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CAPA

CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ


ELLEN BARROS SOBREIRA RODRIGUES TURETTA

SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES PARA SOCILIZAÇÃO NO ENTORNO DA


UEM: RESSIGNIFICANDO LUGARES

MARINGÁ – PR
2023
ELLEN BARROS SOBREIRA RODRIGUES TURETTA

SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES PARA SOCILIZAÇÃO NO ENTORNO DA


UEM: RESSIGNIFICANDO LUGARES

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso


de Graduação de Arquitetura e Urbanismo, do Centro
Universitário como requisito à obtenção do título de
graduada em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora: Me. Gabriela Navarro Maróstica.

MARINGÁ – PR
2023
“Cidades – assim como livros – podem ser lidas (...)
As ruas, os caminhos para os pedestres as praças e
os parques são a gramática da cidade.”
Richard Rogers

Uma cidade que convida as pessoas a caminhar, por


definição, deve ter uma estrutura coesa que permita
curtas distâncias a pé, espaços públicos atrativos e
uma variedade de funções urbanas.
Jan Gehl,
2013.
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO DO TEMA
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
CAPÍTULO 1 – A importância de espaços de livres voltados a socialização
INTRODUÇÃO

APRESENTAÇÃO DO TEMA

No contexto brasileiro é possível observar que em algumas cidades existe a


falta de espaços públicos de convivência voltados para as relações de
interações sociais que por sua vez afetam a construção do diálogo entre a
comunidade e os sujeitos, e que por sua vez são fundamentais para o
desenvolvimento e promoção de saberes culturais, igualdade social e combate
ao preconceito. Sendo assim os espaços públicos englobam a ideia de sistema
de espaços livres que segundo Miranda Magnoli (1982) se dá com o conceito
de “todos os espaços livres de edificação” ou seja , são conjuntos de elementos
e as relações que estruturam ligações e conectividades de todos os espaços
livres em uma determinada região onde estão diretamente ligados aos
aspectos de convivência e interação social e devem ser observados de forma
interdependente das práticas e relações nas cidades e nas zonas urbanas em
geral.

Alves (2005) caracteriza os espaços livres de edificação como áreas que


se opõem à cidade, espaços delimitados e definidos a partir das edificações,
sujeitos às restrições impostas pelas construções e os relaciona aos aspectos
do espaço livre do trabalho cotidiano, assim, incorpora a noção de lazer e
usufruto do tempo livre. Estar nos espaços abertos pode representar a
possibilidade de os sujeitos estarem inseridos no meio ambiente, lugares de
espontaneidade, de encontros e de construção de coletividades.

Segundo Jan Gehl (2010) existem três diferentes tipos de escalas as


grandes com as perspectivas voltadas aos bairros, funções e instalações de
tráfego; a média que se dá nos planejamentos de bairros e organização de
edifícios e espaços públicos e por fim as escalas pequenas que são voltadas
as paisagens urbanas percebidas por aqueles que caminham na cidade. Além
disso; Miranda Magnoli (1982) define destaca alguns tipos de espaços livres:
quintais, jardins públicos ou privados, ruas, parques, rios, mangues e praias
urbanas; que por sua vez é notório a falta desses espaços no recorte a ser
trabalhado. Nesse contexto, os espaços para socialização são fundamentais
para que aconteçam as interações socais, que tem como objetivo desenvolver
a diversidade, a conectividade, e identidade ao espaço; através dos contatos e
relações de trocar que podem ser promovidas a partir de um planejamento e
desenvolvimento de espaço.

Nesse sentido, a escolha deste tema de trabalho de conclusão de curso


intitulado Sistema de espaços livres para socialização em torno da UEM:
Ressignificando Lugares têm objetiva desenvolver um planejamento que possa
proporcional o desempenho da vida cotidiana não somente na população local
que residem na cidade de Maringá-PR, mas as que usam o espaço da UEM a
caminho do trabalho, estudos e outras atividades cotidianas. Objetiva-se, dessa
forma, promover a criação de um planejamento de infraestrutura que contribua
fundamentalmente para a o elemento da forma urbana, desenvolvido no
planejamento e posteriormente no projeto.

Temos em vista atender as necessidades das diversas camadas sociais


e desenvolver a análise de sistemas de espaços livres de encontros destinados
ao desenvolvimento e desempenho da vida cotidiana participando assim da
esfera da vida dos indivíduos ao promover as formas de interações socais na
cidade de Maringá. Destarte, propomos ainda meios de socialização no recorte
da Zona 07, trazendo além disso, a importância da arquitetura e urbanismo
como uma ferramenta de promoção dos saberes culturais, interação social e
diminuição da desigualdade social no convívio dos espaços públicos. Dessa
maneira propor a qualificação de um sistema de espaços livre é, portanto,
contribuir para o sistema de uma sociedade melhor, pensando em espaços não
como forma de passagem, mas como a melhoria de um sistema de qualidade
de vida.

JUSTIFICATIVA

Um dos principais motivos de desenvolvimento deste trabalho são


apontamentos das problemáticas apresentadas e observações empíricas
destacadas na região da UEM, dentre eles podemos evidenciar a falta de
segurança pública que permeia a região e faz com que a população que circula
pelo espaço no qual pretende-se desenvolver o planejamento que os indivíduos
se sintam motivados a permanecer no espaço. Um outro ponto que
destacamos trata da falta de atrações para os espaços de interações socais o
que dificulta a permanência no local tornando-o ainda mais perigoso e pouco
atrativo. Isso nos leva a inferir que devido as questões que delineamos até
aqui, quando falamos em termos de saberes culturais de Maringá, a falta de
socialização não estimula a ideia de pertencimento dos usuários no local.

Nesse contexto, creditamos que as problemáticas apresentadas acima


devem ser refletidas como alguns dos problemas que podem ser amenizados
com o desenvolvimento do trabalho que ora propomos, e que vem a ser
fundamental ao pensarmos que todos os sujeitos têm direito à cidade. E a
cidade deve ser estruturada de forma a apresentar espaços públicos de
qualidade para que possa ser uma ferramenta de construção das identidades
com enfoque na socialização dos sujeitos e que, sem dúvida, proporcionará a
posteriori formas outras de cultura, lazer, paisagens, memórias e sentimentos
de pertencimento.

Segundo Silva, (2000) as memórias que amparam a cidade se


relacionam de certa forma com o sentimento de inclusão e exclusão. Portanto,
ela é elemento afetivo de pertença e de identidade que faz com que os
habitantes das cidades percebam na fisionomia urbana sua própria história de
vida. Assim, podemos entender que quanto ao local que pretendemos
desenvolver este trabalho, este não se adequa positivamente as relações entre
o homem e os espaços, uma vez que não existem atrativos e nem incentivos
para a utilização do mesmo.

Assim, podemos entender a necessidade de planejamento e intervenção


do espaço urbano na região proposta para que a aplicabilidade e o
desenvolvimento previsto no Estatuto da Cidade que são o direito de políticas
públicas voltadas ao lazer sejam efetivados. Apresento em seguida o artigo da
referida lei ao qual fiz menção.

Art. 6 São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia,


o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Estatuto da Cidade)

Os espaços preservados e revitalizados contribuem de maneira


significativa para uma vivência mais rica na cidade, quebrando a monotonia
dos conjuntos, estabelecendo pontos de referência e construindo vínculos
afetivos. Além disso, um outro aspecto que deve ser evidenciado se refere a
preservação das identidades dos locais, que se podem manter, e até mesmo
aumentar, o seu potencial turístico (MARCELLINO, 2006, p. 82). Dessa
maneira podemos entender a importância de criação e desenvolvimentos de
espaços de lazer e das interações sociais que podem ser desenvolvidas
através da aplicabilidade do projeto que ora pretendemos desenvolver.

OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

O objetivo geral deste tem como centro o desenvolvimento de um


planejamento de intervenção do espaço urbano com foco no desenvolvimento
da interação social e na requalificação dos espaços urbanos existentes na zona
07 em torno na Universidade Estadual de Maringá. Desenvolvendo assim
espaços de lazer e convivência aos moradores da cidade de Maringá e
principalmente aos moradores que utilizam o espaço com maior frequência.
Como Gomes e Pinto citam e delineiam como a cultura vivida nos espaços de
lazer influenciam o indivíduo:

A cultura vivida no lazer traduz pluralidade, diversidade, sensibilidade e


afetividade, numa profusão de estilos de vida e paisagens; na ótica da
diversidade, são muitas as demandas pelo acesso ao lazer, respeitando
e valorizando as características específicas de cada grupo, atentas para
o fato de que os indivíduos, diferentemente, constroem e/ou usufruem
das oportunidades disponíveis para o lazer [...] (GOMES; PINTO, 2009,
p. 100-101).

Quanto aos objetivos específicos destacamos o desenvolvimento de um


projeto com foco na socialização da estrutura do espaço urbano através da
arquitetura e do urbanismo de forma que venham a ser fundamentais para o
desenvolvimento de ferramentas para um espaço público democrático. Dessa
forma, propomos nesse projeto uma forma de diminuição dos problemas
sociais relacionados as desigualdades e violências para que venham a ser uma
referência quanto a um modelo de espaço de lazer e entretenimento, além de
se caracterizar como conceber espaços uma vez não utilizados como espaços
públicos de qualidade, que busquem diminuir os riscos sociais e fomente a
cidadania.

Vale observar aqui que, o lazer é uma atividade de grande importância


para a vida de cada sujeito e deve ser praticado periodicamente e não apenas
em viagens, nas férias do meio e do final do ano e em finais de semanas
esporádicos, pois proporcionam felicidade e vivacidade para o dia a dia. Admitir
a importância do lazer na vida moderna “[...] significa considerá-lo um tempo
privilegiado para a vivência de valores que contribuam para mudanças de
ordem moral e cultural. Mudanças necessárias para a implantação de uma
nova ordem social” (MARCELLINO, 1996, p. 15-16).

Como Marcellino (1996) explica, o espaço público faz parte das


interações de lazer e participam de desenvolvimento do ambiente não somente
em momentos específicos, mas no cotidiano dos sujeitos promovendo a
socialização da comunidade. E é assim que esse projeto se justifica.

Dessa forma é possível destacar que os objetivos específicos desse trabalho


são:

- Desenvolver um planejamento de espaços de urbanos nas diferentes escalas


urbanas com foco nas interações socais que seja voltado aos moradores da
região da zona 07.

- Propor soluções para a diminuição dos problemas sociais, trazendo ao


espaço público um local mais seguro e democrático.

- Criar espaços de lazer que possam desenvolver uma forte relação com os
indivíduos para que aconteça a relação entre o espaço e o usuário, dando
identidade e reconhecimento ao local do projeto.
1. A importância de espaços de livres voltados a socialização
Os espaços livres voltados para a socialização são extremamente
importantes para o desenvolvimento humano, especial em sociedades
modernas que estão a cada dia mais isoladas e individualista. Esses espaços
podem ser áreas públicas como parques, praças, quintais, centros
comunitários, bibliotecas entre outros. Esses espaços oferecem um ambiente
de encontro onde as pessoas conversam e compartilham suas experiencias.
Eles também podem oferecer atividades, eventos e programas nos quais
ajudam as pessoas a se relacionarem com outras da mesma comunidade, e
desenvolverem formas de interagirem e criarem as relações sociais.

Além disso, os espaços livres podem ser importantes para as pessoas que
estão mais isoladas socialmente, como idosos, pessoas com deficiência ou
imigrantes por exemplo. E nesse sentido os espaços podem desenvolver uma
sensação de inclusão e pertencimento, o que é fundamental para o
desenvolvimento emocional e mental da sociedade.

Desde a antiguidade os espaços públicos fazem parte da história da cidade,


uma vez que os espaços de convivência e interação faziam parte da vida
pública e privada, aonde os cidadãos se encontravam para discutir e tomar
decisões para a cidade e ainda aconteciam as atividades comerciais e culturas,
e aonde os costumes e tradições das comunidades eram celebrados. Com a
evolução do tempo aconteceram as mudanças sociais e culturais de cada
época e na Idade Médio pode-se perceber que as praças no centro da cidade
eram pontos de encontro para as feiras e mercados e que já durante as
cidades coloniais dos séculos XVII e XVIII os jardins públicos e as ruas se
tornaram atividades populares para a prática de atividades sociais.

Já na cidade moderna os espaços públicos se tornaram mais importantes


ainda como lugares de expressão da democracia e da cidadania, aonde os
indivíduos desenvolvem a democracia, como o direito de se reunir, manifestar e
participar da político O que demostram ser fundamentais para a promoção da
inclusão social, da diversidade cultura e do desenvolvimento de uma
sociedade.
Na cidade contemporânea os espaços desempenham um papel de
promoção de convivência, mas enfrentam os desafios das transformações
decorrentes das mudanças culturais, tecnológicas, sociais e econômicas que
aconteceram aos anos de desenvolvimento humano. Dessa forma pode-se
entender que muitas vezes as cidades contemporâneas são caracterizadas
pela multiplicidade de espaços públicos que estão fragmentados e muitas
vezes destinados a públicos específicos; além disso a falta de segurança em
muitos espaços limita o uso e participação dos cidadãos; a privatização dos
espaços limitam também um acesso democrático e igualitário; uma vez que os
espaços contemporâneos são planejados com foco na circulações dos veículos
motorizados em detrimento da qualidade de vida da sociedade, tornando os
espaços públicos mal cuidados , inseguros, o que limita o incentivo da
ocupação por parte da população.

O espaço público permite conectar pessoas de todo tipo e procedência,


permitindo o encontro entre desconhecidos, possibilitando a convivência entre
grupos heterogêneos de idades, gêneros e nacionalidades diferentes, sendo,
portanto, um espaço democrático, a essência da civilidade. O espaço público
relaciona-se ao “exercício da alteridade e da diversidade. É no espaço público
que encontramos pessoas diferentes de nós “(CALLIARI, 2016, p. 46).

Segundo Mauro Calliari, o espaço público deve ser planejado e cuidado de


forma a oferecer ambientes acolhedores, confortáveis e seguros, que
favorecem a convivência e a interação social; de forma em que os espaços
devem ser lugares de acesso livre e democrático, onde todos possam circular
livremente independente da sua origem, idade , gênero ou condição social.
Mostrando que o espaço público é um ambiente privilegiado para o encontro e
a socialização dos indivíduos , aonde as diversidades e diferenças são
reconhecidas e valorizadas. Apresentando assim que os espaços livres são
lugares aonde as pessoas podem desenvolver e exercer a cidadania
contribuindo para a construção do uma sociedade mais igualitária.

Nesse contexto podemos entender a importância que os espaços públicos


podem gerar; pois desenvolvem relações com o indivíduo de diversas maneiras
em que se forem bem planejados podem desenvolver experienciais sensoriais,
sociais e estéticas para as pessoas. As interações socais que conectam s
indivíduos, a promoção do bem-estar que se dá ao caminhar, a cultura e
história aonde esses espaços são desenvolvidos para celebrar a cultura dos
indivíduos mostram a importância do desenvolvimento e do olhar para a
transformações dos indivíduos.
renovação, requalificação, revitalização e reabilitação
Significado, Legibilidade, Diversidade e Escala Humana.
Diversidade de usos, Dimensão social e vitalidade urbana, Fomento à
economia local , Identidade local , Ruas Completas , Participação social ,
Áreas verdes , Diversidade de usos.
REFERÊNCIAS
Citação do Livro: Gehl, Jan. Cidades para Pessoas. [Tradução Anita Di Marco]. – 2. ed. São
Paulo: Perspectiva, 2013.
SILVA, Joseli Maria. Cultura e Territorialidades urbanas. Uma abordagem da pequena cidade.
In: Revista de História Regional, Vol. 5, n 2 - Inverno 2000.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer e cultura. Campinas, São Paulo: Editora Alínea, 2007.
GOMES, Christianne Luce; PINTO, Leila. O lazer no Brasil: analisando práticas culturais
cotidianas, acadêmicas e políticas. P. 67-121. In: GOMES, Christianne Luce; OSÓRIO,
Esperanza; PINTO, Leila; ELIZALDE, Rodrigo (orgs.). Lazer na América Latina: tiempo libre,
ocio y recreación em Latinoamérica. Editora: UFMG, 2009.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70317/000070317.pdf
https://olimoveis.com.br/blog/conheca-7-principios-dos-espacos-publicos/

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