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Da mesma forma, pedimos aos/às demais participantes que também escolham uma
única sala para assistir as apresentações, bem como identificar e comentar a conexão
entre diferentes aspectos do decolonial e das epistemologias do Sul que emergem dos
trabalhos.
Programação
Resumo: Partindo do entendimento de que a opção decolonial visa uma reconstituição de formas
de pensar, linguagens e modos de vida violentados pela colonialidade, a partir de um
desprendimento de estruturas hegemônicas de conhecimento reforçadas pela retórica da
modernidade (MIGNOLO, 2017), a comunicação deseja problematizar a normatividade que
circunda o tema da metodologia de pesquisa e do gênero da tese acadêmica, debruçando-se
especialmente sobre o objeto das relações afetivas entre humanos e textualidades diversas,
encenadas sobre os suportes materiais da linguagem (ADAMI, 2022). O recorte busca evidenciar
a força de comodificação que atua sobre o trabalho pedagógico da ciência, o qual, em vez de
provocar, encorajar e facilitar a construção de conhecimentos (WALSH, 2018), tem efetivamente
criado ambientes politicamente hostis dentro da academia. Assim, a análise apontará para
exclusões abissais (SANTOS, 2018) no campo das textualidades que (não) habitam o espectro
acadêmico, ressaltando sua implicação nos processos coloniais de epistemicídio (ibid.) e de
repressão do potencial erótico-vivencial (HAN, 2017) de pesquisas científicas.
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Resumo: Esta comunicação foi idealizada a partir da minha tese de doutoramento, ainda em
andamento, e tem por objetivo problematizar as praxiologias de oito professoras/es-
licenciandas/os e da professora da turma de um curso de Letras: Português/Inglês na disciplina de
Inglês V, com vistas a compreender de que modos as aulas e as discussões ocorridas em um
bimestre durante a pandemia do novo coronavírus viabilizaram possíveis insurgências decoloniais
nas aulas de língua inglesa. Inspirado nas praxiologias das/os articuladoras/es do estudo e nas
praxiologias acadêmicas inscritas nas searas da Linguística Aplicada Crítica e do Pensamento
Decolonial, a construção do material empírico se deu por meio de: um formulário de identificação
inicial, narrativas pessoais, sessões de planejamento das aulas, interação nas aulas, material
audiovisual produzido para as aulas e conversas individuais com as/os articuladoras/es do estudo.
A partir da leitura e organização do material empírico, apresento e discuto as seguintes perguntas
suleadoras: Em que medida praxiologias docentes pautadas pelo pensamento decolonial podem
viabilizar insurgências decoloniais na academia, mais especificamente, nos cursos de Letras –
Português/Inglês? Que sentidos outros podem ser forjados para a educação linguística em língua
inglesa em cursos de Letras se pautados em uma interpretação decolonial? As problematizações
realizadas até então com base nesses questionamentos me auxiliaram a pensar o lugar da
Educação Linguística e da Decolonialidade nas nossas praxiologias locais e também viabilizaram
leituras outras a respeito de temas vivenciais como avaliação, língua inglesa e a própria noção de
bem-estar.
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Autores: Clarissa Menezes Jordão, Eduardo Henrique Diniz de Figueiredo e Juliana Zeggio
Martinez (Universidade Federal do Paraná)
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Resumo: Faz-se neste trabalho um panorama histórico da criação dos cursos Letras Libras nos
estados brasileiros da Pan-Amazônia, tomando como estudo de caso o curso de Letras Libras
Bacharelado da Universidade Federal de Roraima, pelas particularidades da sua situação de
tríplice fronteira e de estado mais indígena do Brasil em números absolutos da população, da
presença da Língua de Sinais Venezuelana naquele estado e no referido curso, além da existência
de possíveis línguas de sinais indígenas de diferentes etnias, como também na fronteira. Como
objetivo, busca-se contrapor a formatação dos chamados cursos de Letras Libras no contexto
amazônico e suas demandas locais que, em certa medida, contrastam com os mesmos cursos nos
outros estados brasileiros não amazônicos. Foram elencadas as diferentes ações promovidas para
as comunidades surdas da Pan-Amazônia decorrentes da implementação dos cursos de formação
de professores de Língua Brasileira de Sinais-Libras e de Tradutores e Intérpretes de Línguas de
Sinais-TILS em Instituições Federais de Ensino Superior-IFES. Os resultados indicam uma
diversificação no modelo do curso de Letras Libras originado na Universidade Federal de Santa
Catarina que busca inserir nas políticas acadêmicas dos Cursos Letras Libras, sejam eles
licenciaturas ou bacharelados, aspectos sociais específicos dos contextos locais amazônicos para
dar conta de comunidades surdas de migrantes e refugiados ou de populações indígenas, para isso,
são apontados alguns possíveis (re)direcionamentos decoloniais para esses contextos.
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Autores: Nara Hiroko Takaki, Francisco Leandro Oliveira Queiroz e Rosana Iriani Daza Garcia
(Universidade Federal do Mato Grosso do Sul)
Resumo: Ao longo dos séculos, a realidade social brasileira tem sido marcada por uma forte
negação dos(as) outros(as) minoritarizados(as), seja por meio de genocídios e escravizações, seja
por meio de violências contemporâneas de toda espécie, fundamentalmente as que afrontam o
direito a uma vida digna. No campo da ontoepistemologia, as ciências humanas positivistas ainda
atuam fortemente para encobrir tal violência, negando a dominação moderna sobre todos os
domínios das vidas dos sujeitos do Sul. Nesse sentido, as perspectivas decoloniais latino-
americanas (MIGNOLO, 2017; DUSSEL, 2016; QUIJANO, 2007, WALSH, 2013;
MALDONADO-TORRES, 2007) podem favorecer os processos de desaprendizagem e
reaprendizagem de questões locais apreendidas a partir da “história única”, que pouco se preocupa
com o status quo. Para interromper a história única, a tradução intercultural (SANTOS, 2018) de
quem habita ou reconhece as fronteiras/margens, construída na parcialidade de uma dada situação,
fundamental. Essa percepção pode ser a das pessoas que continuam subjugadas por invenções que
as classificaram como não brancas, não heterossexuais, não cristãs, destituídas de almas, de
religião, de saberes de poder e capacidade de se relacionarem com autonomia e criatividade, no
caso das mulheres imigrantes (DAZA, 2021, p. 52), e ética que não as do euronortecêntricos. Dito
isso, objetivamos problematizar língua portuguesa de “acolhimento”, acentuando também, o
lócus de enunciação (BHABHA, 1988), de uma professora e pesquisadora inmigrante, que
objetiva interpretar e analisar a construção de sentidos autoetnográficos críticos (SHORT;
TURNER; GRANT, 2013, ONO, 2017, TAKAKI, 2020), já que existe a aparente noção de que a
comunidade que acolhe a pessoa migrante nada aprende ou não precisa aprender com a que chega.
É preciso considerar perspectivas inspiradas em Freire (2001, 2011) e translinguagem
(CANAGARAJAH, 2013, 2017, GARCÍA, 2009, GARCÍA; WEI, 2014, WEI, 2018, YIP;
GARCÍA, 2018), que permitam interrogar que corpos estão decidindo quem são ou quem estão
sendo os aprendizes, com que acesso e participação politizada junto às instituições, em vez de
simplesmente ouvir os/as acolhedores(as) e (i)migrantes.
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8. Título: Formação de professores de inglês e internacionalização: entre tensões e conflitos
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Autores: Tarcilio Roberto Lima Neto e Marcos Flávio Barbosa da Silva (Universidade Federal
de Goiás)
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Resumo: Deve acontecer com várias de nós, que acolhemos a proposta de uma decolonização
epistêmica, de nos darmos conta de que, no processo de nos descolonizarmos, por vezes nos
faltam palavras, termos e conceitos que possibilitem a liberação intercultural e teórica necessária
para a reconstituição epistemológica, tal como proposta por Aníbal Quijano, nos anos de 1990. O
português, assim como outras línguas ocidentais que participaram da expansão europeia nas
Américas, tem mantido tradições expressivas, dentro e fora da academia, que enunciam o peso da
lógica moderna/racional/colonial descrita pelo próprio Quijano e demais autoras da virada
decolonial. Neste trabalho, baseando-me na questão da centralidade da linguagem na e para a
(de)colonialidade, já apontada nesses textos de referência, reviso conceitos de algumas “filosofias
do sul” ou periféricas para refletir sobre possibilidades não-ocidentais de conceituação de sujeito,
que têm consequências para a noção de linguagem.
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Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir resultados de uma pesquisa que trata
sobre educação linguística e ensino de língua portuguesa por professoras/es em formação inicial
de uma universidade pública situada no norte do Brasil. De forma mais específica analisarmos, à
luz de aportes teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscurso (BRONCKART, 2006,
2008; COUTINHO, 2021; MACHADO; BRONCKART, 2009; Leurquin; Dodó; 2020),
representações do agir professoral (CICUREL, 2020, LEURQUIN, 2013; GOMES; LEURQUIN.
2021), de três professores sobre a mobilização de saberes, esforços (SILVESTRE, 2016,
(BORELLI, 2018; PESSOA, 2018; SILVESTRE, 2017) e tentativas de práticas decoloniais
(GOMES, 2022) no ensino de língua portuguesa durante a experiência de estágio supervisionado
em escolas públicas, tendo por base práticas de linguagem que tratam sobre temas e questões
sociais como violência contra mulher, racismo, forme, direitos humanos e diversidade cultural e
linguística. A pesquisa configura-se como qualitativa-interpretativista (BORTONI-RICARDO,
2008) e a análise parte de um conjunto de textos-fontes (diários autorreflexivos) do agir linguaeiro
e professoral de três professoras/es que desenvolveram seus estágios nos anos de 2018, 2021 e
2022. Os resultados demonstram que em suas narrativas de experiências esses atores apresentam
representações que demonstram que a construção de saberes, por eles mobilizados sobre temas
sociais para/no ensino de língua portuguesa, ainda se apresenta de forma desafiadora e isso se
deve em função de determinantes externos e que estão ligados também a representações sobre seu
papel social e profissional, sobre quais saberes são legítimos de serem ensinados na escola e
também com que configuração didática devem ser trabalhados em sala de aula.
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12. Título: ‘Potenciais Decoloniais’ nos currículos de Letras-Inglês
Autora: Isabella Moreira Barros Costa (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
Resumo: Este trabalho pretende mostrar resultados de pesquisa de Mestrado recém defendida,
com base teórica nos estudos decoloniais. Especificamente, investigou as possibilidades de
empreender o processo de "identificar, interrogar, interromper" as colonialidades que nos
atravessam face aos currículos de Letras - Inglês, ainda muito ligados à tradição eurocêntrica de
currículo. O currículo sendo um documento de identidade (SILVA,2005) que propõe os saberes
a serem contemplados no decorrer da formação dos profissionais precisa ser construído a partir
das percepções da decolonialidade para que os preceitos de ética, pluralidade, justiça social e
democracia coexistam nesses documentos e, assim, possibilitem uma formação menos
eurocêntrica. Nas investigações, constatei que os currículos podem apresentar o que eu chamo de
‘potenciais decoloniais’ nas disciplinas atuais forem compreendidos para além da ótica da
colonialidade a partir de um olhar localizado e de constantes reflexões e observações acerca de
nossas práxis enquanto profissionais de línguas. Nesse sentido, nos apoiamos no processo
“identificar, interrogar e interromper” como um caminho contínuo de reflexão com os currículos
de Letras-Inglês.
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Resumo: Em suas buscas por descrever e intervir nas práticas de linguagem em sociedade, a
Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) viu-se intensamente mobilizada pelo
campo dos Estudos Decoloniais. Nesta oportunidade, apresentamos os conceitos de “território” e
de “comunidade” a partir duma visada decolonial como provocações que auxiliam a área de
Linguística Aplicada a reconfigurar pressupostos e objetivos. Habitar a Terra nesta era sob o
regime de emergência climática (KUANA, 2021) lança imperativos de transformação social --
tais como a superação do impasse energético (SZEMAN, 2016) -- à ordem vigente e para tanto
vemos os povos originários de Abya Yala como referências importantes para rearticularmos
práticas sociais. Entendemos aqui a sala de aula de línguas como espaço de agência e construção
de sentidos (JORDÃO, 2013) e, possivelmente, de diálogo de saberes (CASTRO-GOMEZ, 2007),
sendo assim um tipo de local que pode funcionar como um dentre outros tantos espaços
laboratoriais para imaginar o otherwise (ESCOBAR, 2007). Em um exame conceitual ainda em
estágios iniciais, parte de pesquisa doutoral, o presente trabalho associa fenômenos
espaciais/territoriais de (des)territorialização de povos originários (PORTO-GONÇALVES,
2012) com o começo da modernidade/colonialidade que se deu na emergência da América
(QUIJANO, 2000) e experimenta fenômenos de produção de conhecimento acadêmico como
esforços em direção a outras composições sociais, as quais concebem outras dinâmicas de autoria
e parentalidade (SEGATO, 2021). Propomos dessa forma um exercício que não busca encerrar
nenhuma questão, mas sim desprender-se da gramática moderno-colonial (MIGNOLO, 2007) e
produzir a partir de nossa posição na geopolítica do conhecimento (MIGNOLO, 2002).
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Nossos contatos
Gabriel Nascimento – gabriel.santos@csc.ufsb.edu.br
Juliana Martinez – jumartinez@ufpr.br
Luiz Henrique Magnani – henriquemagnani@gmail.com
Lynn Mario Menezes de Souza – lynnmario@gmail.com
Tânia Rezende – taferez@ufg.br