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G01 | ESTRUTURA DE IMAGEM & LEGISLAÇÃO

RELATÓRIO PRELIMINAR DE LEVANTAMENTO V3


DÉBORA MAPOSSE | EDSON OLIVEIRA | ELTON DOS ANJOS | JOSÉ CHILUNDO

ISCTEM | ATE04 | FILIPE AMARO & HIPÓLITO BICHINHO JUNHO – 2022


MAPOFF-2B #RU| RELATÓRIO PRELIMINAR DE LEVANTAMENTO-V3

ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3

2. METODOLOGIA .............................................................................................................. 4

2.1. Objectivos Gerais e Específicos.............................................................................. 4

2.2. Estratégia de levantamento .................................................................................... 5

3. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO .................................................................................. 6

3.1. Planos Feitos ao Longo da Ocupação portuguesa .............................................. 6

3.2. Contexto das Zonas periféricas face aos planos no período colonial ............... 8

3.3. Processo de urbanização pós colonial .................................................................. 9

4. SITUAÇÃO ACTUAL ...................................................................................................... 16

4.1. FPLM......................................................................................................................... 16

4.2. POLANA CANIÇO B ............................................................................................... 16

4.3. MAVALANE B .......................................................................................................... 16

4.4. FERROVIÁRIO ......................................................................................................... 16

5. IMAGEM.......................................................................................................................... 16

6. LEGISLAÇÃO VIGENTE................................................................................................. 16

6.1. RELAÇÃO ENTRE A LEGISLAÇÃO E A IMAGEM .............................................. 16

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 16

8. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 16

9. ANEXOS.......................................................................................................................... 16

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1. INTRODUÇÃO
O presente relatório, elaborado pelo Grupo 01, encarregado de fazer o levantamento
da área de estudo proposta pelos coordenadores da disciplina de Atelier 04, tem em
vista compilar toda informação existente relativas às questões de Legislação e
Imagem. Este relatório é o ponto de partida para o devido estudo do terreno
proposto, a partir da estruturação da informação recolhida, desde às questões
históricas, até a informação mais recente referente à situação actual, o que vai permitir
a análise e diagnóstico da área, de modo a saber como requalificar a área

A área de estudo localiza-se na cidade de Maputo, entre os Distritos Municipais,


Kamavota e Kamaxaquene. A Este, a área é limitada por uma faixa verde que se
desenvolve na orla dos Bairros da Polana Caniço B e Ferroviário, a Sul a área
contempla os limites do Bairro Polana Caniço B, face ao bairro Polana Caniço A. O
limite sudoeste separa o Bairro Maxaquene C do Bairro Polana Caniço B. A Nordeste
área de estudo engloba um meio dos Bairros FPLM e Mavalane B respectivamente, e
a Norte o limite coincide com os limites do Bairro de Mavalane face aos bairros de
Hulene A e Laulane.

Figura 1 - Planta de Enquadramento territorial


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A área de estudo conta com 4,178,801.251 m², distribuídos entre 4 bairros: Bairro das
FPLM, Mavalane B, Ferroviário e Polana Caniço B e, conta com uma população de
aproximadamente 44 milhões de habitantes.

2. METODOLOGIA
Quanto aos métodos , foi realizada uma pesquisa básica, com uma abordagem quali-
quantitativa, sendo um levantamento tanto de dados métricos e numéricos, como
também da história. Quanto aos objectivos o relatório enquadra-se dentro das
pesquisa exploratória, pois tem o objetivo de conquistar maior familiaridade na
compreensão de um fenômeno que foi pouco estudado. Ou seja, um caso em que não
existe tantos dados e informações disponíveis, que é o caso da área de estudo, à
semelhança de um estudo de caso.

Para esta esta pesquisa foram utilizados relatórios de pesquisa da Cidade de Maputo,
estudos que falam do processo de urbanização e crescimento da cidade, consultou-
se também regulamentos municipais e os diferentes tipos de planos existentes. Foi
também usado o método de observação, através de uma visita de estudo feita para a
área de intervenção.

2.1. Objectivos Gerais e Específicos


O principal objectivo deste relatório é atribuir uma imagem, uma “cara” à área de
estudo mediante às características existentes, relacionar esta imagem à legislação
prevista para os bairros em questão.

Tem-se como objectivos específicos caracterizar a imagem de cada bairro (FPLM,


Mavalane, Ferroviário, Polana Caniço B), caracterizar o nível de planificação dos
planos, compreender a tendência de evolução da Cidade em relação a área de estudo.

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2.2. Estratégia de levantamento


Quanto a estratégia de levantamento, o grupo começou por estruturar os itens
necessários para a estrutura proposta, questionando o que realmente se pretende ao
levantar questões referentes a imagem e a lesgislação. Estes questionamentos foram
respondidos por meio de pesquisas bilbiográficas e documentais, e através do
acompanhamento com os regentes da cadeira em questão (Arq. Filipe Amaro e Arq.
Hipólito Bichinho). Em seguida fez-se o preparo para a ida ao terreno, tratando-se de
uma zona com um nível de criminalidade considerável, foi necessário de antemão
preparar todos os itens que seriam necessários para um levantamento. A turma fez um
mapa-base que serviu de guia ao terreno, foi feita a estrutura de levantamento e
apresentada aos regentes da disciplina de Atelier de modo a avançar para o terreno.

Figura 2 - Esquema da estratégia de levantamento proposto pelo G01

Após a aprovação da estrutura de levantamento, no dia 27 de Maio do Corrente ano,


a turma de Atelier 04 coordenou uma visita ao terreno, os membros dos diferentes
grupos se organizaram de modo a visitar os diferentes bairros num só dia e em
pouco tempo. Com a ida ao terreno, o grupou sintetizou as informações recolhidas
no mapa base, conforme ilustram as figuras em anexo.

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3. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
Para compreender a situação actual, e projectar de conforma consciente, é necessário
compreender e estudar o passado, comprrender o processo de urbanização a cidade
e enquadrar a área de estudo nesse processo.

A cidade de Maputo é parcialmente resultante da intervenção colonial portuguesa,


Maputo antes Lourenço Marques, teve as suas primeiras intervenções urbanas no
século XIX, a partir do estuário de maxaquene, a colónia portuguesa fixou-se, e se
desenvolveu até a década de 70. Durante este período é necessário frisar os seguintes
aspectos:

3.1. Planos Feitos ao Longo da Ocupação portuguesa


• 1955 – Plano Geral de Urbanização de Lourenço Marques

Projectado pelo arquitecto João Aguiar, foi o primeiro Plano de Urbanização, e foi
exemplar na aplicação dos princípios do urbanismo formal da primeira metade do
século XX.

Aceitava a cidade existente, mas reestruturava-a, acentuando elementos de


centralidade, com grandes praças junto à costa, retificando ruas e reforçando os
principais eixos urbanos. O Plano Geral de Urbanização tinha como objetivo o reforço
do papel da cidade de Lourenço Marques como capital da província através do
melhoramento e ampliação das instalações dos principais serviços de Estado e do
Governo Provincial.

Figura 3 - Plano Geral de Urbanização 1955: Centro Cívico

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Figura 4 - Plano Geral de Urbanização 1955: Uso do Solo

• Plano Diretor de Urbanização de 1969

Às portas da independência, o Plano Diretor de Urbanização de 1969, coordenado


por Mário de Azevedo, rompeu com as premissas que até então guiaram a prática de
planejamento, assumindo uma escala territorial. A sua proposta de zoneamento foi
definida por grandes manchas e limites flexíveis, numa primeira tentativa de diálogo
entre a “cidade de cimento” e a “cidade de caniço”, para a qual se propôs a sua
infraestruturação e a implementação de equipamentos de apoio à população. Ações
desta natureza acabaram por ser conduzidas pelo Gabinete de Urbanização e
Habitação de Lourenço Marques, responsável pela melhoria dos acessos, pela
iluminação de algumas vias principais, pela construção de fontanários e algumas

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unidades polivalentes, ainda hoje em funcionamento, bem como pelo início da


recolha do lixo (ver MAZEMBE, 2006).

Figura 5 - Plano Director de Urbanização (1969) - Uso do Solo

3.2. Contexto das Zonas periféricas face aos planos no período colonial
O processo de desenvolvimento da cidade de “cimento” foi acompanhado pela
ocupação paralela da área suburbana, que é resultante também de migração
proveniente de zonas rurais, devido ao carácter sazonal da economia rural face ao
imposto por palhota. Esta ocupação sem infraestruturas, com um carácter semirrural
era muito distinta da “outra cidade”.A cidade de ‘caniço’, nome que foi atribuído a
estas áreas pelo tipo de material utilizado na construção das habitações, em oposição
ao utilizado na cidade “cimento”. Como refere Morais (2001), o crescimento destas
zonas de “caniço” para norte e nordeste da cidade era tida com apreensão pelo
Município, que proíbe a utilização de formas construtivas de carácter permanente na
década de 1930. Segundo o autor, foram feitas neste período, tentativas de ordenar e
prover estas área de infraestruturas, então apenas densamente povoadas junto à área
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urbana, que na sua maioria eram compostas por bairros não ou insuficientemente
urbanizados.

Quanto ao Plano elaborado por João Aguiar mencionado no ponto anterior, previa-se
a ocupação residencial “índigena”, nas áreas que circundassem o aeroporto, e quanto
a ocupação dos diversos Bairros considerados insalubres e desordenados, previa- a
demolição de bairros inteiros, bem como a sua reconversão em parques,
equipamentos e novos edifícios enquadrados nos ideais modernistas.

Face a este cenário, Pancho Guedes reage com uma fala interessante “Os sabetudos
[arquitetos/urbanistas] quando chegam de avião viam, lá do alto, muita gente
pequena em barracas de lata à roda da cidade. Preocupados com isso (entre outras
preocupações) alugaram arquitectos rápidos para sonhar o sonho deles, que era que
com muitas casas ia ficar tudo mesmo bem. Os arquitectos não pensaram, nem falaram
– desenharam e mandaram fazer algumas casas – longe, caras e más” (GUEDES, 1963,
p. 6, inserção nossa).

O plano de Azevedo foi mais abrangente quanto às zonas periféricas e sub-urbanas, e


foi bastante utíl para os aglomerados nativos.

3.3. Processo de urbanização pós colonial


Com a independência, em 1975, a Frelimo (Frente de Libertação Nacional) – o partido
que assume o poder desde então – proclamou maior equidade, o fim da opressão e
exploração coloniais, bem como o progresso cultural e social, apoiado numa nova
ideia de nação e, à semelhança do regime anterior, assente no paradigma da
modernização (CAHEN, 2007, p. 121-122). Sobretudo a nacionalização da terra e dos
prédios de rendimento travaram o mercado fundiário e imobiliário, promovendo o
acesso de milhares de pessoas ao centro da cidade e a uma habitação plurifamiliar,
mas também profundas mudanças ao nível do espaço auto produzido, que
rapidamente “se cimentou”.

Sendo a assim podemos compreender o processo de Urbanização em Fases, segundo


as décadas que se seguem após a independência:
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• Década 70

Figura 6 - Área de estudo em 1973

Após a independência, o novo governo da FRELIMO, de ideologia socialista, toma


posse e vê-se com necessidade de reestruturar um território, até então, concebido
para servir exclusivamente aos interesses coloniais.

Algumas das medidas tomadas para direcionar a atenção à sociedade como um


todo e colmatar os vários problemas sociais e urbanos existentes foram:

▪ a criação de novos postos de trabalho;


▪ a nacionalização de serviços; a nacionalização da terra;
▪ a nacionalização dos prédios de rendimento
▪ a implementação de projectos de reordenamento participado, como é o
caso de Maxaquene e Polana Caniço
▪ melhoramento das infraestruturas dos bairros periféricos

O planeamento urbano é também marcado por algumas medidas estruturais


como:

▪ a elaboração do III Congresso da FRELIMO, em 1977, em que são definidas


directrizes para o planeamento e a intervenção no meio urbano;
▪ I Reunião Nacional sobre Cidades e Bairros Comunais, em 1979, onde se
defenderam soluções de autoconstrução, diante da baixa disponibilidade
de recursos estatais para o fornecimento de habitação;
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▪ em 1983, a Direção Nacional de Habitação é convertida no Instituto Nacional


de Planificação Física com o papel de elaboração de políticas habitacionais
e urbanas, como sistematiza Melo (2013).

A ligeira inicial melhoria das condições económicas, aliada à saída em grande escala
de colonos, fomentaram a atração da população ao centro urbano. Neste contexto
foram tomadas medidas políticas e administrativas para conter a expansão urbana,
contudo tiveram pouco efeito e o fluxo migratório em busca de segurança e
oportunidades de emprego, aliado à falta de quadros e recursos para combater o
crescimento acelerado, agravaram a densificação e expansão dos perímetros da
periferia da cidade.

Financiado e apoiado pelas Nações Unidas, o Projeto de Urbanização de Maxaquene


e Polana Caniço (1977-1979) – dois bairros adjacentes ao centro da cidade –
representou uma experiência ímpar ao nível da qualificação do tecido auto produzido,
seguindo o espírito dos primeiros anos de independência.

• Década 80-90

Figura 7 - Evolução da área de estudo 1982-1991

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A década 80 é fortemente marcada pela guerra civil, ou a “Guerra dos 16 anos”. Este
acontecimento histórico impactou fortemente o contexto urbano e o processo de
urbanização da Cidade. A a grave crise económica que o país atravessava e a
diminuição do apoio da então União Soviética a Moçambique, culminou na retirada
dos subsídios aos serviços e agregados familiares que existiam, e acabaram por
paralisar a maioria dos projetos e intervenções previstos ou em curso em Maputo.

Ao longo da década de 80, a cidade acabaria por acolher milhares de refugiados,


através da densificação e expansão do espaço autoproduzido, periférico ao centro,
contribuindo para a precarização das condições de habitabilidade, a saturação e
deterioração das infraestruturas/equipamentos e o agravamento dos problemas
ambientais. Entre 1970 e 1991, a população de Maputo mais que duplicou . A vida
urbana começava a interpenetrar gradualmente a vida rural e vice-versa.

É elaborado em 1985 o Plano de Estrutura da Cidade de Maputo, com o objectivo de


fazer face ao crescimento descontrolado das densidades populacionais e
habitacionais. Este plano, apesar de não propor soluções imediatas, coloca cenários
possíveis de desenvolvimento urbano, sobretudo directrizes a nível da sua gestão, da
formação de quadros técnicos e de administração . Durante este período, as margens
urbanas na periferia foram crescendo, consolidando e “solidificando” – passando a
construção das suas habitações de materiais temporários e precários, como é o caso
do caniço, para materiais mais definitivos e robustos como habitações em madeira e
zinco e posteriormente com paredes em blocos de cimento e coberturas em chapa de
zinco.

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Figura 8 - Plano de Estrutura 1985

As mudanças políticas e econômicas desencadeadas desde então reacenderam a


lógica de mercado, aumentando assim a pressão exercida, quer no centro da cidade,
quer nas margens urbanas. Num primeiro momento, os grupos de menores recursos
foram sendo progressivamente reconduzidos para áreas mais periféricas, na
sequência do sub-aluguel e da alienação dos prédios de rendimento do Estado.
Seguiram-se ainda intervenções como o Projeto de Reabilitação Urbana (1988-1995),
que apostou na reabilitação de alguns destes imóveis no centro da cidade e no
realojamento das famílias que os ocupavam em bairros mais periféricos, gerando
igualmente processos de periferização. Com a entrada marcante das organizações
não-governamentais e de outros agentes estrangeiros, sobretudo promotores e
investidores, multiplicaram-se as instituições e projetos de cooperação internacional
direcionados para o desenvolvimento urbano e habitacional. Contudo, eram

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insuficientes e a sua ação superficial, não fazendo frente aos processos crescentes de
segregação e exclusão sócio-espacial.

Após a implementação de um regime multipartidário e da descentralização do poder,


iniciado em 1990, realizam-se as primeiras eleições democráticas em 1993. Este
período é marcado pela instituição de novos poderes aos órgãos municipais,
reestruturando o que era a gestão urbana até então. Nota-se um crescimento de
investimentos públicos e privados na reconstrução da cidade “cimento” e também em
planos e iniciativas direccionadas sobretudo às margens periféricas. O
desenvolvimento urbano foi marcado pela privatização do parque imobiliário e de
alguns dos serviços sociais, por um crescimento da densificação da construção por
toda a cidade.

• Década 00

Figura 9 - Evolução da área de estudo 2001

Paralelamente à (re)emergência da renovação urbana, se reafirmou a defesa da sua


requalificação num estudo realizado no âmbito da iniciativa “Melhoramento dos
Assentamentos Informais” e no Plano de Estrutura do Município de Maputo de 2008,
ambos coordenados por José Forjaz.
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Segundo Forjaz (2008), coordenador do Plano, foram traçadas estratégias para


diminuir a discriminação social existente, tal como propostas de zoneamento
abrangente, descentralização de serviços públicos – com novas centralidades nos
bairros periféricos (caso do bairro do Zimpeto) e também intervenções em vias
estruturantes pela cidade (tal como a construção da Circular e da ponte para a
Catembe). No enquadramento do PEUMM, vários Planos Parciais e de Pormenor foram
também elaborados, sendo que actualmente cerca de 70% do território da cidade já
possui um plano regulador urbano.

Figura 10 - Plano de Estrutura 2008

Com a liberalização da economia, multiplicam-se os agentes envolvidos no


desenvolvimento da capital. Destacam-se, além do sector público, diversas
organizações da sociedade civil ou não governamentais, agências internacionais e
investidores privados. Algumas das intervenções têm conduzido a processos de
gentrificação nos bairros mais próximos ao centro , que afastam as populações de

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menores recursos para bairros mais longínquos, influenciando o mercado imobiliário


e favorecendo a criação de clusters residenciais de classe média-alta.

Ao nível do sector público destacam-se algumas intervenções e políticas urbanas e


habitacionais, como a criação do Fundo de Fomento de Habitação, em 1995, que,
entre outros aspectos: criou subsídios de crédito associados à construção de
habitações a baixo custo; dinamizou programas de autoconstrução assistida;
disponibilizou terrenos com infraestruturas básicas às populações mais carenciadas; e
promoveu acções de reordenamento e de Influências no processo de formação do
tecido urbano nos bairros pericentrais de Maputo.

4. SITUAÇÃO ACTUAL
4.1. FPLM
4.2. POLANA CANIÇO B

4.3. MAVALANE B
4.4. FERROVIÁRIO

5. IMAGEM

6. LEGISLAÇÃO VIGENTE
6.1. RELAÇÃO ENTRE A LEGISLAÇÃO E A IMAGEM

7. CONCLUSÃO

8. REFERÊNCIAS

9. ANEXOS

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