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Curso Online:

Leitura e Interpretação de Projetos


Introdução ao Geoprocessamento.......................................................................2

Geoprocessamento, GIS, Geotecnologia, Georreferenciamento........................5

Sistemas de Informação Geográfica..................................................................11

Noções de Cartografia e Geodésia....................................................................13

Processamento Digital de Imagens (PDI)..........................................................17

Qualidade de Dados Geoespaciais...................................................................20

Entendendo a Fotogrametria e o Sensoriamento Remoto................................22

Topografia: conceitos e aplicações...................................................................23

Referências bibliográficas..................................................................................25

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INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

O geoprocessamento é o processamento informatizado de dados


georreferenciados.

Utiliza programas de computador que permitem o uso de


informações cartográficas (mapas, cartas topográficas e plantas) e informações
a que se possa associar coordenadas desses mapas, cartas ou plantas. Pode
ser utilizado para diversas aplicações.

As ferramentas computacionais para geoprocessamento, chamadas


de Sistemas de Informação Geográfica GIS – sigla em inglês
para Geographical Information System –, permitem realizar análises
complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados
georreferenciados. Tornam ainda possível automatizar a produção de
documentos cartográficos.

A introdução do geoprocessamento no Brasil inicia-se a partir do esforço de


divulgação e formação de pessoal feito pelo prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ),
no início dos anos 80. A vinda ao Brasil, em 1982, de Roger Tomlinson -
responsável pela criação do primeiro SIG (o Canadian Geographical
Information System).

Após o surgimento do Google Maps, do Google Earth e do WikiMapia uma


verdadeira revolução está acontecendo. Pessoas que até então não tinham
qualquer contato com ferramentas GIS, de uma hora para outra podem ter
acesso à qualquer parte do planeta por meio de aplicações que
misturam imagens de satélite, modelos 3D e GPS, sendo que o usuário
necessita apenas ter conexão à internet.

Em 2004 surge o OpenStreetMap, que, inspirado em projetos de colaboração


de usuários ao redor do mundo, busca criar o mais completo mapa já visto.
Além de colaborar com o OpenStreetMap completando o mapa, pode-se
usufruir de seus dados para criar as mais variadas soluções. Conhecida como
"A Wikipédia dos Mapas", seus funcionamento é similar a Wikipédia, onde os
usuários podem editar e a população em geral pode usufruir deste
conhecimento. Há outras ferramentas de colaboração como o Google Map
Maker e o Waze, onde se pode colaborar com o mapeamento, porém, nestes

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dois últimos, o usuário colabora, vê sua colaboração no mapa, mas não tem
acesso direto aos dados como poder baixá-los e trabalhar em ferramentas GIS,
CAD, ou como quiserem - o que não ocorre no OpenStreetMap, onde se pode
usufruir dos dados.

A Microsoft possui também a sua solução de visualização do Globo terrestre


em 3D, chamado de Virtual Earth.(Hoje denominado Bing Maps).
A NASA oferece o NASA World Wind um globo virtual destinado ao segmento
de pesquisadores, programável por um SDK Java.Outra aplicação existente é
o Arc Globe da Environmental Systems Research Institute (ESRI) com o Arc
Globe, um visualizador de dados em 3D.

Fabricantes de aparelhos de celular já estão lançando telefones equipados com


GPS e mapas. Montadoras já fabricam carros com sistemas
de rastreamento por satélite.

Um sistema de informação geográfica (SIG), também conhecido


como GIS (acrónimo/acrônimo inglês de geographic information system), é um
sistema de hardware, software, informação espacial, procedimentos
computacionais e recursos humanos que permite e facilita a análise, gestão ou
representação do espaço e dos fenômenos que nele ocorrem.

Fitz (2008) conceitua SIG como um sistema constituído por um conjunto de


programas computacionais, o qual integra dados, equipamentos e pessoas
com objetivo de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar
dados espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas conhecido.
Tal leva a que gestores de projeto ou administradores de organizações possam
geodecidir.

Existem vários modelos de dados aplicáveis em SIGs (Sistemas de Informação


Geográfica). Por exemplo, o SIG pode funcionar como uma base de dados com
informação geográfica (dados alfanuméricos) que se encontra associada por
um identificador comum aos objetos gráficos de um mapa digital. Desta forma,
assinalando um objeto pode-se saber o valor dos seus atributos, e
inversamente, selecionando um registro da base de dados é possível saber a
sua localização e apontá-la num mapa.

O SIG separa a informação em diferentes camadas temáticas e armazena-as


independentemente, permitindo trabalhar com elas de modo rápido e simples,
permitindo ao operador ou utilizador a possibilidade de relacionar a informação
existente através da posição e topologia dos objetos, com o fim de gerar nova
informação.

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Imagem: Emilio Gómez Fernández. GvSIG - Sistema de Informação Geográfica. Wikipédia.

Desenvolvedores de software de SIG e Geoprocessamento adotarem padrões.


Atualmente, possui algumas especificações:

WMS - Web Map Service

WFS - Web Feature Service

WCS - Web Coverage Service

CS-W - Catalog Service Web

SFS - Simple Features - SQL

GML - Geography Markup Language

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GEOPROCESSAMENTO, GIS, GEOTECNOLOGIA,
GEORREFERENCIAMENTO

Os SIGs permitem compatibilizar a informação proveniente de diversas fontes,


como informação de sensores espaciais (detecção remota / sensoriamento
remoto), informação recolhida com GPS ou obtida com os métodos tradicionais
da Topografia. Estas informações poderão ser sintetizadas em mapas
temáticos sobre á área de estudo. Segundo Silva (1999) os objetivos
suplementares de um SIG são:

 Produzir mapas com rapidez


 Diminuir o preço da produção de mapas
 Facilitar a utilização dos mesmos
 Produzi-los com mais pormenor
 Possibilitar automaticamente a atualização e revisão
 Possibilitar a análise quantitativa de dados espaciais.

Entre as questões em que um SIG pode ter um papel importante encontram-se:

Localização: Inquirir características de um lugar concreto

Condição: Cumprimento ou não de condições impostas aos objetos.

Tendência: Comparação entre situações temporais ou espaciais distintas de


alguma característica.

Rotas: Cálculo de caminhos ótimos entre dois ou mais pontos.

Modelos: Geração de modelos explicativos a partir do comportamento


observado de fenómenos/fenômenos espaciais.

Material jornalístico: O Jornalismo online pode usar SIGs para aprofundar


coberturas jornalísticas onde a espacialização é importante.

Um SIG pode ser considerado um instrumento para mapear e indicar respostas


às várias questões sobre planejamento urbano e regional, meio rural e
levantamento de recursos renováveis.

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Geotecnologia, conjunto de tecnologias para coleta, processamento, análise e
disponibilização de informação geográfica.

Designa-se por informação geográfica, informação geoespacial,


ou geoinformação toda informação passível de espacialização próxima à Terra,
ou seja, tem algum tipo de vínculo geográfico que permite sua localização. Este
pode ser um ponto, um endereço, um território, entre outros.

Os dados espaciais georreferenciados requeridos como parte das operações


científicas, administrativas ou legais. Tais dados espaciais costumam estar
associados a informação alfanumérica e são catalogados segundo esquemas
designados metadados. Estima-se que 80% dos dados corporativos existentes
em todo o mundo possuem esta componente geográfica.

A informação geográfica ou geoespacial é criada geralmente pela manipulação


de dados geográficos num sistema computorizado designado sistema de
informação geográfica. Os sistemas podem incluir computadores e redes de
computadores, standards e protocolos para o fluxo de dados entre várias
aplicações. Aplicações típicas são cadastro, uso do solo, hidrologia, avaliação
de terrenos, planeamento ou monitorização ambiental.

O sistema de posicionamento global, mais conhecido pela


sigla GPS (em inglês global positioning system), é um sistema de navegação
por satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a sua posição, assim
como o horário, sob quaisquer condições atmosféricas, a qualquer momento e
em qualquer lugar na Terra; desde que o receptor se encontre no campo de
visão de três satélites GPS (quatro ou mais para precisão maior).

Comparação entre a duração da órbita de um satélite e o período de rotação da


Terra:

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Geralmente categorizados em termos de demandas de uso em
Geodésicos, Topográficos e de Navegação, a diferenciação entre as categorias
de sistemas de posicionamento- que a princípio pode parecer meramente de
preço de aquisição-, se deve à precisão alcançada, ou seja, a razão da
igualdade entre o dado real do posicionamento e o oferecido pelo equipamento.
Assim, sendo os mais acurados (com valores na casa dos milímetros) os
receptores Geodésicos são capazes de captar as duas frequências emitidas
pelos satélites (L1 e L2), possibilitando assim a eliminação dos efeitos da
refracção ionosférica.

Os topográficos, que tem características de trabalho semelhantes à categoria


anterior, mas captam somente a portadora L1, também possuem alta precisão;
geralmente, na casa dos centímetros. Ambas as categorias têm aplicações
técnicas, e características próprias como o pós-processamento, o que significa
que, normalmente, não informam o posicionamento instantaneamente (exceto
os modelos RTK, modo cinemático).

No caso da categoria de maior uso do GPS (a navegação), embora possua


menor precisão de posicionamento, há várias vantagens em sua utilização;
como o baixo preço de aquisição e suas aplicações como: ferramenta de
equipamentos como computadores de mão, celulares, relógios, entre outros.
Atualmente, com a convergência de dispositivos, existem muitas opções de
Pocket PCs com GPS interno, que têm a vantagem de se poder escolher
o software de localização que se pretende utilizar com eles.

O levantamento topográfico consiste na representação - planimétrica ou


altimétrica - em carta ou planta dos pontos notáveis assim como dos acidentes
geográficos e outros pormenores de relevo de uma porção de terreno.

De acordo com a ABNT (1994, p3), o levantamento topográfico altimétrico ou


nivelamento é definido por:―levantamento que objetiva, exclusivamente, a
determinação das alturas relativas a uma superfície de referência dos pontos
de apoio e/ou dos pontos de detalhe, pressupondo-se o conhecimento de suas
posições planimétricas, visando a representação altimétrica da superfície
levantada.‖

A aquisição dos pontos necessários a essa representação é feita a partir dos


pontos estação de uma poligonal, com um teodolito e uma mira, com uma
estação total e respectivo bastão ou mais recentemente recorrendo a
técnicas GNSS.

Os acidentes geográficos considerados de relevo serão representados


por taludes e por curvas de nível no caso de haver interrupções abruptas da
pendente do terreno ou apenas por curvas de nível se o terreno em causa não

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tiver essas ditas interrupções. Aquando da representação das curvas de nível
deve-se ter em conta algumas regras:

- As curvas de nível nunca se representam no interior de uma casa ou muros.


Assume-se que o pavimento é nivelado e quando não for esse o caso,
assinala-se com as respectivas cotas altimétricas os sítios de quebra;

- Numa via de comunicação (estrada) as curvas de nível atravessam sempre a


via na perpendicular ao seu eixo;

- A equidistância entre curvas de nível deve estar de acordo com a escala


do desenho.

- Em caso algum haverá cruzamento de curvas de nível;

- As curvas de nível são linhas que assinalam pontos com uma mesma cota
altimétrica, logo, são linhas fechadas ainda que seja possível que isso não se
verifique no espaço representado.

A topografia é também instrumento fundamental para a implantação e


acompanhamento de obras de todo o tipo, como as de projeto viário,
edificações, urbanizações (loteamentos), movimentos de terras, etc.

O termo só se aplica a áreas relativamente pequenas, sendo utilizado o


termo geodésia quando se fala de áreas maiores. Para isso são
usadas coordenadas que podem ser duas distâncias e uma elevação, ou uma
distância, uma elevação e uma direção.

É também muitas vezes utilizado como ciência necessária à caracterização


da intensidade sísmica num dado local, visto que só em locais onde a
topografia é conhecida, é que são possíveis identificações de intensidade.

A topografia atua em áreas relativamente pequenas da superfície da Terra, de


modo que sejam representadas particularidades da área,
como construções, rios, vegetação, rodovias e ferrovias, relevos, limites entre
terrenos e propriedades e outros detalhes de interesse em duas dimensões
sobre os eixos Norte (Y) e Este (X), e representado por meio de cotas a
altimetria (Z).

As escalas de redução e detalhamento normalmente usadas na confecção de


plantas topográficas variam de acordo com o fim a que se destina o referido
trabalho: desde 1:50 ( lê-se um para cinquenta ) e 1:100 em representações de
lotes urbanos até cerca de 1:5000 para representações de propriedades rurais.

Um dos grandes desafios da cartografia é representar a Terra, que tem


superfície curva (ela é um geoide), num plano. Isso é impossível de se fazer

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sem que ocorram deformações. E quanto maior a área representada, mais
significativas são essas deformações. Como a topografia trata de áreas
pequenas, o limite de atuação dela, o campo topográfico, é aquele em que seja
possível desprezar o erro causado pela curvatura da Terra sem que haja
prejuízo de precisão do levantamento topográfico.

Esse campo depende da escala do trabalho, pois o erro de medida é limitado


ao erro de reprodução e de acuidade visual (ou seja, o erro deve ser tão
pequeno que se fosse considerado seria menor que o erro de produção ou
reprodução da planta ou ainda menor que o limite visual do olho humano), e
para um limite fixo de erro e escalas diferentes, o alcance da área a ser
levantada varia. Para uma precisão de 1:200000, o campo topográfico é uma
área com um raio de 23 km, o que corresponde a mais de 1600 km².

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Parte do mesmo mapa topográfico anterior em
perspetiva e alto relevo ilustrando como as linhas de contorno seguem o terreno.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Mapa topográfico de Mauna Kea, Havaí.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Os SIGs compõem uma das Geotecnologias mais utilizadas e completas da


atualidade, sendo utilizado por diferentes profissionais ligados às áreas de
meio ambiente, saúde, transportes, demografia, engenharias e várias outros.

Um SIG não é apenas um software, mas um sistema composto


por dados, hardware, pessoas, metodologias, e, obviamente, o software. Todos
esses componentes se integram nos permitindo armazenar, manipular e
analisar uma riqueza de dados e informações espaciais.

A metodologia consiste no conjunto de procedimentos que cada usuário


constrói em um SIG, visando atingir um objetivo. A análise espacial com mapas
de Kernel é um exemplo de procedimento que pode ser realizado em um SIG,
muito útil quando se quer evidenciar a concentração ou dispersão de eventos
pontuais no espaço.

Heatmaps ou Mapas de Calor permitem a identificação fácil dos ―pontos


quentes‖ em áreas de grande contração e agrupamento de pontos.

Imagem: Amapá (AP) Mapa de Densidade. processamentodigital.com.br

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A topografia divide-se, basicamente, nas seguintes partes:

Topometria, que trata da medição de distâncias e ângulos de modo que


permita reproduzir as feições do terreno o mais fielmente possível, dentro das
exigências da função a que se destina o levantamento topográfico produzido
com essas informações. Ela subdivide-se, ainda, em planimetria e altimetria.
Na primeira, são medidos os ângulos e distâncias no plano horizontal, como se
a área estudada fosse vista do alto. Na segunda, são medidos os ângulos e
distâncias verticais, ou seja, as diferenças de nível e os ângulos zenitais.
Nesse caso, os levantamentos elaborados são representados sobre um plano
vertical, como um corte do terreno;

Topologia como subdivisão da topografia, é a parte que trata da interpretação


dos dados colhidos através da topometria. Essa interpretação visa facilitar a
execução do levantamento e do desenho topográfico, através de leis naturais
do relevo terrestre que, quando conhecidas, permitem um certo controle sobre
possíveis erros, além de um número menor de pontos de apoio sobre o terreno;

Taqueometria é a divisão que trata do levantamento de pontos de um


terreno, in loco, de forma a se obter rapidamente plantas com curvas de nível,
que permitem representar no plano horizontal as diferenças de níveis. Essas
plantas são conhecidas como plani-altimétricas;

Técnicas:

Fotogrametria é a ciência que permite conhecer o relevo de uma região


através de fotografias. Inicialmente, as imagens eram tomadas do solo, mas,
atualmente, elas são produzidas principalmente a partir de aviões e satélites.
Nesses casos de sensoriamento remoto (detecção remota), são usados os
conhecimentos da estereoscopia, de modo que seja possível perceber o relevo
da região fotografada ou representada em alguma imagem e medir as
diferenças de nível, para se produzir as plantas e cartas.

Laser scanner - equipamento faz uma varredura dos pontos a seu redor
obtendo uma grande quantidade de pontos tridimensionais.
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NOÇÕES DE CARTOGRAFIA E GEODÉSIA

Cartometria é o ramo da cartografia que trata das medições efetuadas sobre


mapas, designadamente a medição de ângulos e direções, distâncias, áreas,
volumes e contagem de número de objetos.

Os mapas, antiga e tradicionalmente feitos usando material de escrita, a partir


do aparecimento dos computadores e dos satélites conheceram uma
verdadeira revolução. Atualmente são confeccionados utilizando-
se software próprio (SIG, CAD ou software especializado em ilustração para
mapas).

Os dados assim obtidos ou processados são mantidos em bases de dados. A


tendência atual neste campo é um afastamento dos métodos analógicos de
produção e um progressivo uso de mapas interativos de formato digital.

O departamento de cartografia da Organização das Nações Unidas é o


responsável pela manutenção do mapa mundial oficial em escala 1/1.000.000 e
todos os países enviam seus dados mais recentes para este departamento.

Para localizar um lugar na superfície terrestre de forma exata é necessário usar


duas indicações, cada uma composta de uma letra e de um número. Utilizando
elementos de referência da rede cartográfica ou geográfica de indicação no
mapa.

O uso dos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste) como guia, não
permitem localizar com exatidão um ponto na superfície terrestre porque é um
instrumento para trabalhar em pequenas distâncias num plano de duas
dimensões.

O sistema de mapeamento da Terra por meio de coordenadas geográficas


expressa posições horizontais no planeta mediante duas coordenadas do
sistema esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da Terra.

Quando dizemos que a área X está a leste de Y, esta apenas indica uma
direção. Para saber com exatidão onde se localiza qualquer ponto da superfície
terrestre — uma cidade, um porto, uma ilha, etc. — usamos as coordenadas
geográficas.

As coordenadas geográficas baseiam-se em diversas linhas imaginárias


horizontais e verticais traçadas sobre o globo terrestre:

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 os paralelos são linhas paralelas ao equador que circundam a Terra — a
própria linha imaginária do equador é um paralelo;
 os meridianos são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° que ligam
os polos — eles vão do Polo Norte ao Polo Sul e cruzam com os
paralelos.

Cada meridiano possui o seu antimeridiano, isto é, um meridiano oposto que,


junto com ele, forma uma circunferência. Todos os meridianos têm o mesmo
tamanho. Convencionou-se que o meridiano de Greenwich, que passa pelos
arredores da cidade de Londres, na Inglaterra, é o meridiano principal.

A partir dos paralelos e meridianos, estabeleceram-se as coordenadas


geográficas, que são medidas em graus, para localizar qualquer ponto da
superfície terrestre.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Coordenadas geográficas.

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Existem pelo menos quatro modos de designar uma localização exata para
qualquer ponto na superfície do globo terrestre.

Nos três primeiros sistemas, o globo é dividido em latitudes, que vão de 0 a 90


graus (norte ou sul) e longitudes, que vão de 0 a 180 graus (Leste ou Oeste).
Para efeitos práticos, usam-se as siglas internacionais para os pontos cardeais:
N=Norte/North, S=Sul/South, E ou L=Leste/East, O ou W=Oeste/West..

Para as longitudes, o valor de cada unidade é bem definido, pois a metade do


grande círculo tem 20003,93km, dividindo este último por 180, conclui-se que
um grau (°) equivale a 111,133 km. Dividindo um grau por 60, toma-se que um
minuto (') equivale a 1852,22 m (valor praticamente idêntico ao da milha
náutica). Dividindo um minuto por 60, tem-se que um segundo (") equivale a
30,87 m,

Para as latitudes, há um valor específico para cada posição, que aumenta de 0


na Linha do Equador até aos Polos, onde está o seu valor máximo (90° de
amplitude do ângulo).

Graus, minutos, segundos

Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez se
subdividem, cada um, em 60 segundos. A partir daí, os segundos podem ser
divididos decimalmente em frações cada vez menores.

Minutos decimais

Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez são
divididos decimalmente.

Graus Decimais

Neste sistema, cada grau é dividido em frações decimais.

A forma de nomeação difere um pouco dos dois primeiros sistemas: a latitude


recebe a abreviatura lat e a longitude, long. Há valores positivos e negativos.
Os valores positivos são para o Norte (latitude) e o Leste (longitude) e não
recebem um símbolo específico. Os valores negativos são para o Sul (latitude)
e o Oeste (longitude), sendo acrescidos do símbolo

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A geodésia é, simultaneamente, um ramo das geociências e um tipo
de engenharia, que trata do levantamento e da representação da forma e da
superfície da terra (Definição clássica de Helmert), global e parcial, com as
suas feições naturais e artificiais e o campo gravitacional da Terra.

O termo geodésia também é usado em matemática para a medição e o cálculo


acima de superfícies curvas usando métodos semelhantes àqueles usados na
superfície curva da terra.

Na física, geodésia é o nome da trajetória reta no espaço curvo, de corpos


como a Terra. Isso acontece em função da gravidade.

A geodesia fornece as suas teorias e os seus resultados de medição e cálculo,


dando a referência geométrica para as demais geociências e aplicações, como
a geomática, os Sistemas de Informação Geográfica, o cadastro, o
planejamento urbano e de obras, as engenharias de construção,
a navegação aérea, marítima e rodoviária, aplicações militares e programas
espaciais, entre muitos outros exemplos.

A geodesia superior ou geodesia teórica, dividida entre a geodesia física e a


matemática, trata de determinar e representar a figura da terra em termos
globais; a G Inferior, também chamada geodesia Prática ou Topografia, levanta
e representa partes menores da Terra onde a superfície pode ser considerada
'plana'. Para este fim, podemos considerar algumas Ciências auxiliares, como é
o caso da cartografia, da fotogrametria e do Ajustamento e Teoria de Erros de
Observação, cada uma com diversas subáreas.

Universal Transversa de Mercator

Para efeitos de comparação, este sistema usa três dados ao invés de dois. O
primeiro é o setor do globo terrestre, o segundo é a distância relativa ao centro
do meridiano - sempre 500000,00 m - e o terceiro é a distância do Polo
Sul (para locais no Hemisfério Sul) ou da Linha do Equador (para locais
no Hemisfério Norte).

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PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS (PDI)

Um conjunto de técnicas que possibilita a obtenção de informações sobre alvos


na superfície terrestre (objetos, áreas, fenômenos), através do registro da
interação da radiação eletromagnética com a superfície, realizado por sensores
distantes, ou remotos. Geralmente estes sensores estão presentes em
plataformas orbitais ou satélites, aviões e a nível de campo. A NASA é uma das
maiores captadoras de imagens recebidas por seus satélites. No Brasil, o
principal órgão que atua nesta área é o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais. O satélite ele é muito importante para nossas vidas e para o planeta
terra.

Imagem: Estreito de Dover. Wikipédia, a enciclopédia livre.

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O sensoriamento remoto é o emprego de imagens da superfície da Terra para
a realização de estudos. Ele refere-se à obtenção de informações sem o
contato direto entre o pesquisador ou o equipamento e o objeto de estudo.
Primeiramente essa técnica era utilizada através de fotografias aéreas tiradas a
partir de balões, já no século XIX, sendo atualmente instrumentalizada,
preferencialmente, por satélites e aviões.

Três elementos são fundamentais para o funcionamento de um sistema de


sensoriamento remoto: Objeto de estudo, Radiação Eletromagnética e
um Sensor.

Pelo princípio da conservação da energia, quando a radiação eletromagnética


incide sobre a superfície de um material, parte dela será refletida por esta
superfície, parte será absorvida e parte pode ser transmitida, caso a matéria
possua alguma transparência. A soma desses três componentes
(Reflectância, Absortância e Transparência) é sempre igual, em intensidade, à
energia incidente.

O que nossos olhos percebem como cores diferentes são, na verdade,


radiação eletromagnética de comprimentos de onda diferentes.
A cor azul corresponde ao intervalo de 0,35 a 0,50 µm, a do verde vai de 0,50 a
0,62 µm e a do vermelho, de 0,62 a 0,70 µm (os intervalos são aproximados, e
variam segundo a fonte de consulta). Estes intervalos também são conhecidos
como "regiões". Abaixo do vermelho, está a região do infravermelho, e logo
acima do azul está o ultravioleta.

Os sensores remotos medem as intensidades do Espectro eletromagnético e,


com essas medidas, obtém imagens nas regiões do visível (azul, verde e
vermelho) ao infravermelho medem a intensidade da radiação eletromagnética
refletida em cada intervalo pré-determinado de comprimento de onda.

O sensoriamento remoto pode ser em nível terrestre, sub-orbital e orbital.

Os representantes mais conhecidos do nível sub-orbital são as também


chamadas fotografias aéreas, utilizadas principalmente para produzir mapas.
Neste nível opera-se também algumas câmeras de vídeo e radares.

No nível orbital estão os balões meteorológicos e os satélites. Os primeiros são


utilizados nos estudos do clima e da atmosfera terrestre, assim como em
previsões do tempo. Já os satélites também podem produzir imagens para uso
meteorológico, mas também são úteis nas áreas de mapeamento e estudo
de recursos naturais.

Ao nível terrestre são feitas as pesquisas básicas sobre como os objetos


absorvem, refletem e emitem radiação. Os resultados destas pesquisas geram

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informações sobre como os objetos podem ser identificados pelos sensores
orbitais.

Desta forma é possível identificar áreas de queimadas numa imagem gerada


de um satélite, diferenciar florestas de cidades e de plantações agrícolas e até
identificar áreas de vegetação que estejam doentes.

Os sistemas sensores presentes em satélites podem ser imageadores ou não


imageadores, dependendo do tipo de produto gerado. Os sensores
imageadores, dividem-se ainda em sistemas de varredura mecânica e sistemas
de varredura eletrônica. Os sensores também podem ser classificados em
função da fonte de radiação eletromagnética.

Sensores ativos são responsáveis pelo envio de um sinal para a superfície da


Terra e registram o sinal refletido, avaliando a diferença entre eles (Ex.
RADAR). Por outro lado, os sensores passivos funcionam através do registro
da radiação eletromagnética refletida pelo Sol.

A questão da resolução dos sensores remotos possui grande importância nesta


ciência. O conceito de resolução está dividido em 4 classes: espacial,
espectral, radiométrica e temporal.

A resolução espacial diz respeito à capacidade do sensor em dividir ou resolver


os elementos na superfície terrestre. Quanto melhor a resolução espacial,
maior o nível de detalhe observado. Não deve ser confundida com tamanho
de pixel.

A resolução espectral caracteriza a capacidade do sensor em operar em varias


e estreitas bandas espectrais. Os sensores que operam em centenas de
bandas são conhecidos como hiperespectrais.

A resolução radiométrica está relacionada ao nível de quantização ou


sensibilidade do sensor em detectar pequenas variações radiométricas.

A resolução temporal é definida em função do tempo de revisita do sensor para


um mesmo ponto da superfície terrestre.

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QUALIDADE DE DADOS GEOESPACIAIS

A Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde) nasceu com o propósito de


catalogar, integrar e harmonizar dados geoespaciais existentes nas instituições
do governo brasileiro. O objetivo é fazer com que os dados possam ser
facilmente localizados, explorados e acessados para os mais diversos usos,
por qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Os dados geoespaciais
serão catalogados através dos seus respectivos metadados, publicados pelos
produtores/mantenedores desses dados.

A visualização de dados espaciais em ambiente web tem apresentado uma


série de desafios. A representação de um volume crescente de informações, a
adequação da simbologia às necessidades dos usuários, a inclusão de novas
perspectivas, como a visualização tridimensional e a espacialização de
fenômenos multitemporais muitas vezes desafia o serviços de disponibilização
de dados espaciais via web tradicionais.

O aplicativo Maps no Kibana oferece uma maneira intuitiva de combinar as


camadas geoespaciais com seus dados temporais, estruturados e textuais.

Imagem: Elastic. elastic.co/pt/maps

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Imagem: Elastic. elastic.co/pt/maps

Os dados geográficos são mais do que latitudes e longitudes. Cada


identificador no mapa pode conter métricas, um carimbo de data e hora e
metadados adicionais.

O armazenamento para todos os tipos de dados de localização — de


geopontos a geoformas como polígonos, círculos, linhas, multilinhas e caixas.
E sendo um mecanismo de busca de texto integral, um armazenamento
colunar e um armazenamento de métricas para todos os tipos de dados
numéricos.

Comece com as camadas, as formas vetoriais e os mapas de base fornecidos.

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ENTENDENDO A FOTOGRAMETRIA E O SENSORIAMENTO REMOTO

O desenvolvimento da fotogrametria cartográfica como ferramenta útil à


agrimensura levou à sua adaptação para utilização em outras áreas do
conhecimento, quando é denominada fotogrametria não-cartográfica. Entre as
áreas do conhecimento que se beneficiaram da adoção dos princípios da
fotogrametria está a biomecânica, através da análise do movimento baseada
em imagens, ou cinemática.

Uma das classificações adotadas para a fotogrametria é quanto à evolução dos


equipamentos e materiais envolvidos nos processos, podendo a mesma
ser: fotogrametria analógica, fotogrametria analítica ou fotogrametria digital.
Nos últimos anos a fotogrametria aérea, notadamente a de satélites em órbita,
alterou substancialmente técnicas como a Cartografia e a
interpretação aerofotométrica.

O sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas que possibilita a obtenção de


informações sobre alvos na superfície terrestre (objetos, áreas, fenômenos),
através do registro da interação da radiação eletromagnética com a superfície,
realizado por sensores distantes, ou remotos. Geralmente estes sensores
estão presentes em plataformas orbitais ou satélites, aviões e a nível de
campo. A NASA é uma das maiores captadoras de imagens recebidas por seus
satélites. No Brasil, o principal órgão que atua nesta área é o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais. O satélite ele é muito importante para nossas vidas e
para o planeta terra.

Imagem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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TOPOGRAFIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES

É a ciência que estuda todos os acidentes geográficos definindo a sua situação


e localização na Terra ou outros corpos astronómicos incluindo planetas, luas,
e asteroides. É ainda o estudo dos princípios e métodos necessários para a
descrição e representação das superfícies destes corpos, em especial para a
sua cartografia.

Softwares utilizados:

 Métrica TOPO (Georreferenciamento, CAR, Volumetria e Loteamentos)


 TopoEVN (Sistema Profissional para Cálculos, Desenhos e Projetos
Topográficos)
 Plataforma Autodesk (AutoCAD) (Software de desenho)
 AutoCAD Map (Software de desenho)
 Softdesk (Software de cálculo)
 Autodesk Land Desktop (Software de cálculo)
 Autodesk Civil 3D (Software de cálculo)
 Posição (Software de cálculos)
 GeoOffice (Software de cálculo e desenho)
 Topograph (Software de cálculo)
 Geolindes (Software de cálculo)
 Microstation (Software de desenho)
 InRoads (Software de cálculo)
 SDRMap (Software de cálculo)
 Vectorworks (Software de desenho)
 Pythagoras (Software de cálculo)
 InteliCAD (Software de desenho)
 ArchiCAD (Software de desenho)
 ArchiTerra (Software de cálculo)
 Cartomap (Software de cálculo)
 Topko (Software de cálculo)

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Estes são alguns dos instrumentos normalmente utilizados em levantamentos
topográficos:

Teodolito - equipamento onde se faz leituras angulares verticais e horizontais


com precisão

Nível topográfico ou nível ótico - equipamento instalado entre pontos a


nivelar e usado para a leitura de alturas sobre uma mira posicionada
verticalmente sobre os pontos.

Mira - régua graduada de 0 a 4 m usada em nivelamento geométrico e que


deve ser posicionada verticalmente sobre o ponto visado para leitura da altura
entre o chão e o plano horizontal formado pela visada de nível ótico.

Estação total - instrumento eletrónico que faz leituras angulares e de


distâncias e as armazena internamente

GNSS - sistemas de medição de distância a partir de sinais de satélites de uma


ou dupla frequência das órbitas GPS, GLONASS ou Galileo

Estádia - equipamento para medir a distância entre dois pontos em


taqueometria

Baliza topográfica - Bastão utilizado juntamente como uma bolha de


nivelamento para a verticalização da mesma. Usada para alinhamentos.

Estaca - vértice materializado em campo para futuras identificações e/ou


identificação de um eixo de um projeto, com distâncias equidistantes
normalmente de 20 em 20 metros

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Referências Bibliográficas

Wikipédia, a enciclopédia livre.Informação geográfica.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Informa%C3%A7%C3%A3o_geogr%C3%A1fica

Wikipédia, a enciclopédia livre.Sistema de posicionamento global.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_posicionamento_global

Wikipédia, a enciclopédia livre.Levantamento topográfico.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Levantamento_topogr%C3%A1fico

Jocilene Barros.O que são os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e


quais suas aplicações.

Disponível em:

https://www.geoaplicada.com/blog/sig-e-suas-aplicacoes/

Processamento digital. QGIS 2.4: Mapa de Densidade de Kernel.

Disponível em:

http://processamentodigital.com.br/2014/09/07/qgis24-mapa-de-densidade-de-
kernel/

Wikipédia, a enciclopédia livre.Cartografia.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartografia

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Wikipédia, a enciclopédia livre.Coordenadas geográficas.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Coordenadas_geogr%C3%A1ficas

Wikipédia, a enciclopédia livre. Geodésia.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Geod%C3%A9sia

Portal Brasileiro de Dados Geoespaciais (inde.gov.br)

Disponível em:

http://www.planejamento.gov.br/tema/governo-aberto/portal-de-dados-
geoespaciais/portal-brasileiro-de-dados-geoespaciais-inde-gov

Flavia Silveira. Gabriele Camara. Silvana Camboim.MÉTODOS PARA


DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS GEOESPACIAIS PARA O CONSUMO EM
APLICAÇÕES WEB: ANÁLISE EM TERMOS DE CARTOGRAFIA E
PERFORMANCE.

Disponível em:

https://proceedings.science/sbsr-2019/papers/metodos-para-disponibilizacao-
de-dados-geoespaciais-para-o-consumo-em-aplicacoes-web--analise-em-
termos-de-cartografia-e

ELASTIC MAPS.Análise dos dados de localização.

Disponível em: https://www.elastic.co/pt/maps

Wikipédia, a enciclopédia livre.Fotogrametria.

Disponível: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fotogrametria

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