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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

APLICAÇÃO DO SIG NO PLANEAMENTO URBANO E REORDENAMENTO


DOS ASSENTOS INFORMAIS

Nome: Fernando Nunes Francisco

Código: 708213085

Beira, Outubro de 2022


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

APLICAÇÃO DO SIG NO PLANEAMENTO URBANO E REORDENAMENTO


DOS ASSENTOS INFORMAIS

Nome: Fernando Nunes Francisco

Código: 708213085

Curso: Gestão Ambiental

Cadeira: Introdução a Sistemas de


Informação Geografia (SIC)

Ano de Frequência: 2º ano

Docente: Joaquim Constantino

Beira, Outubro de 2022


Índice
1. Introdução..................................................................................................................3

2. Aplicação do SIG no planeamento urbano e reordenamento dos assentos informais.


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2.1. A actuação dos SIG no planeamento urbano......................................................4

2.2. Assentos informais..............................................................................................5

2.3. A actuação dos SIG no reordenamento dos assentos informais.........................6

3. CONCLUSÃO...........................................................................................................8

4. Referencias Bibliográficas.........................................................................................9
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1. Introdução
Diversas áreas utilizam os SIG para analisar, interpretar e representar o mundo
geográfico e para compreender o comportamento espacial segundo suas perspectivas.
Ou seja, há neste uma ampla aplicação e funcionalidades, o que acaba por ter uma
grande influência no processo de tomada de decisões e nas análises espaciais para a
localização de diversos empreendimentos.

Um dos sectores de aplicação dos SIG é no planeamento urbano e reordenamento dos


assentos informais. Como bem sabemos para crescer de forma harmónica e sustentável,
uma cidade precisa ser capaz de imaginar o que deseja para o futuro e não se contentar
com presente. E esse processo nos dias atuais integra os SIG, de forma a evitar a
ocupação informal e a consequente degradação de algumas zonas consideradas
sensíveis, no ponto de vista ambiental.

Contudo, o presente trabalho tem por objectivo de analisar a aplicação dos SIG no
planeamento urbano e reordenamento dos assentos informais. Ressalta-se também que
para a realização este presente trabalho, foi necessário o empregue do método
bibliográfico em que, permitiu a elaboração do quadro teórico conceptual, através de
manuais, artigos científicos, dissertações, monografias, aulas e revistas científicas
referentes a conceitos geográficos.

Em fim, quanto a estrutura deste trabalho, é constituída por três partes, detalhadamente:
Introdução, onde o trabalho faz abordagem superficial do tema, os objectivos e a
metodologia para a concretização do mesmo. Após isso segue-se com o referencial
teórico que elucida-se os conceitos básicos dos autores que já estudaram o assunto, após
isso a pesquisa irá apresentar as conclusões e por fim as fontes.
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2. Aplicação do SIG no planeamento urbano e reordenamento dos assentos


informais.

2.1. A actuação dos SIG no planeamento urbano


O processo de urbanização constitui um dos potenciais problemas que entravam o
desenvolvimento, que, de acordo com Araújo (1997, Citado por Lopes, 2005, p. 19), "o
problema fundamental reside no facto de a população urbana crescer muito
rapidamente, enquanto o desenvolvimento e as transformações económicas necessárias
para suportar aquele e melhorar a qualidade de vida urbana não ocorrem ao mesmo
ritmo, criando-se assim um desfasamento pronunciado entre dois elementos que
deveriam crescer em paralelo e a velocidades semelhantes".

A falta de uma gestão racional do uso do solo condiciona o aparecimento de construções


no espaço de acordo com interesses pessoais, sem considerar a existência de planos de
urbanização e os perigos que em termos estéticos e ambientais podem surgir (Vale,
2000, Lopes, 2005). De acordo com a mesma autora, após a independência nacional, o
planeamento urbano e a gestão urbana têm enfrentado dificuldades tanto ao nível dos
recursos humanos, como ao nível dos recursos económicos para o efeito.

Nos dias atuas, no planeamento do uso urbano, a integração e recolha de dados, análise
espacial e o processo de tomada de decisões, num contexto de um fluxo comum de
informações, pode ser feita através dos SIG’s. Estes permitem integrar informações
espaciais e não espaciais de natureza, origem e formas diversas em uma única base de
dados, possibilitando a derivação de novas informações e sua visualização na forma de
mapas (Câmara, 2005, citado em Boca, 2015). Assim, esses sistemas são caracterizados
como ferramentas fundamentais no planeamento de urbanização.

Segundo Lopes, (2005) com a utilização dos SIGs, as feições do mundo real podem ser
representadas em diversas camadas de dados relacionados, divididos em dois grupos: o
primeiro refere -se às ocorrências e às formas presentes em determinado local, e o
segundo descreve qualitativa ou quantitativamente tais ocorrências que apresenta parte
do mundo real e as camadas representativas para cada tipo de informação: tipo de solo e
classes de seu suso, topografia, ruas Hidrografia e distritos. Cada camada está ligada a
uma base de dados que consequentemente faz parte de um SGBD.
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De acordo com Silva (1999, citado por Boca, 2015), além de responder as questões
sobre localização, condição, tendência, rota, padrão, simulação e modelamento, os
SIG’s podem ainda: produzir mapas mais elaborados, de forma rápida e com baixo
custo; produzir mapas específicos de acordo com a personalização implementada;
permitir diferentes representações gráficas, usando o mesmo banco de dados;
possibilitar a automação da actualização e revisão e; revolucionar a análise quantitativa
de dados espaciais.

Em suma, os SIG’s têm muita relevância na análise espaço temporal, e possibilitam a


realização de análises no planeamento urbano. Tais funções utilizam os atributos
espaciais; buscando o fazer simulações (modelos) sobre os fenómenos do mundo real,
seus aspectos ou parâmetros. Por meio dos SIG é possível fazer todas as leituras de
incidências urbanísticas proporcionando, dentro de uma base única de dados, lançar
informações de zoneamento, mapeamento, restrições ambientais, directrizes viárias e
outras informações de planeamento urbano em geral (Boca, 2015).

2.2. Assentos informais


Os assentamentos informais são zonas urbanas em constante crescimento, que não
oferecem aos seus residentes condições de vida minimamente aceitáveis, apesar de
existirem neles aspectos bastante atractivos, sobretudo no que diz respeito à sua
localização favorável em relação aos centros de emprego e de serviços. Essas condições
são de natureza diversa e devem ser estudadas e resolvidas com estratégias também
diversas (Fenhane, 2011).

A urbanização em ritmo crescente e acelerado é um fenómeno global e associada


principalmente ao crescimento natural da população e aos movimentos migratórios.
Mais da metade da população mundial vive actualmente em cidades (UN-Habitat, 2015)
e, no caso de Moçambique, um terço reside em cidades, o que representa sete milhões
de habitantes (INE, 2007, citado em CMM, 2016).

Em 2007, a população urbana de Moçambique atingiu uma taxa relativamente alta em


comparação aos demais países da África Oriental, alcançando 36% do total
populacional (UNFPA, 2007, citado em CMM, 2016). As projecções das Nações
Unidas indicam que esta taxa deve alcançar 60% e concentrar pelo menos 17 milhões de
habitantes em áreas urbanas do país em 2030 (UN, 2006 CMM, 2016). Outras
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estimativas prevêem que para 2025 esta taxa atinja 50,1% do total, ou seja, a cada dois
moçambicanos, um deverá morar em cidades do país.

2.3. A actuação dos SIG no reordenamento dos assentos informais


O desenvolvimento da tecnologia da informação tornou disponíveis novos recursos que
vieram modernizar os processos de planeamento e gestão urbana. Ao mesmo tempo, é
possível desenvolver novos usos da informação, cada vez mais explorados pelos
municípios de Moçambique.

A aplicação da cartografia1 digital e dos SIG’s em temas de ordenamento e planeamento


urbano é uma das linhas mais usuais e onde se observa um grande número de estudos
realizados. As grandes bases de dados referenciadas constituem-se no instrumento mais
apropriado para as tarefas de análise territorial, planeamento de uso do solo, gestão de
recursos, prevenção de riscos, localização de equipamentos, entre outros aspectos de
conteúdo espacial (Vera, et al. 1997, citado em Farina, 2006).

Percebe-se que a possibilidade de realizar aplicações específicas no planeamento e na


gestão territorial de áreas de rizicultura é grande. Pois os SIG’s podem atender a
necessidade de elaborar planos integrados para os processos de ordenamento e
reordenamento das áreas de cultivo no território (Farina, 2006).

As técnicas convencionais de planeamento urbano, quando aplicadas para monitorar a


expansão das cidades, não têm conseguido acompanhar a velocidade com que o
fenómeno se efectua. Por isso, novos métodos, como as técnicas de SIG empregam
tecnologias mais adequadas, para detectar, em tempo quase real, a expansão urbana e as
alterações ambientais decorrentes, contribuindo para maior eficiência da ação dos
órgãos de planeamento (Farina, 2006).

Indo na respectiva de Ladwig, (2013) com esta operacionalidade dos SIG’s é possível
dispor de um sistema de cartas digitais de informação geográfica relativas a cada um
dos níveis de trabalho indicados, com a possibilidade de estabelecer relações entre elas,
mediante a superposição gráfica e topológica, além dos seus vínculos com uma extensa
série de tabelas de dados alfanuméricos associados.
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A UNESCO (1966, Citado por Ladwig 2013) define que a cartografia no contexto geral ao tratar as
informações contidas dentro do espaço geográfico, retrata a forma e tratamento dos dados, seguindo a sua
norma técnica para representação correta deste espaço. E que por fim tenhamos um produto final que
conhecemos como mapas e cartas.
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Deste modo, é possível obter a informação requerida em formato cartográfico ou como


informe estatístico, com a vantagem de considerar a produção de uma nova informação
gráfica e alfanumérica, a partir dos níveis básicos dos dados de que dispõe o sistema.

Ramóm Morte (1997, citado em Ladwig, 2013) argumenta que os SIG’s têm sido
largamente utilizados na ordenação do território e gestão do espaço geográfico. Neste
sentido, podem-se destacar as seguintes funções desempenhadas:

a) Integração da actividade agrícola nas tarefas de planeamento;


b) Elaboração de sistemas de informação para o planeamento espacial e suportes
lógicos para a tomada de decisões;
c) Análise da paisagem e actividades de expansão agrícola no espaço rural;
d) Prevenção de riscos naturais em espaços rurais;
e) Controle da actividade agrícola em espaços naturais protegidos;
f) Impacto ambiental da actividade agrícola;
g) Estudos de qualidade ambiental nos espaços agrícolas;
h) Gestão da qualidade das infra-estruturas e serviços de produção;
i) Inventários sobre recursos e produtos comercializados de uma região;
j) Capacidade de uso do território com fins de produção agrícola;
k) Análise multicritério, elaboração de modelos, simulação e estudos de exploração
da região.

Nesta linha de aplicação dos SIG’s e da cartografia digital tem-se elaborado trabalhos
para o planeamento de espaços rurais. Tem-se observado interesse especial em utilizar
os SIG’s na elaboração de sistemas de informação para gestão da qualidade na produção
agrícola, pois integram abundante informação geográfica, procedente de diversos
métodos e formatos (desde cartografia analógica, documentos e dados estatísticos
oficiais, informações obtidas mediante tratamento de imagens de satélite e fotografias
aéreas).
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3. CONCLUSÃO
O desenvolvimento deste estudo possibilitou uma análise de como um Sistema de
Informação Geográfica pode ser um benefício para o planeamento urbano e
reordenamento dos assentos informai, e trazendo facilidades para a população. Essa
tecnologia tem tudo para facilitar a gestão. Para fins de caracterização do uso e
ocupação de solos a utilização de SIGs é essencial pois permite ao usuário extrair de
fontes de informação tais como cartas ou imagens de satélite informações de interesse
específico.

Fica, portanto, evidente, a capacidade de os sistemas de informação geográfica


corresponderem de forma objectiva e eficaz às complexas questões impostas pelo
mundo real. Por meio dos SIG é possível fazer todas as leituras de incidências
urbanísticas proporcionando, dentro de uma base única de dados, lançar informações de
zoneamento, mapeamento, restrições ambientais, directrizes viárias e outras
informações de planeamento urbano em geral.
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4. Referencias Bibliográficas
Boca, Nogar. (2015). A Aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica no
Zoneamento Geográfico: Caso do Posto Administrativo de Chongoene – Sede. Xai-Xai:
Universidade Pedagógica

CMM, (2016). Manual Metodológico de intervenção integrada em assentamentos


informais. Maputo: Conselho Municipal de Maputo.

Farina, Flavia. (2006). Abordagem sobre as técnicas de geoprocessamento aplicadas ao


planejamento e gestão urbana. Brasil: EBAP

Fenhane, João. (2011). Aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica na


Localização de Agências Bancárias e ATM’s na Cidade da Beira. Beira. Dissertação:
UCM.

Ladwig, Nilzo. (2013). O sistema de informação geográfica (SIG) no planejamento e na


gestão territorial sustentável. Santa Catarina. Capitulo IX: UNESC.

Lopes, Luisa. (2005). Ordenamento do território no distrito municipal da Catembe.


Maputo, Dissertação e Mestrado: UEM.

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