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2˚ Ano/1˚ Semestre
Discentes:
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1.Introdução
O assentamento informal é um facto que influencia de forma negativa o bem-estar e o
conforto da sociedade. Este facto é de elevado índice na comunidade Moçambicana e deste
modo influencia negativamente no seu desenvolvimento, seja ele económico, social ou
político. Sendo assim existe uma necessidade de conhecer-se as influências dos
assentamentos informais e adoptar-se métodos que mitiguem tais influências.
A presente pesquisa, analisa o impacto sócio – ambiental dos assentamentos informais que se
fazem sentir em grandes escalas nos centros urbanos sobretudo nas áreas de expansão. Neste
caso, verifica – se em alguns bairros uma ocupação que não é acompanhada pelo
ordenamento territorial adequado, cria a degradação do meio ambiente dada a falta do sistema
de saneamento do meio, a precariedade das vias de acesso dificultando em grande medida a
rede de abastecimento de água bem como de energia e assistência social, e outros espetos que
são as que afectam a qualidade de vida da população.
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2.Metodologia
A metodologia usada nesse trabalho foi a pesquisa bibliográfica de várias obras literárias que
tratam sobre o tema que incluiu a análise e interpretação das mesmas obras, feita por todos os
integrantes do grupo.
3.Objetivos
3.1. Geral
Apresentar fatores que condicionam os assentamentos informais
3.1.1.Específicos
Identificar e descrever as causas;
Identificar os riscos dos assentamentos informais;
Descrever o papel do Planificador Físico face aos assentamentos informais.
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4. Formalidade e Informalidade (Evolução da definição)
Durante a pesquisa, para a realização do trabalho, houve uma necessidade de definir-se a
informalidade, pois entrava-se em discussões com as questões: “o que é informalidade?”, “até
onde podemos considerar um assentamento informal?”, “os assentamentos nas zonas mais
rurais, também são considerados informais?”
Serdoura e Marrana (2015) referem que “formalidade” pode ser entendida como um
conceito oficial e necessário, que cumpre com uma sucessão de convenções, costumes,
normas e regulamentos instituídos, de natureza pública e oficial, sendo por tal reconhecidos.
O conceito de “informalidade” pode ser entendido como o oposto desta definição. Para
aplicar estes conceitos a uma organização social e espacial, torna-se necessário seleccionar
expressões que as referenciem adequadamente aos conceitos discutidos.
Segundo PNUMA (2007 p.32), assentamentos informais é todo o aglomerado humano que
não possui as seguintes condições: acesso a água potável, acesso ao serviço de saneamento,
segurança, habitação segura e durável e espaço suficiente para viver.
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Fig. 1 - PNUMA: Programa das Nações Unidas par o Meio Ambiente (fonte: Wikipédia)
Feita análise das definições pode-se notar que centram as suas ideias na questão da ocupação
e organização da população dum determinado espaço geográfico bem como na forma em que
a mesma, usa os recursos neles existentes e consideram assentamentos informal a todo
aglomerado humano, que é feita de forma acelerada sem observância dos princípios do
ordenamento territorial.
A mesma fonte refere que todos os aspectos acima mencionados existem em todos os
assentamentos informais e com o mesmo grau de incidência, mas estes são problemas que
devem ser considerados ao conceber uma estratégia de intervenção para o melhoramento dos
problemas de assentamentos informais.
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6.Enquadramento Teórico
Segundo Kostof (2009) considera que existem dois tipos de cidade. O primeiro é a cidade
planeada e desenhada cujo desenvolvimento é supervisionado por autoridades competentes,
que podemos entender como “cidade formal”.
A existência de assentamentos informais nas cidades tem aumentado nas últimas décadas nos
países em desenvolvimento, resultado do seu acentuado crescimento populacional, das
assimetrias económicas mundiais e de migrações do campo para a cidade.
Para as Nações Unidas, (2014) As cidades surgem como territórios “novos” e estimulantes,
terras de oportunidade com melhor remuneração, educação, acesso a cuidados de saúde, e
maiores oportunidades de envolvimento cívico e social.
A expansão de aglomerados clandestinos figura como um dos maiores desafios das cidades
em países em desenvolvimento. O crescimento desses assentamentos advém do acelerado e
continuo crescimento populacional motivado por intensas deslocações do campo para a
cidade.
Considerando que o mercado imobiliário for mal nos países em desenvolvimento apenas
disponibiliza 20% da oferta de habitação, não surpreende que aproximadamente um bilião de
pessoas atualmente residam em assentamentos informais, devendo esse número duplicar até
2030 (UN-Habitat, 2013; Neuwirth, 2006; Davis, 2007).
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8.Principais assentamentos urbanos informais em Moçambique
8.1.Cidade de Maputo
Xipamanine e Maxaquene foram os primeiros bairros suburbanos a surgir na cidade de
Maputo. Segundo uma carta do Conselho Municipal, datada dos anos 50 “Os subúrbios são
bairros erguidos arbitrariamente, sem plano pré-concebido, condenados a um dia ficarem
aglutinados pela cidade; o seu enquadramento, num futuro plano de urbanização geral, virá a
constituir sério problema” (Mendes, 1985). Sendo estes os bairros mais apreciados na altura
pelos nativos que almejavam a vida da cidade, a “falta” de leis reguladoras de terra, o
crescimento desordenado destes bairros criara uma enchente dos mesmos a ponto de tornar-se
quase impossível pensar-se numa possível requalificação.
8.1.1Cidade de Manica
Em Manica, segundo FORJAZ et al. (2006), nos bairros
de Macequece e Josina Machel, há também problemas
acentuados de assentamentos informais. Sendo estes
bairros formados desordenadamente, sem planeamento prévio, a principal prioridade de
intervenção nesta área é o fornecimento de serviços básicos. Por exemplo, na área do
saneamento, a alternativa encontrada, dada a falta de recursos, foi que para nas áreas urbanas
deverão ser usadas fossas sépticas e latrinas melhoradas para as zonas informais.
FORJAZ et al. (2006), explica que as tendências de ocupar as zonas informais, nos bairros de
Macequece e Josina Machel, para assentamentos devem-se a falta de recursos da população
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para pagar os procedimentos formais de ocupação de terra. E ainda, como consequência,
acaba não havendo clareza quanto aos limites dos talhões, causando conflitos na comunidade.
8.2.1Cidade de Nacala
Nacala, tal como outras Cidades Moçambicanas, conheceu um crescimento populacional
rápido num contexto de crise económica e falta generalizada de meios para a gestão urbana.
O conflito armado de 10 anos agudizou a crise e fez aumentar de forma dramática a pressão
demográfica sobre este centro urbano (FORJAZ et al., 2006).
O núcleo urbano de Nacala é situado numa encosta muito vulnerável à erosão, e sofreu,
repetidas vezes, os efeitos conjugados de chuvas torrenciais, maneio deficiente da terra e falta
de recursos para a urbanização. Apesar de um conjunto de ações já realizadas, ainda
subsistem problemas derivados da erosão. A problemática da erosão influenciou seriamente a
política de uso do solo implementada em Nacala a partir dos anos 1980. Antigamente era uma
região desabitada e foi ganho mais destaque aos olhos da população com o parecer de novas
oportunidades de emprego e investimento. O ponto anterior trouxe como consequência a
ocupação desordenada de uma terra com grandes problemas de erosão.
Causas Naturais
Erosão;
Cheias;
(desastres naturais).
Causas económicas
Pobreza;
Desenvolvimento da economia informal;
Elevado nível de desemprego.
Causas sociais
Êxodo rural;
Aglomerado populacional;
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Conflitos civis;
Saneamento do meio.
Causas políticas
Erosão;
Problemas de Saneamento do meio
Por se tratar de assentamentos informais, ou seja ocupação espontânea de território,
nota-se que há certos problemas de saneamento do meio, dos quais destaca-se a falta
de lixeira definida, consequentemente observa-se o surgimento espontâneo de
amontoados de resíduos sólidos (lixo orgânico e inorgânico) nas vias públicas,
depositados sem a devida separação.
Vulnerabilidade política;
Vias de acesso intransitáveis (ambulância, bombeiros, polícia, etc).
Por conta dos aglomerados, tem-se regado enchentes que culminam em vias
intransitáveis;
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Figure 7 - congestionamento populacional (fonte: Figure 6 - Vias de difícil acessibilidade (fonte:
images.app.goo.gl) images.app.goo.gl)
Fig. 5 - Construções em risco pela erosão (fonte: Fig. 4 - exemplo de uma zona com problemas de
images.app.goo.gl) saneamento (fonte: images.app.goo.gl)
10.1.Desafios de regularização
As políticas de regularização promovem a justiça social e compensam desigualdades
históricas. Tratam de realidades socioeconómicas e urbano-ambientais complexas e envolvem
vários aspetos da legislação fundiária, de Registro, financeira, urbana e ambiental. Que visam
assegurar que moradores de assentamentos informais possam permanecer na terra que
ocupam com acesso a melhores condições de vida e não sejam expulsos ou realocados.
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No geral o desafio esta em melhorar o seu projeto e a sua implementação de modo a não
estimular uma nova informalidade.
O Planeamento reúne uma série de instrumentos estratégicos que propõem acções e projetos
a curto, médio e longo prazos para a fase de intervenção onde ele deverá prever acções
estruturais e produzir o plano parcial de urbanização (PPU) e o plano de trabalho social
(PTS). No plano de pormenor estão definidas as áreas para construção, as áreas que tem
como destino a construção de vias de comunicação e a implantação das redes de infra-
estruturação (água, electricidade, saneamento básico). O plano de trabalho é um documento
em que se registam as actividades, os objetivos e as tarefas necessárias para a performance de
um profissional.
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O Planificador é também responsável pela reforma e requalificação urbana, instrumentos
usados para transformação positiva de um espaço urbano, isto inclui a utilização de normas
para a organização dos assentamentos informais.
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12.Conclusão
Os assentamentos informais, constituem problemas que se fazem sentir a nível mundial,
sobretudo nas zonas urbanas e suburbanas. Pela sua natureza, possuem uma densidade
populacional elevada devido a sua localização favorável em relação aos centros de emprego e
de serviços básicos. E como já é sabido são vários os bairros moçambicanos que sofrem com
assentamentos informais, que não só afetam a estética das cidades, como também o modo de
vida dos utentes. Alguns dos principais a ser mencionados são: Xipamanine e Maxaquene, na
cidade de Maputo, Macequece e Josina Machel, na cidade de Manica, e Bairro Nacala na
cidade de Nacala.
Os Bairros anteriormente mencionados, não são apenas os mais conhecidos, mas são também
alguns dos primeiros a surgir na região, como é o caso do Bairro de Xipamanine, o Primeiro
bairro suburbano da cidade de Lourenço Marques, atual Maputo.
Conclui-se também que as causas e riscos dos assentamentos urbanos informais são de
grande preocupação uma vez que atingem diretamente o meio ambiente que nos rodeia, e o
mais importante de todos é que condiciona/limita o ser humano de fazer certas atividades,
que no caso da regularização dos assentamentos foi possível verificar que muito foi feito para
a redução dos mesmos como temos o exemplo da implementação das políticas de
regularização de terra que teve varias abordagens conceituais e com resultados
correspondentes. A Regularização dos assentamentos pode aumentar o acesso legal de bairros
com fornecimentos de serviços que visam assegurar que moradores de assentamentos
informais possam permanecer na terra que ocupam com acesso a melhores condições de vida.
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13. Bibliografia
CARVALHO, Celso Santos e Denise Campos Gouveira, 2009. Regularização fundiária
FERNANDES, Edesio; COPELLO, Maria Mercedes Maldonado. 2009. Law and land policy
in Latin America: shifting paradigms and possibilities and possibilities for action.
Land Lines 21(3): 14-19.
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