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PAISAGISMO II
Introdução
Neste capítulo, você irá estudar os espaços livres no urbanismo e a impor-
tância da compreensão desses espaços para um melhor entendimento
da composição da paisagem das cidades. Além disso, aprenderá sobre
a relação entre as formas e a função nos espaços livres públicos na or-
ganização dos ambientes construídos e naturais. Por fim, perceberá a
conformação dos ambientes livres na escala da cidade.
Para que a formalidade dos espaços livres públicos seja adequada, alguns
fatores devem sempre ser considerados. Segundo Macedo (2005), na avaliação
de qualquer espaço livre, é preciso considerar: a adequação funcional, que diz
respeito à conformação morfológica e dimensional; a adequação ambiental,
que permite ao usuário condições de salubridade para o desempenho de suas
atividades; e a adequação estética, que relaciona padrões que variam de acordo
com as expectativas sociais.
A respeito da adequação estética, é possível observar que mudanças nesse
caráter, tanto em nível de parcelamento quanto da estrutura tridimensional,
são constatadas com facilidade ao se observar os padrões das praças públicas
(MACEDO, 1995). Sobre as praças públicas, Macedo (1995, documento on-
-line) complementa que:
[...] podem-se propor soluções de passagem para a fauna ou túneis, que tende-
riam a favorecer o desenvolvimento das comunidades bióticas; como também,
as intervenções nas vias poderiam envolver iniciativas que privilegiassem a
naturalização dos cursos de água com soluções de drenagem compatíveis; o
aproveitamento da vegetação local no seu desenho; os viadutos respeitosos
com as dinâmicas hídricas; o respeito pelas características do terreno a fim
de mitigar, entre outros problemas, a erosão; a potencialização das melhores
visadas (por exemplo, com a criação de mirantes); o respeito pelos elementos
de maior valor visual com a manutenção de sua diversidade e integridade
física, etc.; e, sobretudo em estradas e vias-expressas, a previsão de áreas de
serviços qualificadas e pistas e passarelas para a circulação de pedestres e
bicicletas (TARDIN, 2008, p. 202).
A percepção das dimensões dos espaços livres na escala das cidades evoluiu
ao longo dos anos. No Brasil, na década de 50, surgiram e se consolidaram as
primeiras linhas do projeto paisagístico contemporâneo (MACEDO, 1995).
As ideias do urbanismo moderno previam como ideal um cenário urbano
de prédios isolados, imersos em um verde contínuo. A criação de Brasília
consubstancia no urbanismo brasileiro esse ideário, que é adotado como
padrão em projetos urbanísticos no País (MACEDO, 1995). No entanto, o
que se percebeu foi que, com o passar dos anos, as fórmulas do urbanismo
e do paisagismo moderno se mostraram relativamente eficazes em cidades
planejadas, como Brasília, porém, quando aplicadas em cidades tradicionais,
foram um fracasso. De acordo com Macedo (1995 documento on-line):
Figura 9. Praça Rui Barbosa, em Curitiba – PR, na década de 1960, após algumas
reformas.
Fonte: Rodrigues (2018, documento on-line).
Há, ainda, a escala da dimensão vertical dos espaços livres. A priori, seguiu-
-se padrões diferentes dos horizontais, com base em uma forma urbanística
derivada do urbanismo francês (MACEDO, 1995). Atualmente, é possível
encontrar tal exemplo nos chamados bairros-jardins verticais (Figura 10), que
possuem ruas margeadas por prédios isolados em relação aos muros dos lotes,
entremeados por jardins e cercados por grades de ferro (MACEDO, 1995).
Segundo Macedo (1995, documento on-line):
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