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Discentes:
MUGABE, Dionisio
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Índice
I.Introdução .............................................................................................................................. 1
IX. Proposta do Plano de ordenamento do Bairro baseado na Lei de ordenamento territorial .... 24
X. Conclusão .......................................................................................................................... 26
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I.Introdução
No início, o planeamento não era visto na vertente de melhoria da vida das populações
urbanas pois, as cidades eram mais para os fins políticos e comerciais daí que a
evolução do processo de ordenamento das áreas Urbanas, vem acompanhando as
mudanças de natureza dos problemas urbanos. Com a revolução industrial que culminou
com a utilização de máquinas sobretudo na actividade fabril, obrigou os governos a
olhar em novos desafios ou problemas que surgiram nas cidades em virtude da
intensificação da actividade industrial, é daí que fez-se um planeamento numa escala
mais ampla, que não se limitasse apenas ao traçado e distribuição equilibrada de
densidades populacionais. O momento exigiu intervenções estratégicas relacionadas
com habitação, transportes, trabalho (emprego) e prestação de serviços. (MAFRA,
2004).
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II. Objectivos
Geral
Específicos
III. Metodologia
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Método de Observação directa -Através deste método, visitou-se o bairro para a
observação do fenómeno de organização do Bairro em termos de infra-estruturas e o
posterior levantamentos dos problemas que retardam o progresso do bairro em termos
de planeamento e Gestão deste espaço Urbano.
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IV. Revisão Bibliográfica
Planeamento do território
Entende-se como uma estrutura analítica e estratégica, na sua essência um conjunto
coerente de políticas que estabelecem ou modificam o ordenamento territorial (MAFRA
& SILVA, 2004).
Gestão Urbana
Ordenamento Territorial
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Espaço
Conjunto de objectos organizados e utilizados segundo uma lógica pois, ele é formado
de objectos; mas não são eles que o determinam mas sim o espaço é que determina-os
(SANTOS, 2001).
Espaço suburbano
Áreas que apresentam uma ocupação muito elevada sem áreas verdes e com poucas de
lazer onde as residências se acumulam sem obedecer a um plano (ARAÚJO,1999).
Localização Geográfica
Com uma extensão territorial ou ocupando uma área de 222ha isto é 2,22km2, o bairro
da Polana Caniço A, (considerado suburbano de acordo com a classificação de Araújo,
2005) localiza se á sudeste do município de Maputo e próximo ao litoral da Baia de
Maputo no distrito de KaMaxakeni antigo distrito urbano n°3 no Município de Maputo
entre os paralelos 25° 55ˈ45ˈˈ a 25°57ˈ00˝ S e 32°35ˈ30˝ a 32°37ˊ00˝E (CMCM, 2010
& MALAUENE, 2005).
A localização deste bairro é estratégica na medida em que seus limites, são algumas
avenidas da cidade de Maputo que permitem o fácil acesso ao centro urbano, como é o
caso da avenida Julius Nyerere e Avenida Vladimmir Lenine.
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Mapa 1:Localização do bairro da Polana Caniço A
A área em estudo, por estar inserido na cidade de Maputo, não apresenta características
físicas naturais diferentes aos gerais da cidade daí que usou se as características gerais
da cidade de Maputo para identificar o bairro no que tange ás condições físicos naturais.
A geomorfologia da cidade de Maputo, é marcadamente de Plateau e planície litoral
resultante de ciclos alternativos de transgressão e regressões marinhas do período
pleistocénico, que determinam as formações dunares resultantes da interacção entre as
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sedimentações de origem marinha e fluvial (MUCHANGO, 1994 citado por
CHICAMISSE, 2005).
Esta cidade devido á sua localização geográfica nas cercanias do paralelo 26° S, é
marcada por um clima tropical húmido (classificação de koppen) com chuvas
predominantes na época quente sendo que o período húmido e chuvoso vai de Outubro
a Março e o seco de Abril a Setembro (IDEM, 1994 citado por CHICAMISSE, 2005).
Características socioeconómicas.
População
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Gráfico 1-Distribuição da população por Bairro no distrito Urbano KaMaxakeni
PRB
Actividades económicas
A cidade de Maputo (onde o Bairro da Polana Caniço A está inserido), constitui o maior
centro urbano do país. Emerge como a capital política e económica nacional. Esses
aspectos atribuem a este centro urbano um papel relevante na dinâmica socioeconómica
nacional, regional e global (SILVA, 2011).
A cidade de Maputo é um espaço urbano pouco industrializado cuja economia depende
significativamente do sector de serviços e comércio facto que se reflecti na divisão do
trabalho e distribuição da renda (SILVA, 2011).
Comércio
O comércio constitui a principal actividade económica e fonte de renda da maioria dos
habitantes deste centro Urbano e para a população residente na área em estudo em
particular isto é Polana Caniço A, o que explica o facto de a maior parte da população
residente, ser de baixa renda (SILVA, 2011).
Como ilustra o gráfico 2, ao nível do Distrito existe em maior número mercados
informais em detrimento dos mercados formais (em número de 2) o que faz com que a
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maioria da População do Bairro da Polana Caniço A (de acordo com a Secretária do
Bairro), pratique o comércio informal. Vide a imagem 2.
18%
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Infra-estruturas sociais
Vias de comunicação
O bairro está inserido num distrito Municipal que tem uma rede de estradas
pavimentadas numa extensão aproximada em 200 000km e não pavimentada numa
distância aproximada a 50 000 km (CMM, 2010). O bairro tem como estradas
principais: Julius Nyerere e Carlos Cardoso e ruas José Carlos Lobo e Ilha Quilálea.
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do distrito) se descolar até ao Hospital Geral da Polana Caniço B para receber
assistência.
O bairro dispõe da energia eléctrica da rede nacional sendo que a maioria da população,
é abrangida, pelo sistema de fornecimento de energia domiciliária e na em minoria, usa
energias alternativas como carvão vegetal, gás e petróleo em parte para iluminação das
respectivas casas e em outra para a cozinha e outros usos.
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Imagem3: Rua José Carlos Lobo, Bairro Polana Caniço A. Rua resultante de ordenamento de 1976
Com o parcelamento feito em 1976, o Bairro passou a receber mais residentes que
emigravam das províncias e distritos facto que contribuiu para o crescimento de
número de habitantes e redução de distâncias que separam as residências. Os espaços
parcelados ficaram totalmente densamente ocupados mas a demanda em termos de
procura ainda era maior. É daí que começam a surgir áreas de ocupação espontânea,
como é o caso das barreiras localizadas ao longo da avenida Julius Nyerere. A
característica das casas construídas por ocupantes dessas áreas, inicialmente era de
caniço e posteriormente a tijolo e Bloco. Em 1992 começou a aparecer um novo grupo
de moradores que ocupou o espaço que se localiza no terreno adjacente ao Campus da
UEM (MUTOLO, 2007: 25pp).
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VII. Principais Problemas Identificados no bairro da Polana Caniço A
Área de Habitação
Segundo Ribeiro (S/d) citado por Mutolo (2007), a planta concebida pelo Conselho
municipal de Maputo para a área, previa a instalação de dois jardins, porém os espaços
reservados para tal efeito foram ocupados com construções. Este facto derivou de
grande procura do espaço para a construção de habitações.
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Imagem 4: Tipos de Habitações na sua maioria existentes no Bairro
Ambientais e de Saneamento
As valas de drenagens e abertas existentes nas áreas limítrofes, não são eficientes
para o escoamento das águas na medida em que encontram se entupidos de resíduos
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sólidos e capim que cresce devido a estagnação das águas, o que faz transparecer a
ideia da falta de gestão dessas infra-estruturas que permitem o escoamento
superficial da água das chuvas.
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Fonte: Tiradas pelo grupo
Imagem 6: Erosão de solos na Avenida Julius Nyerere devido a cratera aberta pelas
cheias de 2000.
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Vias de acesso e Energia
Imagem 7: Exemplo de rua não pavimentada no interior do Bairro: José Carlos Lobo
Segurança
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Polícia da República de Moçambique
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superfície de 19km2. Tem um efectivo de menos de 100profissionais da área
(MESSENDA, 2005).
Com um efectivo baixo de polícias e com uma área de abrangência extensa, faz com que
não haja uma capacidade de actuação ou de resposta em relação aos casos que vão
acontecendo no bairro e não se garanta o patrulhamento sobretudo nocturno com vista a
garantir uma maior segurança a população deste bairro.
Olhando no contexto geral do distrito, por exemplo em 2008, 277é o número de casos
criminais registados pelas autoridades policiais sendo na maior parte deste contra a
propriedade, como ilustra o gráfico 3.
30%
68%
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VIII.Consequências dos problemas que impendem o desenvolvimento do Bairro da
Polana Caniço A
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Gráfico 4:Incidência de Pobreza e Índice de desigualdade
0.7 90
0.6 80
70
0.5
60
0.4 50
0.3 40
30
0.2
20
0.1 10
0 0
Ao nível social
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desenvolvem a própria identidade através do que vê e convivem o que acaba se
reflectindo no rendimento ou comportamento escolar.
Por isso, uma alta taxa de desemprego (o que é característica das cidades dos países
subdesenvolvidas) é sinal de que as crianças e jovens crescem sem ter um ambiente
inspirador adequado para uma inclusão posterior bem-sucedida no mercado de trabalho
tornando a espectativa futura débil.
Ao nível económico
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IX. Proposta de Plano de ordenamento e reordenamento do Bairro baseado na
Lei de ordenamento territorial de Moçambique
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Tabela 1:Plano de ordenamento e reordenamento do bairro da Polana Caniço A
Sector Actividade a ser realizada
Educação Reserva de espaço para a construção de escolas tanto do ensino primário como
Secundário Geral de II ciclo e Técnico Profissional se possível, para a ocupação dos
jovens desempregados
Saúde Reserva de espaço para a construção de centro de saúde atendendo que a população
do bairro não dispõe desses serviços localmente
Habitação Parcelamento de talhões sobretudo no interior do bairro em que há uma segregação
de habitações para permitir uma melhor organização das habitações a serem
construídas. Isso também vai permitir a priorização de espaços onde, áreas
adjacentes ao Campus da UEM bem como ao longo da Avenida Julius Nyerere, será
reservada para a construção de habitações com máximo de altura de 2 pisos e as
restantes para a construção de casas horizontais
Vias de Com o parcelamento do Bairro haverá novas ruas e avenidas e a requalificação das
comunicaçã antigas havendo a necessidade de pavimentação das principais que, permitem
o (ruas e ligações intra e Inter-bairros e reserva dum espaço de parqueamento de viaturas.
avenidas)
Saneamento Manutenção de sistemas de drenagem sobretudo ao longo da estrada Carlos
e Ambiente Cardoso, Alocação de mais contentores de lixo para evitar a proliferação do lixo
sobretudo nos mercados informais ao longo da avenida Julius Nyerere
principalmente no interior do bairro em que estes não existem. Construção de novos
sistemas de drenagem no interior do bairro sobretudo nas ruas Gare das mercadorias,
José Carlos Lobo, Ilha Quilálea onde sofrem a acção da erosão pluvial. A reserva de
espaço de protecção a erosão fluvial (cratera da avenida Julius Nyerere).
Energia e Melhoria da rede de distribuição de energia eléctrica (mudanças de postes de
Água transporte, tipos de ligações domiciliárias), expansão da iluminação pública,
aumento de fontenárias públicas
Laser e Reserva de espaços para jardins, diversificação de espaços para recreação e
Desporto requalificação dos já existentes.
Outras infra- Construção de um mercado e um posto policial
estruturas
A distribuição espacial dos serviços propostos neste plano, está elucidado no mapa de
proposta de ordenamento e reordenamento em anexo.
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X. Conclusão
Num Espaço ou seja num bairro (que é a unidade espacial em estudo) não ordenado em
que encontra-se habitando um número elevado de pessoas, é difícil que os serviços
básicos existentes respondam a demanda podendo se beneficiar dentro ou fora dos
limites da área apenas citadinos que tenham condições económicas melhoradas (o que
não é o caso do bairro pois, apenas uma minoria se encontra nesta situação) isto
contribuirá na aparente exclusão social e na existência de desigualdades sociais no
mesmo bairro.
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XI. Referências Bibliográficas
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