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ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Manual Metodológico
GC Gabinete de Comunicação
OP Orçamento Participativo
PA Posto Administrativo
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LISTA DE TABELAS E QUADROS FIGURAS
3
ÍNDICE
CAPITULO I – INTRODUÇÃO.................................................................................................5
1.1. Enquadramento.........................................................................................................5
1.2. Objectivos..................................................................................................................5
CAPITULO II - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DA MATOLA........................................6
2.1. Caracterização Político e Legal.................................................................................6
2.2. População..................................................................................................................6
2.3. Caracterização Demográfica...................................................................................10
2.4. Caracterização Económico - Social.........................................................................11
2.5. Divisão Administrativa e Urbanização.....................................................................11
2.6. Estrutura Orgânica do CMCM.................................................................................12
2.7. Quadro Orçamental do CMCM................................................................................15
CAPITULO III – ENQUADRAMENTO DO OP.......................................................................16
3.1. Processo de Formulação da Metodologia...............................................................16
3.2. Princípios Básicos...................................................................................................16
3.3. Áreas de Competência do Município (menu de investimentos)..............................17
3.4. Arranjo Institucional e Responsabilidades na Gestão do Processo........................19
3.5. Âmbito Territorial do OP..........................................................................................20
CAPITULO IV - DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DOS CICLOS DO OP..........................22
4. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DO CICLO DE PLANIFICAÇÃO.............................22
4.1. Preparação do Processo (Fase 1 - Janeiro a Março)..............................................23
4.2. Divulgação e mobilização pública (Fase 2 - a iniciar em Maio)...............................24
4.3. Definição de projectos prioritários (Fase 3 - Maio a Junho)....................................25
4.4. Análise e validação técnica (Fase 4 - Agosto a Setembro).....................................28
4.5. Aprovação do Plano e Orçamento (Fase 5 - Outubro a Dezembro).......................30
4.6. Monitoria e Avaliação global do processo (Fase 6 - Janeiro a Dezembro).............30
5. DESCRIÇÃO DO CICLO DE EXECUÇÃO DO OP........................................................32
5.1. Preparação dos projectos (Fase 1 - Janeiro a Abril)...............................................32
5.2. Abertura dos concursos e contratualização (Fase 2 - Janeiro a Agosto)................33
5.3. Execução dos projectos (Fase 3 - Janeiro a Agosto)..............................................33
5.4. Entrega dos projectos (Fase 4 - Janeiro a Dezembro)............................................35
4
5.5. Avaliação global (Fase 5 - Janeiro a Dezembro).....................................................35
CAPITULO I – INTRODUÇÃO
1.1. Enquadramento
O Orçamento Participativo (OP) é uma prática de gestão municipal inovadora que promove
a transparência das despesas, impulsiona o crescimento da receita, estimula o
envolvimento dos cidadãos na tomada de decisão sobre recursos públicos, redirecciona o
investimento para a satisfação de necessidades ao nível de infra-estruturas básicas e
fortalece a interacção social.
De referir que, para além dos mecanismos de participação e de partilha directa de poder
decisório entre os governos e as populações, o Conselho Municipal da Cidade da Matola
(CMCM) realiza tem as sessões da Presidência Sem Paredes orientadas pelo Presidente do
Município, onde participam todos Vereadores.
1.2. Objectivos
O principal objectivo do OP é criar um espaço de convivência democrática pautado pelo
debate e pela tomada de decisões sobre a alocação de recursos públicos em prol do
desenvolvimento municipal.
5
CAPITULO II - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DA MATOLA
Matola localiza-se na província de Maputo ao sul do país sendo um dos municípios que
conformam a região metropolitana da cidade de Maputo.
É limitada a noroeste e norte por Moamba; a oeste e sudoeste por Boane; ao sul por
Catembe e a leste por Maputo e a noroeste também faz fronteira com o distrito de
Marracuene.
Matola possui uma taxa de crescimento efectivo maior que Maputo, evidenciando a
aceleração do processo de crescimento urbano nos distritos da região metropolitana da
capital do país. Embora cerca de 65% do território municipal é rural, Matola possui um
parque industrial de tamanho significativo. Além disso Matola torna-se numa opção
importante para os habitantes da região que procuram habitações ou terra a preços
acessíveis. O desenvolvimento da infra-estrutura básica deve manter ritmo com esta
demanda crescente.
A realização das eleições autárquicas tem cobertura constitucional, ao abrigo do artigo 271,
alínea a), que reza que “o poder local tem como objectivos organizar a participação dos
cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade e promover o
desenvolvimento local, o aprofundamento e a consolidação da democracia, no quadro da
unidade do Estado Moçambicano”, conjugado com a lei nº 2/97 de 18 de Fevereiro, que cria
o quadro jurídico-legal para a implantação das autarquias locais.
A partir deste marco, o governo central tem-se engajado numa estratégia de contexto de
democracia e descentralização, outorgando, progressivamente, mais poder aos órgãos
municipais, para gestão e definição de estratégias orientadas para melhoria das condições
de vida e de realização de actividades económicas e/ou produtivas representativas da
vocação municipal.
O Município da Matola ocupa um espaço que corresponde à Cidade da Matola, sendo por
isso um Município de Nível “B”, de acordo com a Resolução nº 7/87 de 25 de Abril do
Conselho de Ministros, que classifica as Cidades em quatro Níveis.
2.2. População
Recorrendo ao censo populacional de 2007, a Tabela n° 1 abaixo, apresenta o total da
população do Município da Matola, agregada em Postos Administrativos.
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Tabela nº 1: População do Município da Matola Grupos etários
Total
Por Postos Administrativos 0-14 15-64 65+
Homens 45,622 60,546 2,162 108,330
Posto Administrativo da Machava Mulheres 46,718 67,065 3,316 117,099
Total 92,340 127,611 5,478 225,429
Homens 41,012 64,187 2,113 107,312
Posto Administrativo da Matola Sede Mulheres 41,840 68,845 3,024 113,709
Total 82,852 133,032 5,137 221,021
Homens 46,028 60,810 1,805 108,643
Posto Administrativo do Infulene Mulheres 47,295 67,253 2,867 117,415
Total 93,323 128,063 4,672 226,058
Total Geral 268,515 388,706 15,287 672,508
7
Em contrapartida, o Posto Administrativo do Infulene apresenta uma realidade exactamente
contrária, ocupando a maior parte do território da Cidade (46,6%), este absorve apenas
32,83% do total da população, o que lhe confere a densidade mais baixa de toda a urbe,
2
cerca de 1599.025Hab/Km . já o Posto Administrativo da Machava encontra-se numa
posição intermédia, apresentando uma densidade populacional de cerca de
2
1855.33Hab/Km (INE, 2009).
8
Tabela nº 4: População do Conselho Municipal da Matola Grupos etários
Por Bairros do Posto Administrativo do Infulene 0-14 15-64 65+ Total
Homens 2,427 3,731 145 6,303
Bairro Acordos de Lusaka Mulheres 2,471 4,094 189 6,754
Total 4,898 7,825 334 13,057
Homens 319 344 53 716
Bairro Boquisso "A" Mulheres 322 457 107 886
Total 641 801 160 1,602
Homens 327 440 41 808
Bairro Boquisso "B" Mulheres 315 427 98 840
Total 642 867 139 1,648
Homens 50 71 6 127
Bairro Ngolhosa Mulheres 63 88 12 163
Total 113 159 18 290
Homens 3,965 5,714 209 9,888
Bairro Infulene "D" Mulheres 4,193 6,376 281 10,850
Total 8,158 12,090 490 20,738
Homens 12,302 15,427 261 27,990
Bairro Ndlavela Mulheres 12,619 16,814 422 29,855
Total 24,921 32,241 683 57,845
Homens 1,477 1,879 135 3,491
Bairro Intaca Mulheres 1,537 2,091 236 3,864
Total 3,014 3,970 371 7,355
Homens 6,022 7,131 138 13,291
Bairro Kongolote Mulheres 6,361 8,115 269 14,745
Total 12,383 15,246 407 28,036
Homens 190 202 41 433
Bairro Mali Mulheres 162 244 71 477
Total 352 446 112 910
Homens 176 197 12 385
Bairro Mucatine Mulheres 171 242 35 448
Total 347 439 47 833
Homens 746 739 66 1,551
Bairro Muhalaze Mulheres 647 997 172 1,816
Total 1,393 1,736 238 3,367
Homens 2,851 4,668 254 7,773
Bairro T-3 Mulheres 2,940 5,050 316 8,306
Total 5,791 9,718 570 16,079
Homens 2,618 4,128 57 6,803
Bairro Vale de Infulene Mulheres 2,722 4,242 107 7,071
Total 5,340 8,370 164 13,874
Homens 7,897 10,811 277 18,985
Bairro Zona Verde Mulheres 8,060 11,873 366 20,299
Total 15,957 22,684 643 39,284
Homens 4,551 5,197 106 9,854
Bairro 1° de Maio Mulheres 4,607 5,996 182 10,785
Total 9,158 11,193 288 20,639
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Tabela nº 5: População do Conselho Municipal da Matola Grupos etários
Por Bairros do Posto Administrativo da Machava 0-14 15-64 65+ Total
Homens 6,816 9,712 325 16,853
Bairro Machava Sede
Mulheres 6,987 10,547 493 18,027
10
Total 13,803 20,259 818 34,880
Homens 6,771 8,205 143 15,119
Bairro Bunhiça Mulheres 6,888 9,055 242 16,185
Total 13,659 17,260 385 31,304
Homens 2,354 3,129 67 5,550
Bairro Singatela Mulheres 2,440 3,490 119 6,049
Total 4,794 6,619 186 11,599
Homens 1,864 2,343 98 4,305
Bairro Cobe Mulheres 1,964 2,601 158 4,723
Total 3,828 4,944 256 9,028
Homens 2,744 3,376 120 6,240
Bairro Kilómetro 15 Mulheres 2,883 3,858 214 6,955
Total 5,627 7,234 334 13,195
Homens 597 762 91 1,450
Bairro Matleamele Mulheres 605 888 102 1,595
Total 1,202 1,650 193 3,045
Homens 3,255 5,068 276 8,599
Bairro Patrice Lumumba Mulheres 3,297 5,740 352 9,389
Total 6,552 10,808 628 17,988
Homens 6,233 7,518 170 13,921
Bairro São-Damaso Mulheres 6,516 8,432 299 15,247
Total 12,749 15,950 469 29,168
Homens 3,957 5,711 180 9,848
Bairro Trevo Mulheres 3,951 6,101 258 10,310
Total 7,908 11,812 438 20,158
Homens 6,071 7,746 195 14,012
Bairro Tsalala Mulheres 6,262 8,492 312 15,066
Total 12,333 16,238 507 29,078
Homens 2,248 3,915 152 6,315
Bairro Infulene "A" Mulheres 2,329 4,094 196 6,619
Total 4,577 8,009 348 12,934
Homens 2,239 2,572 259 5,070
Bairro Matola-Gare Mulheres 2,180 3,139 419 5,738
Total 4,419 5,711 678 10,808
Homens 473 489 86 1,048
Bairro Nuamatibwane Mulheres 416 628 152 1,196
Total 889 1,117 238 2,244
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no tocante às políticas sociais, estendendo-as à assistência ao idoso, há que reparar que
apenas 2% da população do Município tem 65 anos ou mais.
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2.2.5. Estrutura Orgânica do CMCM
O Conselho Municipal é um órgão executivo colegial do Município e exerce os seus poderes
em conformidade com a Constituição, a lei e os seus regulamentos. Este órgão é
constituído por um presidente eleito pelos cidadãos eleitores residentes na Cidade da
Matola, por sufrágio universal, igual, directo e secreto, para mandato de cinco (5) anos e por
dez (10) vereadores por ele designados, sendo que três (3) dirigem os Postos
Administrativos. O CMCM compreende também quadros de apoio ao presidente do CMCM
(Figura 1 – Organograma do Conselho Municipal da Cidade da Matola).
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Figura 1 - Organograma do Conselho Municipal
2.3. Quadro Orçamental do CMCM
O conselho Municipal da Matola tem duas fontes de financiamento: interna e externa. O
financiamento interno corresponde as receitas próprias, enquanto que o externo
corresponde as transferências do Governo central e de outras entidades estrangeiras.
15
0,9
Rácio Rec. Próprias /Despesas Correntes
1
I. Numa primeira fase foram efectuadas auscultações aos técnicos das diversas áreas
do Conselho Municipal e das Administrações dos Postos Administrativos. Estes
encontros serviram para avaliar o nível de envolvimento e capacidade dos técnicos e
as suas aspirações no processo do OP.
II. De seguida foram individualmente entrevistados vereadores dos Postos
Administrativos para perceber o seu nível de entendimento e suas expectativas
relativamente ao OP.
III. Realizaram-se encontros técnicos com alguns Vereadores, como por exemplo o
Pelouro das Finanças, e foi também ouvido o Presidente do Conselho Municipal da
Cidade da Matola.
IV. Realizaram-se formações aos técnicos do OP, troca de experiencias com municípios
nacionais e internacionais e participação dos técnicos em seminários nacionais e
internacionais relacionados ao OP;
V. Por fim elaborou-se uma proposta de Metodologia do OP cujos elementos foram
discutidos e aprovados pelo Conselho Municipal.
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3.3. Áreas de Competência do Município (menu de investimentos)
O menu de investimentos compreende o conjunto de áreas da competência do Município,
conforme estabelecido pela legislação. Assim, o Orçamento Participativo abrange, conforme
define a Lei das Finanças Autárquicas (Lei No. 1/2008, de 16 de Fevereiro), projectos,
empreendimentos e equipamentos resultantes de investimentos a serem executados no
Município.
17
Quadro 2 - Áreas de Competência do Município
18
3.4. Arranjo Institucional e Responsabilidades na Gestão do Processo
O funcionamento do processo de OP exige uma forte cooperação entre diferentes Unidades
Orgânicas do CMCM, caracterizando-se em quatro níveis de condução do processo:
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A operacionalização do processo de OP do CMCM exige a criação de diferentes equipas,
bem como a preparação de conteúdos formativos específicos. Deste modo o OP é
constituído pelas seguintes equipas:
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Observações metodológicas
A selecção dos bairros obedeceu a uma fórmula com três grandes variáveis,
nomeadamente:
I. População
II. Área
III. Infra-estruturas existentes
IV. Maior índice de contribuição do Imposto Pessoal Autárquico (IPA).
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CAPITULO IV - DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DOS CICLOS DO OP
22
4.1. Preparação do Processo (Fase 1 - Janeiro a Março)
Esta fase contempla as seguintes acções:
Participantes
4.2.
Conselho Municipal da Cidade da Matola (Equipa de Coordenação Técnica do OP, GC,
GEP, DFAM, VOIM);
Postos Administrativos;
Líderes comunitários;
Secretários dos Bairros/Chefes de serviço;
Sector Privado;
Rede de Parceiros Estratégicos do OP.
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4.2.1. Organização de acções de informação e divulgação do OP
Participantes
24
Instrumentos
Plano de Comunicação;
Material de formação e informação para Rede de Parceiros Estratégicos;
Materiais de informação e divulgação do OP (Cartazes, panfletos, entre outros). Esta
informação será detalhada no Plano de Comunicação.
Produtos
II. Mensagem de abertura. Este deve ser um momento muito breve que servirá
apenas para dar as boas-vindas aos presentes e iniciar os trabalhos. Sugere-se que
esta função seja garantida pelo Secretário de Bairro.
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O produto a extrair de cada grupo é uma lista de projectos dispostos pela ordem de
prioridade definida pelos participantes. O moderador, apoiado pela restante equipa
do OP, irá circular pelos grupos prestando apoio aos participantes sempre que tal se
justifique. O Chefe de Serviços Urbanos desempenhará um papel importante nesta
fase das Sessões, no apoio à triagem de projectos. O objectivo é aconselhar os
diferentes grupos de participantes a não aprovarem projectos que excedam
claramente o âmbito do OP. Isto visa evitar o envio para análise técnica de projectos
que não se adequam às características definidas para o OP. De referir que a decisão
final de viabilidade dos projectos cabe à equipa de análise técnica, que contará
também com a participação dos Chefe de Serviços Urbanos dos Postos
Administrativos.
VI. Apresentação dos projectos em plenária – Deverá ser designado em cada grupo
um porta-voz, cuja missão será a de apresentar em plenária o projecto considerado
prioritário. Cabe ao moderador da sessão assegurar a uniformidade dos tempos
utilizados por parte dos diferentes porta-vozes. As apresentações devem ser
sintéticas, não excedendo 1 minuto cada;
VII. Priorização dos projectos – É nesta fase que terá lugar a hierarquização dos
projectos do Bairro, através de voto secreto e individual. A votação deverá
processar-se da seguinte forma:
Identificação dos projectos a votação através de uma folha A3 com o nome e uma
imagem alusiva ao tipo de investimento proposto;
Junto de cada projecto existirá uma urna;
Cada participante terá direito a um cartão de voto que deverá depositar na urna
correspondente ao projecto que defende;
Contagem pública dos votos e divulgação dos resultados;
VIII. Constituição do Núcleo de Monitorização Participativa – No final de cada sessão
deverá ser criado este núcleo ao nível do bairro, composto por cinco à sete
munícipes não integrantes de qualquer estrutura da Administração Pública Local,
para acompanhar todas as fases do processo ao nível do bairro, incluindo a
execução dos projectos. Este assunto será abordado no ponto referente à avaliação
do ciclo de execução dos projectos do OP.
Observações metodológicas
Metodologia dos subgrupos
A metodologia proposta para as Sessões Públicas de Bairros visa assegurar condições
mais igualitárias de participação entre as diferentes pessoas. O formato de pequenos
grupos cria um ambiente mais propício à intervenção de todos os participantes. Por
oposição, o formato de assembleia é mais difícil de gerir e impeditivo da intervenção de
um número mais alargado de pessoas. O contexto de assembleia favorece os elementos
mais activos, normalmente os líderes locais, e inibe as pessoas menos confiantes.
Para sessões até aproximadamente duzentos participantes recomenda-se que os
subgrupos tenham no máximo 10 pessoas.
Caso se verifique um número de participantes situado entre os duzentos e os trezentos
sugere-se a criação de subgrupos com cerca de 20 pessoas.
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Se o número de participantes exceder as trezentas pessoas devemos equacionar um
reforço da equipa de moderação ou eventualmente uma metodologia diferente.
Por cada Sessão Pública de Bairro deverá ser produzida uma acta com os resultados
obtidos em termos de participantes, projectos propostos e sua priorização, assim como dos
membros que vão compor o Grupo de Monitorização Participativa. Esta acta deverá ser
publicitada e endereçada à equipa da análise técnica dos projectos, com toda a
documentação anexa.
Participantes
Munícipes;
Secretário de Bairro;
Equipa do Posto Administrativo Municipal (Chefe de Serviços Urbanos, Moderador);
Equipa de Coordenação Técnica do OP, VOIM.
Instrumentos
27
4.4. Análise e validação técnica (Fase 4 - Agosto a Setembro)
Esta é uma fase decisiva do OP. Uma correcta avaliação técnica da viabilidade dos
projectos é essencial. Será criado um grupo de inter-serviços que irá assegurar a análise
técnica dos projectos priorizados nos Bairros. Este grupo é denominado por Equipa de
Análise Técnica e é coordenado pelo VOIM contando com a colaboração de representantes
de outras unidades orgânicas do CMCM, incluindo os Chefe de Serviços Urbanos dos
Postos Administrativos.
A análise técnica irá incidir sobre o projecto mais votado em cada bairro, passando ao
segundo mais votado sempre que o primeiro não seja viável ou se o orçamento atribuído a
cada bairro permita financiar mais do que um projecto.
O trabalho de análise técnica deverá contemplar visitas aos bairros para avaliar as
condições de implementação física de cada projecto. Estas visitas serão articuladas com os
Chefe de Serviços Urbanos dos Postos Administrativos, os Secretários de Bairro e os
proponentes dos projectos.
Caso se conclua pela viabilidade de um dado projecto, o chefe dos serviços urbanos deve
assegurar que as condições físicas de implementação no terreno não sofram alterações até
à fase de execução da obra. Isto significa, por exemplo, não permitir a instalação de outras
edificações ou o desenvolvimento de intervenções que impliquem alterações às condições
estruturais de execução dos projectos tal como previsto em sede de análise técnica.
Concluída a análise técnica, os projectos deverão ser organizados em Carteiras de
Investimentos que serão enviadas para os Postos Administrativos para seguimento do
lançamento de concursos em coordenação com a UGEA. Segue-se a adjudicação e
execução das empreitadas.
A Análise e Avaliação Técnica das propostas são compostas pelas fases que abaixo se
descrevem, distribuindo as tarefas pelo, VOIM, UGEA e Postos Administrativos:
4.4.1. Preparação dos Projectos
Tendo em conta que as propostas sujeitas à votação já terão passado por uma
triagem preliminar no que respeita à obediência dos critérios de elegibilidade, a equipa
de Análise Técnica passa a preparar a carteira de projectos seguindo critérios
técnicos e distribuindo as competências dos membros da equipa do seguinte modo:
a) O Posto Administrativo Municipal (Chefe de Serviços Urbanos e
Económicos):
Identificar o local alvo de intervenção ou a parcela para implementação do
projecto;
Fazer o levantamento do local proposto para implementação do projecto
preparando a planta de localização e/ou a planta topográfica;
Preparar uma memória descritiva das condições encontradas (como sendo
dados sobre a existência de rede de abastecimento de água, luz e esgoto,
sobre o acesso ao terreno, entre outros) e da proposta de intervenção;
Garantir o levantamento físico e a recolha toda informação adicional que vai
apoiar na formalização do projecto.
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Sendo assim, o Posto representa o Dono da Obra, traduzindo a necessidade da
comunidade em ideia que posteriormente é convertida em projecto pela VOIM.
b) A VOIM:
Passa a avaliação das propostas para a elaboração dos projectos, seguindo os
seguintes passos:
Avaliação da proposta, que consiste na verificação dos critérios de
elegibilidade do OP (custo, prazo de execução, impactos, sustentabilidade,
área de competência, plano de actividades do CMCM);
Preparação do projecto executivo, que envolve a elaboração das peças
desenhadas (plantas, alçados, cortes, detalhes e cálculo estrutural), peças
escritas (memória descritiva e especificações técnicas) e mapa de medições e
estimativa de custos;
Validação da proposta;
Participantes
Equipa de Projectos do OP, Equipa de Coordenação do OP;
Postos Administrativos (Chefe de Serviços Urbanos).
Instrumentos
Ficha-modelo para análise técnica dos projectos;
Lista de custos médios de investimento;
Portefólio de projectos-modelo do OP.
Produtos
Carteira de Investimento dos postos Administrativos.
Participantes
Plano de actividades;
Orçamento Municipal.
29
4.6. Monitoria e Avaliação global do processo (Fase 6 - Janeiro a Dezembro)
A avaliação global do OP, cuja responsabilidade é da Equipe de coordenação técnico do
OP, exige a criação de instrumentos de gestão e monitorização de todas as fases do
processo que serão essenciais para a constituição de uma base documental sobre toda a
dinâmica de participação.
30
recomendando-se o recurso à Rede de Parceiros Estratégicos como interlocutores que
podem acompanhar o desenvolvimento do processo.
Cumprindo os requisitos de transparência e de prestação de contas exigidos em qualquer
processo de OP, o CMCM deverá produzir anualmente um relatório global de avaliação e
assegurar a sua divulgação pública.
Participantes
CMCM
Postos Administrativos
Secretários de Bairro/Chefes de serviço
Munícipes;
Organizações da Sociedade Civil (onde se inclui a rede de parceiros estratégicos e o
painel de organizações responsáveis pela monitorização e avaliação participativa do
OP.
Sector privado.
Instrumentos
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5. DESCRIÇÃO DO CICLO DE EXECUÇÃO DO OP
1. Preparação dos
projectos
2. Abertura dos
5. Avaliação global concursos e
contratualização
Participantes
32
Ficha de análise técnica dos projectos elaboradas no ciclo de planificação;
Lista de custos médios de investimento, devidamente actualizada;
Portefólio de projectos-modelo.
Produtos
Participantes
Durante esta fase de execução das obras, as competências dos órgãos estão distribuídas
da seguinte forma:
33
5.3.1. O Empreiteiro/Prestador de Serviços:
Compete a este a execução da obra de acordo com o projecto e mediante o
pagamento dos trabalhos realizados mensalmente, devendo cumprir:
Cronograma da obra para alcance do prazo estipulado;
Especificações técnicas;
Facturação dos trabalhos;
Participar e facilitar a realização de reuniões semanais de obra com Chefe de
Serviços Urbanos e mensais com a equipa de análise técnica e os núcleos de
monitorização participativa.
5.3.3. A VOIM:
Prestar assistência técnica ao Posto Administrativo Municipal (PA);
Efectuar visitas mensais à obra;
Validar facturas do empreiteiro para pagamento pelo Posto Administrativo;
Elaborar relatórios mensais para a Equipa de Coordenação do OP;
Participantes
34
5.4. Entrega dos projectos (Fase 4 - Janeiro a Dezembro)
Esta fase corresponde à finalização da execução física dos projectos e à sua entrega à
população. Após a conclusão, os projectos serão entregues à comunidade, devendo o
Posto Administrativo preparar:
A cerimónia de recepção provisória a nível técnico ou de inauguração a nível
superior;
A informação ao Gabinete de Comunicação para divulgação nos órgãos de
comunicação;
A imagem do OP deverá ser colocada em todos os projectos, de forma a ficar visível
para os munícipes.
Participantes
Esta fase está intimamente relacionada com a avaliação prevista no ciclo de planificação,
correspondendo grosso modo à avaliação da execução dos projectos, o que nos remete
necessariamente para um balanço sobre os resultados e os impactos do OP ao nível na
melhoria das condições de vida das pessoas, da democratização da gestão dos recursos
públicos, do reforço da sociedade civil, entre muitos outros aspectos.
35
dois sistemas complementares de monitorização e avaliação, nomeadamente a
“Administrativa” e a “Participativa”.
A primeira é protagonizada pelo CMCM, assegurando uma articulação eficaz entre as
diferentes instâncias de representação, nomeadamente os Pelouros, as Unidades
Orgânicas, onde se incluem os Postos Administrativos, os Conselhos Consultivos dos Posto
Administrativos e dos Bairros.
Cabe aos Chefe de Serviços Urbanos dos Postos Administrativos visitar semanalmente as
obras1, para acompanhar a evolução das mesmas e o cronograma de execução. De cada
visita deve ser produzida uma síntese informativa para a Equipa de Coordenação do OP, a
VOIM e os Secretários de Bairro. A estes últimos solicita-se que informem os Chefes de
Quarteirão e restante população interessadas. Ainda no âmbito da monitorização
administrativa, cabe a VOIM realizar visitas periódicas às obras, para fiscalização técnica
dos investimentos em curso. Estas devem ser acompanhadas pelos Chefe de Serviços
Urbanos e pelos secretários de bairro.
Relativamente à monitorização participativa, esta deve basear-se na criação de grupos de
cinco a sete pessoas constituídos ao nível de cada bairro, devendo ser assegurados os
seguintes critérios na constituição dos grupos:
Cidadãos não integrantes da Administração (inclui Chefes de Quarteirão, Secretários
de Bairro, Chefes das 10 casas, Conselhos Consultivos);
Dois homens e duas mulheres;
Moradores do bairro;
Proponentes dos projectos;
Participantes
Postos Administrativos
Conselhos Consultivos de Posto Administrativo;
Conselhos Consultivos de Bairro;
CMCM
Munícipes;
Organizações da Sociedade Civil (onde se inclui a rede de parceiros estratégicos e o
painel de organizações responsáveis pela monitorização e avaliação participativa do OP.
Instrumentos
1
A VOIM deve organizar uma acção de formação para os Chefes de Serviços, para que estes se preparem da
melhor forma possível para as visitas semanais de acompanhamento das obras.
36
Ficha de avaliação da satisfação dos participantes.
Produtos
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