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GEOPROCESSAMENTO APLICADO

1
SUMÁRIO

 NOSSA HISTÓRIA .................................................................................... 3


 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 4
 GEOPROCESSAMENTO .......................................................................... 5
o Tecnologia ........................................................................................... 8
 CASE - GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ANÁLISE E
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA ..... 10
o Área de Estudo .................................................................................. 10
o Desenvolvimento ............................................................................... 11
o Resultados......................................................................................... 19
 Hipsometria ................................................................................. 20
 Declividade ................................................................................. 21
 Exposição da Vertente ................................................................ 22
 Formas do Relevo ....................................................................... 23
 CASE - GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO PLANEJAMENTO
URBANO .......................................................................................................... 24
o Geoprocessamento no Processo de Planejamento Urbano .............. 25
 Estudo de Eixos Visuais ............................................................. 26
o Geoprocessamento no Processo de Gestão Urbana ........................ 31
 Navegação Virtual e Simulação de Intervenções na Paisagem .. 31
1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 36

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 NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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 INTRODUÇÃO

Segundo Pereira e Silva (2001), desde tempos remotos os mapas tem


sido utilizados com o objetivo de registrar informações espaciais relevantes para
atividades humanas e de apresentação e comunicação de informações
geográficas. As formas de se representar o espaço tem evoluído ao longo do
tempo, acompanhando a evolução tecnológica da humanidade e incorporando
avanços em astronomia e matemática, por exemplo. Em termos
contemporâneos, a cartografia foi marcada por um grande desenvolvimento
tecnológico, forçado por necessidades militares, levantamento de recursos
naturais e, mais recentemente, monitoramento e controle do meio ambiente. A
coleta e o processamento de informações geográficas passaram a assumir um
papel estratégico na administração, planejamento ou pesquisa de cidades ou
regiões.
A folha do mapa, com suas diversas informações, era a forma de registro
de dados espaciais. Isso causava uma série de limitações no processo de
apresentação de informações geográficas, referentes a quantidade de
informações passíveis de serem representadas.
A união do avanço recente em diversas áreas tecnológicas, como
fotogrametria, banco de dados, sensoriamento remoto, computação gráfica e
CAD (Desenho Assistido por Computador), agregada a disciplinas que
desenvolveram conceitos, teorias e metodologias para lidar com questões
espaciais, tais como, Geografia, Cartografia, Geometria, Urbanismo, Geodésia,
tornou possível o surgimento de uma área de conhecimento multidisciplinar
conhecida como Geoprocessamento, termo que se tornou usual no Brasil, ou
GIS - Geographical Information Systems (SIG – Sistema de Informações
Geográficas), como esse conjunto de tecnologias é conhecido nos Estados
Unidos.

Neste contexto, o termo Geoprocessamento é adotado por expressar a


abrangência multidisciplinar da área, sem dar margem às ambiguidades que o
termo GIS traz, sendo empregado na literatura para significar uma nova área de
conhecimento, um software, ou sistema de informações espaciais.

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 GEOPROCESSAMENTO

Conforme Pereira e Silva (2001), durante as décadas de sessenta e


setenta, surgiram novas tendências no modo de tratar dados geográficos usados
para atividades de planejamento e gestão espacial. Estas contribuições,
metodológicas e conceituais, vieram de diversas áreas do conhecimento,
destacando-se a Geografia e o Planejamento.
Para fins de planejamento e gestão espaciais, a análise de diferentes
aspectos da superfície terrestre deve ser feita conjuntamente, sendo assim
passou-se a tentar fazer isto de modo integrado, multidisciplinar. Com a
disponibilidade um grande número de dados provenientes de diversas áreas, um
modo de combiná-los se fazia necessário, tais como informações de:

 Geologia;
 Hidrografia;
 Vegetação;
 Uso do Solo;
 Etc.

Geógrafos, em particular os regionalistas, planejadores e paisagistas,


perceberam que dados cartográficos monotemáticos poderiam ser combinados
pela sobreposição destes mapas, utilizando técnicas simples como o uso de
“mesa de luz,” localizando áreas onde as fronteiras das diversas zonas
coincidiam, definindo também interseções ou exclusões entre os diversos temas.
Muitas sínteses geográficas foram produzidas com base nestas técnicas.
Um dos pioneiros na utilização deste tipo de metodologia, em termos
aplicados, foi o arquiteto americano Ian McHarg que desenvolveu uma
metodologia para planejamento ambiental baseada neste tipo de cruzamento de
dados. Nos anos setenta, surgiram os primeiros programas de computadores

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que permitiam fazer através da computação, o cruzamento de dados que
McHarg fazia pela sobreposição de mapas transparentes, para chegar a mapas
síntese.
Sistemas de Geoprocessamento resultaram da evolução tecnológica em
diversos campos correlatos, tais como:

 Topografia - que mais tarde possibilitou o surgimento de modelos


digitais de terreno – MDT;
 Cartografia digital;
 Computação gráfica – que deu origem aos sistemas CAD e a
programas de processamento digital de imagens – PDI;
 Sistemas de gerenciamento de banco de dados – SGBD.

As aplicações militares foram as que forçaram o desenvolvimento destas


áreas com grandes investimentos estatais.

Figura 2 - Conjunto de Tecnologias Relacionadas a

GeoprocessamentoFonte: Adaptado de Pereira e Silva, 2001.

Os primeiros sistemas a incorporar recursos computacionais a aplicações


cartográficas foram denominados de AM – Automated Mapping e eram sistemas
dedicados a manutenção de mapas digitais, possibilitando edição, editoração,

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organização e distribuição de mapas digitais, criando o conceito de base
cartográfica. Uma evolução destes sistemas são os sistemas denominados FM
– Facilities Management, que são sistemas voltados para gerenciamento de
recursos e de natureza cadastral. Eles têm como pressuposto a existência de
uma base cartográfica digital sobre a qual os dados cadastrais são lançados. A
efetiva evolução tecnológica sobre os sistemas anteriores é a ligação entre a
representação gráfica dos objetos espaciais (em sistemas CAD) e atributos não-
espaciais (mantidos em SGBD – Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados).
Em termos de aplicações urbanas, estes sistemas possibilitaram o
surgimento de sistemas cadastrais para o gerenciamento de informações sobre
uso e propriedade do solo, conhecidos na literatura como LIS – Land Information
Systems. O software SIG surgem como uma consequência desta evolução, tanto
das ferramentas FM, como da informática, com a passagem do conceito de
banco de dados para o de sistemas de informação.
O termo Geoprocessamento articula as palavras geo (derivado do termo
grego gaia – Terra) e processamento, referindo-se à capacidade de processar
informações.
Pode-se considerar Geoprocessamento como:

UM CONJUNTO DE TECNOLOGIAS, MÉTODOS E PROCESSOS PARA O


PROCESSAMENTO DIGITAL DE DADOS E INFORMAÇÕES
GEOGRÁFICAS.

O termo Geoprocessamento é desconhecido pela literatura norte-


americana, que utiliza a sigla GIS (Geographical Information Systems) de
maneira abrangente e com significados nem sempre iguais, dando margem por
vezes a confusões conceituais e semânticas.
Silva (2010) completa que o Geoprocessamento é a utilização de modelos
matemáticos e estatísticos em ambiente computacional ou não com o intuito de
representar informações espaciais.
Os diversos produtos digitais gerados pelo Geoprocessamento,
cartografia digital e as imagens orbitais e sub orbitais podem ser agrupados
dentro de um banco de dados digital com o intuito de que possa acontecer a
interação dos diferentes materiais, e assim, ocorrer a correlação de seus

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elementos com o objetivo de extrair informações pertinentes às temáticas
geográficas. A união destes diversos dados derivados irá compor o Sistema de
Informações Geográficas que é o agrupamento, manipulação e atualização dos
diferentes produtos gerados.

o Tecnologia

Geoprocessamento faz uso intensivo de tecnologia computacional


orientada geograficamente. O desenvolvimento dos componentes tecnológicos,
hardware e software, pode ser considerado como vinculado ao desenvolvimento
do Geoprocessamento de modo geral e ao SIG de modo específico. Os avanços
em computação gráfica, banco de dados, o aumento da capacidade dos
computadores aliado à queda de custo possibilitou um avanço na área de
Geoprocessamento, área fortemente baseada em tecnologia.
Ainda que hardware computacional, computadores e periféricos
especializados, sejam fundamentais na montagem de um sistema, o
componente principal, em termos tecnológicos, é o software. Em
Geoprocessamento o mapa, enquanto forma de representação e análise de
informações geográficas, é substituído por uma base de dados digitais que é
acessada por um pacote de software.
O componente software é formado por uma série de módulos. Em termos
genéricos tem-se os seguintes subsistemas:

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Figura 3 – Módulos básicos de softwareFonte: Autora, 2020.

Diferentes programas devem implementar de diferentes modos estas


funções, mas elas serão encontradas nos diversos sistemas.
Uma das maneiras de se distinguir entre os diversos sistemas é a partir
do modelo de dados de cada um. Existem dois enfoques de modelos de dados:

 Modelo matricial (ou raster);


 Modelo vetorial.

As funções que cada sistema oferece depende muito do modelo de dados


adotado pelo sistema. De qualquer modo, a divisão “matricial x vetorial” que já
foi importante, hoje em dia não tem tanto significado. Atualmente a tendência é
buscar modelos conceituais de dados que superem esta repartição e
representem a realidade com uma abordagem mais ampla.

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 CASE - GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ANÁLISE E
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA

Silva (2010) apresenta um estudo da aplicação de recursos de


geoprocessamento que teve como objetivo gerar informações sobre as variáveis
geomorfológicas (hipsometria, declividade, orientação das vertentes e tipos de
formas do terreno) da bacia hidrográfica do Ribeirão São João, situado na porção
sudeste do município de Porto Nacional, Tocantins.
A análise do relevo através da aplicação de técnicas de
Geoprocessamento possibilitou vislumbrar quatro variáveis geomorfológicas da
bacia hidrográfica do Ribeirão São João: Hipsometria, Exposição, Declividade e
Formas do Terreno.

o Área de Estudo

A área de estudo adotada foi a bacia hidrográfica do Ribeirão São João,


localizada entre os paralelos 10°46’43” e 20°41’20” de latitude sul e entre os
meridianos 48°14’16” e 48°24’51” de longitude oeste, a sudeste do município de
Porto Nacional (Figura 4). Possui área de 82 km² e sua foz está situada dentro
da área urbana, sendo um contribuinte direto do Rio Tocantins.

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Figura 4 - Mapa de Localização da Bacia Hidrográfica do Ribeirão São João

Fonte: Silva, 2010.

o Desenvolvimento

Para o desenvolvimento do estudo foi utilizado o software Spring,


desenvolvido pelo INPE. O programa agrupa as diferentes fontes de informações
e trabalha como banco de dados de informações geográficas e de desenho
assistido por computador (CAD).
Para este trabalho foi utilizado o software Spring, desenvolvido pelo INPE
e disponibilizado gratuitamente pela internet no site do instituto, que além de
agrupar as diferentes fontes de informações, irá trabalhar como banco de dados
de informações geográficas e de desenho assistido por computador (CAD).
Foi criado um Banco de Dados e Projeto no Spring, utilizando o Datum
SIRGAS 2000 com sistema de coordenadas em UTM fuso 22 Sul. A delimitação
do retângulo envolvente se deu através da análise na carta topográfica, a qual
auxiliou sobremaneira a obtenção das coordenadas do canto inferior esquerdo e
do superior direito da área de estudo.

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Como referência para confirmação dos dados oriundos do sensoriamento
remoto, foi utilizado a base cartográfica da Diretoria dos Serviços Geográficos
do Exército através da carta topográfica de Porto Nacional na escala de
1:100.000, a qual possui em sua totalidade a área de estudo. Essa carta foi de
fundamental importância para corrigir a distorção geométrica que os produtos
orbitais possuem.
Após criar e configurar o ambiente de trabalho foi necessário registrar a
carta topográfica analógica, com o intuito de atribuir pontos de controle para que
o programa pudesse reconhecer digitalmente as coordenadas que ela
representa. Este passo foi fundamental para que o programa adotasse
espacialmente aquela imagem como uma representação da superfície terrestre.
Com o objetivo de delimitar a área de registro da carta topográfica, foi
selecionada somente a área que representava o retângulo envolvente da área
de estudo (Figura 5).

Figura 5 - Mapa Topográfico da Área de Estudo

Fonte: Silva, 2010.

Em seguida a imagem TIFF foi transformada para o formato compatível


com o Spring através do programa Impima, o qual converte para o formato Grib

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e que permite fazer o georreferenciamento. A resolução da carta foi definida para
que cada pixel equivalesse a 10 metros da superfície do terreno. Com isso, a
carta topográfica pôde ser registrada, pela utilização de 16 pontos de controle
uniformemente distribuídos pela imagem (Tabela 1).

Tabela 1 - Lista dos Pontos de Controle

Fonte: Silva, 2010.

Ao final o erro quadrático obtido foi de 0,561 pixel, ou seja, a margem de


deslocamento da imagem em relação às coordenadas corretas no plano de
superfície terrestre foi de 5,61 metros.
Após o registro, a imagem foi importada e situada em relação à porção
geográfica do espaço que a mesma representa, georreferenciada de acordo com
a coordenada UTM fuso 22 e Datum horizontal Córrego Alegre.
Para a base de dados morfométricos foi utilizado a grade numérica das
variáveis altimétricas do terreno pelo site do Projeto TOPOData. Para conseguir
obter a grade regular da área de estudo, necessitou-se averiguar na carta
topográfica o retângulo envolvente da bacia hidrográfica. A partir das
coordenadas analisadas, utilizou-se o índice das imagens do projeto, sendo
selecionada a imagem no formato GeoTIFF corresponde à articulação 10_495
(Figura 6).

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Figura 6 - Articulação das imagens TOPOData

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Fonte: Silva, 2010.

Após entrar com as informações de ordem externa no banco de dados do


Spring, houve o início da vetorização das variáveis que compõem as topologias
dos polígonos e linhas.
Com o uso da interpretação da carta topográfica, primeiramente houve a
delimitação da borda da bacia através dos divisores de água, tendo como
limítrofe os pontos cotados e a delineação a partir das curvas de nível. A Figura
7 mostra o resultado desta interpretação.

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Figura 7 - Delimitação da bacia hidrográfica e hierarquização dos canais pelo método de
Strahler

Fonte: Silva, 2010.

A carta topográfica usada como cartografia base foi confeccionada em


1978, ou seja, anteriormente à construção e enchimento do reservatório da Usina
Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães, concluído em 2000. O reservatório alagou
uma grande área além da várzea original do Rio Tocantins, afetando de maneira
direta o exutório da bacia hidrográfica estudada e com isso o seu nível base. Se
fosse usada somente a carta topográfica para definir o limite da borda da bacia,
o polígono iria conter erros por não representar a atual dinâmica do relevo.
Devido a isso foi necessário reavaliar onde se localiza atualmente o ponto
de vazão do Ribeirão São João. Esse delineamento ocorreu através da
interpretação dos valores dos pixels próximos à atual margem do Rio Tocantins
(Figura 8), o qual possibilitou definir de forma mais fidedigna o novo
delineamento da bacia hidrográfica, concomitantemente com uma imagem
Landsat de 2008, para através da interpretação da tonalidade das cores definir
o limite do reservatório.

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Figura 8 - Mapa da Imagem SRTM

Fonte: Silva, 2010.

Com o contorno da bacia hidrográfica plenamente definida, a próxima


etapa foi a delimitação da rede de drenagens, desde o canal principal até os seus
afluentes e subafluentes.

Figura 9 - Mapa do Landsat 5-TM com as drenagens originais da carta topográfica e a


atualização

Fonte: Silva, 2010.

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Esta análise minuciosa se deu através da interpretação da cor verde mais
claro (mata ciliar) em áreas que potencialmente possuem drenagens
“camufladas” pela vegetação. Foram delimitados 7 novos afluentes diretos do
Ribeirão São João e 6 subafluentes, além da represa da Saneatins que capta
água para distribuição nos domicílios do município.
Houve a importação da grade numérica da imagem SRTM para a
categoria MNT. Este passo acontece para que o Spring reconheça que cada
pixel que a imagem representa possui um valor altimétrico baseado no ponto
central do quadrado, que compreende uma área de 90m².
Com a grade numérica dentro do banco de dados, foi feito o fatiamento
das cotas altimétricas em intervalos de 40 metros, desde o nível de base da
drenagem localizado no exutório da bacia (185 metros) até o ponto mais alto
dentre todos os divisores de água (601 metros) localizado no cume do Morro do
Lajeado ou como é também conhecido, Morro São João (Figura 10).
Esta divisão altimétrica resultou em 10 classes temáticas. Essa forma de
representação auxilia na homogeneização das cotas de mesma altitude em
patamares que se encaixam dentro de um intervalo numérico, através da
visualização de cores frias (menor altitude) para quentes (maiores altitudes).

Figura 10 - Face Oeste do Morro São João

Fonte: Silva, 2010.

Dentro do programa, a categoria MNT possui uma ferramenta que gera


automaticamente isolinhas ou curvas de isovalor de feição vetor (não editável),

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que liga os pontos dos pixels que possuem valores correspondentes de acordo
com a equidistância inserida entre as curvas de nível. Neste caso, as curvas de
nível foram definidas com intervalos padrões de equidistância no valor de 20
metros.
Após a geração das isolinhas, os dados foram utilizados como amostras
para que o programa calculasse a grade triangular (TIN), que são conjuntos de
poliedros cujas faces são triângulos definidos no espaço pelos eixos x, y e z
(figura 11).

Figura 11 - Exemplo de Malha Triangular

Fonte: Silva, 2010.

Durante o procedimento de criação do TIN, foi utilizado linhas de quebra


(linhas de drenagem) para que o programa entendesse que quando uma isolinha
cruzasse com uma drenagem, o processo de triangulação deveria gerar um
ponto de interseção que obrigaria na finalização da geração daquele triângulo no
sentido negativo e que a partir dele fosse criado outro no sentido positivo,
deixando um vale em “V” onde passa o canal da drenagem.

o Resultados

Como o estudo e aplicação do Geoprocessamento foram levantadas as


variáveis envolvidas entre os condicionantes geomorfológicos.

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 Hipsometria

A Hipsometria se refere à representação das elevações do terreno através


do fatiamento do relevo em cotas altimétricas que visam demonstrar através de
classes coloridas sua distribuição espacial (Figura 12).

Figura 12 - Mapa de Hipsometria

Fonte: Silva, 2010.

O Spring possui uma ferramenta de criação automática de perfil


topográfico que calcula a elevação dos pontos (valor de z) ao longo de uma linha.
Através da escolha do Plano de Informação que contém o vetor de delineamento
da drenagem principal, foi definida a divisão do curso da bacia em 3 patamares:
alto (próximo à Serra de Monte do Carmo até 2500 metros de comprimento),
médio (de 2500 metros até o início do reservatório) e baixo (do início do
reservatório até a foz) cursos, através da interpretação das principais linhas de
quebra do relevo (Figura 13).

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Figura 13 - Perfil Topográfico do Ribeirão São João

Fonte: Silva, 2010.

 Declividade

A declividade é a relação trigonométrica entre a diferença de altura entre


dois pontos e a distância horizontal entre esses pontos, ou seja, é a inclinação
da superfície do terreno em relação ao plano horizontal.
Ela é importante para determinar a angulação da vertente e predizer qual
o seu tipo modelado com a ajuda concomitantemente da hipsometria local. A
malha triangular gerada em graus decimais foi classificada em 5 classes de
acordo com o sistema brasileiro de classificação de solos da Embrapa (1999),
como pode ser visualizado no mapa abaixo (Figura 14).

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Figura 14 - Mapa de Declividade por TIN

Fonte: Silva, 2010.

Tabela 2 - Distribuição Espacial da Declividade

Fonte: Silva, 2010.

 Exposição da Vertente

A direção das vertentes só é bem definida quando o relevo possui


declividades médias ou altas. Em relevos planos sua determinação é dificultada,
podendo até mesmo não possuir sua necessidade já que nessa ocasião a
declividade é quase nula.

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Neste contexto, a bacia hidrográfica do ribeirão São João possui 54% de
sua área com declividade na faixa entre 0% e 3%. Como não há ângulo
preponderante de inclinação entre a base e o topo das vertentes (características
de terreno plano) o Spring não consegue calcular o sentido da orientação da
vertente, o que acarreta na falta de informações representadas no mapa, através
de vazios entre os polígonos (Figura 15).

Figura 15 - Mapa de Orientação das Vertentes por TIN

Fonte: Silva, 2010.

 Formas do Relevo

A coloração foi definida em relação à alusão das implicações físicas que


condicionam cada modelado (Figura 16), como por exemplo, a classe côncava
convergente é azul para inferir a influência de umidade nessas áreas. Já os
terrenos convexo-divergentes foram classificados em amarelo, simbolizando a
ocorrência de áreas mais secas e possível exposição do substrato devido à
maior probabilidade de solos mais rasos.

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Figura 16 - Coloração das Formas de Terreno de Acordo com a Intensidade do Processo
de Escoamento

Fonte: Silva, 2010.

A classificação resultou no mapa de formas do terreno. Esta variável


auxilia na representação visual da distribuição espacial na bacia hidrográfica
(Figura 17).

Figura 17 - Mapa de Formas do Terreno

Fonte: Silva, 2010.

 CASE - GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO PLANEJAMENTO


URBANO

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Moura (2002) apresenta um estudo da aplicação de recursos de
geoprocessamento no planejamento urbano e na gestão do patrimônio
arquitetônico e urbanístico de Ouro Preto, Minas Gerais, cidade Patrimônio da
Humanidade.

o Geoprocessamento no Processo de Planejamento Urbano

O processo metodológico utilizado foi baseado na montagem de um SIG


no SAGA-UFRJ para a elaboração de análises ambientais urbanas dividido entre
as seguintes etapas:

1. Montagem de base cartográfica através da organização de planos de


informação iniciais, em formato raster.
2. Construção das análises urbanas por meio da Árvore de Decisões.
3. Verificações frente à realidade - Calibração do Sistema - Retorno às
etapas de Análise.
4. Zoneamento segundo diferentes Variáveis Ambientais - Identificação de
situações especiais que caracterizam a cidade, conflitos, potenciais, riscos e
prioridades de intervenção.
5. Elaboração de propostas de intervenção, manejo e restrições.

Para a montagem do SIG foram definidos os objetivos principais para as


análises destinadas ao planejamento urbano, que deveriam ser atendidos nas
caracterizações obtidas através da Árvore de Decisões. As principiais questões
colocadas foram:

1. Como é a distribuição da população em Ouro Preto, sobretudo em termos


de faixas etárias, níveis de escolaridade e densidade de ocupação?
2. Como é a distribuição das áreas de risco ambiental à ocupação urbana?
3. Quais são as áreas mais bem servidas (e as mal servidas) de comércio,
prestação de serviços e serviços de uso coletivo?
4. Como é a distribuição de infraestrutura na cidade?
5. Quais são as áreas mais propícias à expansão urbana?
6. Quais são as áreas mais valorizadas do espaço urbano?
7. Quais são as áreas de maior valor cênico no conjunto urbano?

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8. Quais são as áreas mais visíveis na paisagem de Ouro Preto?
9. Quais são áreas de maior interesse para o turismo?
10. Como é a distribuição de riscos à saúde, a partir da análise de doenças
relacionadas a precárias condições de saneamento, em Ouro Preto?
11. É possível caracterizar e conhecer a distribuição da qualidade de vida
em Ouro Preto?

A base cartográfica inicial utilizada foi na forma de arquivo vetorial, em


coordenadas UTM, resultante de digitalização de restituição aerofotogramétrica
em escala 1:10.000. Era composta por arruamento, toponímia e hidrografia, e
complementamos com a digitalização da topografia. Devido à opção por
aplicativos SAGA-UFRJ foi necessário converter dados vetoriais existentes em
dados matriciais.
Foram organizados 95 mapas básicos, sobre os mais diferentes temas,
que depois foram utilizados em análises e cruzamentos, resultando em 145
mapas no total. Nem todos os mapas organizados nesta etapa foram adotados
em processos de análise, mas alguns serviram como forma de calibração e
conferência de resultados obtidos. Os programas utilizados no processo foram
Microstation, Geoterrain, Descartes, Adobe Photoshop e SAGAUFRJ.

 Estudo de Eixos Visuais

Falar de estudo de eixos visuais em uma cidade como Ouro Preto é


compreender o significado do espaço urbano barroco e comprovar como a
linguagem do espaço traduz os valores do Brasil colonial. A malha urbana
barroca é um conjunto interconectado de eixos divergentes e convergentes, e
sua estrutura consiste de um conjunto de pontos nodais simbolicamente
importantes e visualmente dominantes, distribuídos ao longo da área urbana.
Destaca-se o grande referencial simbólico promovido, pois nos pontos focais,
para os quais se dirigiam os principais eixos visuais, foram implantados os
principais monumentos da arquitetura institucional e da religiosa.
Constitui processo metodológico facilitador do trabalho de fiscalização e
julgamento de solicitações de intervenção no conjunto urbano, de modo a
otimizar o trabalho dos técnicos do patrimônio histórico na avaliação das

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possíveis mudanças no conjunto paisagístico, e o grau de aceitação das
intervenções. Isto significa aplicar o geoprocessamento na gestão do patrimônio
urbanístico e arquitetônico, pois é possível realizar, de forma expedita, uma
consulta sobre o grau de importância de uma determinada área e, no caso de
elaboração de projeto, de quais pontos da cidade a construção será visível, de
modo que o projetista componha fachadas e volumes segundo as informações
recebidas. O objetivo é responder:

 Tal localidade (tal localização geográfica), de onde está sendo vista?


 Tal ponto significativo na malha urbana: o que é visível a partir de sua
posição?

O método consiste na aplicação de critérios reproduzíveis para o traçado


das manchas dos eixos visuais, que são as áreas visíveis a partir dos pontos
mais significativos da cidade. Este procedimento de análise de eixos visuais tem
importância para os novos rumos de aplicação de conceitos da Teoria da
Percepção e Cognição Espacial aos estudos urbanos.
O primeiro passo, a partir de trabalho de campo, foi escolher 80 pontos de
maior alcance visual e que permitissem a melhor visibilidade do conjunto
histórico e paisagístico. É importante destacar que este número de pontos não é
conclusivo, mas são os 80 primeiros pontos, e que técnicos interessados em
detalhar a paisagem da cidade podem acrescentar novas localidades ao
conjunto de dados.
No desenvolvimento da proposta iniciou-se a construção do MDE (Modelo
Digital de Elevação) da cidade. A topografia da área foi cuidadosamente
analisada, auxiliado por mapas hipsométricos em 3D e por estudos de efeitos de
sombras em diferentes horas do dia.
Nos pontos de visada escolhidos, foram fixadas as alturas do observador,
colocado a 1.70 m acima do piso. A partir deles, foram traçados perfis
topográficos com o uso do aplicativo Geoterrain, em eixos radiais a partir do
ponto de visada, com deslocamento de 6 graus entre eles.

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Figura 18 - Lançamento de eixos radiais de definição de perfis topográficos -
Deslocamento de 6 graus entre eles

Fonte: Moura, 2002.

Figura 19 - Visão em 3D - Destaque de alguns perfis traçados a partir de um ponto de

visada
Fonte: Moura, 2002.

Traçados todos os perfis, foram definidos os pontos de interseção entre


plano visual zenital do observador e linha de perfil, definindo as áreas de
"sombra" (não visíveis). Isto significa traçar uma coleção de eixos saindo do
ponto de observação, até que estas linhas interceptem o desenho do perfil. Em

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cada interseção é marcado o ponto de início e o ponto de final da sombra. Na
sequência, são ligados todos os pontos de início de sombra e todos os pontos
de final de sombra, e o resultado são superfícies (shapes) definidoras de
manchas de áreas visíveis a partir da posição do observador.

Figura 20 - A partir do olhar do observador, definição das interseções entre planos


zenitais e perfil, para definição de áreas de "sombra"

Fonte: Moura, 2002.

Figura 21 - Pontos de início e final de uma sombra a partir de um perfil

Fonte: Moura, 2002.

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Figura 22 - Ligação de pontos e conformação das superfícies de áreas visíveis e não-
visíveis (sombra)

Fonte: Moura, 2002.

O processo de ligação de pontos é feito tendo como material de


conferência o desenho em 3D. A conferência final é obtida por colocação da
mancha em 3D, encaixada no modelo digital de elevação, quando se verifica se
ela realmente corresponde à realidade visível do ponto escolhido.
Uma vez geradas as manchas a partir dos 80 pontos escolhidos, elas
podem ser consultadas por dois processos:

 O módulo de Assinatura do SAGA-UFRJ varre os planos de informação


para identificar o que ocorre em uma localidade de interesse. Com esse recurso
é possível consultar quais são as manchas que incidem sobre um local
específico e, consequentemente, de onde o local é mais visível no conjunto
urbano.
 O módulo de Avaliação do Saga-UFRJ permitiu a construção da "Síntese
de Eixos Visuais", que indica as regiões mais visíveis da cidade, em função da
sobreposição de maior número de manchas de eixos visuais. O resultado é a
indicação dos graus de visibilidade ao longo do conjunto urbano, e o destaque
das áreas que merecem maior atenção nos processos de aprovação de
intervenções. Há ainda usos específicos, como escolha de roteiros turísticos,
promoção de mirantes de visitação, incremento de pontos de observação de
maior potencial, escolha das localizações mais adequadas para determinados
fins, entre outros.

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Classificado o território urbano segundo a concentração de eixos visuais,
foi relacionado esta distribuição com a hipsometria (ou altimetria). O interesse
era verificar a existência de correlação expressiva entre as variáveis, ou seja, o
predomínio de alguma faixa altimétrica na composição da morfologia urbana
barroca de Ouro Preto.
Na sequência dos estudos de interpretação da paisagem urbana, foram
localizadas as igrejas e mirantes na relação entre hipsometria e eixos visuais.
Por fim foi realizada a síntese entre "Síntese de Eixos Visuais" e "Síntese de
Valores Cênicos" que destaca os pontos mais visíveis e, ao mesmo tempo, de
maior valor paisagístico para a cidade.

o Geoprocessamento no Processo de Gestão Urbana

Os recursos de Geoprocessamento foram utilizados em duas etapas:

 Nas análises destinadas ao planejamento urbano;


 Nas análises de gestão do patrimônio histórico, arquitetônico e
paisagístico.

As análises de planejamento urbano promoveram complexa


caracterização da realidade urbana de Ouro Preto, identificando limitações e
potencialidades de uso, adequabilidade da distribuição das atividades e de
infraestrutura, áreas de risco, assim como a verificação da adequabilidade do
Plano Diretor em vigência.
Na etapa de gestão urbana, o objetivo é disponibilizar ferramentas que
agilizem o cotidiano do monitoramento da cidade, o seja: a aplicação de
programa de armazenamento e gerenciamento de toda a documentação relativa
a projetos e intervenções no patrimônio, e a aplicação de processo que permite
a navegação virtual no conjunto urbano e a simulação das intervenções na
paisagem.

 Navegação Virtual e Simulação de Intervenções na


Paisagem

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Uma limitação do método de definição de manchas de visualização por
ora aplicado é a não consideração de pontos de obstrução da visada, como os
grandes elementos construídos. Isso porque o método é baseado em perfis
topográficos. Contudo, no futuro, se forem modelados também os volumes das
edificações, será possível adaptar o método para graus de precisão muito altos.
Por enquanto, esta limitação é resolvida com o uso das informações
apresentadas pelo modelo de Navegação Virtual, construído a partir de
conjuntos de fotografias, e montadas de forma a promover efeito de estar
presente na cena. Assim, o usuário é informado de que pontos uma localidade é
vista, sobre a classificação daquela posição quanto ao grau de acesso de
visibilidade no conjunto urbano, e confere o alcance visual navegando
virtualmente em conjuntos fotográficos tirados daqueles pontos.
Em Ouro Preto, a partir dos 80 pontos selecionados ao longo da mancha
urbana, foram realizadas fotografias com sobreposição de 50% entre elas, com
deslocamento entre tomadas de 20 graus, e uso de lente de 35 mm. Para garantir
o deslocamento angular de 20 graus entre as fotos, acoplamos a câmera
fotográfica a um teodolito e, através da estádia, realizamos as medições
necessárias. A angulação retratada em cada ponto foi definida pelo nível de
importância da cena: em mirantes foram fotografados quase 360 graus e, em
outros pontos, bastou uma foto para a captura da visada de interesse. No total
foram cerca de 600 fotografias.
No programa VR Worx, destinado à elaboração de produtos multimídia,
foram montados os mosaicos das fotografias, denominados "panoramas". O
aplicativo realiza o encaixe automático das fotos a partir da comparação de
arranjos de pixels e escolha de sobreposições mais adequadas. Os panoramas,
ou mosaicos, resultam em faixas cilíndricas de imagens somadas. Para compor
este conjunto é necessário informar a lente usada nas fotografias e o FOV - field
of view, que é a dimensão angular vertical e horizontal capturados pela câmera
fotográfica em função da lente escolhida.

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Figura 23 - Esquema do panorama cilíndrico e os eixos visuais radiais

Fonte: Moura, 2002.

Uma vez elaborados os panoramas nos 80 pontos escolhidos, é montada


a Navegação Virtual no conjunto, que permite ao usuário se deslocar entre os
pontos de interesse e visualizar a paisagem como se estivesse no ambiente.
Na montagem da navegação em Ouro Preto, foram realizados os
seguintes procedimentos:

1. Montagem de arquivo 3D com a hipsometria da cidade e estudo de


sombras para destaque dos elementos morfológicos do conjunto. Após estudo
de diferentes horários na iluminação, optou-se por 4 horas da tarde, pois o eixo
solar incide perpendicular à direção Nordeste-Sudoeste e quase Norte-Sul,
dando destaque para as estruturas que se desenvolvem no sentido Norte-Sul.
Esta iluminação destacou os fundos de vales e as colinas que caracterizam a
cidade.
2. Montagem de mosaico de ortofotocartas da CEMIG (Companhia
Energética de Minas Gerais) para a cidade, em escala 1:10.000. Foram duas
folhas, cujo encaixe foi realizado no programa Descartes (próprio para trabalhos
em imagens raster e para a conversão vetorial/raster), com o cuidado de correto
georreferenciamento e ajuste de pixels para que as emendas se adequassem
perfeitamente. Com o mosaico já pronto, a base cartográfica vetorial contendo
arruamento e informações básicas foi estampada na imagem.
3. Montagem do slide inicial, no qual o usuário recebe as informações de
como navegar no sistema.

A navegação propriamente dita seguiu os critérios:

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1. O usuário entra pela página de explicações, segue para o mapa
hipsométrico no qual ele é informado sobre a morfologia da área, e depois é
encaminhado para a ortofotocarta. Na ortofotocarta, estão localizados os 80
pontos de eixos visuais, e o usuário pode escolher por qual ponto iniciar a
navegação.
2. Ao longo de toda a navegação, sempre que o usuário quiser saber a
localização do ponto onde se encontra em relação ao conjunto da cidade, basta
"clicar" no céu ou na parte superior da imagem, que o sistema o leva para a
ortofotocarta na posição exata de onde está o ponto.
3. Quando o usuário está em uma foto e tem como objetivo navegar para
algum elemento que nela se apresenta (como no exemplo de estar na Praça do
Centro de Convenções e decidir subir até a UFOP), ele verifica, pelo botão
específico, onde há os "hot spots", que são os pontos de ligação com outras
fotos. Ao acionar um hot spot na imagem, ocorre o deslocamento para a nova
localidade de interesse.
4. Além dos 80 pontos de navegação ao longo da mancha urbana, foi
solicitada autorização para fotografar uma igreja. Foram realizadas tomadas
internas na Igreja do Rosário. A qualidade de imagem não ficou muito boa, pois
não é permitido usar flash. É um exemplo de navegação através do largo do
Rosário - igreja - planta da igreja - interior da igreja - alguns detalhes de piso e
estatuária - saída pelos portais - retorno ao largo do Rosário.

A aplicação mais interessante desse sistema, além de permitir que um


usuário visualize a realidade urbana e analise a paisagem sem se deslocar do
escritório, são os estudos de simulação de intervenção na paisagem. O método
é muito útil nos processos de aprovação de projetos, pois o projetista
responsável deve fornecer desenhos da edificação prevista nos pontos de maior
visibilidade, e é montada a simulação da intervenção na paisagem urbana.
Mesmo que o projetista não domine instrumentos de desenho digital, basta um
simples croqui da fachada para que ela seja encaixada na paisagem, por meio
de medições proporcionais de elementos conhecidos do entorno (a dimensão de
uma janela, a altura do pé direito de uma edificação, as dimensões do lote, etc).

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Figura 24 - Simulação de intervenção na paisagem

Fonte: Moura, 2002.

 SAIBA MAIS!
Assista ao vídeo: Mapeamento com drones: Geoprocessamento e
conceitos iniciais.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JXZiZOnzk5Q

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1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOURA, Ana Clara Mourão. Geoprocessamento Aplicado ao Planejamento


Urbano e à Gestão so Patrimônio Histórico se Ouro Preto – MG. Instituto de
Geociências – UFMG. Belo Horizonte, 2002.

PEREIRA, Gilberto Corso; SILVA, Bárbara-Christine Nentwig.


Geoprocessamento e Urbanismo. UNESP. São Paulo, 2001.

SILVA, Aion Angelu Ferraz. Geoprocessamento aplicado à análise e


mapeamento geomorfológico da Bacia Hidrográfica do Ribeirão São João-
To. Porto Nacional, Tocantins: UFT, 2010.

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