação solido-liquido, em que a fase


liquida passa através de um meio poroso ocasionando a remoção de
partículas finas em suspensão. O processo de filtração é também
usado no tratamento terciário com objetivo de remover totalmente
sólidos em suspensão careados por efluentes de tratamentos
biológicos ou químicos apos a decantação (CAVALCANTI, 2009).

De acordo com o Giordano (1999), filtração refere-se ao processo da


passagem de uma mistura sólido – líquido através de um meio poroso
(filtro), que retém os sólidos em suspensão conforme a capacidade do
filtro e permite a passagem da fase líquida. Os filtros podem ser
classificados como filtros de profundidade e de superfície. Os filtros de
profundidade promovem a retenção de sólidos em toda a camada
filtrante, enquanto que os filtros de superfície apresentam camada
filtrante uniforme, rígida e delgada, sendo o seu funcionamento
semelhante ao de uma peneira.

O processo de filtração em membranas é o processo com maior


desenvolvimento para aplicações em efluentes industriais. A sua
aplicação pode ocorrer tanto em reatores de lodos ativados quanto
em processos de polimento para retenção de microorganismos ou
moléculas orgânicas responsáveis por cor ou toxicidade. Nos reatores
biológicos são empregadas as membranas de microfiltração
(concentração de flocos biológicos). Para o polimento dos efluentes
são utilizadas as membranas de ultrafiltração (retenção de
microorganismos) e nanofiltração (retenção de microorganismos e
moléculas orgânicas).

A areia, carvão ativado ou filtro de cartucho plástico, são os meios


filtrantes mais utilizados. Segundo Pinto (2009), a microfiltração (MF),
ultrafiltração (UF), nanofiltração (NF) e osmose reversa (OR) são
processos de filtração mais avançados que utilizam membranas semi-
permeáveis de diferentes porosidades, que permitem a separação de
sólidos dissolvidos, isto é, moléculas e iões (CAVALCANTI, 2009). A
seguir esta apresentada a separação por membranas em função do
tamanho e peso molecular.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

A microfiltração (MF)
 Bacterias
 Virus e
 Solidos suspensos (PINTO, 2009)

Ultrafiltração (UF)
De acordo com Pinto (2009), na ultrafiltração enconta-se
 Proteínas
 Amido
 Virus
 Silica coloidal
 Gelatina
 Orgânicos
 Bactérias
 Corantes
 Gorduras
 Pigmentos
 Antibioticos

Nanofiltração (NF)
 Amido
 Açucar
 Pesticidas
 Herbicidas
 Progenicos
 Iões di-polivalentes
 DBO
 DQO
 Metais pesados
 Detergentes
 Corantes (PINTO, 2009)
Osmose reversa (OR)
 Iões metálicos
 Ácidos
 Açucares
 Sais em solução
 Corantes
 Resinas naturais
 Iões monovalentes
 DBO
 DQO (PINTO, 2009)

Aeração

A aeração é utilizada em compostos orgânicos voláteis, ou por outra


pode ser usada para forçar o "stripping" de compostos orgânicos
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

voláteis ou N-NH3. O "stripping" ocorre quando o ar entra em contato


com o despejo, onde são transferidos do despejo para o ar. O
"stripping" pode ocorrer simultaneamente de forma não desejada,
com a metabolização biológica em um tanque aerado utilizado em
tratamento biológico (CAVALCANTI, 2009).

Adsorção

A adsorção é a acumulação de poluentes que estão dissolvidos em um


despejo sobre uma superfície solida como o carvão ativado granular
(GAC) colocado em recipientes formando um leito filtrante. Carvão
ativado em pó e também utilizado, misturado a biomassa em
processos biológicos de deputação de lodos ativados ou em sistemas
de biomassa fixa (CAVALCANTI, 2009).

Eletrodiálise

Eletrodiálise (EDR) é um processo físico-químico em que uma corrente


elétrica induz a uma separação parcial dos componentes de um
despejo. A separação é feita por meio de membranas seletivas
catiónicas e aniónicas. Quando a corrente é aplicada, catiões passa
Leis regulamentadoras para efluentes líquidos através de membranas
trocadoras de catiões em uma direção, enquanto que os aniões, de
forma analoga em membranas trocadoras de aniões (CAVALCANTI,
2009).

Processos biológicos

Define-se como processos biológicos aqueles que dependem dos


microrganismos para a redução da carga orgânica dos efluentes
(EMEIOAMBIENTE, 2003). Nestes processos, os microrganismos
transformam a matéria orgânica existente na forma de sólidos em
suspensão e sólidos dissolvidos em compostos simples como água, gás
carbônico e sais minerais (MAZZER & CAVALCANTI, 2004).

Os processos biológicos classificam-se em função da fonte de oxigênio,


em aeróbicos e anaeróbicos, sendo que os microrganismos que se
utilizam do oxigênio disponível no ar são chamados de aeróbicos e os
que se utilizam do oxigênio presente nos compostos que serão
degradados são chamados de anaeróbicos (MAZZER & CAVALCANTI,
2004).

Segundo Mazzer & Cavalcanti (2004), nos processos biológicos


aeróbicos normalmente encontra-se
• Lodos ativados;
• Filtro biológico;
• Sistema de Lagoas.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Nos processos anaeróbicos destacam-se os


 Reatores anaeróbicos e
 Biodigestores (MAZZER & CAVALCANTI, 2004).

Sistema de lodos ativados

De acordo com o Pinto (2009), o sistema de lodos ativados tem como


princípio de funcionamento a degradação de matéria orgânica e a sua
transformação suspensão numa “floculenta” que possa sedimentar
facilmente, permitindo o uso de processos gravitacionais para a sua
remoção. A figura 18 mostra com mais detalhes todos processos
encontrados nos sistemas de lodos activados.

Figura 18: sistema de lodos activados

Unidades de
pré-tratamento /
Tratamento Tanque de
primário Equalização

Efluente
tratado
Tanque Decantador
De Secundário
Aeração
Lodo de Lodo
retorno descartado

Disposição Unidades de
Final do Unidades de
Digestão e
lodo Adensamento
Desagüe de lodo

Fonte: PESTANA E GANGHIS, SD

O processo é fundamentado no fornecimento de oxigênio (ar


atmosférico ou oxigênio puro), para que os microorganismos
biodegradem a matéria orgânica dissolvida e em suspensão,
transformando-a em gás carbônico, água e flocos biológicos formados
por microorganismos característicos do processo. Esta característica é
utilizada para a separação da biomassa (flocos biológicos) dos
efluentes tratados (fase líquida). Os flocos biológicos formados
apresentam normalmente boa sedimentabilidade.

Com a contínua alimentação do sistema pela entrada de efluentes


(material orgânica), ocorre o crescimento do lodo biológico, sendo
esse denominado de excesso de lodo. No caso de concentrações de
lodo acima das previstas operacionalmente, o mesmo deve ser
descartado. A eficiência do processo está relacionada com a relação de
cargas orgânica afluente diariamente, e a massa de microorganismos
contida no reator de sólidos em suspensão voláteis.

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A formação do lodo biológico é fundamentada na presença de


compostos com N, P os nutrientes e Ca, Mg, S, Fe, Cu, Zn, Cr, Co e Mo
que são os micro-nutrientes. Supõe-se que sendo o processo aeróbio
sempre haverá disponibilidade de oxigênio, sendo recomendadas
concentrações na faixa de 0,5 a 2 mgO2/L. Além dos parâmetros
necessários ao controle da relação é necessário também o controle
dos testes de respiração da mistura do tanque de aeração, da relação
SSV/SS (verificação da estabilidade do lodo para descarte) e da
concentração de oxigênio dissolvido no tanque de aeração. A análise
microscópica do lodo também indica em tempo real as condições
operacionais do reator biologico.

O processo de lodos ativados é largamente utilizado no mundo em


diversas variantes, sendo essas basicamente definidas pelas diferenças
entre a relação A/M, a disponibilidade de oxigênio; a forma de
alimentação dos reatores, as concentrações de biomassa nos reatores,
a forma de retenção da biomassa nos reatores.

A presença de óleos ou gorduras de quaisquer origens na mistura


afluente ao reator pode significar a intoxicação do lodo biológico com
a conseqüente redução de sua atividade. A seguir estão listadas as
principais variantes do processo: lodo ativado Convencional, aeração
prolongada, vala de oxidação, lodo ativado por batelada, lagoa aerada
aeróbia e lagoa aerada facultativa. O processo pode ter alimentação
contínua ou por batelada. A aeração é normalmente realizada por
difusores dispostos no fundo do tanque, por aeradores mecânicos de
superfície ou injeção de oxigênio puro. A energia requerida é da
ordem de 22 a 25 W / m3. A figura 19 ilustra a composição de sistemas
de lodos activados.

Figura 19: Composição do sistema

Fonte: PINTO, 2009

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Filtro biológico

No processo de filtração biológica, o despejo líquido é aspergido sobre


pedras e escoado através do leito filtrante (MAZZER & CAVALCANTI,
2004). O filtro biológico consiste de um leito filtrante de meio
altamente permeável onde os microrganismos são afixados, e através
do qual o despejo líquido é percolado (MAZZER & CAVALCANTI, 2004).
O meio filtrante usualmente é constituído por pedras ou plásticos e a
profundidade média dos filtros de pedra é de 2 metros e de 9 a 12m
quando o meio é de plástico. O filtro biológico é circular, sendo o
despejo líquido distribuído sobre a parte superior do leito por meio de
braços rotativos. O efluente sai por uma camada de drenos,
juntamente com sólidos biológicos. O material orgânico presente no
despejo é degradado por uma população de microrganismos afixada
no meio filtrante (MAZZER & CAVALCANTI, 2004).

Este é o mais antigo de todos os processos biológicos utilizados para o


tratamento de esgotos. A diferença fundamental deste processo para
o biodisco é que neste caso o leito é fixo e a distribuição é móvel. A
sua grande vantagem é a sua capacidade de amortecimento de cargas
orgânicas e a variações de pH. Muitas vezes é utilizado associado a
outro processo de tratamento complementar. Nestes casos aproveita-
se o baixo custo operacional do processo para uma redução de carga
orgânica de aproximadamente 60%, complementando-se a eficiência
desejada com um processo de custo mais elevado, conforme a tabela
20 abaixo.

Figura 20: vista de filtros biológicos instalados em paralelo

Fonte: GIORDANO, 2004

Sistema de Lagoas

No sistema de lagoas aeradas temos as lagoas facultativas, lagoa


aerada facultativa, lagoas aeradas de mistura completa e lagoas de
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polimento/maturação. De acordo com Mazzer & Cavalcanti (2004), no


sistema de lagoas, é utilizada a aeração mecanizada para fornecer
oxigênio às bactérias. Os mesmos autores acrescentam dizendo que
nas lagoas fotossintéticas aeróbias o oxigênio é fornecido pela aeração
natural e pela ação fotossintética das algas. O oxigênio liberado pelas
algas através do processo de fotossíntese é utilizado pelas bactérias no
processo de degradação aeróbia dos poluentes existentes dos
efluentes como ilustra a figura 21.

Figura 21: Lagoas de estabilização

Fonte: CARRILHO, 2012

Lagoas facultativas

As lagoas aeradas facultativas são projetadas para operar com


energias inferiores as das lagoas aeradas aeróbicas, ou seja, na faixa
de 5 W / m3. Nessas lagoas em parte ocorre a suspensão da biomassa
e na outra sedimentação, como ilustra a figura 22.

Figura 22: Lagoas facultativas

Fonte: PINTO, 2009

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Processos facultativos
Biocontactores
O processo é baseado em um biofilme que utiliza um suporte tal como
tubos corrugados ou outros que permitem o contato alternado do
esgoto ou efluente com o suporte e o ar atmosférico. O crescimento
da espessura da camada de biofilme inviabiliza a transferência de
oxigênio e substrato para os microorganismos na parte interna do
suporte. Com a morte dos microorganismos por falta de oxigênio e
substrato, o lodo (biomassa) desprende-se em forma de placas ou
pequenos flocos que se separam por sedimentação, sendo a fase
decantada considerada como efluente tratado, figura 23.

Figura 23: Vista de bicontadores

Fonte: GIORDANO, 2004

Biodiscos

Em termos de equipamentos o biodisco se assemelha ao biocontactor,


mas neste caso o biofilme é suportado por placas circulares, que giram
continuamente acionadas por um moto-redutor. O espessamento da
camada do biofilme sobre as placas causa o seu desprendimento e
deposição no tanque do biodisco (GIORDANO, 2004). Ocorre assim a
digestão do lodo. Existe também um decantador final, para a remoção
dos materiais sedimentáveis. O efluente apresenta aspecto cinzento,
semelhante ao dos filtros biológicos.

Sistemas Anaeróbicos

No sistema anaeróbico destaca-se os tanques sépticos, reator aeróbio


de manta de lodo (reator UASB) e filtro anaeróbio. Nestes processos
anaeróbios a decomposição da matéria orgânica e/ou inorgânica é
conseguida na ausência de oxigênio molecular. Sua principal aplicação
está na digestão de certos despejos industriais de alta carga e lodos de

50
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

esgotos concentrados. Os microrganismos responsáveis pela


decomposição da matéria orgânica são comumente divididos em dois
grupos, sendo que cada grupo realiza actividades que primeiro
hidrolisa e fermenta compostos orgânicos complexos para ácidos
orgânicos simples e o segundo converte os ácidos orgânicos simples
em gás metano e gás carbônico (MAZZER & CAVALCANTI, 2004).

O reator anaeróbico, faz com que a biomassa cresce dispersa


formando grânulos de bactérias que servem como meio suporte,
concentração de biomassa elevada na manta de lodo, formação de
CH4 (metano) e CO2, biogás metano para a queima ou
reaproveitamento, baixa produção de lodo já estabilizados nos leitos
de secagem e que não haja necessidade de decantação primária. A
figura que se segue, mostra um esquema de funcionamento de um
reator anaeróbico. A figura 24 ilistra um esquema de funcionamento
do reator UASB.

Figura 24: Esquema de funcionamento do reator UASB

Fonte: PINTO, 2009

Sumário

Nesta unidade temática, abordou-se essencialemte conteúdos


relacionados com os seguintes temas:
Legislação ambiental sobre padrões de lançamento de
efluentes;
Tipos de efluentes liquidos
Tratamento de efluentes líquidos

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Processos de tratamento de efluentes (físicos, químicos e


biológicos)
Características dos efluentes industriais e
Níveis de tratamentos.

Exercicios de auto-avaliação

Grupo 1 (com respostas detalhadas)


1. Porque usar a legislação ambiental?
2. Enumere dois fundamentos da legislação ambiental e diga qual
é a diferenças entre eles.
3. Os bens naturais já não são considerados bens livres. Comente
a afirmação.
4. Compradores de produtos intermediários estão exigindo cada
vez mais produtos que sejam produzidos em condições
ambientais favoráveis. Porquê?
5. Qual é a norma que se encontra em vigor no sistema de gestão
ambiental e de auditoria ambiental?
6. Enuncie, pelo menos, 3 processos de tratamento de efluentes?
7. Enumere pelo menos três métodos físicos usados no
tratamento de efluentes.

Respostas:
1. Rever a página 13 (legislação ambiental);
2. Rever a página 14 (Recursos naturais e bens naturais);
3. Rever a página 14 (bens naturais);
4. Rever o último parágrafo da página 14;
5. Rever o 2º parágrafo da página 15;
6. Rever a página 36;
7. Rever a página 42;

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. Quanto maior for o número de pessoas que vivem numa
determinada cidade, menor será a sua geração de resíduos.
Coloca sim se concordar com a afirmação e não se for
contrario.
a) Sim
b) Não

2. A presença de compostos orgânicos sintéticos originados a


partir de fontes antropogénicas, denomina-se:
a) pH
b) Cor
c) Odor
d) Sólidos totais

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

3. A capacidade de interferência de passagem de luz em uma


amostra em função da presença de material coloidal e em
suspensão denomina-se
a) Odor
b) Turbidez
c) Alcalinidade
d) Luminosidade

4. A matéria orgânica refere-se a compostos orgânicos


resultantes da combinação de:
a) H, Mg e S
b) C, H e S
c) Al, C e O
d) C, H e O

5. Os níveis de tratamento de efluentes são no total:


a) 3
b) 4
c) 5
d) 2

6. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas.


a) Os metais pesados podem nalgum momento ser tóxicos aos
seres humanos visto que os catiões destes aliam-se com o
enxofre ou pelos grupos sulfídrica (SH) que ocorrem nas
enzimas que controlam a velocidade de reações
metabólicas.
b) Os metais pesados são tóxicos aos seres humanos visto que
os catiões destes aliam-se com o enxofre ou pelos grupos
sulfídrica (SH) que ocorrem nas enzimas que controlam a
velocidade de reações metabólicas.
c) A desaeração é uma etapa na qual ocorre a remoção da
areia por sedimentação.
d) O tratamento secundário é um tratamento intermedio que
é feito através de filtração biológica, processo de lodos
ativados, decantação intermediária, lagoas de estabilização.

7. A etapa em que ocorre a clarificação do efluente e o retorno do


lodo, chama-se:
a) Aeração
b) Decantador primario
c) Decantação secundária
d) Coagulador

8. A estabilização de substâncias instáveis e da matéria orgânica


presente no lodo fresco, ocorre na:
a) Decantação primária
b) Tratamento secundario

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

c) Digestão anaeróbica
d) Tratamento terciário.

9. O tanque no qual a remoção da matéria orgânica é efetuada


por reações bioquímicas, realizadas por microrganismos
aeróbios, concretamente as bactérias, protozoários, fungos,
entre outros, refere-se:
a) O tanque de aeração
b) O tanque de lodos activados
c) Bactérias facultativas
d) Tanque de inoculação de virus

10. O tratamento de efluentes consiste na?


a) Remoção de nutrientes
b) Remoção de substâncias toxicas
c) Remoção de acidos
d) Remoção de poluentes

11. É importante tratar os efluentes porque:


a) Faz-se a remoção de nutrientes, sólidos em suspensão,
matéria orgânica e inorgânica e organismos patogénicos;
b) Os processos usados no tratamento são fáceis;
c) As gorduras acumulam-se em curto espaco de tempo;
d) O pH tende para o ácido.

12. Entende-se por filtro biológico como sendo?


a) A acumulação de gorduras e proteínas no esgotamento
sanitário.
b) A transformação da matéria orgânica existente na forma de
sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos em compostos
simples como água;
c) Um leito filtrante de meio altamente permeável onde os
microrganismos são afixados, e através do qual o despejo
líquido é percolado;
d) O processo de gradeamento para a remoção de areia dum
tamanho de 0.5 a 2mm.

13. Numere a coluna da direita com base na informação da coluna


da esquerda.
Gradeamento ( ) tratamento preliminar
Lagoa facultativa ( ) tratamento terciário
Lagoa anaeróbica ( ) tratamento primário
Lagoa de maturação ( ) tratamento secundário

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de


cima para baixo:
a)1,3,4,2
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

b) 1,4,3,2
c) 1,2,4,3
d) 1,3,2,4
14. Sobre processos biológicos aeróbicos indique a alternativa
correta:
a) Encontra-se filtro biológico, lodos activados e sistema de
lagoas
b) Encontra-se lodos activados, biodigestores e sistema de
lagoas
c) Encontra-se lodos activados, reatores anaerobicos e
sistema de lagoas
d) Encontra-se biodigestores, filtro biologoco e reatores
anaeróbicos

Exercicios integrados do tema

1. A parte inorgânica dos esgotos domesticos é composta por:

a) Proteina, sais e hidrocarbonetos


b) Proteina, gordura e minerais
c) Gordura, metais e minerais
d) Minerais pesados, sais e metais

2. A capacidade de uma amostra em transmitir luz visível em um


comprimento de onda sensível ao olho humano, refere-se a:
a) Turbidez
b) Cor
c) Temperatura
d) Humidade

3. A presença de compostos orgânicos sintéticos originados a


partir de fontes antropogénicas, denomina-se:
a) pH
b) Odor
c) Cor
d) Sólidos totais

4. A capacidade de interferência de passagem de luz em uma


amostra em função da presença de material coloidal e em
suspensão denomina-se
a) Odor
b) Alcalinidade
c) Turbidez
d) Luminosidade

5. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas.


a) Os microrganismos responsáveis pela decomposição da
matéria orgânica são divididos em dois grupos, primeiro

55
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

converte os ácidos orgânicos simples em gás metano e gás


carbônico e o segundo que hidrolisa e fermenta compostos
orgânicos complexos.
b) O tratamento secundário é um tratamento onde ocorre a
lagoa de maturação.
c) Os metais pesados são tóxicos aos seres humanos visto que
os catiões destes aliam-se com o enxofre ou pelos grupos
sulfídrica (SH) que ocorrem nas enzimas que controlam a
velocidade de reações metabólicas.
d) A desaeração é uma etapa na qual ocorre a remoção do ar
atmosférico, em gás metano.

6. A estabilização de substâncias instáveis e da matéria orgânica


presente no lodo fresco, ocorre na:
a) Decantação primária
b) Tratamento secundario
c) Digestão anaeróbica
d) Tratamento terciário.

7. Lagoa de maturação, cloração para desinfeção, ozonização


para desinfeção, remoção de nutrientes, remoção de
complexos orgânicos, eletrodiálise, osmose reversa, troca
iônica, remoção de nutrientes, define-se ao tratamento:
a) Preliminar
b) Primario
c) Secundario
d) Terciario

8. Os esgotos domesticos são compostos por:


a) H2O e lipidos
b) H2O e solidos
c) Vitaminas e poluentes
d) Solidos dissolvidos e graxas

9. A microfiltração e ultrafiltração ambos apresentam:


a) Vírus e bactérias
b) DBO e DQO
c) Amido e proteinas
d) Pigmentos e corantes

10. A remoção de sólidos flutuantes de tamanhos relativamente


grandes, de sólidos em suspensão, de areias, de óleos e
gordura, refere-se a:
a) Processos biológicos
b) Processos físicos
c) Processos químicos
d) Processos físico-quimicos

56
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

11. A estabilização de resíduos feita pela ação de microorganismos,


na ausência de ar ou oxigênio elementar, trata-se de:
a) Processos aeróbicos
b) Processos de lodos activados
c) Processos anaeróbicos
d) As alineas a) e b) estão corretas

12. A quantidade de oxigénio necessária para oxidar o conteúdo


orgânico total de um despejo que é oxidado por dicromato ou
permanganato de potássio em uma solução acida, refere-se a:
a) DBO
b) DQO
c) Fosforo
d) Nitrogenio

13. Os processos de filtração mais avançados que utilizam


membranas semipermeáveis são:
a) A microfiltração, electrolise, nanofiltração e osmose
reversa
b) A microfiltração, ultrafiltração, metais pesados e osmose
reversa
c) A microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose
reversa
d) A microfiltração, ultrafiltração, DQO e osmose reversa

14. A quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria


orgânica presente no efluente, através de bactérias aeróbias,
refere-se a:
a) DBO;
b) DQO;
c) H2O
d) PH

15. As grades no processo físico têm como objetivo a remoção de


sólidos grosseiros capazes de causar entupimentos e especto
desagradável nas unidades do sistema de tratamento. As mais
finas podem ter um espaçamento de:
a) 2 e 3
b) 2 e 4
c) 1 e 2
d) 0.5 e 2

Referências Bibliograficas

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Tratamento de resíduos químicos: guia prático para a solução dos

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tratamento de esgotos. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 2005.

YOUNG, J., COTRIM, S. L.S., CRUZ, M. A. S., Gestão do


Tratamento de Efluentes Líquidos Lixiviados de Aterros Sanitários.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Brasil, sd.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

TEMA II: PARÂMETROS DE LANÇAMENTO DOS EFLUENTES INDUSTRIAIS, CRITÉRIOS DE


CONTROLE DA QUALIDADE DE ÁGUA.

Unidade temática 2.1. Identificação de padrões de qualidade ambiental e


critérios de controle de qualidade de água

Introdução

De acordo com o decreto no. 18/2004 de 2 de Junho, estabelece a


necessidade de haver padrões de qualidade ambiental e de emissão de
efluentes de modo a assegurar um controlo e fiscalização efectivos
sobre a qualidade do ambiente e dos recursos naturais do pais, nos
termos do disposto no artigo 10 da lei n.o 20/97, de 1 de Outubro e ao
abrigo do artigo 33 da mesma lei.

As normas técnicas nacionais e internacionais apontam alguns critérios


e regras que garantem que os materiais, processos e serviços possam
atender os objectivos. Existem neste manual alguns indicadores de
desempenho, usados como parâmetros que ajudam a melhorar o
controlo da situação ambiental. Os efluentes líquidos, além de
obedecerem aos padrões gerais, precisam estar de acordo com os
critérios de qualidade de água, alinhados a vários usos benéficos.

Objectivos específicos

No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:


Analisar os padrões de qualidade ambiental e emissão de
efluentes
Identificar os indicadores de desempenho
Identificar os critérios de controlo de qualidade de água.

Desenvolvimento de conteudos

Parâmetros de lançamento de efluentes

Os efluentes líquidos poderão ser lançados desde que obedeçam aos


seguintes padrões:
 pH entre 5,0 e 9,0
 Temperatura inferior a 40 ºC
 Óleos e graxas, óleos minerais até 20 mg/l, óleos vegetais e
gorduras animais até 30 mg/l.

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 Concentração máxima das substâncias constantes na tabela 2


abaixo:

Tabela 3: Consentrações das substâncias máximas


CONCENTRAÇÃO
SUBSTÂNCIA MÁXIMA
Alumínio total 1,5 mg/l
Amónia 0,4 mg/l
Antimónia 0,2 mg/l
Arsênio total 0,05 mg/l
Bário total 1,0 mg/l
Berílio 1,5 mg/l
Boro total 5,0 mg/l
Bromo 1,0 mg/l
Cádmio total 0,005 mg/l
Chumbo total 0,01 mg/l
Cianeto 0,005 mg/l
Cloro residual 0,01 mg/l
Cobre 0,05 mg/l
Cromo total 0,05 mg/l
Estanho total 2,0 mg/l
Fenóis 0,001 mg/l
Ferro solúvel 0,3 mg/l
Fluoretos 1,4 mg/L
Manganês solúvel 0,1 mg/l
Mercúrio total 0,0001 mg/l
Níquel total 0,1 mg/l
Nitratos 10,0 mg/l
Nitritos 1,0 mg/l
Prata total 0,005 mg/l
Selênio total 0,01 mg/l
Substâncias tensoactivas que reagem ao 0,5 mg/l
azul do metalino
Sulfetos como H2S 0,002 mg/l
Talio 0,1 mg/l
Urânio 0,5 mg/l
Zinco 0,01 mg/l
Fonte: Dereto 18/2004

Tabela 4: Organoclorados (em microgramas/litros)

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CONCENTRAÇÃO
SUBSTÂNCIA MÁXIMA
Adrin 0,003 µg/l
Clordano 0,004 µg/l
DDT 0,001 µg/l
Demeton 0,1 µg/l
Dieldin 0,003 µg/l
Endossulfan 0,001 µg/l
Endrin 0,004 µg/l
Epoxito de heptacloro 0,001 µg/l
Heptacloro 0,001 µg/l
Metoxicloro 0,03 µg/l
Lindano 0,004 µg/l
Mirex 0,001 µg/l
Gution 0,01 µg/l
Malation 0,1 µg/l
Paration 0,04 µg/l
Toxafero 0,005 µg/l

Fonte: Dereto 18/2004

Critério para lançamento de efluentes líquidos


Os efluentes líquidos, além de obedecerem aos padrões gerais, não
deverão conferir ao corpo receptor, características em desacordo com
os critérios e padrões de qualidade de água adequados aos diversos
usos benéficos previstos para o corpo d’água. Para assegurar os
padrões de qualidade previstos para o corpo d’água, todas as
avaliações deverão ser feitas para as condições mais desfavoráveis. No
caso de lançamento em cursos d’água considera-se condições mais
desfavoráveis, para os cálculos de diluição ou de outros possíveis
efeitos, aquelas de vazão máxima dos efluentes e vazão mínima dos
cursos d’água.

Considera-se que no caso de existência ou previsão de tais


características, a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
(FEEMA), estabelecerá limites mais restritivos do que aqueles vigentes
na lista de concentrações máximas desta Norma Técnica, de modo a
assegurar os padrões de qualidade previstos para o corpo d'água,
todas as avaliações deverão ser feitas para as condições mais
desfavoráveis (FEEMA, 1999). Para esta norma tecnica adota-se a
vazão mínima de um curso d'água como a mínima média de sete dias
consecutivos com intervalos de recorrência de dez anos ou na
inexistência desta informação, como a mínima média mensal com
período de recorrência de um ano ou ainda na inexistência desta, a

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vazão mínima estimada em estudos baseados nos dados


pluviométricos da região (FEEMA, 1999).

De acordo com FEEMA (1999), os efluentes líquidos com salinidade


superior a 5 ‰ lançados em corpos d’água salobros ou salinos os
limites para toxicidade aguda do efluente são estabelecidos pela
FEEMA, utilizando testes com organismos de água salgada. Para
lançamentos em água doce, ficam os limites estabelecidos, sendo os
efeitos da salinidade incluídos na avaliação geral da toxicidade.
Lançamentos em reservatórios, lagos, baías, estuários, água oceânicas,
águas subterrâneas e de lançamentos em batelada, estes atendem a
uma exigência adicional para cada uso específico.

Lançamento de efluentes líquidos industriais provenientes de


indústrias químicas, petroquímicas e siderúrgicas, usa-se também
exigências adicionais para cada caso específico, em termos de
toxicidade crônica. Possibilidade de exigências em relação às
estruturas de lançamento de efluentes líquidos industriais, visando
evitar na zona de mistura, condições de toxicidade aguda ou que
atuem como barreira à migração e a livre movimentação da biota
aquática (FEEMA, 1999).

Indicadores utilizados para o dimensionamento

As normas técnicas, internacionais assim como as nacionais, contêm


especificações técnicas, critérios, regras e definições de características
que garantem que materiais, produtos, processos e serviços atendam
os objetivos a que se propõem. Os indicadores apresentados neste
manual possibilitam controlar e melhorar o desempenho ambiental,
de modo que as empresas procurem reduzir os custos e, ao mesmo
tempo, aumentar a sua lucratividade, colocando em prática os
conceitos de uma gestão que permitirá alcançar uma maior eficiência
energética, optimizando o uso dos insumos, matérias-primas e
recursos hídricos, reduzindo a geração de resíduos e tornando os
funcionários mais conscientes e motivados.

Para o dimensionamento existem alguns Indicadores de Desempenho


que são definidos como parâmetros utilizados para proporcionar um
quadro geral significativo, conciso do desempenho de projeto/pro-
grama da organização. Os indicadores devem ser usados para
monitorar o desempenho tanto das instituições do governo, para ga-
rantir um governo transparente e responsável, quanto do sector
privado envolvido na gestão de resíduos.

Segundo a norma ABNT NBR ISO 14031:2002, a Avaliação de


Desempenho Ambiental (ADA) é um processo de gestão interna que se
baseia em indicadores para analisar a evolução do desempenho
ambiental de uma organização, sempre comparando às metas

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estabelecidas por esta mesma organização. A norma ABNT NBR ISO


14031:2002 prevê duas categorias gerais de indicadores a serem
considerados na ADA, os Indicadores de Condição Ambiental (ICA) e os
Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA). Os ICA fornecem
informações sobre a qualidade do meio ambiente local. Os dados para
estes indicadores são geralmente coletados de acordo com padrões e
regras ambientais estabelecidos por normas e dispositivos legais
(COSTA, 2008).

Quanto aos IDA, são divididos em dois grupos:


1) Os Indicadores de Desempenho de Gestão (IDG), que fornecem
informações sobre as práticas de gestão que influenciam no
desempenho ambiental.

2) Os Indicadores de Desempenho Operacional (IDO), que fornecem


informações sobre as operações do processo produtivo que interferem
no desempenho ambiental.

Tabela 5: Classificação dos indicadores de desempenho ambiental


(IDA)
Categoria Tipo Exemplos de indicadores
Consumo relativo de energia
Indicador de
Desempenho
Consumo relativo de água
Operacional (IDO)
Indicador de Geração relativa de resíduos
Desempenho sólidos
Ambiental (IDA)
Consumo relativo de matéria-
prima
Indicador de Quantidade de ocorrências
Desempenho ambientais
de Gestão (IDG) Percentual de metas atingidas

Concentração de um
contaminante específico na
Indicador de Condição Ambiental (ICA)
água, ar ou solo

Número total de espécies da


fauna em uma área local
definida
Fonte: ABNT NBR ISO 14031:2002.

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A escolha de indicadores representativos

De acordo com Costa (2008), existem varios indicadores ambientais de


desempenho operacional (IDO), que podem ser monitorados. Esta
monitoria de todos indicadores, pode ser feita de maneira quantitativa
requerendo muitos esforços. Os grandes grupos de indicadores de
desempenho ambiental sugeridos serão apresentados mais adiante,
são eles:
 Consumo de água;
 Consumo de energia;
 Consumo de matérias-primas;
 Geração de resíduos sólidos;
 Emissões atmosféricas;
 Geração de efluentes líquidos.
Esta apresentação inclui recomendações para a medição de cada
indicador, seu sistema de coleta de dados e seus subindicadores.

Índices relativos a produção em peso


Os indicadores de desempenho operacional não são valores
absolutos, mas sim índices relativos à produção (COSTA, 2008).
Assim, para poder monitorar o IDO é essencial que se monitore
também a produção de uma determinada organização. E, para poder
comparar os IDO’s de modo criterioso ao longo do tempo, é
igualmente necessário que a produção seja monitorada em unidades
de peso, ou seja, em quilogramas ou toneladas de produto acabado
(COSTA, 2008).
Se por exemplo temos uma empresa gráfica que já faz o controleda
sua produção, em número de folhas impressas, poderá utilizar
também índices de desempenho ambiental com a quantidade de
folhas produzidas no denominador. Todavia, sugere-se a conversão
deste número em peso, que pode ser feita de modo simples,
utilizando a área e a gramatura do substrato impresso. A tabela 4
ilustra o cálculo de conversão de número de folhas para peso.
Tabela 6: Cálculo de conversão de número de folhas para peso

Cálculo de conversão de número de folhas para peso


Formato da folha 66 x 96 cm

Largura 0,66 m

Comprimento 0,96 m
Gramatura 76 g/m2
Área 0,6336 m2

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Massa 48,15 g
Número de folhas 10000 folhas
Peso total 481,54 kg
Fonte: COSTA, 2008

Os consumos de materiais e energia de uma gráfica, bem como a sua


geração de resíduos e efluentes, variam não somente de acordo com a
sua produção em peso, mas também pelas programações de produção
e de acordo com os processos não produtivos (COSTA, 2008). Assim, os
IDO podem não ser diretamente proporcionais às variações na
produção. Porém, esta possível não-linearidade entre a produção e os
impactos ambientais da gráfica não é motivo para deixar de monitorar
os IDO. Ao contrário, a gráfica deve sempre se empenhar para que os
seus indicadores de desempenho ambiental, por unidade produzida
em peso, sejam os melhores possíveis.

Unidades de medida padronizadas

A padronização dos indicadores e suas respectivas unidades de


medidas, faz com que estes, ao longo do tempo, contribuam com os
seus índices para o sistema de monitoramento ambiental da indústria.
As unidades recomendadas para cada IDO apresentado neste manual
são apresentadas no início deste tema sobre cada um desses IDO
(COSTA, 2008).

Procedimentos de coleta de dados

Os dados que servem para alimentar os IDO podem ser coletados a


partir de monitoramento e medição, registros de inventário e de
produção, registros financeiros e contábeis, registros de compras,
entre outros. Para assegurar a confiabilidade dos dados, é importante
estabelecer procedimentos para sistematizar a sua coleta. Estes
sistemas de coleta de dados podem variar, dependendo de fatores
como disponibilidade, adequação, validade e verificabilidade científica
e estatística (ABNT NBR ISSO 14031).

Consumo de água
Unidade de medição

O indicador ambiental de desempenho operacional (IDO) sobre o


consumo de água deve representar o consumo total de água da
empresa sobre a produção total no mesmo período. A unidade deste
IDO deve ser L/kg. A unidade m3/t é equivalente a L/kg. No entanto,
para facilitar o entendimento e a visualização, recomenda-se utilizar
L/kg (COSTA, 2008).

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Coleta de dados

Segundo Costa (2008), os dados sobre o consumo de água podem ser


coletados por meio da conta mensal de consumo da empresa de
abastecimento, das medições no hidrômetro do poço ou do sistema de
reuso de água, ou ainda pelas notas fiscais de recepção de água por
caminhão. No caso de poço, a instalação de um hidrômetro é uma
obrigação legal, como parte do processo de obtenção da outorga
deste poço junto ao órgão do Estado pertinente.

Apesar de não ser uma exigência legal, recomenda-se também instalar


hidrômetros adicionais para medir os volumes nos principais pontos
de consumo permitindo assim o estabelecimento e o
acompanhamento de subindicadores, essenciais para poder priorizar
os projetos e as ações de redução.
Subindicadores

O consumo total de água inclui não somente o consumo produtivo,


mas também o consumo para os sanitários, a lavagem, a irrigação, a
rede de hidrantes ou o refeitório (COSTA, 2008). Assim, para refinar o
controle do consumo de água, recomenda-se fazer a distinção entre o
consumo estritamente produtivo e os demais consumos. No entanto, é
importante ressaltar que, em última instância, é o consumo total de
água que importa, não apenas o consumo diretamente relacionado a
processos produtivos.
Consumo de energia
Unidade de medição
Para o indicador consumo de energia, tem como unidade de medição
o MJ / t

MW ou MWh?
O watt (W) não deve ser confundido com o watt-hora (Wh). O watt é
uma unidade de potência, ou seja, uma quantidade de energia por
unidade de tempo (COSTA, 2008). Já, o watt-hora (Wh) é uma unidade
de energia; a quantidade de energia consumida por um equipamento
de potência de um watt durante uma hora. Assim, o consumo de
energia elétrica deve ser expresso em watthora, ou, para apresentar o
consumo mensal de uma gráfica, em megawatt-hora (COSTA, 2008).

Quanto ao indicador do consumo de energia, deve ser expresso em


megawatt-hora por tonelada produzida, o que é equivalente a
quilowatt-hora por kg produzido (MWh/t ou kWh/kg).
1.000 Wh = 1 kWh
1000 kWh = 1 MWh
1 MWh/t = 1 kWh/kg

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Coleta de dados

Os dados de energia elétrica podem ser coletados por meio da conta


de consumo da companhia de fornecimento de energia, enquanto que
os demais, como GLP, diesel e gás natural por nota fiscal (COSTA,
2008).

Subindicadores

Uso não produtivo versus industrial: o consumo total de energia da


empresa inclui não somente o consumo produtivo, como também o
consumo de energia de áreas externas e administrativas, refeitórios
etc. É recomendado separar o consumo das áreas produtivas das
demais.
Unificar os consumos de energia em um só índice

É muito comum numa organização consumir energia de várias fontes.


Por exemplo, pode completar o seu consumo de energia elétrica com
um consumo adicional de combustíveis como diesel, gás natural, GLP
ou mesmo óleo térmico.

Conforme Costa (2008), nestes casos, além de acompanhar cada


consumo com índices específicos, é recomendável acompanhar
também o consumo total de energia, podendo ser necessário
converter os diversos consumos na mesma unidade de energia,
recomendando-se o MJ (megajoule). O joule representa o trabalho
necessário para produzir a energia de um watt por um segundo. Assim,
1 watt-hora (Wh) é equivalente a 3.600 joules (J). O megajoule (MJ)
equivale a um milhão de Joules (106 J).
1 Wh = 3.600 J
1.000.000 J = 1 MJ

1) Converter o consumo de energia elétrica em MJ


Na conta mensal de energia elétrica, o consumo é indicado em
megawatt-hora (MWh). Para converter este valor em MJ, basta
multiplicar por 3600.
Ex: 150 MWh = (150 x 3.600) MJ = 540.000 MJ

2) Converter um consumo de combustível em MJ


Para converter um consumo de combustível em um consumo de
energia em megajoule, é preciso saber primeiro o poder calorífico
deste combustível. É o fornecedor quem indica o poder calorífico do
seu produto.
Ex: um consumo de 2.000 kg de GLP a 11.750 kcal/kg

Representa:
2.000 kg x 11.750 kcal/kg = 23.500.000 kcal
23.500.000 kcal = 2, 35.107 kcal = 9, 84.107 kJ = 9, 84.104MJ
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Nota: 1 cal = 4,1868 J

3) Somar os diversos consumos em MJ


Basta somar os diversos consumos que foram todos convertidos na
mesma unidade do MJ. Dividir então este consumo total de energia
pela produção mensal em tonelada permite obter um indicador global
de desempenho energético, um indicador que independe de
mudanças na matriz energética da gráfica.

Consumo de matérias-primas
Para Costa (2008), o estabelecimento do indicador de consumo de
matérias-primas deve-se levar em consideração todos os insumos de
pré-impressão, impressão e pós-impressão, tais como revelador,
substratos, grampos, tintas, vernizes, adesivos, solventes e demais
produtos químicos. Como característica para se obter dados para a
avaliação do desempenho ambiental, é necessário a uniformização e a
padronização das unidades de medidas. Dessa forma, as unidades
básicas adotadas para os produtos químicos são: L (litro) para insumo
químico e kg (quilograma) para substratos, visto que esses insumos
fazem parte do processo de impressão, mas sempre com a função de
auxiliar na melhor qualidade (COSTA, 2008).

O consumo de matérias-primas é calculado pelo somatório das


quantidades utilizadas na produção. Os dados podem ser obtidos por
meio do sistema de gestão de compras e do controle de saídas.
Recomenda-se que o monitoramento seja mensal. Para pequenas
empresas ou consumos reduzidos o monitoramento pode ser
trimestral (COSTA, 2008).

Geração de residuos sólidos


Unidade de medição
Tonelada gerada por tonelada produzida (t/t)

Resíduos enviados para aterro

O monitoramento da classificação (ABNT NBR 10004:2004) e da


quantidade de resíduos enviados para aterro sanitário é fundamental
para que se possa evitar a destinação inadequada de resíduos e sua
excessiva geração. Além disso, dará subsídios para que a empresa
possa direcionar esforços visando à redução, reutilização ou a
utilização de meios alternativos para a disposição ambientalmente
adequada dos resíduos em conformidade com a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305/10 e regulamentada pelo DL 7404/10)
recentemente promulgada que instituiu a figura da “responsabilidade
compartilhada” a todos os geradores de resíduos.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

A gestão de resíduos promove a sustentabilidade, na medida em que


reduz impactos ambientais negativos. De referir que os custos
envolvidos na utilização de aterro sanitário para o descarte de
resíduos são altos, pois envolvem as operações de logística (coleta e
transporte do local de geração até o destino) e as despesas para o
aterramento (COSTA, 2008). Tais despesas normalmente são cobradas
por tonelada aterrada. Portanto, quaisquer reduções dos resíduos
gerados resultantes dos controles estabelecidos promoverão a
redução nos custos com transporte e destinação.
Resíduos coprocessados e incinerados
Resíduos coprocessados

Os mais diversos tipos de resíduos contaminados com produtos


químicos, tais como tinta, óleo, graxa, cola, solvente, verniz, entre
outros, não poderão ser encaminhados para aterro sanitário em
função do risco inerente de contaminação de pessoas, animais e meio
ambiente (COSTA, 2008). Desta forma, uma das alternativas
económicas e ambientalmente viáveis é o coprocessamento de tais
resíduos, cujas características químicas servirão de fonte de energia
para o processo.

Resíduos incinerados

A incineração é uma forma de destinação de resíduos muito raros na


indústria. Pode ser utilizada para volumes pequenos gerados em
processos não industriais, tais como laboratório ou ambulatório.
Portanto, este tipo de destinação não precisará ser acompanhado por
um indicador específico.
Panos de limpeza

Os residuos provenientes da limpeza de máquinas e bancadas, são


classificados como resíduos perigosos (Classe I – ABNT NBR
10004:2004) devido à contaminação por solventes, tintas e outros
produtos químicos. Tais resíduos deverão ser armazenados
separadamente, para evitar a contaminação de outros itens e sua
destinação deverá ser criteriosa.

As opções para tratamento são incineração ou coprocessamento,


sendo esta última mais atraente em termos financeiros. No entanto,
existem empresas especializadas no fornecimento e lavagem dos
panos de limpeza. O material é locado para o usuário e,
posteriormente, devolvido para a higienização. A destinação dos panos
de limpeza, seja ela qual for, tratamento ou higienização, deverá ser
amparada por um certificado de destino emitido pelo órgão ambiental
estadual.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

A opção pela higienização não diminui ou anula a responsabilidade do


gerador, que deverá examinar o licenciamento ambiental da empresa
para certificar-se que o processamento dos panos de limpeza é
devidamente licenciado. A geração dos panos de limpeza está
relacionada com o parque industrial instalado, atrelado ao número de
funcionários.

Outros indicadores

Os indicadores mencionados acima são os principais indicadores de


desempenho ambiental para a maioria das empresas do setor gráfico.
Constituem o quadro básico a ser acompanhado. Porém, além desses,
existem outros indicadores que podem ser monitorados. Como, por
exemplo, o volume de isopropanol consumido por mês. Cabe a cada
empresa determinar os indicadores mais importantes para o consumo
interno.

Emissões atmosféricas
Indicadores de Desempenho Ambiental

É recomendável adotar práticas de controle de emissões atmosféricas


para identificar quais atividades e processos contribuem para o seu
desempenho ambiental, devendo-se atender os requisitos aplicáveis
ao setor. O órgão ambiental pode ser consultado a respeito das
diretrizes necessárias à avaliação do desempenho.

As principais emissões do processo gráfico são os COVs (Compostos


Orgânicos Voláteis). Outras também podem ser consideradas
provenientes da geração da energia, do transporte, matérias-primas,
tais como, CO2, SOx, NOx, CO.

Geração de efluentes líquidos

A geração de efluentes liquidos, são definidas através do uso sanitário


e do processo produtivo. O descarte precisa atender as legislações
vigentes. Para determinação dos índices de contaminação será
necessário realizar análises laboratoriais frequentes, que indicarão a
carga de contaminantes e suas possíveis variações em função de
mudanças na matéria-prima ou no processo produtivo. Caso o
resultado não atenda a determinação legal, haverá necessidade de
tratamento prévio para o descarte. O monitoramento permanente é
realizado após a definição das metas de redução estabelecidas pela
empresa em atendimento e conformidade às leis aplicáveis e, assim,
os indicadores nos pontuam nesse caminho da gestão ambiental.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Características dos Indicadores de Desempenho


De acordo com Costa (2008), a monitoria de um sistema de gestão de
resíduos sólidos, para que seja pático, útil e benéfico é necessário que
os Indicadores de desempenho possam ser:
 Quantificáveis
 Acionáveis
 Orientados para os resultados
 Sistema vs indicador
 Responsável a todos cidadãos

Quantificáveis

Nesta característica refere que um indicador, deve ter dados que


possam ser realísticos, que refletem uma boa colaboração possível.

Acionáveis

As estruturas ou autoridades governamentais devem ter o poder de


influenciar o resultado de um indicador, através de medidas concretas
que elas possam tomar.

Orientado para Resultado

Para além das características acima mencionadas, também é


necessário que um indicador possa representar um resultado, e não
pode aparecer como uma estratégia para alcançar o resultado.

Sintoma vs Indicador

O comportamento dos cidadãos, muita das vezes é um resultado da


natureza do serviço prestado, razão pela qual um indicador deve
refletir a prestação efetiva de serviço, e não um resultado do serviço.

Responsável a todos os cidadãos

Um indicador deve estar relacionado com um resultado que seja


operacional ou financeiro, que afecte todos os cidadãos e nãos uma
partes ou um grupo de indivíduos no serviço.
Qualidade de agua
As águas naturalmente disponíveis, mesmo aquelas que jorram de
fontes cristalinas em montanhas, não podem ser consideradas puras
no sentido estrito dos critérios químicos. Toda água, de um modo
geral, contém impurezas em maior ou menor concentração,
dependendo de sua procedência. O critério de pureza de uma água é
relativo, dependendo do uso a que se destina.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Segundo o decreto 18/2004 de 2 de Junho, os parâmetros para definir


a qualidade de água de domínio público, serão aferidos em função da
sua categoria, tendo em consideração o objectivo último do seu uso,
quer que seja comum ou privado. Essas categorias referem-se
concretamente a:
 Água para fins de consumo humano
 Água para fins agro-pecuarios
 Água para fins de piscicultura
 Água para fins recreativos (natação, esqui aquático e
mergulho)
 Água para fins de processamento de alimentos, bebidas
alcoólicas e não alcoólicas.

Na água potável há sempre a presença de sais minerais, os quais,


dentro de limites aceitáveis, são indispensáveis aos processos
fisiológicos dos seres humanos (MOTA, 1995). No entanto, se as
substâncias presentes na água alcançam valores acima de
determinados limites específicos para cada uma delas, podem ocorrer
prejuízos aos seres vivos e/ou ao meio ambiente, assim, é necessário
que haja um acompanhamento analítico da qualidade das águas,
determinando a natureza e as concentrações das espécies químicas ou
biológicas presentes, visando avaliar as alterações físico-química-
biológicas do corpo hídrico, critério essencial para que se possa gerir a
qualidade das águas. A tabela 5 ilustra a composição dos cpnstituinte
orgânicos.

Tabela 7: Composição dos constituintes orgânicos, em suspensão nos


esgotos domésticos como um todo

Constituinte Concentração (ml L-1) % sobre o total de carbono


orgânico em suspensão
Gorduras 140 50
Proteínas 42 10
Carboidratos 34 6,4
Detergentes aniônicos 5,9 1,8
Açúcares aminados 1,7 0,3
Amidas 2,7 0,6
Ácidos solúveis 12,5 2,3
Não discriminado 60 28,6
Carbono orgânico 211 100
Fonte: BENN e McAULIFFE, 1981.

72
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Tabela 8: Composição dos constituintes orgânicos, solúveis no


esgoto doméstico

Constituinte Concentração (ml L-1) % sobre o total de carbono


orgânico
Açúcares 70 31,3
Ácidos não-voláteis 34 15,2
Ácidos voláteis 25 11,3
Aminoácidos livres 5 3,1
Aminoácidos combinados 13 7,6
Detergentes aniónicos 17 11,2
Ácido úrico 1 0,5
Fenóis 0,2 0,2
Fonte: BENN e McAULIFFE, 1981.

Parâmetros de qualidade da água


Os parâmetros essenciais que devem caracterizar a qualidade de água,
em função da sua categoria, para averiguar a conformidade das águas
com os padrões de qualidade e para permitir a determinação de
esquemas de tratamento adequados, as águas serão classificadas
qualitativamente observando-se os parâmetros fixados abaixo:

A água para fins de consumo humano irá se aplicar como parâmetros


de qualidade de água para consumo humano, os fixados na
regulamentação específica sobre a matéria;

No caso da água para fins agro-pecuarios, existem intervalos


recomendados e classificação da água para fins de rega ou irrigação e
pecuária, isto é, na pecuária as bactérias devem ser <40/100ml, baixas
concentrações de substâncias tóxicas e na irrigação o total de sólidos
dissolvidos <ou=100000/100ml, salinidade medida através da
conductividade electrica da água (CE agua, mS/Cm, níveis de absorção
de sódio (SAR) da água de rega.

Para a água para fins de piscicultura, temos o pH 6.5-8.5, DBO <ou = 1-


2mg/l, oxigénio dissolvido 6-7mg/l (15oC), 4-5 mg/l (20oC). A água para
fins recreativos (natação, esqui aquático e mergulho), nulo de cloro,
cheiro, gosto e turvação, bactérias totais <1000/100ml, coliformes
<100/100ml. Por fim a água para fins de processamento de alimentos,
bebidas alcoólicas e não alcoólicas, temos a água para fins de consumo
humano e anião floretp (F - <1ppm) (Decreto 18/2004).

73
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Critérios de controlo de qualidade de água


A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de
intensidade que a luz sofre ao atravessá-la devido à presença de
sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal
orgânico e inorgânico. Dentre o colóide orgânico pode-se mencionar
os ácidos húmicos e Fúlvio, substâncias naturais resultantes da
decomposição parcial de compostos orgânicos presentes em folhas,
dentre outros substratos. Também os esgotos sanitários se
caracterizam por apresentarem predominantemente matéria em
estado coloidal, além de diversos efluentes industriais contendo
taninos (efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas (efluentes de
indústrias têxteis, indústrias de pigmentos, etc), lignina e celulose
(efluentes de indústrias de celulose e papel, da madeira, etc.).

Para além de compostos orgânicos, os inorgânicos capazes de possuir


as propriedades e provocar os efeitos de matéria em estado coloidal,
como o caso de óxidos de ferro e manganês, que são abundantes em
diversos tipos de solo. Alguns outros metais presentes em efluentes
industriais conferem-lhes cor mas, em geral, iões dissolvidos pouco ou
quase nada interferem na passagem da luz.

No abastecimento público de água, a cor, embora seja um atributo


estético da água, é um padrão de potabilidade. A presença de cor
provoca repulsa psicológica pelo consumidor, pela associação com a
descarga de esgotos. A Resolução n° 20 do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA), que dispõe sobre os níveis de qualidade das
águas naturais, inclui a cor como parâmetro de classificação. Esta
limitação é importante, pois nas águas naturais associa-se a problemas
de estética, às dificuldades na penetração da luz e à presença de
compostos recalcitrantes (não biodegradáveis, isto é, de taxas de
decomposição muito baixas) que em geral são tóxicos aos organismos
aquáticos.

Embora existam técnicas mais específicas para a identificação de


substâncias tóxicas na água, a presença de cor verdadeira na água
pode ser indicadora dessa possibilidade. No entanto, a não inclusão
como padrão de emissão permite que determinadas indústrias contem
com as diluições sofridas no corpo receptor e não necessitem de
tratamento adicional específico para a remoção da cor residual de
efluentes tratados por processos biológicos, por exemplo. Por outro
lado, este tratamento físico-químico em nível terciário, à base do
emprego de coagulantes, apresenta custo elevado devido ao grande
consumo do produto e à grande produção de lodo a ser desidratado e
disposto em aterro.

No controle da qualidade das águas nas estações de tratamento, a cor


é um parâmetro fundamental, não só por tratar-se de padrão de
potabilidade como também por ser parâmetro operacional de controlo

74
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

da qualidade da água bruta, da água decantada e da água filtrada,


servindo como base para a determinação das dosagens de produtos
químicos a serem adicionados, dos graus de mistura, dos tempos de
contato e de sedimentação das partículas floculadas. Por serem
parâmetros de rápida determinação, a cor e a turbidez são muito úteis
nos ensaios de floculação das águas e nos ensaios de sedimentação
em colunas e de filtração em leitos granulares.

Para os problemas de lançamento de efluentes industriais, deverá ser


levada em consideração a necessidade de atendimento aos padrões de
cor do corpo receptor.

Padrões de emissão de efluentes líquidos pelas indústrias


As tabelas abaixo mostram alguns exemplos de padrões de emissão de
efluentes líquidos por algumas indústrias, (Decreto 18/2004).

Tabela 9: Produção de Aluminio


Parametro Valor MS
PH 6a9 *
DQO 150
Solidos Suspensos totais 50 *
Fluor 20 *
Aumento de temperatura <=3o C
Aluminio 0,2
Mercurio 3,5 *
Oleos e gorduras 10 *
Cloro livre 20 *
Fonte: Dereto no 18/2004

Tabela 10: Indústria de cerveja


Parametro Valor MS
PH 6a9 *
DBO5 (Demanda biologica de
oxigenio) 30 *
DQO 80
Solidos Suspensos totais 15 *
Oleos e gorduras 10
Azoto (NH4) 10
E-Coliformes (moleculas/100ml) 400 *
o
Aumento de temperatura <=3 C
Fonte: Dereto Dereto no 18/2004

75
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Tabela 11: Indústria de cimento


Parametro Valor MS
PH 6a9 *
Aumento de temperatura <=3o C
Solidos Suspensos totais 50 *
Fonte: Dereto Dereto no 18/2004

Tabela 12: Indústria de mineração e produção de carvão


Parametro Valor MS
PH 6a9 *
Solidos Suspensos totais 35-50 *
Oleos e gorduras 10
Mercurio 3,5 *
Fonte: Dereto Dereto no 18/2004

Tabela 13: Indústria de produção de coque


Parametro Valor MS
DBO5 (Demanda biologica de
oxigenio) 30
DQO 150 *
SST 50 *
Oleos e gorduras 10
Fenol 0,5 *
Cianeto total 0,2 *
Azoto total 10
Benzeno 0,05 *
Fonte: Dereto Dereto no 18/2004

Tabela 14: Indústria de laticínios


Parametro Valor MS
PH 6a8 *
DBO5 50 *
DQO 250 *
SST 50 *
Oleos e gorduras 10
Azoto Total=10
Fosforo 2
E-Coliformes
(moleculas/100ml) 400
Fonte: Dereto Dereto no 18/2004

76
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Tabela 15: Padrões de emissão de efluentes líquidos domésticos


Valor maximo
Parametro admissivel Unidades Observacoes
Cor Diluicao 1:20 Presenca/Ausencia
Cheiro Diluicao 1:20 Presenca/Ausencia
Escala de
PH, 6,0 a 9,0 Sorensen
Aumento no meio
Temperatura 35o C oC receptor
DQO 150 mg/l O2
SST 60 mg/l
3 mg/l em zonas
Fosforo total 10 mg/l sensiveis
Azoto total 15 mg/l
Fonte: Dereto Dereto no 18/2004

Controle da poluição por efluentes industriais.


Segundo Archela et al (2003), poluição refere-se como toda e qualquer
forma de alteração das propriedades naturais, podendo ser físicas,
químicas ou biológicas, que possam ocorrer no meio ambiente. Dessa
forma, devemos distinguir poluição de contaminação, pois esta
representa um risco em potencial à natureza, sendo portanto mais
perniciosa ao meio ambiente e à saúde humana.

De acordo com Hespanhol e Gonçalves, (2004), devido a limitação de


reservas de água, o aumento da demanda de água para atender, aos
consumos humano, agrícola e industrial, a prioridade de utilização dos
recursos hídricos disponíveis para abastecimento público e as
restrições que vêm sendo impostas em relação ao lançamento de
efluentes no meio ambiente, torna necessária a adoção de estratégias
que visem a racionalizar a utilização dos recursos hídricos e mitigar os
impactos negativos relativos à geração de efluentes pelas indústrias.

Os principais poluentes da atmosfera são aqueles emitidos em maiores


quantidades e por grande variedade ou número de fonte, que,
portanto, se apresentam sistematicamente em áreas urbanas
poluídas, em concentrações próximas do limiar de efeitos percetíveis
sobre os vários receptores (E-MEIOAMBIENTE, 2003). Olhando para
esta afirmação, destacam-se como poluentes da atmosfera o material
particulado, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e monóxido de
carbono. A avaliação da qualidade do ar visa monitorar as
concentrações de poluentes na área de influência de uma organização,
visando a verificação do atendimento aos padrões de qualidade do ar,
estabelecidos na legislação ambiental.

77
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Os efluentes líquidos ao serem despejados com os seus poluentes,


causam alterações na qualidade dos corpos receptores e resultam na
sua poluição. O desenvolvimento urbano e industrial, já vem
acontecendo ao longo dos rios devido à disponibilidade de água para
abastecimento e a possibilidade de utilizar o rio como corpo receptor
dos dejetos. Neste preciso momento a grande preocupante reside no
aumento tanto das populações quanto das atividades industriais e o
número de vezes que um mesmo rio recebe dejetos urbanos e
industriais (GIORDANO, 1999).

Os cursos de água sofrem uma poluição hídrica que pode ser definida
como sendo qualquer alteração física, química ou biológica da
qualidade de um corpo hídrico, capaz de ultrapassar os padrões
estabelecidos para a classe, conforme o seu uso preponderante. A
poluição origina-se devido a perdas de energia, produtos e matérias-
primas, ou seja, devido à ineficiência dos processos industriais. O
ponto fundamental é compatibilizar a produção industrial com a
conservação do meio ambiente que nos rodeia, visto que a utilização
de técnica de controle não é suficiente, mas é importante a busca
incessante da eficiência industrial, sem a qual a indústria torna-se
obsoleta e é fechada pelo próprio mercado. A eficiência industrial é o
primeiro passo para a eficiência ambiental (GIORDANO, 1999).

A poluição pelos efluentes líquidos industriais deve ser controlada


numa primeira fase pela redução de perdas nos processos, incluindo a
utilização de processos mais modernos, arranjo geral optimizado,
redução do consumo de água com maior destaque para as lavagens de
equipamentos e pisos industriais, redução de perdas de produtos ou
descarregamentos desses ou de matérias-primas na rede coletora
(GIORDANO, 1999).

Sumário

Os conteúdos tratados nesta unidade temática, estão relacionados


com o seguinte:
Parâmetros de lançamento de efluentes
Critério para lançamento de efluentes líquidos
Indicadores utilizados para o dimensionamento
Características dos Indicadores de Desempenho
Parâmetros de qualidade da água
Critérios de controlo de qualidade de água
Controle da poluição por efluentes industriais.
Padrões de emissão de efluentes líquidos pelas indústrias.

78
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Exercicios de auto-avaliação

Grupo 1 (com respostas detalhadas)


1. Porque os efluentes devem obedecer os padrões?
2. Dê 3 exemplos de alguns parâmetros de lançamento de
efluentes.
3. Qual é a importância de conhecer os indicadores de
desempenho?
4. Porque os indicadores de desempenho devem ser
quantificaveis?
5. Porque a água se tornou uma reserva limitante?

Respostas:
1. Rever a página 61
2. Rever a página 62 e 63
3. Rever a página 64
4. Rever a página 73
5. Rever a página 80.

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. São padrões de lançamento de efluentes:
a) Temperatura
b) pH
c) Cor
d) Todas as alíneas estão correctas

2. É permitido no lançamento de efluentes:


a) óleos minerais até 20 mg/l e gorduras animais até 10 mg/l
b) óleos minerais até 20 mg/l e gorduras animais até 30 mg/l
c) óleos minerais até 20 mg/l e gorduras animais até 20 mg/l
d) óleos minerais até 20 mg/l e gorduras animais até 50 mg/l

3. A concentração maxima de mercúrio total é de:


a) 0.5mg/l
b) 0.005mg/l
c) 0.0001mg/l
d) 0.1mg/l

4. A concentração maxima de alumineo total é de:


a) 1.5mg/l
b) 4mg/l
c) 3mg/l
d) 2.5mg/l

5. A característica quantificável do indicador refere que:


a) As autoridades governamentais devem influenciar os dados
79
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

b) O resultado deve ser operacional


c) O resultado deve ser realístico
d) O comportamento das pessoas é resultado da prestação de
serviços.

6. A ABNT NBR 10004 é responsável pela classificação dos


resíduos. Qual das classes abaixo pertencem os resíduos
considerados perigosos, ou seja, aqueles que podem
apresentar riscos à saúde pública e/ou ao meio ambiente?
a) classe I
b) classe II
c) classe III
d) classe IV

7. A concentração maxima de fluorectos é de:


a) 1.5mg/l
b) 4mg/l
c) 1,4mg/l
d) 2.5mg/l

Exercicios integrados do tema

1. São indicadores de desempenho excepto:


a) Consumo de água
b) Geração de resíduos sólidos
c) Carbono orgânico
d) Geração de efluentes líquidos

2. A poluição refere-se:
a) Alteração das propriedades naturais, podendo ser físicas,
químicas ou biológicas,
b) Uso de tecnologias no tratamento de efluentes
c) A água tatada
d) Qualidade de água

3. São poluentes atmosféricos:


a) Material particulado e óxido de enxofre
b) Óxido de nitrogénio e monóxido de carbono
c) Dióxido de carbono e oxigénio
d) As alineas a) e b) estão correctas

4. Na industria de cerveja o pH varia de:


a) 6.5 a 9
b) 6 a 9
c) 7 a 9.5
d) Todas as alíneas estão erradas

80
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

5. A concentração maxima de nitratos é de:


a) 0.5mg/l
b) 0.005mg/l
c) 0.001mg/l
d) 10.0mg/l

6. A concentração maxima de prata total é de:


a) 2mg/l
b) 4mg/l
c) 0.005mg/l
d) 2.5mg/l

7. A cor e a turbidez são muito úteis nos ensaios de floculação das


águas e nos ensaios de sedimentação em colunas e de filtração
em leitos granulares, porque são:
a) Sedimentos de partículas
b) Parâmetros rápidos de determinação
c) Provocam problemas nos cursos de água
d) São fáceis de detectar.

8. A cor de uma amostra de água, está associada ao grau de


redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la devido
a:
a) Presença de efluentes não dissolvidos
b) Presença de cianetos
c) Presença de sólidos dissolvidos,
d) Presença de cloro na purificação da água.

9. A água das nascentes sempre é:


a) Pura
b) Contem impurezas
c) As alíneas a) e b estão corretas
d) Apenas alínea b é que esta errada

10. A cor é um padrão de potabilidade no abastecimento de água,


porque:
a) Ajuda a detectar microorganismos
b) Ajuda a descobrir o tipo de fonte de abastecimento
c) Provoca a subida de preços de cloro
d) Provoca repulsa psicológica pelo consumidor

Referências bibliográficas

_____. Resolução nº 20 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio


Ambiente, Art. 21, Padrões de Lançamento de Efluentes líquidos nos
Corpos de Água. Brasília, 1986.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

ARCHELA et al., Considerações sobre a geração de efluentes líquidos


em centros urbanos. Brasil, 2003.

BENN, F. R.; McAULIFFE, C. A. Química e poluição. Rio de Janeiro: LTC,


São Paulo: EDUSP, 1981.

COSTA, M., Manual de indicadores de desempenho ambiental. Brasil,


2008.

FEEMA, NT 202 R 10. Estabelece critérios e padrões para o lançamento


de efluentes líquidos. Publicada no DOERJ de 12 de dezembro de 1986.
GIORDANO, G. Avaliação ambiental de um balneário e estudo de
alternativa para controle da poluição utilizando o processo eletrolítico
para o tratamento de esgotos. Niterói, 1999. 137 p. Dissertação de
Mestrado (Ciência Ambiental). Universidade Federal Fluminense,
1999.

GONÇALVES, O.; HESPANHOL, I.; Conservação e reúso de Água:


Manual de orientação para o setor industrial. São Paulo:
CIRRA/MMA/ANA/FIESP, 2004.
MOTA, S. Preservação e conservação de recursos hídricos. Rio de
Janeiro: ABES, 1995.

MUSTAFA, G. S., Reutilização de efluentes liquidos em indústria


petroquimica. Brasil. 1998.

82
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

TEMA III: PROCESSOS FÍSICO-QUIMICOS ENVOLVIDOS NAS OPERAÇÕES DE TRATAMENTO DE


EFLUENTES INDUSTRIAIS.

Unidade temática 3.1. Análise de processos físico-quimicos usados nas


operações de tratamento de efluentes

Introdução

Os métodos de tratamento onde ocorre a aplicação de forças físicas


são tratados como operações unitárias de tratamento e aqueles em
que a remoção dos contaminantes é feita por reações químicas e ou
reações biológicas, são conhecidos como processos unitários
(METCALF & EDDY, 2003), citados por (NEVES, 2011). A utilização de
processos físico-químicos para tratamento de água e efluentes são
empregados com a finalidade de remover partículas coloidais e sólidos
em suspensão (EL-GOHARY et .al, 2010), citados por (NEVES, 2011). De
acordo co Neves (2011), os processos físicoquímicos são comumente
utilizados para tratamento de água de abastecimento, todavia tem
sido muito estudado a utilização desta tecnologia para tratamento de
efluentes domésticos e industriais.

Os processos de tratamentos físico-químicos, tem como objectivos


aglutinar partículas em suspensão no intervalo de 1 a 100µm, contidas
em águas residuárias mediante adição de coagulantes ou floculantes,
de modo a promover a redução de sólidos em suspensão e coloidais,
carga orgânica e de alguns tipos de poluentes prioritários da fase
líquida, transferindo-as para a fase solida.

O processo de clarificação de águas residuais, usando métodos físicos


– químicos, necessita de quatro fases nomeadamente a neutralização,
coagulação, floculação e sedimentação ou flotação. Segundo
Cavalcanti (2009), a neutralização consiste na eliminação das cargas
eletrostáticas superficiais responsáveis pela repulsão entre as
partículas carregadas eletricamente devido a adsorção de iões,
principalmente hidroxilos, presentes na água.

A coagulação refere-se ao processo de aglomeração de partículas em


suspensão finamente divididas ou em estado coloidal, pela adição de
um coagulante adequado ou por outra, o mecanismo da coagulação
consiste na formação de partículas floculantes (flocos) em um líquido
pela ação de um coagulante químico que, em solução, fornece carga
iónica oposta as partículas coloidais (CAVALCANTI, 2009).

Objectivos específicos

No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:

83
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Analisar os processos físico-quimicos de tratamento de


efluentes;
Identificar as operações usadas no sistema de tratamento.

Desenvolvimento de conteúdos

Processos físico-químicos dos efluentes industriais


Os processos físico-químicos abrangem métodos físicos de
tratamento, responsáveis pela remoção de sólidos flutuantes de
dimensões relativamente grandes, de sólidos em suspensão, areias,
óleos e gorduras; e os métodos químicos são responsáveis pela
remoção de materiais coloidais, cor, turbidez, odor, alcalinidade,
acidez, metais pesados e óleos, entre outros parâmetros (BRAILE,
1993). Segundo Almada (2008), no tratamento físico-químico de
efluentes industriais os processos de coagulação/floculação, filtração e
adsorção são amplamente utilizados.

Coagulação/Floculação
Em diversos efluentes é possível encontrar uma grande variedade de
espécies químicas, microrganismos, substâncias que produzem cor e
turbidez (ALMADA, 2008). O mesmo autor acrescenta que estes
sólidos em suspensão ou dissolvidos, por possuírem carga superficial
negativa, sofrem um grau de repulsão muito grande, permanecendo
no meio até que sejam criadas condições favoráveis para a sua
remoção. Um dos métodos mais usados para a remoção de sólidos
suspensos ou dissolvidos na água potável ou em efluentes é a adição
de um coagulante e de auxiliares de floculação, tais como sulfato de
alumínio, cloreto férrico e polímeros de cadeia longa (AWWA, 2005). A
figura 25 mostra o esquema de coagulação por neutralização de carga.

A coagulação efetuada por eletrólitos resulta de dois fenômenos: o


primeiro é essencialmente químico, o qual consiste nas reações do
coagulante com a água e resulta na formação de espécies hidrolisadas
com a carga positiva; o segundo, fundamentalmente físico, consiste no
transporte das espécies hidrolisadas para que haja contato com as
impurezas presentes na água (ALMADA, 2008).

Mecanismos de coagulação

Para Almada (2008), a coagulação é a desestabilização da dispersão


coloidal obtida pela redução das forças de repulsão entre as partículas
com cargas negativas, por meio da adição de produtos químicos
seguido por agitação com o intuito de homogeneizar a mistura. Os
principais mecanismos que atuam na coagulação são: compressão da

84
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

camada difusa, adsorção e neutralização de carga, varredura, adsorção


e formação de pontes.

Compressão da camada difusa

A coagulação ocasiona a desestabilização das partículas coloidais


através da adição de íons de carga contrária (ALMADA, 2008). Em um
sistema bifásico (sólido-líquido) onde existe uma grande quantidade
de partículas coloidais, umas se aproximam das outras e chocam-se
devido ao movimento contínuo e desordenado destas partículas
(movimento browniano), permitindo uma interação entre as camadas
difusas, fazendo com que ocorra atração devido à força de Van der
Waals, e repulsão devido à força da dupla camada elétrica (DCE)
(ALMADA, 2008).

Segundo DI Bernardo et al (2002) neste mecanismo de compressão da


camada difusa não ocorre inversão da carga dos colóides, isto é, as
partículas não podem ser reestabilizadas por excesso de carga no
meio, e a quantidade de eletrólitos necessária para a coagulação
praticamente independe da concentração de colóides na água.

Adsorção e neutralização de carga

De acordo com Almada (2008), após a adição de coagulante em


dispersões coloidais, ocorrem interações entre coagulante-colóide,
coagulante-solvente e colóide-solvente. Segundo o mesmo autor,
algumas substâncias químicas são adsorvidas na superfície das
partículas coloidais, por possuírem cargas contrárias, como por
exemplo, os coagulantes catiônicos. Assim ocorre uma
desestabilização de cargas que resulta num processo de neutralização
de cargas da suspensão (efluente). A atração entre a superfície dos
sólidos e as espécies adsorvidas (coagulantes) resulta de interações
como reações de coordenação, ligações covalentes ou reações de
troca iônica. A intensidade destas interações é superior aos efeitos
eletrostáticos obtidos pela compressão da camada difusa (ALMADA,
2008).

Segundo DI Bernardo et al (2002), as diferenças marcantes entre o


mecanismo de compressão da camada difusa e o processo de
adsorção e neutralização de cargas está na dosagem requerida para a
desestabilização, que é inferior à compressão da camada difusa. Na
adsorção e neutralização existe uma estequiometria entre a
quantidade de coagulante necessária e a concentração de partículas e
finalmente, um excesso de dosagem das espécies suscetíveis de serem
adsorvidas pode inverter a carga superficial das partículas, provocando
uma reestabilização.

85
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

O último mecanismo é de extrema importância para tecnologia de


tratamento de efluentes que utilizam a coagulação/floculação seguida
de uma filtração direta, pois não há necessidade de produção de flocos
sedimentáveis, mas sim de partículas desestabilizadas que serão
removidas pelo meio filtrante (DI BERNARDO et al, 2002).

Varredura

Para Almada (2008), o mecanismo de varredura possui esta


denominação devido ao arraste das partículas para fora do arranjo
cristalino durante a formação dos precipitados de hidróxidos amorfos.
Geralmente, o mecanismo de varredura é mais efetivo que o de
adsorção e neutralização de cargas. Isto ocorre pela alta taxa de
agregação devido ao aumento da concentração de sólidos, visto que
este mecanismo requer dosagens altas de coagulantes. Os
precipitados dos hidróxidos tendem a formar uma estrutura aberta
como uma peneira, com grande volume que garante alta
probabilidade de captura de outras partículas (ALMADA, 2008).

Segundo DI Bernardo et al (2002), conforme a quantidade de


coagulante, o pH da mistura e a concentração de alguns tipos de íons
presentes, poderá ocorrer a formação de precipitados como o
hidróxido de alumínio Al(OH)3, hidróxido de ferro Fe(OH)3, e outros,
dependendo do coagulante utilizado. As partículas coloidais presentes
comportam-se como núcleos de condensação para esses precipitados.

Adsorção e formação de pontes


Este mecanismo é desenvolvido por intermédio da utilização de
compostos orgânicos (polímeros), utilizados como coadjuvantes de
coagulação (ALMADA, 2008). Diversos compostos naturais ou
sintéticos são capazes de agir como coagulante por apresentarem
grupos ionizáveis ao longo de suas grandes cadeias moleculares
(ALMADA, 2008). Tais polímeros podem ser classificados como
catiônicos, aniônicos ou não iônicos, dependendo da característica do
grupo carregado que apresentem.

Colóides negativamente carregados podem ser desestabilizados, tanto


por polímeros catiônicos, quanto por aniônicos ou não-iônicos. A
teoria para explicar o comportamento dos polímeros como
coagulantes considera que ocorre inicialmente a adsorção do polímero
à superfície do colóide, seguida ou pela redução da carga ou pelo
entrelaçamento das partículas pelo polímero (PAVANELLI, 2001).
Coagulantes

No processo de coagulação/floculação várias substâncias têm sido


utilizadas como coagulantes e auxiliares de floculação, incluindo o
sulfato de alumínio - Al2(SO4)3 .18H2O, o cloreto férrico - FeCl3.
86
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6H2O, o sulfato férrico - Fe2(SO4)3, o sulfato ferroso -FeSO4 . 7H2O e


a cal hidratada - Ca(OH)2 (METCALF e EDDY,1991). Um aspecto
negativo da aplicação de um sal metálico como coagulante/floculante
no sistema de tratamento é a variação de pH do efluente tratado em
função do consumo de alcalinidade do meio, requerendo a utilização
de um alcalinizante (TANAC, 2002).

Taninos

De acordo com Almada (2008), taninos são produtos polifenólicos


extraídos principalmente das cascas de grandes árvores. Os taninos
podem ser divididos em dois grupos: os condensados, constituídos por
unidades flavonóides com diferentes graus de condensação e os
hidrolisáveis, que são ésteres de um açúcar, usualmente a glicose
(MONTEIRO, 2005).

Auxiliares de coagulação

Os polímeros de alta massa molar constituídos de longas cadeias


carbônicas têm sido utilizados em substituição ao sulfato de alumínio e
os polieletrólitos têm sido utilizados como auxiliares no processo de
coagulação de sólidos em suspensão (EBELING et al, 2005). Uma das
vantagens da utilização dos polímeros é que são necessárias dosagens
mais baixas e menores quantidades de lodo são produzidos. Além
disso, a massa molar e a densidade de carga podem optimizar e
auxiliar no desempenho da coagulação/floculação (EBELING et al,
2006).

Interferentes no processo

Diversos fatores interferem no processo de coagulação/floculação,


dentre os quais se destacam o pH e a alcalinidade do efluente, o tipo
de coagulante, a natureza das partículas coloidais, a distribuição de
tamanho das partículas causadoras da turbidez e a uniformidade da
aplicação dos produtos químicos (ALMADA, 2008). Dependendo do
mecanismo de coagulação predominante, também tem relevância a
condição da mistura, ou seja, o tempo e o gradiente de velocidade,
relacionado com a intensidade de agitação do líquido necessário para
garantir a adequada dispersão dos produtos químicos (ALMADA,
2008).

Filtração

De acordo com Perry (1999), o processo de filtração é a separação de


uma mistura fluido-sólido alcançada pela passagem desta suspensão
através de um material poroso, que permite o escoamento do líquido
e retém as partículas sólidas, seja em sua superfície ou dentro de seus
poros. Nos casos onde as dimensões médias dos sólidos suspensos são
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

maiores que as dos poros, há o predomínio da filtração de ação


superficial, também conhecida como filtração com formação de torta.

Segundo Almada (2008), quando os sólidos vão sendo retidos durante


a percolação do leito pelo fluido, o processo de filtração com ação de
profundidade passa a predominar. O termo filtração é o utilizado para
determinação da operação unitária e o filtro é o equipamento da
operação unitária por onde é realizada a filtração. O filtro que permite
que o líquido passe mantendo a maioria dos sólidos pode ser
constituído de uma tela, tecido, papel ou um leito de material sólido.
O líquido que passa através do filtro é denominado filtrado (PERRY,
1999).

De acordo com Mancuso (2003), a filtração é um processo-chave na


produção de efluente de alta qualidade, combinando mecanismos
físicos e químicos de remoção de sólidos, sendo por isso normalmente
usado como uma etapa final imediatamente antes da desinfecção e da
disposição final ou reúso. O autor ainda reforça que o desempenho
dos filtros está diretamente relacionado aos processos que os
precedem, como a coagulação e a floculação, ou seja, que a eficiência
da filtração depende, fundamentalmente, do tamanho e resistência
dos flocos formados nas etapas anteriores.

Para Almada (2008), a filtração é o processo mais importante na


separação sólido-líquido no tratamento de águas residuais e de
tratamento terciário. Nos últimos anos, devido à progressiva
diminuição da qualidade da água e matérias-primas para cumprir
rigorosas normas de qualidade da água potável, bem como
endurecimento nas legislações sobre as concentrações de poluentes
no tratamento de águas residuais, filtros estão sendo instalados na
maioria das estações de tratamento de água de abastecimento e águas
residuais (NGO, 1995).

Na filtração rápida com fluxo descendente, a camada filtrante pode ser


constituída por uma única camada de areia, uma camada dupla
antracito ou carvão ativado-areia (ALMADA, 2008). A configuração do
meio filtrante, em termos de número de camadas e granulometria,
devem ser adequadas ao tipo de água ou efluente a ser tratado, a fim
de proporcionar carreiras com duração desejada (ALMADA, 2008). Na
filtração direta descendente, ao contrário do que ocorre na
ascendente, é comum o uso de meios filtrantes com dupla ou tripla
camada (ALMADA, 2008).

Quando a velocidade com que a água atravessa o leito filtrante é


baixa, o filtro é denominado filtro lento. Quando é elevada, é
denominado filtro rápido. Um filtro rápido consiste de uma camada de
areia, ou em alguns casos, de uma camada de um meio poroso mais
grosso e denso colocado sobre a camada de areia, que vai permitir
a filtração a taxas ainda mais elevadas (RICHTER, 1991).

88
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Mecanismo da Filtração

Os mecanismos responsáveis pela remoção de partículas de dentro do


meio poroso são extremamente complexos e influenciados
principalmente pelas características físicas e químicas da partícula, da
água ou efluente e do meio filtrante, pela taxa de filtração e pelo
método de operação dos filtros (DI BERNARDO, 2003 e RICHTER,
1991).

DI Bernardo (2003) considera a filtração como o resultado de três


mecanismos distintos: transporte, aderência e desprendimento.
Segundo o mesmo autor os mecanismos de transporte são
responsáveis por conduzir as partículas em suspensão para as
proximidades da superfície dos coletores (areia ou outro material
granular), as quais podem permanecer aderidas a estes por meio de
forças superficiais, que resistem às forças de cisalhamento resultantes
das características do escoamento ao longo do meio filtrante. Quando
essas forças superam as forças de aderência, tem-se o
desprendimento.

Lavagem do Filtro

Após certo tempo de funcionamento, há necessidade da lavagem do


filtro, geralmente realizada pela introdução de água no sentido
ascensional com velocidade relativamente alta para promover a
fluidização parcial do meio granular com liberação de impurezas (DI
BERNARDO, 2003). Os filtros rápidos descendentes são lavados em
contracorrente a fim de suspender os depósitos retidos, por meio da
expansão do leito. Para possibilitar uma boa limpeza, esta expansão
não poderá ser pequena, mas também não deverá ser muito grande.
Expansões acima de 50% são indesejáveis porque reduzem o contato
entre os grãos e facilitam a perda do material. Na prática, consideram-
se expansões entre 25 e 50% como satisfatórias, sendo 40% um valor
comum (DI BERNARDO, 2003).

Filtração Rápida Descendente


Os filtros rápidos descendentes são os mais utilizados em estações de
tratamento de água (ALMADA, 2008). Nestes filtros a remoção de
sólido ocorre nas camadas superiores do leito filtrante, produzindo
uma perda de carga que aumenta rapidamente com o tempo
(ALMADA, 2008). A utilização de camada dupla composta de areia e
outro material poroso (por exemplo, antracito) permite aumentar
consideravelmente a taxa de filtração pelo favorecimento do processo
de filtração com ação de profundidade (RICHTER, 1991).

De acordo com Almada (2008), o método de operação dos filtros está


relacionado ao sistema controle do nível e da taxa de filtração, e

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depende da maneira como a carga hidráulica é aplicada. Se a carga


hidráulica disponível for mantida constante, a taxa de filtração será
máxima no início da operação do filtro, quando o leito estiver limpo. A
colmatação gradual no leito aumentará a resistência ao escoamento e,
conseqüentemente, diminuirá a taxa de filtração (DI BERNARDO,
2003).

Filtros de laboratório de areia (FLA)

Para obter resultados mais representativos, recomenda-se que, em


lugar do filtro de papel, seja utilizado o chamado filtro de laboratório
de areia (FLA) (ALMADA, 2008). Esse filtro pode ser confeccionado em
acrílico preferencialmente) ou em PVC. O filtro consiste de uma seção
de tubo de 30 a 40 cm de comprimento, com diâmetro interno de 19
mm (ALMADA, 2008). Na parte inferior do tubo é acoplado uma saída
de PVC dotado de uma tela e de dispositivo de saída, esquematizado
na Figura III.13. Para utilizar esse tipo de filtro, é necessário adaptar ao
aparelho de teste de jarro num sistema de suporte e drenagem dos
filtros (DI BERNARDO, 2003).

Adsorção

Segundo Almada (2008), o fenômeno de adsorção é uma operação


unitária que envolve o contacto entre um sólido e um fluido,
originando uma transferência de massa da fase fluida para a superfície
do sólido. São duas as fases entre as quais os constituintes se
distribuem diferentemente, havendo uma tendência de acúmulo de
uma substância sobre a superfície da outra (PERRY, 1999).

A adsorção é um fenômeno espontâneo, ocorrendo, pois, com a


diminuição da energia livre superficial, diminuição da desordem do
sistema, isto é, as moléculas adsorvidas perdem graus de liberdade e,
portanto, há uma diminuição de entropia (ALMADA, 2008). Os átomos
da superfície apresentam uma força resultante para dentro que deve
ser balanceada, ou seja, na direção normal à superfície, o campo de
elementos da rede não está balanceado, assim as moléculas
adsorvidas sobre uma superfície são mantidas por forças que provêm
desta superfície (ALMADA, 2008). A tendência a neutralizar este tipo
de ação, gera uma energia superficial, a qual é responsável pelo
fenômeno de adsorção (CIOLA, 1981).

A adsorção pode ocorrer em uma única camada de moléculas


(adsorção unimolecular ou monomolecular), ou também pode ocorrer
em diversas camadas (adsorção multimolecular) (CIOLA, 1981). De
acordo com Eckenfelder (1989) a adsorção é geralmente usada na
remoção de compostos orgânicos refratários, ou metais pesados
presentes em diversos tipos de efluentes, cuja remoção se torna difícil
ou impossível por processos de tratamentos convencionais.

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Adsorventes

Os adsorventes mais comuns incluem a sílica-gel, carvão ativado,


alumina, zeólitas e argilas (ALMADA, 2008). O processo de adsorção
depende de vários fatores, os quais incluem: natureza do adsorvente,
do adsorbato e as condições de adsorção (ANIA et al.,2002). As
características dos adsorventes incluem:
 Área superficial;
 Distribuição do tamanho dos poros;
 Densidade;
 Tipo de grupos funcionais presentes na superfície (ALMADA,
2008).

De acordo com Almada (2008), a natureza do adsorbato depende da:


 Polaridade;
 Hidrofobicidade;
 Tamanho da molécula;
 Solubilidade: grupos polares diminuem a adsorção;
 Acidez ou basicidade, determinado pela natureza do grupo
funcional presente.

Química Superficial
Segundo Castilla (2000), citado por Almada (2008), a química
superficial dos materiais carbônicos depende essencialmente, de seu
conteúdo de heteroátomos, principalmente de seu conteúdo em
complexos superficiais de oxigênio. Estes determinam a carga da
superfície, sua hidrofobicidade e a densidade eletrônica das camadas
grafênicas (CASTILLA, 2000). Assim, quando um sólido, tal como um
material carbonoso, é submerso em água, desenvolve sobre sua
superfície uma carga proveniente da dissociação de grupos funcionais
superficiais. Esta carga superficial depende do pH do meio e das
características da superfície do carvão (ALMADA, 2008).
Hidrocarbonetos
Para Almada (2008), os hidrocarbonetos são compostos que são
constituídos por átomos de carbono (C) e de hidrogênio (H), e são
classificados da seguinte forma: cadeia aberta (alcanos, alcenos,
alcinos) e cadeia fechada (cicloalcanos, cicloalcenos, cicloalcinos,
aromáticos). Dentre os hidrocarbonetos considerados substâncias
perigosas encontram-se os hidrocarbonetos polinucleares aromáticos
que possuem um poder carcinogênico em seres humanos
(ATSDR,1995).

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Operações de tratamento de efluentes industriais


A tabela abaixo apresenta um resumo dos principais sistemas de
tratamento de esgotos sanitários domésticos, feitos em geral, a nível
secundário.

Tabela 16: Principais sistemas de tratamento de esgotos sanitários

Poluente Nível de Operação, processo ou


tratamento sistema de tratamento

Sólidos em Preliminar Gradeamento, Remoção de


suspensão areia, Sedimentação,
Disposição no solo.

Matéria Secundário Lagoas de estabilizações e


orgânica variações, lodos ativados e
Primário (remoção
biodegradáv variações, filtro biológico e
parcial)
el variações, tratamento
anaeróbico, disposição no solo.

Patogênicos Terciário (principal) Lagoas de maturação,


Secundário disposição no solo, desinfeção
com produtos químicos,
desinfeção com radiação
ultravioleta.

Nitrogênio Secundário Nitrificação e desnitrificação


Terciário biológica, disposição no solo,
processos físico-químicos.

Fósforo Secundário Remoção biológica,


Terciário Processos físico-químicos.

Fonte: BORGES, SD

Sumário

Nesta unidade temática, abordou-se com maior destaque temas


relacionados com o seguinte:
Processos físico-químicos dos efluentes industriais e
Operações de tratamento de efluentes industriais.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Exercicios de auto-avaliação

Grupo 1 (com respostas detalhadas)


1. Em que consiste os processos físico-quimicos de tratamento de
efluentes?
2. Quais os principais resultados do mecanismo de filtração?
3. Enumere 2 mecanismos de coagulação?
4. Enuncie, pelo menos, 3 características adsorventes.
5. De que depende a química superficial?

Respostas:
1. Rever conteúdos da página 87
2. Rever conteúdos da página 87
3. Rever conteúdos da página 88
4. Rever conteúdos da página 94
5. Rever conteúdos da página 94

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. No tratamento físico-químico de efluentes industriais são
processos mais usados excepto:
a) Coagulação
b) Gradeamento
c) Filtração
d) Adsorção

2. A densidade é uma das características de:


a) Adsorventes
b) Filtrantes
c) Coagulantes
d) Todas as afirmações estão erradas

3. A remoção biológica e processos físico-quimicos, são


operações usadas para remover:
a) Sólidos em suspensão
b) Patógenos
c) Fosforo
d) Nitrogénio
4. O tratamento secundario e terciário, através do uso de lagoas
de maturação, disposição no solo, desinfeção com produtos
químicos, desinfeção com radiação ultravioleta, usam-se
para remover:
a) Acumulação de gorduras
b) Matéria orgânica do solo
c) Nitrogénio atmosférico
d) Patógenos

93
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

5. Para a remoção da matéria orgânica biodegradável usa-se a


seguinte operação:
a) Desinfeção com radiação ultravioleta
b) Lodos activados
c) Sedimentação
d) Processo físico-quimico

Exercicios integrados do tema

1. No tratamento físico-químico de efluentes industriais são mais


utilizados os processos de:
a) Coagulação, filtração e adsorção
b) Floculação, gradeamento e filtração
c) Filtração, adsorção e filtro de laboratório
d) Filtração, coagulação e adsorventes.

2. A compressão da camada difusa, adsorção e neutralização de


carga, varredura, e adsorção e formação de pontes são:
a) Mecanismos de adsorção
b) Mecanismos de coagulação
c) As duas alíneas estão correctas
d) Todas as alíneas estão erradas

3. O transporte, aderência e desprendimento são mecanismos de:


a) Filtração
b) Adsorção
c) Coagulação
d) Floculação

4. O gradeamento, Remoção de areia, Sedimentação,


Disposição no solo, são operações usadas para remover:
a) Fosforo
b) Nitrogénio
c) Sólidos em suspensão
d) Patógenos

5. A nitrificação é uma operação para remover o nitrogénio


usando:
a) O nível secundário e preliminar
b) O nível terciário e primario
c) O nível primário e secundário
d) O nível secundario e terciario

6. Os processos de tratamentos físico-químicos, tem como


objectivos aglutinar partículas em suspensão no intervalo de:
a) 4 a 100µm
94
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

b) 1 a 100µm
c) 1 a 200µm
d) 1 a 300µm

7. Umas das vantagens da utilização dos polímeros é que são


necessárias:
a) Dosagens muito altas baixas e menores quantidades de
lodo são produzidos
b) Dosagens mais baixas e menores quantidades de lodo são
produzidos
c) Dosagens mais baixas e maiores quantidades de lodo são
produzidos
d) Dosagens muito altas baixas e maiores quantidades de lodo
são produzidos

8. O arraste das partículas para fora do arranjo cristalino durante


a formação dos precipitados de hidróxidos amorfos, denomina-
se:

a) Mecanismo de filtração
b) Mecanismo de adsorção
c) Mecanismo de coagulação
d) Mecanismo de varredura

9. O pH e a alcalinidade do efluente, o tipo de coagulante, a


natureza das partículas coloidais, a distribuição de tamanho
das partículas causadoras da turbidez e a uniformidade da
aplicação dos produtos químicos são factores que interferem
na:
a) Coagulação
b) Filtração
c) Adsorção
d) Varredura

10. Dentre os hidrocarbonetos considerados como substâncias


perigosas encontram-se os hidrocarbonetos:
a) Ácidos graxos
b) Óxido de alumínio
c) Polinucleares aromáticos
d) Polinucleares não aromáticos

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de efluente industrial para fins de reúso. Dissertação de pós-graduação
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95
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

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97
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

TEMA IV: TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS, CARACTERÍSTICAS BÁSICAS


DA ACTIVIDADE INDUSTRIAL.

Unidade temática 4.1. Identificação de técnicas de tratamento de


efluentes industriais e suas características básicas.

Introdução

Para o tratamento de efluentes industriais, é necessário que haja


tecnicas ou passos de modo que se faça a definição de grupo alvo,
usando estratégias de amostragem, para que se saiba como os
resultados serão usados.

O período de coleta de amostra, a lista de materiais e equipamentos


necessários, as condições para a coleta de amostras, assim como os
parâmetros a ser analizados, fazem parte da caracterização dos
objectivos na metodologia usada. A determinação do tempo, faz-se
em função dos custos envolvidos, mas este não pode comprometer a
técnica.

Este processo de coleta de amostra deve ser dirigida por uma equipe
constituída por técnicos qualificados e um coordenador da área de
conhecimento da matriz a ser caracterizada.

Objectivos específicos

No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:


Identificar técnicas de tratamento de efluentes
Conhecer as características básicas de actividades industriaisno
tratamento de efluentes.

Desenvolvimento de conteúdos

Tecnicas de tratamento efluentes industriais


Etapas no processo de amostragem
Passo 1
No primeiro passo é preciso definir a sua população alvo e decidir
quais fatores são importantes.

Passo 2
Neste passo faz-se a decisão de como obter uma amostra que seja o
reflexo deste perfil ou por outra definir a sua estratégia de
amostragem.

98
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Passo 3
Decidir o tipo de resultados que você quer que sejam alcançados, o
tamanho da amostra irá depender disso.

Passo 4
Desenhar a sua amostragem de uma forma que reduza a influência de
resultados.

Passo 5
Nesta fase faz-se a própria Coleta de dados.

Passo 6
O sexto e último passo faz-se a avaliação dos dados de modo que
possa alinhar com a população alvo, se for necessários.

Procedimento para a redução das cargas poluidoras

De acordo com Giordano (1998), citado por Giordano, (2004), os


efluentes industriais resultantes de perdas de água e matérias-primas
ou produtos vindos do processo deve-se em primeiro lugar verificar se
estas perdas não podem ser evitadas ou reduzidas antes de se realizar
o monitoramento. Os pontos de atenção para as cargas poluidoas,
residem nos processos de limpeza de tanques, tubulações e pisos, pois
nestes pontos originam-se importantes cargas poluidoras (GIORDANO,
2004). O mesmo autor diz que é necessario dentro do possivel
remover os resíduos na forma sólida ou semi-sólida tais como pós ou
pastas, de modo que se possa evitar a solubilização e o arraste dos
mesmos por lavagens.

A correta especificação das matérias-primas também evita o descarte


de materiais fora de especificação, que é sinônimo de carga poluidora
e a linha divisória entre poluentes e produtos é exatamente a
possibilidade de sua utilização pelo mercado. Pode-se concluir que a
melhor forma de se controlar a poluição industrial é pela busca
incessante da eficiência desses processos. No caso de indústrias novas
deve-se projeta-las com os tanques e tubulações que favoreçam a
limpeza e com a melhor relação entre os volume e a superfície interna,
o que no caso de limpezas teriam as menores perdas possíveis.

Levantamento de dados industriais

Para caracterizar a carga poluidora dos efluentes industriais é


necessário o conhecimento prévio do processo industrial para a
definição do programa de amostragem (GIORDANO, 2004). Conforme
o mesmo autor neste processo de levantamento de dados, as
informações importantes a serem obtidas, destacam-se a lista de
matérias-prima, principalmente aquelas que de alguma forma possam

99
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

ser transferidas para os efluentes, fluxograma do processo industrial


indicando os pontos nos quais são gerados efluentes contínuos ou
intermitentes, identificar os pontos de lançamento de efluentes,
definir o sistema de medição de efluentes e instalá-lo.

A capacidade produtiva também deve ser conhecida, não só os


horários dos turnos de trabalho, como também o das operações de
limpeza, manutenção, ou por processos industriais sazonais a destacar
as indústrias de frutas, produtos têxteis relacionados à moda,
cosméticos, bebidas, entre outras. Os parâmetros escolhidos para a
caracterização dos efluentes devem ser representativos da carga
poluidora, servirem para a definição do processo de tratamento,
servirem para o dimensionamento da estação de tratamento,
atenderem ao programa de monitoramento estabelecido para o
atendimento à legislação ambiental.

A caracterização físico-química das águas, esgotos sanitários, efluentes


industriais e também dos resíduos industriais (resíduos sólidos
industriais - RSI), consiste em serviços de determinação no campo e a
utilização do controle analítico de laboratório relativos aos parâmetros
sanitários e ambientais. Em virtude dos diferentes tipos de poluentes
lançados nos corpos receptores são necessários diversos parâmetros
de controle analítico. Os parâmetros normalmente utilizados são os de
natureza física, química e biológica. Além da caracterização físico-
química e biológica, é necessária a medição de vazão associada à
coleta de amostras.

Programa de amostragem

Conforme Giordano (2004), após a definição do objetivo da


amostragem o programa deve ser elaborado com base no
levantamento prévio de dados industriais conforme descrito no item
anterior. Este programa é composto por:
• Período de amostragem;
• Metodologia para quantificação de vazões;
• Coleta das amostras;
• Análises laboratoriais, sua interpretação e comparação com a
legislação ambiental.

Período de amostragem

O período de amostragem pode ser definido pelo órgão ambiental, ou


estabelecido de forma que seja representativo pelas características da
produção industrial (GIORDANO, 2004). A sazonalidade da produção
nas indústrias de alimentos, de cosméticos e têxteis, a variabilidade da
produção, e factores climaticos são os factores que podem influenciar
o período de amostragem (GIORDANO, 2004).

100
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Coleta de amostras em diferentes matrizes

Para Giordano (2004), a coleta de amostras pode ser classificada em


simples ou compostas, observando-se que algumas medições diretas
devem ser realizadas in loco. A definição do tipo de coleta faz-se em
função da matriz a ser analisada, sendo diversas as matrizes que
podem estar relacionadas com a qualidade ou impacto causado pelos
efluentes industriais, tais como águas naturais superficiais (rios,
represas, lagoas, lagos e mar), subterrâneas (fontes ou poços), esgotos
sanitários e efluentes industriais tratados ou não; resíduos industriais
(GIORDANO, 2004). A seguir as matrizes mais comuns:

Em rios, represas, lagos, lagoas e no mar

Coletam-se amostras para verificar o enquadramento do manancial


em conseqüência do lançamento de efluentes industriais. No caso de
rios os pontos de amostragem devem ser situados à montante e à
jusante do ponto de lançamento dos efluentes da indústria,
conhecendo-se a zona necessária para a mistura (GIORDANO, 2004).

Em esgotos sanitários

Pode-se coletar as amostras que caracterizem os esgotos bruto e


tratado ou em pontos do processo de tratamento. O objetivo pode ser
de tratamento conjunto dos efluentes ou monitoramento
independente. Em alguns casos verifica-se a possibilidade de
interferência nos sistemas coletores de esgotos sanitários e industriais
(GIORDANO, 2004).

Em efluentes industriais:

As amostras dos efluentes brutos servem para quantificar a carga


poluidora, verificar a sua variabilidade, definir o processo de
tratamento, dimensionar os sistemas de tratamento e para verificar as
suas eficácia e eficiência (GIORDANO, 2004).

Em águas de abastecimento, com origem na rede pública em águas


subterrâneas

De acordo com Giordano (2004) para análises das águas de


abastecimento fornecidas por algum órgão de saneamento; coletam-
se amostra na rede de distribuição, nos reservatórios de água e nos
pontos de consumo; as amostras de poços freáticos ou artesianos
devem ser coletadas nos pontos imediatamente após o
bombeamento, as águas de fontes devem ser coletadas no ponto de
surgência, é importante o conhecimento das características físico-
químicas, principalmente no que se refere às características inerentes
à estabilidade (incrustação, corrosão), bem como o atendimento aos
padrões de potabilidade.
101
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Em piezômetros:

As amostras são coletadas conforme a Norma Brasileira, com o


objetivo de monitorar os aterros sanitários, de resíduos industriais e
áreas com o solo contaminado. As técnicas de coleta são definidas a
partir da matriz (águas, esgotos sanitários, efluente industrial e ou
resíduos), que por sua vez define os parâmetros representativos a
serem analisados. Os parâmetros são definidos também pelos
objetivos, ou seja, pela utilização dos resultados analíticos
(GIORDANO, 2004).

Amostragem de efluentes industriais

A amostragem de efluentes industriais, tem como objectivos a


definição de como os resultados serão usados. Na metodologia, faz se
a caracterização dos objectivos que podem ser definidos no período de
coleta, os materiais necessários, as condições para as coletas das
amostras e os parâmetros a serem analisados (GIORDANO, 2004). Para
alcançar o êxito, deve-se ter em mente que a amostra coletada deve
ser representativa e que essa deve preservar as suas condições até a
entrada no laboratório para a execução das análises, define-se o
período, no qual serão coletadas as amostras, ou seja, durante
quantos dias, em quais e por quantas horas e com qual freqüência
serão as mesmas coletadas (GIORDANO, 2004).

Duma forma geral determina-se o período em função de custos e


prazo, desde de que não haja comprometimento da técnica. Este
período é função da representatividade que se consegue com a
amostra. Se uma indústria opera todos os dias da mesma forma, em
um período de três dias pode-se obter amostras representativas. Se a
atividade industrial processar frutas que são matérias-primas
tipicamente sazonais, a caracterização dos efluentes pode ser
estendida em diversos períodos, de cada campanha.

Para Giordano (2004), neste processo de amostragem deve-se listar


todos os materiais e equipamentos para a coleta das amostras, como
por exemplo, os materiais de uso comum, concretamente os frascos
específicos para os parâmetros a serem coletados (etiquetados,
contendo os preservativos químicos ou não), gelo ou geleira para as
amostras, termômetro, fichas de campo, caneta esferográfica, caneta
para retroprojetor, relógio, GPS, capas de chuva, réguas, frascos com
alça ou cabo, equipamentos de campo (pH, POR, oxímetro,
condutivímetro).

Para além destes existem materiais para a coleta em corpos hídricos


(rios, lagoas lagos e represas) colete salva-vida, bóia, corda, cinto de
segurança, botas, garrafa de coleta e barco e materiais para a coleta

102
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

em sistemas de tratamento de esgotos e efluentes industriais, como os


vertedores e outras instalações de medição de vazão. A equipe para
coleta de amostras deve ser constituída pelos técnicos de coleta e por
um coordenador de nível superior da área de conhecimento da matriz
a ser caracterizada.

A localização é sempre a definição macro, ou seja, o endereço da


indústria, usando os pontos fixados ou pelas coordenadas geográficas
com a utilização de GPS), de maneira que se daqui a cinco anos for
necessário, possa ser possível voltar exatamente ao mesmo local.

Tipo de coleta

No processo de colecta de amostras, é importante saber sobre o tipo


de amostra, ou seja, se a amostra é simples ou composta (GIORDANO,
2004).

Amostra simples

A Amostra Simples representa o que está ocorrendo naquele


momento. Se o manancial não varia muito, ela pode ser representativa
(GIORDANO, 2004).
Amostra composta

A Amostra Composta é formada por várias e pequenas alíquotas


coletadas ao longo do tempo. A cada turno (8 horas, 24 horas),
coletam-se alíquotas que formam as amostras compostas. A amostra
composta pode ser obtida atraves de alíquotas pré-estabelecidas ou
volume pré-estabelecido e alíquotas variáveis, que são aquelas nas
quais o volume varia de acordo com, a vazão (neste caso são amostras
de alíquotas proporcionais à vazão), é por isto que em medições de
água e esgoto, tem que se ter um vertedor perto do ponto de coleta
da amostra (GIORDANO, 2004).

Dispositivos de Medição de Vazão

Existem dispositivos simples: para pequenas vazões, como por


exemplo, cubagem. Anota-se o tempo que a água leva para encher um
recipiente de volume conhecido. Como a vazão é o volume em função
do tempo, é só dividir o volume do recipiente pelo tempo que se levou
para enchê-lo. Se não se conhece o volume do recipiente, faz-se uma
marca no recipiente, anota-se o tempo e depois vai-se aferir o volume
em outro local. Existem locais de difícil acesso sendo praticamente
impossível instalar um dispositivo para se medir a vazão, ou nos casos
que os custos forem elevados para se instalar um vertedor só para se
coletar uma amostra.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Sumário

Nesta unidade temática, abordou-se com maior destaque temas


relacionados com o seguinte:
Tecnicas de tratamento efluentes industriais
Procedimento para a redução das cargas poluidoras
Levantamento de dados industriais
Amostragem de efluentes industriais
Tipo de coleta

Exercicios de auto-avaliação

Grupo 1 (com respostas detalhadas)


1. Em que consiste a caracterização físico-química das águas,
esgotos sanitários, efluentes industriais?
2. Qual é a composição do programa de amostragem?
3. Para que servem as amostras dos efluentes bruto industriais?
4. Define o período de amostragem?
5. Diferencie amostra simple da composta.

Respostas:
1. Rever conteúdos da página 102
2. Rever conteúdos da página 102
3. Rever conteúdos da página 103
4. Rever conteúdos da página 104
5. Rever conteúdos da página 105

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. A decisão de como obter uma amostra que seja o reflexo deste
perfil ou por outra definir a sua estratégia de amostragem, faz
parte do:
a) Passo 1
b) Passo 2
c) Passo 3
d) Passo 4

2. A Coleta de dados propriamente dito, faz-se no:


a) Passo 1 e 2
b) Passo 3 e 4
c) Passo 5
d) Passo 6

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

3. Os procedimentos usados para a redução da carga poluidora


são:
a) Tubulações, remoção da cor e remoção de solidos
b) Limpeza de tanques, tubulações e pisos
c) Limpeza de tanques, pisos e remoção da matéria orgânica
d) Remoção da cor, remoção da matéria orgânica e limpeza de
filtros.

4. No programa de amostragem o período pode ser influenciado


por:
a) Número da população, factores climáticos e qualidade de água
b) Variabilidade da produção, sazonalidade da produção e
matéria-prima
c) Sazonalidade da produção, a variabilidade da produção, e
factores climáticos
d) Qualidade de água, número da população e matéria-prima

5. Os tipos de amostras podem ser simples ou compostas. Diga


sim, se estiver de acordo com a afirmação e não se for errada.
a) Sim
b) Não

Exercicios integrados do tema

1. No processo de levantamento de dados, as informações


importantes a serem obtidas, destacam-se a:
a) Local da realização de inquéritos
b) Número da população a inquerir
c) Lista de matérias-prima
d) Custos envolvidos

2. Coloca (V) se for verdade e (F) se falso.


a) Pode-se coletar as amostras que caracterizem os esgotos bruto
e tratado ou em pontos do processo de tratamento, com
objectivo de fazer o tratamento conjunto dos efluentes ou
monitoramento independente, em esgotos sanitários.

3. Duma forma geral, para que não haja comprometimento da


técnica, determina-se o período em função de:
a) Custos e prazo,
b) Vazão técnica
c) Os tipos de efluentes
d) Nenhuma das respostas está correcta

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

4. Na colecta de amostras com objetivo de monitorar os aterros


sanitários, de resíduos industriais e áreas com o solo
contaminado, refere-se a:
a) Represas
b) Lagos
c) Piezômetros
d) As alíneas a) e b) estão correctas

5. Um dos exemplos de materiais e equipamentos para a colecta


de amostras, no processo de amostragem, é:
a) Frascos específicos
b) Garafas de vidro
c) Frascos de ferro
d) Todas as alíneas estão correctas

6. Para além da caracterização físico-química e biológica, é


necessária que a medição de vazão esteja associada à:
a) Amostragem
b) Coleta de amostras
c) Medição do volume
d) Nenhuma das respostas esta corecta.

7. Devido o lançamento de diferentes tipos de poluentes nos


corpos receptores são necessários diversos parâmetros de
controle analítico. Estes podem de natureza:
a) Física e química
b) Química e biológica
c) Física, química e biológica
d) Todas as alíneas anteriores etao erradas

8. No processo de amostragem deve-se listar:


a) Todos os materiais e equipamentos para a coleta das
amostras,
b) Apenas os materiais
c) Pelo menos os equipamentos
d) Todas as respostas estão correctas

9. Os resíduos na forma sólida ou semi-sólida, precisam ser


removidas, de modo que se possa evitar a:
a) Salinização por restos da cozinha
b) Entupimento por graxas
c) Solubilização e o arraste por lavagens
d) Desnaturação de proteínas devido a altas temperaturas

10. As matrizes comuns na colecta de amostras são:


a) Lagoas, Esgotos sanitários, Condutivimetro, efluentes
industriais e piezómetros

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

b) Lagoas, Esgotos sanitários, efluentes industriais, abastecimento


de água e piezómetros
c) Represas, GPS, efluentes industriais, esgotos sanitarios e
abastecimento de água
d) Lagoas, condutivimetro, GPS, represas e piezómetros

Referências bibliograficas

GIORDANO, G. Avaliação ambiental de um balneário e estudo de


alternativa para controle da poluição utilizando o processo eletrolítico
para o tratamento de esgotos. Dissertação de Mestrado (Ciência
Ambiental). Universidade Federal Fluminense. Brasil. 1999.

GIORDANO, G. Tratamento e controle de efluentes industriais. Brasil.


2004.

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TEMA V: SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES.

Unidade temática 5.1. Definição de sistemas de tratamento de efluentes.

Introdução

Os sistemas de tratamento são constituídos por operações unitárias,


com o objectivo de remover os poluentes. Esta remoção destina-se a
sólidos grosseiros, coloidais e a matéria orgânica (GIORDIANO, 1998),
citado por (GIORDANO, 2004).

Os sistemas de tratamento de efluentes são baseados na


transformação dos poluentes dissolvidos em suspensão de gases
inertes e ou sólidos sedimentáveis para a posterior separação das
fases solida/liquida. Segundo o mesmo autor os sistemas de
tratamento devem ser utilizados não só com objectivo de tratar os
efluentes, mas também atender a outras premissas. A estação de
tratamento não deve gerar incómodos seja por ruidos ou odores, nem
causar impacto visual negativo (GIORDANO, 2004).

Nas indústrias alimentares, os processos de tratamento de efluentes


líquidos, faz se a menção de principais etapas para que um tratamento
possa apresentar um sucesso operacional. Nas industrias químicas,
usa-se mais os processos físico-químicos, e na maioria dos casos são
completados por processos biológicos aeróbios, como forma de
reduzir a carga orgânica, a carga tóxica associada e a concentração de
metais pesados.

Objectivos específicos

No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:


Definir os sistemas de tratamento de efluentes;
Conhecer a classificação de resíduos.

Desenvolvimento de conteúdos

Principais processos de tratamento

Indústrias alimentícias
Nos principais processos de tratamento de efluentes líquidos para as
indústrias alimentícias, estão indicadas as principais etapas de
tratamento que apresentam um sucesso operacional. Para Brito
(2010), a indústria alimentar é composta por várias actividades que
possuem uma finalidade comum, produção de bens para consumo
humano, mas diferem em muitos outros aspectos.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Indústria de refrigerantes

Os efluentes nas indústrias de refrigerantes, são gerados nas lavagens


das salas da xaroparia, linhas de enchimento de latas e garrafas, pisos,
descartes de produtos retornados do mercado e esgotos sanitários,
sendo ricos em açúcares, alguns corantes e outros componentes das
bebidas. Os efluentes apresentam também partículas de carvão
oriundas da xaroparia e óleos minerais oriundos de vazamentos das
máquinas de processo e das oficinas de manutenção (GIORDIANO,
2004).

Nestas indústrias o pH dos efluentes dependem do tipo de embalagem


produzida pela mesma, isto é, no caso da utilização de soda caustica
para a lavagem de embalagens retornáveis, o efluente é alcalino
podendo ser o pH até 12, a DQO é no máximo de 1000 mgO2/L. No
caso da produção com embalagens descartáveis só são gerados os
efluentes das bebidas diluídas ou seja com pH ácido e a DQO pode ser
de até 5500 mgO2/L (GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO,
2004).

O tratamento desses efluentes, compreende três etapas mais usadas


no processo, nomeadamente, a preliminar para a remoção de areia,
separação de água e óleo e peneiramento, o primário usado para a
correção de pH e o secundário para o reator anaeróbio seguido de
lodos ativados (GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

Bebidas (cervejas)
De acordo com Brito (2010), a indústria de produção de bebidas
origina elevadas quantidades de efluentes líquidos de carácter
industrial. Os efluentes são originários das lavagens das salas de
fermentação, linhas de enchimento de latas e garrafas, lavagens de
pasteurizadores, lavagens de pisos, descartes de produtos retornados
do mercado e esgotos sanitários dos funcionários, ricos em açúcares
principalmente a malte e cevada e outros componentes das cervejas.
Para além disso os efluentes apresentam partículas de terras
diatomáceas vindas da filtração do mosto e óleos minerais de
vazamentos das máquinas de processo e das oficinas de manutenção
(GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

O pH dos efluentes provenientes desse processo são ligeiramente


ácido ou neutro e a DQO é normalmente 2000 mgO2/L. Existem três
etapas usadas para este processo, sendo a preliminar e primeira
responsáveis pela remoção de areia, separação de água e óleo,
peneiramento e correção do pH e a secundário, através do processo
misto anaeróbio e aeróbio. Neste processo secundário a etapa
anaeróbia é composta de biodigestão em duas etapas sendo a
primeira constituída por hidrólise ácida e a segunda pela etapa
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

metalogénica. A eficiência complementar é obtida por processos


aeróbios compostos por lagoa aerada ou lodos ativados (GIORDIANO,
1998), citado por (GIORDANO, 2004).

Pescado

Os efluentes na indústria de pescado resultam de diversas etapas do


processamento do pescado, como por exemplo a recepção do
pescado, condensação nas câmaras frigoríficas, acondicionamento em
latas, cozimento, adição do óleo, recravamento das latas, lavagens das
latas, autoclavagem e lavagens para resfriamento. Além das águas de
lavagens do pescado temos também as lavagens de pisos e
equipamentos. São incluídos nos efluentes industriais os esgotos
sanitários dos funcionários (GIORDIANO, 1998), citado por
(GIORDANO, 2004).

Os efluentes industriais são compostos da matéria orgânica oriunda do


processamento do pescado, dos produtos utilizados em limpezas e
pelo sal das salmouras descartadas. Os efluentes apresentam pH
próximo ao neutro (6,2-7,0), a DQO média de 4300 mgO2/L, a DBO
1700 mgO2/L, e os óleos e graxas superiores a 800 mg/L.

O processo na industria de pescados é constituído de três etapas, a


preliminar que consiste em peneiramento e equalização, para a
remoção de escamas e pedaços de peixes, primário clarificação físico-
química por adição de coagulantes químicos e cloreto férrico, por
flotação para a remoção de óleos emulsionados e sólidos coloidais e
secundário biodigestão, para a remoção da matéria orgânica dissolvida
em reator anaeróbio (GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO,
2004).

Matadouro de aves

De acordo com Giordiano (1998), citado por Giordano (2004), os


efluentes são gerados nas lavagens de pisos e das instalações nas
seguintes etapas da produção:
 Área de recebimentos das aves;
 Lavagens das caixas utilizadas no transporte;
 Sala de abate;
 Sala de sangria;
 Escaldamento;
 Depenagem mecanizada;
 Evisceramento;
 Resfriamento com gelo;
 Embalagem; congelamento;
 Expedição.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

No caso de fabricação de ração de frangos na indústria, haverá


efluentes nas lavagens de gases. A concentração de matéria orgânica
nos efluentes varia de 1000 a 3700 mgO2/L em função das
quantidades de água utilizadas no processo em relação ao número e
peso dos frangos abatidos. A carga orgânica da indústria pode ser
reduzida se o sangue for retirado antes da lavagem na sala de sangria
(GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

O processo para a indústria de matadouro de frangos consiste em três


etapas, nomeadamente a preliminar para peneiramento para remoção
de penas e vísceras, primária para a separação de gorduras e a
secundária para lagunagem, usando lagoas anaeróbia, facultativa e de
aguapé. No caso de não haver espaço disponível para a implantação
de lagoas o processo preliminar é complementado com o tanque de
equalização, seguido de clarificação físico-química flotação e
tratamento biológico por lodos ativados. Nestas indústrias,
recomenda-se que se faça o aproveitamento do sangue, vísceras e
penas no fabrico de ração para frangos (GIORDIANO, 1998), citado por
(GIORDANO, 2004).

Abatedouros de bovinos e suínos

 Os efluentes gerados no abate de bovinos e suínos, envolve as


seguintes etapas do processo industrial:
 Água de Banho, águas utilizadas para lavar e acalmar os
animais antes do abate que contém pequena quantidade de
esterco e terra.
 Limpeza de pocilgas e currais, feita semanalmente de primeiro
é feita uma raspagem dos sólidos, que contem esterco e terra.
 Lavagem da sala da sangria, é uma lavagem contínua e a maior
parte do sangue.
 Lavagem de vômito, feita antes da sala da sangria.
 Lavagem da carcaça, são águas usadas para a limpeza das
vísceras e da carcaça. Os efluentes neste processo contêm
sangue e a maior parte esterco.
 Limpeza dos equipamentos, pertence as águas utilizadas para
lavar as instalações do matadouro durante o abate e como
limpeza final.
 Limpeza da graxaria, constitui águas de condensação dos
digestores e drenagem dos decantadores de graxas.
 Águas de cozimento, resultantes de cozimento da fabricação de
embutidos (GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

Para Giordano (1998), citado por Giordano, (2004), no processo


preliminar faz-se a separação de gorduras, sólidos grosseiros, isto é,
resíduos de carne, estrume, e lagoas em série lagoa anaeróbia seguida
de lagoa facultativa ou aerada. A concentração de matéria orgânica
nos efluentes se for incluído o sangue e o estrume pode chegar até

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

uma DQO de 12.000 mg O2/ L. Se o efluente for decantado pode-se


reduzir a carga orgânica para até uma DQO de 3000 mg O2/ L.

Laticínios

Os efluentes industriais dos laticínios são oriundos das diversas etapas


de lavagens de pisos e equipamentos que arrastam resíduos de leite e
seus derivados incluindo também produtos de limpeza. A qualidade
dos efluentes varia em função dos produtos industrializados
(resfriamento e ensacamento, fabricação de queijos, yogurtes,
manteiga, requeijão, leite em pó, etc.), capacidade de produção, “lay-
out” industrial, tecnologia utilizada para a higienização das instalações
e qualidade do leite utilizado (GIORDIANO, 1998), citado por
(GIORDANO, 2004).

A minimização da geração de efluentes pode ser conseguida desde


que sejam utilizadas filtrantes com reuso de água e incorporação do
rejeito na produção industrial. O tratamento dos efluentes gerados
pode ser feito através de diversos tipos de processos tais como, o
preliminar separação de gorduras, utilizando caixas de gordura,
primário flotação com o auxílio da coagulação química para a remoção
de gorduras e secundário para lodos ativados, biodigestor, ou lagoas
(GIORDIANO, 1998), citado por Giordano (2004).

Os efluentes brutos apresentam uma rápida alteração do pH devido à


fermentação láctica, o que deve ser considerado em relação aos
materiais empregados na execução do sistema de tratamento. Os
efluentes tratados apresentam concentrações inferiores a 10 mg O2/ L
em relação a DQO. Isto demonstra a excelente biodegradabilidade dos
efluentes pois na indústria de laticínios pode-se obter DQO superiores
a 7.000 mg O2/ L no efluente bruto (GIORDIANO, 1998), citado por
(GIORDANO, 2004).

Industrias químicas
Tintas

Existem diversos tipos de tintas, como por exemplo as tintas gráficas


para impressão em papéis, latas, plásticos, tinta para revestimentos
internos e externa base água ou base óleo; tintas automotivas,
industriais, navais, entre outros. As indústrias de tintas podem
sintetizar componentes como as bases oleosas, sínteses de esmaltes
acrílicos, fenólicos, ou simplesmente misturarem os componentes
utilizando moinhos, balanças, misturadores e enchedoras
(GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

Quando as indústrias são de simples mistura os efluentes são oriundos


de lavagens de equipamentos e da higiene pessoal na área de
produção. Se a industria sintetizar as bases das tintas existentes nas
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

águas de condensação desta etapa do processo que são tóxicas,


apresentam elevada carga orgânica. Os pigmentos são orgânicos, ditos
não tóxicos e os inorgânicos compostos por óxidos de metais pesados
(GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

O tratamento dos efluentes dessas indústrias são os compostos por


processos físico-químicos, e na maioria dos casos são completados por
processos biológicos aeróbios, com o objetivo de reduzir a carga
orgânica, a carga tóxica associada e a concentração de metais pesados.
As etapas mais comuns para esse tipo de indústrias são: A preliminar
referente a equalização, primário, que consiste na clarificação físico-
química por adição de coagulantes químicos ou eletrocoagulação e
sedimentação/flotação e secundário para lodos ativados. Neste
processo as eficiências do tratamento são variáveis, dependendo das
concentrações iniciais dos efluentes brutos.

Têxteis
Os parâmetros mais relevantes na caracterização dos efluentes têxteis
são o pH, CQO e SST. Dependendo do sistema produtivo, podem ser
considerados outros parâmetros, como por exemplo a hunidade
(BRITO, 2010). O mesmo autor acrescenta dizendo que a indústria
têxtil engloba as actividades de processamento de matérias-primas
para o fabrico de produtos têxteis. As matérias-primas utilizadas
podem ser de origem natural (algodão, lã, seda, etc.), de origem
sintética. As indústrias têxteis têm uma abrangência desde a produção
dos fios sejam sintéticos ou naturais beneficiados, até a produção dos
tecidos ou produtos finais. Os efluentes têxteis envolvem tratamentos
químicos e são ricos em produtos químicos variados incluindo os
corantes naturais e os sintéticos (GIORDIANO, 1998), citado por
(GIORDANO, 2004).

Os processos de tratamento têm como objectivo clarificar os efluentes


e reduzir a toxicidade inerente aos produtos químicos utilizados, a
carga orgânica, os detergentes e a cor oriunda da mistura de corantes
aplicados. Para o tratamento existem as seguintes etapas:

Preliminar que consiste no peneiramento para a remoção de fios e


equalização, primário através de eletrocoagulação, para além de
processos utilizados na coagulação química e flotação, seguido de
lodos ativados (GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

Petroquímicas

Os efluentes petroquímicos são compostos de resíduos de petróleo de


diversas origens, seus derivados e produtos químicos utilizados no
processamento de refino ou beneficiamento. Para além destes, existe
também a presença de poluentes originados no próprio petróleo no
caso concreto os fenóis, metais pesados e hidrocarbonetos. O
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

processo de tratamento tem como objectivo reduzir a carga orgânica,


sua toxicidade inerente, a carga oleosa incluindo óleos emulsionados,
a presença de compostos nitrogenados, etc (GIORDIANO, 1998), citado
por (GIORDANO, 2004).

As instalações petroquímicas têm como etapas, a preliminar que


resulta na remoção de areia e separação de água e óleo, secundário
referente as lagoas aeradas ou lodos ativados. Nestas indústrias, pode
ser necessária também a introdução de um tratamento de nível
primário para a clarificação físico-química dos efluentes, removendo
óleos emulsionados, metais pesados, sulfetos e compostos orgânicos
tóxicos, mas ai recomenda-se a utilização de flotadores a ar dissolvido
ou ejetado (GIORDIANO, 1998), citado por (GIORDANO, 2004).

Farmacêuticas

Os efluentes gerados nas indústrias farmacêuticas, resultam da síntese


ou de misturas, que apresentam altas concentrações de matéria
orgânica, sais e toxicidade, assim como a presença de compostos
aromáticos ou cíclicos, nitrogenados e que apresentam cor residual. A
indústria de misturas produz efluentes muito semelhantes aos seus
produtos diluídos, pois são originados nas lavagens de pisos das áreas
de produção, equipamentos e tanques de processo (GIORDIANO,
1998), citado por (GIORDANO, 2004).

Nestas industrias os processos de tratamento objetivam normalmente


a correção de pH, a remoção da carga orgânica, e a redução de cor.
Alguns efluentes contendo antibióticos precisam ser desativados antes
do processo biológico de tratamento, pois afetam a eficiência do
mesmo, e são compostos por uma etapas primaria para a correção de
pH e secundário para lodos ativados.

Reciclagem de papéis

Estes efluentes são gerados na produção da massa de papel e sua


reciclagem com destaque para águas de lavagens das máquinas de
forma e podem ser completamente reciclados. Neste tipo de
indústrias a etapa primária é usada para clarificação físico-química por
flotação, para a remoção de fibras, sendo os efluentes e a massa de
papel, reusados no processo (GIORDIANO, 1998), citado por
(GIORDANO, 2004).

Galvanoplastia

Os efluentes são gerados nas lavagens de peças após a imersão nos


banhos onde todas as substâncias presentes nos banhos estarão
presentes nos efluentes em concentrações diferenciadas. Os efluentes
são tóxicos, e é necessario remover os metais pesados, cianetos e a

114
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

correção do pH. As etapas de tratamento para estas indústrias são:


Primário que consiste no processo químico de tratamento composto
de oxidação de cianetos, redução de cromo hexavalente e precipitação
de metais pesados e terciário para polimento com resina de troca
iônica.

Classificação dos Resíduos

Existem dois tipos de classificação de residuos, quanto a origem e pela


periculosidade. Na classificação segundo origem, tem se resíduos
domiciliares, vindos de atividades domésticas, resíduos de limpeza
urbana, decorrentes da varredura, limpeza de espaços públicos e
serviços conexos, resíduos de estabelecimentos comerciais, gerados
nessas atividades e não caracterizados como de limpeza urbana, de
serviço de saneamento básico, de serviços de saúde, de construção
civil ou de transportes. Os resíduos sólidos urbanos reúnem os
resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana (RIBEIRO e
BUQUE, 2014).

Quanto à periculosidade os residuos classificam-se em resíduos


perigosos, assim considerados em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade ou
mutagenicidade e resíduos não perigosos. Seja na tipologia consoante
à origem, seja na ponderação da periculosidade, as classes de resíduos
estabelecidas pelo regulamento refletem o entendimento de que cada
uma delas demanda procedimentos particulares consoante a sua
gestão (RIBEIRO e BUQUE, 2014).

Sumário

Os conteúdos tratados nesta unidade temática, estão relacionados


com o seguinte:
Principais processos de tratamento nas industrias alimentícias
e quimicas e
A classificação dos resíduos.

Exercicios de auto-avaliação

Grupo 1 (com respostas sem detalhes)


1. As indústrias abaixo são exemplos de indústrias alimentícias:
a) Pescado, tintas e petroquímica
b) Abate de frangos, pescado e refrigerantes
c) Abate de suínos, bebidas e tintas
d) Bebidas, petroquímica e refrigerantes
2. As indústrias abaixo são exemplos de indústrias químicas:
a) Lacticínios, farmacêutica e petroquímica

115
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

b) Abate de bovinos, pescado e texteis


c) Farmacêutica, têxteis e reciclagem de papéis
d) Bebidas, petroquímica e refrigerantes

3. A concentração de matéria orgânica nos efluentes no fabrico


de ração em função das quantidades de água utilizadas no
processo em relação ao número e peso dos frangos abatidos
varia de:
a) 2000 a 3800 mgO2/L
b) 1000 a 3750 mg O2/L
c) 1000 a 3700 mgO2/L
d) 2000 a 3700 mgO2/L

4. Na indústria de refrigerantes, o tratamento dos efluentes,


apresenta três etapas mais usadas que são:
a) Preliminar, primário e secundario
b) Preliminar, secundario e terciário
c) Primário, secundario e terciário
d) Nenhuma das respostas está correcta

5. Os processos de tratamento nas indústrias farmaceuticas têm


como objectivo:
a) A correção de salinidde, a remoção da carga orgânica e a
redução de cor
b) A correção de pH, a remoção do nitrogénio e a redução de cor
c) A correção de acidez, a remoção da carga orgânica e a redução
de turbidez.
d) A correção de pH, a remoção da carga orgânica e a redução de
cor

6. Os sistemas de tratamento de efluentes são baseados na


transformação dos poluentes dissolvidos em suspensão de
gases inertes e ou sólidos sedimentáveis para a posterior
separação das fases solida/liquida. Se for verdade marque no
sim e se for falso no não.
a) Sim
b) Não

7. A concentração de matéria orgânica nos efluentes se for


incluído o sangue e o estrume pode chegar até uma DQO de:
a) 14000 mg O2/l
b) 12000 mg O2/l
c) 8000 mg O2/l
d) 10000 mg O2/l

8. O tratamento dos efluentes na indústria de tintas são


compostos por processos físico-químicos, e na maioria dos
casos são completados por:

116
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

a) Processos físicos
b) Processos quimicos
c) Processos biológicos aeróbios
d) Todas as respostas estão correctas

9. Os efluentes têxteis, na indústria têxtil, envolvem:


a) Tratamento químico
b) Tratamento físico-quimico
c) Tratamento biológico
d) As alíneas b) e c) estão correctas

10. O pH dos efluentes na indústria de refrigerantes, dependem do


tipo de embalagem produzida, isto é, no caso da utilização de
soda caustica para a lavagem de embalagens retornáveis, o
efluente é:
a) Acido podendo ter o pH até 2,
b) Ligeiramente acido podendo ter o pH até 4.5,
c) Alcalino podendo ter o pH até 12,
d) Básico podendo ter o pH acima 12.

Exercicios integrados do tema

1. As indústrias abaixo são exemplos de indústrias alimentícias


excepto:
a) Pescado, tintas e petroquímica
b) Abate de frangos, pescado e refrigerantes
c) Abate de suínos, bebidas e tintas
d) As alíneas a) e c)

2. As indústrias abaixo são exemplos de indústrias químicas:


a) Lacticínios, farmacêutica e petroquímica
b) Abate de bovinos, pescado e texteis
c) Farmacêutica, têxteis e reciclagem de papéis
d) Bebidas, petroquímica e refrigerantes

3. A concentração de matéria orgânica nos efluentes no fabrico


de ração em função das quantidades de água utilizadas no
processo em relação ao número e peso dos frangos abatidos
varia de:
a) 2000 a 3800 mgO2/L
b) 1000 a 3750 mg O2/L
c) 1000 a 3800 mgO2/L
d) Todas as alíneas anteriores estão erradas

4. Na indústria de refrigerantes, o tratamento dos efluentes,


apresenta três etapas mais usadas que são:
a) Preliminar, primário e terciário

117
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

b) Preliminar, secundario e terciário


c) Primário, secundario e terciário
d) Nenhuma das respostas está correcta

5. Os processos de tratamento nas indústrias farmaceuticas têm


como objectivo:
a) A correção de pH, a remoção do mercurio e a redução de cor
b) A correção de salinidde, a remoção da carga orgânica e a
redução de cor
c) A correção de pH, a remoção do nitrogénio e a redução de cor
d) Todas as alineas estão erradas

6. Os sistemas de tratamento de efluentes são baseados na


transformação dos poluentes dissolvidos em suspensão de
gases inertes e ou sólidos sedimentáveis para a posterior
separação das fases solida/liquida. Se for verdade marque no
sim e se for falso no não.
a) Sim
b) Não

7. A concentração de matéria orgânica nos efluentes, na indústria


de abate de bovinos e suínos, se for incluído o sangue e o
estrume pode chegar até uma DQO de, excepto:
a) 14000 mg O2/l
b) 8000 mg O2/l
c) 12000 mg O2/l
d) Alíneas a) e b)

8. Na indústria galvanoplastia, o tratamento dos efluentes


apresenta as seguintes etapas:
a) Preliminar e secundário
b) Primario e terciário
c) Primário e secundário
d) Todas as respostas estão correctas

9. Os efluentes têxteis, na indústria têxtil, envolvem:


a) Tratamento químico
b) Tratamento físico-quimico
c) Tratamento biológico
d) As alíneas b) e c) estão correctas

10. O pH dos efluentes na indústria de refrigerantes, dependem do


tipo de embalagem produzida, isto é, no caso da utilização de
soda caustica para a lavagem de embalagens retornáveis, o
efluente apresenta a resposta abaixo excepto:
a) Acido podendo ter o pH até 2,
b) Alcalino podendo ter o pH até 12,
c) Ligeiramente podendo ter o pH até 4.5,

118
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

d) As alíneas a) e c)

Referências bibliográficas

BRITO, A. F. F., Caracterização Qualitativa e Quantitativa dos Efluentes


Industriais Existentes no Sistema de Drenagem das Estações de
Tratamento de Águas Residuais de Campo e Ermesinde, Faculdade de
Engenharia, Universidade de Porto. Portugal, 2010.

GIORDANO, G. Avaliação ambiental de um balneário e estudo de


alternativa para controle da poluição utilizando o processo eletrolítico
para o tratamento de esgotos. Dissertação de Mestrado (Ciência
Ambiental). Universidade Federal Fluminense, 1999.

GIORDANO, G. Tratamento e controle de efluentes industriais. Brasil.


2004.

RIBEIRO, H., BUQUE, L., legislação e quadro legal da gestão de resíduos


sólidos urbanos em moçambique. 2014.

119
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

TEMA VI: TÉCNICAS DE REUTILIZAÇÃO DA ÁGUA.

Unidade temática 6.1. Identificação de técnicas de reutilização da água

Introdução

Os efluentes podem ser tratados para um sistema de reutilização da


água, o que faz com que haja ganhos ambientais, sociais e
econômicos, nas zonas rurais e urbanas. A produção de água de boa
qualidade, dentro dos padrões mundiais de potabilidade, torna-se
cada vez mais onerosa, havendo uma priorização do abastecimento
para consumo humano. O reúso de águas na indústria passa a se
constituir, portanto, uma ferramenta de gestão fundamental para a
sustentabilidade da produção industrial.

Em termos de aspectos históricos, de referir que meados do século


XIX, dada a evolução dos grandes concentrações populacionais
urbanos e de sistemas de esgotos sanitários, que conduziam os
esgotos para disposição em corpos de água, é que foram constatadas
as primeiras evidências do reúso de águas para fins potáveis. Este
facto verificava-se duma forma planificada, ou seja, as comunidades
que se encontravam à jusante destes centros urbanos consumiam
águas que já tinham sido utilizadas. Por causa de falta de tecnologias
para o tratamento de água e esgotos, fez com que grande parte destes
sofresse catastróficas epidemias dos anos 1840 e 1850, como febre
asiática e febre tifoide (MANCUSO, 2001).

As atividades humanas, cada vez mais diversificado, associado ao


crescimento demográfico, vem exigindo mais atenção às necessidades
de uso de água para as mais diversas finalidades (HESPANHOL, 2003).
O conceito de reúso de água pode apresentar diferentes formas e
conceitos.

Devido a crescente conscientização da limitação de água nos últimos


anos face as mudanças climáticas, faz com que haja necessidade de
criar alternativas que sejam possíveis para o consumo racional e
sustentável da água, a fim de que seja preservada para as presentes e
futuras gerações, pois a água, é um bem essencial à sobrevivência.

O reúso de água reduz a demanda sobre os mananciais devido à


substituição da água potável por uma água de qualidade inferior, para
fins menos nobres. Esta prática, atualmente muito discutida e posta
em evidência, já é utilizada em alguns países. Segundo Silva et al
(2003), este facto é possível em função da qualidade do efluente
disponível, independentemente de ser tratado ou não, poder ser
compatível com os requisitos exigidos para um uso específico. Embora
o reúso de água seja conhecido há alguns anos atras, a possibilidade

120
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

de utilizar uma água de qualidade inferior era mal interpretada por


muitos profissionais e pela população de forma geral que não
aceitavam esta prática. Nos últimos anos o reuso da água começou a
ganhar credibilidade devido as preocupações sobre a gestão e
conservação dos recursos hídricos.

Além da necessidade de economia, a reciclagem e a reutilização


aparecem como alternativas para o uso racional da água e é preciso
entender os principais conceitos envolvidos nas técnicas e como são as
definições dos métodos para diferentes autores e instituições. Para
Mancuso (2003), o reúso de água refere-se ao aproveitamento de
águas previamente utilizadas, uma ou mais vezes, em alguma
atividade humana, para suprir as necessidades de outros usos
benéficos, inclusive o original. Este reuso pode ser direto ou indireto,
bem como decorrer de ações planeadas ou não.

Quando o reúso ocorre para outro propósito, essa água é


comercializada ou beneficia uma área distinta da originalmente
prevista, o direito de propriedade original pode ser contestado se
estiver prejudicando os direitos dos usuários da jusante, pois o novo
uso torna-se sucessivo, diferindo do conceito de reúso para o bem
público (SILVA et al, 2003).

Objectivos específicos

No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:


Identificar técnicas de reuso de água.
Descrever a relação entre o tipo de reutilização de água e seus
riscos a saude.
Conhecer o sistema de abastecimento de água.

Desenvolvimento de conteúdos

Tipos de reuso de agua


Existem vários tipos de reuso de água de efluentes líquidos. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (WHO) (1989), citada por Silva e
Santana (2014), distingue três tipos de reúso de água nomeadamente:
 Reuso indireto
 Reuso direto e
 Reuso interno

Reúso indireto

De acordo com Silva e Santana (2014), refere-se reuso indireto,


quando a água já usada, uma ou mais vezes para uso doméstico ou
121
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

industrial, é descarregada nas águas superficiais ou subterrâneas e


utilizada novamente de forma diluída, o que pode ser intencional
quando decorrente de descargas planeadas a montante de um rio ou
com recargas planeadas em aquíferos subterrâneos.

Reúso direto

O reuso direto consiste no uso planeado e deliberado de esgotos


tratados para irrigação, uso industrial, recarga de aquíferos, obtenção
água potável, entres outros fins (SILVA E SANTANA, 2014).

Reuso interno

O reuso interno refere-se a reutilização de água nas instalações


industriais, para economizar água e controlar a poluição (SILVA E
SANTANA, 2014).

Reuso potável
Denomina-se água potável aquela que se apresenta em condições
próprias para consumo humano. Isto considerando sob os aspectos
organoléticos (odor e sabor), físicos, químicos e biológicos (SILVA E
SANTANA, 2014).

Reaproveitamento das águas pluviais


Para Silva e Santana (2014), o aproveitamento das águas pluviais pode
ser aplicado em vários setores desde casas residenciais, edificações
comerciais, industriais e rurais. Este tópico irá mostrar quais as
técnicas de reutilização desse tipo de água estão sendo usadas
atualmente em diversos lugares do país, que servirá de subsídio para
análise se em São Luís estas técnicas poderão ser usadas.

Segundo Sickermann (2005), o aproveitar a água da chuva não é


novidade, e refere ainda que a maior parte das lavanderia industrial do
Brasil por exemplo, há 30 anos capta, processa e utiliza a água de
chuva nos seus processos de lavagem. O mesmo autor diz que em
todos os lugares onde não existe uma rede de abastecimento ou esta
ainda não supre a demanda integralmente, como noutras regiões,
usou-se e continua-se usando a água da chuva.

Hoje mais de 20% das casas na Alemanha, além de muitas empresas


têm a sua cisterna de água filtrada que serve para a descarga da casa
de banho, lavagem de pisos e carros, irrigação de jardins, lavagem de
roupas. E nas indústrias e estabelecimentos comerciais para o
resfriamento de telhados e máquinas; climatização interna; lavanderia
industrial; reposição de evaporação de piscinas em hotéis; lava-jatos
de caminhões e ônibus; limpeza industrial (SICKERMANN, 2005).

122
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

De acordo com Rosa (2010), na área urbana os usos potenciais estão


relacionados com a irrigação de campos, faixas verdes decorativas ao
longo de ruas e estradas, gramados residenciais, viveiros de plantas
ornamentais, parques e cemitérios, lavagem de veículos, reserva de
incêndio, recreação, construção civil principalmente na (compactação
do solo, controle de poeira, lavagem de agregados, produção de
concreto), limpeza de tubulações, entre outros.

Problemas com reúso


Do ponto de vista de Tucci (2001) e Cunha (2011), a contaminação dos
aquíferos é um problema que ainda não é bem avaliado no País, mas
com o reuso generalizado de fossas e com a implantação de aterros
sanitários e de pólos industriais petroquímicos, os aquíferos tenderão
a se deteriorar ainda mais. Além disso, existem vários riscos à saúde
associada aos tipos de reuso, nesse contexto, a tabela 8 apresenta
alguns destes riscos, que devem ser levados em consideração quando
da escolha da opção do reuso nessas atividades.

Tabela 17: Relação entre tipo de reuso e os riscos a saúde associados

Forma de Reuso Risco à Saúde

Contaminação de alimentos (substâncias químicas


tóxicas);
Contaminação direta de trabalhadores;
Agrícola
Contaminação do público por aerossóis;

Contaminação de consumidores de animais que se


alimentam das pastagens irrigadas ou criados em
lagoas contaminadas.
Conexão cruzada entre sistemas de água potável e de
reuso;
Industrial Se utilizada como água de processo pode haver
contaminação de produtos comestíveis;

Contaminação direta de trabalhadores.

Doenças da veiculação hídrica, infecção nos olhos,


ouvidos e nariz;
Recreacional
Contaminação direta de trabalhadores.

Contaminação de aqüíferos utilizados como


Recarga fonte de água potável;

123
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

de Contaminação direta de trabalhadores.


aqüíferos

Conexão cruzada entre sistemas de água potável e de


reuso;
Reuso urbano
não potável Contato com a água recuperada utilizada para
irrigação de parques e jardins ou lavagem de
ruas;
Contaminação direta de trabalhadores.

Ingestão de contaminantes biológicos e químicos;


Reuso potável
Contaminação direta de trabalhadores.

Fonte: SILVA E SANTANA, 2014

Sistema de abastecimento de água


Para o abastecimento de água é necessário esta seja retirada de uma
fonte, chamada manancial. Os mananciais disponíveis para o
abastecimento são: a água de chuva que é armazenada em cisterna, a
água do subsolo, presente no lençol freático, artesiano e fontes e a
água da superfície referente a rios, lagos e represas.

Captação

Designa-se captação, a parte do sistema de abastecimento, por meio


da qual a água é recolhida do manancial. Existem dois tipos de
captação, superficial e subterrânea, utilizada de acordo com o
manancial explorado.

Adução
A adução é a canalização que transporta a água da fonte de
abastecimento ao sistema de distribuição.

Classificação
Existem duas classes de adutoras, condutos forçados, nos quais corre
sob pressão e condutos por gravidade, ou canais abertos, onde a água
se escoa pela ação da gravidade.

124
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Elevação
A elevação torna-se necessária quando a altura da fonte de
suprimentos de água é tal que ela não poderá escoar pôr gravidade
para os encanamentos, a pressão nas linhas distribuidoras deve ser
aumentada, a água precisa ser elevada de um nível a outro.

Estação de Tratamento
Estação de tratamento é a unidade onde se processa o tratamento da
água com finalidade de torná-la própria para consumo humano. Os
tipos de estação de tratamento adotados são em função das
características da água. O esquema abaixo mostra exemplo de uma
estação de tratamento de efluentes.

Figura 25: Esquema de uma Estação de Tratamento de efluentes

Fonte: CARRILHO, 2012

Reservação
A unidade que permite armazenar a água para atender as variações de
consumo e as demandas de emergência da cidade designa-se
reservação do espaço.

Tipos De Reservatórios
Existem vários tipos de reservatório, a saber:
 Elevado

125
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

 Apoiado
 Semi – enterrado
 Enterrado

Distribuição
A Rede de distribuição representa o conjunto de tubulações e peças
especiais, destinadas a conduzir a água até os pontos de tomada das
instalações prediais. As tubulações distribuem água em marcha e se
dispõem formando uma rede. A rede é construída para distribuir água
potável, vide a figura 26.

Figura 26: Sistema de tratamento de efluente

Legenda

a - manancial ( represa )
b - Captação
c - Adução
d - Elevação
e - Estação de Tratamento
f - Reservatório
g - Rede de Distribuição

Fonte: GUEDES & CARVALHO, 1997

Padrões de potabilidade
Os padrões representam a fixação dos limites máximos aceitáveis de
impurezas contidas nas águas destinadas ao abastecimento público.
126
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Os motivos que levaram os órgãos competentes a estabelecerem o


limite máximo aceitável, decorreram da não existência na natureza de
água absolutamente pura e as exigências quanto a qualidade da água
crescem de acordo com o progresso humano e o da técnica.
A água destinada ao consumo humano deve obedecer a certos
requisitos de ordem organolética, que refere que não pode ter odor e
sabor, de ordem física ter aspecto agradável, não apresentar teores de
cor e turbidez acima do padrão de potabilidade, química, não possuir
substâncias nocivas ou tóxicas com concentrações superiores aos
limites estabelecidos pelo padrão e biológica que diz não possuir
germes patogênicos. A tabela 9 abaixo ilustra os padrões de
potabilidade.
Tabela 18: Padrões de potabilidade
Características Unidade Vmp
I- Físicas e Organolépticas
Cor aparente uH (1) 5 (obs-1)
Odor Não objetável
Sabor Não objetável
Turbidez uH (2) 1 (obs-2)
Características Unidade Vmp
II- Químicas
II- a) Componentes Inorgânicos que
afetam a saúde
Arsênio mg/L 0,05
Bário mg/L 1,0
Cádmio mg/L 0,005
Chumbo mg/L 0,05
Cianetos mg/L 0,1
Cromo Total mg/L 0,05
Fluoretos mg/L obs-3
Mercúrio mg/L 0,001
Nitratos mg/L N 10
Prata mg/L 0,05
Selênio mg/L 0,01
II- b) Componentes Orgânicos que
afetam a saúde
Aldrin e Dieldrin ug/L 0,03
Benzeno ug/L 10
Benzo-a-pireno ug/L 0,01
Clordano(Total de Isômeros) ug/L 0,3
DDT(p-p’DDT; o-p’DDT; p-p’DDE; o- ug/L 1
p’DDE)
Endrin ug/L 0,2
Heptacloro epóxido ug/L 0,1

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Hexaclorobenzeno ug/L 0,01


Lindano (Gama HCH) ug/L 3
Metoxicloro ug/L 30
Pentaclorofenol ug/L 10
Tetracloreto de Carbono ug/L 3
Tetracloroeteno ug/L 10
Toxafeno ug/L 5,0
Tricloroeteno ug/L 30
Trihalometanos ug/L 100 (obs-4)
1,1 Dicloroeteno ug/L 0,3
1,2 Dicloroetano ug/L 10
2,4 D ug/L 100
2, 4, 6 Triclorofenol ug/L 10 (obs-5)
Características Unidade Vmp
II- c) Componentes que afetam a
qualidade Organoléptica
Alumínio mg/L 0,2 (obs-6)
Agente Tenso-ativos (Reagentes ao mg/L 0,2
azul de metileno)
Cloretos mg/L Cl 250
Cobre mg/L 1,0
Dureza Total mg/L CaCO3 500
Ferro Total mg/L 0,3
Manganês mg/L 0,1
Sólidos Totais Dissolvidos mg/L 1000
Sulfatos mg/L SO4 400
Zinco mg/L 5

Produtos químicos indicadores de poluição orgânica


Substâncias nitrogenadas
Designa-se substâncias nitrogenadas que já sofreram maior processo
de oxidação, como por exemplo amônia, nitritos e nitratos onde a
presença da amônia indica poluição recente e de nitrato poluição
remota.

Oxigênio consumido
A água sempre dispõe de oxigênio dissolvido, que pode ser de maior
ou menor concentração, dependendo da temperatura e pressão
existentes no meio. A matéria orgânica em decomposição consome o
oxigênio para sua estabilização por conta disto quanto maior o
consumo de oxigênio, mais próxima e maior será a poluição.

128
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Cloretos
Nos dejetos de animais encontra-se os cloretos que podem causar
poluição orgânica dos mananciais.

Forma de coleta de amostra


Devido a impraticabilidade de análise de toda massa de água,
destinada ao consumo humano, colhem-se amostras representativas e
através de sua análise, conclui-se a qualidade da água. A análise da
água de um manancial ou de ponto da rede pública, dada a variação
que é sujeita a ocorrer, revela suas características apenas no momento
em que foi colhida (GUEDES & CARVALHO, 1997).

As amostras para exames físico-químicos comuns devem ser de 2 litros


e colhidas em garrafas limpas, de preferência plástico e que fecham
através de rolha. Após a colecta devem ser imediatamente
encaminhadas ao laboratório. Veja a seguir o esquema de colheita de
amostra para o exame bacteriológico (GUEDES & CARVALHO, 1997). A
figura 27 mostra a colheita de amostra.

Figura 27: Colecta de amostra

Fonte: GUEDES & CARVALHO, 1997

Caso a colecta seja feita em torneira de bomba, recomenda-se deixar


escoar, cerca de 2 a 3 minutos para que a amostra seja representativa
da água a ser analisada. Quando o manancial for poço raso,
recomenda-se retirar a amostra mergulhando o frasco com a boca
para baixo e não simplesmente retirar da superfície. Para água de rio,

129
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

retira-se também abaixo da superfície com o gargalo em sentido


contrário ao da corrente (GUEDES & CARVALHO, 1997).

Os frascos para exames bacteriológicos devem vir do laboratório já


limpos, esterilizados e convenientemente tampados. Quando a
amostra a ser colhida tratar-se de água clorada, além da esterilização,
o frasco deve conter em seu interior 2 ml de hipossulfito de sódio. As
amostras colhidas devem ser conservadas à temperatura de 6 a 10 ºC,
para evitar a proliferação de germes. O tempo entre a colecta e o
exame, para água pouco poluída, recomenda-se em torno de 6 (seis)
horas (GUEDES & CARVALHO, 1997).

Sumário

Nesta unidade temática, abordou-se essencialmente com maior


destaque temas relacionados com o seguinte:
Tipos de reuso de agua
Reaproveitamento das águas pluviais
Problemas com reúso
Relação entre tipo de reuso e os riscos a saúde associados

Sistema de abastecimento de água


Estação de Tratamento
Tipos De Reservatórios
Padrões de potabilidade
Produtos químicos indicadores de poluição orgânica

Exercicios de auto-avaliação

Grupo 1 (com respostas sem detalhes)


1. Os tipos de reservatório, podem ser:
a) Elevado, apoiado e semi-enterrado
b) Elevado, apoiado e retangulares
c) Triangulares, apoiado e retangulares
d) Triangulares, circulares e semi-enterrado

2. A unidade onde se processa o tratamento da água com


finalidade de torná-la própria para consumo humano refere-se
a:
a) Estação de bombagem
b) Estação meteorológica
c) Estação de tratamento

130
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

d) Nenhuma das afirmações está correcta

3. A parte do sistema de abastecimento, por meio da qual a água


é recolhida do manancial.
a) Captação
b) Adução
c) Reservatório
d) Nenhuma das respostas está certa

4. O reuso agricola destina-se para a:


a) Fertiirigação
b) Irrigação
c) Lavagem de pulverizadores
d) Todas as respostas estão correctas
5. O reuso potável destina-se a:
a) Lavagem de utensílios domésticos
b) Consumo humano
c) Lavagem de viaturas
d) Todas as respostas estão erradas

6. O reúso da água reduz a demanda sobre os mananciais de água


devido à substituição da água potável por uma água de:
a) Qualidade superior
b) Qualidade intermedia
c) Qualidade inferior
d) Todas as afirmações estão erradas

7. Devido a impraticabilidade de análise de toda massa de água,


destinada ao consumo humano, colhem-se amostras
representativas e através de sua análise, conclui-se a:
a) Qualidade da água
b) Quantidade de microorganismos
c) Quantidade de água
d) Só as alíneas b) e c) estão correctas

8. A fixação dos limites máximos aceitáveis de impurezas contidas


nas águas destinadas ao abastecimento público, refere-se a:
a) Emissão de efluentes
b) Padrões lançamento de efluentes
c) Padrões de potabilidade
d) Todas as alíneas não estão correctas

9. O conjunto de tubulações e peças especiais, destinadas a


conduzir a água até os pontos de tomada das instalações
prediais designa-se:
a) Abastecimento de água
b) Rede de distribuição
c) Estação de tratamento de efluentes líquidos

131
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

d) Reservatorio de betão

10. Marque com (V) se for verdadeira e (F) se for falso.


a) A matéria orgânica em decomposição consome o oxigênio para
sua estabilização por conta disto quanto maior o consumo de
oxigênio, maior será a poluição.
b) Nos dejetos de animais encontra-se os cloretos que podem ser
benéficos para a estação de tratamento de água dos
mananciais.

Exercicios integrados do tema

1. Segundo a Organização Mundial de Saúde existem:


a) 2 Tipos de reuso
b) 3 Tipos de reuso
c) 4 Tipos de reuso
d) 6 Tipos de reuso

2. Os tipos de reservatório, podem ser:


a) Elevado, circulares e semi-enterrado
b) Elevado, apoiado e retangulares
c) Triangulares, apoiado e retangulares
d) Nenhuma das respostas está correcta

3. Denomina-se estação de tratamento, a unidade onde se


processa o tratamento da água com finalidade de torná-la
própria para:
a) Sistemas de rega
b) Lavagem de peças das indústrias quimicas
c) Consumo humano
d) Nenhuma das afirmações está correcta

4. A parte do sistema de abastecimento, por meio da qual a água


é recolhida do manancial.
a) Fontenária
b) Adução
c) Reservatório
d) Nenhuma das respostas está certa

5. O reuso agricola destina-se somente para a:


a) Fertiirigação
b) Irrigação
c) Lavagem de pulverizadores

132
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

d) Todas as respostas estão erradas

6. A reutilização de água nas instalações industriais, para


economizar água e controlar a poluição refere-se a:
a) Reuso potável
b) Reuso agricola
c) Reuso interno
d) Reuso externo

7. A amônia, nitritos e nitratos onde a presença da amônia indica


poluição recente e de nitrato poluição remota, são exemplos
de:

a) Consumo de oxigénio
b) Substâncias nitrogenadas
c) Substâncias fosfatadas
d) Cloretos

8. A canalização que transporta a água da fonte de abastecimento


ao sistema de distribuição denomina-se:
a) Captação
b) Rede de distribuação
c) Adução
d) Todas as alíneas estão correctas

9. Os cianetos e fluoretos, são componentes inorgânicos que


afectam a saúde, pertencentes a características:
a) Físicas
b) Orgânicas
c) Químicas
d) Bio-quimicas

10. Os três componentes orgânicos que afetam a saúde são:


a) Benzeno, DDT e Endrin
b) Ferro, manganês e alumínio
c) Magnésio, mercurio e estanho
d) Todas as afirmações estão erradas

Referências bibliografias

CUNHA, Ananda Helena Nunes. O reúso de água no brasil: a


importância da reutilização de água no país. Enciclopédia biosfera,
Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1225 à
1248. Disponível em <http://www.conhecer.org.br/en
ciclop/2011b/ciencias%20 amb ientais/o%20reuso.pdf>. Acesso:
15/09/2016.

133
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

GUEDES A.B.; CARVALHO J.M.T.; Operação e manutenção de ETAs.


1997.

HESPANHOL, I. “Potencial de Reuso de água no Brasil: agricultura,


indústria, município e recarga de aqüíferos”. In: Mancuso, P., Santos,
H. dos. Reuso de água, 1° edição, Ed Manole (USP), pp.37-95, 2003.

MANCUSO, P. C. S.; SANTOS, H. F.; Reúso de Água. 1ª Edição, São


Paulo, Ed Manole Ltda, 2003.

MANCUSO, P. C.; Reúso de água para torres de resfriamento. São


Paulo: FSP/USP, 2001.

ROSA, Anderson H. RUCHAUD, Guilherme Galdo. SCOFANO, Vinícius


Schneider. Águas Pluviais. Florianópolis, 2010. 30 p. Disponível em
<http://www.arq.ufsc.br/-arq5661/trabalhos_2010-
2/aguas_pluviais.pdf>. Acesso em: 15/09/2016.

SICKERMANN, Jack M. Gerenciamento Sustentável das Águas de


Chuva: imprescindível para o futuro das grandes cidades do Brasil.
Piauí, 2005. 9 p. Disponível em
<http://www.abcmac.org.br/files/simposio/050-sickermann_gerencia-
mento.pdf>. Acesso em: 15/09/2016.

SILVA, A. K. P. S.; FLORES, L. C.; GALDEANO, M. M.; VAL, P. T. do; Reúso


de água e suas implicações jurídicas. Navegar Editora, São Paulo, 2003.
WHO – World Health Organization. Health guidelines for the use of
wastewater in agriculture and aquaculture. Tecnical Report Series.
778. Geneva: World Health and Organization,1989.

134
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

TEMA VII: LEIS REGULAMENTADORAS DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO AO PÚBLICO E DE


EFLUENTES LÍQUIDOS

Unidade temática 7.1. Análise de leis que regulam o abastecimento de


água ao público e de efluentes liquidos

Introdução

A ISO é uma organização não-governamental, fundada em 1947, com


sede em Genebra, Suíça. O representante brasileiro na ISO, que
congrega órgãos de mais de 100 países, é a ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas).

Segundo Maimon (1999), a ISO busca normas de homogeneização de


procedimentos, de medidas, de materiais e/ou de uso que reflitam o
consenso internacional em todos os domínios de atividades, exceto no
campo eletroeletrônico que é de atribuição da IEC (International
Electrotechnical Commission) e entram em vigor à medida que são
aprovadas pelos países membros. Com a experiência acumulada na
elaboração das normas da série ISO 9000, que tiveram como base a BS
5750 (Norma Britânica voltada para o controle da qualidade), e
sensibilizada pelas ações que já vinham sendo tomadas por diversos
países para criar suas próprias normas de gestão e certificação
ambiental, a ISO estabeleceu, em março de 1993, um novo Comitê
Técnico, o TC 207, incumbido de elaborar normas internacionais que
assegurassem uma abordagem sistêmica à gestão ambiental e
possibilitassem a certificação das empresas e dos produtos que as
cumprissem (VALLE, 1996).

Essa nova série recebeu a designação de ISO 14000 e se aplica, a


exemplo da ISO 9000, tanto às atividades industriais como também às
atividades extrativas, agroindustriais e de serviços. A ISO 14000 é mais
abrangente do que a ISO 9000, pois além de prever a certificação das
instalações das empresas e suas linhas de produção, no sentido de
cumprirem os requisitos de qualidade da produção, a ISO 14000
também possibilita a certificação dos próprios produtos que
satisfaçam os padrões de qualidade ambiental (VALLE, 1996).

A gestão ambiental é como um conjunto de procedimentos para gerir


ou administrar uma organização na sua interface com o meio
ambiente. É a forma pela qual a empresa se mobiliza, interna e
externamente, para a conquista da qualidade ambiental desejada
(MAIMON, 1999). Segundo D’Avignon (1996), define um Sistema de
Gestão Ambiental como um conjunto de procedimentos para gerir ou
administrar uma empresa, de forma a obter um melhor
relacionamento com o meio ambiente.

135
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

A ISO 14001 é uma norma de adesão voluntária que contém os


requisitos para a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
em uma empresa, podendo ser aplicada a qualquer atividade
econômica, fabril ou prestadora de serviços, independentemente de
seu porte. Ela promove uma melhoria contínua do desempenho
ambiental, por meio de uma responsabilidade voluntária (ABNT NBR
ISO 14001:1996).

A ISO 14001 define, de acordo com Maimon (1999), o Sistema de


Gestão Ambiental como a parte do Sistema de Gestão Global que
inclui a estrutura organizacional, o planeamento de atividades,
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para
o desenvolvimento, implantação, alcance, revisão e manutenção da
política ambiental.

A finalidade básica da ISO 14001 é a de fornecer às organizações os


requisitos básicos de um sistema de gestão ambiental eficaz. A norma
não estabelece requisitos absolutos de desempenho ambiental, ou
seja, pode ocorrer que duas empresas com atividades semelhantes
alcancem desempenhos ambientais diferentes, estando ambas, no
entanto, em conformidade com a ISO 14001.

Objectivos específicos

No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de:


Analisar as leis que regulam o abastecimento de água ao
público;
Identificar as leis reguladoras de efluentes líquidos.

Desenvolvimento de conteúdos

Leis regulamentadoras para águas de abastecimento público


O diploma ministerial 180/2004 diz que toda a água no seu estado
original ou após tratamento destinada a ser bebida, a cozinhar, a
preparar alimentos ou para outros fins domésticos, deve ser fornecida
a partir de um sistema de abastecimento de água. O mesmo diploma
diz ainda que toda a água utilizada numa empresa da indústria
alimentar para o fabrico, transformação, conservação ou
comercialização de produtos destinados ao consumo humano, deve
obedecer os parâmetros de qualidade.

Lei de Águas (Lei n.º 16/91)


Em Moçambique, a Lei de Águas estabelece que os recursos hídricos
pertencem ao domínio público, princípios de gestão de águas, a
136
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

necessidade de inventariação de todos os recursos hídricos existentes


no país, o regime geral da sua utilização, as prioridades a ter em conta,
os direitos gerais dos utentes e as correspondentes obrigações, entre
outros (VIEIRA, FERRAZ E ROQUE, 2014). Para além disso a Lei de Água
determina que as águas interiores, as superficiais e os respetivos
leitos, as subterrâneas, quer brotem naturalmente ou não, são
propriedade do Estado, constituindo domínio público hídrico. São
também parte integrante do domínio público hídrico as obras,
equipamentos hidráulicos e suas dependências realizadas pelo Estado
ou por sua conta com o objetivo de utilidade pública (VIEIRA, FERRAZ E
ROQUE, 2014).

Políticas de Águas - Resolução nº 46/2007 de 30 de Agosto


Esta resoluçao, revoga a política nacional de águas aprovadas pela
resolução nº75/95 e cria uma nova politica de águas. Esta nova política
abrange assuntos importantes não abrangidos na política anterior,
como é o caso da melhoria do saneamento nas zonas urbanas, peri-
urbanas e rurais, as redes hidrológicas, o desenvolvimento de novas
infra-estruturas hídricas e, a gestão integrada de recursos hídricos com
a participação das partes interessadas.

Nova Política de Águas


De acordo com Vieira, Ferraz e Roque (2014), a Política Nacional de
Águas foi aprovada por uma resolução do Governo em agosto de 1995
e surgiu na sequência da Lei de Águas, de 1991. Em 1995, a grande
prioridade do Governo foi a recuperação dos serviços básicos de água,
em particular o abastecimento de águas às áreas urbanas, periurbanas
e rurais. Houve também a necessidade de introduzir novos parceiros
no setor de águas, em particular operadores privados, e desenvolver
novas abordagens na provisão de serviços de água. Doze anos depois,
o Governo de Moçambique decidiu que era necessário fazer uma
profunda revisão da Política de Águas.

Segundo Vieira, Ferraz e Roque (2014), a nova Política de Águas está


estruturada em quatro partes principais:
 A Parte 1, introduz a visão, os principais objetivos e as políticas
fundamentais para o setor da água;
 A Parte 2 trata das necessidades de água para abastecimento
de água e saneamento, para desenvolvimento económico, para
o ambiente e ainda de cheias e secas;
 A Parte 3 lida com a gestão integrada dos recursos hídricos,
envolvendo a avaliação dos recursos hídricos e do uso da água,
planeamento de bacias, bacias partilhadas e infraestruturas
hidráulicas;
 A Parte 4 refere-se a questões transversais, nomeadamente
aspetos económicos e financeiros, participação do setor

137
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

privado, quadro institucional e legal, e capacitação


institucional.

Leis regulamentadoras para efluentes líquidos


A legislação de efluentes líquidos de diferentes países, como Brasil,
Estados Unidos, Espanha e França, assim como os paises de Africa,
encontram-se alguns pontos em comum e algumas diferenças,
principalmente nas estratégias e maneiras de atuação e operação dos
órgãos ambientais de cada país.

Nos Estados Unidos por exemplo, o programa NPDES - National


Pollution Discharge Elimination System (NPDES) é um programa usado
para eliminação de descargas de fontes pontuais e de águas de chuvas
nos corpos receptores americanos. A EPA, tem uma autoridade de
delegar o programa a estados individuais. Atualmente o estado da
Florida, por exemplo, tem a autorização de gerenciar descargas de
fontes pontuais, devendo receber a autorização para o controle das
águas pluviais durante o ano de 2000.

As instalações lançadoras de efluentes requerem a permissão do


programa NPDES, para o licenciamento, onde são estabelecidos limites
para águas pluviais e efluentes a serem lançados, constando ainda na
licença exigências adicionais relativas a padrões de qualidade das
águas receptoras.

Legislação Internacional

Devido a uma variedade de problemas derivados da presença de


nitrogênio e fósforo em habitats aquáticos, aliados a um aumento
regular dos níveis de nitrogênio após várias décadas, fizeram com que
os principais países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento,
se preocupassem e desenvolvessem suas politicas de controle desta
forma de poluição.

Legislação na Europa

Na origem das legislações européias que regem a descarga de águas


residuais encontra-se três aspectos que são:
 Como se define a poluição
 Qual é a política geral estabelecida
 Que medidas concretas têm sido tomadas

As legislações podem dividir-se entre aquelas que definem poluição, as


que recorrem a definições indiretas e as que optam por definições
diretas. Países como a Grã-Bretanha limitam-se a proibir poluição em
termos vagos concedendo às autoridades administrativas e judiciais o
conteúdo efetivo do termo poluição através do seu “Water Resources

138
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Act” de 1963. Já países como Bélgica e Suíça apesar de não definirem


diretamente a poluição se reportam aos dados necessários para que
não haja dúvida quanto ao significado do termo (CUNHA, 2013).

Na lei Suíça de 1955 diz em seu artigo segundo: “Se tomarão todas as
medidas necessárias para controlar a poluição, ou qualquer outra
deterioração das águas superficiais ou subterrâneas, para alcançar a
proteção sanitária de homens e animais, a possibilidade de utilizar os
mananciais e águas subterrâneas para a bebida, o tratamento das
águas superficiais para o consumo industrial e doméstico, as atividades
recreativas, a pesca, a proteção das construções fluviais e impedir a
desfiguração da paisagem”.

Como indicado anteriormente nas leis de alguns países não aparece


uma definição direta de poluição devido aeste conceito ser de difícil
formulação. No entanto parece que atualmente tende-se a considerar
como poluição as variações na qualidade das águas produzidas de
modo artificial, ou seja, pela mão do homem. De acordo com este
conceito geral as definições diretas que existem podem se agrupar em
aquelas que fazem menção à mudanças nocivas e aquelas outras que
vão mais além e se referem à um efeito que é nocivo para a utilização
da água (PIVA et al, 2007).

Uma definição típica do grupo refere que mudança nociva é a


definição francesa de 1964 que diz: A poluição da água consiste no
derramamento de resíduos sólidos ou líquidos, a deposição de
materiais ou qualquer outra ação capaz de deteriorar ou intensificar a
deterioração da qualidade das águas, modificando suas características
físicas, químicas, biológicas e bacteriológicas.

A maioria das legislações consideram os efeitos nocivos para a


utilização das águas citando como exemplo o artigo 82 do código de
águas polonês que diz: “A poluição prejudicial consiste na
transformações físicas, químicas e biológicas da água como
conseqüência da introdução de quantidades excessivas de matérias
sólidas, líquidas ou gasosas, energia, materiais radioativos ou
quaisquer outras substâncias ou materiais, até inabilitar estas águas
para sua utilização normal com fins domésticos, industriais, agrícolas,
pesqueiros e outros (PIVA et al, 2007).

A Franca ao promulgar sua legislação de 16 de dezembro de 1964


parcialmente orientada ao controle da poluição das águas considerava
a necessidade de incluir certas disposições que não se limitassem a
reconhecer uma situação de fato no que diz respeito à qualidade das
águas mas sim que contribuíssem para a melhoria desta qualidade
(PIVA et al, 2007).

A lei prevê a preparação de um inventário de todas as águas


superficiais, tanto públicas quanto privadas, cujos níveis de poluição

139
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

terão de ser especificados de acordo com suas características físicas,


químicas, biológicas e bacteriológicas (CUNHA, 2013). Ao concluir o
inventário prevê-se a promulgação de decretos que para cada curso de
água sejam estabelecidas as qualidades física, química, biológica e
bacteriológica que deverão ser alcançados em um determinado prazo
com o fim de satisfazer ou reconciliar os diversos interesses
enumerados no artigo 1 da lei. Este esquema legislativo tem por
objeto elevar o nível de qualidade das águas.

No que diz respeito ao descarte de efluentes industriais exige-se uma


autorização prévia ainda que com algumas limitações. Todos os
aspectos até agora considerados sobre a legislação em águas residuais
têm um aspecto repressivo e preventivo, e podem reforçar-se ainda
mais, (de fato isto está ocorrendo), com medidas punitivas do tipo
econômica quando se burla a lei. No entanto em alguns países a
legislação tem um sentido mais construtivo, valendo-se de incentivos
econômicos para intensificar a luta contra a poluição. Estes incentivos
podem consistir de redução de impostos, créditos em condições muito
favoráveis para a construção de plantas de tratamento, ajudas na
investigação e outras (CUNHA, 2013).

A Franca contava com uma legislação heterogênea e antiquada,


totalmente inadequada para combater a crescente poluição de suas
águas, até que se criou a lei de 16 de dezembro de 1964. O objetivo
desta é muito amplo e afeta tanto o regime de águas e sua distribuição
como a luta contra as contaminações, tendo em vista satisfazer as
exigências dos usuários de todos os setores: alimentação, agricultura,
indústria, transporte, pesqueiras, recreio etc. A lei contempla tanto as
águas superficiais e subterrâneas quanto as costeiras jurisdicionais
(PIVA et al, 2007).

O país se divide em seis áreas principais de drenagem. Cada uma sob a


jurisdição de um Comitê de Área no qual participam os usuários das
águas, que serão tributados de acordo com a sua contribuição à
poluição. Estes impostos se baseiam tanto em critérios de oxidação
(DBO e DQO) como na quantidade de matéria em suspensão. Em duas
destas áreas também leva-se em conta a matéria dissolvida. Em contra
partida se concedem subsídios e empréstimos para a construção de
plantas de tratamento de águas residuais ajudas que podem chegar
até a 50% do imobilizado (PIVA et al, 2007).

Para além disso, podem outorgar-se assistência financeira para


introduzir modificações técnicas nos processos de fabricação quando
estas modificações se orientam no sentido de reduzir a poluição.
Porém neste último caso, os termos e condições não são os mesmos e
regra geral se limitam à concessão de créditos. Duas diretivas
européias, adotadas em determinados intervalos próximos de tempo,
tem procurado, em um caso, ao controle da poluição agrícola a
respeito da contaminação de águas pela poluição do nitrato,
140
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

conhecida como diretiva do nitrato, e em outro, ao controle da


poluição urbana, a respeito do tratamento de efluentes urbanos,
conhecida com diretiva dos efluentes urbanos (CUNHA, 2013).

Segundo Piva et al (2007), a diretiva dos nitratos envolve a


identificação de áreas sensíveis à poluição por nitrato, a elaboração de
um código de boas práticas em agricultura, em áreas sensíveis,
levando a cabo planos de acção. Na França estes dois estágios têm
sido finalizados e os planos de ação estão em vias de serem
finalizados. Assim como para o nitrogênio de origem doméstica, sua
redução se ajusta em uma larga estrutura para controle de poluição de
origem doméstica e urbana. Então, a diretiva dos efluentes domésticos
faz com que a coleta, transporte e tratamento sejam compulsórias em
municipalidades de população equivalente de mais de 2.000 pessoas,
fixando linhas mestras de acordo com o tamanho de cada
municipalidade envolvida.

A diretiva de efluentes urbanos também é aplicável para zoneamento


de áreas sensíveis, notavelmente em relação à eutrofização. Nestas
áreas sensíveis, as linhas mestres estão sendo modificadas e a
escalada do tratamento intensificada. Em áreas expostas à
eutrofização, o tratamento terciário para controle de nitrogênio tem
que ser implantado.

Para efluentes industriais, o controle de nitrogênio é incluído como


uma ordem integrada com respeito àquelas instalações em falha com
a classificação de proteção ambiental. Acima destas medidas, e em
vista do incremento nos problemas de eutrofização encontrados no
Mar do Norte, o Canal e mais geral, do nordeste do Atlântico, a França
juntamente com outras partes igualmente preocupadas, tem-se
empenhado para reduzir 50 % o nível de nitrogênio nutriente na base
dos níveis de 1.985 que alcançam as águas marítimas que vieram com
a reunião da Conferência do Mar do Norte por um lado, e por outro, as
zonas “problema” do Atlântico como concebido no corpo das
convenções de Oslo e Paris (CUNHA, 2013).

As directrizes consideradas aplicáveis para o tratamento e/ou descarga


de efluentes de águas residuais incluem:
• Regulamentos relativos à emissão de efluentes e normas de
qualidade ambiental (Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho);
• Decreto n.º 67/2010, de 31 de Dezembro (alterações ao
Apêndice I e inclusão dos Apêndices 1A e 1B no Decreto n.º
18/2004, de 2 de Junho);
• Regulamento sobre a Prevenção da Poluição do Ambiente
Marinho e Costeiro (Decreto n.º 45/2006, de 30 de Novembro)
incluindo os Anexos II e IV da Convenção de MARPOL; e
• Directriz de SSA da IFC para instalações de GNL, na medida do
possível.

141
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Regulamento Sobre Padrões De Qualidade Ambiental E De Emissão


De Efluentes - Decreto nº18/2004, de 2 de Junho
O decreto no 18/2004 de 2 de Junho, regulamento estabelece padrões
de qualidade ambiental e de emissão de efluentes, visando o controlo
e manutenção dos níveis admissíveis de concentração de poluentes
nos componentes ambientais. Determina que quando os efluentes
industriais são descarregados no meio ambiente, os efluentes finais
descarregados tem que cumprir com as normas para a descarga
conforme vêm estabelecidos no Anexo II do decreto. A descarga de
efluentes domésticos tem que cumprir com as normas para a descarga
conforme vêm estabelecidos no anexo IV. O Anexo III estabelece as
normas para descarga dos efluentes, para várias indústrias.

As directrizes de descarga de efluentes para os fluxos de águas


residuais que se seguem são descritas mais abaixo:
• Água de Hidrotestes.
• Escorrência de águas pluviais.
• Água de refrigeração.
• Água produzida.
• Esgoto doméstico/residencial.

Uma vez que Moçambique não definiu directrizes ou normas


específicas para todos estes efluentes residuais, na sua ausência, irá
propor padrões para os efluentes e águas residuais com base nos
padrões Moçambicanos para indústrias similares e directrizes da IFC.
Em Moçambique, as descargas de esgoto são regulamentadas pelo
Anexo IV do Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho. O Anexo V deste
Decreto aplica-se à descarga de quaisquer efluentes domésticos no
mar ou oceano.

O Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do


Ambiente Marinho e Costeiro, Decreto n.º 45/2006, de 30 de
Novembro,
O Decreto n.º 45/2006, regula a prevenção da poluição e protecção
do ambiente marinho e costeiro e refere os padrões definidos pelo
Anexo IV da MARPOL – Prevenção de Poluição por Efluentes. A
disposição de águas residuais será efectuada em conformidade com
todos os padrões e regulamentos (nacionais e internacionais)
aplicáveis e/ou aprovados ou autorizados.
Defende ainda a prevenção e limitação da poluição por descargas
ilegais efectuadas por navios, plataformas ou por fontes baseadas em
terra, ao largo da costa moçambicana bem como o estabelecimento de
bases legais para a protecção e conservação das áreas que constituem
domínio público marítimo, lacustre e fluvial, das praias e dos
ecossistemas frágeis.

142
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos de Moçambique


(Decreto n.º 13/2006)
Este decreto estabelece regras relativamente à produção, emissão ou
eliminação de qualquer substância tóxica ou poluente, de modo a
prevenir ou minimizar os seus impactos negativos na saúde e no meio
ambiente. Tal aplica-se a todas as pessoas, individuais ou colectivas,
públicas ou privadas, e estabelece competências quanto à gestão de
residues.

Sumário

Nesta unidade temática, abordou-se essencialmente com maior


destaque temas relacionados com o seguinte:
Leis que regulam a água de abastecimento público
Lei de Águas (Lei n.º 16/91)
Nova Política de Águas
Leis que regulam para efluentes líquidos
Legislação Internacional
Legislação na Europa

Exercicios de auto-avaliação

Grupo 1 (com respostas detalhadas)


1. Define a gestão ambiental?
2. Em que consiste a ISSO 14001?
3. Porque a norma ISO 14001 não estabelece requisitos absolutos
de desempenho ambiental?
4. Em que ano foi aprovada a nova politica nacional de água?
5. Qual é a estrutura da nova política nacional de água?

Respostas:
1. Rever a página 139
2. Rever a página 139
3. Rever a página 139
4. Rever a página 140
5. Rever a página 140

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. A Lei de Água determina que as águas interiores, as superficiais
e os respetivos leitos, as subterrâneas, quer brotem
naturalmente ou não, constituindo domínio público hídrico são
propriedade dos/as:
a) Empresas privadas de águas;

143
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

b) Produtores agrícolas;
c) Estado;
d) Industrias processadoras

2. O diploma ministerial 180/2004 diz que toda a água no seu


estado original ou após tratamento destinada a ser bebida, a
cozinhar, a preparar alimentos ou para outros fins domésticos,
deve ser fornecida a partir de:
a) Um sistema de abastecimento de água;
b) Gestão de recursos hídricos;
c) Gestão de efluentes líquidos;
d) As alíneas a) e b) estão correctas.

3. A água utilizada numa empresa da indústria alimentar para o


fabrico, transformação, conservação ou comercialização de
produtos destinados ao consumo humano, deve obedecer os
parâmetros de qualidade. Esta informação é regulada pelo/a:
a) Lei 15/2004
b) Diploma ministerial 180/2004
c) Lei 16/91
d) Os documentos referidos nas alíneas a) e c) estão correctas.

4. O derramamento de resíduos sólidos ou líquidos, a deposição


de materiais ou qualquer outra ação capaz de deteriorar ou
intensificar a deterioração da qualidade das águas,
modificando suas características físicas, químicas, biológicas e
bacteriológicas, refere-se a poluição. Esta definição dada por:
a) Franceses
b) Americanos
c) Europeus
d) Africanos

5. Em Moçambique, as descargas de esgoto são regulamentadas


pelo Anexo IV do Decreto n.º:
a) 67/2010
b) 45/2006
c) 18/2004
d) 13/2006

6. O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos de Moçambique


que estabelece regras relativamente à produção, emissão ou
eliminação de qualquer substância tóxica ou poluente, de
modo a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos na
saúde e no meio ambiente é:
a) Decreto 18/2004
b) Decreto n.º 13/2006
c) Decreto n.º 45/2006
d) Decreto n.º 67/2010

144
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Exercicos integrados do tema

1. Os requisitos básicos de um sistema de gestão ambiental eficaz


das organizações é a finalidade básica da norma ISSO:
a) 9001
b) 14000
c) 14001
d) 14032

2. São directrizes de descarga de efluentes para os fluxos de


águas residuais em Mocambique:
a) Água de Hidrotestes
b) Escorrência de águas fluviais
c) Água de refrigeração
d) Todas as questões estão correctas

3. O decreto n.º 45/2006 de 30 de Novembro, regula sobre a


prevenção da poluição do ambiente:
a) Águas superficiais
b) Marinho e costeiro
c) Águas subterrâneas
d) Nenhuma das respostas está correcta

4. Os apêndices I e inclusão dos apêndices 1A e 1B no Decreto n.º


18/2004, de 2 de Junho, são alterados pelo decreto n.º:
a) 15/2015
b) 67/2010
c) 16/91
d) 45/2006

5. O diploma ministerial 180/2004, diz que a água utilizada numa


empresa da indústria alimentar para o fabrico, transformação,
conservação ou comercialização de produtos destinados ao
consumo humano, é necessário que esteja de acordo com:
a) A capacidade financeira dos fornecedores de água
b) A zona que operam as empresas de abastecimento de água
c) Os parâmetros de qualidade.
d) Os padrões de potabilidade

6. O conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma


empresa, de forma a obter um melhor relacionamento com o
meio ambiente, refere-se a:
a) A gestão ambiental
b) Sistema de Gestão Ambiental
c) A relação entre empresas e municípios
d) Todas as alíneas estão correctas

145
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7. As necessidades de água para abastecimento de água e


saneamento, para desenvolvimento económico, para o
ambiente e ainda de cheias e secas, são tratadas na:
a) Nas leis sobre água
b) Nos decretos sobre lançamento de efluentes
c) Nova política de água
d) Nenhuma das respostas está correcta

8. A série ISO que é mais abrangente, prevê a certificação das


instalações das empresas e suas linhas de produção, no sentido
de cumprirem os requisitos de qualidade da produção e
possibilita a certificação dos próprios produtos que satisfaçam
os padrões de qualidade ambiental designa-se:
a) ISO 9000
b) ISO 14031
c) ISO 14000
d) ISO 14001

9. A resoluçao, que revoga a política nacional de águas aprovadas


pela resolução nº75/95 e cria uma nova politica de águas,
abrange a melhoria do saneamento nas zonas urbanas, e
outros é:
a) 46/2007
b) 67/2010
c) 16/91
d) 45/2006

10. A grande prioridade do Governo foi a recuperação dos serviços


básicos de água, em particular o abastecimento de águas às
áreas urbanas, periurbanas e rurais, no ano de:
a) 1991
b) 1995
c) 2007
d) 2010

Referências bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistemas de Gestão


Ambiental. Especificações e Diretrizes para Uso. NBR ISO 14001. Rio de
Janeiro, 1996.

CUNHA, R. G. T., Proposta de um sistema de gestão de efluentes


líquidos para a Universidade Federal de Alfenas Campus I seguindo a
serie de Normas ISSO 14000:2004. Brasil. 2013.

146
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

D’AVIGNON, A. Normas Ambientais ISO 14000 – Como podem


Influenciar sua Empresa. Rio de Janeiro: CNI, 1996.

MAIMON, D. ISO 14001 – Passo a Passo da Implantação nas Pequenas


e Médias Empresas. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora Ltda., 1999.

PIVA, CARLA DAL, et al. Sistema de Gestão Ambiental implementado


aos moldes da ISO 14001: 2004 em um frigorífico de abate de aves, no
Município de Sidrolândia–Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de
Gestão e Desenvolvimento Regional. 2007

VALLE, C. E. Como se Preparar Para as Normas ISO 14000 – Qualidade


Ambiental – O Desafio de Ser Competitivo Protegendo o Meio
Ambiente. São Paulo: Pioneira Administração e Negócios &
ABIMAQ/SINDIMAQ, 1996.

VIEIRA, C., FERRAZ, N., e ROQUE, S. Cluster da Água Moçambique,


Uma Estratégia Coletiva, Manual de Boas Práticas. Moçambique.
2014.

Exercicos integrados do manual

1. Os esgotos domesticos são compostos por:


a) Vitaminas e poluentes
b) Solidos dissolvidos e graxas
c) H2O e lipidos
d) H2O e solidos

2. A parte inorgânica dos esgotos domesticos é composta por:


a) Proteina, sais e hidrocarbonetos
b) Minerais, sais e metais
c) Proteina, gordura e minerais
d) Gordura, metais e minerais
3. Numere a coluna da direita com base na informação da coluna
da esquerda.
Gradeamento ( ) tratamento preliminar
Lagoa facultativa ( ) tratamento terciário
Lagoa anaeróbica ( ) tratamento primário
Lagoa de maturação ( ) tratamento secundário

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de


cima para baixo:
a)1,3,4,2
b) 1,2,4,3
c) 1,4,3,2
d) 1,3,2,4

147
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4. Lagoa de maturação, cloração para desinfeção, ozonização


para desinfeção, remoção de nutrientes, remoção de
complexos orgânicos, eletrodiálise, osmose reversa, troca
iônica, remoção de nutrientes, define-se ao tratamento:
a) Preliminar
b) Primario
c) Secundario
d) Terciario

5. A estabilização de resíduos feita pela ação de microorganismos,


na ausência de ar ou oxigênio elementar, trata-se de:
a) Processos aeróbicos
b) Processos de lodos activados
c) Processos anaeróbicos
d) As alineas a) e b) estão corretas

6. O arraste das partículas para fora do arranjo cristalino durante


a formação dos precipitados de hidróxidos amorfos, denomina-
se:
a) Mecanismo de filtração
b) Mecanismo de adsorção
c) Mecanismo de coagulação
d) Mecanismo de varredura

7. O pH e a alcalinidade do efluente, o tipo de coagulante, a


natureza das partículas coloidais, a distribuição de tamanho
das partículas causadoras da turbidez e a uniformidade da
aplicação dos produtos químicos são factores que interferem
na:
a) Coagulação
b) Filtração
c) Adsorção
d) Varredura

8. Os métodos físicos usados no tratamento de efluentes sa:


a) Peneiramento e sedimentação
b) Flotação e filtração
c) Aeração e eletrodiálise
d) Todas as alíneas estão correctas

9. Sobre processos biológicos aeróbicos indique a alternativa


correta:
a) Encontra-se biodigestores, filtro biologoco e reatores
anaeróbicos
b) Encontra-se filtro biológico, lodos activados e sistema de
lagoas
148
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c) Encontra-se lodos activados, reatores anaerobicos e


sistema de lagoas
d) Encontra-se lodos activados, biodigestores e sistema de
lagoas.

10. Os processos de filtração mais avançados que utilizam


membranas semipermeáveis são:
a) A microfiltração, electrolise, nanofiltração e osmose
reversa
b) A microfiltração, ultrafiltração, metais pesados e osmose
reversa
c) A microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose
reversa
d) A microfiltração, ultrafiltração, DQO e osmose reversa

11. A quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria


orgânica presente no efluente, através de bactérias aeróbias,
refere-se a:
a) DBO;
b) DQO;
c) H2O
d) PH

12. A unidade onde se processa o tratamento da água com


finalidade de torná-la própria para consumo humano refere-se
a:
a) Estação de bombagem
b) Estação meteorológica
c) Estação de tratamento
d) Nenhuma das afirmações está correcta

13. Devido o lançamento de diferentes tipos de poluentes nos


corpos receptores são necessários diversos parâmetros de
controle analítico. Estes podem de natureza:
a) Física, química e biológica
b) Física e química
c) Química e biológica
d) Todas as alíneas anteriores etao erradas

14. No processo de amostragem deve-se listar:


a) Pelo menos os equipamentos
b) Apenas os materiais
c) Todos os materiais e equipamentos para a coleta das
amostras,
d) Todas as respostas estão correctas

149
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15. Os resíduos na forma sólida ou semi-sólida, precisam ser


removidas, de modo que se possa evitar a:
a) Solubilização e o arraste por lavagens
b) Salinização por restos da cozinha
c) Entupimento por graxas
d) Desnaturação de proteínas devido a altas temperaturas

16. As matrizes comuns na colecta de amostras são:


a) Lagoas, condutivimetro, GPS, represas e piezómetros
b) Lagoas, Esgotos sanitários, Condutivimetro, efluentes
industriais e piezómetros
c) Lagoas, Esgotos sanitários, efluentes industriais, abastecimento
de água e piezómetros
d) Represas, GPS, efluentes industriais, esgotos sanitarios e
abastecimento de água

17. O pH dos efluentes na indústria de refrigerantes, dependem do


tipo de embalagem produzida, isto é, no caso da utilização de
soda caustica para a lavagem de embalagens retornáveis, o
efluente é:
a) Acido podendo ter o pH até 2,
b) Alcalino podendo ter o pH até 12,
c) Ligeiramente ácido podendo ter o pH até 4.5,
d) Básico podendo ter o pH acima 12.

18. As indústrias abaixo são exemplos de indústrias químicas:


a) Lacticínios, farmacêutica e petroquímica
b) Abate de bovinos, pescado e texteis
c) Farmacêutica, têxteis e reciclagem de papéis
d) Bebidas, petroquímica e refrigerantes

19. O reuso potável destina-se a:


a) Lavagem de utensílios domésticos
b) Consumo humano
c) Lavagem de viaturas
d) Todas as respostas estão erradas

20. Devido a impraticabilidade de análise de toda massa de água,


destinada ao consumo humano, colhem-se amostras
representativas e através de sua análise, conclui-se a:
a) Qualidade da água
b) Quantidade de microorganismos
c) Quantidade de água
d) Só as alíneas b) e c) estão correctas

21. A fixação dos limites máximos aceitáveis de impurezas contidas


nas águas destinadas ao abastecimento público, refere-se a:
a) Emissão de efluentes

150
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b) Padrões lançamento de efluentes


c) Padrões de potabilidade
d) Todas as alíneas não estão correctas

22. Na indústria de refrigerantes, o tratamento dos efluentes,


apresenta três etapas mais usadas que são:
a) Preliminar, primário e secundario
b) Preliminar, secundario e terciário
c) Primário, secundario e terciário
d) Nenhuma das respostas está correcta

23. O conjunto de tubulações e peças especiais, destinadas a


conduzir a água até os pontos de tomada das instalações
prediais designa-se:
a) Abastecimento de água
b) Rede de distribuição
c) Estação de tratamento de efluentes líquidos
d) Reservatorio de betão

24. Os processos de tratamento nas indústrias farmaceuticas têm


como objectivo:
a) A correção de pH, a remoção do mercurio e a redução de cor
b) A correção de salinidde, a remoção da carga orgânica e a
redução de cor
c) A correção de pH, a remoção do nitrogénio e a redução de cor
d) Todas as alineas estão erradas

25. O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos de Moçambique


que estabelece regras relativamente à produção, emissão ou
eliminação de qualquer substância tóxica ou poluente, de
modo a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos na
saúde e no meio ambiente é:
a) Decreto 18/2004
b) Decreto n.º 45/2006
c) Decreto n.º 67/2010
d) Todas as afirmações estão erradas

26. O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos de Moçambique


que estabelece regras relativamente à produção, emissão ou
eliminação de qualquer substância tóxica ou poluente, de
modo a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos na
saúde e no meio ambiente é:
a) Decreto 18/2004
b) Decreto n.º 13/2006
c) Decreto n.º 45/2006
d) Decreto n.º 67/2010

151
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

GUIÃO DE CORRECÇÃO DE EXERCÍCIOS DO MANUAL

TEMA I: LEGISLAÇÃO AMBIENTAL SOBRE OS PADRÕES DE LANCAMENTOS E PROCESSOS DE


TRATAMENTOS DE EFLUENTES.

Unidade Temática 1.1. Definição da legislação ambiental sobre os


padrões de lançamento e identificação dos processos de tratamento
de efluentes.

Exercícios de auto-avaliação
Grupo 1 (com respostas detalhadas)
1. Porque usar a legislação ambiental?
2. Enumere dois fundamentos da legislação ambiental e diga qual
é a diferenças entre eles.
3. Os bens naturais já não são considerados bens livres. Comente
a afirmação.
4. Compradores de produtos intermediários estão exigindo cada
vez mais produtos que sejam produzidos em condições
ambientais favoráveis. Porquê?
5. Qual é a norma que se encontra em vigor no sistema de gestão
ambiental e de auditoria ambiental?
6. Enuncie, pelo menos, 3 processos de tratamento de efluentes?
7. Enumere pelo menos três métodos físicos usados no
tratamento de efluentes.

Respostas:
1. Rever a página 13;
2. Rever a página 14;
3. Rever a página 14;
4. Rever a página 14;
5. Rever a página 15;
6. Rever a página 36;
7. Rever a página 42;

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. Resposta correcta alínea (b)
2. Resposta correcta alínea (c)
3. Resposta correcta alínea (b)
4. Resposta correcta alínea (d)
5. Resposta correcta alínea (b)
6. a) Resposta correcta alínea (F)
b) Resposta correcta alínea (V)
c) Resposta correcta alínea (V)
d) Resposta correcta alínea (V)
7. Resposta correcta alínea (c)

152
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

8. Resposta correcta alínea (c)


9. Resposta correcta alínea (a)
10. Resposta correcta alínea (d)
11. Resposta correcta alínea (a)
12. Resposta correcta alínea (c)
13. Resposta correcta alínea (b)
14. Resposta correcta alínea (a)

Exercícios integrados do tema


1. Resposta correcta alínea (d)
2. Resposta correcta alínea (b)
3. Resposta correcta alínea (b)
4. Resposta correcta alínea (c)
5. a) Resposta correcta alínea (V)
b) Resposta correcta alínea (F)
c) Resposta correcta alínea (V)
d) Resposta correcta alínea (F)
6. Resposta correcta alínea (c)
7. Resposta correcta alínea (d)
8. Resposta correcta alínea (b)
9. Resposta correcta alínea (a)
10. Resposta correcta alínea (b)
11. Resposta correcta alínea (c)
12. Resposta correcta alínea (b)
13. Resposta correcta alínea (c)
14. Resposta correcta alínea (a)
15. Resposta correcta alínea (d)

TEMA II: PARÂMETROS DE LANÇAMENTO DOS EFLUENTES INDUSTRIAIS, CRITÉRIOS DE


CONTROLE DA QUALIDADE DE ÁGUA.

Unidade Temática 2.1. Identificação de padrões de qualidade


ambiental e critérios de controle de qualidade de água

Exercícios de auto-avaliação
Grupo 1 (com respostas detalhadas)
1. Porque os efluentes devem obedecer os padrões?
2. Dê 3 exemplos de alguns parâmetros de lançamento de
efluentes.
3. Qual é a importância de conhecer os indicadores de
desempenho?
4. Porque os indicadores de desempenho devem ser
quantificaveis?
153
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

5. Porque a água se tornou uma reserva limitante?


Respostas:
1. Rever a página 61
2. Rever a página 62 e 63
3. Rever a página 64
4. Rever a página 73
5. Rever a página 80.

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. Resposta correcta alínea (d)
2. Resposta correcta alínea (b)
3. Resposta correcta alínea (c)
4. Resposta correcta alínea (a)
5. Resposta correcta alínea (c)
6. Resposta correcta alínea (a)
7. Resposta correcta alínea (c)

Exercícios integrados do tema


1. Resposta correcta alínea (c)
2. Resposta correcta alínea (a)
3. Resposta correcta alínea (d)
4. Resposta correcta alínea (b)
5. Resposta correcta alínea (d)
6. Resposta correcta alínea (c)
7. Resposta correcta alínea (a)
8. Resposta correcta alínea (c)
9. Resposta correcta alínea (b)
10. Resposta correcta alínea (d)

TEMA III: PROCESSOS FÍSICO-QUIMICOS ENVOLVIDOS NAS OPERAÇÕES DE TRATAMENTO DE


EFLUENTES INDUSTRIAIS.

Unidade Tematica 3.1. Análise de processos físico-quimicos usados nas


operações de tratamento de efluentes.

Exercícios de auto-avaliação
Grupo 1 (com respostas detalhadas)
1. Em que consiste os processos físico-quimicos de tratamento de
efluentes?
2. Quais os principais resultados do mecanismo de filtração?
3. Enumere 2 mecanismos de coagulação?
4. Enuncie, pelo menos, 3 características adsorventes.
5. De que depende a química superficial?

154
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Respostas:
1. Rever a página 87
2. Rever a página 87
3. Rever a página 88
4. Rever a página 94
5. Rever a página 94

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. Resposta correcta alínea (b)
2. Resposta correcta alínea (a)
3. Resposta correcta alínea (c)
4. Resposta correcta alínea (d)
5. Resposta correcta alínea (b)

Exercícios integrados do tema


1. Resposta correcta alínea (a)
2. Resposta correcta alínea (b)
3. Resposta correcta alínea (a)
4. Resposta correcta alínea (c)
5. Resposta correcta alínea (d)
6. Resposta correcta alínea (b)
7. Resposta correcta alínea (b)
8. Resposta correcta alínea (d)
9. Resposta correcta alínea (a)
10. Resposta correcta alínea (c)

TEMA IV: TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS, CARACTERISTICAS BASICAS


DA ACTIVIDADE INDUSTRIAL.

Unidade Tematica 4.1. Identificação de técnicas de tratamento de


efluentes industriais e suas características básicas.

Exercícios de auto-avaliação
Grupo 1 (com respostas detalhadas)
1. Em que consiste a caracterização físico-química das águas,
esgotos sanitários, efluentes industriais?
2. Qual é a composição do programa de amostragem?
3. Para que servem as amostras dos efluentes brutos industriais?
4. Define o período de amostragem?
5. Diferencie amostra simple da composta.

Respostas:
1. Rever a página 102
2. Rever a página 102
155
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

3. Rever a página 103


4. Rever a página 104
5. Rever a página 105

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. Resposta correcta alínea (b)
2. Resposta correcta alínea (c)
3. Resposta correcta alínea (b)
4. Resposta correcta alínea (c)
5. Resposta correcta alínea (a)

Exercícios integrados do tema


1. Resposta correcta alínea (c)
2. a) Resposta correcta alínea (V)
3. Resposta correcta alínea (a)
4. Resposta correcta alínea (c)
5. Resposta correcta alínea (a)
6. Resposta correcta alínea (b)
7. Resposta correcta alínea (c)
8. Resposta correcta alínea (a)
9. Resposta correcta alínea (c)
10. Resposta correcta alínea (b)

TEMA V: SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES.

Unidade Tematica 5.1.Definição de sistemas de tratamento de


efluentes.

Exercícios de auto-avaliação
Grupo 1 (com respostas sem detalhes)
1. Resposta correcta alínea (b)
2. Resposta correcta alínea (a)
3. Resposta correcta alínea (c)
4. Resposta correcta alínea (a)
5. Resposta correcta alínea (d)
6. Resposta correcta alínea (a)
7. Resposta correcta alínea (b)
8. Resposta correcta alínea (c)
9. Resposta correcta alínea (a)
10. Resposta correcta alínea (c)
Exercícios integrados do tema
1. Resposta correcta alínea (d)

156
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

2. Resposta correcta alínea (c)


3. Resposta correcta alínea (d)
4. Resposta correcta alínea (d)
5. Resposta correcta alínea (d)
6. Resposta correcta alínea (a)
7. Resposta correcta alínea (d)
8. Resposta correcta alínea (b)
9. Resposta correcta alínea (a)
10. Resposta correcta alínea (d)

TEMA VI: TÉCNICAS DE REUTILIZAÇÃO DA ÁGUA.

Unidade Tematica 6.1. Identificação de técnicas de reutilização da


água.

Exercícios de auto-avaliação
Grupo 1 (com respostas sem detalhes)
1. Resposta correcta alínea (a)
2. Resposta correcta alínea (c)
3. Resposta correcta alínea (a)
4. Resposta correcta alínea (b)
5. Resposta correcta alínea (b)
6. Resposta correcta alínea (c)
7. Resposta correcta alínea (a)
8. Resposta correcta alínea (c)
9. Resposta correcta alínea (b)
10. a) Resposta correcta alínea (V)
b) Resposta correcta alínea (F)

Exercícios integrados do tema


1. Resposta correcta alínea (b)
2. Resposta correcta alínea (d)
3. Resposta correcta alínea (c)
4. Resposta correcta alínea (d)
5. Resposta correcta alínea (d)
6. Resposta correcta alínea (c)
7. Resposta correcta alínea (b)
8. Resposta correcta alínea (c)
9. Resposta correcta alínea (c)
10. Resposta correcta alínea (a)
TEMA VII: LEIS REGULAMENTADORAS DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO
AO PUBLICO E EFLUENTES LIQUIDOS.

157
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

Unidade Tematica 7.1. Análise de leis que regulam o abastecimento de


água ao público e de efluentes líquidos.

Exercícios de auto-avaliação
Grupo 1 (com respostas detalhadas)
1. Define a gestão ambiental?
2. Em que consiste a ISSO 14001?
3. Porque a norma ISO 14001 não estabelece requisitos absolutos
de desempenho ambiental?
4. Em que ano foi aprovada a nova politica nacional de água?
5. Qual é a estrutura da nova política nacional de água?

Respostas:
1. Rever a página 139
2. Rever a página 139
3. Rever a página 139
4. Rever a página 140
5. Rever a página 140

Grupo 2 (com respostas sem detalhes)


1. Resposta correcta alínea (c)
2. Resposta correcta alínea (a)
3. Resposta correcta alínea (b)
4. Resposta correcta alínea (a)
5. Resposta correcta alínea (c)
6. Resposta correcta alínea (b)

Exercícios integrados do tema


1. Resposta correcta alínea (c)
2. Resposta correcta alínea (d)
3. Resposta correcta alínea (b)
4. Resposta correcta alínea (b)
5. Resposta correcta alínea (c)
6. Resposta correcta alínea (b)
7. Resposta correcta alínea (c)
8. Resposta correcta alínea (c)
9. Resposta correcta alínea (a)
10. Resposta correcta alínea (b)

Exercícios integrados do manual


1. Resposta correcta alínea (d)
2. Resposta correcta alínea (b)
3. Resposta correcta alínea (c)

158
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

4. Resposta correcta alínea (d)


5. Resposta correcta alínea (c)
6. Resposta correcta alínea (d)
7. Resposta correcta alínea (a)
8. Resposta correcta alínea (d)
9. Resposta correcta alínea (b)
10. Resposta correcta alínea (c)
11. Resposta correcta alínea (a)
12. Resposta correcta alínea (c)
13. Resposta correcta alínea (a)
14. Resposta correcta alínea (c)
15. Resposta correcta alínea (a)
16. Resposta correcta alínea (c)
17. Resposta correcta alínea (b)
18. Resposta correcta alínea (c)
19. Resposta correcta alínea (b)
20. Resposta correcta alínea (a)
21. Resposta correcta alínea (c)
22. Resposta correcta alínea (a)
23. Resposta correcta alínea (b)
24. Resposta correcta alínea (d)
25. Resposta correcta alínea (a)
26. Resposta correcta alínea (b)

159
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:Gestão de Tratamento de Efluentes

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