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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE INFRAESTRUTURA


URBANA

MARILIA TONON BITTI

MAPEAMENTO DA INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO BÁSICO NA SEDE


DE ARACRUZ/ES

Vitória
2022
MARILIA TONON BITTI

MAPEAMENTO DA INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO BÁSICO NA SEDE


DE ARACRUZ/ES

Orientadora: Profa. Dra. Silvia Fernandes Rocha

Vitória
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 5
2.1 ABORDAGEM TEÓRICA DO TEMA .............................................................. 5
2.1.1 Planejamento urbano ............................................................................ 5
2.1.2 Geoprocessamento ............................................................................... 6
2.1.3 Aplicação de Geotecnologias na Gestão Municipal ........................... 7
2.1.4 Infraestrutura Urbana/Saneamento Básico ......................................... 8
2.2 MATERIAIS E METODOLOGIA ..................................................................... 9
2.2.1 Caracterização da área de estudo ........................................................ 9
2.2.2 Metodologia.......................................................................................... 10
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 12
2.3.1 Mapa que contém as ruas sem rede de água .................................... 12
2.3.2 Mapa de ruas sem rede de esgoto ..................................................... 13
2.3.3 Mapas das Ruas sem coleta de lixo ................................................... 14
2.3.4 Mapa da infraestrutura de saneamento básico na sede de Aracruz/ES
15
3 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 18
4

1 INTRODUÇÃO

O planejamento urbano no Brasil e no mundo é evidenciado nos aspectos


socioeconômicos e ambientais dos municípios (SANTO e GALLO, 2018). Sabe-se
que, em muitos deles, o desenvolvimento urbano está comprometido devido às
ocupações irregulares e à falta de infraestrutura local.

A análise da infraestrutura urbana está relacionada diretamente ao que propõe o


Estatuto das Cidades e os instrumentos da Política Urbana. Dentre esses, destaca-se
o Plano Diretor, que tem como objetivo ordenar o uso e ocupação do solo nos
municípios acima de 20 mil habitantes e garantir boas condições de vida para a
população (ARACRUZ, 2021).

Especificamente, no estado do Espírito Santo, o Plano Municipal de Aracruz foi


instituído pela Lei municipal 4.317/2020, que visa ao interesse social, regulando o uso
da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança, da justiça social e do
equilíbrio ambiental (ARACRUZ, 2021).

Um dos objetivos do Plano Municipal de Aracruz, conforme Art. 9° do Plano Diretor


Municipal de Aracruz é a

garantia do direito a cidade sustentável, entendido como o direito à terra


urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes
e futuras gerações.
Atualmente, são inexistentes em Aracruz/ES os mapas de espacialização dos serviços
de infraestrutura urbana: rede de água, rede de esgoto e coleta de lixo. Esses mapas
podem servir como apoio à gestão pública, demonstrando o diagnóstico da
infraestrutura urbana tendo em vista o cumprimento do Plano Diretor Municipal.

Diante do problema exposto, teve-se como motivação nesta pesquisa elaborar, por
meio de Sistema de informações Geográficas (SIG), mapas que demonstrassem os
bairros que não são servidos com rede de água, rede de esgoto e coleta de lixo. Essas
três categorias foram escolhidas devido à disponibilidade de dados georreferenciados
no município. Por ser um estudo inovador para o local, escolheu-se como área de
estudo, a sede do município.
5

O objetivo deste estudo foi elaborar o mapa da infraestrutura de saneamento básico


na sede de Aracruz/ES.

Os objetivos específicos foram:

• Elaborar o mapa de espacialização dos locais sem rede de água;

• Elaborar o mapa de espacialização dos locais sem rede de esgoto;

• Elaborar o mapa de espacialização dos locais sem coleta de lixo;

• Elaborar o mapa da infraestrutura de saneamento básico na sede de


Aracruz/ES.

Este estudo se justifica não somente pela disponibilidade de dados georreferenciados,


mas por ser uma pesquisa aplicada, que pode auxiliar os gestores na melhoria da
qualidade de vida do morador da sede de Aracruz. Os mapas elaborados nessa
pesquisa, até então, eram inexistentes para o município de Aracruz/ES. O estudo
demostrou, por meio dos mapas individualizados, as ruas localizadas na sede do
município, que não são servidas de rede de água, rede de esgoto e coleta de lixo. O
mapa da infraestrutura de saneamento básico na sede de Aracruz/ES, apresenta a
interseção desses planos de informação, permitindo ao gestor identificar, na sede de
Aracruz/ES, as ruas que não apresentam os três serviços. As análises demonstram a
inexistência de habitação e as irregularidades dos loteamentos como as possíveis
causas da inexistência do serviço de infraestrutura urbana ofertado pela Prefeitura
Municipal.

2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ABORDAGEM TEÓRICA DO TEMA
2.1.1 Planejamento urbano

O planejamento urbano cria metas futuras na busca pela cidade ideal e possui muitos
instrumentos de política pública normatizados no Brasil para orientar o uso e ocupação
do solo. Nesse contexto, o planejamento pensa uma ocupação harmônica do solo,
inserindo qualidade de vida e ambiental no espaço urbano (SANTO e GALLO, 2018).

Ainda segundo os autores, a gestão urbana engloba os serviços públicos e


equipamentos urbanos, bem como o raio de alcance deles.
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O planejamento eficaz gerencia a cidade com participação das vidas e do ambiente


de forma integrada, sendo um imenso desafio para os gestores. Nesse sentido, é
fundamental que haja ferramentas facilitadoras para se fazer gestão pública.

O Estatuto da Cidade, através da Lei n° 10.257/2001 que estrutura a base do


Planejamento e desenvolvimento dos municípios, exige dentre tantas diretrizes, que
as cidades acima de 20 mil habitantes elaborem seu Plano Diretor Municipal - PDM,
como instrumento chave de organização do território nos aspectos físicos, sociais,
econômicos e ambientais (BRASIL, 2001).

O PDM atua em muitos segmentos, tais como direcionar: índices construtivos, zonas
de uso e ocupação do solo, oferta de equipamentos públicos, permeabilidade do solo,
saneamento e infraestrutura básica, segurança pública, acessibilidade ao cidadão e o
fim da segregação social (FURTADO, 2019).

2.1.2 Geoprocessamento

O desprovimento de registros geográficos e reconhecimento da distribuição dos


recursos utilizados pelo homem resultaram em inovações tecnológicas que saíram do
papel em meados do século XX, quando foi possível captar, armazenar e editar dados
espaciais em computadores. Assim, surgiu o geoprocessamento (ORESTES e
LOPES, 2015).

O geoprocessamento possui técnicas específicas de análise do espaço geográfico,


que quando usadas para o planejamento e gestão territorial, são ferramentas
vigorosas de intervenção (FURTADO, 2019).

O uso das ferramentas do geoprocessamento possibilita representar o ambiente e


registrar os acontecimentos e a relação entre eles, isso tudo de uma forma rápida e
simplificada através da tela de um computador, auxiliando no apoio em inúmeras
decisões públicas (Orestes & Lopes, 2015). O espaço geográfico é muito complexo e
necessita dessas geotecnologias para monitorar e administrar o território em seus
aspectos físicos, ambientais e sociais, de forma ampla, rápida e eficaz (FURTADO,
2019).

Os chamados SIG’s – Sistemas de Informações Geográficas permitem uma análise


complexa da área estudada, resultando maior rigor e precisão nas análises. A base
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de dados de um SIG é formada por dados cartográficos, sendo os mesmos divididos


em espaciais, aqueles que determinam o posicionamento global do objeto de análise,
e os dados alfanuméricos, que atribuem as descrições necessárias ao objeto. Existem
no mercado diversos softwares de geoprocessamento que oferecem ferramentas de
análise espacial. Dentre eles, podemos destacar o ArcGIS® da Environmental
Systems Research Institute (ESRI), um dos mais utilizados na atualidade (CARDOZO,
2018).

Para que os dados possam representar fielmente a localização de um objeto no Globo


terrestre, as informações devem estar georreferenciadas. Tal processo, que também
pode ser chamado de registro consiste em referenciar todos os dados com base em
sua localização geográfica, no qual todas as informações contidas na base de dados
são “linkadas” a suas respectivas localizações geográficas através das coordenadas
UTM X e Y, em que o X representa a longitude do ponto e o Y, a latitude.

De acordo com Furtado (2009), a análise de dados espaciais auxilia na evolução de


diversas áreas, como saúde, meio ambiente, geologia, urbanismo, entre muitas
outras.

2.1.3 Aplicação de Geotecnologias na Gestão Municipal

Diante do cenário atual das cidades e suas demandas por gestão assertiva, os
municípios brasileiros começaram a implementar o geoprocessamento e suas
geotecnologias como ferramenta de análise espacial, análises complexas das
informações e identificação de problemas a fim de resolvê-los e evitar despesas
desnecessárias. O geoprocessamento também auxilia no cadastramento e
localização geográfica de todos os elementos físicos distribuídos na cidade, para
reconhecimento do território em todos os aspectos envolvidos, além de identificar
áreas prioritárias de atuação (FURTADO, 2019).

No entanto, ainda segundo o autor, muitos empecilhos ainda precisam ser vencidos
para a adesão generalizada de geotecnologias na gestão municipal, como falta de
conhecimento, de recurso, de comunicação entre secretarias, de interesse e o
desconhecimento dos benefícios técnicos da ferramenta por parte dos gestores.
Muitos gestores ainda aderem ao sistema por meio de empresas de consultoria, o que
gera burocracia e ineficiência no atendimento da demanda.
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Na implantação da geotecnologia e na manipulação dos dados pelos servidores


municipais, o trabalho é mais dinâmico e rápido, pois a demanda é atendida de
maneira imediata, sem a necessidade de enviá-la a um consultor contratado, além de
ser resolvida por profissional que tem maior conhecimento da demanda, visto que a
mesma é de origem interna e de domínio do servidor.

Poucas prefeituras utilizam um SIG como ferramenta de gestão ou possuem


servidores capacitados para este fim. Nesse cenário, há uma carência na gestão
urbana, que é conhecer as condições locais do município e os pontos prioritários de
intervenções, otimizando tempo, recursos financeiros e atuando de maneira eficaz
(FURTADO, 2019).

De acordo com Furtado (2019), percebe-se um crescimento acelerado do uso de


geoprocessamento na gestão pública, o que é atribuído aos softwares livres que estão
sendo disponibilizados, além do custo mais acessível das licenças dos softwares
pagos. Como exemplo, podemos citar a prefeitura do município de Aracruz, que vem
utilizando as ferramentas da geotecnologia em sua estrutura.

2.1.4 Infraestrutura Urbana/Saneamento Básico

Segundo Moraes (2018), uma cidade com infraestrutura urbana bem desenvolvida
oferece à população melhores condições de vida. De acordo com o autor, a distinção
conceitual acerca do tema da infraestrutura urbana divide-se entre infraestrutura leve
e infraestrutura pesada. A infraestrutura leve está relacionada à dinâmica econômica,
social e cultural de uma localidade. Já a infraestrutura pesada relaciona-se com o bom
funcionamento da cidade, como é o caso, por exemplo, das rodovias, do sistema de
saneamento básico (as redes de água e esgoto e coleta de lixo), dentre outros.

Segundo Oliveira (2020), há muitos motivos que levam ao estudo do saneamento


básico, pois a falta desse serviço é um grave problema que afeta a população. O
saneamento básico é compreendido como sistema de abastecimento de água tratada,
coleta e destinação correta de esgoto e do lixo doméstico e industrial.

A limpeza urbana também é vista como um dos pilares do saneamento básico. A


coleta do lixo e o seu destino final devem ser organizados de forma a garantir a
proteção do meio ambiente e a saúde pública. Isso porque a destinação incorreta do
lixo gera diversos problemas sociais, ambientais e econômicos (OLIVEIRA, 2020).
9

Outro item complementar do saneamento básico é a coleta e tratamento do esgoto. O


esgoto sem destino adequado e sem nenhum tipo de tratamento é extremamente
prejudicial ao meio ambiente e põe em risco a saúde da população. Existe uma grande
deficiência no tratamento e destino do esgoto. Realidade que é ainda mais evidente
em áreas mais pobres ou menos favorecidas (OLIVEIRA, 2020).

A falta do saneamento básico, além de causar danos à saúde, acarreta grandes custos
ao governo. Segundo Oliveira (2020), para cada um R$1,00 investido na área de
saneamento, R$4,00 são economizados aos cofres públicos no setor de medicina
curativa.

Ainda segundo o autor, em um ambiente poluído, inúmeras doenças podem ser


propagadas e contagiar a população. Epidemias de dengue, cólera, disenteria, rota
vírus, hepatite A, amebíase, giardíase, esquistossomose, leptospirose, dentre muitas
outras doenças podem ser contraídas no meio do lixo, do esgoto e das águas
poluídas.

O saneamento básico é indispensável para a vida, ele é uma das mais eficazes
medidas para a melhoria da saúde da população. O seu grande potencial está na
capacidade de prevenir doenças e gerar qualidade de vida (OLIVEIRA, 2020).

2.2 MATERIAIS E METODOLOGIA


2.2.1 Caracterização da área de estudo

A área de estudo se encontra no município de Aracruz, localizado no Estado do


Espírito Santo, entre os meridianos 40°21'40" e 39°54'25" de longitude Oeste e entre
os paralelos 20°01'17" e 19°32'40" de latitude Sul, e contém uma área de 1.424 km2
(Figura 1).
10

Figura 1 : Mapa de localização da área de estudo

Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com o IBGE (2019), a população estimada do município compreende


101.220 habitantes, sendo 47.835 pessoas na Sede no ano de 2010. O crescimento
populacional e, principalmente, na área urbana do município, deve-se pelo
investimento empresarial no município, que teve início em 1975, com a implantação
do complexo industrial “Aracruz Celulose S.A”. O município de Aracruz, que tinha
como base econômica atividades agrícolas, teve modificada rapidamente sua
estrutura econômica e social. Entre o período de 1970-1980, o crescimento urbano foi
de 111,7% e isso demandou adequações na infraestrutura local, dando origem aos
principais empreendimentos e investimentos urbanos consolidados até hoje (CÓ,
2013)

2.2.2 Metodologia

A metodologia de desenvolvimento do trabalho contemplou as seguintes etapas:

• Etapa 1: revisão bibliográfica;


11

• Etapa 2: Levantamento de dados vetoriais e raster;

• Etapa 3: Análise de dados espaciais;

• Etapa 4: Elaboração dos mapas temáticos.

Na etapa 1, a revisão bibliográfica foi realizada por meio de levantamento de


publicações acadêmicas para embasamento teórico do tema.

Na etapa 2, levantaram-se dados para caracterização e descrição espacial da


infraestrutura na Sede de Aracruz. Os dados vetoriais em formato *.shp (shapeflie)
foram disponibilizados gratuitamente pela Prefeitura Municipal de Aracruz e
ortofotomosaicos foram disponibilizados gratuitamente pelo Instituto Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) (Tabela 1). Os dados vetoriais apresentavam-
se em Projeção UTM, no Datum horizontal Sirgas 2000, Fuso 24S.

O ortofotomosaico do município de Aracruz é referente ao ano de 2012 e serviu como


base para o estudo, possibilitando realizar a sobreposição do arquivo vetorial e fazer
a análise espacial da inexistência dos serviços de infraestrutura na Sede. A análise
dos dados fez-se por meio da Prefeitura.

Tabela 1: Dados espaciais utilizados na elaboração dos mapas.


Nome do arquivo Formato Fonte
Log_pavimento Vetorial (*.shp) Prefeitura Municipal de Aracruz
Bairros Vetorial (*.shp) Prefeitura Municipal de Aracruz
GEOBASES

A base de dados e as análises foram geradas no software ArcGIS 9.3.

Na etapa 3 e 4, a análise dos dados vetoriais e elaboração dos mapas foram


desenvolvidas no ArcGIS 9.3, por meio da manipulação de dados da tabela de
atributos dos planos de informações vetoriais. Os dados vetoriais do plano vetorial
Log_pavimetos.shp apresentaram, para cada rua da sede, as informações sobre a
oferta rede de água, esgoto e coleta de lixo.
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2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO


2.3.1 Mapa que contém as ruas sem rede de água

Em Aracruz, o empreendedor não era obrigado a implantar infraestrutura em seu


loteamento. Foi a partir do ano 2000, com a vigência do Código de Obras Municipal
(atual Lei 3.143/2008), que passou a ser obrigação do loteador implementar estrutura
de água, esgoto e drenagem no empreendimento.

Grande parte do município de Aracruz foi empreendida dessa maneira (sem


infraestrutura), e o poder público não possuía verba nem tempo hábil para sanear
todos os loteamentos e bairros que surgiram. Por isso ainda existem ruas sem
infraestrutura, principalmente rede de esgoto, que são sistemas mais complexos.

Por meio do mapa que contém as ruas sem rede de água (Figura 2) verificaram-se
nove bairros que não têm acesso a esse serviço. São eles: Vila Nova, Vila Rica,
Centro, Itaputera, Jequitibá, Novo Jequitibá, Bela Vista, Residencial Solar Bitti e Nova
Conquista. A inexistência desse serviço justifica-se, inicialmente, pela ausência de
habitação no local.

O mapa da Figura 2 demonstra que há menos ruas com falta de rede de água do que
ruas sem rede de esgoto, pois o município priorizou pelo essencial à vida, que é a
rede de água. Dessa forma, o sistema de esgoto ficou para segundo plano.

A empresa responsável pelo abastecimento de água na Sede de Aracruz é o SAAE –


Serviço Autônomo de Águia e Esgoto.
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Figura 2 : Mapa das ruas sem rede de água.

Fonte: Elaborado pela autora.

2.3.2 Mapa de ruas sem rede de esgoto

Por meio do mapa que contém as ruas sem rede de esgoto (Figura 3), verificou-se
que dos 24 bairros existentes na Sede, 22 deles possuem ruas sem se esse tipo de
serviço. São eles: Cupido, Planalto, São Marcos, Guaxindiba, Guanabara, Limão, Vila
Nova, Polivalente, Vila Rica, Centro, Jardins, Itaputera, Jequitibá, Bela Vista, Fátima,
Morobá, Nova Conquista, Novo Jequitibá, Santa Luzia, Solar Bitti, Centro Empresarial
e Vale Verde.

O loteamento colinas no bairro Bela Vista é um exemplo de local que não possui rede
de esgoto. Esse loteamento foi aprovado pela Prefeitura sem que o empreendedor
tenha implantado a infraestrutura necessária. Dessa forma, acabou sendo embargado
e continua sem infraestrutura de esgoto. As demais ruas são de loteamentos
irregulares, sem habitação ou ruas abertas clandestinamente.

A empresa responsável pela implantação das redes de esgoto na Sede de Aracruz é


o SAAE – Serviço Autônomo de água e Esgoto.
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Figura 3 : Mapa das ruas sem rede de esgoto.

Fonte: Elaborado pela autora

2.3.3 Mapas das Ruas sem coleta de lixo

Por meio do mapa que contém as ruas sem coleta de lixo (Figura 4), verificaram-se
oito bairros que não têm esse serviço. São eles: Cupido, São Marcos, Limão, Vila
Nova, Vila Rica, Polivalente, Centro e Jardins.

A inexistência desse serviço justifica-se pela ausência de habitação no local. Quem


realiza a coleta de lixo na Sede de Aracruz é a empresa S.A. Ambiental.
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Figura 4 : Mapa das ruas sem coleta de lixo.

Fonte: Elaborado pela autora.

2.3.4 Mapa da infraestrutura de saneamento básico na sede de Aracruz/ES


A Figura 5 representa a interseção entre as ruas sem serviço de água e de esgoto.

Como citado anteriormente, o loteamento Colinas, localizado no bairro Bela Vista,


continua sem infraestrutura de água e de esgoto, visto que se encontra embargado
pela Prefeitura Municipal. O local do loteamento Colinas pode ser observado na Figura
6.
16

Figura 5 : Mapa das ruas sem rede de água e esgoto

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 6 : Localização do loteamento Colinas, bairro Bela Vista.

Fonte: Google Street View. Adaptado pela autora.


Já o mapa a seguir (Figura 7) é o principal mapa da infraestrutura de saneamento
básico da Sede de Aracruz. Nele, é identificada a interseção entre as ruas que não
possuem os três tipos de serviços: água, esgoto e coleta de lixo.
17

Figura 7 : Mapa de infraestrutura das ruas sem rede de água, coleta de esgoto e coleta de lixo.

Fonte: Elaborado pela autora.

Abaixo (Figura 8), podemos identificar por meio de imagens do Google Maps/ Street
View, as ruas que não possuem os três serviços e indicadas em linha tracejada cor
vermelha sobre as imagens. São elas:

• A rua Pedro Caetano da Silva (letra A), cuja ocupação é irregular ao lado
esquerdo da via;

• A rua José Marcos Rampinelli e demais sem denominação (letra B), as quais
foram projetadas, mas ainda não foram abertas, e o terreno continua sem
habitação;

• As ruas sem denominação (letra C) já foram parcialmente abertas, porém sem


calçamento e sem utilização pela população.
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Figura 8 : Representação das ruas por meio de imagens do Google

Fonte: Google Maps/Street View. Adaptado pela autora.

3 CONCLUSÃO

A base de dados vetoriais disponibilizada permitiu a elaboração dos mapas temáticos,


no entanto necessita atualização. Verificou-se que algumas ruas que, na tabela de
atributos, aparecem sem a prestação do serviço, atualmente, são habitadas, e o
serviço (rede de água ou de esgoto ou de coleta de lixo) é existente, ou seja, a base
de dados georreferenciada necessita atualização.

O mapa demonstrou que dos três serviços, a rede de esgoto não está instalada na
maioria dos bairros devido aos loteamentos irregulares e às ruas abertas
clandestinamente.

As redes de água e a coleta de lixo não ocorrem em algumas ruas, devido à falta de
habitação.

A pesquisa aplicada demonstrou que os serviços são prestados em todos os 24


bairros, porém em algumas ruas, são inexistentes, ou por falta de habitação ou pela
ocorrência de loteamentos irregulares.

Conclui-se que o estudo pode auxiliar os gestores públicos no cumprimento do PDM


e no planejamento da oferta dos serviços na sede municipal.
19

Recomenda-se a pesquisa de campo, para verificação dos resultados apontados pelo


mapeamento e, após a atualização dos dados espaciais, também é sugerida a
continuidade desse estudo para todo o município de Aracruz/ES.
20

REFERÊNCIAS

ARACRUZ. Lei Municipal n° 4.317, de 05 de agosto de 2020. Plano Diretor Municipal.


Prefeitura Municipal de Aracruz. Poder executivo, Aracruz, ES, P. 3

CARDOZO, L. S. O geoprocessamento no processo de tomada de decisão: relato


sobre os estudos técnicos em meio ambiente do mpsc. Relatório de Conclusão
do Curso de Graduação em Geografia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,2018.

FURTADO, L. G. Geoprocessamento e planejamento urbano: uma análise


espacializada das creches de período integral no município de ananindeua – pa.
Universidade Federal do Pará, campus Ananindeua. Faculdade de Tecnologia em
Geoprocessamento. ANANINDEUA, PA. 2019.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (IBGE, 2021). Disponível em: <


https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/es/aracruz.html> em: 20 out. 2021

MORAIS, G. A. S.; SOBREIRA, D. B.; LIMA, J. E.; Padrão e Determinantes da


Infraestrutura Urbana Das Microrregiões Brasileiras. Revista Geosul,
Florianópolis, v. 33, n. 66, p. 262-291, jan./abr. 2018

OLIVEIRA, A. M.; MOURA J. B.; MELO, J. E. B. O saneamento básico e sua


importância para a saúde no município de LAGES/SC. Brazilian Journal of
Development. Curitiba, v. 6, n. 8, p. 54641-54650, ago. 2020.

ORESTES, T. A. M.; LOPES, E. B. Geoprocessamento: análise de dados


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Prefeitura Municipal de Aracruz – PMA, Secretaria de Planejamento, Orçamento e


gestão – SEMPLA, Coordenação de Planejamento Urbano. Outubro de 2021.

SANTOS, F. S.; GALLO, D. A experiência brasileira na construção de Índices de


Qualidade de Vida Urbana: planejamento e gestão urbana. Revista Nacional de
gerenciamento de cidades. V. 06, n. 40, 2018.
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